Jornal O Tempo Betim 26.11.2021

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Social. Ícaro Miguel, do taekwondo, lançará instituto em Betim. Página 23

Betim

Vôlei. Venda de ingressos para o Mundial de Clubes começa. Página 24

26 de novembro a 2 de dezembro de 2021 Ano XLVII - Número 1998 - - www.otempobetim.com.br

Tiragem desta edição: 45.000 exemplares

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CORREDOR VIÁRIO METROPOLITANO EDUCAÇÃO

Projeto de lei quer unificar dias letivos Página 20

R$ 8 MILHÕES

Obras no Regional entram em fase final Página 12

Em Rodoanel do Estado, pedágio seria 1.067% mais caro que o atual da BR-381 Projeto do governo de Minas para viabilizar a supervia não só prevê a cobrança das taxas, como as eleva de forma que uma concessão por 30 anos já se pagaria em 14 meses. Prefeitos da Grande BH que lutam por proposta alternativa participam, nesta sexta (26), de audiência na ALMG, que criará frente parlamentar para intermediar discussão. Páginas 3 a 9


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OPINIÃO

Vittorio Medioli

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vittorio.medioli@otempo.com.br Fax: (31) 2101-3903

mbora alardeasse princípios democráticos, participativos, sociais, ecológicos e transparentes, o projeto do Rodoanel da RMBH apresentado pelo Estado de Minas Gerais, através da Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Seinfra), está mostrando exatamente o contrário. Um caso que já se mostra suspeito, com distorções, aparentemente direcionado. Até fraudes se incorporam nas análises produzidas por empresa contratada e paga – não pelo Estado, mas exatamente pelo MBC (Movimento Brasil Competitivo), segundo informado pelo governo de Minas. O projeto é algo formulado, estruturado e montado pela empresa Systra, contratada pelo MBC, com a nobre intenção de ser bom negócio para todos – contudo, à frente da coordenação e com preocupação de deixá-lo, aliás, excelente negócio para o interessado, em detrimento do interesse mais difuso. Chega a ser acintoso, para quem tem um olho e pode ver os princípios balizadores e a conceituação da proposta, que o Estado fingiu discutir, enquanto tentava impô-la à população, que receberia uma conta de pedágios e de renúncias de alguns bilhões de recursos que poderiam ser investidos para minorar suas necessidade gritantes. Em 21 de setembro de 2020, Fernando Marcato, secretário de Infraestrutura e Mobilidade do Estado, declarou ao jornal “Valor”: “O empreendimento, de 94 km e R$ 8 bilhões de investimentos, será construído do zero. Trata-se, portanto, de um projeto desafiador, porém viável. No caso do Rodoanel, será necessária uma Parceria Público-Privada (PPP), que depende do aporte de recursos do poder público para se viabilizar”. Esses recursos poderão vir do acordo de indenização da Vale, firmado com o Estado de Minas Gerais pelos danos provocados no rompimento da barragem de rejeitos de minério em Brumadinho. O governo ainda está em conversas com a empresa sobre a destinação e os valores, explica o secretário. Destaca-se que Marcato, já um ano atrás,

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Rodoanel tinha o traçado e um Orçamento de R$ 8 bilhões, que, numa afirmação delirante, segundo ele, necessitará de uma PPP, que depende de aporte de recursos públicos para se viabilizar. Isso antes mesmo de apresentar um projeto definido e avaliado. Mas traça o melhor negócio do mundo, com uma parceria em que o dinheiro vem do setor público, e o pedágio vai para a concessionária. Em contrapartida, o projeto apresentado pelos municípios resultaria em R$ 2,98 bilhões, com desapropriações e três pistas de rolagem – e não as duas que “competentemente” o Estado oferece. Os recursos que aparecem e se deduzem. Os interesses de grupos recentemente apresentados pela operação Lava Jato como responsáveis pelo maior caso de corrupção estruturada de todos os tempos no nível mundial. Com essas premissas, todo cuidado é pouco. E quanto cuidado foi despendido? Seja para que legalmente, e ainda moralmente, o processo caminhasse para ser exemplo de lisura e coerência. Desde o primeiro momento, a Seinfra escondeu a origem e os autores do projeto, como se dissesse: “é um projeto que encontramos aí”. Quem plantou o “projeto aí”? Eis a questão. Quais as premissas, os conceitos, as finalidades? Isto é muito importante porque, se você contrata uma raposa para erguer uma granja, ela olhará todas as formas de a deixar vulnerável aos seus ataques. Não faltam recursos para um bom projeto, já que a Vale castigou dezenas de municípios, Brumadinho em especial, e assumiu pagar R$ 37,6 bi, que corrigidos desde o dia da assinatura já devem se aproximar a R$ 39 bilhões. Ou seja, depois que Ulisses presenteou Troia com um cavalo cheio de gregos que a destruíram, como raposa em galinheiro, receber um presente de grego é inadmissível, injustificado e até imoral. Pois é, a inge-

Destaque da semana Sobre as obras de revitalização do Hospital Público Regional de Betim, que estão em fase de conclusão “A reforma é importante para dar melhores condições de trabalho aos servidores e proporcionar um atendimento mais humanizado à população. Essas obras eram esperadas há muitos anos.” Augusto Viana, sec. de Saúde “Hospital é um lugar aonde as pessoas chegam feridas, abatidas, tristes. É muito importante poder amenizar essa situação oferecendo o que há de melhor e mais moderno em termos de estrutura.” Marinésia Makatsuru, pres. da Ecos

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Tempo Bom Tempo bom para as

nuidade de uns e o ardil de raposa de outros fizeram com que um cavalo de Ulisses entrasse na Seinfra e a cúpula do governo “ingenuamente” não percebesse. O “Ulisses” que introduziu o cavalo no Estado, cumprida a tarefa e deixando os gregos escondidos na barriga do belo cavalo, passou a presidir o exército e foi apresentado com um discurso em muitos aspectos irreais e enfadonhos. As afirmações não se encaixavam na lógica, levantando suspeitas, como despreparo das equipes à frente dessa tarefa, apesar de uma aparente fidelidade. E boa-fé é a primeira das alternativas a ser considerada num governo que até o momento se julgava eminentemente “novo” e sem experiências, mas com boa vontade de dar resultado. Sempre muito queixoso da situação de bancarrota herdada, conseguiu suspender pagamentos de dívidas, não repassar aos municípios as parcelas constitucionais e deixar de aplicar as cotas de educação e saúde, especialmente em prejuízo de repasses aos municípios. O que acontecia antes o governo atual continuou fazendo: reter o que era necessário, imprescindível. Isto é: constitucionalmente inadmissível, pois é o único Estado da Federação que oficialmente e desabridamente reteve repasse constitucionais. Parece coisa pouca, mas não há precedente na República de apropriação de cotas garantidas aos entes municipais. Não se sobrevive apropriando-se dos recursos dos outros. Num clima de ilegalidade e de inconstitucionalidade sem precedentes, que pode ensejar intervenção no Estado, destituição do governo e nomeação de interventor, o resto que acontece é coisa “justificada”. Se acima se rasga e se defende o rasgo da lei, o que se pode pretender abaixo? É apenas o ladrão de galinhas que vai pra cadeia? Isso mesmo. Passa a ser normal, então, tolerar a mentira, o jeitinho para o bem do Estado, o prejuízo dos municípios e dos servidores, com folhas constantemente em atraso, e o nítido descompromisso com a verdade?

obras de reforma do Hospital Regional, que entraram em fase de conclusão. Vários espaços da unidade estão sendo revitalizados. Alguns deles serão entregues ainda neste ano. O pacote de intervenções recebeu um investimento de R$ 8 milhões.

Tempo bom para a população acima de 18 anos apta a tomar o reforço da vacina contra a Covid-19, que já podem receber a terceira dose. Basta se dirigir à unidade de saúde mais próxima.

Tempo bom para a iniciativa do atleta Ícaro Miguel, líder do ranking mundial no taekwondo, que lançará, no próximo mês, um instituto em Betim que leva o seu nome. Segundo ele, o objetivo é dar mais oportunidades às pessoas para o esporte. O lançamento contará com várias atividades.

Tempo Ruim Tempo ruim para a falta de diálogo por parte do governo de Minas com os prefeitos que lutam por um traçado alternativo para o Rodoanel. Nenhuma pessoa do primeiro escalão do Estado esteve presente nas duas audiências realizadas nesta semana para discutir o projeto da supervia.

Tempo ruim para a falta de estrutura técnica na audiência realizada pelo governo de Minas, na terça (23), no auditório do DER-MG, em BH, para tratar do Rodoanel. Após apenas cinco minutos de fala do primeiro participante, o prefeito Vittorio Medioli, o único microfone existente no local estragou, e o debate precisou ser cancelado.

Tempo ruim para a quarta onda do novo coronavírus em que o mundo está entrando, conforme declarou nesta semana a Organização Mundial da Saúde (OMS).


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Cidade

Mutirão do Diabetes Neste sábado (27), na UBS Vila Bemge, haverá uma ação para alertar a população betinense sobre o diabetes. Serão cem atendimentos, das 8h às 12h. É preciso preencher formulário no site da prefeitura.

