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O SEMANÁRIO DE BELO HORIZONTE FRED MAGNO

A NOVA CARA DO FORRÓ

Reduto forrozeiro reconhecido, BH também abre espaço para variações alternativas e democráticas da expressão, como o “forró progressivo”, o individual e o conduzido por mulheres


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opinião

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VITTORIO MEDIOLI

A SEMANA “Meu trabalho é exaustivo, mas não acho escravo”

Editorial

Quarenta anos de espera esmo com todo o respeito e a admiração por sua atuação, o ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux, na última decisão, deixou-me perplexo, concedendo liminar que suspende o processo de extradição de Cesare Battisti, italiano refugiado no Brasil. Deixou assim ao colegiado do STF o veredito para 24 de outubro. Embora o tempo esteja escasso na Alta Corte, isso representa mais uma perda de tempo e reitera uma intromissão num affair de Estado, e não de justiça. Battisti é um condenado à prisão perpetua na Itália; nunca apresentou defesa aos tribunais de seu país, já que as possibilidades de sair inocentado eram nulas. Nunca explicou o inexplicável, escondendo-se como perseguido de uma democracia! Fugitivo da nação que o condenou por quatro assassinatos torpes, transitou nos últimos 40 anos por vários países, que o abrigaram com honras marxistas. Marxista ele não é, apenas tomou emprestadaa ideologia paraesconder sua insuficiência moral, até aprender a desempenhar o papel de dublê de ideólogo. Até o Partido Comunista italiano e seus satélites, que conhecem bem Battisti, nunca gastaram uma palavra em defesa dessa figura, eles também o querem de volta. Os requerimentos de extradição do governo italiano espelham a unanimidade: a necessidade de justiça. Hoje no poder está o partido sucedâneo do Partido Comunista; voltando, não vai cair nas garras de fascistas. Para entender melhor o sucesso internacional dele, é preciso recorrer a um expresidente francês, que, sofrendo de antipatia ancestral pela eterna rival, aproveitou a figura de Battisti para vender a imagem do italiano anti-herói. Compreensível para François Mitterand, forjado entre duas guerras mundiais, brigas leste versus oeste, socialismo contra liberalismo, esquerda contra direita. Curtido e viciado na Guerra Fria, nas conspirações, no terror – erguido à Presidência da República da França, ateu confesso, intelectualmente árido, precisava atender como bom demagogo o atávico ódio à Itália dos gauleses de Vercingetó-

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rix, vencidos por Júlio César. A milenar rivalidade pode ser entendida apenas por quem a tocou como complexo de inferioridade da França, cuja civilização nasceu de uma costela de Roma, assim como sua língua. Pisotear na Itália, em sérias dificuldades na década de 70, recuperando-se da derrota da Segunda Guerra Mundial, era tudo que um demagogo agricultor francês poderia sonhar. E, quando surgiu uma figura tenebrosa, um anti-Leonardo da Vinci, um anticristo para se contrapor à Igreja Romana, o ateu Mitterrand adotou Battisti, “Ecce homo italicus”. Mitterrand ergueu um contraponto estúpido e fez dele a forma de minorar a Itália e dela se distanciar. Vingar-seia de Roma como tosco provinciano gaulês e, mais ainda, como ateu que em Ro-

Battisti é um condenado à prisão perpetua na Itália; nunca apresentou defesa aos tribunais de seu país, já que as possibilidades de sair inocentado eram nulas ma é obrigado a reconhecer os méritos civilizatórios. Na história da França, o italiano aparece com recorrente insolência para os gauleses. Desde Júlio César, todos os papas, Catarina de Médici, o imperador Napoleão Bonaparte sofreram a inteligência italiana. E, para irritá-lo, está ainda no Louvre a mais procurada obra de arte de Paris, produzida em Florença, por Leonardo da Vinci. Mitterrand nunca teve a elegância que fez a fama de Paris. Um tosco provinciano acabrunhado. Escolheu a triste figura de Battisti para mostrar ao mundo o italiano dos sonhos dele. Um delinquente, inculto, que mata pelas costas inocentes indefesos. Sem poder declarar guerra pelas ar-

mas, Mitterrand a declarou rasgando as normas europeias, a diplomacia, adotando a antítese de Leonardo da Vinci para compensar os complexos nacionais de inferioridade. Como a dizer: “Italiano é isso aí”. E, por incrível que pareça, a largueza dos italianos não entendeu exatamente isso. Um povo miscigenado não tem tempo para xenofobia. Assim respeitam o francês e o hospedam com carinho, apesar de não serem retribuídos na França. Mitterrand, ateu tardiamente convertido ao “caviar e champanhe”, precisava do conflito étnico, de se imiscuir, cultivar ressentimentos como um líder barato (que se foi sem deixar saudade). Desafiar uma decisão soberana da Justiça italiana o deixava altivo em sua pequenez diplomática. Em seu longo mandato presidencial se esquivou de visitar a Itália, o fez raríssimas vezes, forçado por compromissos internacionais. O jovem Battisti nem sequer foi aceito nas Brigadas Vermelhas, que conheceu no cárcere romano de Regina Coeli quando cumpria pena por furtos e assaltos à mão armada em cidadezinhas do Lazio. De origem humilde,aluno que preferia matar aulas e viver de furtos a estudar. Com sinais de desajustado social, tentou se arrolar nas famosas Brigadas, que o descartaram por ser excessivamente instável e imprevisível. Não servia para nada, nem para bucha de canhão. Dessa forma, ao ser solto, migrou para Milão, entrando numa milícia proletária armada, rebarba de movimentos ideologizados, vivendo de assaltos a lojas, carimbados de genéricos revolucionários. Celebrizado por Mitterrand, bajulado como espécie folclórica nos círculos do “caviar” de Paris, acostumou-se a seu papel de sortudo. Com a queda de Mitterrand, razão de sua boa vida, migrou para vários países até se abrigar sob as asas de Lula,agora associado a escândalosde corrupção e a Battisti ainda mais execrado. O Cesare que de Júlio não tem nada é visto em Roma como um desaforo à soberania da Justiça nacional e criou muito mal-estar contra gauleses e brasileiros. A Itália não aceita mais interferência, o quer de volta para encerrar um vexame, entendido como ofensa, que dura 40 anos. STF, para quê? Essa é pergunta que a Itália se faz.

vittorio.medioli@otempo.com.br

Gilmar Mendes, ministro do STF, ironiza atuação dos fiscais do MTE ao dizer que critério usado pode enquadrar funcionários que atuam nas garagens dos tribunais como submetidos a trabalho escravo; ele não comentou sobre a portaria que altera regras do combate ao trabalho escravo, e que gerou protestos de diversas entidades, que pediram sua revogação EVARISTO SA/AFP

“Eles me dão um tiro de canhão todos os dias e eu estou vivo” Ex-presidente Lula, em entrevista exclusiva à rádio Super Noticia FM e aos jornais O TEMPO e Super Noticia. Durante a conversa, Lula falou da caravana que inicia em Minas Gerais na próxima semana, admite erros do governo Dilma e se defende das acusações a que responde na Justiça

“O pobre tem fome, o pobre não tem hábito alimentar” João Dória, prefeito de SP, ao defender a farinata, produto desenvolvido com alimentos perto da data da validade e que seriam descartados. Decisão provocou críticas e um mal-estar com a Secretaria de Educação, o que levou o tucano a desistir de distribuir a farinha na merenda escolar.

“O senador Jucá teve arrancada metade das tripas e está aqui, firme e forte, para votar” Renan Calheiros, senador, ao afirmar que seu colega Romero Jucá havia saído da licença médica para votar a favor do tucano Aécio Neves, que teve o mandato de volta e se livrou do recolhimento noturno imposto pelo STF após votação na última terça (17) no Senado

Vittorio Medioli também escreve aos domingos no jornal O TEMPO

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VANGUARDA> Reduto forrozeiro reconhecido, BH também abre espaço para variações da expressão FRED MAGNO

De raiz

DJ Flávio Bruno, que promove festas só com som do vinil

Forró para todo gosto Não é de hoje que Belo Horizonte tem umacena forte de forró e que os forrozeiros daqui sabem que de segunda a segunda é possível encontrar algum lugar para ouvir um péde serrae tiraralguémpara dançar. É natural, portanto, que sempre haja gente nova se interessando e passando a frequentar a cena, que vai se renovando de forma constante. Recentemente,no entanto, além da diversificação do público, que já há algum tempo não corresponde ao estereótipo do forrozeiro riponga, de bata indiana ou saia longa, têm surgido formas alternativas de apreciar amúsicaede praticarasdanças do gênero que, na verdade, é um conjunto de estilos, como o xote, o baião, a marcha e o xaxado. Mulheres que conduzem seus parceiros, menino com menino, menina com menina, forró “progressivo” e até forró individual: tem espaço pra todo mundo em BH. A começar pelos eventos que tocam somente forró em vinil, como o Forró do Mercado e o Forrozim BH. Ambos com menos de um Jessica Almeida

ano de existência, promovem o forró pé de serra tradicional, ou seja, a música regional nordestina (leia mais na página 4). “São artistas que muitas vezes não gravaram em CD, ou até gravaram, mas têm mais ligação com o forró pé de serra tradicional, como o Trio Nordestino, Jackson do Pandeiro, o próprio Luiz Gonzaga, Clemilda, João do Vale e Trio Juazeiro, que desde sua criação na Bahia, há 50 anos, tem a mesma formação”, afirma o DJ Flávio Bruno, 37, que há algum tempo promove festas com vinil na tradicional casa Ziriguidun e há dez meses é responsável pelo Forró do Mercado, no Mercado Distrital do Cruzeiro, toda terça-feira. Com a mesma proposta, o Forrozim BH nasceu no fim do ano passado, no extinto Baixo Centro Cultural, como iniciativa dos DJs Yuga e Vhinny. “Queríamos retomar e manter essa tradição que estava um pouco perdida. Não que os outros tipos de forró, comoo universitárioeo eletrônico, não tenham seu valor. É natural que a música passe por transformações. Mas queríamosapresentaressa vertente para as pessoas mais novas”, explica Yuga. Com o fechamento do Bai-

xo,o evento foi transferido para a Benfeitoria, lotando o espaço às quartas-feiras. Para alémda questãomusical, a iniciativa acabou atraindo um público mais diverso, diz o DJ. “Descobrimos que muita gente tinha vontade de ir mas não se sentia à vontade, porque os eventos não tinham muita diversidade, ou eram muito heteronormativos. Foi uma surpresa constatar que essas pessoas se sentiam acuadas em curtir uma coisa que originalmente tem esse sentido de ser para todo mundo, sem distinção de raça, classe ou qualquer categoria”, afirma. Pormais que seja professora de forró e esteja em contato

com a dança há mais de dez anos, a estudante Isabel Loyola, 21, só há pouco tempo encontrou eventos nos quais se sente à vontade para dançar. “Quando comecei a ir aos forrós, era sempre um incômodo o fato de que muitos homens não vão para dançar. Já cheguei a ouvir que forró só é bom quando tem mulher gostosa,essesolhares meincomodam”, comenta. Frequentadora do Forrozim BH e apoiadora de eventos promovidos pela escola de dança Ata-me, como o Forró Queer, Isabel acredita que temsidomenoscaóticoencontrar espaços mais tranquilos nesse sentido. “Sempre quis MARCONI HENRIQUE/DIVULGAÇÃO

Eventos de forro têm abrigado público mais diversificado

aprender a conduzir, mas não me sentia à vontade. Porém, isso tem se transformado. Não só nos espaços que frequento,mas até no Rootstock, evento grande de forró que aconteceu final de semana passado.Todavezquemechamaram pra dançar, disse que queria conduzir e aceitaram. O pessoal estava mais aberto a manifestações como mulheres conduzindo ehomens sendo conduzidos, homens dançando com homens e mulheres com mulheres”, conta. Isabel e um amigo fundaramuma escoladedança,aPira, que tem em seu cerne esses arranjos mais livres. Uma das propostas é justamente promovereventossó paramulheres, como o que acontece neste sábado (21). “O desconforto que as mulheres sentem no forró não é só das que queremconduzir, éde quemseincomoda com a atitude de certos homens. É um desconforto legítimo e ter um espaço só paranóso ameniza.Nãosópara lésbicas, para qualquer menina”, diz. SOZINHO TAMBÉM Outro aspecto quetem tornado o forró belo-horizontino mais democrático é o fato de que não necessariamente é preciso saber os passos. Aliás, há espaço até para quem quer dançar sozinho. “Para mim, o forrótinhaessafeição, daspessoas que sabiam dançar. Que faziam aula e iam para praticar. Hoje, existem esses forrós mais abertos pra gente que não é dançarino nível avançado, que gosta, mas não necessariamente é fluente na linguagem”, afirma o sociólogo Jonas Vaz, 32, frequentador do Forrozim BH e do forró d’A Casa, às segundas. Ele e três amigos criaram o “forró individual”. “Ainda que também dance em dupla, me incomodava o excesso de normatização da dança, o fa-

to de ela ser muito codificada. Então, junto a esse grupo que sentia o mesmo incômodo, passamos a entrar na pista paradançar individualmente”. Ao contrário de Jonas, o professor da UFOP Caíque Pinheiro, 26, que faz parte do grupo, prefere só dançar sozinho. “Não me sinto confortável no dois pra lá, dois pra cá,rodopiar. E não sei fazer os passos clássicos. Eu e meus amigos experimentamos nos expressar com gestos mais expansivos e foi super divertido”, lembra. “Depois, já fizemos isso com mais pessoas e fomos até reconhecidos pelos outros frequentadores, que se juntaram a nós e também dançaram sozinhos”. PROGRESSIVO Também há espaço para experimentações musicais. O grupo Os Disponíveis, por exemplo, toca o que chamam de “forró progressivo”. “Cunhamos esse nome porque fazemos versões de músicas que não são originalmente forrós, como Clube da Esquina, Chico Buarque, Rita Lee, pagodes dos anos 1990 (como Raça Negra e Só Pra Contrariar) e também Titãs, Jovem Guarda. Tudo em ritmo de xote, baião e rastapé”, diz Max Hebert, 30, um dos integrantes. Ele, que também integra o bloco de Carnaval Pisa na Fulô, que aposta no forró em ritmo de folia, acredita que BH é, sim, aberta à novidade. “O cenário daqui está muito interessante, é bem inovador”.

Pira na Brejo >(Forró das Mina)

Forró só para mulheres (e homens trans) Brejo das Sapas (r. Alagoas, 1.468, Funcionários). Neste sábado (21), a partir das 15h. R$ 5.


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VANGUARDA> Trajetória diversificou gênero, mas mulheres ainda buscam espaço nas pick ups

Forró segue evolução em BH CLAUDIO FÉLIX/DIVULGAÇÃO

Jessica A vocação Almeida forrozeira de Belo Horizonte já vem de algum tempo. Mesmo antes da moda do forró universitário que tomou o Brasil no início dos anos 2000, com bandas como Falamansa e Chama Chuva – que inclusive radicou-se na capital – já havia um movimento forte por aqui. “Desde o finalzinho de 1996, começou um movimento de bandas na casa Blue Banana, que depois virou Lapa Multishow, cujo foco era forró pé de serra”, afirma o DJ Flávio Bruno, que promove o Forró do Mercado. Ele mesmo começou a frequentar os eventos em 2001 e pouco depois acabou se tornando DJ. “Nunca vi a cena aqui em declínio. Pelo contrário, desde que comecei, sempre tive lugares para tocar e só vejo a demanda crescer”, observa, e acrescenta que muitos trios – formação clássica do forró, com acordeão, zabumba e triângulo – nasceram aqui, como o Trio Lampião e o Trio Gandaiêra. Os DJs Yuga e Vhinny, que promovem o Forrozim BH, também deram seus primeiros passos no forró por volta dessa época e ainda naquele tempo se tornaram parceiros. “Eu acabei expandindo minha pesquisa para o samba-rock e comecei a ir mais para essa onda de balanço, mas o forró foi minha primeira escola, onde começou tudo”, conta Yuga. Durante um tempo, o forró saiu dos sets de Yuga e se transformou apenas numa diversão. Mas há cerca de dez anos, ele e Vhinny criaram o projeto Vinil ao Pé da Serra, em que tocavam samba-rock e forró, respectivamente e dividiam a noite com a ban-

da Samba de Luiz, que misturava os dois estilos. Esse foi o embrião do Forrozim BH. “A retomada do forró tradicional e o interesse desse novo público está fazendo eu me sentir como há 20 anos, quando comecei a frequentar forrós, descobrir as músicas e essa cultura. Uma galera nova com disposição de conhecer mais a fundo a música brasileira”, lembra o DJ. “No início, era uma coisa mais inocente, homem dançava com homem, mulher com mulher, sem preconceito, sem culpa. Mas isso foi se perdendo quando o forró ficou muito hétero, virou baladinha de pegação. Mas agora eu vejo uma renovação, o mundo mudou, a cabeça das pessoas mudou”. A fotógrafa Stéfanie Sodré, 28, gosta de forró justamente porque ele promove o encontro. “É um lugar muito fácil de fazer amizades, de entrar em contato com outras pessoas pelo fato de dançar. A dança une. Eu já fui a festas de rock e ninguém conversa com ninguém, não quer saber seu nome, não interage. No forró isso não acontece, todo mundo vai para dançar e mesmo quem é tímido consegue ficar à vontade”, diz. Fã também de MPB, rap e

No início, era mais inocente, homem dançava com homem, mulher com mulher, sem preconceito, sem culpa DJ Yuga

Progressivo

Banda Os Disponíveis adapta músicas de outros estilos para o forró

música eletrônica, ela acredita que há muito o forró não tem mais uma cara. Hoje em dia, está muito diversificada. Eu mesma, tenho várias tatuagens, não costumo usar saia longa, roupa indiana. Sou o exemplo vivo de que o público é muito diverso. ESPAÇO PARA ELAS Ainda que o forró esteja cada vez mais aberto e diverso, Paloma Parentoni, 38, a Palomita DJ, é uma das poucas mulheres que discotecam o estilo. Ela acredita que apesar de a cena ser tão grande, ainda falta espaço para elas nas pick ups. “Há eventos gigantescos acontecendo em Belo Horizonte, com line up de 20 DJs, e não tem uma menina. O hip hop e o rap também eram muito masculinos e cada vez abrem mais espaço para nós, mas no forró isso ainda não aconteceu. Vemos algumas mulheres cantoras, mas DJs que com sets

inteiros de forró não existem porque não há espaço”, afirma. “Somos uma cidade modelo quando se trata de tirar o preconceito das coisas, apesar de ainda haver muito conservadorismo, mas ainda precisamos melhorar nesse aspecto”.

Há eventos gigantescos acontecendo em Belo Horizonte, com line up de 20 DJs e não tem uma menina Palomita DJ

DE SEGUNDA A SEGUNDA SEGUNDA-FEIRA Forró d’A Casa Com o propósito de valorização da tradição nordestina, A Casa de Cultura apresenta um forró conduzido pelo DJ Rubs, residente do espaço e por artistas convidados. r. Padre Marinho, 30, Santa Efigênia. A partir das 22h. R$ 20. TERÇA-FEIRA

De festa a gênero O forró, no Nordeste do Brasil, é uma manifestação secular. Porém, como explica o historiógrafo e pesquisador cearense Nirez, só recebeu esse nome nos anos 1940. “Uma coisa eram os forrobodós, festas que aconteciam em várias partes do país e recebiam esse nome. Mas como ele também era sinônimo de confusão ou briga, passouse a usar apenas forró. Era

GONZAGÃO Nirez conta que, no início, Luiz Gonzaga tocava choros, valsas e mazucos. Foi o seu encontro com Lauro Maia (1913-1950) que o introduziu aos ritmos nordestinos. Mas Lauro não quis ser seu parceiro e o apresentou a Humberto Teixeira (1915-1979). “Foi assim que nasceram alguns dos forrós mais famosos da trajetória de Gonzagão”, afirma.

uma festa, na qual eram tocados marchas, sambas, xotes, mazucas. Não era um ritmo”, afirma. Os ritmos tocados com o acordeão, como os que hoje formam o que chamamos de forró, existem desde o século XVIII. “A primeira vez que o termo forró apareceu num título de disco foi em 1937, num trabalho da dupla Xerém e Tapuias, chamado ‘Forró na Roça’. Mas

quem o tomou com força e o popularizou foi Luiz Gonzaga (1912-1989), a partir de 1947, quando tudo o que ele tocava e cantava passou a ser chamado de forró. Isso que incluía xotes, marchas, baião e outros estilos”, explica. Foi ele o responsável por levar os ritmos nordestinos ao Sul e ao Sudeste. “Daí em diante, outros compositores começaram a incorporar es-

QUINTA-FEIRA Forró do Ziriguidun Forró pé de serra numa das casas mais tradicionais de BH, com DJs e bandas. av. Presidente Carlos Luz, 470, Caiçara. A partir das 22h. R$ 10 (até 0h), R$ 15 (após 0h). SEXTA-FEIRA

Forró do Mercado Forró pé de serra no vinil no Mercado Distrital do Cruzeiro. DJ Flávio Bruno e convidados. r. Opala, s/n, Cruzeiro. A partir das 19h. Para os primeiros 50 ou até as 21h a entrada é gratuita. Após isso, R$ 15 ou R$ 25 de consumação. Aula de dança das 19h às 20h. R$ 10 (antecipados), R$ 15 (no local) QUARTA-FEIRA

ses ritmos. Inclusive um dos maiores compositores de baiões foi um mineiro, Hervé Cordovil (1914-1979)”, diz.

Informações pelos telefones 99864-1122 / 99699-9484 / 98802-6685.

Forrozim BH DJs Vhinny e Yuga comandam os toca discos com uma seleção de forró pé de serra na Benfeitoria. Periodicamente, há DJs convidados e determinados artistas são homenageados. r. Sapucaí, 153, Floresta. A partir das 20h. R$ 10 (no dinheiro). Aula no início, incluída na entrada. Forró do Baú Line up sempre com bandas conhecidas do público belo-horizontino e DJs da cidade. av. Raja Gabáglia, 4.767, Santa Lúcia. A partir das 22h. Valor da entrada não informado.

Forró da Serra Forró fundado em 2004, atrai grandes públicos, que costumam formar longas filas para entrar na casa. av. Getúlio Vargas, 900, Savassi. A partir das 22h. R$ 20 (inteira). As 25 primeiras mulheres não pagam. SÁBADO Forró do Ziriguidun Mais uma vez, a tradicional casa belo-horizontina abre suas portas para um dos mais populares gêneros da música brasileira. av. Presidente Carlos Luz, 470, Caiçara. A partir das 22h. R$ 10 (até 0h), R$ 15 (após 0h). DOMINGO Gilboa no Forró Forró com o DJ residente Leandrinho e convidados. r. Pium-Í, 772, Sion. A partir das 19h. Valor da entrada não informado (informações nos telefones 99635-2796 / 99213-2937)


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CENÁRIO BH PAGINAS EDITORA/DIVULGAÇÃO

ATHOS SOUZA/DIVULGAÇÃO

lança livro sobre 6 Jornalista mulheres estupradas no Haiti

recebe final estadual 6 Sesc do campeonato de Slams

Desde 2007, escândalos de estupro cometidos por soldados da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti contra mulheres pipocaram na mídia. Impressionado com as histórias, o jornalista mineiro Igor Patrick transpôs para o livro “Aquilo que Resta de Nós” a história de quatro haitianas vítimas dos abusos e autografa a obra neste final de semana em BH. Onde Café Cine Theatro Brasil (av. Amazonas, 315, centro) Quando Neste sábado (21), das 17h às 20h Quanto Entrada gratuita (o livro estará à venda no dia por R$ 39).

Organizado pelo Slam Clube da Luta, o Campeonato Estadual de Slams chega à etapa final da competição de poesia falada. Um representante de cada um dos 11 grupos existentes em Minas Gerais se apresenta e três deles serão escolhidos para representar o Estado no campeonato nacional. Onde Grande Teatro do Sesc Palladium (r. Rio de Janeiro, 1046, centro) Quando Dia 27 (sexta-feira), às 19h30 Quanto Entrada gratuita

VICTOR BURGOS/DIVULGAÇÃO

LUIZ CARLOS OLIVEIRA/DIVULGAÇÃO

divulgam seus 6 Artistas trabalhos na 1ª FLAC

Faísca realiza seu 6 Feira penúltimo encontro do ano

A primeira edição da Feira Livre de Arte Contemporânea (FLAC) ocupa o CentoeQuatro a partir da próxima sexta (27) e reúne 65 artistas locais que expõem e comercializam suas obras. Além disso, o evento conta com um leilão de alguns dos trabalhos artísticos e rodas de debate com convidados, como Cyro Almeida e Fabíola Tasca Onde CentoeQuatro (praça Rui Barbosa, 104, centro) Quando Dia 27, das 18h às 23h; 28, das 10h às 21h; e 29, das 10h às 21h Quanto Entrada gratuita

Sem previsão de recursos para sua realização em 2018, a Faísca – Mercado Gráfico promove penúltimo encontro do ano. Conhecida por reunir publicações independentes desde que estreou em 2015, a feira traz, na programação deste mês, 46 feirantes, exposição do acervo do Setor Braille da Biblioteca Pública e outras atrações Onde Em frente ao BDMG Cultural (entre r. da Bahia e r. Espírito Santo) Quando Neste sábado (21), das 11h às 17h Quanto Entrada gratuita


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reportagem

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SAÚDE E BEM-ESTAR VIDA SAUDÁVEL Dr. Telmo Diniz

(CRM-MG 25.398)

telmo.diniz@jornalpampulha.com.br

Café da manhã ocê, caro leitor, costuma tomar um bom café da manhã ou sai de casa sem comer nada? Pesquisas apontam no sentido de quem se alimenta logo pela manhã tem mais saúde e mais disposição em relação aos jejuadores matinais, bem como tem menos eventos de mortalidade por doenças cardiovasculares. No Brasil, boa parte da população não tem o hábito de tomar o café da manhã. No máximo o famoso e conhecido pão com manteiga e uma “media” (café com leite), e olhe lá! Falta de tempo, falta de costume, falta de fome logo pela manhã, “para não engordar” são algumas das desculpas para não se alimentar antes de sair de casa. O sujeito toma um cafezinho preto e logo segue pra rotina e correria do dia a dia. Um estudo realizado pela Universidade Columbia, nos Estados Unidos, dá conta de que infarto do miocárdio e o derrame cerebral são mais comuns em quem não toma café da manhã. Sabemos que ignorar essa refeição faz com que as pessoas belisquem, em especial no período da noite. Como nosso corpo não processa a glicose à noite tão bem como o faz durante o dia, ocorrem picos de glicemia nesse período com consequente alteração do metabolismo, resultando em aumento ponderal, inflamação celular e resistência à insulina. O final da história: ganho de peso. Para explicar melhor como ocorre o Para quem processo, durante a deseja noite entramos em jejum, claramente, pois emagrecer e ter vamos dormir. Entreuma saúde mais tanto, nosso organismo continua gastando robusta, realizar energia para mantero café da se em funcionamento. É o que se chama de manhã está metabolismo basal, associado à gastando energia com funções primárias, codiminuição da mo respiração, batifome nas mentos cardíacos, circulação do sangue etc. refeições Ao acordar, nossa neseguintes cessidade energética aumenta com a liberação de hormônios como a adrenalina e o cortisol e, portanto, o café da manhã se torna a primeira fonte de energia disponível para repor o que foi gasto à noite e para as nossas necessidades do dia que está chegando. Portanto, pular o café da manhã provoca baixo ânimo e uma indisposição geral. No médio e longo prazo, isso pode causar ganho de peso e não emagrecimento como pensa a maioria. O mesmo estudo norte-americano lembra ainda que as emoções podem desencadear episódios de compulsão alimentar, ou seja, a não alimentação pela manhã provocará mais fome no decorrer do dia. E ninguém vai buscar uma maçã, uma pera ou um iogurte quando está estressado, desanimado e com fome. A tendência é partir logo para itens calóricos e de baixo valor nutricional – tipo uma coxinha de catupiry. Para quem deseja emagrecer e ter uma saúde mais robusta, realizar o café da manhã está associado à diminuição da fome nas refeições seguintes, o que reduz o risco de comer excessivamente no meio do dia. Pessoas que costumam fazer o desjejum logo que acordam têm mais chances de controlar o peso. De quebra, o café da manhã dá mais ânimo e energia, além de melhorar o desempenho físico e intelectual. E, no longo prazo, confere proteção cardiovascular. O desjejum deverá ser sempre variado. Se você não tem uma ideia como fazer a composição da primeira refeição do dia, recorra a um nutrólogo ou a um nutricionista. Faça uma boa semana

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Combate à compulsão alimentar ARQUIVO PESSOAL

Pesquisadores tentamprovar queondaseletromagnéticas inibemdesejo decomer semcontrole Uma nova esperança surge para o tratamento das compulsões alimentares: pesquisadores do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) iniciaram um estudo que utiliza ondas eletromagnéticas no cérebro para inibir o desejo de comer descontroladamente. Por aqui, o método ainda é novo, mas ele já foi testado em 64 pessoas na Universidade de King, em Londres. Lá, os pesquisadores descobriram que 80% daqueles que receberam a estimulação passaram a ter autocontrole diante da compulsão alimentar. De acordo com a psiquiatra Mara Maranhão, responsável pelo projeto na Unifesp, o intuito é comprovar se a Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) no córtex dorsolateral pré-frontal esquerdo pode reduzir os sintomas relacionados aos transtornos após a exposição a estímulos visuais e reais de alimentos. “As ondas eletromagnéticas atingem o córtex pré-frontal dorsolateral, região do cérebro que está relacionada ao autocontrole e ao controle dos impulsos. Se a pessoa tem compulsão, essa área da mente tem menos atividade cerebral, então ela passa a ser “recarregada” pelas ondas”, explica. Thuany Motta

PROCESSO DE PESQUISA A pesquisa contará, no total, com 60 mulhe-

A jornalista Fernanda Fahel, 24, combate os transtornos alimentares desde os 13 anos

res, entre 18 e 55 anos, com sobrepeso ou obesidade e que apresentem compulsão alimentar. Mara expõe que elas passam por uma avaliação inicial – para constatar o transtorno alimentar – e, em seguida, por entrevistas diagnósticas e ressonância funcional, com o objetivo de ver a atividade cerebral exerci-

da no córtex pré-frontal dorsolateral. Depois, elas são divididas em dois grupos. O primeiro recebe intervenção eletromagnética de verdade, e o outro, apenas um placebo. Ao todo, são três sessões semanais, com duração de uma hora cada, por dois meses seguidos. Após esse período, as pa-

ESTUDO SIMILAR JÁ FOI FEITO NO CANADÁ Há quatro anos, cientistas da Universidade de Toronto, no Canadá, começaram a testar a ação de ímãs acoplados em toucas, que foram colocados na cabeça de pacientes com bulimia. O resultado foi divulgado na Conferência Anual da Sociedade de Neurociência dos Estados Unidos. Eles conseguiram curar os pacientes por até um ano, período em que os sintomas não apareceram.

