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Município registra 205 desaparecidos em 2022

Iêva Tatiana ieva.ribeiro@otempobetim.com.br

O desaparecimento de Patrick

Barbosa dos Santos, de 24 anos, morador do bairro Jardim Teresópolis, completará três meses neste domingo (9).

O jovem foi visto pela última vez na praça do Ceabe, na região Central, no dia 9 de janeiro, usando bermuda jeans, camiseta, agasalho amarelo e boné preto, além de correntes prateadas no pescoço. Segundo a mãe, Bárbara, ele nunca tinha ficado sem dar notícias nem dava sinais de que poderia sumir voluntariamente.

“Ele sempre me liga, e eu ligo pra ele. Estamos sempre em contato”, frisou na época em que pediu a ajuda da reportagem de O Tempo Betim para localizar o filho.

O caso, embora seja um dos mais emblemáticos da cidade recentemente, em razão da longevidade, está longe de ser o único. Em todo o ano passado, 205 pessoas foram dadas como desaparecidas em Betim, de acordo com dados do Registro de Eventos de Defesa Social (Reds) compilados pelo Observatório de Segurança Pública. Neste ano, somente nos meses de janeiro e fevereiro, quando Patrick sumiu, foram contabilizados 78 casos, ou seja, 160% a mais do que no mesmo período do ano passado, quando foram regis- trados 30 desaparecidos – os números de março não foram apurados pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MG).

De acordo com a Polícia Civil, é importante ressaltar que, mesmo quando a pessoa é encontrada, o registro do desaparecimento não é removido do sistema, portanto, “os números apresentados não informam se as pessoas ainda estão desaparecidas ou não”, pontua a Sejusp-MG.

No caso de Patrick, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) confirma que o jovem não foi localizado e que “instaurou procedimento investigativo para apurar o desaparecimento”. A corporação informou também, por meio de nota, que “as diligências cabíveis prosseguem visando localizá-lo”. Quem tiver informações sobre o paradeiro do morador do bairro Jardim Teresópolis pode acionar a PCMG pelo telefone 0800 2828 197.

Conduta

O titular da 2ª Delegacia de Polícia de Betim, delegado Roberto Veran, salienta que aquela velha ideia de que era necessário aguardar 24 horas para registrar um desaparecimento “é lenda”.

De acordo com ele, quanto mais rápido for o comunicado, mais eficaz será a investigação, e, consequentemente, a localização da pessoa desaparecida. “Familiares e/ou amigos podem procurar qualquer delegacia da cidade ou a delegacia virtual. A partir daí, é emitido um alerta a todos os órgãos de segurança estaduais, por isso é importante termos uma foto nítida do desaparecido, características como tatuagens e cicatrizes e moléstias mentais ou físicas”, orienta Veran.

Como ajudar

Pingue-pongue

Quais são as causas mais frequentes para os casos de desaparecimento? Elas são bastante heterogêneas. Podem ter relação com dependênciaquímica,doençasmentais ou até mesmo serem criminosas, não podemos descartar essa possibilidade.

Existe uma faixa etária predominante? A incidência maior é entre adultos, com idades entre 20 e 30 anos, por incrível que pareça. Idosos com moléstia mental também.

Pode-se dizer que a maior parte das pessoas que somem é localizada? A maioria é encontrada sim. Isso eu posso afirmar com segurança. E é importante que a família, ao encontrar o ente desaparecido, comunique os órgãos de segurança. Não é necessárioexporomotivodosumiço,masinformarque apessoa voltou e está bem.

As redes sociais têm contribuído com o trabalho da polícia? Sim. A disseminação de informações é muito importante para encontrarmos uma pessoa desaaparecida. (IT)

Observar, em via pública, o trânsito de menores desacompanhados, idosos e pessoas com deficiências. Caso apresentem desorientação, possibilidade de extravio ou mesmo dificuldade de expressão, comunique o fato à polícia para que prestem a devida assistência. O ideal é que você possa levar a pessoa até o posto policial mais próximo.

Observar o comportamento de novos vizinhos em relação ao tratamento dispensado aos menores que com eles convivem, comunicando à Polícia qualquer fato suspeito.

Como prevenir

Comunicar e registrar o desaparecimento do menor ou do adulto, imediatamente após constatada a sua ausência, na Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida. Deve-se apresentar fotografia e documentação do ausente, caso existente, para início da busca. Para o menor, é necessária a apresentação da cópia da certidão de nascimento. No entanto, a ausência do documento não impede o registro nem a busca.

8 Orientar os filhos a não aceitarem doces, presentes, ou qualquer outro objeto de estranhos, podendo aceitá-los de conhecidos e parentes, somente com prévio consentimento dos responsáveis.

8 Manter bom relacionamento com a vizinhança.

8 Procurar conhecer as pessoas que convivem com seu filho.

8 Participar ativamente dos eventos envolvendo o seu filho, como aqueles ocorridos em escolas e aniversários.

8 Ensinar ao seu filho o seu nome completo, endereço e telefone e os nomes dos pais e irmãos.

8 Não autorizar o seu filho a brincar na rua sem a supervisão de um adulto conhecido.

8 Evite deixar o seu filho em casa sozinho.

8 Providenciar a carteira de identidade do seu filho, através do Instituto de Identificação.

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