REPRODUÇÃO INTERNET

Rodoanel Metropolitano

Pedágio proposto pelo Estado é 1.067% mais caro que o da 381 Projeto do governo para o Rodoanel prevê R$ 0,35 por km rodado por eixo enquanto que na rodovia Fernão Dias é R$ 0,03; concessão de 30 anos já se pagaria em 14 meses José Augusto Alves jose.augusto@otempobetim.com.br

Apesar de o governo do Estado aportar um valor de R$ 3,07 bilhões no Rodoanel Metropolitano, conforme proposto em audiências públicas, a obra, segundo apresentação da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra), terá um pedágio cobrado de R$ 0,35 por km rodado por eixo. Esse valor é 1.067% maior do que o praticado na rodovia Fernão Dias, entre Contagem e São Paulo, que tem como preço unitário R$ 0,033 por km rodado por eixo. Na BR–381, que liga Minas a São Paulo, há oito praças de pedágio, de R$ 2,30 cada. Em uma conta simples baseada na situação em que o motorista percorreria todos os 100,6 km do percurso do Rodoanel, um carro de passeio gastaria R$ 35,23 para transitar em todo o traçado. Para se ter uma ideia do valor que pode ser implantado, o mesmo condutor gasta atualmente R$ 18,40 para percorrer os 561 km da Fernão Dias entre Contagem e São Paulo. O preço do pedágio do Rodoanel, conforme apresentação da própria Seinfra, difere em 1.067% o valor cobrado na Fernão Dias. Na proposta do Estado, a expectativa é que cerca de 32 mil veículos passem pelo Rodoanel, que terão 4,3 eixos em média. Considerando que essa quantidade de veículo percorra todos os 100,65 km do Rodoanel diariamente, haveria uma receita de R$ 1,716 bilhão com pedágio anualmente. O projeto do Estado prevê que, dos R$ 5,09 bilhões do custo da obra, R$ 2,02 bilhões serão provenientes de pedágio. Ou seja, com uma arrecadação média de R$ 1,716 bilhão com cobrança, em apenas 14 meses, a concessão da obra seria quitada. Segundo especialistas, o normal em projetos desses tipos é que o retorno às concessionárias aconteça em média de oito a dez anos. A proposta de “modelagem” proporciona

um negócio de lucratividade, sem precedentes no mundo. A fórmula do Estado ainda não considera o aumento previsto de aumento de 3,67 % de veículos a cada ano, estimado para os primeiro dez anos. “Esses cálculos são simples e baseados em dados fornecidos pelo próprio Estado no projeto divulgado. No caso de o veículo de passeio percorrer toda a extensão do Rodoanel, ele pagará R$ 35,23 de pedágio, o que dá um valor unitário de R$ 0,35 por quilômetro rodado para cada eixo. Supondo que um veículo tenha quatro eixos, esse valor seria multiplicado por quatro. Então, considerando essa média de 32 mil veículos por dia fazendo todo o percurso, seriam mais de R$ 1,769 bilhão arrecadados por ano, o que quitaria o valor da concessão em apenas 14 meses. Então, o que vemos é que o projeto do jeito que foi lançado pelo Estado privilegia a concessão, e não a realização da obra”, explicou a superintendente de Projetos Públicos de Betim, a engenheira Giciele Souza. O valor unitário de R$ 0,35 por km rodado por eixo está acima do normal. Para o engenheiro Frederico Rodrigues, mestre em engenharia urbana e doutor em engenharia de transporte, esse cálculo simples possui lógica e é feito em cima da hipótese de o motorista percorrer todos os 100 km do Rodoanel. Mesmo assim, ele considera o valor acima do normal para concessões. “O valor de R$ 0,35 por quilômetro rodado para cada eixo é alto. O que é normal em concessões é cobrar até R$ 0,15 por quilômetro”, afirmou. Aporte Em setembro de 2020, o secretário da Seinfra, Fernando Marcato, declarou ao jornal “Valor Econômico” que o governo avaliava que seriam necessários R$ 8 bilhões para o Rodoanel e que o projeto dependia de um aporte de recursos do poder público para se viabilizar. Procurada pela reportagem, a Seinfra não respondeu.

EDITORIA DE ARTE / O TEMPO PO

PEDÁGIO DO RODOANEL

Segundo projeto da própria Seinfra, o valor do pedágio no Rodoanel é de R$ 0,35 por km por eixo. Já o praticado na 381, entre MG e SP, é de R$ 0,033 por km.

O projeto do Rodoanel proposto pelo Estado, cujo pedágio é para ser explorado por meio de concessão durante 30 anos, tem valor unitário 1.067% maior do que o praticado na rodovia Fernão Dias, entre Belo Horizonte e São Paulo. BR-381 (Contagem/ São Paulo)

R$ 0,033/km 561 km R$ 9,60 R$ 18,40 R$ 82,44

COMPARANDO OS DOIS VALORES Valor unitário Distância total Moto Carro Caminhão

“O valor de R$ 0,35 por quilômetro rodado para cada eixo é alto. O que é normal em concessões é cobrar até R$ 0,15 por quilômetro. O fato de o valor ser elevado pode provocar a fuga dos motoristas por rotas alternativas. As pessoas vão optar pelo próprio Anel Rodoviário, que é de graça.” Frederico Rodrigues

engenheiro e especialista em projetos de trânsito ARQUIVO O TEMPO

Diferença. Na Fernão Dias, pedágio é de R$ 0,03 por km por eixo

Rodoanel do Estado

R$ 0,35/km 100,65 km R$ 17,61 R$ 35,23 R$ 151,49

Expectativa 32 mil de tráfego veículos/dia

}

Média de eixos

} 4,3

Valor da receita R$ 1,769 do pedágio bilhão/ano

}

Em 14 meses, o valor investido pela empresa da concessão na obra (R$ 2,02 bilhões) seria retornado à empresa

Pedágio pode esvaziar corredor Na avaliação do engenheiro Frederico Rodrigues, o alto valor do pedágio que pode ser cobrado no Rodoanel poderá resultar em um esvaziamento do tráfego no corredor viário – cujo objetivo é retirar o fluxo de veículos do Anel Rodoviário de BH. “O fato de o valor ser elevado pode provocar a fuga dos motoristas por rotas alternativas. As pessoas vão optar pelo próprio Anel Rodoviário, que é de graça. A população será desestimulada, e o Rodoanel poderá se tornar apenas uma via de passagem na região metropolitana”, avaliou o especialista, que está fazendo uma análise dos números do projeto do corredor viário. Ele afirmou que a obra é necessária, mas disse que é preciso um projeto mais viá-

vel. “Um Rodoanel é uma obra necessária para a mobilidade da região metropolitana de BH. No entanto, seu traçado precisa ser em área rural e não pode se tornar uma barreira física na mancha urbana já consolidada”. Alternativo sem pedágio O projeto alternativo das prefeituras não prevê pedágio para o Rodoanel. Em audiências, prefeitos já se declararam contra a cobrança, pois o recurso da Vale pagaria toda a obra. A proposta dos municípios, além de custar R$ 2 bilhões a menos que o traçado do Estado, contempla três pistas. Na do Estado, são apenas duas faixas, e não há previsão de ampliação. Além disso, o custo com desapropriações no traçado de MG é seis vezes maior.


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CIDADE

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Rodoanel Metropolitano

Secretário falta a audiências, mas vai receber prêmio em SP Evento de premiação tem entre seus principais patrocinadores o CCR, grupo focado em vencer concessões e que manteria relações com Fernando Marcato há muito anos FERNANDO MARCATO/REPRODUÇÃO REDES SOCIAIS

Lisley Alvarenga lisley.alvarenga@otempo.com.br

A ausência do titular da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra), Fernando Marcato, nas audiências realizadas pelo governo de Minas, nesta semana, para discutir o projeto do Rodoanel, e a aparição dele, horas depois, em um evento em São Paulo revoltou autoridades dos municípios que tentam ser ouvidos pelo Estado. A presença de Marcato, gestor da pasta estadual responsável pelo Rodoanel, era muito aguardada por centenas de moradores e dezenas de prefeitos da Grande BH e do Médio Paraopeba que se reuniram nessas audiências para discutir um traçado alternativo para o corredor viário. O gestor faltou aos debates alegando “problemas de saúde”. Nessa quinta (25), Marcato publicou em suas redes sociais uma foto em que aparece com integrantes da Seinfra, entre eles, o subsecretário de Estado de Mobilidade, Gabriel Fajardo, na premiação do P3C, evento que reconhece iniciativas de contratos de concessão e Parcerias Público-Privadas (PPPs). “Estamos falando da maior obra de infraestrutura de Minas das últimas décadas que, pelo traçado proposto pelo Estado, custará R$ 5 bilhões e que gerará impactos sociais, ambientais imensuráveis. O tema precisa ser debatido por quem manda de fato. Além da ausências de pessoas-chave no processo, como a do secretário, ainda tivemos que passar por um constrangimento do cancelamento de uma das audiências porque não havia outro microfone para substituir o que não funcionava. É um total desrespeito do Estado”, disparou o secretário de Governo de Betim, Guilherme Carvalho. Para a prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), a condução das audiências pelo Estado é sinal claro da pouca valorização que o governo está dando à participação popular e às contribuições que os prefeitos têm para apresentar no traçado do Rodoanel. “Vamos denunciar ao Ministério

Público as condições em que estão sendo realizadas essas audiências, onde apenas é formalizada a participação dos prefeitos, mas sem efetividade na discussão”, disparou. Transparência em xeque A cerimônia do prêmio P3C ocorreu na quarta (24), na B3, Bolsa de Valores de São Paulo, onde também foi promovido o leilão para a administração privada do Aeroporto da Pampulha, que foi vendido em outubro pelo governo de Minas ao Grupo CCR pela outorga fixa de R$ 34 milhões. E, para a surpresa das autoridades dos municípios impactados pelo Rodoanel, o evento da P3C, em que a Seinfra foi premiada, tem entre um de seus principais financiadores o mesmo Grupo CCR, conglomerado especializado em vencer concessões de infraestrutura, transportes e serviços, e formado por empresas como Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Serveng, três das maiores empreiteiras denunciadas na Lava Jato. O CCR também é um das clientes da GO Associados, consultoria da qual Fernando Marcato foi sócio até um mês antes de assumir a Seinfra no lugar do exsecretário da pasta, Marco Aurélio Barcelos. Não bastasse ser patrocinada pelo CCR, que mantém relações com Marcato, a premiação P3C recebe o apoio da Infracast, um podcast fundado e apresentado por Isadora Cohen, mulher de Fernando Marcato. O podcast também

Cerimônia. Fernando Marcato, titular da Seinfra, e Gabriel Fajardo, subsecretário da pasta, receberam prêmio na P3C nesta quarta-feira (24)

tem coordenação executiva de Gabriel Fajardo, subsecretário da Seinfra, que participou da premiação ao lado de Fernando Marcato. Além disso, Isadora Cohen é co-coordenadora do Grupo de Estudos em PPPs, Concessões e Privatizações, na Faculdade de Direito da Fundação Getulio Vargas de São Paulo, e encabeça outra entidade que apoiou a premiação P3C: o InfraWomen Brazil, grupo sem fins lucrativos dedicado à promoção e ao incentivo da presença de mulheres no setor de infraestrutura e que tem como diretora-presidente a esposa de Marcato. P3C/REPRODUÇÃO

Posicionamentos de MG

Citados na arte respondem

8 A Seinfra disse que o prêmio recebido

8 A ABCR disse que não participa de proje-

por Marcato foi concedido ao Estado e que ele estará em SP até início de dezembro “por motivo de tratamento oncológico”, não estando autorizado a pegar voos.