Os cientistas usaram ímãs para aumentar a parte do cérebro envolvida no autocontrole. Nesse caso, o objeto foi colocado na cabeça de 20 pacientes. Eles foram tratados cinco vezes por semana durante quatro semanas. Após esse período de tratamento, mais da metade voltou a ter sintomas do transtorno até seis meses depois. Já a outra parte conseguiu ficar livre dos sinais por 12 meses.

cientes fazem, novamente, uma ressonância funcional, para medir a ação mental presente no córtex e comparar com o exame anterior aos testes. Para evitar manipulação, Mara conta que somente o pesquisador que aplica testes eletroestimuladores sabe a qual grupo cada participante pertence. “Eles só terão acesso à informação quando acabar”, diz. EXPECTATIVA A pesquisadora esclarece que ainda falta que 20 mulheres terminem o processo, o que deve acontecer até dezembro deste ano. “Nossa intenção é divulgar e publicar os resultados no primeiro semestre do ano que vem”, aponta. O médico endocrinologista Walmir Coutinho, professor de PUC-RJ, comemora a iniciativa. “É uma ferramenta importante para ajudar nos tratamentos que já existem”, afirma o médico.


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Queremos comprovar que as ondas eletromagnéticas podem devolver ao cérebro a atividade necessária para que a região comprometida com o transtorno funcione bem Mara Maranhão, Psiquiatra

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EDITORIA DE ARTE / O TEMPO

SACIADO OU NÃO? Entenda o que é o transtorno e como funciona o novo tratamento O que é Transtorno alimentar é um desvio de ordem psicológica. Os mais comuns são anorexia, bulimia, transtorno do comer compulsivo e transtorno alimentar noturno Principais sintomas

Consegui melhorar minha vida e não ter mais episódios de compulsão. Sim, ainda sou ansiosa! Mas hoje sei lidar com isso sem descontar na comida Fernanda Fahel, jornalista

Comer mais rápido do que o normal, comer quando não está com fome, continuar mesmo quando já está saciado, comer sozinho ou em segredo e sentir-se triste ou culpado por se alimentar demais Tratamento Costuma ser feito com terapia comportamental. Os medicamentos utilizados dependem da quantidade de episódios de compulsão alimentar

Novo tratamento Uma touca é colocada no paciente, indicando o lugar em que a eletroestimulação deve ser feita O aparelho, posicionado próximo à cabeça, emite ondas magnéticas capazes de atravessar o crânio Essas ondas entram em contato com os neurotransmissores do córtex pré-frontal dorso lateral Elas alimentam esses neurotransmissores com energia, aumentando a atividade cerebral nesse local A FALTA DE ATIVIDADE É O QUE PROVOCA O DESCONTROLE DO PACIENTE SOBRE OS IMPULSOS COMPULSÓRIOS O AUMENTO DELAS, POR SUA VEZ, DEVOLVE AO PACIENTE A AUTONOMIA DE ESCOLHA DIANTE DE POSSÍVEIS CRISES

FONTE: MARA MARANHÃO, PSIQUIATRA/WALMIR COUTINHO, ENDOCRINOLOGISTA

Córtex pré-frontal dorso lateral Região relacionada com o autocontrole e controle dos impulsos

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Jovem vive drama há vários anos Jovem, bonita e com toda uma vida pela frente: esse é o perfil da jornalista Fernanda Fahel, 24. Mas quem a vê não consegue imaginar a guerra que há por dentro. “Eu comia uma caixa de bombons, uma pizza inteira e 2 l de refrigerante em cerca de duas horas. E isso me rendeu quilos a mais, chegando a pesar quase 90 kg”, diz. Fernanda conviveu com os três tipos de transtornos alimentares mais comuns: bulimia, anorexia e compulsão. “Eles surgiram numa reação em cadeia: primeiro a anorexia, aos 13, depois a bulimia até os 18. Nos dois anos seguintes, sofri com a compulsão e, por último, a bulimia de novo”, explica. Atualmente, ela faz terapia e não tem recaída há seis meses. “Tomara que esse novo tratamento possa nos trazer a cura”, afirma Fernanda, animada.


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sociedade

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DOLCEVITA FERIADO COM LETRAS

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eriadão bom é também o feriado de leitura, releituras, anotações. Anotações e citações de frases geniais, como as que pescamos no livro de Joaquim Ferreira dos Santos, “Enquanto Houver Champagne, Há Esperança”, biografia do colunista social Zózimo Barrozo do Amaral (1941 – 1997).

FERIADO COM CHAMPAGNE

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ózimo, no Rio de Janeiro do anos 80: “Quem pensa em dinheiro não ganha dinheiro. Hoje quase não há família, só pessoas jurídicas. Novo-rico me incomoda muito, mas novíssimo riquíssimo incomoda muito mais. O Nordeste bota turista pelo ladrão. O Rio bota ladrão para turista. O problema de Brasília é o tráfico de influência. O do Rio é a influência do tráfico. Depois de uma certa idade, o homem da cintura para cima é poesia, da cintura para baixo, prosa”.

CHAMPAGNE COM HUMOR

J

á em 1981, cansado, em entrevista à “Playboy”, Zózimo desabafou sua opção cool: “As pessoas são sempre as mesmas, a comida é a mesma, os garçons (...) A vida social está em baixa, as pessoas recebendo menos por causa do medo de ostentar e da grana curta. Já se começava a ver champagne nacional, vinho nacional...”. Os salões estavam mudando, o mundo já não era o mesmo. Fim dos anos dourados.

HUMOR TRISTE

À

página 231, Zózimo define o esnobismo: “É chegar em casa à noite, olhar em cima da mesa três ou quatro convites para eventos sociais de expressão. Depois, vestir uma roupa qualquer, uma capa velha e ir ao cineminha da esquina. Agora, o cúmulo da infelicidade é chegar em casa, não ver nenhum convite sobre a mesa, vestir uma roupa qualquer, uma capa velha e ir ao cineminha da esquina”.

TRISTE VITA

J

oaquim demole o mito da “Dolce Vita” do colunista mostrando um homem de redação obcecado pela informa-

ção/fontes; cansado de guerra e de pedidos de notinhas daqui e acolá. Mostra que, por trás das aparências, existe ralação, comprometimento com o leitor. Também desmascara folclores, como o de colunistas sociais viverem de eventos “boca livre”, viagens, presentes, carros à disposição, restaurantes etc.

Paulo Navarro com Walter Navarro pnnavarro@gmail.com

sem a glória romana.Aqui, o glamour morava nos salões do Automóvel Clube e no Iate Clube. Espaços orquestrados pelo colunista Eduardo Couri (1935 – 1996). Ele que, como seu contemporâneo Zózimo, era colunista social e morreu na mesma Miami, um ano antes.

INÚTIL HORIZONTE

N

os templos de Eduardo Couri, expoentes da “alta” exibiam seus “dotes” artísticos no palco. Eram os emergentes, com origens interioranas, rurais. Daí o “desastre” dos dublês de empresários, verdadeiros

bobos da corte; o famigerado “Showçaite”. Interiorano também era seu “Glamour-Girl”, versão urbana dos baile de debutantes do interior. Para “bajular” o colunista e o júri, os pais das “lolitas” e os emergentes abriam suas casas para festejos. O atalho eram as “promoters”. SIMONE STRICKLER/DIVULGAÇÃO

TRISTE PAISAGEM

Esquece” de citar a grana curta com a qual a maioria dos jornalistas ainda sobrevive e morre. O alcoolismo decorrente. Fala da chatice das assessorias de imprensa, assediando diariamente; os LPM (Loucos por Mídia). Daí, pra ele e outros, inclusive este, em determinado momento da profissão, a valorização do “cool”, do recolhimento, da vida em família e amigos.

INÚTIL PAISAGEM

E

de tanto citar Zózimo Barrozo do Amaral e pensar no fim dos anos dourados no Rio de Janeiro, sobrou a mesma reflexão para Belo Horizonte e sua decadência

A(s) nada mole vida de colunistas sociais

lançaperfume

ras, sinônimos de ostentação, apagaram as luzes. Idem chefs e restaurantes. Outros valores, emergentes, dinheiro novo. social mu6 Adounarrativa com Zózimo. Aqui também. Automóvel Clube/Iate ficaram pequenos e vieram outros salões devidamente envelopados.

black-tie era traje Personagens também 6 Ocomum e as estilistas de 6 se cansaram. Difícil substifestas faziam, literalmente, a festa. Mas os mega casamentos e festas de debutantes começaram a murchar.

tui-los nos poucos eventos sociais que restaram. As festas ficaram menores ou foram para Trancoso, Angra, exterior.

Com isso, faliram prestadores de serviços tradicionais; buffets e decorado-

Hoje, as grandes festas, os grandes desfiles, minguaram. Festas raras trazem o

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cheiro de naftalina. não 6 Restaurantes são mais sinônimos

de “ver e ser visto”. Os grupos mudaram dos endereços tradicionais e lutam para sobreviver. onda “cool”, do 6 Avinho em casa, reú-

ne pequenos grupos. São oásis. Idem confraternizações em praias/balneários. Foram-se Búzios e Cabo Frio. e Escarpas 6 Angra são para curtas tem-

poradas. O novo destino, para quem pode, é Miami, Portugal, onde muitos têm casa.


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reportagem

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DIA A DIA Vinte minutos para se destacar Comoseportar eoquenunca fazerdurante entrevistapara novoemprego Letícia Fontes

Numa entrevista de emprego não existem respostas mági-

cas, mas certamente há perguntas inevitáveis, e é possível se preparar para elas. “Sim”, “não”, “aham”, “talvez”, “eu preciso muito deste emprego”, “aceito qualquer salário”, “se quer algo bem feito, faça você mesmo” são expressões e frases das quais se deve fugir. As respostas, além de bem elaboradas, devem ser dadas sem titubear. Embora agir com espontaneidade seja essencial para um bom desempenho, estar

bem preparado no momento do processo seletivo para estágio ou emprego é o principal diferencial entre os candidatos. Especialmente em tempos de crise e alta competitividade. O site de avaliações de empresas, salários e vagas de emprego Love Mondays identificou as perguntas mais comuns em processos seletivos. A reportagem reuniu um time de cinco recrutadores e especialistas em recursos huma-

nos para ensinar como se comportar diante dessas perguntas para sair na frente dos concorrentes sem suar frio. São os 20 minutos que separam você do seu oponente. A supervisora de carreiras do Ibmec Minas, Cynara Bastos; a presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos Seção Minas Gerais (ABRH-MG), Eliane Ramos; a especialista em gestão de pessoas e carreiras da Fundação Getulio Vargas (FGV),

Erika Nahass; o empresário, coach e colunista da rádio Super Notícia FM, Lucas Gonzalez, e a CEO e cofundadora do Love Mondays, Luciana Caletti, orientam o candidato nesse momento crucial. Assim como a etiqueta do primeiro encontro romântico, também existem algumas regras sobre perguntas em entrevistas de emprego. Alguns tópicos devem ser evitados por segurança, como perguntar, de cara, se é verdade que

o negócio da empresa vai passar por mudanças. Por outro lado, o candidato deve saber que pontualidade não é se apresentar exatamente no horário marcado. “É importante chegar com pelo menos 20 minutos de antecedência para ir se ambientando”, ensina Lucas Gonzalez. Veja, abaixo, as dicas dos cinco para as situações mais comuns em uma entrevista. EDITORIA DE ARTE / O TEMPO

NÃO TEM COMO ESCAPAR Veja como se comportar diante das perguntas mais frequentes em toda entrevista de emprego

Como você lida com pressão?

Por que você quer trabalhar nesta empresa?

É importante para o entrevistador saber como o candidato se comporta em situação intensas. Somos seres humanos. O recrutador não quer respostas prontas ou um típico “candidato bom”. Dê exemplos positivos em sua trajetória profissional, mas seja você. (Erika Nahass) Não atribua situações de extrema pressão a um mau comportamento do seu antigo chefe ou a uma conduta errada do seu último emprego. Nunca fale mal da empresa em que já trabalhou. (Eliana Ramos)

O momento é difícil, mas nunca mostre estar desesperado para aquela vaga. Prepare-se, conheça a empresa e o cargo a que está se candidatando, mas se valorize. Nunca venha com frases prontas, nem diga que precisa demais daquele emprego ou aceita qualquer salário. Mas não seja arrogante: ser humilde sempre é um bom caminho. Ser verdadeiro é o que o recrutador quer escutar. (Cynara Bastos)

Quais são os seus objetivos na empresa? Você se contrataria? Dê razões e motivos específicos de como você pode contribuir para a empresa. As companhias estão cada vez mais interessadas em novas ideias. Apresente soluções, proponha projetos. (Eliane Ramos)

Qual a sua formação?

Você gosta de trabalhar em equipe?

Cite suas principais qualidades e defeitos. Faça uma lista de qualidades que você considera valiosas para a vaga. Pense ainda em situações em que essas qualidades foram bem utilizadas na sua trajetória profissional. Em relação aos defeitos, essa pergunta costuma deixar os profissionais desconfortáveis, com medo de mostrar uma fraqueza que prejudique sua imagem. Uma dica é sempre ser honesto. Isso demonstra que o candidato se conhece bem e é capaz de se avaliar de maneira crítica. (Luciana Caletti)

Muitos candidatos gostam de exaltar que ele faz, ele acontece, mas não é bem assim. Não obtemos êxito sem a ajuda dos outros. Conte sobre um feito seu realizado em equipe e destaque pessoas com quem você aprendeu algo que não sabia, ou te ajudaram em alguma tarefa. Seja humilde. (Cynara Bastos)

Fale de forma objetiva, cite experiências que você acredita que sejam diferenciais para aquela função. Jamais diga que você fala inglês, por exemplo, se não tem a fluência necessária, porque isso será testado posteriormente. Fale a verdade e não seja evasivo. (Eliane Ramos) Este é o momento em que você precisa se mostrar e ir além das informações do currículo. Destaque seus diferenciais. Em casos de primeiro emprego ou primeira experiência, fale sobre sua formação, ideias e projetos. Ninguém começa com um currículo extenso. (Erika Nahass)

Qual sua expectativa de carreira em cinco anos? O recrutador espera ouvir algo que esteja alinhado com os valores da empresa. Se você tem vontade de ter seu próprio negócio, empreender, talvez isso não seja positivo em uma entrevista, porque o objetivo da empresa pode ser investir em você e formar um bom profissional. A empresa não quer usar o tempo e o investimento para te perder logo em seguida. (Lucas Gonzalez)

Por qual motivo eu devo te contratar?

1

Pontualidade

2

Vestimenta

3

Rede social

4

Videoconferência

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Dúvidas

É importante chegar com pelo menos 20 minutos de antecedência para ir se ambientando (Lucas Gonzales) Vá vestido de acordo com o perfil da vaga. Se é em uma startup, talvez um terno não seja a melhor escolha. (Luciana Calleti) Evite falar sobre assuntos polêmicos e controversos nas redes sociais, como política. É importante que tenha cuidado com a imagem que você passa. Postar palavrões ou somente fotos bebendo ou em festas não ajuda. As empresas estão muito preocupadas com a saúde de seu empregado também. Vale também atenção para os erros de português. (Erika Nahass)

Vá além, cite cursos ou especializações que agreguem para aquela vaga e têm a ver com o ambiente profissional. (Cynara Bastos) Vale contar sobre os motivos que te levaram a escolher determinada graduação ou um curso que está no seu currículo. (Luciana Caletti)

Conte um pouco da sua experiência.

CINCO DICAS EXTRAS

Nunca demonstre que seu principal interesse está no salário. Muitas pessoas até mudam o tom de voz quando falam em dinheiro. Trabalhar somente pelo dinheiro é ruim tanto para a empresa quanto para o empregador, porque daqui a um ano a pessoa já está infeliz. (Lucas Gonzalez)

TIME DE ESPECIALISTAS Cynara Bastos

Eliane Ramos

Erika Nahass

Lucas Gonzalez

Luciana Caletti

SUPERVISORA DE CARREIRAS DO IBMEC MG

PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE RECURSOS HUMANOS SEÇÃO MINAS GERAIS (ABRH-MG)

ESPECIALISTA EM GESTÃO DE PESSOAS E CARREIRAS DA FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS (FGV)

EMPRESÁRIO, COACH E COLUNISTA DA RÁDIO SUPER NOTÍCIA FM

CEO E COFUNDADORA DO LOVE MONDAYS, SITE DE AVALIAÇÕES DE EMPRESAS, SALÁRIOS E VAGAS DE EMPREGO

Merece a mesma atenção que uma seleção presencial. Você até pode estar em casa, mas alguns cuidados são importantes, como se vestir apropriadamente, estar em um local arrumado e silencioso. E se o recrutador te pedir para levantar e você estiver de bermuda? O mesmo vale para o latido do cachorro. (Cynara Bastos) Você pode fazer perguntas sobre a empresa, caso tenha ficado alguma dúvida. É uma forma de demonstrar interesse e ser transparente. Só cuidado com as perguntas indiscretas. (Eliane Ramos)


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ESPAÇO GOURMET NÉLIO RODRIGUES/DIVULGAÇÃO

DE BANDEJA

O salmão assado com crosta de falafel, acompanhado de homus e legumes, será mostrado no Diamantina Gourmet

CLEIDE GRECO/DIVULGAÇÃO

Frango caipira reinventado Entre os dias 2 e 5 de novembro, o pequeno distrito de São Gonçalo do Rio das Pedras, na região do Serro, realiza o XII Festival de Gastronomia Frango Caipira. As receitas foram criadas com a colaboração criativa da chef Zora Santos e serão servidas todos os dias do festival em vários restaurantes da cidade. Nesta edição, todos os pratos contam com um ingrediente indispensável: além do frango caipira, o queijo do Serro, conhecido pelo seu sabor levemente picante e consistência cremosa. Uma sugestão é o frango ao molho de hibisco e banana assada com creme de queijo do Serro (foto).

Sotaque árabe

Uaine Night no Ponteio

Falafelvaialém dobolinhode grão-de-bico servidofrito

Para os amantes do vinho, o Ponteio recebe neste sábado (21) a Uaine Night, que vai reunir mais de 60 rótulos das principais importadoras de vinhos da cidade. Além disso, o evento vai contar com expositores de queijos Canastra e do Serro e outras atrações gastronômicas. O ingresso custa R$ 60 e dá direito a uma taça e a uma dose de vinho, e está disponível no site www.sympla.com.br

Prato originário do Oriente Médio e facilmente encontrado em vários países daquela região, o falafel há muito não se limita mais à versão bolinho frito de grão-de-bico cru e temperos diferenciados. Aliás, foi no formato sanduíche, servido no pão pita, com salada, molho e homus que o petisco ficou popularizado ao redor do mundo. Lorena K. Martins

Almoço digno de escandinavo Neste mês, o Svärten Mugg Taverna passou a abrir também para almoço aos finais de semana, a partir das 11h30. O cardápio conta com uma novidade: o Blåkulla Gryde, um guisado de cevada com maçã-de-peito, costela defumada, bacon, linguiça escandinava e cenouras, cozidos no molho de cerveja da casa com pão de centeio. O prato ainda acompanha purê de batatas, repolho roxo agridoce com frutas vermelhas, creme azedo e agrião. A dica é chegar cedo, pois são apenas 15 pratos (para quatro4 pessoas) por dia.

No Brasil, ganha ares de inovação em cidades como João Pessoa – no caso, pelas mãos de Onildo Bar, do Cozinha Roccia. O chef é especialista em mesclar influências de culinárias mundiais a ingredientes nativos, o que acaba impulsionando os pequenos produtores paraibanos. Foi inclusive do contato com esse universo que, há quatro anos, Onildo resolveu testar o feijão verde, muito apreciado e popular na culinária sertaneja, para substituir, por exemplo, o grão-de-bico, que, até então, parecia ser indispensável nessa receita. “Nosso desafio aqui, na Paraíba, é fazer com que a cadeia produtiva local se desenvolva. Trabalhamos uma gastrono-

mia internacional replicada dentro dos nossos biomas”, disse o chef, que é um apaixonado por falafel. A sua leitura para o prato (veja receita abaixo), vale frisar, será mostrada em BH nestes sábado (21) e domingo (22), no Festival Fartura, que acontece em frente à Sala Minas Gerais, no Barro Preto. Para a receita, o chef explica que é preciso aplicar a técnica de branqueamento do feijão verde, que consiste em um choque térmico do alimento, o que “garante que ele fique ainda mais verde”. O grão-de-bico também foi colocado de escanteio no homus, outra iguaria típica do Oriente Médio. No caso, substituído por castanha-decaju. A duas receitas incrementam o recheio do sanduíche, que também leva babaganoush (pasta de berinjela defumada), tomates e alface. Espera-se cerca de mil unidades do prato para abastecer a população mineira em dois dias de festival. Onildo também substituiu o zaatar, mistura de especiarias tradicionalmente usada naquela região do globo como condi-

mento, por uma junção de ervas frescas, como coentro, salsinha, manjericão e cebolinha. “Acho que tem um super sabor árabe, mas com um toque completamente nordestino”, avalia. OUTRA FORMA Para atualizar a receita tradicional, o chef Ahmad Issa, do Al Árabe Café e Restaurante, em Diamantina, evitou fritar o falafel e transformou o bolinho em uma crosta generosa que cobre o salmão assado. O prato, que acompanha também homus, vai ser oferecido no Diamantina Gourmet, evento que acontece do dia 27 de outubro a 19 de novembro. Ahrmad conta que a sua receita do falafel foi repassada por sua mãe e por sua irmã, quando ele morou no Líbano. “O diferencial é entender como usar os temperos, pois contém muitas ervas, e é preciso saber equilibrá-las. Outro diferencial é que o chef também incrementa a massa com favas verdes. “Confere mais textura ao bolinho, além de ser muito mais saboroso”, garante ele. COZINHA ROCCIA/DIVULGAÇÃO

RECEITA

Falafel de feijão verde ARQUIVO PESSOAL

Receita do chef Onildo Rocha, do Cozinha Roccia Ingredientes - 2 1/2 xícaras (chá) de feijão verde - 1 xícara (chá) de castanha-de-caju - 1 xícara (café) de farinha de mandioca

- 2 colheres (sopa) de cebolinha verde picada - 2 colheres (sopa) de salsinha picada - 2 colheres (sopa) de suco de limão - 2 colheres (sopa) de cebola picada - 2 colheres (sopa) de manjericão - 1 colher (café) rasa de fermento em pó - 1 colher (café) rasa de cominho em pó - 1 colher (café) de pimenta-rosa

- 1 colher (café) de pimenta-síria - 2 dentes de alho amassados - 1 pitada de sal - Coalhada com coentro para acompanhar Modo de preparo Processe o feijão verde no processador ou liquidificador até formar uma massa lisa. Acrescente o restante dos ingredientes e misture bem. Forme bolinhos ou quibes e frite-os em óleo bem quente. Sirva com coalhada temperada com coentro finamente picado.

Sanduíche será vendido no Fartura




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almanaque NIGHTVODKA> Armatrux encena 20ª peça e celebra dez anos de parceria com o diretor Eid Ribeiro BRUNO MAGALHÃES/NITRO/DIVULGAÇÃO

estreia 26.out.

