Dezembro2015

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Propriedade: A MÓ · Associação do Vale do Neiva (Cultural, Património e Ambiente) | Barroselas Dezembro 2015 | Mensal · Nº20 · Gratuito · Versão digital

Cidade [Viana do Castelo] Página 5

Pre de de Maior árvore de Natal natural iluminada Vila de Punhe

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Semana da Reflorestação Nacional-Monte da Infia

Entrevista Dr. Bernardo Barbosa

Entrevista Página 15

Ambiente

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No Natal proteja o Azevinho

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Design · Comunicação · Fotografia behance.net/isabelqueiroga 913 246 407 isabel.c.queiroga@gmail.com


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Mensagem de Natal do presidente da Mó Faço votos para que todos os associados,colaboradores e amigos da Mó, reavivam esta quadra natalícia com muita paz,alegria e fraternidade. A todos sem exceção, um abraço cordial. O Presidente José Maria Chaves de Miranda

Crónica/Opinião (frase do mês)

“Converter o empresário num especulador é vibrar um golpe no capitalismo, pois assim se destrói o equilíbrio psicológico que permite a continuação da existência de desigualdade de recompensas. A doutrina económica dos lucros normais, vagamente apreendida por toda a gente, é uma condição necessária para a justificação do capitalismo. Só podemos suportar o empresário se os seus ganhos parecerem ser proporcionais ao contributo que a sua actividade trouxe à sociedade.” J.M. Keynes (1883-1946)

Ficha técnica | Diretora: Ana Patrícia Lima Redação: Domingos Costa · José Miranda · Manuel Lima · José Rafael Soares Colaboradores: Elisabete Gonçalves Design e Paginação: Isabel Queiroga Contacto redação: Rua do Sião, Apartado 20 - Barroselas · redajornalvaledoneiva@gmail.com Periodicidade: Mensal Formato: Digital Distribuição: Gratuita Os artigos de opinião são da inteira responsabilidade dos seus autores, podendo ou não estar de acordo com as linhas editoriais deste jornal.

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Barroselas e Carvoeiro

Barroselas: SWR: Movimento Programação Solidário Natal 2016 é partilha

A Redação

A revista especializada “arte sonora”, refere que o festival SWR está a “tornar-se meio obrigatório”. O prólogo desta história já vai longínquo, quando Ricardo e Tiago Veiga, irmãos nascidos na pequena Vila de Barroselas se decidiram lançar nesta aventura de criar um festival na pacata vila minhota. No dia 11 de novembro foram anúnciadas no novo website mais de 10 bandas para a 19ª edição do festival. A primeira públicação foi a apresentação do “X-mas Pack”, um pacote que junta o bilhete a algum do merchandising que o festival tem para oferecer. O “X-Mas” pack vai estar à venda por 70 €. O cartaz começou a revelar-se extenso e recheado para aqueles que concertos de metal vão muito além do tradicional concerto de Metallica nos festivais de Verão. Nomes como Marduk, Aborted, DECAYED, Grave ou Doom Midnight, Jucifer, DECAYED, SPASM, INVERLOCH,Usnea, Serrabulho, Fredag den 13: e Lux Ferre se juntaram à Programação para 2016″. O festival decorre de 22 a 24 de Abril, na Vila de Barroselas e os bilhetes têm o preço de 65 €.

A Junta de Freguesia da União das Freguesias de Barroselas e Carvoeiro associou-se ao Movimento Solidário “Natal é partilha”. Este movimento foi criado com o intuito de angariar e recolher bens alimentares, higiene, vestuário e calçado. Este movimento foi promovido por várias entidades e tem como ponto de recolha os seguintes locais: Junta de Freguesia da União das Freguesias de Barroselas e Carvoeiro, Paróquia de Barroselas, Paróquia de Carvoeiro, Passionistas de Barroselas, Associação de Reformados e Pensionistas de Barroselas, Farmácia Lopes e Terapias Alexandra Carvalho. Serão realizadas várias atividades e eventos solidários e a inscrição será um dos bens acima mencionados. Esta ação beneficiará famílias carenciadas referenciadas pela CSIF - Comissão Social Inter Freguesias e pelas Conferências Vicentinas de Barroselas e Carvoeiro. O movimento informa que o número de famílias beneficiadas por esta campanha é de 30, perfazendo um total de 80 indivíduos, dos quais 11 são crianças e 4 são bebés.

Durrães e Tregosa

Mensagem de Natal do Presidente da Junta da União de Freguesias de Durrães e Tregosa Que neste Natal a magia guardada durante todo o ano venha presente nos corações daqueles que festejam o amor. Que não seja apenas uma comemoração, mas sim um início para uma nova geração. O Natal simboliza nova vida, pois nele comemoramos o nascimento do Homem que modificou a nossa maneira de ver o mundo, trazendo-nos Amor e Esperança. Que nesta quadra sejam concretizados todos os desejos de um mundo melhor, que todos estabeleçam um novo vigor de humanidade e que nada seja mais forte do que a união daqueles que brindam o afeto entre eles. Feliz Natal e Próspero Ano Novo são os votos sinceros do Executivo da Junta da União de Freguesias de Durrães e Tregosa. José Neiva Dias Presidente


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Vila de Punhe

Semana da Reflorestação Nacional-Monte da Infia

No âmbito da “Semana da Reflorestação Nacional”, iniciativa que promove a preservação da floresta autóctone portuguesa, a Junta de Freguesia de Vila de Punhe e a Junta de Freguesia de Alvarães, em colaboração com a Associação Portuguesa de Carpfishing (APCF), no passado dia 26 de novembro de 2015, procederam à plantação de árvores na área envolvente à Lagoa do Monte da Infia. Esta actividade foi levada a cabo pelos participantes do projeto “Idoso+Ati-

vo”, de Vila de Punhe. A Associação Portuguesa de Carpfishing promove a modalidade do carp fishing – pesca moderna à carpa, pesca exclusivamente lúdica e desportiva que envolve o respeito pelo meio ambiente e a devolução de todas as capturas. Agradecemos a colaboração de todos os participantes. Junta de Freguesia de Vila de Punhe

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LARGO DAS NEVES

11.12.13 DEZEMBRO 2015

MERCADINHO DE

NATAL PRESÉPIO PAI NATAL QUEDA DE NEVE TEATRO CONCERTO MUSICAL ANIMAÇÃO POPULAR MERCADINHO TRADICIONAL PASSEIO DE CHARRETE OFERTA DE PRESENTES PARA AS CRIANÇAS

ORGANIZAÇÃO Junta de Freguesia de Vila de Punhe Núcleo Promotor do Auto da Floripes PARCEIROS Centro Social e Paroquial de Vila de Punhe Associação Cantadeiras do Vale do Neiva Idosos + Activos Estabelecimentos Comerciais Locais Banda Escuteiros de Barroselas CRCN - BTT


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Cidade [Viana do Castelo]

Foto: O Minho

Maior árvore de Natal natural iluminada A redação

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raucária excelsa, árvore originária da Austrália, é enfeitada no natal por funcionários da câmara muni-

cipal. Considerada a maior árvore de Natal natural a Europa, este exemplar de uma árvore originária da Austrália é enfeitada há vinte anos, graças ao trabalho de funcionários camarários. A montagem das lâmpadas leva cerca de 15 dias, e isto se o tempo ajudar. É um exemplar com mais de 50 metros de altura e que todos os anos é iluminada com milhares de luzes, sendo vista em toda a cidade, num perímetro de vários quilómetros. Desde 2010 está classificada como património natural de “interesse público”. Encontra-se situada no jardim do antigo Serviço de Luta Anti-Tuberculose (SLAT), ao lado da Igreja de Santo António, na Avenida 25 de Abril, na freguesia de Santa Maria Maior. A árvore não pode ser cortada ou desramada sem autorização prévia e faz depender de orientação técnica todos os trabalhos a que seja sujeita devido à classificação de espécie protegida atribuída pela Autoridade Florestal. As luzes da maior árvore de Natal da Eu-

ropa vão permanecer ligadas até aos Reis, sendo os custos da iluminação suportados pela câmara, que justifica a despesa com a necessidade de apoiar o comércio tradicional e de prover o espírito natalício. Para além da iluminação de Natal, a Câmara vai ainda promover um programa de animação, com mais de 50 propostas,

nomeadamente, concertos, teatro, dança, ‘workshop’, mostras e feiras de produtos locais, tertúlias. Estas iniciativas vão desenrolar-se a partir do dia 02 de dezembro e até final do ano, pretendem “divulgar o que de melhor o concelho tem para oferecer” nas mais diversas áreas, contribuindo para a dinamização da economia local.

