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Fissurados em telas: atividades ao ar livre são ótima alternativa

Anderson Rocha Especial para O Tempo Betim

Por que usamos tanto as telas? Para especialistas, as pessoas estão buscando burlar o ócio e o tédio, encontrar entretenimento e fugir do abandono afetivo e de pais superocupados. “O celular nos dá três ilusões: que não ficaremos sós, que sempre seremos escutados e que nunca ficaremos aborrecidos. Se algo me entendia, eu mudo de site, silencio um perfil etc. São fantasias que têm sustentado as pessoas de um modo geral e que fazem com que elas fiquem presas aos celulares. O melhor seria enfrentar os desafios, mas nem sempre a pessoa quer ou dá conta”, diz a psicóloga e professora da PUC Minas Márcia Stengel. No caso das crianças e dos adolescentes, cabe aos pais ou responsáveis regular o uso, segundo o pediatra Marco Antônio Chaves Gama, do Grupo de Trabalho sobre Saúde Digital da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). “Os pais terceirizam o papel deles com o celular. As notas caem. Os pais brigam com os filhos. Mas a pergunta é: quem ensinou a usar a tela? Quem deu a tela para a criança brincar?”, reflete o especialista.

Esforços

A realidade, no entanto, é que muitos pais acumulam funções e não contam com rede de apoio suficiente para brincar com as crianças e evitar o abuso de telas. É o caso da auxiliar administrativo Roseli Castro,de41 anos.Os filhosdela, Miguel, de 9 anos, e Sofia, de 13, ganharam celular no fim de 2022. “Infelizmente, é um mal necessário. Eu trabalho fo-

Pratique uma auto-reflexão

A reportagem convidou a educadora parental Lua Barros para fazer uma análise sobre o uso excessivo de celulares na atualidade, sobretudo por crianças e adolescentes, mas também por adultos.

Pra ela, antes de impor limites ao uso, os pais e/ou responsáveis precisam fazer uma autorreflexão.

ra. Sei que vicia, mas a Sofia usa para acessaraplataformadaescola. Miguel também usa, mas tento controlar com outras atividades”, contou a mãe.

Nacasada produtoraLuciana Parreiras, de 44 anos, os filhos – de 9, 12 e 16 anos – têm horário controlado para usar o celular. Na rotina, ela prioriza jogos de tabuleiro, passeios em parques e leitura de gibis. O trio também é escoteiro. “O excesso leva àfaltadeatividade física”, diz ela.

Cadê o bom exemplo?

Acesse e veja análise sobre uso de telas

“Será que os adultos estão disponíveis a rever como se relacionam com o celular antes de estabelecer regras que eles mesmos não conseguem cumprir?”, disse. (AR)

Estudo. Uma pesquisa feita na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e divulgada em janeiro mostrou que o número de adultos que utilizam aparelhos eletrônicos, como celulares e videogames, para o lazer, de forma prolongada (acima de três horas por dia), subiu 28% nas capitais brasileiras em 2021 e chegou a 25,5% dos entrevistados.

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