8 O governo de Minas disse que a Systra

foi a empresa escolhida para a consultoria do projeto do Rodoanel a partir do processo seletivo e dos critérios estabelecidos pelo MBC. Sobre o fato de o secretário da Seinfra ter sido sócio da GO Associados, a secretaria informou que o gestor deixou de ser sócio da entidade antes de assumir o cargo público, seguindo todas as normativas legais e de integridade.

8 Com relação à saída de Marco Aurélio

Barcelos da Seinfra para a ABCR, a secretaria declarou que ela seguiu os procedimentos de quarentena e integridade.

tos de concessões de rodovias e que não teve qualquer participação na elaboração dos estudos do Rodoanel.

8 Marco Aurélio Barcelos declarou que o

acordo de cooperação feito entre Seinfra e MBC foi feito com base na Lei Federal nº 13.019, de 2014, e que teve a chancela da Advocacia Geral do Estado de Minas.

8 A GO informou que faz exame rigoroso

de conflito antes de prestar qualquer serviço e segue estritamente seu Código de Ética e Conduta: “Esse é parte integrante de programa de compliance, que contém práticas das políticas corporativas de integridade”.

8 As outras entidades e empresas citadas

nesta série de reportagens foram procuradas, mas não se pronunciaram.

Ex-subsecretária da Seinfra atua na B3 A proximidade entre integrantes do governo estadual e empresas ligadas a leilões e concessões não para por aí. Após fazer parte por dois anos do quadro da Seinfra e de participar do projeto de concessões do governo de Minas, a advogada Mônica Salles Lanna hoje atua como gerente na B3. Relações. Site do prêmio aponta CCR como uma das patrocinadoras

Mônica foi coordenadora de Concessões e Parcerias da Seinfra e subsecretária de Transportes e Mobilidade do Estado entre março de 2019 e abril de 2021, período que coincide com a divulgação do projeto do Rodoanel. Quando era subsecretária da Seinfra, Mônica conduziu cinco audiências públicas so-

bre o corredor viário. Ela deixou o Estado em abril deste ano para assumir, no mesmo mês, como gerente de Processos Licitatórios da B3. No seu lugar, quem assumiu o posto foi Gabriel Fajardo, subsecretário que recebeu o Prêmio P3C com Fernando Marcato. (José Augusto Alves)


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Rodoanel Metropolitano

TRAMAS POR TRÁS DO RODOANEL

EDITORIA DE ARTE / O TEMPO

Entenda como servidores e executivos de grandes empresas podem estar determinado o futuro das concessões em Minas, inclusive do rodoanel, sem que haja uma verdadeira transparência nas decisões do Estado.

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A GO Associados, que teve Marcato como sócio até um mês antes de se tornar secretário de Estado, conforme consta em seu Linkedin, presta serviços para a CCR

É subsidiária da RATP.

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Fernando Marcato

Sócia do Grupo CCR em várias concessões

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O advogado Fernando Marcato, titular da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, desde agosto de 2020, foi sócio da GO Associados (Gesner Oliveira Associados)

Marco Aurélio Barcelos

O também advogado Marco Aurélio Barcelos foi secretário da Seinfra até julho de 2020 e, após sua saída, indicou Fernando Marcato para seu lugar. Dois meses depois, ele passou a ser presidente da ABCR

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A CCR é um conglomerado especializado em vencer concessões de infraestrutura, transportes e serviços formado por empresas como a Andrade Gutierrez, a Camargo Corrêa e a Serveng

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A ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias) representa empresas interessadas na concessão do Rodoanel. Ela também manteve relações com o Movimento Brasil Competitivo (MBC), que firmou um acordo de cooperação com o governo de Minas para viabilizar estudos do Rodoanel Metropolitano.

TRÊS DAS PRINCIPAIS CONSTRUTORAS ENVOLVIDAS NA OPERAÇÃO LAVA JATO

6 O MOVIMENTO BRASIL COMPETITIVO Contratou a consultoria Systra, especializada em prestar serviços de engenharia sob encomendas, para fazer o projeto do Rodoanel.


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Rodoanel Metropolitano

Estado é acionado na Justiça por suposta fraude em projeto Município alega que proposta analisada pela Seinfra não é a mesma enviada pelos prefeitos e pediu ao Ministério Público perícia nas análises feitas pelo governo de MG Daniele Marzano

daniele.marzano@otempobetim.com.br

A Procuradoria Geral de Betim, na região metropolitana, apresentou uma notícia-crime contra o titular da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra), Fernando Marcato, solicitando ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) que faça uma perícia das análises realizadas pelo governo de Minas do projeto do Rodoanel alternativo apresentado por municípios da Grande BH que não concordam com o traçado proposto pelo Estado. Segundo o procurador geral de Betim, Bruno Cypriano, está sendo aberto um pedido de investigação porque a análise feita pela Systra, empresa remunerada pela iniciativa privada e que, segundo o governo do Estado, teria sido contratada pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC) para elaborar estudos do projeto do Rodoanel, foi realizada sobre um traçado que não condiz com o apresentado pelas prefeituras envolvidas. “A análise do Estado não foi apresentada tempestivamente aos municípios. Somente após seis meses de muita pressão, o governo disponibilizou o arquivo, quando notamos que o traçado alternativo foi fraudado, alterando rotas e passando por locais que gerariam interferências inconcebíveis. Queremos que isso seja apurado e que o verdadeiro projeto dos municípios seja analisado pelo Estado, porque temos plena convicção de que ele é o melhor para a população”, disse Bruno Cypriano, procurador geral de Betim, município que lidera o movimento de prefeitos na luta pelo traçado alternativo, que, segundo eles, é mais eficiente e econômico. Par o secretário de Ordenamento Territorial e Habitação de Betim, Marco Túlio Freitas, o Estado cria de todas as formas situações para confundir o cidadão e ganhar tempo para conseguir alcançar seu objetivo, que é o de implementar o projeto do traçado viário proposto pelo governo estadual. “Estão agindo de má-fé. Isso só mostra, mais uma vez, que

o Estado não quer, de fato, qualquer tipo de discussão sobre o Rodoanel. O intuito deles é implementar a proposta do traçado do Estado e ponto final”, disparou. Notícia de fato Esta é a segunda manifestação protocolada pelo município de Betim no Ministério Público solicitando a atuação do órgão em relação ao projeto de construção do Rodoanel Metropolitano. Na última sexta, a Procuradoria protocolou uma notícia de fato no Grupo Especial de Promotores de Justiça de Defesa de Probidade Administrativa e do Patrimônio Público de Minas Gerais, pedindo que o MP estadual fiscalize e tome as medidas cabíveis contra os indícios de fraude no acordo de cooperação firmado pelo governo de Minas com o Movimento Brasil Competitivo (MBC) para a realização dos estudos de implementação do Rodoanel. O Centro de Apoio Operacional de Defesa do Patrimônio Público (Caopp), do qual o Grupo Especial de Promotores de Justiça de Defesa da Probidade Administrativa faz parte, informou que está analisando o teor da notícia de fato: “Os fatos serão remetidos para o órgão com atribuição para eventual investigação”, informou. (Com Lisley Alvarenga)

Seinfra: traçado pode ser mudado por concessionário A Seinfra esclareceu que o projeto alternativo para o Rodoanel apresentado por Betim, em março, foi alvo de estudos complementares e que a proposta adentrava intensamente a APA Vargem das Flores. “Houve alteração do traçado pela prefeitura, enviada para a Seinfra em 5 de novembro e que está em análise”, diz em nota. O texto cita que “o traçado do Rodoanel será detalhado em nível de projeto executi-

vo, podendo ser alterado quando do aprofundamento dos estudos pelo futuro concessionário”. A pasta informou que, em 8 de novembro, enviou à prefeitura um ofício requerendo reunião, mas que não obteve retorno. A prefeitura disse que, em resposta, notificou extrajudicialmente o titular da Seinfra, Fernando Marcato, pedindo que ele adequasse as demandas. (DM e LA)

Documento. Procurador-geral Bruno Cypriano assinou notícia-crime

‘Traçado não importa’, afirma Zema A definição do traçado que será adotado para a construção do Rodoanel Metropolitano, maior investimento da região metropolitana dos últimos 50 anos, foi tema de entrevista na quarta-feira (24) com o governador de Minas, Romeu Zema (Novo). Ontem, ao ser questionado sobre se está disposto a rever o traçado do Rodoanel feito pelo Estado e sobre sua postura a respeito das reivindicações dos municípios en-

volvidos, que querem que seja implementado um projeto alternativo, segundo eles, com menos impactos social e ambiental e com um custo menor, Zema declarou que o “traçado não importa” e que o ele quer é “agilidade na obra para que possamos salvar vidas”, referindo-se aos constantes acidentes no Anel. “O que queremos é que o Rodoanel seja definido rapidamente, porque, na semana passada, inclusive, nós tive-

mos um acidente (no Anel) que custou quatro vidas. Enquanto se fica discutindo, como ocorre com o Rodoanel durante décadas, o que eu quero é que ela (a obra) seja iniciada e concluída rapidamente. Para mim, traçado não importa. O que eu quero é agilidade”, salientou. Relações suspeitas Sobre o suposto envolvimento do titular da Seinfra, Fernando Marcato, com empresas e entidades ligadas ao

desenvolvimento do projeto do Rodoanel do Estado, Zema disse que achou “totalmente infundado”. “O secretário nem sabia, quando trabalhava nas empresas, quem seria governador de Minas. Quando eu me elegi, nem veio trabalhar conosco. O que parecer haver aí são conexões aleatórias que não querem dizer nada”, afirmou o governador de Minas. (Pedro Augusto Figueiredo/LA)