Câmara Municipal garante ensino da música aos alunos do pré-escolar e primeiro ciclo de Viana do Castelo Fonte: www.local.pt A Câmara Municipal de Viana do Castelo aprovou no dia 29 de novembro, em reunião de executivo, os protocolos com a Academia de Música de Viana do Castelo e as direções dos agrupamentos de escolas do concelho que garantem o ensino de música aos alunos do ensino pré-escolar e do primeiro ciclo do concelho. A medida da autarquia tem em consideração o papel da ação municipal no desenvolvimento de políticas sociais e

educativas que potenciem a elevação do nível de qualificação dos munícipes; a necessidade de se promover a diversidade de oferta de atividades que complementem as áreas consideradas nos currículos do 1º CEB; o papel das instituições do ensino vocacional da música na promoção e desenvolvimento das atividades de educação musical; e a criação de condições que promovam, ao nível do 1ºCEB, um quadro favorável ao desenvolvimento integral das crianças e que a mobilização de recursos para a sua pro-

moção e dinamização se afigura como aposta fundamental da intervenção municipal. Assim, os alunos do pré-escolar (3-6 anos) dos agrupamentos de escolas de Abelheira, Monserrate, Barroselas, Arga e Lima, Pintor José de Brito e Monte da Ola, têm iniciação à música e, no primeiro ciclo, todas as escolas têm acesso ao projeto “expressão musical no 1º ano do 1ºCEB. Para dinamizar estes projetos, a autarquia vai investir cerca de 58 mil euros.


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Viana do Castelo escolhido para integrar estratégia sobre o clima O projeto integra 26 autarquias do país, abangendo a Madeira e os Açores, uma por cada Comunidade Intermunicipal (CIM) e resulta de um concurso lançado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) com o objetivo de preparar o país para enfrentar as mudanças do clima como inundações, seca, ondas de calor e incêndios florestais. Viana do Castelo foi o concelho escolhido, no âmbito da CIM do Alto Minho, para integrar a iniciativa. O presidente da Câmara, José Maria Costa explicou que as alterações climáticas “são um tema caro” ao concelho por “ter algu-

mas particulares relativamente às ameaças de mudanças climáticas a breve prazo”. “Não só porque estamos numa zona com forte erosão da orla costeira mas também porque nos encontramos num espaço territorial em que temos acentuados incêndios florestais, no período verão”, explicou o autarca socialista e líder da CIM do Alto Minho. O projeto está integrado no Programa AdaPT, criado para apoiar o desenvolvimento de projetos de adaptação às alterações climáticas em Portugal. A sua implementação foi orientada pelos termos estabeleci-

dos no Memorando de Entendimento entre Portugal, Noruega, Islândia e Liechtenstein e, como tal, segue o Regulamento do Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants) 2009-2014. O programa foi desenvolvido tendo em conta as necessidades e as prioridades definidas na Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas (ENAAC) e é gerido pela APA, enquanto gestora do Fundo Português de Carbono (FPC), sendo cofinanciado a 85% pelo EEA Grants e a 15% pelo FPC, beneficiando o projeto ClimAdaPT.Local de um apoio de um milhão e meio de euros.

Curso Profissional de Manutenção Industrial/ Eletromecânica da Escola Secundária de Monserrate em visita à Mostra da ANESPO

No passado dia 2 de Dezembro, os alunos do 11º e 12ºano do Curso Profissional de Manutenção Industrial/Eletromecânica deslocaram-se ao Instituto do Design na cidade de Guimarães, para uma visita à Mostra de Ensino Profissional. Esta Mostra, organizada pela ANESPO e com o apoio da Câmara Municipal de Guimarães e da ANQEP – Agência para a Qua-

lificação e Ensino Profissional, tem como objetivo central a evidenciação dos resultados das aprendizagens consubstanciadas na execução de PAP – Provas de Aptidão Profissional por parte dos alunos que frequentam os anos terminais dos cursos profissionais. Esta visita permitiu aos alunos do Curso Profissional de Manutenção Industrial/

Eletromecânica da Escola Secundária de Monserrate uma interação com as escolas e alunos presentes na referida Mostra, trocando assim experiências e saberes. Na segunda parte da Visita de Estudo, os alunos puderam conhecer melhor a cidade de Guimarães, classificada pela UNESCO como património cultural da humanidade. De entre os locais visitados, destaca-se naturalmente o Castelo de Guimarães, Paços dos Duques de Bragança e Capela de S. Miguel. A Visita de Estudo, que foi orientada pelos professores das áreas técnicas, nomeadamente pelos professores Álvaro Queirós, Jorge Fernandes, Hélder Machado e Joel Maltez, correu de forma muito satisfatória, porque dela foram retirados duas vertentes de ensinamentos, que apesar de serem muito distintas, são ambas importantes na formação dos “homens de amanha”! O Diretor de Curso, Álvaro Queirós

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Cidade [Barcelos]

Município Barcelos promove animação nesta quadra festiva A redação

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Município de Barcelos, depois do sucesso do ano anterior, volta a impulsionar “Barcelos Cidade Presépio”. A iniciativa arrancou no dia 28 de novembro com o presidente da Câmara a inaugurar as luzes de Natal. Os visitantes terão a oportunidade de se deliciarem pelas ruas da cidade, com música, presépios de grandes dimensões, as casas de Natal, o comboio de Natal e os insufláveis. Em simultâneo, decorrerão diversas atividades nos edifícios municipais como exposições de presépios, peças de teatro e ateliês infantis, workshops para aprender a trabalhar o barro e a fazer um presépio, espetáculos de dança, concertos, encontro de coros e muito mais. No fim-de-semana de 5 e 6 de Dezembro, o concurso “Barcelos Doce” regressa. Por

várias pastelarias do concelho, estarão à disposição os mais variados e deliciosos doces de Natal, estando a concurso o tronco de Natal, o bolo-rei e o pão-deló. Nos mesmos dias, o Teatro Gil Vicente recebe o ‘Encontro de Coros’. Pelas ruas da cidade de 14 de dezembro

de 2015 a 6 de janeiro de 2016 deleitamse as Rotas de presépios de grandes dimensões. No dia 20 realiza-se a maior Festa de Natal do concelho com a visita do Pai Natal. No mesmo dia de manhã realiza-se o passeio de cicloturismo de Pais Natal.

Avianense triplica produção de chocolates em Barcelos Dez anos após ser recuperada da falência, a mais antiga fabricante portuguesa de chocolates prevê atingir, pela primeira vez, receitas de um milhão de euros no fecho de 2015. Uma década após retomar o fabrico dos chocolates nas instalações de uma fábrica de confecções, a centenária marca que tem como “ex-líbris” e produto mais vendido o bombom Imperador preparase para fechar o ano de 2015 com uma facturação que, “pela primeira vez, deverá atingir um milhão de euros”, estimou a empresa liderada por Luciano Costa. A Avianense investiu perto de 1,5 milhões de euros numa nova fábrica com

capacidade para “triplicar a produção” actual, que ronda os 300 quilos de chocolate por dia. As novas instalações, que incluem um museu interactivo, vão ser inauguradas este sábado, 28 de Novembro, em Barcelos. Foi este empresário – teve um talho, passou pelo ramo imobiliário e enriqueceu no sector têxtil – que em 2004 comprou a marca, os equipamentos e a frota da Avianense por cerca de 150 mil euros. A falência da sociedade Lima e Limas, que a administrava e empregava 48 pessoas, tinha sido decretada pelo Tribunal Judicial de Viana do Castelo devido a dívidas acumuladas de 2,2 milhões de eu-

ros, metade das quais ao Estado, o maior credor, relativas a IRS, IVA e Segurança Social. O negócio de Luciano Costa, a quem já poucos chamam “tolo” como na altura em que decidiu investir neste ramo, emprega actualmente 15 pessoas na freguesia de Durrães, no concelho de Barcelos. Com exportação para os países africanos de língua portuguesa e Estados Unidos, entre outros mercados, o empresário minhoto ambiciona “consolidar a presença” no mercado doméstico e prosseguir a internacionalização, “nomeadamente para a China”. In Jornal de Negócios


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Saúde

Entorse do tornozelo

Dr. Jorge Neves Uma entorse do tornozelo é um estiramento e ou uma rotura dos ligamentos, (o tecido elástico resistente que liga os ossos entre si) no tornozelo. Qualquer dos ligamentos do tornozelo se pode lesar. As entorses costumam ocorrer quando o tornozelo roda para fora, fazendo com que a planta do pé fique virada para o outro pé, (se inverta). Os ligamentos frouxos no tornozelo, os músculos fracos, as lesões dos nervos da perna, certos tipos de calçado, (como os sapatos de salto alto e estreito) e certas maneiras de caminhar, tendem a provocar a rotação do pé para fora, aumentando o risco de uma entorse. SINTOMAS A gravidade da entorse depende do grau de estiramento ou de rotura dos ligamentos. Numa entorse ligeira, os ligamentos podem estirar-se, mas de facto não se dilaceram; o tornozelo não costuma doer ou inchar em demasia; contudo, uma torção ligeira aumenta o risco de uma lesão recorrente. Numa entorse moderada, os ligamentos rompem-se parcialmente; a inflamação e os hematomas são frequentes. Em geral, é dolorosa e torna-se difícil andar. Na entorse grave, (grau 3), os ligamentos dilaceram-se completamente, causando inchaço e por vezes hemorragia sob a pele; por conseguinte, o tornozelo torna-se instável e incapaz de suportar o peso. ENTORSE GRAVE A entorse pode ocorrer quando o tornozelo roda para fora, (se inverte), rompendo o ligamento da parte externa do tornozelo. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO O exame físico do tornozelo orienta acerca PUB.