Metáfora de

Tchernóbil A proximidade do centenário da Revolução Russa estava ali, aguçando os sentidos. Convidado a dar continuidade à profícua parceria firmada com o grupo Armatrux, Eid Ribeiro resolveu, então, voltar ao manancial artístico produzido no antigo bloco soviético, do cinema de Andrei Tarkovsky e Roy Andersson à poesia de Vladimir Maiakovski e Serguei Iessiênin. Também resolveu fazer a primeira imersão na obra da autora bielorussa Svetlana Aleksiévitch. Entre os três livros da Nobel de Literatura 2015 publicados no Brasil, foi “Vozes de Tchernóbil” a inspirar o veterano diretor e a companhia no processo de concepção de “Nightvodka”, montagem que estreia quinta (26), no CCBB BH, cumprindo temporada até 20 de novembro. “Vozes de Tchernóbil – A História Oral do Desastre Nuclear” foi originalmente publicado em 1997, e traz depoimentos de cientistas, soldados, operários e viúvas das vítimas do acidente nuclear ocorrido em abril de 1986. No Brasil, o livro chegou Patrícia Cassese

apenas no ano passado. Urge dizer, porém, que o espetáculo não se configura uma adaptação do livro. A produção se inspirou livremente na obra para engendrar uma montagem que avança por questões que permeiam a humanidade – e expõe a sua fragilidade –, frente a eventos como o rompimento das barragens em Mariana, em 2015, ou a devastação da Amazônia. “A conselho do Eid, fomos ler os livros da Svetlana e, ao fim, concluímos que, nossa, tinha muito do que a gente queria falar”, conta a atriz Raquel Pedras. “Mas, veja, quem for ao teatro não vai assistir à encenação do livro, e sim à forma com a qual ele contaminou o que queríamos dizer”. O livro de Svetlana, lembra Raquel, é construído por depoimentos. “Mas, para além disso, a gente fala sobre a capacidade de resistir, de sobreviver, e o quanto essas tragédias reverberam na vida cotidiana – seja da maneira mais simples, como a fruta que nasce na terra contaminada ou a formiga que segue fazendo o seu caminho”, explana Raquel, lembrando que, nos arredores da Usina de Tchernóbil, houve comunidades que só foram informadas

da real extensão do ocorrido 18 dias depois da explosão. “Até então, olhavam aquela luz que se desprendia como um acontecimento fantástico, enquanto estavam sendo contaminadas”. EM MEIO A RUÍNAS Em cena, quatro atores – além de Raquel, Cristiano Araújo, Eduardo Machado e Tina Dias – se desdobram não em papéis, mas em “estados”. “Meu estado, por exemplo, é construído a partir de vários depoimentos de diversos personagens afetados pela tragédia. São estados dessas pessoas convivendo num ambiente aberto, que tanto pode ser a ruína de uma casa ou de um bar, um galpão abandonado... O lugar se transforma em vários espaços possíveis”, diz ela, lembrando que, em meio a um

ambiente que remete ao dilaceramento, a encenação faz uso de projeções que possibilitam várias leituras por parte do público. São imagens de obras de artistas soviéticos, como Malevich, ou de ícones da Igreja Ortodoxa Russa. A sensação de destruição e desolamento que ocupa o palco, lembra a atriz Raquel Pedras, suscita outra questão importante. “A casa é onde a gente constrói a vida. Cada canto, cada objeto, guarda uma história. Em tragédias como a de Tchernóbil, as pessoas tiveram que dizer adeus a relíquias familiares, foram obrigadas a deixar suas casas sem levar nada. A montagem aborda, pois, como é se despedir da própria vida. Se desfazer da própria história e, ainda assim, ser. Resistir às tantas catástrofes que se sucedem a cada dia,

A tragédia (da explosão dos reatores) é o mote para falar de algo que perpassa outras tragédias, como a guerra na Síria, o desmatamento na Amazônia ou Mariana Eid Ribeiro

Mundo em ruínas

Os atores carregam nos corpos o abatimento e o abandono – mas também a resiliência

sejam as naturais ou as que o homem promove. Como a humanidade olha para isso? Será que é assim que a gente vai acabar, o fim será esse?”, elocubra Raquel. NOS CRÉDITOS Vale acrescentar que, além dos pilares Armatrux e Eid Ribeiro, “Nightvodka” arregimentou uma pá de profissionais conhecidos da cena artística. Marco Paulo Rolla responsabiliza-se por cenário e figurino. Marcos Frederico assina a direção musical – lembrando que os quatro atores tocam ao vivo (baixo, bateria, guitarra e violino) e cantam em russo. Já Marina Machado se incumbiu da preparação vocal e da escolha das músicas cantadas em russo pelo grupo – o roteiro musical traz composições de Aleksandr Galich (“Oblaka”), Emir Kusturica & No Smoking Orchestra (“Moldavian Song”), Sergei Trofimo (“Za Tikhoy Rekoyu”) ou a canção bélica (de autoria desconhecida) “Na Pole Tanki Grokhotali”, que descreve o retorno dos soldados da guerra e, aqui, é relida como um punk-rock. “A música entra mostrando que é possível resistir com poesia. E alegria. E isso é muito brasileiro, essa garra, ‘apesar de’. É a nossa ar-

te, e acho que é muito revolucionário. Por isso incomoda”. Já Mário Nascimento é responsável, junto a Eid Ribeiro, pelas coreografias. PARCERIA Com Eid Ribeiro, o Armatrux já encenou o infantojuvenil “De Banda Pra Lua” (2007) e os adultos “No Pirex” (2010) e “Thácht” (2014). “Fico superemocionada ao falar dele. Um mestre! Conviver com ele é um aprendizado diário. Uma pessoa muito generosa, na condução dos ensaios, no fazer, na construção... Tem a criatividade pulsante e não tem vaidade: o lugar de fala dele é a arte que propõe. Vida longa a ele”, propõe Raquel. Eid devolve: “Primeiramente, devo dizer que considero o Armatrux o meu grupo, o nosso grupo. Para mim, foi um encontro criativo e muito humano. E a vontade e disciplina deles de sempre desenvolver novidades. A cada nova proposta, a gente se joga nas necessidades da nova criação, e isso é essencial”.

> Nightvodka

CCBB BH (Praça da Liberdade, 450). Estreia dia 26 (quinta), às 20h. Sempre de quinta a segunda, às 20h. Até 20/11. R$ 20 (inteira).


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ARTES CÊNICAS Cristal Lopez estreia monólogo Patrícia Cassese

No curso do bate-papo com o Pampulha, não foram poucas as vezes em que Cristal Lopez citou a mãe, Rita de Cássia. “Me sinto abençoada por tê-la”, sintetiza a atriz, que dedica à genitora o monólogo performático “Reconstruindo e Construindo Uma Jovem Cristal”, uma das atrações da próxima semana na “Ocupação Transarte”, evento que ocupa a Funarte MG até novembro, com manifestações artísticas e culturais pautadas pela diversidade. A estreia de Cristal será na quinta (26), às 19h. Auto-biográfico, o texto é parte de uma trilogia que repassa momentos da trajetória da artista e ativista na luta pelos direitos LGBT+. Nem todos, claro, fáceis de rememorar. “Na verdade, o espetáculo começa muito forte, com um estupro que sofri na juventude. Ou seja, o início é impactante, mas, no final, já está mais leve”, diz a mineira, que já foi apontada pelo crítico teatral Miguel Arcanjo Prado como a “diva da cultura” na capital mineira. Não é exagero. Quem

Qui. 26.out e 2.nov.

RAUL BRANDÃO SAMPAIO/DIVULGAÇÃO

para as ruas se enfronhar em brincadeiras e jogos comuns ao universo masculino, enquanto ela preferia ficar em casa, ouvindo as músicas que a mãe apreciava. “Como os tropicalistas: Gal Costa, Caetano Veloso...”, enumera. Aliás, Cristal frisa que o espetáculo é permeado por essas músicas que foram marcantes em sua trajetória, e que ela trata de apresentar em momentos nos quais coloca em cena sua aptidão para a dança – aos 16 anos, ela começou a ter aulas de jazz. A Ocupação Transarte também programa, para a semana, o espetáculo “So+MOS”, que traz dois bailarinos que compõem cenas com poesia, movimento e dramaticidade, norteados por questões como identificação e orientação sexual.

Tributo

Cristal foi homenageada na noite de abertura da Transarte por sua atuação política na luta LGBT+

já presenciou a participação de Cristal no Carnaval belohorizontino, por exemplo, atestou o impacto que sua aparição provoca, o que a faz ser sempre ovacionada. A decisão de contar sua história, porém, vem de uma constatação dura. “Me sinto privilegiada por ter chegado aos 35 anos de vida”. Cristal refere-se ao fato de a estatística de vida de

transexuais no Brasil ser justamente essa, ou seja, menos da metade da população em geral (75,5%, segundo o IBGE). “Muitas amigas minhas não chegaram a essa fase. Talvez a minha sorte tenha sido ter tido a retaguarda da minha mãe, que não me expulsou de casa, me deu total apoio. Sou negra, periférica. Ser uma referência na cena cultural da ci-

dade significa estar contra todas as probabilidades. Me sinto vitoriosa”, constata ela, lembrando que nem poderia ser outra pessoa, que não ela mesma, a assinar texto e direção. “Só eu poderia contar a minha história”. Mas, mais que apenas dividir com o público sua biografia, a empreitada tem o objetivo de levar alento a outras pessoas que lidam com a

questão da identidade de gênero. Questão que, no seu caso, aflorou com mais urgência na pré-adolescência, quando morava em São João del-Rei. Foi aos 12 anos que Cristal começou a assumir a identidade feminina, coerentemente com o que sua alma e seu coração impunham. Do tempo que precedeu essa baliza, ela guarda uma lembrança: os meninos iam

Reconstruindo e >Construindo Uma Jovem Cristal

Funarte MG (rua Januária, 68, Floresta). Dias 26/10 e 2/11, às 19h. R$ 20 (inteira). Pessoas trans não pagam.

Ocupação >Transarte

Na Funarte, até 12/11. Confira programação completa no site: www.pedevento. art.br/transartebh

A única saída é a resistência Foi para subverter as dificuldades encontradas que um dos motes escolhidos para nortear a 17ª edição do Festival Estudantil de Teatro (Feto) é “se o mundo se mostra bruto, apresentamos coragem”. A ausência de recursos foi a principal pedra no caminho para a realização do festival já tradicional na cidade que, neste ano, apresenta uma grade reduzida – são nove espetáculos selecionados dentre mais de 140 inscrições. Apesar dos percalços, com o apoio de parceiros e motivado pela função da arte de sempre resistir às adversidades, o Feto abre sua temporada 2017, na próxima semana, e ocupa quatro importantes espaços da cidade – Sesc Palladium, GalpãoCine Horto,Teatro Francisco Nunes e Centro de Referência da Juventude. A diversidade, entretanto, não está presente apenas nos palcos, mas também nos grupos eleitos para apresentar seus espetáculos

– são companhias teatrais de todos os cantos do país, como o Corpo Composto, de Aparecida de Goiânia, e o Cabe na Sacola, de João Pessoa. Para Gláucia Vandeveld, uma das curadoras do festival, a representatividade regional é característica intrínseca ao Feto desde sua criação. “Nós temos esse cuidado com a diversidade, é importante trazer grupos de todo o Brasil para pensar no festival como um lugar de pesquisa e de troca artística com profissionais que pensam o teatro no país”, explica. Não apenas a variedade regional, mas a pluralidade das pessoas também é levada em conta. São alunos de escolas de teatro, de cursos livres e jovens do teatro universitário que dividem a programação com o Grupo Galpão – responsável pela abertura do evento com o conhecido espetáculo “Nós”. “Trouxemos o Galpão pela história do grupo, eles estão completando 35 anos e sempre estiveram às voltas

Ter. a dom 24 a 29.out.

BRUNA DIACOYANNIS/DIVULGAÇÃO

Espetáculo “E Agora, Aonde Vamos?” traz à baila questões sobre migração, guerra e religião

com a resistência teatral, mantendo viva uma história de luta e persistência. Além disso, o contato com o Galpão é uma troca muito bacana com as novas gerações de grupos”, afirma Glaucia. Uma das companhias, entre as selecionadas, a dar os primeiros profissionais em

um palco é o Grupo Malja. A trupe do Rio de Janeiro é integrada por 20 alunos recémformados do curso profissionalizante da Casa das Artes de Laranjeiras (CAL) e, no decorrer da semana, desembarca na capital mineira, onde apresenta o espetáculo “E Agora, Aonde Vamos?”.

Inspirado no filme homônimo da diretora libanesa Nadine Labaki, a montagem acompanha a trajetória de uma companhia teatral que fugiu às pressas de seu país e aportou em uma nação estrangeira. Lá, o grupo precisa encenar um espetáculo para convencer as autoridades do

novo país de que os artistas não são terroristas. A obra carioca, aliás, segue a linha curatorial do festival e discute questões urgentes no mundo, como o processo migratório de povos refugiados e o desrespeito à diversidade religiosa. Para Eduardo Vaccari, que é diretor de “E Agora, Aonde Vamos?” e já esteve presente em outras edições, festivais como Feto são essenciais para enriquecer as experiências de jovens atores. “O festival é um momento importante para conhecer e difundir o trabalho que está sendo feito no Brasil. Para os mais novos, é uma oportunidade de experienciar o palco, poder montar a luz, participar de todo o processo”, pontua. * Lara Alves, sob supervisão de Marília Mendonça

Feto – Festival >Estudantil de Teatro

Vários espaços da cidade. Entre 24 e 29/10. R$ 6 (inteira). Confira programação completa no site: noato.org.br/feto


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ARTES CÊNICAS O exercício da convivência GUTO MUNIZ/DIVULGAÇÃO

Patrícia Encerrada a Cassese temporada da remontagem de “A Paixão Segundo Shakespeare”, texto de Jota Dangelo, a atriz Andreia Garavello tratou de pensar em sua próxima empreitada. Lembrou-se, então, da sugestão dada por um amigo espanhol, que, anos atrás, havia assistido a uma montagem de “Intimidade Indecente” no Rio de Janeiro. Após a leitura da obra de Leilah Assumpção, já não restavam dúvidas: seria essa sua nova investida. Para dividir o palco, ela convocou o colega Geraldo Peninha. Os dois formam o casal em torno do qual a trama se desenrola. Sob a batuta de Pedro Paulo Cava, o espetáculo teve sua estreia na última quinta (19), e segue temporada até 17 de dezembro, no Teatro da Cidade. Uma curiosidade: o espaço cênico exibiu em sua inaugura-

ção, há 27 anos, a montagem de outro texto da dramaturga paulista, “Boca Molhada de Paixão Calada”. Original de 2002, “Intimidade Indecente” – que já foi encenado por atrizes de perfis distintos, como Irene Ravache e Giovanna Antonelli – recebeu uma atualização no tocante a citações a tecnologias. “Eles (personagens) acompanham como podem todos esses avanços e tentam se adaptar”, diz Andrea. Entram em cena, pois, as redes sociais e o WhatsApp. Fora essa inserção, as partes envolvidas na montagem consideram que o texto estava atual. Num plano geral, Peninha entende que Leilah foi muito feliz em sua escrita. “O texto é de uma carpintaria teatral excelente”, avalia, lembrando que o início flagra o casal na faixa dos 50 anos, contabilizando cerca de duas décadas de vida em comum. “Mas, aí, eles têm uma discussão que os leva à separação. No entanto, durante o resto da vi-

Andrea Garavello e Geraldo Peninha formam um casal em crise no início da encenação

da, vão continuar em contato, juntos. Na minha fantasia, é daí que vem o título”. Ele destaca que o texto traz situações engraçadas, mas, no geral, “é de uma delicadeza extrema”. “A peça acontece em quatro momentos, esse inicial, mais outros ao longo da vida, pois a tra-

ma termina com eles quase aos 90 anos. O texto é uma lição de vida e o final, de uma doçura, um lirismo...”, enfatiza. Mas Andrea ressalta que, mais do que esquadrinhar um relacionamento de casal, o texto fala sobre o tempo. “E o tempo do conta-

to com outro, que estamos perdendo. Acredito que por isso vá pegar o público de todas as idades. Com o avanço da tecnologia, o ser humano está desaprendendo a estabelecer contato físico”, detecta ela. Um contato que, no caso do teatro e da dança, é

primordial. “As artes cênicas são a única arte que não se faz a não ser a partir da presença do outro”, elabora. “Veja a música, por exemplo. Você pode escutar um CD sozinho. No caso das artes plásticas, pode ir a uma exposição na qual o artista não está presente. Idem para o livro. Já o teatro não se faz se não junto ao público, e acho que isso é fundamental para o exercício do convívio”. Em tempo: Peninha integrou o elenco de “A Paixão Segundo Shakespeare” ao lado de Andrea, mas lembra que essa é a primeira vez que os dois estão sozinhos em cena. “É uma mulher de teatro, uma atriz excelente. Dividir o palco com ela é um sonho”, compara.

Intimidade >Indecente

Teatro da Cidade (rua da Bahia, 1.341). Sextas e sábados, às 20h30, e domingos, às 19h. Até 17/12. R$ 50 (inteira)


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ARTES CÊNICAS Diversão e arte para pequenos IVSON/DIVULGAÇÃO

Patrícia Cassese

O dia 12 é o marco, mas é fato que o mês de outubro tem sido tradicionalmente dedicado às crianças em toda a sua extensão. Motivo pelo qual o final de semana reserva uma série de atrações para a petizada. Além das peças que já estão em cartaz (confira roteiro na página 20), o artista Paulo Polika apresenta neste sábado (21), no Museu dos Brinquedos, o seu “Espetaclim”. Já no domingo (22), no Teatro Bradesco, Sílvia Negrão lança o DVD “Catibiribão – Baú de Músicas e Brincadeiras”. E no Cine Theatro Brasil Vallourec, também no domingo (22), o fenômeno “Mundo Bita” apresenta seu novo espetáculo, “Nosso Mundo da Imaginação”. Um trabalho norteado pela delicadeza. É assim que Sílvia Negrão define “Catibiribão”. O espetáculo cênico-musical propõe a alegria de brincar com a música. Em cena, junto a outros cinco componentes – Juliana Martins (voz e manipulação de bonecos), Aline Carneiro (voz e violão), Solange Guedes (voz e flauta), Caio Gracco (voz e baixo) e Feijão (voz, percussão, bateria e metalofone) –, Sílvia se comunica com o público por meio de parlendas, trava-línguas e, claro, canções, em uma grande celebração. “É um trabalho que tem nos trazido respostas muito calorosas, inclusive dos adultos. Aliás, tem momentos que a gente já vê, pelos olhos deles, que estão sendo transportados para a infância”, diag-

MUNDO BITA EM NOVO ESPETÁCULO Concepção Cantor, compositor e um dos criadores do Mundo Bita, Chaps Melo conta que o novo espetáculo, “Nosso Mundo da Imaginação”, foi elaborado de forma diferente dos anteriores. “Primeiro, perguntamos nas redes sociais quais músicas as famílias preferiam. Isso ajudou a montar um roteiro em sintonia com as expectativas. Depois, partimos para texto, novas interações e novo cenário”.

Fantasia nostica ela, que há mais de uma década se dedica à pesquisa, registro e divulgação da memória musical, por meio do universo das canções e das brincadeiras infantis. Além dos shows, Sílvia ministra aulas de musicalização para crianças e oficinas de música a professores da educação infantil. FOLCLORE Nascida em Belém do Pará, a artista passou parte da infância em Macapá, antes de se radicar em BH. Mas as canções do espetáculo são frutos de um trabalho de resgate do folclore regional do Norte e Nordeste do Brasil, e enfocam lendas como a do boto cor-de-rosa. Não por outro motivo, ela enfatiza: “Acaba sendo um repertório novo para as crianças daqui (do Sudeste). O público sai enriquecido, com novas imagens e sonoridades”, diz Sílvia, lembrando que apenas três músicas do repertório se situam fora deste propósito do resgate: duas de autoria pró-

INTERFACE/DIVULGAÇÃO

pria e de seu filho, Bruno. No espetáculo, há um momento reservado à interlocução com o público mirim, com direito a perguntas. “A gente percebe que as crianças estão em sintonia com a gente o tempo inteiro, conectados. É muito gostoso, gratificante”, resume. O espetáculo “Catibiribão” foi criado por Sílvia em 2006, a partir da reunião do repertório dos CDs que ela lançou em 2004. Em 2010, a iniciativa foi contemplada pelo projeto Rumos Itaú Cultural. O show cujo registro gerou o DVD foi realizado em São Paulo, em 2011.

Catibiribão – Baú >de Músicas e Brincadeiras

Musica de Sílvia Negrão Teatro Bradesco (r. da Bahia, 2.244, Lourdes). Neste Domingo (22), às 16h. R$ 10 (inteira)

> Espetaclim

Teatro de bonecos. Museu dos Brinquedos (av. Afonso Pena, 2.564). Neste sábado (21), às 16h. R$ 24 (inteira). Inclui permanência no local, que terá outras atividades, a partir das 10h da manhã. MR.PLOT/ATIVA/DIVULGAÇÃO

“Espetaclim”: uma das atrações do sábado no Museu dos Brinquedos

Mundo Bita: A turma traz novidades no show que apresenta em BH

Peça propõe uma viagem com brincadeiras nos quintais e conversas com seres mitológicos

Objetivo No geral, diz ele, o objetivo continua sendo levar alegria com conteúdo. “Trazer temas importantes, como a inclusão, a igualdade e o respeito à natureza, sempre com um olhar lúdico voltado ao estímulo à imaginação. O processo todo de montagem desse novo Show do Bita foi muito bonito, porque sentíamos que estávamos construindo algo

junto com os fãs”. Diferencial Na opinião de Chaps, o diferencial do Mundo Bita é a elaboração criteriosa do conteúdo. “Tudo é feito com muito cuidado e amor. Abordamos temas atuais. Trazemos novidade através de músicas e clipes autorais. Respeitamos a inteligência das crianças ao mesmo tempo em que colocamos, nas criações, a inocência e a beleza. Este é o nosso grande compromisso e penso que isso toca as pessoas”. Segundo ele, mães e pais percebem a intenção de criar algo construtivo, sadio e feliz. Onde Cine Theatro Brasil Vallourec (av. Amazonas, 315, centro). Quando Neste domingo (22), às 17h. Quanto A partir de R$ 70 (setor 2, inteira)


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ARTES CÊNICAS PABLO BERNARDO/DIVULGAÇÃO

teatro adulto A B C DÁRIO DE UM MOTORISTA Dir. Wesley Maciel. Com Wesley Maciel, Luciano de Lima, Marcos Arêas Em busca de uma grana “extra”, um motorista aventura-se por BH. Teatro da Maçonaria (av. Brasil, 478, Santa Efigênia). Neste sáb. (21), às 21h; dom. (22), às 19h. R$ 16 (postos Sinparc).

A CASA DAS BONECAS Dir. Freddy Mozart. Com Walkiria La Roche, Sandra Lee, Aloisio Pires Jovem inocente sai do interior para tentar a sorte na cidade grande. Teatro Nossa Senhora das Dores (av. Francisco Sales, 77, Floresta). Neste sáb. (21) e dom. (22), às 19h. R$ 40 (inteira); R$ 18 (postos Sinparc).

ACORDA Dir. Paula Manata. Com Grupo Trampulim Na casa, quatro palhaços organizam seus mundos. Teatro Espanca! (r. Aarão Reis, 542, centro). Neste sáb. (21), às 20h. Entrada gratuita.

CADA UM COM SEUS POBREMA Dir. Ricardo Rathsam. Com Marcelo Médici Oito personagens conhecidos do ator global roubam a cena. Teatro Bradesco (r. da Bahia, 2244, Lourdes, 3516-1360). Neste sáb. (21), às 21h. R$ 80 (inteira).

CEARÁ DANDO AS CARAS Dir. Wellington Muniz. Com Wellington Muniz O comediante apresenta os personagens que marcaram sua carreira. Cine Theatro Brasil Vallourec (r. dos Carijós, 258, centro, 3201-5211). Neste sáb. (21), às 21h. R$ 90 (plateia 1, inteira); R$ 80 (plateia 2A, inteira); R$ 50 (plateia 2B, inteira).

COMO SOBREVIVER EM FESTAS E RECEPÇÕES COM BUFFET ESCASSO Dir. Carlos Nunes. Com Carlos Nunes, Douglas Gonzales e Marcos Kass Truques para não passar por situações desagradáveis em recepções com pouca comida. Teatro Raul Belém Machado (r. Leonil Prata, s/n°, Alípio de Melo, 3277-6437). Neste sáb. (21), às 20h; dom. (22), às 19h. R$ 15 (postos Sinparc).

ESSA HERANÇA É MINHA Dir. Fred Mayrink. Com Maurício Canguçu e Ílvio Amaral Sissi falece e Mary e Elizabeth lutam para garantir sua fortuna. Teatro Imaculada (r. Aimorés, 1.600, Lourdes). Sex. e sáb., às 21h; e dom., às 19h. R$ 40 (inteira); R$ 20 (postos Sinparc). Até 29/10.

FRAU AMÁLIA FREUD

Dir. Pádua Teixeira. Com Beth Grandi À beira da morte, Amália repassa sua vida e a relação com seu filho, Freud. Teatro Marília (av. Alfredo Balena, 586, Santa Efigênia, 3277- 4697). Qui. a sáb., às 20h; dom., às 19h. R$ 40 (inteira). Até 29/10.

INTIMIDADE INDECENTE

feto - festival estudantil de teatro

Estrelado por Beth Grandi, o espetáculo “Frau Amália Freud”, em cartaz no teatro Marília a partir da próxima quinta

ANJO NEGRO Dir. Renan Pena. Com Filosofia de Coxia (SP) Uma sociedade que mata seus filhos tenta apagar seu passado. Galpão Cine Horto (r. Pitangui, 3613, Horto). Sex. (27), às 15h30. R$ 6 (inteira).

Dir. Pedro Paulo Cava. Com Andreia Garavello e Geraldo Peninha Um casal longevo às voltas com o passado precisa se adaptar às redes sociais. Teatro da Cidade (r. da Bahia, 1341, centro, 3273-1050). Sex. e sab., às 20h30; dom., às 19h. R$ 50 (inteira). Até 17/12.

E AGORA, AONDE VAMOS? Dir. Eduardo Vaccari. Com Grupo Malja (RJ) Uma companhia de teatro foge da guerra e precisa apresentar uma peça. Sesc Palladium (av. Augusto de Lima, 420, centro, 3214-5350). Qua. (25), às 20h. R$ 6 (inteira).

MONÓLOGO PÚBLICO Dir. Michel Melamed. Com Michel Melamed O ator parte da situação do Brasil para refletir questões sobre público e privado. Teatro Sesiminas (r. Padre Marinho, 60, Santa Efigênia, 3241-7181). Neste sáb. (21), às 20h; dom. (22), às 19h. R$ 50 (inteira).

EM TRÂNSITO Dir. Fernando Barcellos. Com Grupo Jovem de Dança de Ibirité Quatro coreografias criadas a partir da dinâmica das relações humanas. Teatro Francisco Nunes (av. Afonso Pena, s/nº, Parque Municipal, centro). Sex. (27), às 20h. R$ 6 (inteira).

MOTRIZ: UM CONCERTO PARA VOZ, AFETOS E OS SONS AO REDOR Dir. Maria Clara Ferrer. Com Juliana Mota Uma voz-mulher-negra dispara um fluxo de músicas e palavras. Sesc Palladium (av. Augusto de Lima, 420, centro, 3214-5350). Sex. (27) e sáb. (28), às 20h; dom. (29), às 19h. R$ 10 (inteira).

às 21h; dom., às 19h. R$ 40 (inteira); R$ 15 (postos Sinparc). Até 29/10.

NADA SÉRIO

VIOLENTO.

Dir. Luciana Coelho. Com Fael Arcanjo Humoristas acompanham o comediante Fael em um show de piadas e paródias. Teatro Estação Cultural (av. Cristiano Machado, 11833, Venda Nova, 3118-9902). Neste sáb. (21), ás 19h. R$ 40 (inteira); R$ 20 (antecipado).

NIGHTVODKA (Leia mais na página 16)

PROIBIDO PARA MAIORES Dir. Érica Lima. Com Hudson Moreira e Bianca Tocafundo Um casal passa uma noite trancado no banheiro do próprio apartamento. Cine Theatro Brasil Vallourec (av. Amazonas, 315, centro, 3201-5211). Neste sáb. (21), às 20h30; dom. (22), às 19h. R$ 40 (inteira); R$ 20 (promocional).

SEGUNDA CHAMADA (Leia mais nesta página)

SER - EXPERIMENTO PARA TEMPOS SOMBRIOS Dir. Alexandre de Sena. Com Rafael Lucas Bacelar Espetáculo performativo que radicaliza a narrativa como lugar de resistência. Funarte MG (r. Januária, 68, centro, 3213-3084). Neste sáb. (21), às 20h; dom. (22), às 19h. R$ 20 (inteira); pessoas trans não pagam a entrada.

TODOMUNDO Dir. Jordan Baêsso. Com Alex Bernardes, Alessandra Stella, Ernane Campos Ao receber a visita da Morte, Todomundo assusta-se e busca uma forma de escapar. Teatro da Assembleia (r. Rodrigues Caldas, 30, Santo Agostinho). Sex. e sáb.,

(Leia mais nesta página)

teatro infantil CHAPEUZINHO VERMELHO Dir. Roberto O'Hora. Com Nathalia Alves, Axeiheys Emílio, Nelson Santos Uma jovem sai para visitar a sua avó, mas no caminho se depara com um lobo mau. Teatro Estação Cultural (av. Cristiano Machado, 11833, Venda Nova). Neste dom. (22), às 16h. R$ 20 (inteira).

O PEQUENO Dir. Robson Vieira. Com A Patela Ajuntamento Um garoto acorda mais velho e sai em busca de seu pai. Teatro da Assembleia (r. Rodrigues Caldas, 30, Santo Agostinho, 2108-7827). Sex. (27), às 12h. Entrada gratuita.