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Rodoanel Metropolitano

ALMG convoca Estado para audiência sobre o Rodoanel Presidente Agostinho Patrus disse que o Legislativo vai ouvir todos os envolvidos no projeto; debate da Seinfra de terça (23) foi cancelado por falta de estrutura técnica José Augusto Alves jose.augusto@otempobetim.com.br

O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Agostinho Patrus (PV), convocou, para esta sexta-feira (26), às 9h, representantes do governo do Estado para uma audiência pública pra discutir o projeto do Rodoanel Metropolitano. A decisão foi tomada após as falhas no debate promovido na terça-feira (23) pela Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra), que cancelou a discussão por falta de estrutura – o único microfone disponibilizado para o evento não funcionou. O objetivo é tentar resolver o impasse entre a proposta de traçado do Estado – que corta cidades ao meio – e o projeto alternativo dos municípios,

R$ 2 bilhões mais barato e que causa menos impactos social, ambiental e econômico. Estão convocados para a audiência, que será presidida pelo presidente da ALMG, o secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, Fernando Marcato, o subsecretário de Obras e Infraestrutura, Breno Longobucco, o subsecretário de Transportes e Mobilidade, Gabriel Fajardo, e o diretor-geral do DER-MG, Robson Paes. “Diante do impasse a que

estamos assistindo entre parte do governo do Estado, por meio da Seinfra, e os prefeitos e a sociedade civil em relação ao Rodoanel, além desses problemas técnicos que estão acontecendo nas audiências públicas, nada mais justo do que a Assembleia trazer essa discussão, chamar esse debate. Convocamos essa audiência para que possamos buscar um entendimento para que o Rodoanel realmente consiga beneficiar a região metropolita-

na. Vamos fazer a intermediação dessa discussão para que o projeto atenda a população, não cause danos ambientais e não prejudique famílias e milhares de pessoas que já têm suas casas e que podem ser afetadas por esse traçado proposto”, disse. Na terça-feira (23), no auditório do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem (DER-MG), onde a Seinfra realizava a audiência, nem todas as pessoas conseguiram entrar.

Além disso, houve problemas técnicos no equipamento de som. O debate foi encerrado cerca de 30 minutos após o início porque o único microfone disponível parou de funcionar quando o prefeito de Betim, Vittorio Medioli, estava em sua fala. Tanto Medioli quanto a plateia cobraram da Seinfra a resolução do problema, mas a secretaria resolver cancelar a audiência. Com isso, outros prefeitos e a população não expuseram suas considerações. RONALDO SILVEIRA

Posicionamento 8 Resposta. Em nota, a Sein-

fra declarou que “todos os cuidados com a verificação do espaço utilizado para a audiência, bem como dos equipamentos, foram tomados”, mas que normas foram descumpridas. A secretaria disse que o debate será retomado nesta sextafeira (26), às 13h, no auditório da Cidade Administrativa.

8 Convocação. Sobre o deba-

te no Legislativo, “a Seinfra avalia de forma positiva a convocação de audiência pela ALMG e irá participar da reunião para esclarecer quaisquer dúvidas que possam surgir”.

Indignação. Prefeitos e moradores das cidades afetadas se revoltaram com audiência cancelada pela Seinfra por falta de estrutura técnica SARAH TORRES/ALMG

Problemas em debates da Seinfra são constantes

“Vamos intermediar a discussão para que o projeto atenda a população, não cause danos e não prejudique famílias e milhares de pessoas.”

O problema técnico que levou ao cancelamento da audiência pública da Seinfra na terça (23) não foi o primeiro durante a discussão sobre o Rodoanel. “Não é a primeira vez que isso ocorre. Em Contagem, também foi cancelada uma audiência pública pelo mesmo motivo. Acho que isso é o sinal claro da pouca valorização que o governo está dando à participação popular e às con-

Agostinho Patrus Presidente da ALMG Agostinho diz que impasse do Rodoanel precisa ser solucionado

tribuições que os prefeitos têm para apresentar. Hoje (terça), o microfone não funcionou, e eu nem tive o direito à fala. Nós vamos denunciar ao Ministério Público as condições em que estão sendo realizadas essas audiências, onde apenas é formalizada a participação dos prefeitos, mas sem efetividade na discussão”, afirmou a prefeita de Contagem, Marília Campos (PT). (JAA)

Revolta de prefeitos e também da população O prefeito de Betim, Vittorio Medioli, estava se manifestando quando o microfone começou a falhar. Ele tentou continuar, mas não conseguiu por causa do problema técnico. Medioli criticou a estrutura montada para o debate de ontem. “É um lugar inadequado, sem ventilação, com equipamento ruim, um microfone apenas, e com defeito. É um absurdo. Isso mostra a realidade de como esse processo está sendo conduzido”, disse (veja mais ao lado). Quem conseguiu entrar no auditório do DER–MG para a audiência pública da Seinfra ontem ficou revoltado com a falta de estrutura que levou ao cancelamento do debate. “Essa audiência foi lamentável: como o som tem problema? E não é a primeira vez. Houve essa situação também em um debate virtual no primeiro semestre. Demonstra o descaso do governo em fazer as audiências, que é o único momento em que a população tem para se manifestar”, revoltou-se a representante do Movimento SOS Vargem das Flores Cristina Oliveira. A professora Adriana Souza é outra participante que ficou indignada com a situação. “Sinceramente, como o governo quer tocar uma obra complexa como essa se não tem capacidade de fazer uma audiência para garantir a participação popular? Há mais de 80 coletivos que contestam o traçado proposto, pelos impactos social, ambiental, e a gente não consegue ter voz nessas discussões”, reclamou a moradora. (JAA)


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Rodoanel Metropolitano

Deputados se unem para criar frente do Rodoanel na ALMG Pedido já foi feito por 13 parlamentares, e trabalhos devem ser iniciados ainda nesta semana; após pressão de cidades impactadas, grupo pode pedir adiamento de edital CRISTIANE MATTOS / O TEMPO/ARQUIVO

Franco Malheiro Especial para O Tempo Betim Treze deputados protocolaram na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) a criação de uma frente parlamentar para discutir o projeto do Rodoanel Metropolitano, que tem sido alvo de debates entre o governo estadual e as diversas cidades impactadas pelo traçado proposto pelo Estado – mais de dez municípios da Grande BH e da região do Médio Paraopeba que são contrários ao desenho feito pelo Estado, por ele impactar essas cidades, se uniram em torno de um projeto alternativo, elaborado pela Prefeitura de Betim. A iniciativa da criação da frente é do deputado Virgílio Guimarães (PT). Assinam também o documento os deputados Duarte Bechir (PSD), Mário Henrique Caixa (PV), Mauro Tramonte (Republicanos), Celinho Sintrocel (PCdoB), João Vítor Xavier (Cidadania), Zé Reis (Podemos), Zé Guilherme (PP), Professor Irineu (PSL), Carlos Henrique (Republicanos), Osvaldo Lopes (PSD), Professor Cleiton (PSB) e Dalmo Ribeiro (PSDB). À reportagem, o deputado Virgílio Guimarães disse que o objetivo principal da frente será ajudar a encontrar um ponto de resolução para o impasse entre o governo e os municípios e as entidades que são contra o projeto do Executivo estadual. “A ideia é buscar solução, ajustes no projeto”, afirmou o deputado, que não descarta pedir adiamento do edital de licitação da obra, marcado para dezembro, caso governo e cidades não cheguem a um consenso. “Vamos trabalhar no tempo que existe. Se for preciso mudar o prazo do edital, a gente pede. Mas o objetivo da frente é encontrar um caminho de resolução”, destacou o deputado. O parlamentar salientou que a logística e a mobilidade devem estar em equilíbrio com a preservação do meio ambiente, do patrimônio histórico e, sobretudo, com o cuidado com a vida das pessoas: “Nada pode ser mais

Iniciativa. Deputado Virgílio Guimarães, que decidiu criar a frente, disse que ideia é buscar solução para o impasse entre o Estado e municípios que lutam por novo Rodoanel

visto fora da ideia da sustentabilidade, do desenvolvimento equilibrado com a natureza, com o patrimônio histórico e com as demais áreas afetadas, sobretudo com a vida, o conforto, a segurança e a saúde das pessoas”. A opinião vai ao encontro do que argumenta o movimento de prefeituras e associações por um Rodoanel alternativo: o traçado proposto pelas cidades criaria um eixo viário que circularia os centros urbanos e a Área de Proteção Ambiental (APA) Vargem das Flores, entre Contagem e Betim, em vez de adentrar esses espaços, gerando menos impacto social e ambiental. Além de ser mais eficiente, segundo os prefeitos, o projeto alternativo custa R$ 2 bilhões a menos que o proposto pelo Estado. O deputado Mauro Tramonte, também signatário do requerimento, destaca o papel do Legislativo nessa discussão: “A Assembleia não pode ficar fora disso. É

uma coisa muito grande, vai passar em várias cidades. Vamos ver como nós, deputados, podemos contribuir”. Para Tramonte, a mudança no projeto do governo é necessária, e, por isso, ele defende que se escutem os prefeitos. “Não somos contra o Rodoanel, mas queremos ficar à disposição para uma interlocução com o governo”. O requerimento segue aberto para a adesão de outros deputados. Virgílio Guimarães acredita que ainda, nesta semana, os trabalhos da frente já tenham início.