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da extensão da lesão do ligamento. Com frequência, faz-se uma radiografia para determinar se o osso está fracturado, mas nela não se avalia a entorse do tornozelo. Só raramente se exigem exames com- plementares. O tratamento depende da gravidade da entorse. Em geral, as torções ligeiras tratam-se envolvendo o tornozelo e o pé com uma ligadura elástica, aplicando compressas de gelo na zona, elevando o tornozelo e, à medida que os ligamentos se curam, aumenta-se de forma gradual o número de passos e exercícios. Nas entorses moderadas usa-se habitualmente um apoio para andar, que se conserva durante 3 semanas; este imobiliza a parte inferior da perna, mas permite andar com o tornozelo lesionado. Nas lesões graves é fundamental a imobilização; pode ser necessária uma intervenção cirúrgica, mas existe controvérsia sobre este tipo de cirurgia; segundo alguns cirurgiões, a reconstrução cirúrgica dos ligamentos rasgados e gravemente lesados não é mais eficaz que o tratamento sem cirurgia. É muito importante a fisioterapia para restabelecer o movimento, fortalecer os músculos e melhorar o equilíbrio e tempo de resposta, antes de voltar às actividades intensivas. As pessoas cujos tornozelos se torcem com facilidade podem evitar as lesões subsequentes utilizando aparelhos ortopédicos, (mangas elásticas), para os tornozelos e colocando dispositivos no calçado para estabilizar o pé e o tornozelo. Analgésicos e ou anti-inflamatórios não esteróides podem ser necessários COMPLICAÇÕES Por vezes, uma entorse grave ou moderada causa problemas inclusive depois de o ligamento ter sarado; pode desenvolver-se um pequeno nódulo num dos ligamentos do tornozelo que causa uma fricção constante na articulação, conduzindo à inflamação crónica e, finalmente, a lesões permanentes; a injecção de uma mistura de corticosteróides no tornozelo reduz a inflamação, e a administração de um anestésico local alivia a dor de modo eficaz. Raramente se

exige a intervenção cirúrgica. Numa entorse também se pode lesionar o nervo que percorre um dos ligamentos do tornozelo; a dor e o formigueiro consequentes, (nevralgia) aliviam-se, por vezes de modo permanente, com uma injecção de um anestésico local. As pessoas com entorses do tornozelo costumam andar de um modo que desgasta excessivamente os tendões, (tecidos fibrosos e resistentes que ligam os músculos ao osso ou os músculos entre si); o resultado final é a inflamação dos tendões do lado externo do tornozelo. Esta afecção, chamada TENOSINOVITE PERONEAL, pode causar inchaço crónico e dor na parte externa do tornozelo. O tratamento consiste em usar suportes para o tornozelo, que limitam o movimento da articulação. Também podem ser eficazes as injecções de cortisona dentro da bainha do tendão, embora não se deva abusar do seu uso. Por vezes, o impacto de uma entorse grave causa espasmos nos vasos sanguíneos do tornozelo que reduzem a circulação sanguínea; por conseguinte, algumas zonas do osso e de outros tecidos podem ficar afectadas devido à falta de irrigação, pelo que podem começar a deteriorar-se. Esta afecção, denominada distrofia simpática reflexa ou atrofia de Sudeck, pode provocar inchaço e dor no pé, mui- tas vezes intensa, que pode passar de um ponto a outro do tornozelo e do pé. Apesar da dor, a pessoa pode continuar a andar. A fisioterapia e os analgésicos administrados por via oral podem ser úteis. Pode-se recorrer, em caso de dor crónica e intensa, à injecção de um anestésico local à volta do nervo que estimula o tornozelo, (bloqueio do nervo), assim como à administração de corticosteróides e a apoio psicológico. A síndroma do seio do tarso é a dor persistente na zona entre o osso do calcanhar (calcâneo) e o osso do tornozelo (talus ou astrágalo), em virtude de uma entorse. Pode estar associada à rotura parcial dos ligamentos dentro do pé. As injecções de corticosteróides e os anestésicos locais são muitas vezes úteis.


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Ambiente

No Natal proteja o Azevinho Manuel Lima m.l.valedoneiva@gmail.com

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proxima-se a quadra Natalícia, o espírito do Natal convida-nos a decorar as nossas casas, com arranjos florais e outros adereços decorativos. O azevinho, está associado como elemento decorativo ao Natal, a origem remonta a tempos remotos, as civilizações pagãs (pré-cristãs) utilizavam o azevinho como espanta espíritos, pelo seu simbolismo como planta sagrada. Os Romanos, tinham o azevinho como símbolo de paz, saúde, proteção e felicidade, era trocado como presente por ocasião da Saturnália, (festival Romano realizado entre 17 e 23 de Dezembro). Também na história cristã se faz referência ao azevinho, tendo este escondido Jesus Cristo dos Soldados de Herodes. Da família das Aquifoliaceae, o azevinho (llex aquifolium), também conhecido por azevim, azevinheiro, pica-folha e espinho- de- Cristo, por ser uma espécie dióica, as suas folhas são acompanhadas de flores que podem ser masculinas (brancas ou rosácias) ou femininas (globos encarnados). Floresce na Primavera entre Abril e Junho, mas é entre o Outono e Inverno que o azevinho dá os seus frutos, as bagas vermelhas que são tóxicas, no entanto, as folhas tem propriedades diuréticas. De crescimento lento, pode tornar-se num pequeno arbusto, ou pequena árvore centenária, nasce espontaneamente em quase toda a Europa, nas zonas menos degradadas da Europa Ocidental e do Norte, também podemos encontrar na Ásia Ocidental (Turquia e Irão), no Norte de África (Tunísia e Marrocos) e ainda em regiões do sudeste americano. Em Portugal, é comum encontrar o azevinho em várias regiões florestais. A recolha intensiva das plantas femininas, impede a sua reprodução, colocando-a na lista das plantas em vias de extinção, por isso o arranque, o corte total ou parcial, o transporte ou venda do azevinho espontâneo, é proibido por lei em Portugal desde 1989 (Decreto-Lei423/89 e Decreto-lei 254/2009 de 24 de Setembro que revogou aquele diploma). Atualmente, o azevinho é visto mais como planta decorativa do que sagrada, no entanto a sua

presença na época natalícia mantém-se até hoje, sendo considerada um símbolo de proteção. PUB.

Desporto Regional

Resultados Campeonato de Portugal Prio Série A 15/16 Resultados: Jornada 10 Limianos 1 - 0 Bragança Vianense 2 - 0 Pedras Salgadas Mirandela 3 - 0 Vilaverdense FC Marítimo B 4 - 0 Neves FC Camacha 2 - 1 Argozelo Jornada 11 Vilaverdense FC 3 - 1 Marítimo B Neves FC 0 - 3 Camacha Argozelo 2 - 1 Limianos Bragança 1 - 0 Vianense Pedras Salgadas 3 - 1 Mirandela

Classificação: L Equipa Pts. 1 Bragança 22 2 Mirandela 20 3 Vilaverdense FC 20 4 Limianos 19 5 Pedras Salgadas 15 6 Camacha 13 7 Marítimo B 11 8 Vianense 11 9 Neves FC 10 10 Argozelo 10


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Poesia

Belezas do Vale do Neiva

José Serra O dia inteiro passei-o a vaguear tenho uma festa ao final da tarde é para lá que vou vaguear astuto e convincente (o leitor o dos livros essas barbaridades que me ficam bem vestidas) depois da conversa fiada ou durante surgem as bebidas os olhares de soslaio às meninas bonitas (a vitela estava óptima) esta gente bebe como desalmados à procura de alma num copo de vinho (ganham-na? encontram alguma coisa?) é de madrugada olho quase sem consciência para o que resta do meu lado esquerdo estão bons amigos do meu lado direito estão velhas amizades afinal estou rodeado pelo passado presente cercado pelo passado futuro

Azenha da Ponte - Rio Neiva em Neiva Fotografia › meiraparis.com (Carlos Meira) Setembro de 2015

mais um fino se fizeres o favor menina bonita quando chego a casa vomito tudo.