O REI LEÃO Dir. Diego Benicá. Com Bernard Bravo, Bernardo Rocha, Bianca Tocafundo As aventuras do jovem Simba para recuperar o trono que lhe foi tomado. Teatro Estação Cultural (av. Cristiano Machado, 11833, Venda Nova). Neste sáb. (21), às 16h. R$ 40 (inteira).

PATRULHA CANINA Dir. Matheus Milhomens. Com Cia. Magia Produções Cinco amigos precisam encontrar um tesouro. Teatro Nossa Senhora das Dores (av. Francisco Sales, 77, Floresta). Neste sáb. (21), às 16h. R$ 60 (inteira).

PABLO BERNARDO/DIVULGAÇÃO

SOLDADINHO DE CHUMBO Dir. Fernando Bustamante. Com Ricardo Sabino, Hadassa Baptista, Rafael Ventura Um soldadinho cai da janela de casa e se aventura para reencontrar sua amada. Teatro Santo Agostinho (r. dos Aimorés, 2679, Lourdes). Neste sáb. (21) e dom. (22), às 16h. R$ 40 (inteira).

e dom., às 11h. R$ 70 (inteira); R$ 30 (postos Sinparc). Até 29/10.

SHOW DO BITA – NOSSO MUNDO DA IMAGINAÇÃO (Leia mais na página 17)

ópera PORGY AND BESS

Dir. Belkiss Amorim. Com Espaço Belkiss Amorim Oito balarinos releem importantes obras das artes visuais. Museu da Moda de Belo Horizonte (r. da Bahia, 1149, centro). Neste sáb. (21) e dom. (22), às 19h30. Entrada gratuita.

Dir. Silvio Viegas e Fernando Bicudo. Com Orquestra Sinfônica, Coral Lírico e Cia. de Dança Palácio das Artes Inspirada na música afro-americana, a obra traz o amor entre um homem e uma mulher negros da Carolina do Sul. Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1537, centro). Neste sáb. (21), seg. (23), qua. (25) e sex. (27), às 20h. R$ 60 (inteira).

fan - festival de arte negra

musical CARREGANDO A LUA Dir. Silvino Fernandes Três palhaços músicos contam a história de uma trupe mambembe. Teatro de Bolso Sesiminas (r. Padre Marinho, 60, Santa Efigênia). Neste sáb. (21) e dom. (22), às 19h. R$ 15 (inteira).

CONCERTO PARA BEBÊS BRASIL Dir. Cássio Pinheiro. Com Ana Roberta Rezende, Gabriel Estanislau, Gerson Marques Espetáculo para a primeira infância, sustentado no cancioneiro brasileiro. Teatro Marília (av. Alfredo Balena, 586, Santa Efigênia, 3277- 4697). Sáb.

Dir. Rachel Trambaioli. Com Caixa Preta Cia de Teatro (SP) Um suposto inspetor atormenta os poderosos de um São Petersburgo. Teatro Francisco Nunes (av. Afonso Pena, Parque Municipal, centro). Qua. (25), às 15h30. R$ 6 (inteira).

NEGRA SOU

dança CONEXÕES CONTEMPORÂNEAS

INSPETOR GERAL

O AMARGO FRUTO, A VIDA DE BILLIE HOLIDAY Dir. Ticiana Studart. Com Lilian Valeska A história da cantora em vários momentos de sua vida. Teatro Francisco Nunes (av. Afonso Pena, Parque Municipal, centro). Neste sáb. (21), às 20h. Entrada gratuita.

O CHEIRO DA FEIJOADA Dir. Iléa Ferraz. Com Iléa Ferraz Uma lavadeira faz uma feijoada trazendo à tona fatos da história do Brasil. Teatro Francisco Nunes (av. Afonso Pena, s/nº, Parque Municipal, centro, 3277-6325). Neste dom. (22), às 11h. Entrada gratuita.

Dir. Palmira Rodrigues. Com Cabe na Sacola (PB) O preconceito de cor a partir de importantes episódios históricos brasileiros. Teatro Francisco Nunes (av. Afonso Pena, Parque Municipal, centro). Qui. (26), às 15h30. R$ 6 (inteira).

NÓS Dir. Marcio Abreu. Com Grupo Galpão Enquanto preparam a última sopa, sete pessoas partilham angústias. Sesc Palladium (av. Augusto de Lima, 420, centro, 3214-5350). Ter. (24), às 20h. R$ 6 (inteira).

O BEBÊ DE TARLATANA ROSA Dir. Rainha Kong (SP). Com Rainha Kong (SP) Um aristocrata carioca encontra seu bebê em uma festa num bairro pobre. Sesc Palladium (av. Augusto de Lima, 420, centro, 3214-5350). Qui. (26), às 20h. R$ 6 (inteira)

* A sessões da peça “Doutora Brinquedos” foram canceladas. A montagem aconteceria neste sábado (21) e domingo (22), no Teatro da Biblioteca Pública. Para reembolso dos ingressos, o público deve entrar em contrato pelo telefone: (31) 98604-9968

THAINÁ NOGUEIRA/DIVULGAÇÃO

Amparo estreia violento. 6 Preto no Galpão Cine Horto

lança projeto que 6 Galpão cria espetáculos para jovens

Primeiro solo do ator, o espetáculo “violento.” narra a trajetória de um jovem negro na sociedade, diretamente atingido por abordagens policiais, encarceramento em massa, o genocídio em curso e a hipersexualização do corpo negro acrescida de elementos urbanos e ritos de passagens contemporâneos. Dirigido por Alexandre de Sena, a peça pretende desnudar, de forma poética, o racismo estrutural existente em nosso cotidiano. Natural de Patrocínio, Preto Amparo, além de ator, tem também um trabalho sólido na cena teatral mineira como técnico de luz e diretor. Onde Galpão Cine Horto (rua Pitangui, 3613, Horto) Quando Nestes sábado (21), às 20h, e domingo (22), às 19h. Quanto R$ 20 (inteira)

Há 15 anos em atividade, o Conexão Galpão é um projeto sociocultural que visa atingir o público infantojuvenil. Neste ano, o projeto dá mais um passo para formar novos espectadores e lança o “Centro de Estudos e Produção para a Infância e Juventude”, que estreia, neste mês, o espetáculo “Segunda Chamada”. A peça traz o universo dos adolescentes ao retratar medos, curiosidades, desejos, angústias e dúvidas. As cenas são construídas a partir de lembranças e flash backs de três personagens adultos que se encontram como mesários numa seção eleitoral. Onde CCBB (Praça da Liberdade, 450). Quando Estreia dia 26. Sempre de quinta a segunda, às 19h. Até 13/11. Quanto R$ 20 (inteira).


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MÚSICA Luiza reverencia o Rei do Pop Alex Luiza Possi Bessas não sabe bem a primeira vez que travou contato com a obra do Michael Jackson (1958 – 2009). Sabe que, desde bem pequena, se embala ao som do norteamericano. É para ele que presta homenagem no próximo sábado (28) com o show “Who’s Bad?” – tudo com muito brilho e luva vestindo a mão direita, como era do feitio do artista. “Tenho lembranças mais fortes nos meus 5 anos, quando ouvia ‘Bad’ (1987), mas o escutava sempre”, diz ela. Aliás, até hoje, “é a minha maior influência musical”. Afinal, paradigma da música pop, “todo mundo que faz música é, em algum momento, envolvido por ele”. “Michael Jackson é, sem dúvida, uma referência em tudo que se refere à métrica e ao ritmo, do rap às baladas...”, elogia a filha de Zizi Possi. Luiza, diga-se, é ainda mais afetada pela aura mágica do popstar. Por ouvi-lo “desde sempre”, desenvolveu vínculos afetivos. Quando planejava seu aniversário de 25 anos, em 2009, a trilha sonora seria inteiramente do “Rei do Pop”. Acontece que, um dia antes da comemoração, no dia 25 de junho, eis que a moça recebeu a notícia da morte do

artista. “Fiquei arrasada. Eu realmente senti muito, como se fosse alguém próximo”. EMBRIÃO Com o passar dos anos, o respeito pelo legado do norteamericano só fez aumentar. Em 2016, Luiza recebeu convite para se apresentar no programa “Versões”, do Canal Bis, em que interpretaria canções de grandes nomes da música. Inicialmente, no entanto, a produção queria que ela prestasse preito a Madonna. “Pô, pode ser Michael Jackson?”, respondeu a carioca. “Imaginei que muita gente já tivesse pedido isso... Mas, então, disseram que sim, que podia! Na hora, não acreditei”. Quando, finalmente, o programa foi ao ar: sucesso. Tanto que, naquele ano, o episódio de “Versões” de Luiza foi o conteúdo mais reprisado pelo canal. “Depois disso, as pessoas passaram a me parar na rua, gente de todas as idades, e diziam que tinham visto. E, poxa, era TV a cabo...”, examina. Foi a partir daí que a artista identificou que sim, a apresentação tinha fôlego para ganhar os palcos. “Eu tinha um show marcado, mas não sabia exatamente o que fazer, resolvi arriscar”. Para conceber a apresentação, teve a ajuda de seu tio, José Possi Neto. “Ele é um grande diretor de teatro musical, era ideal para o projeto”. Além disso, Luiza leva pa-

ra os palcos a experiência de uma recente empreitada. A artista encarou o musical “Divas”, em 2016. “Eu acho que cantar é interpretar. É uma arte que, cantada ou falada, exige que você entregue seu corpo para as emoções”. No show, claro, a performance é um dos aspectos essenciais. Mas não há nada de caricato, garante. “Não faço uma imitação, mas alusão ao Michael”. LEMBRANÇAS BH foi uma das cidades escolhidas por Luiza para receber a apresentação. “Eu gosto muito de BH, gosto do sotaque, da comida, do público...”. Da cidade, ela ainda guarda a lembrança de um último encontro com o músico mineiro Vander Lee, morto no ano passado. “Tive dias memoráveis por aí”, diz. Luiza, pois, está a mil. A cantora lança o single “Lembra” ainda nesta semana. O clipe, que gravou com o surfista Gabriel Medina, vai para o cinema no dia 13 de novembro. “Eu não tenho vontade de gravar um álbum, de verdade”, diz ela. “É um formato que está mudando... Então, prefiro lançar um single, um clipe, depois outro trabalho, até que, de repente, tenho um CD”, argumenta.

> Who’s Bad?

Luiza Possi presta tributo a Michael Jackson. Teatro Bradesco (rua da Bahia, 2244). Dia 28 (sábado), às 20h. R$ 120 (inteira).

CAIO GALLUCCI/DIVULGAÇÃO

Sáb. 28.out.

Tributo

Luiza Possi canta Michael Jackson e se esquiva de fazer caricatura do popstar

Duo emplaca pop rural em BH Com pouco mais de dois anos de caminhada e apenas um álbum na bagagem, o duo Anavitória conquistou muito além de Tocantins, cidade natal de Ana Caetano, 22, e Vitória Falcão,22. Hoje, asmeninas colecionam um disco de ouro e duas indicações ao Grammy com o estreante “Anavitória” (Universal Music, 2016), disco que trabalham em turnê com show marcado para este sábado (21) no KM de Vantagens Hall, a partir das 22h. Emseguida, elas devem aportar em Portugal. Com composições cativantes e um ar bucólico, o disco também representa a estreiado estilo musical batizado de “pop rural”, como elas mesmas classificam o flerte que fazem entre música sertaneja, MPB e pop. E, porque não, entre a cidade e a natureza. “Na verdade, esse nome, ‘pop rural’, existe

porque o mundo inteiro é feitode caixinhas e você tem que se encaixar em alguma delas. Esse foi o nome que achamos pra nossa caixinha. Diz muito da mistura do nosso tipo de som, queé popular como canto que a gente cresceu”, define Vitória. HISTÓRIA As duas se conheceram por volta de 2014, na pequena cidade de Araguaína, no Tocantins. Elas estudavam na mesma escola, mas não eram amigas. O contato só surgiu pelas redes sociais. “Eu tinha um canal no YouTube, onde colocava minhas composições. E conheci a Vi (Vitória) cantando no Facebook, chamei ela pra gravar algo na brincadeira e deu muito certo. Nos entendemos de cara”, relata Ana Caetano, que assina a maior parte das composições do duo. No fim daquele ano, fãs de Tiago Iorc mandaram uma

dessas gravações ao empresário dele, Felipe Simas – hoje, empresário delas também. O vídeo em questão era o da faixa “Um Dia Após o Outro”, gravado pelo próprio cantor. “Ele assistiu e nos convidou pragravar um EP em São Paulo”, conta. Em 2015, mudaram-se para a capital paulista e agora trabalham em parceria com o “apadrinhamento” do próprio Tiago Iorc, que também dividiu a composição de três faixas do disco de estreia. “Nosso encontro com o Tiago foi muito especial. Ele estava ali na nossa primeira vez dentro de um estúdio e foi muito importante ter alguém com tanta bagagem por perto. Ele participou e participa da nossa descoberta sonora e musical. Nós três temos uma conexão muito bonita e trabalhar com ele é um aprendizado diário”, relata Vitória. Depoisdo EP,o duoarrecadou mais de R$ 60 mil em

Sáb. 21. out.

ANAVITÓRIA/DIVULGAÇÃO

uma campanha de financiamento coletivo para gravar seu álbum completo de estreia,com 40 mil cópias vendidas. E buscam mais, musicalmentefalando. “Não existe um lugar ou uma situação que a gente se planeja em estar, mas trabalhamos muito para nossa música ter alcance. A vontade é só essa”, diz Ana. Neste mês, as meninas lançaram o EP “Anavitória Canta para Pessoas Pequenas, Pessoas Grandes e Não Pessoas Também” (Universal Music). Também marcam presença no “Elas em Evidência”, DVD da dupla Chitãozinho e Xororó, que gravou só com mulheres e tem previsão de lançamento para o fim do mês que vem. (Lorena K. Martins)

> Anavitória Duo já conquistou disco de ouro e duas indicações ao Grammy

Km de Vantagens Hall BH (av. Nossa Senhora do Carmo, 230, São Pedro). Neste sábado (21), às 22h. R$ 120 (pista, 4º lote)


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MÚSICA No palco, um maestro popstar Alex É c o m u m Bessas que, para atender à demanda dos fãs, casas de espetáculos programem determinados artistas. Há até iniciativas como a “Queremos!”, dedicada a viabilizar shows sonhados. Claro, essa proximidade se dá, principalmente, na seara da cena pop. Mas na música clássica, o maestro João Carlos Martins pode se gabar da proeza. Afinal, foi a pedido do público que, no próximo domingo (29), ele volta a Belo Horizonte para mais uma vez reger a Orquestra de Câmara Sesiminas. A admiração dos citadinos pelo maestro, diga-se, é recíproca. “Gosto dos mineiros. Sempre acolheram bem a mim e a minha música”, elogia Martins, para quem os belo-horizontinos “são receptivos ao erudito”. Vale dizer, este será segundo encontro do maestro com a companhia mineira neste ano. Com 77 anos, sendo 65 dedicados à música erudita, Martins observa que “cada orquestra que eu já regi tem uma particularidade”. “Eu sempre digo que um bom musico precisa ter a alma de um poeta e a disciplina de um atleta, pois tudo se consegue com 98% de transpiração e 2% de inspiração, e isso a Orquestra da Câmara Sesiminas tem”, arremata. Ao falar sobre a necessidade da dedicação para o fazer musical, em muito, Martins remete à sua própria história. Hoje maestro, ele começou a estudar música aos 8 anos. Com 13, já havia iniciado sua carreira co-

mo pianista no Brasil. Cinco anos mais tarde, daria os primeiros passos no exterior. Fascinado pela produção do alemão Johann Sebastian Bach (1685 – 1750), Martins registrou sua obra completa em teclado. Aliás, é considerado um dos maiores intérpretes do compositor. Acontece que em 2002, por ocasião de problemas que deixaram sua mão direita debilitada, Martins precisou se afastar dos pianos. Ficou longe dos palcos por dois anos e, em 2004, aos 64 anos, iniciou estudos em regência. Inspiradora, sua história já virou samba-enredo da escola de samba Vai Vai, em 2016. E, neste ano, a biografia chegou às telas de cinema, com o filme “João, o Maestro”. COMPROMISSO “Me sinto muito grato por todo o reconhecimento de um trabalho que faço com muito amor”, diz Martins, frente às reverências a ele prestadas. “Já entrei no palco mais de 5.000 vezes na minha vida, desde o principal teatro do mundo até a periferia mais carente do nosso país”, comenta, mencionando que, para além de sua promissora carreira musical, dedica-se a projetos de cunho social. “Eu fui escolhido por esse universo fantástico da música clássica e sempre procurei a excelência musical aliada à responsabilidade social”, completa. Maestro e orquestra, aliás, compartilham um mesmo modus operandi como estratégia para alçar a música clássica a uma categoria mais popular. “Sempre que pensamos o repertório, incluímos os grandes nomes da música

erudita, mas procuramos também inserir, ao final dos concertos, alguma música mais conhecida do público, fazemos isso para aproximar mesmo”, comenta Martins, que já se apresentou até mesmo ao lado de um DJ. A Orquestra de Câmara Sesiminas já dividiu palco com grupos como Skank e Jota Quest. Para a apresentação do próximo domingo, eles incluem obras de compositores como Bach, Brahms e Mozart, do universo da música erudita, e também trabalhos mais populares, como os sambas de Adoniran Barbosa e o rock dos Beatles. Assim como Martins, a companhia nunca se contentou em fazer apresentações apenas em teatros e já realizou concertos em escolas, hospitais e até em pátios de fábricas. “Isso tudo faz parte do meu projeto de democratizar a música clássica, fazer a música erudita ser acessível a todos”, justifica o maestro. Reverenciado por músicos, requisitado pelo público, inspirando obras que passam pelas passarelas das escolas de samba até as salas de cinema, o compromisso do maestro em democratizar a música clássica parece não ter sido vão. Afinal, levou o erudito a várias searas, muito além dos teatros e arenas de concertos. Mas se engana quem pensa que Martins tem a sensação de dever cumprido. “Ainda tenho muitas coisas a realizar, nunca é tarde para mim”.

Orquestra de >Câmara Sesiminas recebe o maestro João Carlos Martins

Teatro Sesiminas (rua Padre Marinho, 60). Dia 29 (domingo), às 19h. R$ 30 (inteira).

ROBERTO SALAZAR/DIVULGAÇÃO

Ornelas traz seu 6 Nivaldo sax à sala Juvenal Dias O projeto Minas Pocket Música, da Fundação Clóvis Salgado, apresenta o saxofonista mineiro Nivaldo Ornelas, músico integrante do Clube da Esquina, do Grupo Hermeto Pascoal e de tantas outras jazz bands de sucesso ao longo de sua carreira país afora. Também um dos fundadores do saudoso Bar Boate Berimbau, no edifício Maletta, Ornelas apresentará repertório que reúne diversas fases da carreira, acompanhado do guitarrista Magno Alexandre e do violoncelista Cid Ornellas. No palco, composições autorais que rememoram sua infância e adolescência. Onde Sala Juvenal Dias do Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1.537, centro). Quando Dia 25 (quarta-feira), às 20h Quanto R$ 20 (inteira)

Dom. 28.out.

FERNANDO MUCCI/DIVULGAÇÃO

Pop e erudito

Maestro João Carlos Martins e Orquestra de Câmara Sesiminas incluem de Bach a Beatles em concerto


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MÚSICA A beleza poética do Rosário João H. Símbolo da Motta (*) divindade feminina, a rosa permeia crenças tanto no mundo ocidental quanto no oriental. E é justamente ela o símbolo central de “Rosário: Show Musical”, espetáculo que será apresentado ao público na quinta-feira (26), no palco do Cine Theatro Brasil Vallourec. Dirigida por Luiz De Filippo, a montagem reúne temas tradicionais do congado a composições de Sérgio Pererê (criadas para o espetáculo), além de canções de Milton Nascimento, Maurício Tizumba e Lenine. Não só. Textos de Haroldo Costa, poemas de José Craveirinha e imagens de cenário de Miguel Gontijo também entram em cena para lançar holofotes sobre a manifestação que, ao unir música, dança e devoção,já foi elevada ao status de patrimônio imaterial da humanidade. No palco, Pererê faz as honras da casa ao lado das

Qui. 26. out.

ALEXANDRE MOTA/DIVULGAÇÃO

Trio incorpora a força ancestral do congado

cantoras Amanda Prates e Carla Gomes. “É uma viagem emocional no tempo. Traz a identidade dos brasileiros, principalmente do mineiro e do indivíduo rural. Resgatamos os cantos ancestrais, composições da música popular e obras mais contemporâneas, como ‘Miragem do Porto’, de Lenine”, conta Pererê. Para a cantora Carla Gomes, o espetáculo é uma celebração à beleza e à libertação da fé que permeia a tradição

de devoção a Nossa Senhora do Rosário. “Minha avó, por exemplo, era rainha na Gameleira, e eu nem sabia. Da mesma forma, muito dessa tradição acabou se perdendo. Mas sim, o Rosário ainda vive, ainda é forte. E despertou em mim a vontade de saber de qual guarda a minha avó e a minha mãe participavam. De desvendar, enfim, o universo dos reinados”, relata ela, que, junto a Pererê e Amanda, terá, no palco, o acompanha-

mento dos músicos Everton Coroné (sanfona e viola), Junim Ribeiro (violão) e Débora Costa (percussão). PRESERVAÇÃO Sérgio Pererê, vale lembrar, tem se envolvido com empenho no resgate de tradições de matriz africana. Participou, recentemente, do lançamento do CD “Aparecida – Reinos Negros”, com cantos das festas dos reinados e composições que permeiam a te-

sábado (21) DONA CISLENE Banda brasiliense se apresenta no Jack Experience Jack Rock Bar (av. do Contorno, 5.623, Funcionários). Às 21h. R$ 30

IMUNE Festival de arte negra apresenta Tamara Franklin, Natália Avelar e Black Arte. Suricato (r. Souza Bastos, 175, Floresta). Às 19h. R$ 12

LU MATTOS Lançamento do álbum “Roseiras”. Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1.537, centro). Às 20h30. R$ 10 (inteira)

MAGLORE Banda baiana lança “Todas As Bandeiras”. A Autêntica (r. Alagoas, 1.172, Savassi). Às 22h. R$ 30 (inteira)

domingo (22) DV TRIBO Fabrício FBC, HotApocalypse, Oreia,

mática, e que contou com as tradicionaisguardas decongado (ou reinados) do bairro Aparecida, além de convidados especiais, como Chico César e Fabiana Cozza. Sobre a empreitada de agora, ele abre um parêntesis para lembrar que a vida artística é essencialmente feminina. E o ato de compor, de criar, entende, estaria sempre envolto por esta espiritualidade. “Nossa Senhora é a mãe. E o negro africa-

Djonga, Clara Lima e o beatmaker CoyoteBeatz se juntam para mais um show da tribo. Soleá (r. Sergipe, 1199B, Savassi). Às 14h. R$ 20 (na portaria)

no colocou essa mãe em um lugar muito importante. Hoje, revivemos essa tradição matriarcal nos congados. Remontamos nosso espírito de reis e rainhas para cantar”, explica. O diretor De Felippo, por sua vez, assinala que a palavra é o fio condutor da história. “A questão da oralidade é muito presente. A palavra cantada é também uma forma que encontramos para trazer a ideia da libertação”. Já sobre a rosa, elemento citado no início da matéria, o registra diz: “Enquanto botão, ela guarda segredos. Quando desabrocha, os revela. É o simbolismo que buscamos para a peça. Ela tem camadas simbólicas, arquetípicas e mitológicas”. * Sob a supervisão de Patrícia Cassese

Rosário: Show >Musical

Cine Theatro Brasil (av. Amazonas, 315, centro). Dia 26 (quinta-feira). Às 20h30. R$ 30 (inteira)

no). 2ª parte: Kainan Belato (violino) e Murilo Barbosa (piano). No encerramento: João Morales (violão). Teatro da Assembleia (r. Rodrigues Caldas, 30, Santo Agostinho). Às 20h. R$ 1

MANHÃS MUSICAIS Recital de piano apresenta obras de Beethoven, César Franck, Debussy e Shostakovich. Sala Sergio Magnani (r. Gonçalves Dias, 320, Funcionários) . Às 11h. R$ 20 (inteira)

TAMBOR NA PRAÇA Edição recebe o saxofonista Chico Amaral. Praça Floriano Peixoto, Santa Efigênia. Às 16h. Gratuito

VIL’AMAR DUO Duo apresenta clássicos da dupla Sandy e Júnior no show “Inseparáveis”. Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1.537, centro). Às 17h. R$ 30 (inteira)

segunda (23) SEGUNDA MUSICAL Concerto traz 1ª parte: Dersu Soares (pia-

quinta (26) CAUÊ Lançamento do álbum “Pra Vender”. Show com Rafael Castro e Sara Não Tem Nome. Idea Casa de Cultura (r. Bernardo Guimarães, 1.200, Funcionários). Às 20h30. R$ 20 (inteira)

LÉO ASSUNÇÃO Pré-lançamento do disco “Um Breve Adeus à Solidão e Outras Canções”. Sesc Palladium (r. Rio de Janeiro, 1.046). Às 20h. R$ 10 (inteira)

FESTIVAL ELETRONIKA Com Azizi MC, Linn da Quenbrada e Ohana Santanna. A Autêntica (r. Alagoas, 1.172, Savassi). Às 20h. Entrada gratuita mediante retirada de ingresso DANIEL FONTANA/DIVULGAÇÃO

encerra a programação 6 FAN com nomes de peso Depois de uma semana, o Festival de Arte Negra encerra esta edição com o apoio de importantes artistas da cena. No sábado (21), a cantora Zezé Motta apresenta o show “Atendendo a Pedidos”, às 20h30, onde homenageia seus compositores preferidos. No mesmo dia, às 22h30, Ellen Oléria sobe ao palco para cantar seu álbum “Afrofuturista”. No domingo (22), Cromossomo Africano e Samba na Roda da Saia Canta integram o encerramento Onde Parque Municipal (av. Afonso Pena, 1377, centro) Quando Nestes sábado (21), às 20h30 e às 22h, e domigo (22), a partir das 14h Quanto Gratuito


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CINEMA Louca jornada noite adentro PARIS FILMES/DIVULGAÇÃO

Daniel “Bom ComOliveira portamento” começa muito bem. A câmera extremamente próxima de seus personagens faz com que o espectador estabeleça com eles uma intimidade incômoda e aflitiva, dadas as situações desesperadoras em que se encontram. E o bom incidente inicial alicerça a trama em uma relação familiar cativante e universal. O problema é que, depois disso, o filme vai lentamente se perdendo em uma espiral de eventos aleatórios, que nunca têm a mesma força do início e que parecem perder o foco de sua boa premissa central. É como se um longa dos irmãos Dardenne encontrasse um do Guy Ritchie, e o cruzamento resultante fosse a produção que estreia esta semana na capital. Dirigido pelos irmãos nova-iorquinos Benny e Josh Safdie (“Amor, Drogas e Nova York”), o filme acompanha Connie Nikas (Robert Pattinson). Ele tenta assaltar um banco com o irmão Nick (Benny Safdie), mas a fuga não dá certo, e Nick – que tem claramente algum tipo de atraso ou distúrbio cogniti-

estreias ALÉM DA MORTE (Flatliners, EUA, 2017, 1h50, 14 anos) Dir. Niels Arden Oplev. Com Ellen Page, Diego Luna, Nina Dobrev. Estudantes de medicina fazem experimentos sinistros. Quando os testes intensificam-se, eles são afetados fisicamente por visões e pesadelos. BH Shopping 3: 14h10, 16h50(*), 19h30, 22h10 Big Shopping2: 14h35, 16h40, 18h45, 20h50 (*) Boulevard 3: 14h30, 16h40, 18h50, 21h Cidade 2: 14h30, 16h40, 18h50, 21h (*) Contagem 5: 14h20, 16h30, 18h40, 20h50 (*) Del Rey 3: 16h30, 21h Del Rey 6: 20h40 Diamond 2: 14h30(somente domingo) Diamond 3: 12h30(somente sábado), 14h10(somente domingo), 16h40 (somente sábado), 18h50(somente domingo), 19h10(somente sábado), 21h20(somente domingo), 21h40(somente sábado) Itaú Power 6: 17h, 19h10, 21h15 (*) Minas 2: 14h20, 16h30, 18h40, 20h50 (*) Minas 5: 13h40, 19h, 21h (*) Pampulha 3: 14h55, 17h05, 19h15, 21h25 Partage Shopping Betim 6: 14h05, 16h40, 19h15, 21h50 (*)

uma tragédia. Boulevard 1: 13h10, 18h40, 20h30 Cidade 5: 12h(somente domingo), 18h10 Cidade 6: 15h40, 19h30 e 21h20 (*) Contagem 8: 13h50(*), 15h45, 17h40(*), 19h35, 21h30(*) Del Rey 4: 14h45, 16h40, 18h30, 20h30(somente sábado) Paragem 3: 16h20, 20h30 Ponteio 2: 15h20, 16h20, 19h20, 21h20

Pampulha 1:14h40, 18h50, 21h Paragem 5: 16h40 Partage Shopping Betim 1: 15h15, 18h05 e 20h40 (*) Pátio Savassi 3: 12h40, 15h10, 17h50, 20h30, 23h20(somente sábado) Ponteio Premier: 14h10, 16h20, 18h40, 21h Shopping Norte 1: 14h20, 18h30 (*) Via Shopping 4: 16h40 (*) (*) Sessões dubladas

Desesperado

Robert Pattinson vive ladrão tentando tirar irmão mais novo da cadeia

vo – é preso. Sentindo-se responsável e sabendo que o irmão não vai durar muito tempo dentro de uma prisão, Connie parte em uma longa jornada noite adentro com o objetivo de levantar o dinheiro para a fiança do caçula. A tensão e o desespero com que os cineastas constroem esse primeiro ato é notável. O espectador é colocado lado a lado com Con-

nie e Nikas, colado aos poros de seus rostos em supercloses e sentindo-se contra a parede, como eles, parecendo sentir cada fôlego durante a fuga – potencializada pela boa trilha musical de Daniel Lopatin. Só que, à medida que o tempo vai passando, alguns desses recursos começam a se tornar repetitivos e exagerados. Com um orçamento baixíssimo, os Safdie abu-

sam dos closes bem fechados e de locações escuras para mascarar a parca direção de arte. Mas a impressão é que, para compensar esse minimalismo visual, os cineastas decidem carregar a mão na parte sonora. “Bom Comportamento” passa a tentar extrair sua tensão mais da onipresente trilha de Lopatin e das performances gritadas de seu elenco do que da força das

ALÉM DA MORTE/DIVULGAÇÃO

Atenção! A programação refere-se a este fim de semana, dias 21 (sábado) e 22 (domingo)

situações em que o roteiro coloca os personagens. A partir do momento em que a jornada de Connie esbarra em Crystal (Taliah Webster) e no insuportável Ray (Buddy Duress), o filme começa a perder seu foco: a luta desesperada de um protagonista para tirar seu irmão da cadeia. E os Safdie parecem sentir isso, fazendo seu elenco gritar cada vez mais os diálogos para deixar cla-

ro ao espectador uma tensão que já está dada – e que funcionaria bem melhor com alguns silêncios dramáticos. Se os coadjuvantes e as tangentes em que o longa se enfia não funcionam tão bem, “Bom Comportamento” só se sustenta de pé até o final graças à ótima performance de Pattinson. Mesmo quando o filme parece desviar do ponto aonde quer chegar, o rosto preocupado e o corpo em constante movimento do ator nunca esquecem o objetivo de Connie. Com um figurino molambo e a determinação de um homem disposto a tudo para salvar seu irmão, mas nem sempre preparado para tomar as melhores decisões, o astro de “Crepúsculo” nunca pareceu tão humano e vulnerável. O protagonista é um vigarista com uma bússola moral quebrada, e o roteiro não ajuda muito a convencer que aquilo que ele quer realmente é o melhor para o irmão, mas a performance de Pattinson em nenhum momento duvida disso. É ela que carrega o espectador pelo universo desagradável do filme e pelas escolhas questionáveis que os Safdie fazem ao contar sua história.

