O Vale do Neiva - Edição Junho 2018

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Propriedade: A MÓ · Associação do Vale do Neiva (Cultural, Património e Ambiente) | Barroselas Junho 2018 | Mensal · Nº50 · Gratuito · Versão digital

Figuras do Vale do Neiva P.5 Vila de Punhe

Passeio anual às terras dos templários P. 2

Neves

Auto da Floripes no Festival Internacional da Máscara Ibérica 2018 P. 3

Durrães Tregosa

Modilhas das terras do Neiva da Mó foi feirar a Viana do Castelo P. 4

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Ambiente

Limpar os Cursos de Água P. 7 Sugestão ao leitor t. 963 316 769 · 966 334 363

O DESPORTO NO CINEMA P. 14e15


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Vila de Punhe

Passeio anual às terras dos templários Novas experiências e muito convívio para os seniores participantes no mais recente passeio, no âmbito do projeto social Idoso+Ativo, promovido pela Freguesia de Vila de Punhe, que se realizou no passado dia 4 de maio e teve como destino as terras dos templários. A primeira experiência foi vivida no Museu Nacional Ferroviário. Neste espaço, localizado no Entroncamento, experienciaram-se situações de uma realidade que já retrocede em cerca de 160 anos. Foram as pequenas locomotivas e as enormes americanas a vapor, estas com mais de 20 metros de comprimento, que mais despertaram interesse, recordando à maioria dos participantes momentos do seu passado de viajantes. A cidade dos templários, Tomar, recebeu os mais de 100 elementos do grupo à hora do almoço. Quem levou o típico farnel instalou-se nos jardins dos Sete Montes onde se saciou. Quem não o fez, calcorreou as estreitas ruas da cidade em busca dos pratos tradicionais. A deslocação ao Museu dos Fósforos e às Oficinas de Olaria cati-

vou a atenção do grupo, quer pela numerosa coleção de caixas e carteiras de fósforos, quer pela oportunidade dada para adquirir alguma peça em cerâmica personalizada. Transpor muralhas do Castelo de Tomar e confrontar-se com o Convento de Cristo foi, também, para muitos um momento para mais tarde recordar com satisfação. O parque de Águas Romanas, em Penela do Castelo, foi o local escolhido para o último momento de sã confraternização. Nele se estenderam toalhas onde se serviu o lanche. Concretizado o passeio com êxito e exteriorizada a satisfação de todos os participantes, registou-se como alcançado um dos objetivos definidos no projeto Idoso+Ativo, o de proporcionar oportunidades aos seniores, em particular aos de Vila de Punhe, de se confrontarem com novas culturas e vivências, tendo em vista o seu enriquecimento cultural. Adão Lima

Ficha técnica | Diretor: Tiago Lima Redação: Domingos Costa · José Miranda · Manuel Lima · José Rafael Soares Colaboradores: Alcino Pereira · Cristiana Félix · Adriano Jordão Design e Paginação: Inês Guia Contacto redação: Avenida S.Paulo da Cruz, Apartado 20 - Barroselas · redajornalvaledoneiva@gmail.com Periodicidade: Mensal Formato: Digital Distribuição: Gratuita Os artigos de opinião são da inteira responsabilidade dos seus autores, podendo ou não estar de acordo com as linhas editoriais deste jornal.


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Neves

Auto da Floripes no Festival Internacional da Máscara Ibérica 2018 O Auto da Floripes esteve presente na capital lisboeta, no âmbito do Festival Internacional da Máscara Ibérica, para participar no desfile, junto aos Jerónimos e à Praça do Império. O Brutamontes, com a sua moca, foi a referência do Auto da Floripes e, com as suas brincadeiras e diabruras, fez as delícias dos mais novos. Contudo, o carcereiro esteve acompanhado da princesa Floripes e dos soldados turcos, dado que estes também desfilaram entre os 30 grupos tradicionais e os mais de 500 participantes. A dar ritmo à comitiva do Auto da Floripes, esteve uma dezena de músicos da Banda Nova de Barroselas que, num ambiente de festa e alegria, tocou a contradança turca ao longo do desfile. Quem também esteve presente foi o município de Viana do Castelo com um stand promocional e com os cabeçudos, os gigantones e o grupo de bombos “Os amigos D’Areia”. Felicitamos a organização pela confiança que se traduziu no segundo convite consecutivo. Deixamos um agradecimento à Câmara Municipal de Viana do Castelo pelo apoio prestado no transporte e à Comissão das Festas da Senhora das Neves. Obrigado a todos que permitiram o Auto da Floripes estar presente num evento de cultura popular com dimensão e projeção internacional.