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Praia da Foz do Neiva Antas Fotografia › meiraparis.com (Carlos Meira) Novembro de 2015

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Opinião

A perda de significado social e político: uma visão crítica da cultura nas sociedades modernas Daniel Noversa Uma sociedade com futuro não se pode eximir da cultura e da política. Mas, ao olharmos para o panorama social das sociedades actuais, percebemos, que estes dois pilares têm-se vindo a esboroar, assim como valores significativos como responsabilidade, justiça e razão. E se a política é liberdade (Hannah Arendt), eu pergunto: então porque é que nos sentimos tão presos e amordaçados? Porque é que exercemos um direito à resistência e não almejamos a mudança? Estas sociedades da futilidade, do consumo e do espectáculo só fazem as pessoas mais acríticas, passivas e conformistas, e creio para mim que sabemos, que não se constrói futuro se vivermos desinteressados, indiferentes aos assuntos intimamente ligados à esfera pública. O problema das sociedades modernas está sobretudo numa sociedade de consumidores, na qual o tempo livre já não é utilizado para a auto-aperfeiçoamento, mas está intrinsecamente ligado ao consumo e ao entretenimento. Aquilo que hoje chamamos cultura de massas não existe. Diria Hannah Arendt que estamos perante uma sociedade de “entretenimento de massas”. Se são os valores culturais, aqui perspetivados como um conhecimento partilhado que orienta as nossas práticas sociais, nos tornam pessoas melhores, então, porque é que continuamos a defender estas sociedades do entretenimento que tudo o que nos oferecem é frívolo e banal. A verdade é que já não se procuram novos valores que res-

pondam aos problemas desvelados pela globalização, e vivemos, é certo, em tempos em que se diz e se faz o óbvio e só agimos por intenções individuais. É triste esta impunidade e inépcia que nos assola não deixando rasto para que possamos pensar, conjuntamente, um caminho que se deveria fazer para o bem comum. Digo isto, na medida em que se observa cada vez mais espaços para o consumo do que para a cidadania e vê-se cada vez mais cortes em áreas que deveriam ser apoiadas como as ciências sociais e as artes performativas. Nós deveríamos estar a investir em espaços de sensibilização política para que um dia tenhamos futuro. Dito de outra forma, um desenvolvimento humano e social sustentável. Exemplos concretos seriam investir em espaços de lazer para a leitura e para o diálogo que nos permitissem ser cidadãos mais informados e activos; incentivar uma pedagogia política desde muito cedo nas escolas, promovendo debates. O paradigma político mudou. Um exemplo é a fragilidade das universidades que são palco de cidadania plena, mas que já não formam cidadãos, mas servidores. Por outro lado, os novos agentes socializadores já não têm capacidades de incutir os valores essenciais para vivermos em comunidade, e isso verifica-se na falta de autoridade e a incapacidade que muitos dos nossos jovens têm de lidar com a frustração em vários contextos sociais. A humanidade precisa, assim, de se repensar. Não deveríamos andar tão preocupados com Rankings porque para pouco servem e em nada nos acrescen-

tam. Além disso, não nos cultivamos, no sentido de crescemos enquanto pessoas, mas reproduzimos e competimos. É neste âmbito que eu proponho que pensemos, se as coisas que compõem o mundo acrescentam algo novo a nós próprio e a ele também. A realidade é pautada por um sentido comum, mas que tem vindo a perder-se, as instituições esvaziam-se de democracia por uma razão imbuída nas ideias de desenvolvimento e de progresso que não sabemos para que lado do rio nos leva. O que sabemos é que as instituições têm um pensamento de curto prazo. A nossa incapacidade actual de construir e preservar o mundo em que vivemos dever-nos-ia preocupar. Por outras palavras, dever-nos-ia preocupar a nossa incapacidade de construir significado social e cultural. Caminhamos assim para a repetição. Contudo, não é isso, espero eu, que queremos. O que precisamos é de uma educação crítica para cessar com a alienação política e social. A liberdade de pensar o mundo social é, efectivamante, uma responsabilidade comum e se nos imbuirmos numa política conservadora, só nos pode levar à destruição, a não ser que nós, enquanto cidadãos, estejamos empenhados a intervir, a alterar, a criar o novo. A falta de autoridade e de democracia nas instituições públicas é um caso cada vez mais preocupante e é também neste sentido que a construção de uma cidadania activa se exige e torna-se urgente para resgatar o património cultural, social e ambiental da ruína; para mobilizar e mudar recursos por uma vontade que se quer colectiva e para o bem-estar comum.

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Os Caminhos de Ferro (Número 3)

Domingos Costa domingoscunhacosta@gmail.com

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ortugal em relação a parte da Europa e Estados Unidos da América, comodamente observava a evolução dos Caminhos-de-Ferro. Como curiosidade/exemplo, direi, que em Portugal, o serviço de Mala Posta funcionou de 1798 até início 1860. Também, como curiosidade, esclareço que os residentes de Aveiro, sentiam-se muito desconfortáveis com a mala-posta. Até diziam que, além de Coimbra quem fazia a viagem para Lisboa antes de partir, fazia um testamento. Não existiam garantias de regresso “quem aqui nascia, aqui morria, sem se aventurar a viajar para além de Coimbra e Porto. Porque, a partir daí não haviam garantias de regresso, como se partia”. Também, e pelo que li, os caminhos públicos em Portugal até 1843, eram precários. A Rainha D. Maria II, exatamente nesse ano, a 23 de Julho, reuniu o seu Governo, no sentido de melhorarem particularmente as vias de comunicação. Porque, para viajar de Lisboa a Elvas levava 3 dias, ao Porto 5, ao Algarve 8 e a Bragança 15. Para o estrangeiro propriamente, não existiam estradas. Todavia, a dez de Outubro de 1844, Benjamim de Oliveira, a viver em Londres. Escreveu a seu primo, “o Conde de Tojal”, Ministro da Fazenda de Portugal, para que; fosse construído em Portugal, uma viaférrea, com saída de Lisboa, passando por Santarém, Leiria, Coimbra e Aveiro, tendo

Duas locomotivas, uma de 1931 e a outra de 1874, em serviço nas antigas linhas do Norte de Portugal

como destino o Porto. Foi um percurso um pouco longo, ziguezagueado e, com assinaláveis atropelos. Porém, o sentido evolucionista de Benjamim de Oliveira, conseguiu perturbar algumas mentes públicas, ao ponto de desencadear e, por inerência, acordar ao de leve Portugal, para começarem a pensar em obter o novo e inovador meio de transporte. Mesmo contrariado, Benjamim de Oliveira, não desistiu. Em Inglaterra, tinha influência, até porque, mais tarde, foi membro do Parlamento Britânico. Com insistência alertava que, o meio de transporte em causa, já circulava, e com muito sucesso a umas dezenas de anos noutros países, designadamente na Inglaterra. Mesmo, como referi no parágrafo anterior, as múltiplas vantagens que viria a proporcionar ao Governo, particularmente à indústria/povo; o Conde de Tojal, suspeitava no sucesso que viria a ter em Portugal. Contudo, alimentou as comunicações com seu primo, até, porque, elas sucediam-se com regularidade, mas, sempre reticentes. De relativa convicção, o nosso Ministro, achava mais que suficiente o meio de

Locomotiva nº. 6 · Ano de construção 1859 · Empresa de construção MW Linha Badajoz Barreiro · Fábrica 3

transporte Marítimo, “dois vapores” e muitos barcos costeiros” garantiam as necessidades do País, e, nunca seria possível com eles competir. Apenas tinha reservas na construção de uma linha para o Alentejo. Essa, talvez seria lucrativa, pelo fato da ausência da via marítima. Benjamim de Oliveira, apresenta novos argumentos em missivas a seu primo, afirmando declaradamente: “…a comunicação aquática não tem capacidade a todos os níveis, de competir com o Caminho-deFerro, até o preço a pagar pelo seu uso”. Noutra sua carta, foi ainda mais convincente, ao referenciar que, em Inglaterra, os caminhos-de-ferro prestavam serviços em locais onde circulavam também vapores. Designadamente pelas linhas: “…de Londres a Greenwich, de Liverpool a Manchester, a de Blackwall e uma novamente projetada de Chatham, passando por Gravesend; como também em França a de Ruão a Paris e muitas outras que poderia mencionar”. Que o espírito natalino traga aos nossos corações a fé inabalável dos que acreditam em um novo tempo de paz e amor. Boas Festas e Feliz Natal!