Shopping Norte 5: 16h40, 18h45, 20h50 (*) Via Shopping 3: 14h20, 16h30, 18h40, 20h50 (*) (*) Sessões dublada

BOM COMPORTAMENTO (Good Time, EUA/Luxenburgo, 2017, 1h42, 16 anos) Dir. Ben Safdie, Joshua Safdie. Com Robert Pattinson, Ben Safdie, Buddy Duress. O plano de Constantine era assaltar um banco, mas o plano não da certo e seu irmão acaba preso. Decidido a resgatá-lo, Constantine corre contra o tempo e da polícia. Belas 1: 14h e 18h50 Diamond 5: 19h50 e 22h10 Ponteio 3: 13h, 18h30

(*) Sessões dubladas

TEMPESTADE: PLANETA EM FÚRIA

A COMÉDIA DIVINA (Brasil, 2017, 1h38, 14 anos) Dir. Toni Venturi. Com Murilo Rosa, Monica Iozzi, Thiago Mendonça. Telejornal em crise contrata a recém-formada Raquel, que tem um caso com o âncora e é ex-namorada do produtor. Sua carreira decola quando o Diabo abre sua igreja na Terra. BH Shopping 9: 13h20, 15h50, 18h15, 20h40 Cidade 1: 14h40, 18h30, 20h30 Contagem 7: 16h40, 18h40, 20h40 Pátio Savassi 8: 19h10, 21h30

DE VOLTA PARA CASA (Home Again, EUA, 2017, 1h38, 12 anos) Dir. Hallie Meyers-Shyer. Com Reese Witherspoon, Nat Wolff, Pico Alexander. Durante sua festa de aniversário de 40 anos, Alice conhece três aspirantes a cineastas que precisam de um lugar para morar e decide hospedá-los. BH Shopping 10: 17h30 BH Shopping 6: 19h10, 21h40 Big Shopping3: 14h45, 16h45, 18h45, 20h45 (*) Cidade 6: 13h40, 17h30 (*) Del Rey 3: 14h15, 18h50

Suspense sobrenatural em “Além da Morte”

Del Rey 4: 20h30, 22h20(somente sábado) Diamond 1: 12h30, 14h50, 17h05, 19h30, 21h50 Paragem 3: 14h15, 18h25 Pátio Savassi 5: 18h30, 21h Shopping Norte 3: 17h, 18h50, 20h45 (*) (*) Sessões dubladas

DOENTES DE AMOR (The Big Sick, EUA, 2017, 1h59, 12 anos) Dir. Michael Showalter. Com Kumail Nanjiani, Holly Hunter, Zoe Kazan. O

paquistanês Kumail e a norte-americana Emily se apaixonam, mas brigam por causa de suas diferenças culturais. Emily entra em coma, Kumail tenta enfim resolver o conflito. Belas 1: 16h20 e 21h Pátio Savassi 4: 13h10, 16h, 19h, 22h

UMA RAZÃO PARA RECOMEÇAR (New Life, EUA, 2017, 1h30, 12 anos) Dir. Drew Waters. Com Jonathan Patrick Moore, Erin Bethea. Ben e Ava se conhecem aos 7 anos, crescem juntos e compartilham experiências, até que ocorre

(Geostorm, EUA, 2017, 1h49, 14 anos) Dir. Dean Devlin. Com Gerard Butler, Abbie Cornish, Jim Sturgess. Um criador de satélites precisa trabalhar em parceria com seu não muito querido irmão para impedir que uma tempestade de proporções épicas destrua o planeta. Betim 1: 14h, 18h20, 20h30 (*) Big Shopping 1: 16h25, 20h35 (*) Cidade 4: 14h15, 18h35, 20h45 (*) Contagem 1: 14h20, 18h40, 20h50 (*) Del Rey 2: 14h30, 16h40, 18h50, 21h Diamond 4: 15h10, 17h45, 20h30 Itaú Power 5: 14h30, 19h, 21h10 (*) Minas 1: 14h30, 18h50, 21h (*) Pampulha 2: 14h50, 17h, 19h10, 21h20 Paragem 5: 14h30, 18h50, 21h Monte Carmo 5: 14h10, 18h30,20h40 (*) Shopping Norte 1: 16h25, 20h35 (*) Via Shopping 4: 14h30, 18h50, 21h (*) Sessões 3D: Betim 1: 16h10 (*) BH Shopping 2: 14h40m, 17h20, 20h BH Shopping 4: 16h20, 19h (*) Cinesercla Big 1: 14h20, 18h30 (*) Boulevard IMAX: 14h15, 16h30, 18h45, 21h Cidade 4: 16h25 (*) Contagem 1: 16h30 (*) Itaú Power 5: 16h45 (*) Minas 1: 16h40 (*) Monte Carmo 5: 16h20 (*)

em cartaz AS AVENTURAS DO CAPITÃO CUECA – O FILME (*) (Captain Underpants: The First Epic Movie, EUA, 2017, 1h29, livre) Dir. David Soren. Jorge e Haroldo são amigos inseparáveis. Após problemas com o direotr da escola, Jorge usa um anel hipnótico contra ele transformando-o no Capitão Cueca. BH Shopping 5: 12h25, 15h, 17h05, 19h20 Big Shooping 4: 14h10 Boulevard 5: 13h30 Cidade 3: 11h50(somente domingo), 14h30 Contagem 2: 14h, 15h50 Del Rey 1: 13h30 Diamond 5: 14h20, 17h30 Itaú Power 6: 13h20, 15h10 Minas 2: 13h30 Pampulha 5: 15h15, 17h15 Paragem 2: 14h30, 16h20 Monte Carmo 4: 13h30, 15h20 Shooping Norte 5: 14h35 Via Shopping 1: 14h10 Sessões 3D: Del Rey 1: 15h20 Minas 2: 15h20 Partage Shopping Betim 4: 14h15, 16h30, 18h45 Pátio Savassi 5: 13h50, 16h20 (*) Sessões dubladas


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almanaque

pampulha jornalpampulha.com.br BELO HORIZONTE 21 a 27 de outubro de 2017

CINEMA BLADE RUNNER 2049 (Blade Runner 2049, EUA, 2017, 2h43, 14 anos) Dir. Denis Villeneuve. Com Ryan Gosling, Harrison Ford, Jared Leto. Trinta anos após os acontecimentos do primeiro filme, o novato oficial K desenterra um terrível segredo que pode mergulhar a sociedade no completo caos e o leva a uma busca frenética por Rick Deckard. Belas 2: 21h Betim 3: 20h40 (*) Big Shopping 4: 16h (*) Boulevard 2: 14h20, 20h40 Cidade 5: 20h15 (*) Contagem 3: 14h10, 17h20, 20h30 (*) Del Rey 1: 17h15, 20h20(*) Del Rey 6: 22h40(somente sábado) Diamond 2: 14h30(somente sábado) Itaú Power 1: 20h40 (*) Minas 5: 15h50 (*) Monte Carmo 4: 20h15 (*) Pampulha 6: 21h Paragem 2: 18h10, 21h15 Partage Shopping Betim 4: 21h Shopping Norte 3: 14h05 (*) Via Shopping 2: 20h15 (*) Sessões 3D: BH Shopping 1: 14h20, 18h, 21h30 Boulevard 2: 17h30 Diamond 2: 18h e 21h30 Pátio Savassi 6: 16h, 18h40, 22h10 Ponteio 3: 15h20 e 20h40 (*) Sessões dubladas

CHOCANTE (Brasil, 2017, 1h34, 12 anos) Dir. Johnny Araújo, Gustavo Bonafé. Com Bruno Garcia, Bruno Mazzeo, Lúcio Mauro Filho, Marcus Majella. Os anos 90 marcaram o sucesso da boy band brasileira Chocante. Vinte anos mais tarde, os antigos colegas se reúnem após a morte de um deles e, no funeral, decidem se apresentar mais uma vez, em nome dos velhos tempos. Betim 2: 14h40 Minas 6: 16h30 Paragem 4: 14h30 Monte Carmo 3: 16h40 Partage Shopping Betim 7: 14h, 16h45 Via Shopping 5: 14h10

CHURCHILL (Churchill, Reino Unido/EUA, 2017, 1h45, 12 anos) Dir. Jonathan Teplitzky. Com Brian Cox, John Slattery, Miranda Richardson. Junho de 1944. O primeiro-ministro Winston Churchill planeja o Dia D, enquanto teme repetir o mesmo erro que, em 1915, levou ao massacre de centenas de milhares de soldados em Galípoli. Ponteio 4: 13h40, 19h e 21h10

COMO NOSSOS PAIS (Brasil, 2017, 1h42, 12 anos) Dir. Laís Bodanzky. Com Maria Ribeiro, Clarisse Abujamra, Paulo Vilhena. Ao mesmo tempo em que precisa cuidar das filhas, manter seus sonhos, seus objetivos profissionais e enfrentar as dificuldades do casamento, Rosa recebe uma notícia bombástica da mãe, Clarice, com quem tem uma relação conflituosa. Belas 3: 16h40 Cine 104: 19h(somente sábado)

COMO SE TORNAR O PIOR ALUNO DA ESCOLA (Brasil, 2017, 1h46, 12 anos) Dir. Fabrício Bittar. Com Bruno Munhoz, Carlos Villagrán, Daniel Pimentel. Bernardo e Pedro são estudantes e enfrentam as clássicas tarefas escolares. Frustrados, Pedro encontra um diário de como provocar o caos na escola sem ser pego, o que leva os dois amigos a seguirem as dicas do caderno. BH Shopping 6: 13h55, 16h30 Betim 2: 16h40, 18h40, 20h40 Cidade 8: 16h40, 20h50 Contagem 7: 14h30 Del Rey 7: 16h20, 20h50, 22h50(somente sábado) Itaú Power 4: 16h15, 18h30, 20h45 Minas 6: 14h20, 18h30, 20h40 Monte Carmo 3: 14h20, 18h40, 20h50 Pampulha 4:14h45, 16h55, 18h15, 21h10 Paragem 4: 16h40, 18h50, 21h Partage Shopping Betim 5: 13h, 15h40, 18h20, 20h50 Pátio Savassi 8: 13h40, 16h40

Via Shopping 5: 16h20, 18h30

DOCUMENTÁRIO “DIA DE FOLGA” TERÁ PRÉ-LANÇAMENTO EM BH DUAS DE MIM (Brasil, 2017, 1h22, 12 anos) Dir. Cininha de Paula. Com Thalita Carauta, Latino. Suellen é uma cozinheira que trabalha duro para manter sozinha o filho pequeno, a irmã mais nova e a mãe. Um dia, seus sonhos viram realidade: ela se divide em duas. Sua cópia, idêntica fisicamente, tem diferenças de personalidade, sendo muito mais extrovertida e corajosa. Cidade 1: 16h40 Del Rey 7: 14h30 e 19h Itaú Power 4: 14h15 Via Shopping 5: 20h40

Dia a dia Produção que retrata a mulher brasileira que se vê obrigada a conciliar família, vida pessoal e trabalho, o documentário “Dia de Folga” terá pré-lançamento na próxima terça-feira (24) no MIS Santa Teresa. Filmado em super 35mm, o filme é dirigido por Patrícia Antunes. Após a exibição, a diretora participará de um debate sobre a temática da produção. O encontro contará com a presença de representantes de movimentos sociais ligados à mulher.

DIA DE FOLGA/DIVULGAÇÃO

em cartaz (continuação)

EMOJI – O FILME (*) (Emoji, EUA, 2017, 1h26, livre) Dir. Tony Leondis. Todos os emojis têm somente uma expressão facial, com exceção de Gene, que nasceu com um bug em seu sistema. Determinado a se tornar um emoji normal, ele vai encarar uma jornada através dos aplicativos de celular mais populares desta geração. Betim 3: 13h40 Minas 4: 14h

Onde MIS Santa Tereza (rua Estrela do Sul, 89, praça Duque de Caxias, Santa Tereza) Quando Dia 24 (terça), às 19h30. Quanto Gratuito (os ingressos são limitados e devem ser retirados com 30 minutos de antecedência no local do evento)

(*) Sessões dubladas

ENTRE IRMÃS (Brasil, 2017, 2h46, 12 anos) Dir. Breno Silveira. Com Nanda Costa, Júlio Machado, Marjorie Estiano. Pernambuco, década de 1930. Luzia e Emília são irmãs que vivem na pequena Taguaritinga do Norte, ao lado da tia Sofia, que lhes ensinou o ofício de costureira. A vida delas muda quando o cangaceiro Carcará cruza seus caminhos. BH Shopping 10: 14h e 20h50 Boulevard 1: 15h30 Diamond 6: 20h55 Ponteio 4: 15h50

GLORY (Slava, Bulgária/ Grécia, 2017, 1h41, 14 anos) Dir. Kristina Grozeva, Petar Valchanov. Com Margita Gosheva, Ivan Savov, Stefan Denolyubov. Um trabalhador ferroviário encontra milhões em notas de dinheiro nos trilhos. Como recompensa, a assessora do Ministério de Transportes lhe dá um relógio. Tudo isso é para servir de distração para cobrir um caso de corrupção, transformando a vida do trabalhador num caos. Cine 104: 20h45(somente sábado)

IT – A COISA (It, EUA, 2017, 2h15, 14 anos) Dir. Andrés Muschietti. Com Bill Skarsgård, Finn Wolfhard, Jaeden Lieberher. A pacata rotina da cidade de Derry é abalada quando crianças começam a desaparecer e tudo o que pode ser encontrado delas são partes de seus corpos. BH Shopping 5: 21h50 Boulevard 5: 15h30 Cidade 7: 15h45, 21h05 (*) Contagem 6: 16h30, 21h10 (*) Del Rey 5: 16h, 20h40 Itaú Power 3: 15h50, 18h25, 21h (*) Minas 4: 15h50, 18h25, 21h (*) Partage Shopping Betim 7: 19h05, 22h05 (*) Via Shopping 1: 18h25 (*) (*) Sessões dubladas

KINGSMAN – O CÍRCULO DOURADO (Kingsman: The Golden Circle, Reino Unido/ EUA, 2017, 2h21, 16 anos) Dir. Matthew Vaughn. Com Taron Egerton, Colin Firth, Mark Strong. Após o fim do Kingsman num ataque de mísseis, Eggsy e Merlin vão aos EUA à procura da organização secreta Statesman. Juntos, eles precisam derrotar a responsável pelo ataque, a traficante Poppy. BH Shopping 10: 17h30 Big Shopping 5: 20h40 (*) Cidade 7: 13h, 18h30 (*) Contagem 2: 17h40, 20h30 (*) Minas 3: 21h05 (*) Monte Carmo 4: 17h10 (*) Partage Shopping Betim 3: 22h (*) Sessões 3D: BH Shopping 8: 21h Pátio Savassi 2: 20h50 (*) Sessões dubladas

LOGAN LUCKY – ROUBO EM FAMÍLIA (Logan Lucky, EUA, 2017, 1h58, 14 anos) Dir. Steven Soderbergh. Com Channing Tatum, Adam Driver, Daniel Craig. Durante uma corrida da Nascar, o maior campeonato de stock car dos Estados Unidos, uma dupla de irmãos caipiras tenta realizar um ambicioso assalto. BH Shopping 7: 12h10(somente sábado) Ponteio 2: 13h10 Pátio Savassi 1: 23h30(somente sába-

do)

MÃE! (Mother!, EUA, 2017, 2h02, 14 anos) Dir. Darren Aronofsky. Com Jennifer Lawrence, Ed Harris, Javier Bardem. Casal tem o relacionamento testado quando pessoas não convidadas surgem em sua residência acabando com a tranquilidade reinante. Boulevard 5: 18h10, 20h30 Pátio Savassi 1: 12h(somente sábado), 12h30(somente domingo), 14h50(somente sábado), 15h20(somente sábado), 17h35(somente sábado), 18h10(somente sábado), 20h40(somente sábado), 21h10(somente sábado)

O MELHOR PROFESSOR DA MINHA VIDA (Les Grands Esprits, Françca, 2017, 1h46, 12 anos) Dir. Olivier Ayache-Vidal. Com Denis Podalydés, Léa Drucker, Zineb Triki. François Foucault, um professor de 40 anos, é forçado a aceitar ser transferido por um ano para um colégio que fica nos subúrbios de Paris. Belas 2: 14h30, 16h40, 18h50

A MENINA ÍNDIGO (Brasil, 2017, 1h39, Livre) Dir. Wagner de Assis. Com Murilo Rosa, Fernanda Machado, Letícia Braga, Paulo Figueiredo. Sofia descobre, em meio às habilidades de pintar, o dom de conseguir curar doenças. A notícia chega às mãos de uma jornalista sensacionalista. Para proteger a garota, seus pais separados precisam se unir. Belas 3: 14h40 Cidade 8: 14h30 e 18h50

UMA MULHER FANTÁSTICA< (Una Mujer Fantástica, Chile/Alemanha/ Espanha/EUA, 2017, 1h44, 14 anos) Dir. Sebastián Lelio. Com Daniela Vega, Francisco Reyes, Luis Gnecco. Marina é uma garçonete transexual, mas seu verdadeiro sonho é ser uma cantora de sucesso e, para isso, canta durante a noite em diversos clubes de sua cidade. Isso até seu namorado morrer inesperadamente. Cine 104: 17h(somente sábado)

A MORTE TE DÁ PARABÉNS (Happy Death Day, EUA, 2019, 1h36, 12 anos) Dir. Christopher Landon. Com Jessica Rothe, Charles Aitken, Israel Broussard. Uma mulher é assassinada e fica presa em um ciclo vicioso entre vida e morte. Ela deve resolver o mistério de sua própria morte, ressuscitando várias vezes até descobrir o responsável pelo crime. Betim 3: 16h40 e 18h40 (*) BH Shopping 4: 14h05 (*) BH Shopping 7: 15h25, 17h50, 20h20 Big Shopping 4: 19h, 21h (*) Boulevard 4: 17h15, 19h15, 21h15 Cidade 3: 16h50, 18h50, 20h50 (*) Contagem 4: 20h20 (*) Contagem 6: 14h30, 19h10 (*) Del Rey 5: 13h50, 18h40 Itaú Power 2: 14h20, 16h30, 18h40, 20h50 (*) Minas 1: 19h20 e 21h15 (*)

Minas 2: 17h10, 19h10, 21h10 (*) Paragem 1: 18h30, 20h30 Partage Shopping Betim 2: 14h10, 16h35, 19h e 21h30 Pátio Savassi 7: 12h20(d), 14h40, 17h05, 19h30 e 21h50 Shopping Norte 2: 18h40 e 20h40 (*) Via Shopping 1: 16h15, 21h (*)

sempenha em sua vida. Belas 3: 21h30

(*) Sessões dubladas

(André Rieu Concert Maastricht 2017, Holanda, 2017, 2h40, 12 anos) Dir. Pit Weyrich. A apresentação de comemoração dos 30 anos do grupo traz André Rieu à frente da Johann Strauss Orchestra. Diamond 3: 15h(somente domingo)

MY LITTLE PONY – O FILME (*) (My Little Pony: The Movie, EUA, 2017, 1h39, livre) Dir. Jayson Thiessen. Quando uma força obscura ameaça Ponyville e a Mane 6, os pequenos pôneis embarcam em uma viagem até o fim de Equestria para salvar sua amada casa. BH Shopping 7: 12h40(somente domingo) Itaú Power 3: 13h50 (*) Sessões dubladas

PICA-PAU – O FILME (*) (Woody Woodpecker, EUA, 2017, 1h24, livre) Dir. Alex Zamm. Com Timothy Omundson, Graham Verchere, Thaila Ayala. O vigarista Lance Walters e sua namorada Brittany estão determinados a construir a sua grande casa dos sonhos, mas, para isso, precisam derrubar a casa do PicaPau, que promete não deixar barato. BH Shopping 8: 14h30 16h40, 18h50 Big Shopping 5: 14h40, 16h40, 18h40 Boulevard 4: 13h30, 15h20 Cidade 5: 14h, 16h Contagem 4: 14h, 16h, 18h Del Rey 6: 13h30m, 15h10, 17h10, 19h Itaú Power 1: 14h30, 16h30, 18h30 Minas 3: 13h40, 15h25, 17h25, 19h15 Diamond 6: 14h, 16h10 Monte Carmo 1: 13h50, 15h40, 17h30 Paragem 1: 14h30, 16h30 Partage Shopping Betim 3: 13h20, 15h30, 17h40, 19h50 Pátio Savassi 2: 13h30, 16h10 Shopping Norte 2: 14h40 e 16h40 Via Shopping 2: 14h30, 16h20, 18h10 (*) Sessões dubladas

POLÍCIA FEDERAL – A LEI É PARA TODOS (Brasil, 2017, 1h47, 14 anos) Dir. Marcelo Antunez. Com Marcelo Serrado, Antônio Calloni, Flávia Alessandra. Inspirado em fatos reais sobre a Operação Lava Jato, uma série de investigações sobre a corrupção no Brasil, desde o início do processo até a condução coercitiva do ex-presidente Lula. BH Shopping 4: 22h Diamond 6: 18h30 Pátio Savassi 2: 18h20

NA PRAIA À NOITE SOZINHA (Bamui Haebyun-Eoseo Honja, Coreia do Sul, 2017, 1h41, 14 anos) Dir. Hong Sang-soo. Com Kim Min-Hee, Jung Jae-young, Young-hwa Seo. Após ter um caso com um homem casado, a atriz Younghee passa um tempo numa cidade estrangeira. De volta à Coreia do Sul, ela segue pensando no amante e se pergunta que tipo de papel o amor de-

sessão especial ANDRÉ RIEU – CONCERT MAASTRICHT 2017

mostras SESSÃO VITRINE (*) Neste sábado (21) 19h “Rifle” (BRA, 2016, 1h28, 14 anos) Dir. Davi Pretto. Domingo (22) 19h “A Cidade Onde Envelheço” (BRA, 2017, 1h39, 12 anos) Dir. Marília Rocha. (*) Belas 3: R$ 12 (inteira) Cineclube Francófano (*) Neste sábado (21) 16h “O Assassino Mora no 21” (FRA, 1942, 1h25, 12 anos) Dir. Henri-Georges Clouzot.

SÃO PAULO – CINEMA ANÔNIMO (*) Neste sábado (21) 18h30 “Precisamos Falar do Assédio” (BRA, 2016, 1h20, 14 anos) Dir. Paula Sacchetta. 20h “Escolas em Luta” (BRA, 2017, 1h17, 14 anos) Dir. Eduardo Consonni, Rodrigo T. Marques e Tiago Tambelli. Domingo (22) 16h Curtas 06: “À propósito de Willer”, de Coletivo Atos da Mooca /“Quando os Dias eram Eternos”, de Marcus Vinícius Vasconcelos / “Tempos de cão”, de Ronaldo Dimer e Victor Amaro / “Afeganistamos”, de Coletivos Em Crise, Irmão em Guerra / “Colônia Penal”, de Marco Escrivão. 18h Curtas 08: “Cidade Vazia”, de Cristiano Burlan / “São Paulo com Daniel”, de Deborah Viegas e Nicolas Thomé Zetune / “Aqueles Anos de Dezembro”, de Felipe Poroger / “Oma”, de Michael Wahrman. 20h “Os dias com ele” (BRA, 2013, 1h47, 12 anos) Dir. Maria Clara Escobar. (*) Cine Humberto Mauro do Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1.537, centro, 3236-7400). Entrada gratuita

TIM BURTON E SUAS HISTÓRIAS PECULIARES (*) Neste sábado (21)

16h30 “No domínio do terror” (EUA, 1963, 1h44, 16 anos) Dir. Sidney Salkow. 19h “Os Fantasmas se Divertem” (Beetle Juice, EUA, 1988, 1h32) Dir. Tim Burton. Domingo (22) 16h30 “Alice através do espelho” (EUA, 2015, 1h53, livre) Dir. James Bobin. 19h “Alice no país das maravilhas” (EUA, 2010, 1h49, 12 anos) Dir. Tim Burton (*) Cine Sesc Palladium (rua Rio de Janeiro, 1.046, centro, 3270-8100). Entrada gratuita

FESTIVAL DE CINEMA (*) Neste sábado (21) 15h “Tim Maia” (BRA, 2014, 1h41, 16 anos) Dir. Mauro Lima. 18h “Trinta” (BRA, 2014, 1h32, 12 anos) Dir. Paulo Machline. 20h “Cássia Eller” (ABRA, 2014, 2h, 12 anos) Dir. Paulo Henrique Fontenelle. Domingo (22) 15h Cássia Eller (ABRA, 2014, 2h, 12 anos) Dir. Paulo Henrique Fontenelle. 18h “Somos Tão Jovens” (BRA, 2013, 1h44, 14 anos) Dir. Antonio Carlos da Fontoura. 20h “Tim Maia” (BRA, 2014, 1h41, 16 anos) Dir. Mauro Lima. (*) CCBB (Circuito Liberdade, 450, Funcionários, 3431-9400). Entrada gratuita

CINEMA NEGRA/ FAN – FESTIVAL DE ARTES NEGRAS (*) Neste sábado (21) 17h Curta: “O Barquinho e a Baleia”, de Débora Arau. 18h10 Curtas: “No Caminho da Escola”, produzido por alunos da rede pública de ensino de Vitória (ES) / “O Tempo dos Orixás”, de Eliciana Nascimento. 19h Curtas: “Florais Sintéticos (aplicadores/dosadores)”, de Dayane Gomes / “Rito”, de Cíntia Lima, Bia Lima, Camila Storck e Maíra Tristão / “Okê”, de Mary Astrus / “Débora Arruda – O Nome Disso É Abuso”, de Juliana Azevedo Pacheco / “Clausura”, de Mariana França de Lima.