Kalil: ‘Fingem estar democratizando’ “Estou horrorizado com o que houve”. A opinião é do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), sobre a audiência pública que o governo de Minas realizou ontem, na Cidade Administrativa, para discutir o traçado do Rodoanel. O gestor criticou a ausência de pessoaschave, com poder de decisão, no evento que deveria debater o maior investimento da região metropolitana

de Belo Horizonte nos últimos 50 anos. “Enquanto for tratar-se de um assunto de R$ 5 bilhões com o segundo escalão, que é importante no processo, mas não decisório, não vamos resolver nada. Precisamos fazer reunião de trabalho com os prefeitos”, disse à reportagem por telefone, na noite de ontem. Além de Kalil, a audiência contou com a presença do prefeito de BeALEXANDRE MOTA / O TEMPO

Pode-se adiar? Sem resposta. A reportagem perguntou ao governo de Minas Gerais se há a possibilidade de o lançamento do edital para a licitação da obra, marcado para dezembro, ser adiado, mas não obteve retorno.

Audiência. Gestor criticou a ausência de pessoas-chave do Estado

tim, Vittorio Medioli (sem partido), e de secretários de municípios impactados pelo Rodoanel. “É fingir que está democratizando um assunto tão grave. Foi um blá-blá-blá. Na hora em que um prefeito toma a palavra, querem dar 20 minutos. Ele tem que ter é uma eternidade (para falar)”. “Porque esse assunto está sendo tratado em primeiro escalão com empresários, e interessados e o poder público não estão participando, só o empresariado. Quer dizer, estão fazendo uma licitação misturando obra com concessão”, disse Kalil. Ele não falou na audiência na segunda-feira (22), já que concedeu os 20 minutos a que teria direito para que Medioli completasse sua apresentação. (LA)


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Rodoanel Metropolitano FRED MAGNO/ARQUIVO

MINIENTREVISTA

‘O Rodoanel do Estado é um Cavalo de Troia’

G

Vittorio Medioli Prefeito de Betim (sem partido), que lidera movimento de municípios contra traçado do Rodoanel feito pelo Estad

Em entrevista ao O Tempo Betim, o prefeito de Betim, Vittorio Medioli (sem partido), classificou como “desgastante” a recorrência de problemas em audiências realizadas pelo governo de Minas para discutir o traçado do Rodoanel Metropolitano e comparou a proposta estadual para o corredor viário a um “presente de grego”. Vittorio, é importante explicar sobre a proposta alternativa do Rodoanel feita pelos municípios porque tem gente que fala que as prefeituras estão defendendo os próprios interesses. A nossa proposta é consolidada, todos os municípios estão de acordo. O Rodoanel é um conjunto de mobilidade da região metropolitana. Mas o projeto (do Estado) foi montado, doado por concessionárias. Na verdade, por uma empresa contratada pelas concessionárias. Aí você coloca dentro o interesse de fazer um supernegócio, extremamente rentável, uma concessão pública de uma obra que ainda não existe... Os consultores que estão lá dentro são cedidos pelas próprias concessionárias. É um Cavalo de Troia enfiado no Estado. É realmente um projeto perverso, que desrespeita a integridade dos municípios, passa no meio de vários bairros, destrambelha todo o sistema de transporte público, de drenagem, de esgoto, todas as ligações. O Rodoanel não é uma via aberta, é uma via cercada de um lado e de outro, onde passam veículos. O trajeto proposto pelo Estado não resolve o problema da mobilidade na região metropolitana. No caso de Betim, recebemos a BR–262, vinda do Oeste, e a 381, do Sul. O volume de cargas que chegam é enorme. O projeto, em vez de captar esses afluentes de trânsito, coloca o traçado no meio de Betim, corta a cidade ao meio. O traçado do Estado passa ali, em bairros mais populosos, demolindo milhares de casas. Na terça, a última audiência, a mais importante de todas, foi cancelada, prefeito? Pois é, como sempre, problemas técnicos na transmissão de uma reunião organizada pelo Estado. Não tem uma em que não aconteça isso.

“Os prefeitos querem ser ouvidos para que o Rodoanel não seja um retrocesso.”

Depois de cinco minutos de fala, começou a falhar o microfone. Falaram que só tinha um microfone. A meu ver, já foi engatilhado para me cortar. A última audiência, a mais importante de todas, que consolidaria as demais, num ambiente não arejado, onde não cabem 200 pessoas, e muita gente ficando do lado de fora. Toda audiência pública tem problema de transmissão. Vamos abrir uma queixa-crime. É uma vergonha. A verba (para a obra do Rodoanel) vem da Vale. Se a Vale que vai construir, para que cobrar pedágio, como prevê o projeto do Estado? Todo esse projeto do Rodoanel agora aparece claramente. Foi montado exatamente pelas concessionárias. E, quando se fala em concessionárias, tem várias empresas envolvidas na Lava Jato. Destruir o Brasil como destruiu esse pessoal realmente compensa. O Fernando Marcato (titular da Secretaria de Estado de Mobilidade e Infraestrutura), dois meses após entrar na secretaria, já alardeou que o projeto do Rodoanel custaria R$ 8 bilhões, em entrevista ao jornal “Valor”. E, disse que, para viabilizar essa concessão, seria necessário um grande aporte de dinheiro público. Agora, no Rodoanel que nós desenvolvemos, chegamos a quantificar R$ 3 bilhões, mesmo sendo mais longo e tendo três pistas. Todos os valores unitários aplicados na obra são os máximos da Seinfra. Então, já tem um desvio nisso porque o projeto do Rodoanel tem duas pistas de cada lado. Nós prevemos três. Porque, se fizerem duas, não se dá conta de absorver todo o trânsito nem no primeiro dia. A lógica dessas grandes empreiteiras é fazer o primeiro andar; depois, o segundo e, depois, o terceiro. É um sistema muito sofisticado de colocar o Cavalo de Troia e, depois, fazer a festa. É vender dificuldade para vender facilidade, não é? Ninguém em Betim foi abordado para explicar o impacto que vai ter em toda a região demolindo uns 20 bairros. Pense: você mora em um bairro, com uma unidade de saúde e escola, e ele será dividido ao meio. Após esse Rodoanel (do Estado), a pessoa não vai conseguir atravessar a rua. Eles preveem apenas

duas transposições em 17 km. Betim não vai poder sobreviver com apenas duas transposições. O que pode acontecer? Que a pessoa, para ir da casa dela até a casa da mãe, a 200 m de distância, dê uma volta de 10 km para chegar ao outro lado. Que estudo fizeram do impacto no trânsito de Betim? Teremos que refazer toda a rede de drenagem, de esgoto, de água, de fibras óticas... O impacto é devastador. Todo o nosso sistema viário vai ser completamente interrompido. São centenas de interferências previstas. A população não entendeu ainda porque não mostraram para ela. As imagens que apresentam são pequenas, embaçadas, inclusive algumas erradas. Esses erros são propositais. Não há transparência. Não deram resposta ao nosso projeto. E deixaram de considerar as obras complementares. A entrada da Assembleia Legislativa nessa luta pode ajudar? A Assembleia, até o momento, foi muito tímida. Teve uma audiência pública virtual: eu deveria falar em nome do município. Mas meu microfone foi cortado. A recorrência inibindo a possibilidade de fala é praticamente em todas as audiências do Estado. Deve ter alguém torcendo para isso. Hoje foi escandaloso. Não imaginava tamanha ousadia em se organizar uma audiência desse tamanho, em local impróprio, cabendo apenas 200 pessoas, com uma aparelhagem de som ridícula. Acho que o governador deveria despertar (para isso). Não pode ficar aí assistindo a uma coisa como essa. Acredito que ele está sendo enganado. Esse projeto que vocês fizeram prevê alguma desapropriação? Sim, mas em áreas rurais. Na área urbana, em Betim, o metro quadrado varia: R$ 200, R$ 300. Numa área rural, os valores vão de R$ 20 a R$ 30 o metro quadrado. Uma diferença absurda. E por que interferir na vida dessas pessoas (na área urbana)? Se já tem um equilíbrio social, o bairro, as pessoas escolheram morar perto da família, tem toda uma lógica que funciona, sem atrapalhar ninguém. Fazem um projeto que corta uma região habitacional tão povoada. Esse pessoal perdeu a noção das coisas. Só pensa no dinheiro públi-

“Nós já entramos com uma representação no Ministério Público. Não podemos deixar o projeto como está.” co, em gerar uma obra que não resolve um problema, e, sim, cria quatro. E o dinheiro que teremos que gastar depois para amenizar o impacto desse projeto é absurdo. Em vez de olhar por obras que gerem aumento da produção, aumento de áreas habitacionais, vão é precarizar ainda mais. Como fica daqui pra frente? Não sei, porque o Estado é que dá as cartas. Após pressão das cidades, eles colocaram na internet. Baixamos e confrontamos com o traçado que enviamos para o Estado. Identificamos uma fraude. Nosso traçado vai para a direita, e botam para a esquerda, para interferir em bairros, em uma escola. É tudo muito confuso. Não se esperava, na realidade, desse governo a experiência que ele não tem, mas determinados princípios, como convocar os prefeitos para conversar. A maior obra de todos os tempos da região metropolitana tratada assim? Não tem uma posição oficial do Estado. Chamem os prefeitos e expliquem o que estão fazendo. O que Betim vai fazer daqui pra frente? Nós já representamos no Ministério Público. Não podemos deixar do jeito que está. Precisamos de obras de mobilidade. A região metropolitana de BH é a mais abandonada de todas dos 27 Estados que temos no Brasil. Os projetos são de 30 anos atrás. Hoje, os gargalos são vergonhosos. É desgastante. Deveria haver uma comissão política de tudo isso. E não há. Não se trata um assunto sério desse tamanho dessa maneira. Bom que o governo assuma, em primeira pessoa, essa negociação. Porque os prefeitos querem ser atendidos para que realmente esse Rodoanel represente um avanço, não um retrocesso.