Ano de construção 1861 · Empresa Stoth · Fabrica 1251 · Nº. 16 Circulou na linha do Norte


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Marketing Digital

Sandra Pais

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desenvolvimento das novas tecnologias e da Internet deram origem a uma evolução mais rápida dos mercados. Os consumidores têm-se tornado cada vez mais exigentes, por sentirem que existe mais facilidade de comparação, de compra e de reclamação por intermédio destas ferramentas tecnológicas. Por esta razão, as empresas têm vindo a superar-se ao longo do tempo e a oferecerem produtos e serviços diferenciados ao cliente, de forma a adquirirem vantagens competitivas num mercado altamente competitivo. Deste modo, para as empresas serem competitivas e crescerem, têm de estar onde o seu cliente está, ou seja, têm de estar presentes na Internet, e criar uma estratégia de marketing digital eficiente alinhada com os objetivos e estratégias globais da empresa. A aplicação do marketing digital tem-se apresentado eficaz em cada vez mais negócios, quer para aqueles com presença apenas online, quer para os que mantêm as duas formas: tradicional (loja física) em conjunto com a loja virtual. O que é então Marketing Digital? O marketing digital é um processo contínuo de divulgação e promoção da marca

e dos respetivos produtos e serviços, direcionado para o público-alvo presente na internet, de forma estratégica e coerente com o programa de marketing estabelecido para a empresa. Em termos operacionais, o marketing digital é uma sequência de atividades que uma empresa executa online com o objetivo de se posicionar no mercado atraindo novos contactos (clientes, fornecedores, parcerias), criando relacionamentos e reforçando a notoriedade da marca. É evidente a mudança no comportamento do consumidor, uma vez que, este está a utilizar cada vez mais a internet como meio de comunicação, informação, relacionamento e entretenimento. Este é o fator determinante que leva as empresas em Portugal, inclusive as microempresas locais, a marcarem presença predominante no meio digital tais como em redes sociais (por exemplo, facebook), página da empresa com informação institucional e em muitos casos com venda online, e outras ferramentas. As vantagens que o próprio meio digital oferece são muitas, a destacar o alcance global, a interatividade, as métricas, o tempo real e a segmentação. Posto isto, as vantagens do marketing digital podem-se resumir em sete tópicos, sendo estes: 1º custos – muito menos dispendioso do que o marketing tradicional; 2º ajustável – permite facilmente ajustar e otimizar os conteúdos e gerir campanhas e promoções, bem como loja virtual; 3º mensurável – Possibilita e facilita a obtenção de dados estatísticos que a empresa considera relevante, como o número de pessoas que visitam as suas platafor-

mas e interagem; 4º tempo – Rapidez no lançamento de uma campanha e obtenção dos resultados quase de imediato; 5º atuar no momento – Permite aos clientes clicarem nos conteúdos e nos anúncios publicitários, saber mais sobre os produtos e serviços, até mesmo comprá-los online; 6º segmentação – Possibilita a definição exata do público-alvo (idade, género, localização geográfica, interesses, etc.); e 7º contacto – Permite a comunicação e relacionamento de maior proximidade com as empresas, os seus clientes e potenciais clientes e serve de canal mais completo de apoio (pedido de informações, serviço pós-venda e recomendações). Qual a importância do conteúdo? O conteúdo é a mensagem que a empresa vai transmitindo com o intuito de seduzir o seu público-alvo, levando ao crescimento gradual da sua rede de contactos. Cada conteúdo: texto, imagem e vídeo, deve ser relevante e apelativo, envolver e gerar valor para as pessoas, com coerência marcando pela diferença. Atualmente, sabe-se que a maioria dos processos de compra tem início na procura online, isto porque o número de pessoas conectadas à Internet é elevado e estas, tem acesso de forma intuitiva à informação que as empresas com marketing digital ativo disponibilizam.

Motins parlamentares José Rafael Soares Recomendo a leitura de E. P. Thompson e da sua “economia moral” de um país a caminho de se industrializar, a Inglaterra de finais do século XVIII1. Apontaria talvez três aspectos que fazem desta obra um must read: a colectânea de fontes primárias, de arquivos de todos os tipos, jogando com os actores com uma destreza surpreendente, põe este pequeno livro num dos mais sumarentos até então por mim lidos; a recolha de canções folclóricas alusivas ao tema da fome; e a lógica thompsoniana de especificar uma “história vista de baixo”.

Muito resumidamente, o que esta lógica recriou foi o motim não como simples reacção a um jogo político, mas sim como elemento preponderante de uma mecânica social complexa, cuja manifestação popular é mais uma engrenagem que atesta a existência de uma “economia moral”. Esta economia, ou pelo menos, a economia que atravessa o mundo inglês setecentista, é uma economia presa aos ditames do sector produtivo e, doravante, monopolista. O termo incide sobre a análise dos comportamentos e das atitudes, e Thompson mostra-nos como a turba foi capaz de interferir na relação empedernida de moleiros e agricultores, chegando mesmo a fixar preços

quando a autoridade local demorava a fazer-se sentir. O autor atribui-lhe sensatez, uma sensatez pré-luddiana2, não jacobina, muito bem compreendida pelas figuras do establishment capitalista que, brevemente, em jeito de substituição de um papel de poder por outro papel de poder, farão funcionar um sistema caritativo em prol dos pobres. Deliciosa é a bicada aos correligionários de uma História económica cega. Thompson tenta provar que quando Adam Smith via o modelo do laissez-faire funcionar, ele não era de facto empiricamente verificado: a abertura concorrencial do mercado não fez com que a escassez tivesse térmi-


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no nos conturbados anos de 1770. Antes, fora a multidão consciente que demonizara um sector enriquecido e clamou por medidas paternalistas, ou próximas de um modelo paternalista. O autor denuncia quem vê os motins de subsistência “como uma resposta directa, espasmódica e irracional à fome – um retrato que é em si mesmo um produto de uma economia política que reduziu as reciprocidades humanas à lógica salarial”. A mesma ordem de ideias, dir-se-ia, a mesma lógica, atiça aquilo que na actualidade vem sendo prática comum entre os políticos portugueses. Quando se opta por teorizar sobre a procedência do voto do indivíduo, está-se verdadeiramente a fazer uma análise rudimentar mas proveitosa sobre as estruturas sociais do território nacional. Quando se transforma a procedência do voto em assunções esotéricas – “os portugueses não votaram para isto”, “um

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milhão disse não à austeridade” -, está-se simplesmente a recriar uma propaganda gratuita que vai alimentar as pobres almas dos portugueses indecisos e as horas do parlamento fatigado. Esta “economia moral” do voto é apenas abjecta porque sabemos que os partidos não estão interessados em justificar porque é que governam. Num sistema democrático do século vinte e um já não se espera tal façanha argumentativa, própria somente dos panfletários da Revolução Francesa ou talvez dos cartistas. O que se espera desse sistema é que governe, e que governe bem. Gramsci, em 1921, num artigo denominado “Um Governo Qualquer”, dizia que os dirigentes de um partido derrotado mudam o seu armamento fraseológico, passando a advogar não um governo melhor, mas sim um governo qualquer. É uma espécie de teoria do sufoco político. O derrotado advoga por qualquer coisa, perdendo as

noções morais e vinculativas da ideia antes defendida, reconhecendo um lugar de repouso no sistema político, onde espera que a situação se normalize. A conversa sobre quem é mais legitimado é perda de tempo, e a assunção moral de quem sufragou quem soa a desespero. À excepção dos radicais portugueses, todos os outros partidos estão a perder e a serem consumidos pelos erros de governação e pelo aumento das desigualdades sociais. O discurso da “economia moral” do voto é disso sintoma: também estes gritos de sufoco do parlamento deixaram de ser espasmódicos e irregulares. 1. “A Economia moral da multidão na Inglaterra do século XVIII”, editado pela Antígona. 2. Referência à revolta de Ludd, intrigante personagem da Inglaterra do século XIX que desencadeou, provavelmente, a primeira luta consciente contra a máquina e o progresso.