PRÉ-LANÇAMENTO (*) Pré-lanaçamento do documentário “Dia de Folga”, sobre a vida da mulher brasileira. Terça-feira (24) 19h30 “Dia de Folga” (BRA, 2017, 1h50, livre) Dir. Patrícia Antunes (*) MIS Cine Santa Tereza (rua Estrela do Sul, 89, Santa Tereza, 3277-4699). Entrada gratuita


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pampulha jornalpampulha.com.br BELO HORIZONTE 21 a 27 de outubro de 2017

estilo LINGERIE> O sutiã aparente vira moda e ganha as ruas incorporando os looks mais desejáveis BARBARA DUTRA/DIVULGAÇÃO

Feitos para aparecer

INSTAGRAM/REPRODUÇÃO

Bruna Marquezine usou sutiã de tule combinado com conjunto de alfaiataria

INSTAGRAM/REPRODUÇÃO

Há algumas temporadas, o underwear vem sendo repaginado na moda com as marcas que investem na lingerie para que ela apareça e componha o look, de fato. A princípio, peças como o pijama e a camisola – ou slip dress – representaram os primeiros passos da inclusão das roupas de dormir em produções diurnas. Depois, marcas do segmento começaram a entender o movimento e criaram peças pensadas especialmente para o dia a dia e, nesse caso, quanto mais ficar à mostra, melhor. Outras etiquetas aproveitaram o embalo e se inspiraram justamente nessa essência “boudoir” para lançar coleções que celebram o conforto e a sensualidade, mas com styling sofisticado e cool. Nesse contexto, grifes como Dries Van Noten e Giambattista Valli também seguiram o embalo do “comeback” da década de 90 e propuseram sobreposições dessas peças a blusas e camisetas com maestria para o street style. “É um reflexo de um grande ‘crash’ de tendências, através das transformações sociais e também do revival dos anos 90, que traz elementos como sutiãs e camisolas sequinhas misturados com jeans e camisetas”, diz Marcella Sant’Ana, diretora de estilo da marca Valisere. Foco nele. Aliás, é o sutiã que, agora, vira protagonista das produções e deixa de ser mero complemento para dar segurança e sustentação por baixo da roupa. A tendência apareceu nas recentes passarelas de Tom Ford, Dior e Fenty x Puma e, claro, no closet dos fashionistas como Kim Kardashian, Bruna Marquezine e Camila Coelho. “Agora é a vez do sutiã e da lingerie, em sua essência. A peça vem com mais afirmação do que romantismo propriamente dito”, acredita o stylist David Souza. A Água Fresca Lingerie investe justamente nesse nicho: lingeries pensadas para fora da roupa e modelagens confortáveis. “O que aconteceu foi uma deLorena K. Martins

Body rendado combinado com calça foi o protagonista do look da fashionista Aline Gotschalg

Camila Coelho usando modelo feito com alças estampadas da Dior FOTOSITE/DIVULGAÇÃO

Assinada por ninguém menos que a cantora Rihanna, a coleção de verão 2018 da Fenty x Puma combina a lingerie com calça de cintura alta, perfeito para os dias quentes

manda do público em buscar peças que vão além de seu uso essencial. Todos eles, como sutiãs e bodies, trazem características essenciais da própria lingerie, trabalhadas em rendas, transparências na medida para serem mostradas propositalmente”, disse a estilista da marca Júlia Zingoni. LIBERDADE Embora o sutiã já tenha sido queimado em praça pública em 1968, para protestar contra a ditadura da beleza, como forma de revolução, ele anda em sintonia com o poder feminino e a liberdade atualmente. “As mulheres sentem-se mais livres e têm liberdade de ousar quando elas querem”, acredita. “Estamos confiantes e seguras de nós mesmas, buscamos também o conforto e isso é muito legal”, avalia. Marcella Sant’Ana concorda: “Exibir a lingerie é celebrar o feminino, o corpo e o que temos de mais bonito”. No mesmo movimento que defende que a peça não deve ser exclusivamente usada de forma escondida ou para deixar os seios “em pé”, como era em outras décadas (leia mais no box ao lado), cada vez mais os modelos sem bojo ou barbatana – chamados também de brallete – são alvo das mulheres, principalmente para desmistificar aquela ideia de que sutiãs são para serem vistos apenas na “intimidade”. Ledo engano. “Todas as mulheres estão assumindo o corpo da forma natural, sem querer aumentar os seios e nem fazê-los parecer maiores”, acredita a estilista. Já Ana Elisa Santana, da marca de lingerie Picê Ateliê, acredita que o desejo de usar o sutiã como peça principal acaba guiando as criações. “As clientes estão aderindo ao uso aparente em diversas situações e a essa exibição é que não com o intuito sexual, e sim por questão de autoestima”, sugere. PARA USAR JÁ Os novos modelos que pipocam no mercado (veja vitrine

ao lado), arrematados com renda e tule, por exemplo, são ideais para serem usados em looks mais ousados ou por baixo de camisas transparentes ou teladas. “Dê preferência para modelos sem lacinhos e sem bojos, pois são lingeries românticas. Dê preferência aos modelos feitos apenas com a mistura de renda, forro e recortes de tules, criadas para ficarem à mostra”, ensina o stylist Alberth Franconaid. Vale combinar com conjuntos de alfaiataria ou até mesmo dispensar o blazer, combinando a calça de cintura alta e deixando um pouco da pele à mostra. “As combinações de sutiã ou body com jeans ficam bastante despojadas e perfeitas para o street style”, ensina.

FOTOSITE/DIVULGAÇÃO

No verão, a peça pode substituir a camisa no conjunto de alfaiataria, como neste look de Tom Ford


estilo

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EDITORIA DE ARTE / O TEMPO

Vitrine

A EVOLUÇÃO DO SUTIÃ ORIGEM Os primeiros sinais da lingerie surgiram nos séculos XVIII e XIX, principalmente com o espatilho, que dava volume ao busto e afinava muito a cintura. Mary Tucek fez o primeiro modelo de sutiã, com modelagem semelhante à atual: bojos separados e alças para os ombros, preso na parte de trás por colchetes.

1914 A socialite nova-iorquina Mary Phelps criou um modelo feito com lenços amarrados por faixas e patenteou o produto, dando início ao comércio da lingerie.

FOTOS DIVULGAÇÃO

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Clássico rendado para dar romantismo, R$ 134,90, da Água Fresca lingerie

Moderninho e rendado da Lez a Lez, R$ 119

A clássica estampa em xadrex vichy da Maria Filó, R$ 69

1930 a 1940

Colorido e rendado, esse modelo é no estilo corpete da Hope, R$ 159

O sutiã começou a se modernizar. Surgem os bojos de enchimento e as estruturas de metal para aumentar o volume dos seios

Estilo e sustentabilidade

1950 O náilon deixou de ser usado só para fabricar produtos durante a Segunda Guerra Mundial e virou matéria-prima na produção da lingerie.

JD FILMES/DIVULGAÇÃO

1960 a 1980 Surgiram a cinta-liga e a meia 7/8 para incrementar e segurar a lingerie. Tecidos rendados e com transparência também passam a ser usados, conferindo sensualidade à peça

1990 A cantora pop Madonna mostrou que sutiã pode ser usado por fora da roupa. Em sua turnê “Blonde Ambition Tour”, ela apareceu com um sutiã em forma de cone criado pelo estilista francês Jean-Paul Gaultier

2000 Com inovações e tecidos tecnológicos, surgiram novos modelos de sutiãs com mecanismos capazes de levantar e juntar os seios, além de modelos sem costura e outros pensados especialmente para a prática esportiva

Combinar peças confortáveis feitas a partir de iniciativas menos agressivas ao meio ambiente são pilares da neomarca Picê Ateliê, da sócia e estilista mineira Ana Elisa Santana. De forma geral, Ana cria peças feitas com algodão orgânico, produtos biodegradáveis, dentre outros. “Existem tecidos que, nos aterros sanitários demoram até 50 anos para se decomporem. O que utilizamos leva apenas três anos”, disse. Os tecidos são provenientes da Santaconstancia, que fica em São Paulo. “Pequenas marcas têm dificuldade de trabalhar em escala industrial. Dessa forma, a Picê está nascendo no meio dessa situação, mostrando que uma marca nova pode ser completamente sustentável, sendo profissional e com grande projeção”, diz a estilista. Além da matéria-prima ecológica, Ana Elisa também investe no reaproveitamento de tecidos que iam ser descartados de fabricas de lingerie localizadas em Nova Friburgo (RJ) e Juruaia (MG) – um caminho adotado por muitas outras etiquetas preocupadas em diminuir o impacto ambiental. “Os tecidos são bem menores, e isso demanda mais mão de obra. As modelagens são mais atemporais e, dentro dessa limitação, projeto para que a lingerie tenha outras formas de uso”, define. A Picê pretende lançar, até o fim do ano, uma nova coleção em parceria com o Instituto Mano Down.


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crônica

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vida leve

Laura Medioli laura@otempo.com.br

Viajando pelo Sri Lanka ACIR GALVÃO

a última semana, assisti a um ótimo documentário sobre a vida selvagem do Sri Lanka. Aproveitei para relembrar aquele simpático país em forma de ilha, numa viagem que fiz há quase 20 anos, quando relatei a minha amiga, por meio de uma carta, essa incrível viagem. “Enfim, chegamos ao Sri Lanka, antigo Ceilão. Você não imagina a complicação para vir pra cá. O voo estava lotado com operários provenientes dos Emirados Árabes. Gente humilde, com duzentas sacolas, caixas, caixotes, bananas, meninos, mulheres e roupas. Como na Índia, tudo é complicado pelo excesso de burocracia, e, para piorar, o Sri Lanka está em guerra civil, e a vigilância aqui é total. Só na semana passada mataram 19 pessoas (olha só onde fui me meter). Tivemos que passar por oito barreiras. Os passageiros com suas malas gigantes, caixas e caixotes eram minuciosamente fiscalizados. Dava pena vê-los nessa situação. Certamente, era tudo que tinham na vida. Debaixo de um fortíssi-

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mo calor, chegamos, finalmente, a Colombo, capital do Sri Lanka. Senti que iria gostar. Com uma população de 1 milhão de habitantes, Colombo é mais organizada que muitas cidades da Índia. As mulheres se vestem como as indianas, embora algumas usem saias até os joelhos feito as ocidentais. Por todo lado existem templos, ora budistas, ora hinduístas (...). KANDY Saímos cedo de Colombo e viemos para Kandy, antiga capital do Sri Lanka, a 116 km da atual capital. Gastamos três horas para fazer esse percurso, acredita? As estradas não são confiáveis e, além do mais, têm um trânsito louco. Kandy, com cerca de 100 mil habitantes, é uma cidade histórica, onde se encontram monastérios das duas maiores seitas budistas do país. Fica entre colinas, e, por isso, o clima é ótimo. No alto de uma montanha, um ‘Buda Redentor’, semelhante ao nosso Cristo no Rio de Janeiro. No caminho vi coisas interessantes, um homem puxando um porco-espinho pela coleira, enquanto outro passeava pela estrada com seu ‘elefante de estimação’. Passamos por um rio cercado por árvores imensas. O motorista nos chamou a atenção para as centenas de morcegos do tamanho de urubus, pendura-

dos de cabeça pra baixo em seus troncos (...). Na volta, passamos por uma vila onde, no jardim de uma casa, estava o elefante com o maior marfim do país. De acordo com nosso motorista, é considerado o elefante mais importante do Sri Lanka. Por possuir o maior marfim, é o escolhido para participar das principais cerimônias religiosas. Nas estradas do Sri Lanka, assim como na Índia, vimos mulheres trabalhando duro na construção civil, quebrando pedras ou asfalto com suas marretas (...). Aqui há uma diversidade

de religiões, e encontramos muçulmanos, cristãos, hinduístas e budistas (que são a maioria). Numa das vilas na qual passamos, vimos uma casa coberta de tecidos e bandeiras brancas. Significa que lá dentro está sendo velado o corpo de alguém. O interessante é que no percurso da casa ao crematório existem bandeiras nos postes, nas árvores, nas paredes das casas... Trata-se de um funeral budista. Kandy é um local onde passado e presente se misturam. Possui um lago belíssimo, vegetação exuberante, monastérios, artesanato,

mercados, encantadores de serpentes, gente simples e educada, vendedores e pedintes tranquilos. Amei! Nossa primeira visita foi a um palácio datado de 1500, onde existe um dos mais importantes templos budistas. É nesse local, guardado a sete chaves, que se encontra, segundo eles, um dente de Buda, que chegou ao Sri Lanka escondido nos cabelos de umaprincesa de Orissa. Éconsiderado o maior tesouro do país. Esse dente fica exposto à visitação pública de seis em seis anos e circula pela cidade, carregadopeloelefanteque vimos (o tal do marfim). E pen-

sar que Buda viveu 600 anos antes de Cristo (...). Partimos para ver um famoso templo construído cerca de cem anos antes de Cristo no alto de uma montanha. Nunca subi tantas escadas e morros na minha vida. Debaixo de um sol de rachar, ainda tenho que me preocupar com os milhões de macacos que ficam nos espreitando. Pra quem já foi mordida duas vezes, todo cuidado é pouco. (...) Enfim, chegamos. O visual é fantástico! Os monges cavaram a rocha e da própria rocha fizeram monumentais esculturas de Buda. É como se tivessem feito uma caverna e, em suas paredes, moldado figuras. Como conseguiram fazer isso há 2.100 anos, no alto de uma montanha, só Deus sabe (…). Escrevo-lhe da cama. Do rio vem o barulho de grilos, sapos e morcegos, e, próximo ao hotel, monges budistas cantam uma única música, na mesma cadência, há mais de duas horas. Tratase de um mantra, uma oração em forma de canção com não mais de duas frases. E eu, no meio dessa miscelânea de melodias, resolvo lhe escrever”. Laura Medioli também escreve, aos Domingos, no caderno TEMPO LIVRE, de O TEMPO


THERMAS DIROMA/DIVULGAÇÃO

WMinas. Mapa traz festivais e roteiros gastronômicos do Estado. Páginas 10 e 11 WAstronomia. Destinos badalados para observação das estrelas. Páginas 4 e 5 pampulha

W .

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BELO HORIZONTE Sábado 21/10/2017

Uma boa

aposta

Alheio à crise, Caldas Novas é destino que melhor conjuga custo-benefício e diversão para a família Páginas 6 a 9


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paulo campos

Acompanhe as dicas de Paulo Campos no programete Super Viagem, de segunda a sexta-feira, às 10h33, no Manhã Super

paulocampos@otempo.com.br

sala vip W

Destinos em expansão em Minas FOTOS EDY FERNANDES/DIVULGAÇÃO

Daniel Pereira, do receptivo Honest Travel Group, um dos parceiros internacionais da operadora FRT, esteve em Belo Horizonte para um treinamento para agentes de viagens focado em destinos exóticos e em franca expansão no mercado mineiro, como Turquia, Dubai, Índia e Grécia. João Cruz e Rodrigo Oliveira, representantes da FRT Operadora em Belo Horizonte, “anfitrionaram” os agentes convidados com um café da manhã no restaurante Santa Fé. A operadora paranaense lançou os pacotes Turquia Premium, Istambul, Índia e Dubai, Turquia e Grécia, Turquia e Dubai para serem comercializados pelas agências.

Wcheck-in/check-out Quarto em avaliação De acordo com a Pesquisa de Satisfação do Passageiro realizada pelo Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, referente ao terceiro trimestre deste ano, o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, passou a ocupar o quarto lugar entre os melhores do país, com nota 4,49 (em uma escala de 0 a 5), atrás de Viracopos (Campinas), Curitiba e Natal. Em pouco mais de três anos, ele subiu oito posições no ranking.

Nova gerente nacional O La Torre Resort promoveu Cinthya Costa para o cargo de gerente comercial nacional. A profissional, que trabalha no resort baiano há quatro anos, atuava como gerente regional de São Paulo, Rio de Janeiro e Centro-Oeste.

Daniel Pereira (Honest Travel Group) entre Rodrigo Oliveira e João Cruz (representantes da FRT Operadora em Minas Gerais)

Novo gerente de marketing A Atlantica Hotels anunciou a contratação de Daniel Bulgueroni, que assumiu nesta semana a diretoria de marketing da companhia, reportando-se diretamente a Leonardo Rispoli, vice-presidente de Vendas e Marketing. PAULO CAMPOS

Grupo diRoma

Ludmilla Meirele (Tour Lemond), Michelle Moraes (Atos Viagens), Maria Goretti e Ruben Valenzuela (Select Tours)

Danielle Ramos (Viagens Incríveis), Jacqueline Brito (JB Unique Travel), Cecília Rocha (Tudo Destino) e Juliana Giovanini (VS)

De hotel pequeno à maior rede hoteleira do Centro-Oeste, a diRoma deve muito de seu crescimento à experiência e ao trabalho do superintendente da rede, Aparecido Sparapani. Administradora de mais de 3.400 apartamentos, o que corresponde a 10.736 leitos, a rede já projeta a construção de mais um parque até julho de 2018 e dois novos hotéis até 2010.

Aparecido Sparapani

Karina Ruth (Ibiza Turismo), Ana Paula Chagas (Fly Vip Viagens), Jackson Marques e Fernanda Chaves (São José Viagens)

ITB Ásia O Rio Convention & Visitors Bureau participa, pela primeira vez, da ITB Ásia, a maior feira de turismo da Ásia, a partir do dia 25. O continente é hoje um mercado prioritário no segmento Mice dos associados da entidade e parte do plano estratégico 2017/2018.

Outubro Rosa

Jacqueline Stardiony (Mix Viagens), Iracema Amaral (Estufa Turismo), Renata Lara (Detalhe) e Ana Cristina (Mix Viagens)

Marina Lima e Vivian Ambrósio (Roteiros Tour), Ana Luísa Nascimento (Asas Turismo) e Fernanda Lellis (Ibiza Turismo)

Com o objetivo de estimular o combate e a prevenção ao câncer de mama, o Costa Brasilis All Inclusive Resort & SPA acaba de aderir à campanha Outubro Rosa. Durante este mês, os funcionários do resort usarão o laço rosa (símbolo da campanha) em seus uniformes, e a iluminação de sua fachada estará nessa tonalidade. A iniciativa é do gerente geral do resort, Fabiano Rocha. PAULO CAMPOS

Cristina Vertur (Vertur Viagens), Amanda Xavier (Honeymoon Casamento e Turismo) e Luciene Ferreira (Itapoã Viagens)

Heloísa Mafia (Realizar Viagens), Márcia Pesso (Selectour), Heloísa Fornzier (Mazel Tour) e Thaís Montijo (Asas Viagens)

Guto Jones, secretário de Turismo de Santa Cruz de Cabrália, e Fabiano Rocha, gerente geral do Costa Brasilis


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turismo

Astroturismo

‘Visitar estrelas’ é a tendência de aventuras Turismo astronômico leva os visitantesa parques nacionaise observatóriospara ver aquilo que asluzes das cidadesescondem Eduardo Maia Agência O Globo

Entre os principais atrativos de Monsaraz, em Portugal, estão um castelo medieval, dois conjuntos megalíticos pré-históricos, um convento do século XVII e todas as estrelas que alguém é capaz de contar. A pequena e pouco conhecida cidade do Alentejo é um importante destino do turismo astronômico, ou “astroturismo”, aquele que valoriza a qualidade do céu para observação de estrelas, planetas, galáxias e cometas. Ou seja, os astros, que antes indicavam os caminhos, hoje são os próprios motivos para uma viagem. A motivação de observar o céu pode ser acompanhar fenômenos pontuais – eclipses, chuvas de meteoros, aparição de planetas e cometas – ou apenas ver com mais clareza o que a poluição (atmosférica ou luminosa) das cidades esconde. A prática é mais difundida nos Estados Unidos e na Europa, mas países do Hemisfério Sul, como Austrália, Nova Zelândia e Chile, sobretudo no deserto do Atacama, têm se tornado importantes destinos para o “stargazing”, como a observação de astros é chamada em inglês. No Brasil, essa atividade ainda é restrita a clubes amadores de astronomia e à programação dos observatórios espalhados pelo país. Para o astrônomo Carlos Veiga, coordenador da Divisão Educacional do Observatório Nacional, no Rio, algumas características são fundamentais para que um lugar seja um bom destino para caçar estrelas. “Quanto mais alto e mais escuro o lugar, e mais limpo o céu, melhor. O ideal é que seja distante dos centros urbanos e em

altitudes maiores. Ou seja, sítios em Nova Friburgo ou Teresópolis, em noites sem nuvens, por exemplo, podem ser ótimos para observar o céu, sem precisar ir muito longe do Rio”, cita o cientista.

Perspectiva “A observação muda também com a época do ano. No verão, por exemplo, vemos bem a constelação de Órion,

mas não a de Escorpião, que aparece no inverno”, ensina a astrofísica Mariangela de Oliveira-Abans, coordenadora de Divulgação e Ensino Informal do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA). O laboratório é uma das melhores opções de astroturismo no Brasil. Uma vez ao mês, faz o evento “Sábado Crescente”,durante aluacrescente, com palestras e observação noturna no terraço de sua sede, em Itajubá (MG). Já o observatório, na vizinha Brazópolis, recebe visitantes todos os sábados de manhã. Mas uma vez por ano o público pode ficar até a noite, no “Tarde e Noite de Portas Abertas”, que, neste

ano, foi em 6 de maio, das 14h às 23h, com convites escassos. A agenda de 2018 ainda não foi liberada, então, fique atento para se inscrever no site www.lna.br.

Órgãos certificam observação celeste

BRAND USA/DIVULGAÇÃO

Rochas avermelhadas, de formatos incríveis, contrastam com o céu no Parque Nacional de Bryce Canyon, em Utah

Quando o tema é garantia de boas condições para observação celeste, duas organizações são referências internacionais, a International Dark-Sky Association (IDA) e a Starlight Foundation. Ambas se dedicam à preservação da iluminação natural (e da consequente escuridão noturna) de áreas com pouca densidade urbana. A primeira (darksky. org), fundada em 1988, já certificou 42 destinos como Dark Sky Parks. Trinta e um deles ficam nos Estados Unidos, sobretudo em áreas mais secas, como Utah, Arizona, Califórnia, Nevada e Novo México. Mesmo as unidades de conservação que não aparecem na lista investem no astroturismo como forma de atrair visitantes. O popularíssimo Joshua Tree National Park tem um programa (Night sky) em que guardas florestais viram guias dos atrativos celestes vistos do parque, onde tam-

bém há, em quase todo sábado à noite, sessões abertas ao público no observatório Sky’s the Limit. Na região do parque de Big Bend, no Texas, os visitantes atraídos pelas estrelas podem se hospedar no El Cosmico, um “hotel-nômade” composto por tendas, trailers e cabanas, cuja grande atração é a vista privilegiada para a escuridão da noite. Já a Starlight Foundation (starlight2007.net), lançada em 2007 com o apoio da ONU e da Organização Mundial do Turismo, entregou a certificação Starlight Tourism Destination a 17 destinos, a maioria na Península Ibérica. A primeira delas foi a Reserva Dark Sky de Alqueva, que reúne seis cidades no Alentejo e que combina o turismo rural com stargazing. Lá, é possível observar estrelas em passeios de barco, cavalgadas e caminhadas noturnas, além de ter aulas de fotografia e astronomia (darkskyalqueva.com). CLEMENS DARVIN GNEIDING/LNA/DIVULGAÇÃO

O Observatório do Pico dos Dias, em Brazópolis, do Laboratório Nacional de Astrofísica


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MIGUEL CLARO/VISITA ALENTEJO/DIVULGAÇÃO

Via Láctea sobre um convento em Monsaraz

DANIEL ROOD/TURISMO DA NOVA ZELÂNDIA/DIVULGAÇÃO

Dicas

Turista admira a via Láctea em Castlepoint, uma praia da Nova Zelândia

Equipamento. Para Carlos Veiga, do ON, basta um binóculo para uma observação amadora. “O campo de visão mais aberto que o de lunetas e telescópios permite melhor experiência”, diz. Aplicativos. Programas para celulares como Sky Map (grátis) e Stellarium (pago) ajudam a localizar os astros com GPS. Fotografias. Use câmeras profissionais ou semi, lentes grande angulares, tripé e disparador. Coloque o foco no manual, abaixe o ISO e programe a exposição para acima de 5 segundos com a maior abertura de diafragma possível. Adaptação. Uma vez no escuro, o olho humano leva um tempo para começar a perceber os detalhes com pouca luz.

O Cruzeiro do Sul é nosso A combinação de altitudes elevadas, clima seco e baixa densidade populacional colocou o Chile no mapa das estrelas. Maior referência na América Latina em observação astronômica, o país se consolidou como um dos principais destinos de astroturismo abaixo da Linha do Equador. Muitos observatórios aparecem com destaque entre os atrativos de regiões do centro e do norte do país (chile.travel/ que-hacer/astroturismo). Na região de Coquimbo, o observatório mais conhecido é o de Cerro Tololo, com oito telescópios a 2.200 m de altitude. Ele fica próxi-

mo a Vicuña, no vale do Elqui, onde também se encontram outros dois importantes observatórios abertos ao público: o Gemini (que tem participação brasileira) e o Mamalluca, totalmente voltado ao turismo.

América Latina Na região de Antofagasta está San Pedro de Atacama, com um dos céus mais limpos do mundo. A 5.000 m acima do nível do mar está o observatório Alma, com um conjunto de 66 antenas radiotelescópicas. Diversas agências organizam visitas aos centros de pesquisas e passeios noturnos,

com guias e astrônomos. Além do Chile, o astroturismo está consolidado em lugares da Austrália e Nova Zelândia, que atraem visitantes atrás de céus diferentes. É que o que vemos no firmamento muda de acordo com a nossa localização. O Cruzeiro do Sul, por exemplo, é figura carimbada no Hemisfério Sul, mas nunca é visto no Norte, assim como as Nuvens de Magalhães, galáxias anãs. O contrário ocorre com a estrela Polar e a Ursa Maior, símbolos dos céus do Norte. A própria Via Láctea é vista de ângulos diferentes.