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Melhorias. Com R$ 8 mi investidos, vários espaços da unidade estão sendo revitalizados

Obras no Regional entram em fase de conclusão Setor de nutrição é ampliado e modernizado José Augusto Alves

jose.augusto@otempobetim.com.br

A obra de reforma do Hospital Regional de Betim está em fase final. O espaço recebe, desde 2019, um novo pacote de intervenções que visa elevar a qualidade do atendimento aos pacientes, além de proporcionar melhores condições aos trabalhadores. São cerca de R$ 8 milhões investidos.

Uma das obras é a da fachada, que está sendo revitalizada com o objetivo de promover melhores condições térmicas e acústicas no prédio. Com isso, granito e uma textura especial agora fazem parte da fachada. O novo revestimento garante melhor resposta às condições ambientais (de temperatura e ruídos) e dá à unidade uma estética mais contemporânea, integrando-a visualmente ao Centro Materno-infantil. Além disso, foram instalados materiais funcionam como um quebra-sol, diminuindo a incidência de luz solar nos ambientes e amenizando o calor. Outro espaço que está em melhorias é o Setor de Nutrição Dietética (SND), que teve

a área ampliada para 100m². Além disso, todo o espaço foi reformulado e modernizado. As adequações incluem a troca do sistema exaustor por um mais moderno e eficiente e a substituição das instalações elétricas e hidráulicas, dos azulejos de parede e do piso. Foram instaladas ainda novas bancadas em inox e um novo sistema de combate a incêndio. No local, serão preparadas refeições para funcionários, pacientes e acompanhantes. Mensalmente, são cerca de 68 mil refeições servidas (almoço e jantar) e mais de 90 mil lanches. “A ampliação desse espaço da cozinha vai permitir que todas as refeições sejam preparadas na própria unida-

de. Hoje, por causa das obras, elas são feitas em outro espaço e transportadas para o hospital dentro de todas as normas sanitárias. Com o fim das obras, previsto para este ano, a alimentação será feita no hospital, e os funcionários poderão se alimentar no refeitório servindo a sua própria re-

feição”, destacou a diretora do Regional, Flávia Franco. “As obras melhoraram as condições de trabalho dos colaboradores, que, agora, passam a contar com um espaço mais amplo, confortável e adequado. Além disso, há a diminuição de riscos sanitários”, completou.

Além disso, o espaço onde funcionava a hemodiálise (que foi para o antigo Betim Shopping) também está sendo reformado para abrigar novos leitos de UTI para atender pacientes com Covid. Isso permitirá que o Centro MaternoInfantil seja destinado para a sua finalidade. GUGA RIBEIRO/ PMB

Modernização. Setor de Nutrição Dietética foi todo revitalizado, com ampliação e novos equipamentos

Retomada da visitação As visitas aos pacientes do Hospital Regional foram retomadas de maneira parcial. A autorização acontece devido ao avanço da vacinação contra a Covid e à redução de novos casos da doença. No entanto, normas ainda deverão ser seguidas. Cada paciente poderá receber apenas uma pessoa por dia e em um período de 20 minutos. Durante todo o tempo de permanência, obrigato-

riamente, os visitantes deverão usar máscara, respeitar o distanciamento de 1,5 m entre as pessoas e higienizar as mãos. Os pacientes que estiverem com acompanhantes não poderão receber visitas. Para entrar no hospital, os visitantes deverão apresentar o comprovante de vacinação contra a Covid-19 com o ciclo vacinal completo, ou seja, deverão ter recebido as duas do-

ses da vacina ou a dose única. “Mesmo mantendo os cuidados por causa da pandemia, autorizamos o retorno das visitas, de forma parcial, porque há pacientes que não podem ter acompanhantes, pois é muito importante para todos, traz mais conforto”, disse a diretora Flávia Franco. Os horários de visitação de cada ala do hospital você confere no site de O Tempo Betim.


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Saúde. Entidade recebeu verba, mas não teria remunerado equipe dos Cecovids

Prefeitura declara inidoneidade do IBDS RONALDO SILVEIRA

Instituto não pode agora firmar parcerias Lisley Alvarenga lisley.alvarenga@otempo.com.br

A Prefeitura de Betim publicou na sexta (19) passada, no “Órgão Oficial”, um documento de declaração de inidoneidade do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Social (IBDSocial), que impede a instituição de participar de qualquer chamamento público ou celebrar parceria ou contrato com órgãos e entidades das esferas de governo federal, estadual e municipal. As medidas punitivas foram impostas após trabalhadores – em suma maioria, médicos – que foram contratados pelo IBDSocial para atuarem na linha de frente do Hospital de

Campanha (Cecovid-2) e do Centro de Cuidados Intensivos (Cecovid-4), destinados exclusivamente ao tratamento de pacientes diagnosticados com Covid no município, terem denunciado atraso no pagamento dos salários. O instituto foi o responsável por administrar as duas unidades, que foram desativadas diante do avanço da vacinação contra a doença e da redução do número de casos do novo coronavírus na cidade. Conforme a publicação, a sanção vai perdurar “enquanto não forem sanadas as razões apuradas” e até que haja a “regularização do pagamento aos profissionais contratados no âmbito da parceria junto ao município de Betim”. De acordo com o procurador-geral de Betim, Bruno Cypriano, a prefeitura, além de ter emitido a declaração de inidoneidade, denunciou os problemas envolvendo o IBDSocial ao Ministério Público Federal e ao Ministério Público de Minas Gerais e às polícias Fede-

Pandemia. IBDSocial foi responsável por gerenciar Cecovid-2 e Cecovid-4, que já foram desativados

ral e Civil. “É importante frisar que o município já repassou em tempo todos os recursos devidos do contrato firmado com a entidade, inclusive os relativos à quitação dos salários dos profissionais, e aguarda receber alguns recursos devidos do

IBDSocial para o município. Por isso, não pode, legalmente, repetir esses pagamentos”. Rescisão em Divinópolis Em outubro, a Prefeitura de Divinópolis rescindiu contrato de gestão da Unidade de Pronto-

Atendimento (UPA) Padre Roberto, que fica na cidade, com o IBDS. A decisão teve como base relatório emitido em um Processo Administrativo Disciplinar aberto na prefeitura, que apontou irregularidades na prestação de contas do contrato.

Prestação de contas está em análise Secretário de Saúde de Betim, Augusto Viana salientou que o município é sensível à situação dos trabalhadores e espera que, em um curto período, a entidade regularize sua obrigação de efetuar o pagamento do salário aos trabalhadores do IBDS. “O município findou o termo de contrato com o IBDS no dia 21 de setembro, com todas as obrigações contratuais e financeiras sendo repassadas à entidade. Assim que tomamos ciência dos problemas, abrimos um Processo Administrativo (PA) e iniciamos a análise da prestação de contas do convênio. Aguardamos o resultado dessa análise para tomarmos as medidas cabíveis”, destaca o secretário. Posicionamento Até o fechamento desta edição, na quinta (25), a reportagem de O Tempo Betim não tinha conseguido fazer contato com o IBDSocial por meio do telefone que consta no site oficial da entidade. (LA)


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RONALDO SILVEIRA

Mercado. Empresas mineiras buscam saídas em novas ideias

Inovação é pauta em evento empresarial

Causa animal. Domingos Sobrinho é o fundador do Brichó dos Bichos

PREFEITURA DE BETIM/DIVULGAÇÃO

Encontro em Betim ocorre até esta sexta (24) Suellen Emerick suellen.silva@otempo.com.br Uma pesquisa recente, da ACE Cortex, publicada em novembro, na revista “Exame”, mostra que a inovação é prioridade para 85% das empresas, mas que somente 36% delas estão prontas para desenvolver novas ideias. Atentos a esse cenário, mais de 500 empresários da região metropolitana de Belo Horizonte, participam da 3ª Semana da Inovação Em-

presarial. As atividades, que são gratuitas, vão até esta sexta (26), no Centro Administrativo João Paulo II. O evento é realizado pela Secretaria Adjunta de Desenvolvimento Econômico (Seadec), por meio do programa Inova Bem Betim. A agenda dos três dias de palestras contou com temáticas ligadas à liderança inovadora, tendências tecnológicas, estratégias de reinvenção, capital e ecossistema de inovação para o desenvolvimento econômico. O secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico, Alexandre Bambirra, destaca que o atual período enfrentado pelo mundo, em decorrência da pandemia da Covid-19, reforça a necessidade de inovação por parte das empresas frente às mudanças de comportamento

Nova Baden. Local abriga 24 animais

Abrigo pega fogo e precisa de doações

Pesquisa. Inovação é prioridade para 85% das empresas brasileiras

dos clientes: “Estamos muito surpresos. Mais que dobrou o número de inscritos em relação à edição anterior do nosso evento. Percebemos, claramente, que os empresários estão atentos a esse novo cenário e muito ávidos por conhecimento”.

O encerramento do evento acontece com uma palestra inspiradora sobre a cidade de Santa Rita do Sapucaí. Apelidado de “Vale do Silício do Brasil”, o município conta com mais de 150 empresas de tecnologia e exporta produtos para 41 países.

O educador social Domingos Sobrinho, de 61 anos, morador do bairro Nova Baden, é o idealizador do Brichó dos Bichos, um local que acolhe animais de rua. No último dia 18, Domingos e os 24 animais que estavam no local passaram por um grande susto. Um incêndio em decorrência de uma vela acesa em cima de uma geladeira, colocou fogo em parte da casa. O protetor agora depende de doações para que o projeto possa continuar. “Toda ajuda será muito bem-acolhida,

mas o que mais precisamos é de ração”, conta Sobrinho. Para conhecer e ajudar o trabalho do Brichó de Bichos, acesse a página do Instagram @domingosborges0. (SE)

Feira de adoção Oportunidade. Sábado (27) é dia de feira de adoção de animais. O evento acontece na rua do Rosário, 1.092, bairro Horto.