Como explicar as crianças os atentados

Cristiana Félix

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ace à situação do nosso dia-a-dia, cada vez mais são as dúvidas dos pais em relação ao modo como devem agir e falar com os seus filhos sobre a temática dos constantes atentados terroristas que estão a acontecer. Para a grande maioria dos pais este tema acaba por ser banal e de fácil compreensão, mas quando falamos de crianças este tema não é assim tão simples. Na atualidade somos inundados constantemente com notícias nos jornais, na televisão e na rádio sobre este tema, o que faz com que as crianças tenham cada vez mais dúvidas em relação ao mesmo. É importante que os pais tenham em atenção que as crianças absorvem as emoções dos pais pelo que não devem alimentar a posição de medo e terror perante estas situações de forma a diminuir o impacto causado pelas mesmas nas crianças. Nestes casos os pais devem dar oportunidade às crianças para falarem sobre o assunto e exporem as suas dúvidas incentivando a partilha do que pensam acerca do tema, ignorar o assunto torna-o ainda

mais interessante e motivo de questões por parte das crianças. Tente ter um meiotermo sobre o tema, ou seja, não exponha demasiado as crianças a esta temática, mas também não evite falar sobre o assunto, não dê mais informação do que aquela que a criança lhe pede. Antes de explicar às crianças determinados assuntos é importante as questionar sobre o que realmente ouviu falar sobre a temática, para que assim possam partir dos conhecimentos já existentes por parte a criança. A forma mais simples é sempre a mais adequada para explicar às crianças, utilize um vocabulário corrente e não dê números muito detalhados, evite ainda falar com conceitos racistas, para assim não os incutir nas crianças como, por exemplo, não utilize os conceitos de radicalismo do islamismo, judaísmo ou mesmo atentados terroristas. A fim de evitar confusões na cabeça das crianças é importante sempre que notar que a criança está ansiosa ou reticente ao que está a ver na televisão a questione sobre o que a está a deixar assim e porque está tão ansiosa em relação às imagens que está a ver, faça-o de forma calma e harmoniosa diminuindo assim os níveis de ansiedade das crianças. É importante ainda que as crianças se sintam seguras e confortáveis em relação ao seu meio envolvente, pelo que se pode tranquilizar dizendo que os ataques terroristas são muito raros e que as “pes-

soas más” foram apanhadas. Perante esta conversa com as crianças é fundamental conhecer bem as mesmas e a forma como se expressam perante as diferentes situações, tolerando diferentes reações perante as diversas situações que acontecem, todas as crianças reagem de forma diferente perante as emoções. Ressalvando sempre às crianças que estamos seguros porque muita gente está a trabalhar no sentido de resolver estas situações. Para crianças com mais idade podem mesmo mostrar as diferentes localizações no mapa para que possam perceber onde estão a acontecer estas situações. Mantenha as rotinas familiares iguais e saliente que esta situação é uma questão de violência e aproveite para explorar o conceito explicando que esta não resolve nada antes pelo contrário irá gerar ainda mais violência. Referindo ainda o carater excecional pelo qual estas situações acontecem, por isso não vale a pena ter medo nem receio face às mesmas. Aproveite ainda o momento para fundamentar a importância do respeito e da tolerância, assim como a importância de saber respeitar a liberdade de expressão de cada cidadão, desde que isso não implique a invasão da privacidade por parte do outro. Em suma, olhe para esta situação como uma oportunidade de crescimento e de exploração por parte das crianças. A psicóloga Cristiana Félix


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Curtas de Viana do Castelo

João Bruno Este mês, começo por informar os estimados leitores que a cidade de Viana do Castelo foi considerada um exemplo de reabilitação urbana a nível nacional. Pois é quem diria não é?! Os números falam por

si, mas esquecendo esses mesmos números, penso que o centro histórico continua às moscas, com exceção das catividades festivas. Acho que ainda há muito a fazer para que se possa dizer que o centro histórico de Viana está completamente reabilitado. A segunda notícia que quero aqui realçar é não haver ainda nenhuma vontade da Câmara Municipal de Viana em ceder um espaço á Associação Vila Animal, uma associação que muito tem feito pelo nosso concelho tirando da rua milhares de cães e gatos ao fim de nove anos de vida. Corre assim o risco de fechar portas por ter de abandonar o local onde

está instalada neste momento. O prazo está a terminar e os animais correm o risco de serem entregues ao canil. Enfim, um problema que a Câmara de Viana nunca quis solucionar, e um concelho que se diz saudável e amiga dos animais, fica muito mal na fotografia. Por último e não menos importante é o prendão solidário que a Câmara Municipal está a realizar, com o intuito de angariar brinquedos novos ou usados para crianças carenciadas até aos doze anos. Uma iniciativa de louvar num momento tão complicado como este. João Bruno · Enfermeiro

Entrevista

Entrevista Dr. Bernardo Barbosa

O Aurora do Lima, de Viana do Castelo, considerado o jornal mais antigo do continente, completa no dia 12 de dezembro do ano corrente 160 anos. Ao longo destes 160 anos, o jornal conheceu 15 diretores, entre os quais Camilo Castelo Branco, que exerceu o cargo por apenas 55 dias, em 1857, recebendo como “salário” 14 mil e 500 réis. O jornal ultrapassou todas as convulsões políticas nacionais, mas quase não conseguia superar a censura, tendo mesmo o fecho de portas estado eminente por causa de um artigo que fugiu ao lápis azul e

que criticava a adoção, por parte dos portugueses, de crianças austríacas, no período pós-guerra. O jornal O Vale do Neiva foi conhecer o Dr. Bernardo Barbosa, atual diretor, que com começou no jornal como “moço de recados”, com 8 anos de idade, em finais de 1940. Nome completo: BERNARDO ANTERO PEREIRA DA SILVA BARBOSA, casado, 75 anos Naturalidade: Viana do Castelo Descendência: Dois rapazes, quatro netas O que gostava de ser quando fosse grande: Voltar a ser pequeno Todos temos ao longo da vida, bons e maus momentos, mencione um bom e outro mau Não recordo os maus, relembro os bons Livro de mesinha de cabeceira: A flor e a foice, de J. Rentes de Carvalho Personalidade notável de referência: José Saramago Local de férias preferida: Qualquer serve, desde que sossegado Lema da vida: Procurar ser útil à humanidade Hábito diário: Nenhum especial, ultimamente ler ao deitar Pensamento: A puta da vida mas mais a dos outros (os infelizes) que a minha Escola inesquecível: A vida militar (mesmo na Guerra Colonial) Uma personagem justa: Não vejo ninguém! Um bom Português: Salgueiro Maia, Cap. d’Abril Uma data: 04 Agosto 1966 – emboscada,

Angola Uma memória: Tantas, felizmente, a de 25 de Abril 74…. Sempre Centros de Ensino frequentados, como aluno: Todos, até fazer o grau máximo (PhD) Locais de trabalho onde exerceu a profissão: Serviços Geológicos de Portugal, IGM (como geólogo) e ISEP (como professor) Em síntese diga: se voltasse à adolescência fazia tudo igual? Não sei, nem me interessa pensar nisso, porque é uma situação de pura abstração teórica Será que está arrependido de posições assumidas ao longo da sua vida? Algumas, naturalmente, mas…, é a vida O que gostaria de ter feito e não conseguiu fazer? Nada de especial, porque julgo ter feito mais do que pensava fazer Todo o cidadão tem direitos e deveres. O que representa para si esta teoria? Cidadania Tem projetos em vista para o imediato. Também pergunto para o futuro? Já não tenho, esgotei quase tudo; saúde para ainda tentar conhecer melhor o Ser humano e o Mundo Balanço profissional até ao momento. No que concerne ao bissemanário “Aurora do Lima”: Positivo, de equilíbrio relativo entre os jornais regionais Que responsabilidade acarreta como diretor do jornal mais antigo de Portugal continental?