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Crianças (I)

Área colorida e exclusiva No hotel Thermas diRoma, as crianças pequenas têm uma área exclusiva com brinquedos coloridos e divertidos, como escorregadores, minigruta, piscina com chafariz, cogumelos e guarda-chuvas gigantes e duchas. PAULO CAMPOS

turismo

Caldas Novas

Longe da crise, balneário aquece sua economia Cidade do Cerrado goiano tem nas águastermais sua principalfonte de renda;pacotes de cincodias para o destinocustam a partir de R$ 1.160 Paulo Campos

paulocampos@otempo.com.br

Crianças (II)

Infraestrutura para os pais Na área exclusiva para os pequenos, a atração é um balde que enche, vira e despeja água nos desavisados, além de uma infraestrutura especial com banheiros, lanchonete, sala de alimentação, brinquedoteca e sala do soninho. PAULO CAMPOS

As águas quentes que brotam no Cerrado, em Goiás, não têm origem vulcânica, como se imagina. Elas são resultado das chuvas que penetram nas rachaduras nas rochas e alcançam profundidades superiores a mil metros. Aquecidas, elas ganham pressão e retornam à superfície, em regiões como Rio Quente e lagoa de Pirapitinga. Diferente dessas regiões, em Caldas Novas, as águas são captadas em poços profundos que abastecem as redes hoteleiras e parques aquáticos, em temperaturas que variam entre 34°C e 58°C. São essas águas que há décadas levam cerca de 4 milhões de turistas para o maior manancial hidrotermal do mundo em busca de diversão e relaxamento. Outro engano é imaginar que Caldas Novas é um refúgioapenasparaidosos.Elesestão lá sim, mas a maioria dos visitantes, nos últimos anos, são as famílias, especialmente

aquelas com filhos pequenos, em busca dos hotéis com uma infinidade de piscinas e parques com toboáguas, rios lentos, piscinas de ondas e brinquedos para lá de radicais.

Pacotes A partir de Belo Horizonte,aABCTurismo,especializadanodestino, oferecepacotes a partir de R$ 1.160 em viagens de cinco dias, em ônibus double deck novos, com saídas noturnas, que tornam a

viagem mais prazerosa, com paradas estratégicas para alimentação e relaxamento. Quemnão curtetour rodoviário e prefere um deslocamento rápido, pode contratar pacote com voos diretos a Caldas Novas. Os preços ficam um pouco mais salgados devido às poucas frequências. Um pacote aéreo, com vooda Azul,saiaR$ 2.255pela ABC Turismo, dependendo de data e hotel escolhidos. Três a quatro dias são suficientes no balneário goiano. O ideal é viajar em feriados, como o de Finados, ou meses frios (maio a julho), quando as temperaturas baixam a 16°C, tornando as águas quentes ainda mais agradáveis. O programa básico em Caldas Novas é se divertir nos parques durante o dia e aproveitar as piscinas à noite. ION DAVI/DIVULGAÇÃO

Caldas Novas recebe cerca de 4 milhões de turistas por ano; é o sétimo destino doméstico mais visitado do país

Complexo de piscinas dentro do Di Roma, com opções para adultos e crianças, é convite ao deleite e ao relaxamento ION DAVI/DIVULGAÇÃO

Quem leva Operadora: ABC Viagens Informações: (31) 3519-8800 ou acesse www. abcviagens.com.br Pacotes: Inclui rodoviário e hospedagem no Thermas di Roma com café e almoço Datas: Feriado Finados (1 a 5): A partir de 8 x R$ 145 Natal (21 a 25): A partir de 8 x R$ 174 Réveillon (27/12 a 1/1): A partir de 8 x R$ 240,50 Janeiro (saída em 20/1): A partir de 8 x R$ 139,50 Quartos do Di Roma recriam ambiente relaxante e prazeroso aos hóspedes


turismo

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DI ROMA/DIVULGAÇÃO

Rede hoteleira já projeta dois hotéis e um novo parque

Piscina de ondas no Acqua Park

Caldas Novas oferece, a cada visita dos turistas, novidades. “Passamos longe da crise”, afirma Aparecido Sparapani, superintendente do Grupo diRoma. Ano após ano, a oferta de leitos cresce – são 110 mil leitos na cidade, número somente inferior ao da capital paulista. Os mineiros representam 40% do público. Só o Grupo diRoma, o maior da região, tem 12 empreendimentos – O Thermas diRoma, com 333 apartamentos, o diRoma Exclusive Residence, com 432, o diRoma Fiori, com 354, o Império Romano, com 220, o diRoma International Resort, com 330, e o complexo L' Acqua diRoma, com cinco hotéis independentes, com 1.456 acomodações. Todos os hotéis da rede têm área de lazer, complexo de piscinas com toboáguas e restaurantes próprios. Quem se hospeda nesses hotéis também pode frequentar os dois parques aquáticos, Acqua Pa-

Thermas misturam águas quentes e ótima estrutura Perfeitas para ficar horas a fio, durante o dia e também noite adentro – algumas funcionam 24 horas por dia –, as piscinas do Thermas diRoma são uma mistura de águas aquecidas e impecável estrutura de lazer, que transformou o diRoma no maior grupo hoteleiro da região CentroOeste, com mais de 3.400 leitos distribuídos em 12 empreendimentos. No Grupo diRoma é possível encontrar hotéis e atrações para todas as idades e bolsos. Desde hotéis econômicos, como o Roma, aos mais confortáveis, como o bloco C do Thermas di Roma. Para quem quer apenas relaxar e se entregar ao ócio, há ofurôs, piscinas quentes com hidromassagem ao ar livre e rio lento. Para quem curte agito, toboáguas e brinquedos radicais. Para a criançada, o Grupo diRoma dispõe de atividades recreativas com áreas de lazer caprichadas, planejadas para crianças até quatro anos dentro e fora das piscinas, com destaque para o balde que despeja água nos pequenos a cada vez que enche ou jatos de água que apanham as crianças desavisadas. Até mesmo na área dos adul-

DI ROMA/DIVULGAÇÃO

Suítes do Di Roma são aconchegantes, com opções de mimos ao casal

tos, os pequenos têm uma piscina própria. Isso sem falar nos bares molhados que servem drinks e petiscos sem precisar deixar, por um minuto, o conforto das águas aquecidas. À noite, além dos shows para divertir os hóspedes, uma piscina aquecida a 38°C é o refúgio para quem tem problemas com as articulações. Um detalhe importante: todas as

piscinas são esvaziadas todas as as noites para limpeza e troca das águas. Os dois principais parques do Grupo diRoma, o Acqua Park e o Splash, também inclusos nos pacotes da ABC Turismo, estão em frente ao Thermas – basta atravessar a rua. O visitante tem o direito de duas entradas ao dia para usufruir toda a infraestrutura de piscinas e brinquedos.

rk e Splash. “Depois da construção do Thermas, partimos para os flats", explica Sparapani. A ideia são hotéis menores para atender outros hóspedes. A ocupação de 78% nos empreendimentos no diRoma animou o grupo a investir na construção de mais dois hotéis até 2022, o diRoma Piazza, com 228

Negócios Diversificação. Caldas Novas não é apenas um destino de lazer, mas também tem investido no mercado corporativo. O Grupo diRoma construiu um Centro de Convenções com capacidade para 2.000 pessoas. Ele ainda pode ser transformado em 12 salas para abrigar eventos de pequeno porte. A cidade sediou recentemente o Congresso Nacional de Fisioterapia.

apartamentos, e o diRoma Spazio, com 328 apartamentos. "Queremos crescer com sustentabilidade", enfatiza Saparapani, que também anunciou um terceiro parque em um terreno adjacente ao Acqua Park. São mais piscinas, toboáguas, ofurôs, área de alimentação, bares molhados e brinquedos para os hóspedes se divertirem. A previsão é que o novo parque esteja pronto em julho do ano que vem. Fora isso, o Bloco A do Thermas diRoma foi todo revitalizado, e agora é a vez do Bloco B. A estrutura é padrão: quartos com uma cama de casal e duas solteiro para quatro pessoas; quartos conjugados com uma cama de casal e duas de solteiro para famílias; apartamento com três camas de solteiro e suíte nupcial. Para pessoas com deficiência, são 11 apartamentos totalmente adaptados.


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turismo DI ROMA/DIVULGAÇÃO

RIO QUENTE/DIVULGAÇÃO

Parques

Diversão garantida 24 horas Splash, Acqua Park e Hot Park combinam relaxamento Inauguração em combrinquedos radicaispara agradar a todasas faixas etárias; apesar da distânciado mar, Goiás ganhoupraias 26 de outubro Planetário

A partir do dia 26, o Hot Park inaugura o projeto Mundos Desconhecidos, sistema digital de imersão virtual 360º que tem como temática explorar o sistema solar. A atração estará instalada na Praia do Cerrado, e as entradas custarão R$ 25 (passaporte individual) e R$ 80 (para grupos de quatro pessoas). Para a compra no Hot Park, os preços são de R$ 35 e R$ 120, respectivamente. Programação no site www.rioquenteresorts.com.br.

Hot Park Atrações pagas. Custam a partir de R$ 120* por adulto e crianças com mais de 12 anos. Estudantes pagam R$ 100 (tal como pequenos entre 5 e 11 anos). Quem tem mais de 60 anos paga R$ 75. Entre as atrações, estão tirolesa, mergulho, arvorismo, Bird Land, caiaque, ecopesca, escalada, escola de surfe, minigolfe, megatirolesa e stand-up paddle. *valores pesquisados no site com data de 1/11/2017.

Paulo Campos

paulocampos@otempo.com.br

Caldas Novas é um destino para as quatro estações do ano, o que, em parte, explica seu sucesso. É um lugar onde a diversão não acaba nunca. Para os turistas, o trabalho se resume em escolher entre os três melhores complexos aquáticos – Acqua Park e Splash, do Grupo diRoma, e Hot Park, do Rio Quente. Os dois primeiros estão no perímetro urbano de Caldas. O terceiro, na vizinha Rio Quente, a 30 minutos de ônibus. A dica é aproveitar os dois primeiros parques – Acqua Park e Splash – em um único dia, por estarem colado um ao outro, e reservar um dia inteiro para o Hot Park. O ingresso pode ser adquirido no próprio hotel onde se está hospedado. No Splash, uma das estrelas é o Twister, toboágua gigante. Os mais corajosos preferem se lançar em queda livre no Kamikaze, toboágua radical da altura de um edifício de oito andares. Mas há, também o Acqua Racer (rio lento), um barco pirata e o toboágua Free Falls. Para não dizer que não pegou praia,

uma piscina de ondas artificiais é o lugar de encontro dos hóspedes no Acqua Park.

Hot Park No Hot Park, são mais de 20 atrações. Entre as mais concorridas estão Half Pipe, toboágua em forma de pista de skate; Acqua River, três toboáguasque provocamsensações distintas; Lazy River, onde você é levado, em boias, pelas correntezas do rio; e Xpirado, um toboágua de 32 m de altura inserido em um ambiente de terror. Para crianças acima de 3 anos, na entrada do parque, foi construído o Hotibum, brinquedo engenhoso – com duas piscinas, oito toboáguas, um balde com 12 m e outros itens interativos, como sprays,jatos, cortinas e rodas d'água – que pode ser explorado como um labirinto. Quem compra o ingresso para o Hot Park pode usufruir da Praia do Cerrado, uma praia artificial de ondas e areia fininha. Estando por ali, pode-se, inclusive, pagar para ter uma aula de surfe. Na área de 25 mil m², são nove tipos de ondas, que podem atingir uma altura de 1,20 m.

Os taxistas cobram cerca de R$ 160 por uma corrida de Caldas Novas a Rio Quente; ônibus regular custa R$ 4,70

DI ROMA/DIVULGAÇÃO

Complexo de toboáguas tem descidas para iniciantes e até para os mais corajosos, que desafiam os limites

Brinquedos gratuitos e outros pagos à parte Caminhando pelas alamedas arborizadas e construídas com esmero nos detalhes, entrecortadas por canteiros de flores, bonecos e charmosas pontes, o Hot Park oferece brinquedos gratuitos e outros pagos à parte. Mergulho ecológico, tirolesa e Bird Land – esse último com 300 aves cedidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) – custam a partir de R$ 120, cada, considerando ingresso para um adulto. Os ingressos para entrada no parque custam R$ 150, se comprados na ho-

Barco pirata é uma das atrações do Splash; parque também tem bar molhado

ra, na bilheteria, e R$ 100 se comprados com antecedência no site www.hotpark.com. Guias locais costumam vender o bilhete a R$ 90 nos próprios hotéis. O custo da alimentação no parque também não é baixo. Prepare o bolso e conte até dez ao se deparar com os cardápios dos pontos de alimentação. Se quiser fugir de multidões, escolha visitar o Hot Park nos dias de semana. Não se esqueça de levar protetor solar, óculos de sol, toalha, roupão e boné. No cerrado goiano, o sol castiga o visitante, e só lhe dá frescor ao anoitecer. (PC)

PAULO CAMPOS

Half Pipe é uma das atrações que fazem a diversão da garotada


turismo

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ION DAVID/DIVULGAÇÃO

Além do complexo de lazer

Monumento das Águas está na entrada do hotel Thermas diRoma

Caldas revela Do Parque Estadual da Serra de Caldasà Feira ao Luar,do casarão quevirou museu ao Jardim Japonês, cidadetem atrativos diversificados paulocampos@otempo.com.br

Em Caldas Novas, o mais difícil é convencer o turista a desistir das piscinas quentes e dos parques aquáticos para explorar o entorno. A cidade fica próximo ao Parque Estadual da Serra de Caldas Novas, localizado entre o balneário e Rio Quente. O parque, com 130 km², criado para proteger a área de captação da chuva que abastece o lençol termal, tem cachoeiras, entre elas a do Cascatinha e a do Paredão, mirantes e duas trilhas.

Outras atrações são o lago Corumbá, indicado para os adeptos dos esportes náuticos e da pesca esportiva. A dica é fazer passeios de escuna, caiaque, moto aquática e stand-up paddle, esse último com remada em pé na prancha. No centro da cidade, aproveite ainda para conhecer a igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores, construída por índios e escravos em 1850, e o Casarão dos Gonzaga, fazenda construída em 1907 e hoje Centro de Apoio ao Artesão, um museu de utensílios à moda antiga. Aproveite e compre

Jardim Japonês e bondinho Se você estiver hospedado no Thermas diRoma, pode solicitar o passeio ao Jardim Japonês (foto abaixo). Construído por Toshiyuki Murai e decorado com referências orientais, o local resgata o ambiente de meditação dos monges budistas. Outro passeio que os turistas curtem são bondinhosjardineira, que passam por pontos turísticos da cidade. Cada um deles está associado a um personagem infantil. O tour pode durar até duas horas, e o ingresso custa R$ 15 por pessoa.

vocação ecoturística

Paulo Campos

Atrativos

DI ROMA/DIVULGAÇÃO

suvenires locais, como doces, farinhas temperadas, pimentas e queijos.

Pelas ruas Comidas típicas e artesanatos locais também podem ser encontrados nas 150 barraquinhas da Feira do Luar, localizada atrás do parque de diversões. O corredor gastronômico tem mesinhas e acontece de sábado a segunda-feira à noite.

Para finalizar o passeio, apanhe um táxi – Caldas Novas não tem Uber – até a “Lagoa Quente” ou lagoa de Pirapitinga. O ingresso para entrada no parque custa R$ 85, e a estrutura tem tobogãs, piscinas termais, área para crianças e restaurantes. O atrativo do lugar é o Poço do Cozinha-ovos, onde um ovo é cozinhado à temperatura de 50ºC.


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turismo SETUR-MG/DIVULGAÇÃO

Minas Gerais

A mina do mapa

Uma viagem

47 39 154 122 27 509 1.020 254

Circuitos turísticos formatados em Minas

de aromas e sabores

Circuitos possuem cidades com festivais

O mapa gastronômico, lançado pelo Setur,promete dar visibilidade aosprodutosregionais e colocar o Estadona rota deturistas gourmet Tânia Ramos

taniaramos@otempo.com.br

Com uma performance turística ainda aquém de seu potencial – e poder econômico –, Minas Gerais deu, nesta semana, mais um passo visando cair de vez no gosto dos visitantes nacionais e estrangeiros. Por iniciativa da Secretaria de Estado de Turismo (Setur-MG), em parceria com 31 dos 47 circuitos turísticos do Estado, foi lançado o “Mapa Gastronômico de Minas Gerais”, que reúne destinos, produtos e eventos ligados a esse diferencial mineiro.

Afinal, no Brasil, queijo é coisa de mineiro; a melhor cachaça, comprovadamente, é fabricada aqui; a produção de cerveja artesanal está em franca expansão – Minas já é o segundo maior produtor do país, atrás apenas de São Paulo; o Estado responde por 56,4% da produção de café do país e exporta os melhores blends (agora, cafés gourmet) do mundo, sem contar os tradicionais quitutes (com receitas ancestrais) de dar água na boca e o casamento perfeito de feijão tropeiro, arroz, couve e lombo. Para dar maior visibilidade a tudo isso e direcio-

Festivais gastrô catalogados no Estado

O guia, voltado para o trade (e online), traz visitas a produtores, programação e roteiros gastronômicos do Estado

nar os turistas nas suas escolhas, o que o mapa traz, depois de um minucioso trabalho de pesquisa, se-

“Em Minas Gerais, a gastronomia é a melhor parte da viagem” Ricardo Faria, secretário de Estado de Turismo

gundo o secretário Ricardo Faria, são todos os 47 circuitos turísticos do Estado, os 122 roteiros de visitas guiadas a produtores diversos e os festivais gastronômicos, num total de 154, com especificação de datas e localidades. Entre os festivais, os visitantes vão encontrar dos dedicados a frutas (manga, uva, banana, jabuticaba e pequi) e produtos alimentícios (arroz, milho, frango, peixe, batata, leite, mel, orapro-nóbis, mandioca, abóbora, carne de sol, queijo e azeite) aos de vinhos, cerve-

jas, cachaças, jazz, café, canjica, gourmet, quitanda, cuscuz, queima do alho, rocambole, goiabada, pão de queijo, gastronomia e arte, de inverno, de bares e boteco e até de cabra e biscoitos. Conclusão: além do famoso Comida di Buteco de Belo Horizonte, que já ganhou o mundo, tem muitos aromas e sabores esperando pelos visitantes no interior do Estado.

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O mapa, ainda com tiragem restrita – foram impressas apenas 2.000 cópias, destinadas a operadores e receptivos de viagens –, pode ser acessado pelos visitantes em www.minasgerais.com.br

Visitas a produtores disponíveis no mapa

Roteiros gourmet já consolidados

Alambiques artesanais registrados em MG

Marcas de cachaças produzidas por eles

Produtores de queijo artesanal catalogados

Gonçalves

Gastronomia da roça no Circuito Serras Verdes Festival da cidade do Sul de Minas propõeuma releitura

datradicional comida mineira,coma criação de pratos muitomais leves, além de pretenderaproximar opúblico dosconceitos alimentaresvegetarianos e veganos FESTIVAL DE GONÇALVES/DIVULGAÇÃO

Da redação Com o desafio de criar versões leves, para tirar o estigma de “pesada” da comida mineira, a cidade de Gonçalves realiza, de 27 a 29 próximo e de 2 a 5 de novembro, o 6º Festival de Gastronomia e Cultura da Roça, um evento que reúne comida típica e a tradicional hospitalidade mineira. Situada no Circuito Serras Verdes do Sul de Minas, a cidade também pretende, com o conceito do evento 2017, aproximar o público dos segmentos vegetariano e vegano. Em um ambiente descontraído e informal, 21 estandes vão transformar a praça dos Sabores em uma grande festa, com a oferta de grande variedade de pratos, petiscos, lanches, sobremesas, quitutes, bebidas e

Carla Pavês e Bolos é uma das quitandarias que vão deliciar os comensais

produtos que privilegiam e resgatam a culinária rural. Além de uma intensa programação na Casa dos Saberes (oficinas, palestras, workshops, cozinhasshow, degustações etc.), haverá ainda apresentações artísticas para todos os gos-

tos, de maracatu, congada e melodiosos desfiles de carro de boi a shows musicais, com roda de viola, MPB, sertanejo, voz e violão, forró e pop & rock.

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Local: Clube Recreativo de Gonçalves (rua Coronel João Vieira, 155, centro) Site: www.gastronomiagoncalves.com.br


turismo

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XARÁ/SETUR-MG/DIVULGAÇÃO

Mercado

Guia gera expectativa positiva do segmento turístico Estabelecimentos e produtores estão confiantesde que a iniciativa daSetur vai resultar numainjeçãode negócios,empregos e renda em MG Tânia Ramos

taniaramos@otempo.com.br

Como a tradicional cozinha mineira é, reconhecidamente, um atributo turístico do Estado – aliás, pesquisa realizada no ano passado apontou que 24% dos visitantes levam na memória sua gastronomia –, o lançamento do “Mapa Gastronômico de Minas Gerais” foi muito bem recebido pelo trade. Todos foram unânimes em considerar o guia como um alavancador de negócios e gerador de empregos e renda para o setor. Para o presidente da As-

sociação Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais (Abrasel-Minas), Rodrigo Rodrigues, “o lançamento do mapa vai ter um impacto grande no segmento de bares e restaurantes, à medida que estimula uma maior ida de visitantes aos municípios, em busca de suas especialidades gastronômicas ou de produção de alimentos ou de bebidas”. Em Belo Horizonte, o destaque, a seu ver, é o Mercado Central que, além de já ser um atrativo turístico consagrado, funciona como “uma vitrine de tudo que é produzido e processado no Estado”.

“A nossa expectativa com essa maior visibilidade dos destinos, de festivais e de produtos do Circuito Terras Altas da Mantiqueira é que tenhamos, com a atração de mais visitantes, um aumento de negócios na região”, comemora Cristina Motta, gestora do circuito, que reúne sete municípios distantes, em mé-

“A gastronomia é parte de nossa identidade e tradição” Carolina Pimentel, presidente do Servas, na solenidade de lançamento do mapa dia, 450 km de Belo Horizonte. Em Alagoa, por exemplo, são produzidos os queijos mais premiados de Minas, além dos cafés gourmet do produtor Gilberto Souza. SÉRGIO MOURÃO/SETUR-MG/DIVULGAÇÃO

Pão de queijo é um clássico da culinária mineira, que agrada a todos os paladares

Cachaça Vale Verde é produzida em Vianópolis, distrito de Betim, a 43 km da capital


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Belo Horizonte


W Moto. Honda apresenta linha 2018 da CB e da CBR 650 F. Páginas 22 e 23 RODOLFO BUHRER/LA IMAGEM/RENAULT

W Transporte. Fenatran reúne a ‘nata’ dos modelos pesados em SP. Páginas 20 e 21 pampulha

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BELO HORIZONTE Sábado 21/10/2017

Arrasa quarteirão Testamos a versão top de linha do Renault Kwid; novo modelo já é o segundo carro mais vendido no Brasil. Páginas 18 e 19

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interCâmbio raimundocouto@otempo.com.br

Raimundo Couto

Explicar é preciso MÁRCIO MAIO/CZN

Ao fim deste ano, termina o programa de incentivo à inovação tecnológica na indústria automobilística. Ele teve início em 2012 e atende pelo nome de Inovar-Auto. Em razão da proximidade, vamos reproduzir um depoimento muito esclarecedor elaborado pelo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antônio Megale, que dirige os destinos da entidade desde abril de 2016. “Em abril deste ano, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior anunciou o início das discussões do Rota 2030, programa que oferecerá visão de longo prazo e oportunidade de melhoria da competitividade da indústria automobilística brasileira. A motivação era preparar o país para o período pós-Inovar-Auto, política vigente desde 2012 e que se encerra em

31 de dezembro de 2017. Desde então, os conceitos dessas novas diretrizes dominam a pauta do setor. Recentemente, com a condenação do Inovar-Auto feita pela Organização Mundial do Comércio (OMC), que enxerga alguns mecanismos do programa como ferramentas protecionistas, um tema específico veio à tona: o fim dos 30 pontos adicionais de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Com ele, surgiu uma informação, completamente equivocada, de que haveria uma redução quase automática dos preços dos veículos a partir de janeiro de 2018. Para aclarar esse desentendimento, precisamos voltar no tempo e explicar o que aconteceu no início do Inovar-Auto. Em 2011, antes da criação do regime automotivo, as alíquotas de IPI eram as seguintes: 7% para veículos até 1.000 cilindradas; 11% e 13% para veículos flex e a ga-

Esclareço é que, na prática, não haverá redução do IPI e, consequentemente, redução imediata de preços solina, respectivamente, acima de 1.000 e até 2.000 cilindradas; e 18% para os flex e 25% para os gasolina acima de 2.000 cilindradas. Com a implantação do Inovar-Auto, todas essas alíquotas foram acrescidas de 30 pontos percentuais de IPI, saltando, na ordem, para 37%, 41%, 43%, 48% e 55%. Para abater o acréscimo, as empresas deveriam

habilitar-se ao programa e cumprir exigências, tais como melhoria de eficiência energética, etapas fabris nacionais e aquisição de insumos locais – os dois últimos quesitos foram os principais alvos da OMC, ou seja, fomos punidos por gerar empregos e renda. Como todos os fabricantes locais habilitaram-se e evitaram esse acréscimo de 30 pontos, na prática, o IPI dos veículos dessas empresas nunca subiu. Portanto, não há motivos para acreditar na redução desse imposto e, por consequência, do preço dos veículos. No caso de importadoras sem produção local, elas também poderiam habilitar-se caso cumprissem algumas exigências e caso a importação fosse limitada a 4.800 veículos por ano. Em outras palavras, os importados dentro da cota não tiveram o imposto elevado. Também não há razões para acreditar em re-

Carros importados não vão, necessariamente, ficar mais baratos dução de preços. Que fique bem claro que a definição de preço é uma estratégia individual das empresas. Esclareço é que, na prática, não haverá redução do IPI e, consequentemente, redução imediata de preços. Em tempos de pós-verdade, notícias errôneas espalham-se

com velocidade de rastilho de pólvora. A inverdade consolida-se na cabeça das pessoas e começa a causar pequenas confusões no mercado”. Assim, o presidente da Anfavea contribui para dirimir quaisquer dúvidas sobre o tema.


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PEDRO SILVEIRA - 8.4.2008

Dúvida do leitor

Qual óleo usar? Proprietário de Siena 2010 crê que a viscosidadedo lubrificante usado no carroprecisa ser maior, mas especialistacondena a mudança Para não errar na escolha, a dica é seguir o que determina o manual do proprietário do carro; tipo do óleo nem sempre é o problema Igor Veiga A troca de óleo periódica é o tipo de manutenção indispensável para qualquer veículo, seja ele novo ou usado. Apesar de parecer simples, é um assunto que gera dúvida na cabeça de muita gente sobre qual o período correto para substituição, a especificação de óleo a ser usado e outros fatores diversos. Super Motor recebeu do leitor Dawis Paulucio uma dúvida sobre a troca

de óleo de seu carro. E nós, claro, fomos atrás da resposta. Ele conta que tem um Siena 1.4 2010/2010, completo, que está com 147 mil km. Fez uma troca de óleo e colocou um óleo 5W30 sintético para rodar 10 mil km. Porém, quando rodou com esse óleo mais ou menos 2.000 km, ele reclama que abaixou mais de meia vareta o nível do lubrificante. “Anteriormente, com os óleos de 5.000 km, também estava baixando o óleo. Queria saber se é nor-

mal esse carro baixar o óleo por causa quilometragem alta ou se coloco um com viscosidade mais densa?”, pergunta Paulucio. De acordo com o engenheiro mecânico Eduardo Ude, proprietário da Lube Center, não há necessidade do leitor trocar o óleo SAE 5W30 por outro de maior viscosidade, e que o problema do carro deve ser outra falha mecânica. “Esse óleo foi especificado para este motor após horas e horas de estudo de engenharia por

parte do fabricante. Se ele está apresentando algum tipo de anomalia, o correto não seria substituir este óleo por outro de maior viscosidade como ele questiona”, explica Ude.