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Coronavírus

Cronograma O vacimóvel de Betim estará na regional PTB, na segunda (29); na Imbiruçu, na terça (30); e na Alterosas, na quarta (1º), sempre das 18h às 21h.

PMB / DIVULGAÇÃO PREFEITURA DE BETIM/ DIVULGAÇÃO

Ação. Mutirão continua na próxima semana

Quem tomou 2ª dose até 30 de junho já pode receber o reforço População maior de 18 anos apta a tomar 3ª aplicação deve ir aos locais de vacinação Da Redação daniele.marzano@otempobetim.com.br

Desde a última segunda-feira (22), toda a população acima de 18 anos poderá receber a tercei-

ra dose da vacina contra a Covid em Betim. No entanto, estão elegíveis para o reforço somente aqueles que tomaram a segunda dose, independentemente de qualquer marca, ou a dose

única da Janssen até 30 de junho deste ano. A dose adicional era recomendada apenas para quem tinha mais de 60 anos, profissionais da saúde e imunossuprimi-

Números

656.718 Total. Número de doses aplicadas em Betim, segundo balanço do município dessa quinta-feira (25).

299.576 Imunização. Vacimóvel tem percorrido todas as regiões da cidade

Completo. Quantidade de pessoas que já receberam as duas doses ou a vacina de dose única.

dos, com um intervalo de seis meses. Com a mudança, a dose de reforço já pode ser aplicada após cinco meses da segunda para todo o público adulto. “Todos que estão dando entrada no Cecovid são aqueles que não atenderam o nosso chamado para a vacina. Gente que já deveria ter tomado a dose de reforço, a segunda dose ou até mesmo a primeira. Por isso,

Poções), das 18h às 21h. As equipes de Saúde também estarão na PUC e no Genoma, das 18h às 21h. No sábado (27), os atendimentos serão no Ceabe, das 8h às 13h; no Monte Carmo e no Partage, das 14h às 20h. Já no domingo (28), as equipes estarão no shopping no mesmo horário. Também haverá vacinação na feira do Teresópolis, das 8h às 12h.

quem já tomou a vacina, de qualquer marca, há mais de cinco meses deve procurar uma unidade de saúde”, disse o prefeito Vittorio Medioli. Mutirão O Mês D de Vacinação continua no fim de semana. Nesta sexta (26), a aplicação será na praça do Ceabe, das 8h às 16h, e na Regional Norte (na praça do Sítio


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Política

Adiamento O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), adiou para segunda (29) a sessão do Congresso que votará projeto de resolução que dá mais transparência às emendas do relator do Orçamento.

REPRODUÇÃO INTERNET

Educação. Proposta garante mínimo de dias letivos estabelecido pelo MEC

Projeto quer unificar calendário escolar FOTOS RONALDO SILVEIRA

Proposta foi aprovada em primeira discussão Lisley Alvarenga lisley.alvarenga@otempo.com.br

Um projeto de lei que tramita na Câmara Municipal pretende unificar o calendário escolar da rede pública de ensino de Betim com o da rede estadual e de outros municípios da região. A proposta, de autoria do vereador e presidente da Comissão da Educação do Legislativo, Alexandre Xereu (PROS), garante ainda o cumprimento do mínimo de dias letivos estabelecido pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB), do Ministério da Educação (MEC), que é de 200 dias de aula. Além disso, a proposta do Legislativo busca evitar a evasão escolar, gerando, com isso, redução dos índices de analfabetismo funcional. No Brasil, estima-se que 15% dos alunos do ensino público concluem o ensino fundamental sem ter noções suficientes de português e matemática. Na prática, o Projeto de Lei 389/2021 propõe a adequa-

ção dos dias letivos na rede municipal, antecipando o recesso escolar do mês de janeiro para julho, com 15 dias, assim como já acontece nas redes estadual e municipal de Belo Horizonte, Contagem, Igarapé e São Joaquim de Bicas. Com isso, caso haja mudanças no calendário escolar, que pode ser ocasionada, por exemplo, por paralisações ou em função dos recessos e feriados, é possível garantir, até dezembro, o cumprimento dos 200 dias letivos obrigatórios. “Nossos alunos já foram prejudicados demais por causa da pandemia. Estamos num momento em que o debate deveria ser o combate ao analfabetismo funcional, a evasão escolar e a busca constante da melhoria do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Com esse projeto, não quero retirar direitos dos educadores, mas, sim, melhorar a qualidade do ensino em nossa cidade”, argumentou o professor Xereu. Segundo o parlamentar, para garantir que essa mudança não gere impactos em pais, alunos e educadores, um diálogo começou a ser estabelecido com o Executivo municipal. A ideia, de acordo com ele, é que, na elaboração do calendário escolar de 2022, fique determinado o fim dos sábados

Opinião

“Sabemos que adequação vai mudar o cotidiano dos professores, mas ela será benéfica para toda a comunidade escolar, já que garante os 200 dias letivos. A reposição das aulas, aos sábados, todo mundo sabe, é para ‘inglês ver’. Como pai, professor e diretor escolar por 15 anos, sei que a maioria dos pais não envia alunos para a escola ou os próprios estudantes não vão assistir às aulas.” César Henrique da Silva, professor da rede estadual

Melhoria. Autor do projeto, Alexandre Xereu disse que proposta quer reduzir evasão e analfabetismo

letivos. “As aulas nos fins de semana geram evasão escolar e, consequentemente, prejudicam o fornecimento da merenda escolar aos alunos. Além disso, não é justo tirar os professores do convívio familiar aos sábados para eles irem para a escola dar aulas com pouquíssimos alunos”, explicou Xereu. O prefeito Vittorio Medioli avaliou a proposta do vereador como “necessária”. Em suas redes sociais, o gestor do Executi-

Aprovação Tramitação. O Projeto de Lei 389, de 2021, foi aprovado em primeira discussão na Câmara de Betim e teve 14 votos favoráveis e quatro contra. vo disse que as perdas causadas com a redução de módulos são catastróficas, gerando pro-

blemas como evasão escolar e analfabetismo funcional. “O maior capital que temos são os jovens, e a melhor forma de ativar a capacidade deles é inseri-los na sociedade, acabando com o analfabetismo funcional. Todos os países mais avançados são aqueles que oferecem uma melhor educação. E educação é também proporcional ao tempo que o aluno fica sob os cuidados da escola”, frisou.

“A pandemia fez com que os estudantes ficassem ‘perdidos’ na base educacional. Agora, a maior preocupação é fortalecer o elo entre pais, professores e alunos. Temos que escutar os dois lados para ver o que é preciso para garantir o ensino de qualidade. Por isso, apoiamos o projeto de lei. Ele garante os 200 dias letivos do calendário escolar e apenas substitui os sábados por duas semanas de aulas em julho.” Danielle Avelar, conselheira da Assoc. de Pais e Alunos


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Cultura

Inclusão e diversidade A Prefeitura de Betim, em parceria com o Conselho Municipal de Atenção à Diversidade Sexual LGBTI, promove, entre os dias 1º e 8 de dezembro, ação para a 2ª Jornada da Diversidade LGBTQIA+,

REPRODUÇÃO

Música, simplicidade e fé em prol de sonho Pedreiro é devoto de Madre de Calcutá Lisley Alvarenga lisley.alvarenga@otempo.com.br

É movido pela fé e pela música que o pedreiro Carlos Augusto Rodrigues, o Seu Juquinha, como é mais conhecido, tem colocado em versos e me-

lodias sua devoção a Madre Tereza de Calcutá, santa que deu nome à principal igreja do bairro Guanabara, uma comunidade de fé à qual o morador de Betim, de 63 anos, dedicase há mais de quatro décadas. Prova disso são as mais de 30 canções que ele compôs e divulgou em suas redes sociais com o objetivo de arrecadar R$ 105 mil para construir o telhado da paróquia. “Sempre ajudei a igreja com minha música e com meu trabalho como pedreiro. Vou compondo as músicas e colocando lá. Se eu ganhar algum

dinheiro com isso, vou aplicando tudo na minha comunidade. Esse telhado é muito caro, mas nosso desejo é colocá-lo. Por isso, quem puder ajudar, nem que seja com um tiquinho, eu agradeço”, salientou Juquinha. Entre as canções compostas pelo violeiro, um homem simples que carrega consigo características da cultura caipira, está o hino “Padroeira”, escrito por ele em 2015 e que tem quase 6.000 visualizações em seu canal oficial no YouTube. “Essa canção foi gravada junto com o coral da igreja. Também escrevi outras músicas e gravei

um CD, em 2002. Deus me dá inspiração, e eu componho, sempre buscando homenagear pessoas da comunidade. Tenho certeza de que uma hora Nossa Senhora vai me ajudar e fazer com que auxiliem a igreja. Essa é a missão”, afirmou Juquinha. Solidariedade Para colaborar com a causa de Seu Juquinha e também da comunidade do bairro Guanabara, basta se inscrever no canal do YouTube Carlos e no YouTu-

Violeiro. Morador do Guanabara já compôs mais de 30 músicas com temas religiosos, entre elas, “Padroeira”

b e Carlos Augusto – A Padroeira” e curtir os vídeos dele ou contactar o WhatsApp (31) 99652-7201.