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- Orientar livremente, dentro do seu estatuto editorial de “contrapoder” e de “memórias e afectos” Como irá ser comemorado os 160 anos do jornal no próximo dia 15Dez? Nada de especial, como um ano mais de vida Quais são as perspetivas para o futuro? Não sei, embora me preocupem Muito sucintamente retrate uma cena interessante. Haverá algumas, mas de momento a caricata outorga ao Governo ao agrado do PR para oito dias Quais são os maiores desafios que enfrenta diariamente? Já não tenho grandes preocupações diárias a não ser a saúde, mas preocupa-me a herança cultural e editorial d’AURORA. Não ter ninguém no horizonte. Breve história do jornal Bernardo Silva Barbosa (*) É difícil contar a história d’A Aurora do Lima. Compulsando a sua imensa bio-bibliografia, contida no arquivo, dela pode retirar-se muitas e variadas estórias. Porém, dificilmente alguma acabará por nos dizer o que foi a vida deste Jornal no seu século e meio de ininterrupta publicação. Todas juntas contribuirão certamente para os 150 anos de memórias e de afectos na história de Viana. Nos dois períodos que a seguir se sintetizam - correndo o risco de adulterar o percurso da sua caminhada – talvez se possa vislumbrar alguma razão que explique esta longínqua jornada, da sua continuidade, agora, como decano dos jornais continentais: 1. Um primeiro período, o do grupo dos fundadores, diretores, editores e redatores, até aos finais do século XIX, próximo do derrube da Monarquia. Surge à cabeça a família Barbosa e Silva, com o capital necessário para a criação da Aurora: José, Matheus e Luís, embora estes dois últimos pouco ou nada tenham intervido no Jornal; o fundador e primeiro diretor

é o major João Maria Baptista de Oliveira, depois José Afonso de Espregueira; segue-se José Barbosa e Silva, Eugénio Martins, João Caetano da Silva Campos e José Caetano Palhares Malafaia Viana, até 1907. Neste período, Camilo Castelo Branco (32 anos), amigo de José Barbosa e Silva, com 28, assume com relevante importância o papel, primeiramente de redator do jornal nos cerca de dois meses (de 7 Abr. a 28 Mai. de 1857) de estada em Viana, e depois, como colaborador, até 1858. 2. Num segundo grupo, ou período, surge Bernardo Fernandes Pereira da Silva. Chegado ao jornal a partir de 1878 (com 12 anos), como tipógrafo e ”rapazinho de recados”. Em 1907, já com 41 anos, seu 8º diretor, até ao falecimento em Fevereiro de 1948. Segue-se-lhe praticamente Aurélio Pereira Barbosa, que já antes havia feito o mesmo percurso: entrara para a Aurora por volta de 1932 (com 17 anos), como aprendiz de tipógrafo e, em 1939, viria a desposar a filha do diretor, Constança da Luz Pereira da Silva. A presença de Aurélio Pereira Barbosa, mesmo como administrador, depois da morte de Bernardo Silva, com os diretores e editores que o jornal teve nesse tempo, é tutelar no jornal. Obrigado, por perseguição política, a deixar de ser editor em 1948 e a cumprir cerca de dois anos de prisão no Forte de Peniche (1953-54), não se pode esquecer, neste período, a desinteressada colaboração e ajuda de Felipe Fernandes, que, como diretor, veio depois a figurar 42 anos, no cabeçalho do jornal (desde Nov. 1950 a Out 1992), sucedendo ao ten. Coronel Ernesto Sardinha (de Mar 1949 a Set 1950). Constança Silva, no período de detenção de seu marido, teve a seu cargo a administração do jornal, com a prestimosa ajuda dos tipógrafos Juvenal Sousa, Magalhães Victor, Salvador Pinheiro, António Rocha e Fernando Moreira e, naturalmente, do diretor Felipe Fernandes. Com o advento da liberdade, em 25 de

Abril, Aurélio Barbosa não quis assumir a direção do Jornal, embora Felipe Fernandes lha tenha procurado “devolver” de imediato. Fundou com outros camaradas o semanário “Praça da República”, sentindo a vaga de esquerdismo que assolava o país, protegendo a Aurora dessa forma. O inesperado desaparecimento de Felipe Fernandes levou a recair a direção sobre o colaborador mais chegado, Aristides Arroteia, até Setembro de 2002. Retirado este por motivos de saúde, fica e termina muito justamente a sua vida como diretor, Aurélio Barbosa, até ao dia 19 de Abril de 2005. Durante a Monarquia a Aurora alinhara pelo Partido Progressista (comandado por António Alberto da Rocha Páris) contra o Regenerador (de José Malheiro Reimão). Com a revolução republicana (1910) passou-se algo de certa forma paralelizável ao período pós-revolução dos cravos (1974): Bernardo Silva, monárquico progressista naquele tempo, sai do cabeçalho do jornal e só o retoma cinco anos depois. Em 1922, vê-se obrigado a contrair um empréstimo (a António Tomaz Quartin) para adquirir o jornal que havia, certamente, caído em desgraça aos olhos dos republicanos. Daqui para a frente a Aurora tem procurado seguir, nos termos do seu já antigo estatuto editorial, uma total independência dos poderes instituídos e da política partidária, procurando sempre a defesa dos interesses regionais e locais. -------------------------------------------(*) Diretor do Bissemanário “A Aurora do Lima”. Palestra proferida na Pousada de Sta. Luzia, na noite de 21 de Outubro de 2005, na Homenagem do Rotary Clube de Viana aos 150 anos do Jornal. Agradecimentos devidos ao António de Carvalho, colaborador do Jornal, pelas pesquisas inéditas que nos facultou e ao João Lomba da Costa pelo convite em representação do Rotary e pela amizade à Aurora.

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Sociedade

A Comissão Juncker adota o seu segundo programa de trabalho anual (2016) e mantém a tónica na concretização das suas 10 prioridades

A Comissão Europeia adotou o seu programa de trabalho para 2016, o segundo da Comissão Juncker, e reafirmou o seu empenho relativamente às 10 prioridades das suas orientações políticas estabelecidas no início do seu mandato e que aqui recordamos: 1. Um novo impulso para o crescimento, o investimento e o emprego 2. Um mercado único digital 3. Uma União energética mais resiliente, dotada de uma política visionária em matéria de alterações climáticas 4. Um mercado interno mais aprofundado e mais equitativo, dotado de uma base industrial reforçada 5. Uma União económica e monetária mais aprofundada e mais equitativa 6. Um Acordo de Comércio Livre razoável e equilibrado com os EUA 7. Um espaço de justiça e de direitos fundamentais, baseado na confiança mútua 8. Rumo a uma nova política migratória 9. Uma Europa mais forte na cena mundial 10. A União da mudança democrática O programa de trabalho da Comissão para 2016 começou a ser elaborado com o discurso sobre o estado da União proferido pelo Presidente Juncker perante o Parlamento Europeu, em 9 de setembro, e com a carta de intenções enviada por ele e pelo Primeiro Vice-Presidente Timmermans aos Presidentes do Parlamento Europeu e do Conselho no mesmo dia. Este programa surge assim na sequência de um diálogo construtivo com o Parlamento Europeu e o Conselho. O programa de trabalho apela a estas instituições no sentido de contribuírem para a obtenção de resultados rápidos e efetivos nos domínios de intervenção mais importantes. O Primeiro Vice-Presidente, Frans Timmermans, declarou: «Há um ano, a Comissão apresentou uma comunicação intitulada “Um novo começo”, na qual se comprometia a centrar-se nos grandes desafios, aqueles em que os cidadãos es-

peram que a UE faça a diferença. Hoje estamos a passar para uma nova fase para concretizar essas prioridades políticas. Ao longo do próximo ano, proporemos medidas adicionais para gerir a crise dos refugiados, impulsionar o crescimento e o emprego e reforçar o mercado único, aprofundar a União Económica e Monetária, garantir a equidade fiscal, assegurar normas sociais elevadas e promover a sustentabilidade económica, social e ambiental. Este não é o momento para deixar tudo como está: os cidadãos julgarão a UE em função da sua capacidade de produzir resultados face aos grandes desafios que as nossas sociedades enfrentam atualmente. É por esta razão que instamos o Parlamento Europeu e o Conselho a atribuírem prioridade, no quadro do trabalho legislativo, às nossas propostas mais urgentes.» Para o próximo ano o programa prevê 23 iniciativas fundamentais baseadas nas 10 prioridades políticas, a retirada ou alteração de 20 propostas pendentes e 40 ações REFIT de avaliação da qualidade da legislação da UE em vigor. O programa prevê realizar as 10 prioridades políticas através de 23 iniciativas fundamentais As novas iniciativas que a Comissão apresentará em 2016 incluem: Iniciativas para melhorar a gestão da migração e propostas sobre a gestão das fronteiras; A realização do Mercado Único Digital, o seguimento da estratégia para o mercado único, uma estratégia espacial para a Europa e um plano de ação europeu em matéria de defesa; Uma economia circular, as próximas etapas para o futuro sustentável da Europa e legislação para implementar a União da Energia; Uma Agenda para Novas Competências na Europa, um novo começo para os pais que trabalham e um pilar de direitos sociais no âmbito do aprofundamento da União Económica e Monetária; Um pacote sobre a tributação das sociedades e um plano de ação sobre o IVA. Outras iniciativas fundamentais para 2016 implementarão a Agenda Europeia para a Segurança, darão seguimento à estratégia comercial e de investimento e ao Relatório

dos Cinco Presidentes sobre o reforço da União Económica e Monetária e contribuirão para a estratégia global no domínio da política externa e de segurança. A Comissão apresentará também a revisão intercalar do quadro financeiro plurianual, bem como uma estratégia para orientar melhor o orçamento para os resultados. Por outro lado a Comissão pretende garantir a adequação da legislação comunitária à sua finalidade através de 40 ações REFIT. REFIT é o programa da Comissão para assegurar que a legislação da UE continua a adequar-se à sua finalidade e a produzir os resultados esperados. Pretende manter o acervo legislativo da UE sóbrio e saudável, eliminar burocracias desnecessárias e adaptar a legislação existente sem comprometer os nossos ambiciosos objetivos estratégicos. Este ano, 13 ações REFIT contribuirão para iniciativas fundamentais, como a simplificação das regras de financiamento da UE ou o reexame da legislação sobre a fiscalidade e a energia. Além disso, serão lançadas 27 novas ações REFIT, por exemplo para avaliar a nossa legislação marítima, reduzir os encargos associados aos contratos públicos para as PME, facilitar o respeito do quadro REACH e garantir que a legislação em matéria de saúde e segurança seja viável e aplicada. De recordar que o programa de trabalho para o próximo ano apresenta propostas para dar continuidade aos programas estratégicos já adotados em 2015. Mais informações, em: http://europa.eu/ rapid/press-release_IP-15-5923_pt.htm