Problema no motor Segundo o especialista, para que o óleo apresente consumo excessivo, existem duas razões básicas: ou há um problema de vazamento ou de consumo de óleo via combustão. A recomendação neste caso, é

que leve o veículo a um mecânico de confiança e solicite a ele verificar se existe vazamentos nas juntas do motor, elementos de vedação entre outros. Manchas de óleo recentes no chão do local onde o veículo é costumeiramente estacionado é um indicativo claro deste tipo de problema. O engenheiro ainda esclarece que a questão da queima de óleo via câmara de combustão ocorre devido a falhas nos anéis dos pistões ou mesmo na sede

das válvulas. Um simples teste de compressão utilizando-se um manômetro para conferir a pressão dos cilindros pode denunciar tal falha. Outros itens a serem observados, segundo Ude, é o estado das velas de ignição, assim como da ponteira do escapamento. Se eles estiverem úmidos de óleo e com sinais de carbonização, há algo de errado no carro.

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Também tem alguma dúvida? Escreva para a gente: direcao@otempo.com.br


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Serviço

Todo mundo quer ter uma telinha Central multimídia é o acessório automotivo da moda;equipamento tempreço que variade R$1.300 a R$3.000, conforme número defunções, marcae outros Igor Veiga Entres os acessórios automotivos, os aparelhos de som convencionais continuam sendo os campeões de venda nas lojas. Mas o equipamento da moda é a central multimídia. Em tempos de conectividade, todo mundo anda querendo ter uma telinha touchscreen no painel do carro. Pequena ou grande, não importa o tamanho. “Nos últimos dois anos, minha venda de central multimídia cresceu de 30% a 40%”, garante Eduardo Marciano Lopes Filho, diretor comercial de uma conhecida loja de acessórios automotivos de BH. Com a popularização da tecnologia nos modelos à venda no Brasil, a procura pela instalação do item é cada vez maior. No mercado de acessórios, existem hoje dois tipos de central multimídia. O equipamento universal custa, em média, R$ 1.300. Alguns modelos de carro, no entanto, precisam de uma central

específica. Nesse caso, o preço varia de R$ 1.900 até R$ 3.000 para veículos de marcas de luxo. E quanto mais conectado fica o mundo, mais as centrais multimídias automotivas viram um equipamento “tudo em um”. Se antes bastava vir com navegador GPS e câmera de ré, hoje o cliente procura por uma central que venha com TV digital e sistema de espelhamento de smartphones com sistema Android ou iOS, por exemplo.

Não são tão visados Engana-se quem imagina que a central multimídia é chamariz para os ladrões de carro. Em relação aos casos de sons convencionais, é muito baixo o índice de furto. A central costuma ser específica para o carro. E no mercado negro, fica difícil revender. Além disso, é um dispositivo que não é fácil de arrancar do veículo. “O ladrão desiste de roubar pelo risco que corre, porque ele vai levar muito tempo”, justifica Filho.

Perda de garantia

Rodas e pneus Fique atento. Quem pretende substituir as rodas originais do carro também deve ficar atento para não ser surpreendido pela fiscalização de trânsito. Duas coisas são proibidas por lei: usar rodas ou pneus que ultrapassem os limites externos dos para-lamas do carro; o diâmetro externo do conjunto pneu/roda não pode variar de tamanho. Na prática, se quiser aumentar o aro, terá que diminuir o perfil do pneu, e vice-versa. A alteração na característica original do veículo deve ser registrada no órgão de trânsito competente.

Outra questão muito polêmica é sobre a possibilidade de perda da garantia por instalar itens fora das concessionárias. Apesar disso, a maioria das instalações de acessórios fora das revendas autorizadas não acarreta esse tipo de problema, já que é usada a própria predisposição de rádio do modelo, sem qualquer intervenção

Demanda por instalação de centrais multimídia cresceu entre 30% a 40% no último ano em BH

“A linha de som nunca sai de moda, mas hoje as pessoas querem é conectividade pura. E a central multimídia te oferece desde um GPS até espelhamento com o celular” Eduardo Marciano Especialista em acessórios

na parte elétrica do carro ou corte inadvertido de fios. É importante que a pessoa busque uma empresa que trabalhe de forma transparente. “No caso da nossa empresa, quando vamos fazer algum procedimento que pode gerar a perda de garantia de fábrica, nós comunicamos ao cliente antes. Travas de corte de combustível fazem perder a garantia, por exemplo”, revela o especialista em acessórios automotivos.

Evolução natural Entre os mais jovens, trio elétrico mesmo só para curtir no Carnaval. Mas a expressão serve para definir os veículos equipados com a trinca alarme, vi-

dros e travas elétricas. Os antigos equipamentos preferidos das lojas de acessórios quase não são mais procurados para compra, e por um motivo simples. Mesmo não sendo obrigatório por lei, a maioria dos carros à venda no Brasil já saem de fábrica com esses itens. Durante muitos anos, o outrora famoso trio elétrico foi o kit mais instalado nas lojas, agora, é apenas o quarto item mais procurado pelos clientes. “É natural esse processo. É o que vai acontecer com a própria central multimídia quando ela se popularizar de vez no mercado automotivo e vir de série na maioria dos carros zero-quilômetro”, conclui Filho.


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FOTOS ALINE HAUSSMANN/DIVULGAÇÃO

Equipamento é a atual febre nas lojas

Reboque exige cuidado com a manutenção No caso dos engates, o maior cuidado deve ser com a manutenção. A lei exige que o reboque tenha tomada funcional para instalação elétrica que garanta o funcionamento das luzes de sinalização e da iluminação da placa da chamada “carretinha”. A bola do engate tem que ser maciça, e a peça como um todo deve possuir bordas arredondadas e sem superfícies cortantes. Outro requisito básico é que o engate não pode comprometer a visibilidade da placa traseira do carro. (IV)

Efeito Kwid?

Ka tem nova versão básica A linha 2018 do Ford Ka foi lançada com uma nova versão de entrada. O Ford Ka S é menos equipado que a antiga versão SE, a mais básica até então. A configuração S do compacto sai por R$ 44.030, R$ 750 a menos do que custava a SE 1.0 antes do anúncio das novas versões. Ela sai de fábrica sem vidros elétricos ou rádio com conexão Bluetooth e entrada USB, que foi um dos diferenciais do modelo em seu lançamento, em 2014. IGOR VEIGA

Alterar faróis será proibido a partir de 2021 Outro acessório muito procurado nas lojas de acessórios são as luzes superbrancas ou de LED. A legislação atual autoriza a troca das lâmpadas originais dos faróis por esses dois tipos alternativos de iluminação, mas desde que elas tenham o selo do Inmetro e que a mudança seja regularizada junto ao Detran, após vistoria. Esse tipo de modificação tem prazo de validade no Brasil. Conforme resolução publicada em maio deste ano pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), a partir de 2021, será proibida qualquer substituição de lâmpadas dos sistemas de iluminação ou sinalização do veículo que não sejam originais do fabricante. (IV)

Previsão

Novo BMW X3 no início de 2018

Películas estão entre os itens mais instalados

Mais conhecida como ‘insulfilm’, a película é um acessório em que vale a pena investir pelo custo-benefício

Tanto por conforto quanto por questão de segurança, as películas também estão hoje entre os acessórios mais requisitados no mercado automotivo. Por conta da qualidade e da característica de aplicação, o custo do item varia muito, de R$ 100, pelo tipo mais simples, até R$ 1.000, em caso de películas especiais. O insulfilm deve obedecer a regras quanto à porcentagem de escurecimento dos vidros, que nunca pode ser de 100%. A Resolução 254, de 2007, do Contran, estabelece que a transmissão luminosa não poderá ser inferior a 75%, para vidros incolores, e a 70%, para vidros coloridos (os

verdes são os mais comuns) do para-brisa e das laterais nas portas dianteiras. E que a transparência não pode ser inferior a 28% nos vidros das portas de trás e o traseiro.

No para-brisa não pode Além disso, a aplicação do produto no para-brisa é proibida por lei. “Apesar disso, tem muito cliente que ainda insiste para a gente colocar o insulfilm no vidro da frente. Até instalamos, mas ele tem que assinar um termo de responsabilidade porque, neste caso, é multa na certa se ele for parado numa blitz”, alerta Lopes Filho. (IV)

Apresentada mundialmente há pouco mais de um mês, no Salão Internacional do Automóvel de Frankfurt, na Alemanha, a terceira geração do BMW X3 desembarca no Brasil no primeiro semestre de 2018. Com design renovado e interior luxuoso, o novo BMW X3 chegará ao país importado dos EUA. Além de novo visual, a terceira geração do X3 recebeu opções de motores que vão de 184 cv até 360 cv. Ainda não foram divulgadas quais versões chegarão ao país.

Volkswagen

Novo Jetta estreia em janeiro A espera pela nova geração do sedã Volkswagen Jetta deve acabar em breve. Em entrevista ao site VW Vortex, o CEO da Volkswagen na América do Norte, Hinrich Woebcken, confirmou que o sedã será apresentado em janeiro, durante o Salão de Detroit, nos Estados Unidos. O novo Jetta deve chegar ao Brasil com o conhecido 1.4 TSI de 150 cv fabricado no país. O lançamento só deve acontecer no meio do ano que vem.


W18 O Tempo - Pampulha - Super Notícia Belo Horizonte 21 de outubro de 2017

Interior

Espaço interno e acabamento ok Apesar de ter uma suspensão elevada típica dos utilitários-esportivos, o espaço interno do Kwid é de subcompacto. Com seus 2,42 metros de entre-eixos – dimensão idêntica à do Up –, o novo Renault permite transportar quatro adultos sem problemas. Cinco já acarretam em um aperto generalizado no banco traseiro. No acabamento interno, o Kwid não oferece nada requintado, mas também nada comprometedor. São plásticos rígidos, há uma ou outra rebarba aparente, mas os encaixes são corretos.

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Avaliação

Adivinhe quem vem para brigar? Em pouco mais de dois meses de mercado, Renault Kwid assume segunda posiçãono ranking dos carros maisvendidos no Brasil

sistema Media Nav 2.0, que é a central multimídia com tela touchscreen de sete polegadas integrada com GPS, além de câmera de ré.

Com o Kwid nas mãos Raimundo Couto De certo modo, o sucesso que o subcompacto Renault Kwid vem fazendo no mercado brasileiro era, até certo ponto, esperado. Isso porque a montadora francesa conseguiu reunir em um único produto várias peculiaridades que o consumidor procura. A receita do bolo passa pelo estilo, que agrada ao remeter ao visual de um SUV compacto, pela motorização moderna, de três cilindros, que proporciona economia, pela

oferta de quatro airbags de série, e o mais importante: pelo preço acessível. Embora os números oficiais sejam mantidos sob sigilo, estima-se que o Kwid tenha começado sua vida com o número de vendas próximos a 10 mil unidades, um verdadeiro “blockbuster”. Super Motor avaliou a versão top de linha do modelo (Intense) por dez dias. Com preço sugerido em R$ 39.990, o Kwid mais caro sai de fábrica recheado de equipamentos, como o opcional

Dinamicamente, o Kwid faz aquilo que se espera de um carro 1.0 moderno, ou seja, torque decente e potência máxima que não compromete a segurança. O sucesso de vendas da Renault é movido pelo motor 1.0 SCe, de três cilindros, acoplado a um câmbio manual de cinco marchas, que tem bons engates e circula com desembaraço pela cidade, seu habitat natural. Na estrada, o modelo se comporta como todos os seus pares de potência limitada. No entanto, a suspensão

elevada, a 18 cm do chão, é o grande diferencial do Kwid. Permite passar de forma quase despreocupada por buracos e quebra-molas que surgem pelo caminho sem maltratar demasiadamente quem está a bordo. O conforto poderia ser ainda maior se suspensão traseira não fosse tão rígida – provavelmente para evitar a inclinação excessiva da carroceria em curvas. A posição de dirigir elevada e a direção eletricamente assistida, de série na versão avaliada, agrega conforto no pesado trânsito do dia a dia. Sem dúvida o Kwid chegou para ocupar lugar de destaque nesta galeria e será lembrado como um divisor de águas na categoria. Em suma, o carrinho é um “grande barato”.

Consumo merece destaque

Linhas do Kwid são fluidas e equilibradas com aspecto robusto

Novo modelo da Renault acomoda sossegadamente quatro pessoas

Além da imagem de SUV, outro atributo que anda em alta nestes tempos bicudos é o baixo consumo de combustível, mas sem abrir mão de um desempenho satisfatório. Para isso, o Kwid conta com o motor 1.0 SCe, de três cilindros e transmissão manual de cinco marchas. Com etanol no tanque, ele rende 70 cv de potência a 5.500 rpm e torque de 9,8 kgfm a 4.250 rpm. Com gasolina, são 66 cv a 5.500 rpm e 9,4 kgfm a 4.250 rpm. Com apenas 758 kg de peso, o Kwid oferece boa relação peso/potência e ainda garantiu nota A nos testes de consumo do Inmetro: registrou 15,2 km/L com gasolina e 10,5 km/L quando abastecido com etanol, em trajeto misto (urbano e rodoviário). Além disso, um indicador de troca de marchas, de série em todas em as versões, ajuda o motorista a encontrar o melhor modo de condução por meio de uma barra com três cores (verde, amarelo e laranja) que “entrega” se ele está dirigindo com eficiência ou não. (RC)


super motor

19 W O Tempo - Pampulha - Super Notícia Belo Horizonte 21 de outubro de 2017

FOTOS RODOLFO BUHRER/LA IMAGEM/RENAULT

Conforto e dirigibilidade do Renault Kwid são surpreendentes

Ele aparenta ser maior do que realmente é R$ Suspensão elevada e preço competitivo são dois dos grandes trunfos do carro

39.990 Renault Kwid Intense

Com formas robustas e para-lamas encorpados, o Kwid aparenta ser maior do que é. A grade frontal ladeada por faróis alongados é similar às dos novos SUVs da Renault. Na traseira, o discreto aerofólio e o revestimento em preto abaixo da tampa do porta-malas reforçam a esportividade. No centro da logomarca da tampa do

porta-malas, fica escondida a câmera de ré da versão top de linha. O design interno é coerente com o estilo externo e ressalta um aspecto rústico. Muitos detalhes dentro do carro remetem ao Sandero. O compartimento de bagagem acomoda 290 L – 5 L a mais que o do Volkswagen Gol. Com o banco traseiro rebatido, a capacidade chega a incríveis 1.100 L. (RC)


W20 O Tempo - Pampulha - Super Notícia Belo Horizonte 21 de outubro de 2017

Mercedes-Benz

Actros em versão ‘ostentação’ Nem só de racionalidade e cálculos de custos se faz um salão de transporte rodoviário de cargas. Os modelos clássicos L-1111 e L-1113, campeões de vendas da Mercedes-Benz, serviram de inspiração para a marca alemã criar o Actros Série Especial. Baseado no Actros top de linha, tem design retrô inspirado nos clássicos modelos com cabines semiavançadas das décadas de 60 e 70. O Actros Série Especial será exclusivo e limitado a 21 unidades.

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Transporte

Carga mais leve e cheia de esperança Otimismoe novasapostas do setor de transportede cargasmarcam a Fenatran2017; italiana Iveco lança novaversão do utilitárioDaily City Luiz Humberto M. Pereira Auto Press/Especial para O Tempo

LUIZ HUMBERTO MONTEIRO PEREIRA/CZN

Chega em 2018

DAF mostra novo off-road nacional A holandesa DAF entra no segmento “fora de estrada” e lança no mercado nacional off-road os modelos CF85 e XF105. Voltados para operações de cana e madeira, os novos caminhões da marca são produzidos em Ponta Grossa (PR) e chegam às concessionárias em 2018. Os dois modelos são equipados com motor Paccar MX 13 de 12,9 L, com bloco em ferro fundido vermicular, de seis cilindros.

Depois de três anos seguidos de retração nas vendas no mercado brasileiro, era de se esperar que o setor de transporte de cargas estivesse desanimado. Mas não é o que parece quando se observa a 21ª edição da Fenatran, que reúne fabricantes de caminhões e de utilitários, implementos rodoviários, pneus, gestão e rastreamento de frotas, autopeças e serviços.

A impressão que se tem é que setor vislumbrou uma luz no fim do túnel. As vendas de caminhões no mercado interno devem fechar o balanço do ano apontando queda em relação a 2016, mas o segundo semestre já sinaliza recuperação. Além disso, as exportações cresceram quase 24% em relação ao ano passado, o que ajudará a gerar o primeiro crescimento anual da produção nacional de caminhões desde 2012/2013 – a Anfavea prevê uma expansão na pro-

dução de 28,2% em relação a 2016. Com algo em torno de 100 mil unidades, a produção de 2017 ainda ficará muito longe dos 223,6 mil caminhões fabricados em 2011, o melhor ano da história do setor de transporte de cargas brasileiro. Mas já basta para estimular uma série de novidades que movimentam os principais “players” do setor, presentes na mostra paulistana.

Novidades na boleia Modelos cada vez mais autônomos e conectados, capazes de rentabilizar ao máximo as atividades dos frotistas, buscam “sensibilizar” alguns dos mais de 60 mil visitantes que devem visitar o São Paulo Expo. Um dos destaques do

evento está no estande da italiana Iveco, que mostra na Fenatran o recém-lançado Tector Auto-Shift, com transmissão automatizada e diversos dispositivos semiautônomos. Mantendo a aposta no segmento de semipesados, dois novos integrantes da linha Tector vão competir no segmento de 8 t a 11 t. Mas é a linha de veículos utilitários que reserva a grande novidade da marca italiana: o Daily City 30S13, a nova opção da Iveco para o mercado de cargas fracionadas, como o e-commerce. Nas versões chassi cabine e furgão, o novo veículo tem PBT técnico de 3,5 t e pode transitar em áreas com restrição de circulação.

Iveco completou 20 anos de mercado no Brasil e traz versão inédita do Daily City

ESTÚDIO MALAGRINE/DIVULGAÇÃO

Volks liga caminhão na tomada

Notas rápidas Investimento. No clima das comemorações de seus 20 anos de Brasil, a Iveco anunciou o investimento de US$ 120 milhões no desenvolvimento de novos produtos no país até 2019. Nova Boxer. A Peugeot já exibiu na Fenatran seu próximo lançamento no segmento de utilitários: a nova geração da van Boxer, que chega ao Brasil em 2018.

Protótipo elétrico da linha Delivery, da Volkswagen, roda até 200 km com uma única carga na bateria LUIZ HUMBERTO MONTEIRO PEREIRA/CZN

Primeiro caminhão autônomo para o setor de transporte no Brasil é o destaque da Volvo

LUIZ HUMBERTO MONTEIRO PEREIRA/CZN

Ford Cargo Connect é a atração da marca na Fenatran 2017

Na tarefa de impressionar os potenciais compradores, exibir inovações tecnológicas pode contar pontos preciosos. Nessa linha, a MAN Latin America acertou na mosca ao apresentar o Volkswagen e-Delivery, uma versão totalmente elétrica da nova geração de sua linha de caminhões leves, que acaba de ser lançada. Desenvolvido pela engenharia da marca alemã na cidade de Resende, no Sul do Rio de Janeiro, o caminhão elétrico tem autonomia de até 200 km com zero emissões e baixo ruído. Outra cria da engenharia nacional que se destaca na Fenatran 2017 é o VM Autônomo da Volvo. O semipesado canavieiro fabricado em Curitiba visa minimizar o problema do pisoteamento de brotos na colheita da cana-de-açúcar, que causa prejuízos aos agricultores. Já a Ford optou por uma “saída fácil” para explicitar sua tecnologia: recheou o pesado Cargo com tecnologias semiautônomas e de conectividade já disponíveis nos automóveis da marca. (LHMP/AP)


super motor LUIZ HUMBERTO MONTEIRO PEREIRA/CZN

21 W O Tempo - Pampulha - Super Notícia Belo Horizonte 21 de outubro de 2017

LUIZ HUMBERTO MONTEIRO PEREIRA/CZN

Scania Super Rodotrem R6620 V8 tem 11 eixos e transporta até 91 t

Scania apresenta novo extrapesado A Scania exibiu na Fenatran o Super Rodotrem R620 V8, com o motor mais potente produzido no país, 11 eixos e capacidade para 91 t. E também o Heavy Tipper, caminhão de mineração com capacidade de carga até 25% maior que a dos modelos anteriores. No segmento de entregas urbanas, ser menor gera agilidade, permite a circulação nos centros urbanos e

aumenta a eficiência – e a rentabilidade. Essa é a proposta de veículos como o caminhão Mercedes-Benz Accelo e os furgões Iveco Daily City e Peugeot Expert, que também se destacaram no evento. Seja entre os gigantes ou entre os pequenos, o conceito que emana da Fenatran 2017 é um só: se os tempos estão difíceis, rentabilizar é preciso. (LHMP/AP)


W22

super motor

O Tempo - Pampulha - Super Notícia Belo Horizonte 21 de outubro de 2017

BMW

HP4 Race chega em novembro A superesportiva BMW HP4 RACE já tem data para estrear no Brasil, e sua plataforma de lançamento será o Salão Duas Rodas – entre os dias 14 e 19 de novembro, no São Paulo Expo. Apresentada no ano passado, durante o Salão de Milão, na Itália, o modelo é fabricado em Berlim, na Alemanha, e tem produção limitada em 750 unidades trabalhadas individualmente, em um processo de montagem artesanal efetuado por especialistas da empresa. BMW HP4 RACE/DIVULGAÇÃO

Salão de Tóquio

Yamaha promete pilotagem por IA A Yamaha promete levar uma moto pilotada por Inteligência Artificial (IA) ao Salão de Tóquio. O MOTOROiD, segundo a empresa, será capaz de reconhecer seu dono e interagir com ele de outras formas, como se fosse um ser vivo. Não deram detalhes de como isso vai funcionar e quais impactos isso pode causar ao ato de dirigir. Só foi adiantado que será uma nova forma de mobilidade pessoal, em que o motociclista entra em plena harmonia com a máquina.

Kawasaki

Versys X 300 estreia no país A Kawasaki começou a vender no Brasil a Versys-X 300, o primeiro modelo aventureiro de baixa cilindrada da marca no país. Equipada com o mesmo motor bicilíndrico da Ninja 300, de 40 cv de potência, a nova X 300 tem preço de lançamento a partir de R$ 20.990 e será vendida em outras duas versões, além da básica, uma equipada com freios ABS e a opção Tourer, que vem com vários acessórios exclusivos.

Moto

Nova linha 650 F repaginada e mais barata Honda renova modelos CB e CBR buscando mais competitividade no mercadocom mudançasem design, câmbio,motor, escapee suspensão Eduardo Rocha Auto Press

Cada novo aperto no cerco das normas de emissões obriga as marcas de motocicleta a renovarem as especificações de seus modelos. Diante disso, na linha 2018, a Honda retrabalhou seus modelos de média-alta cilindrada 650 F: a naked CB e a esportiva CBR. Ambas estão com preços mais baratos: custam R$ 33,9 mil, a CB, e R$ 35,5 mil a CBR, sem frete. Os principais ajustes foram no motor, no câmbio, no visual, no escape e na suspensão

dianteira. A razão principal é a adequação aos limites do Promot. Mas a motivação por trás das mudanças é buscar a liderança no nicho entre 600 cc e 800 cc, um dos poucos do mercado brasileiro que não é dominado pela marca. As poucas alterações do motor e do visual estão intimamente ligadas. A potência subiu de 87 cv para 88,5 cv graças à melhor respiração do motor de quatro cilindros em linha. O filtro de ar ficou maior, e cada um dos quatro dutos das borboletas ganhou 1 mm de largura.

Novas entradas de ar foram inseridas na carenagem. A CB ganhou duas pequenas tomadas de ar sobre o farol,além demais duasnas aletas do tanque. Na esportiva CBR, as novas entradas ficam em torno do farol. O escape ganhou um novo desenho interno para deixar a saída mais livre e aproveitar melhor o maior fluxo no motor. Na CB houve uma diferença um pouco maior. O guidão agora é 7 mm mais baixo, o que mudou sutilmente o triângulo de pilotagem – entre punho, pedal e assento –, ficando um pouco mais esportivo. Apesar de a carenagem frontal ter sido redesenhada, o conjunto ótico dianteiro manteve o mesmo formato da linha 2017. O que mudou foi conteúdo: o farol é totalmente em LED.

Concorrentes As duas versões da motocicleta da Honda encontram situações bem distintas no mercado. A CBR, com roupagem esportiva, tem apenas uma rival direta, que é a Kawasaki Ninja 650. Recentemente, três modelos do segmento abandonaram o mercado brasileiro: Triumph Daytona, Suzuki GSX 750 e a versão S da Yamaha XJ6. Já a CB tem como competidoras a Suzuki SV650, a Kawasaki Z650 e duas Yamahas: a MT-07 e XJ6 N. Todas têm cerca de 10 cv a menos de potência, custam praticamente o mesmo que a CB e são bicilíndricas – com exceção da XJ6 N, que é também quadricilíndrica. A linha 2018 da 650 F chega às concessionárias com garantia de três anos.

R$

35,5 mil HONDA CRB 650F

R$

33,9 mil HONDA CB 650F

CB ganhou novas entradas de ar no tanque

Escape tem novo desenho na CBR, assim como as lanternas em LED

Menos custo, mais produção Houve um momento no mercado nacional em que as vendas concentravam-se nas motocicletas esportivas. Principalmente nas de média-alta cilindrada, segmento que tinha como referência a Honda CBR 600 R Hornet, a Suzuki Bandit e a Yamaha Fazer FZ6, todas com quatro cilindros em linha. Hoje, essas motocicletas estão mais mansas. Por conta dos índices de

emissões, o número de cilindros vem caindo. A equação é: menos cilindros, menos peças móveis, menos custo na produção e menor consumo de combustível. A única rival com configuração semelhante, a Yamaha XJ6 N, está sendo substituída pela MT-07 – a versão carenada nem é mais feita. Enquanto isso, a linha 650 F da Honda resiste. As evoluções na suspensão dianteira, no câmbio e

no motor, com aumento da potência, e até na mudança da posição de pilotagem na naked CB explicitam as intenções da Honda de aproveitar a maior esportividade de seu modelo. E tudo sempre emoldurado pelo sedutor ronco no motor de quatro cilindros em linha. Outras características facilitam o convívio com a CB e a CBR. A posição de pilotar, apesar de esportiva nas

duas, não é cansativa, como acontece nas superesportivas. A altura correta do assento, de 81 cm, e o bom encaixe das pernas também ajudam a tornar a pilotagem mais agradável. Mas, como é tradição na Honda, o que mais impressiona é a ciclística. As curvas são feitas de forma limpa, e as mudanças de direção são realizadas com facilidade, sem grande resistência. (ER/AP)

Elasticidade Desempenho. A enorme elasticidade do propulsor nos modelos 650 F da Honda – que já está acordado aos 2.000 giros e grita alto até as 11 mil rpm – pode ser plenamente explorada com relações mais curtas da segunda até a quinta marcha. A suspensão dianteira, com dois estágios de rigidez, dá mais firmeza em tomadas de curva, pois reduz a transferência de peso para a roda da frente.


super motor FOTOS EDUARDO ROCHA/CARTA Z NOTÍCIAS

23 W O Tempo - Pampulha - Super Notícia Belo Horizonte 21 de outubro de 2017

Suspensão e câmbio estão mais dinâmicos Na parte dinâmica, duas alterações fazem grande diferença nos modelos 650 F. A primeira foi no sistema de suspensão, que passa a ser da Showa, com duas válvulas internas, igual ao usado na NC 750X. Quando o amortecedor passa de um certo grau de compressão – como numa freada forte – a válvula maior é fechada, e o óleo é obrigado a escoar por uma válvula menor, o que deixa

o conjunto mais rígido. Isso melhora a estabilidade nas entradas de curva e ajuda no controle da motocicleta em frenagem de emergência. Outra mudança foi feita no câmbio, com o reescalonamento, e nos encaixes das marchas. Com exceção da primeira e da sexta marchas, as demais foram encurtadas para que acelerações e retomadas sejam mais ágeis. (ER/AP)

Além da carenagem redesenhada, a mesa da CBR tem revestimento com uma trama que imita fibra de carbono Marchas foram encurtadas para garantir rápida aceleração


24 W O Tempo - Pampulha - Super NotĂ­cia 21 de outubro de 2017

Belo Horizonte


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