RONALDO SILVEIRA

Nobre. Juquinha quer custear obra de igreja com suas canções


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Sociedade

Adeilson Andrade adeilson.andrade@otempobetim.com.br Contato: (31) 9 9521-9045

JONATHAN PIRES

ARQUIVO PESSOAL

Campanha

Voluntárias de Betim arrecadam absorventes para mulheres

J Destaque. A advogada, modelo e ativista pela igualdade racial Kamilla Mello foi uma das homenageadas pelo 12° Prêmio Camélia, realizado na Câmara Municipal de Betim, no último sábado (20). Na foto, ela com o vice-presidente do Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial, Carlos Alberto dos Santos, e o radialista Luiz Germano. ADEILSON ANDRADE

A Campanha “Sejamos Flores” está arrecadando absorventes que serão distribuídos para mulheres em situação de vulnerabilidade social, atendidas pelo Centro Cultural Dona Antônia, localizado no bairro Novo Horizonte. O projeto é idealizado pela atriz e artesã Bárbara Oliveira. Outras informações podem ser obtidas pelo (31) 99292 1524. ADEILSON ANDRADE

J Parabéns. A bela estudante de medicina Ana Maria Guedes celebrou mais um ano de vida nesta terça-feira (23) ADEILSON ANDRADE

J Novidade. Os proprietários das franquias do O Boticário em Betim, Marco Aurélio Figueiró e Sayonara Figueiró, e o diretor de gestão de negócio, Gustavo Figueiró, durante a inauguração da nova loja no Monte Carmo Shopping, agora, mais ampla e moderna. ARQUIVO PESSOAL

J Niver. O estudante de automação Joseph Lucas Soares soprou velinhas no dia 21 deste mês

J Click. A designer de interiores Juliane Costa durante a festa Secret Red Party

J Aniversário. A estudante Marina Cardoso comemorou mais uma primavera neste domingo (21)


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Esportes

No pódio O piloto Brunno Machado foi vice-campeão da final da Copa Centro-Oeste de Kart, cuja a etapa foi disputada, no último fim de semana, no Kartódromo Internacional de Betim, na região da Várzea das Flores.

ARQUIVO PESSOAL

Novidade. Fim de semana de lançamento do espaço terá várias palestras e atividades

Ícaro Miguel lança instituto para gerar oportunidades Líder do ranking mundial e um dos nomes olímpicos na modalidade, atleta, que cresceu em Betim, decidiu criar espaço para fomentar a prática esportiva José Augusto Alves jose.augusto@otempobetim.com.br

Atleta olímpico e líder do ranking mundial do taekwondo na categoria até 87 kg, Ícaro Miguel iniciará mais um passo em sua carreira. O atleta, que cresceu em Betim e tem forte ligação com o município, vai lançar, nos próximos dias 11 e 12, um instituto que levará seu nome. O objetivo, segundo ele, é ter um espaço que ofereça oportunidades. “No decorrer da minha carreira, percebi que muitas pessoas se perdiam por falta de oportunidades. O intuito do instituto é ser uma ferramenta que leve oportunidades para as pessoas”, declarou Ícaro Miguel. Ele conversou com O Tempo Betim enquanto disputava open do taekwondo da Bósnia e o open da Áustria, na Europa, eventos que valem dez pontos nos rankings mundial e olímpico e que fazem parte do circuito mundial da modalidade. A sede do instituto será no bairro Nossa Senhora das

Graças. De início, o atleta está buscando parceiros e voluntários para desenvolver as atividades do instituto. O objetivo é conseguir mais parcerias para ampliar o atendimento e poder proporcionar maior número de atendidos. No fim de semana de lançamento, a programação envolverá várias palestras e ações para chamar a atenção dos interessados e também e de parceiros futuros. Entre as atrações está a palestra do próprio Ícaro “Além do Esporte”, quando falará um pouco sobre a carreira, do caminho que percorreu, das dificuldades e tamb é m d a s conquistas.

Além das palestras, haverá treinamentos teóricos e práticos sobre a modalidade. “Será um fim de semana imersivo com treinamento técnico com meus treinadores e técnico da Seleção Brasileira de Taekwondo, além de palestras de diversos temas. O evento é para todos os públicos, taekwondistas ou não praticantes da modalidade”, declarou o atleta. Ingressos Quem quiser estar presente no lançamento do instituto deverá adquirir o ingresso pela página do instituto no Instagram. Para lutadores de taekwondo, o ingresso individual custa R$ 120. As entradas também podem ser em grupo de cinco pessoas (valor de R$ 110, com professor com entrada liberada) e de seis pessoas (R$ 100 com entrada liberada pra professor). Para quem se interessar somente nas palestras, o valor do ingresso é de R$ 80, para todas, ou R$ 40 para cada uma delas. Carreira. Ícaro disputou as Olimpíadas de Tóquio e lidera ranking mundial; na semana passada, ele competiu em torneios na Europa

Minientrevista

estruturar nossa sede e disponibilizar diversas aulas em várias modalidades, fazendo parcerias com uma gama de professores para possíveis projetos parceiros.

da lei do incentivo, o instituto irá se manter com parcerias privadas e públicas. Por isso, há uma necessidade gigantesca de conseguir parceiros nesse início.

Por que você decidiu criar esse instituto? No decorrer da minha carreira, percebi que muitas pessoas se perdiam por falta de oportunidades. O intuito do instituto é ser uma ferramenta que leve oportunidades para as pessoas.

A qual público esse trabalho pretende atender? Queremos atingir o público mais carente, aonde chega o mínimo de apoio e oportunidades. Vamos fazer o possível para fornecer atividades gratuitas para todos, mas isso vai depender dos parceiros que conseguimos ao longo do tempo.

Como vai funcionar? No primeiro momento, estamos na busca de parceiros e voluntários para o instituto. Nosso objetivo é conseguir

Pegando gancho nessa resposta, como o instituto vai se manter? Até que conseguimos a aprovação de projetos por meio

No evento de lançamento, quais atividades estão programadas? Será um fim de semana imersivo com treinamento técnico com meus treinadores e técnico da Seleção Brasileira de Taekwondo e palestras de diversos temas. Eu vou falar um pouco sobre minha carreira, como fiz para chegar até aqui, dificuldades enfrentadas. Também teremos uma palestra sobre marketing no esporte, medicina esportiva e educação financeira para atletas, entre outras ações.

G Ícaro Miguel Atleta de taewkondo

Futebol mineiro

Diretor do Betim vai à Justiça contra eleições na FMF O diretor de futebol do Betim, Fred Pacheco, está reunindo toda a documentação necessária e vai acionar a Justiça para tentar embargar a eleição para presidente da Federação Mineira de Futebol (FMF), marcada para o dia 21 de dezembro. Segundo ele, que pretende concorrer ao cargo, foram constatadas várias irregularidades durante o processo de registro de chapas, que deve ter apenas o atual presidente da entidade, Adriano Aro, e seu irmão, Marcelo Aro, como candidatos únicos aos cargos de presidente e vice-presidente, respectivamente. “São várias irregularidades ao longo do processo, o que é um absurdo. Por isso, vou acionar a Justiça. Fui procurado por vários dirigentes de clubes e de ligas de futebol de Minas Gerais

que se sentiram coagidos a assinar o documento endossando a candidatura de Adriano Aro e não vou aceitar isso. Vou até o fim para buscar os meus direitos e tentar impugnar essa candidatura”, declarou Fred Pache-

co. “Os presidentes foram procurados antes da publicação do edital da eleição para assinar um documento, que estava sem data, o que não é permitido”, dise Pacheco. A FMF não se pronunciou. JOÃO GODINHO/ OTEMPO

Imbróglio. Fred diz que há irregularidades no processo de eleição


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ESPORTES

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Novidade. Torcedor poderá ficar perto dos jogadores em assentos especiais

Ingressos pro Mundial já estão à venda AGÊNCIA 17 / SADA DIVULGAÇÃO

Torneio será de 7 a 11 de dezembro em Betim Da Redação daniele.marzano@otempobetim.com.br

O torcedor já pode se preparar para garantir seu lugar nas arquibancadas do poliesportivo e acompanhar os confrontos do Campeonato Mundial de Clubes 2021. A primeira carga de ingressos para a competição começou a ser vendida na quarta (24) pelo site gofree.co/mundialdevolei.

O torneio da Federação Internacional de Voleibol (FIVB) será disputado entre os dias 7 e 11 de dezembro, reunindo os melhores times do planeta na briga pelo título, com o Sada Cruzeiro como anfitrião. Durante a fase classificatória, o ingresso tem o custo de R$ 30, com a meia-entrada a R$ 15 para quem tem o direito assegurado por lei, e os tiquetes são válidos para acompanhar os dois jogos do dia. Já nas semifinais, o valor do bilhete é R$ 40, também válido para acompanhar os dois confrontos. E, no dia da decisão, que ainda terá a disputa pela medalha de bronze, o ingresso custará R $50. Quem quiser acompanhar todos os confrontos do Mun-

dial ainda terá a opção de adquirir um passaporte especial, válido para todos os dias do torneio, ao custo de R$ 100. Em um formato inédito no Brasil, a torcida apaixonada por voleibol poderá acompanhar um jogo vivendo a experiência de estar dentro da quadra. Com uma visão privilegiada e sem barreiras, o torcedor assistirá ao jogo de pertinho, vivenciando cada detalhe. Os bilhetes para esses assentos especiais custam R$ 70 por dia na fase classificatória, R$ 95 nas semifinais e R$ 120 para as finais, com ingressos de meia-entrada disponíveis. E também há um passaporte promocional para todos os dias na área exclusiva, perto dos jogadores, a R$ 250.

Torneio. Sada Cruzeiro será anfitrião e buscará o quarto título

Estreia contra iranianos A Federação Internacional de Voleibol divulgou a tabela do Mundial. Anfitrião, o Sada Cruzeiro está no Grupo B, ao lado do italiano Trentino Itas, vice-campeão da Champions League, e o Sirjan Foolad, do Irã, último campeão asiático. Aliás, os iranianos serão os adversários da estreia do time brasileiro, no dia 7, às 21h30. No Grupo A estão o argentino UPCN San Juan, vice-campeão sul-americano, o brasileiro Funvic Natal, último campeão da Superliga, e o Cucine Lube Civitanova, da Itália, campeão do último Mundial. Os italianos entraram na vaga deixada pelo polonês Zaksa KedzyerzinKozle, atual vencedor da Europa, que não conseguirá disputar essa edição por causa da pandemia. Os quatro melhores colocados avançam para as semifinais, em cruzamento olímpico e jogo único.


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