Centro Europe Direct de Ponte de Lima Associação Portuguesa de Criadores de Bovinos da Raça Minhota Largo Conselheiro Norton de Matos nº37 4990 -144 PONTE DE LIMA europedirect.ptl@gmail.com www.europedirectpontedelima.pt


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Agenda do mĂŞs [Concelho Viana do Castelo]


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Agenda do mês [Concelho Barcelos]

Agenda do mês [Concelho Ponte de Lima]

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Culinária

BOLO-REI Ingredientes 500 gr. de farinha preparada Nacional para pão Brioche 4 colheres (sopa) de açúcar em pó 1 cálice de vinho do Porto 1 colher (chá) rasa de canela em pó 2,3 dl. de água morna frutos secos (pinhões, amêndoas laminadas, passas e nozes) frutos cristalizados em cubinhos gema de ovo batida. Modo de Preparação Junte na batedeira a farinha com o açúcar em pó, o vinho do Porto, a canela e a água morna. Deixe misturar muito bem. Tape a tigela onde bateu os ingredientes e deixe levedar a massa por uns 60 minutos, até dobrar de volume, em local tépido. Na mesa da cozinha polvilhada de farinha coloque a massa. Junte-lhe os frutos secos e cristalizados. Amasse de modo a incorporar os frutos. Molde a massa em forma de bolo-rei. Pincele a superfície do bolo com gema batida e decore com frutos secos e cristalizados e montinhos de açúcar em pó. Passe a massa para um tabuleiro e deixe repousar por uns vinte minutos, em local tépido. Pré-aqueça o seu forno a 180C. Leve ao forno e deixe cozer, durante aproximadamente 35 minutos (atenção que este tempo varia consoante o forno). Fonte: www.cabaredogoucha.pt

Contactos úteis Viana do Castelo Camara Municipal de Viana do Castelo - 258 809 300 Bombeiros Voluntários de Viana do Castelo - 258 800 840 Bombeiros Municipais de Viana do Castelo - 258 840 400 Guarda Nacional Republicana - 258 840 470 Polícia de Segurança Pública - 258 809 880 Polícia Marítima - 258 822 168 Unidade de Saúde Local do Alto Minho (ULSAM) - 258 802 100 Cruz Vermelha - 258 821 821 Centro de Saúde - 258 829 398 Hospital Particular de Viana do Castelo - 258 808 030 Unidade de Saúde Familiar Gil Eanes - 258 839 200 Interface de Transportes - 258 809 361 Caminhos de Ferro (CP) - 258 825 001/808208208 Posto de Turismo de Viana do Castelo - 258 822 620 Turismo do Porto e Norte de Portugal, Entidade Regional 258 820 270 Viana Welcome Center - Posto Municipal de Turismo - 258 098 415 CIAC - Centro de Informação Autárquico ao Consumidor 258 780 626/2

Linha de Apoio ao Turista - 808 781 212 Serviço de Estrangeiros - 258 824 375 Defesa do Consumidor - 258 821 083 Posto de Fronteiras do SEF - 258 331 311 Arquivo Municipal de Viana do Castelo - 258 809 307 Centro de Estudos Regionais (Livraria Municipal) - 258 828 192 Biblioteca Municipal de Viana do Castelo - 258 809 340 Museu de Artes Decorativas - 258 809/305 Museu do traje - 258 809/306 Teatro Municipal Sá de Miranda - 258 809 382 VianaFestas - 258 809 39

Barcelos Câmara Municipal de Barcelos - 253 809 600 Bombeiros Voluntários de Barcelos- 253 802 050 Hospital Sta. Maria Maior Barcelos - 253 809 200 Centro de Saúde de Barcelos - 253 808 300 PSP Barcelos -253 823 660 Tribunal Judicial da Comarca de Barcelos - 253 823 773


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Património

A Mulher nas Terras do Neiva Trabalhar no campo é tão digno como na fábrica

É

com certa saudade, que o povo das Terras do Neiva vê desaparecer das suas aldeias o alegre cantar das moças, o chiar pachorrento dos carros de bois, o cheiro agradável do estrume, o bater cadenciado do malho, o carpir dolente do estanca-rio, o fumegar alvo das chaminés, o cheirinho a pão quente, o cheiro a mosto na adega e a um sem fim de belas passagens campestres. Em todos estes trabalhos a

mulher era a figura principal. O homem era ferreiro, latoeiro, ferrador, cesteiro, tamanqueiro, carreteiro, jornaleiro e outros ofícios mais, e poucos eram os que se dedicavam ao campo. É por volta dos anos sessenta, que a transformação se começa a dar; Guerra no Ultramar e uma Emigração desenfreada, deixa o campo deserto. Por essa altura surgem algumas indústrias, entre elas as confecções, que exigem mãos femininas, as mais jovens deixam o campo e vão para as fábricas. E com este abandono, de homens e mulheres, a que assistimos nós? A uma industrialização e mecanização. As cantigas, deixaram de se ouvir; as noras, deram lugar aos poluentes motores, os carros de bois, cedem o lugar aos ruidosos tractores, o típico malho, pára perante a debulhadora barulhenta, o estrume, cede o lugar ao intoxicante adubo químico, a típica azenha do Neiva, desaparece com os moinhos eléctricos. Na parte que lhe toca, foi a mulher, que numa certa ilusão, deixa o campo numa profunda tristeza, trocando-o por uma fábrica, onde é cronometrada, vigiada e controlada, desde o levantar até ao pôr-do-sol. No campo, era livre, rainha e senhora dos seus actos; comprava e vendia o gado, governava a casa, cuidava dos filhos, semeava o milho e feijão. Lavrava o seu campo, cozia o pão, pastava o gado, ia à feira, ao monte, à romaria, fazia o almoço e levava-o

Sugestão ao leitor

Sugestão cinematográfica

00:30 HORA NEGRA Sinopse A caça a Osama bin Laden inquietou o mundo e dois Governos Americanos durante mais de uma década. Mas, no final, foi uma pequena e dedicada equipa de operacionais da CIA que o conseguiu localizar. Cada pormenor da missão foi preparado no mais completo segredo. Embora alguns dos detalhes tenham sido, entretanto, tornados públicos, gran-

de parte dos aspetos mais relevantes desta operação - incluindo o papel central desempenhado pela equipa - são agora trazidos pela primeira vez para o grande ecrã de forma subtil e envolvente pela dupla criativa vencedora de três Óscares com ‘Estado de Guerra’: Kathryn Bigelow e Mark Boal. Fonte: www.sapo.pt

ao marido, era mulher de guerra. Mas vem a indústria e com ela uma série de situações, a fuga do campo e a vil exploração da mão-de-obra barata. E é neste ponto que a mulher das Terras do Neiva, clama contra o terror que se implantou em certas empresas, e que a atinge pessoalmente. Ela é em muitos casos, reduzida a um simples objeto de produção e vitima doutras agressões moralmente inqualificáveis. A falta de creches e refeitórios, são uma preocupação constante da operária, pois o salário de miséria, não dá para comer e muito menos deixas os filhos na ama. Estas realidades, ligadas a tantas outras que são do domínio público, põe-nos perante o problema de uma sociedade que se confronta com uma crise moral, mais grave que a crise económica. E num largo rosário de injustiças, onde o medo do desemprego, a fome, salários em atraso, horas extraordinárias por pagar, trazem a mulher num estado de depressão nervosa. Com este estado de coisas, a mulher já não tem vontade de cantar, mas deve ter a esperança de que melhores dias virão. Não tenhas vergonha, trabalhar no campo é tão digno como trabalhar na fábrica. Manuel Delfim da Silva Pereira In Jornal « O Vale do Neiva» Fevereiro de 1985 A Redação


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