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Durrães e Tregosa

Modilhas das terras do Neiva da Mó foi feirar a Viana do Castelo No dia 19 de maio o museu do traje de Viana do Castelo propôs recriar um dia de feira no jardim marginal, abordando desta forma o aniversário da Ponte Eiffel (140 anos) . A feira abriu às 15:00 horas e todos os participantes expuseram os mais variados produtos como:- ovos, legumes, cereais, enchidos, fruta, aves e tecidos. Os viandantes que deambulavam pelo local aproximavam-se e depois de apreçar compravam o que lhe agradava ou até mesmo o que lhes faltava em casa. As nossas mulheres apregoavam os produtos e ao

mesmo tempo convidavam o pessoal que passava a aproximarem-se até à banca para apreciarem a frescura e a qualidade dos produtos. “Compre cliente isto é tudo caseirinho” diziam mais à frente as mulheres de outro grupo. Foi na verdade um bonito cenário tendo a ponte Eiffel e o rio Lima como pano de fundo. E para que o cenário fosse completo o Sol encarregou-se de nos prestar um dia radiante, convidando toda a gente a sair à rua. Chegaram as dezoito horas, hora de arrumar as bancas e preparar tudo para mon-

tar nas viaturas de serviço. Tudo apostos, partimos para casa e, às 20:00 horas, fomos rumo a um restaurante em (Barroselas) para jantar e comemorar o aniversário de um elemento do Grupo. A festa do aniversariante desenrolou-se em franca harmonia e camaradagem entre os presentes. A Mó orgulha-se ao verificar que as sua secções estão em plena atividade.

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José Miranda


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Figuras do Vale do Neiva O Vale do Neiva foi, é e continuará a ser uma terra fértil em personagens dedicadas às tradições, aos usos e costumes da população deste Vale. Temos um bom número de autodidatas que cada um a seu jeito nos relatam:- crónicas, estórias, lengas-lengas, narrativas, contos e peripécias. E para que todo aquele património não fique guardado numa gaveta de uma escrevaninha eis que surge Alguém que procede minuciosamente à compilação de narrativas quer contadas ou observadas. Com uma linguagem acessível mas bem sustentada, procura transmitir os factos com um cunho muito pessoal característico de quem vive e ama aquilo que faz. É exemplo disso a emblemática figura do Dorralense Sr. Domingos da Calçada com 87 anos de idade, um homem atento, comunicativo, perspicaz, interativo e de uma memória invejável. Assim, no passado dia 20 de maio na Sede da Junta de Durrães deu-se mais uma apresentação de um livro seu denominado “A Voz das Sombras”. Os convidados e os amigos encheram o salão e mantiveram-se atentos durante todo o desenrolar do acontecimento. A apresentação esteve a cargo do Editor Dr. Fernando Pinheiro que, elogiou a figura e a personalidade do autor. O Professor Justino Maciel (seu conterrâneo) expôs as técnicas de escrita erudita e popular através dos tempos e tomou como base um relato do “Solinho da Neta” (mencionado no livro) para referenciar uma figura muito conhecida e estimada no nosso meio. Seguiu-se o autor do livro

e com uma lucidez fantástica falou com tal simplicidade e humildade que os ouvidos eram poucos para o ouvir. O Autarca José Dias elogiou de igual modo a figura do Sr. Domingos da Calçada como autodidata e deixou bem claro que a Autarquia continuará atenta e disponível para apoiar iniciativas de índole cultural. Por fim a Dr.ª Armandina Saleiro, Vice-Presidente e Vereadora do Pelouro da Cultura do Município de Barcelos teceu algumas considerações relativamente à obra publicada e realçou também a figura do “Solinho da Neta” que muito bem o conheceu. Finalizou com um agradecimento do Município Barcelense

por mais uma obra literária editada pelo autor e, a título pessoal, referiu-se á amizade que nutre pelo Sr. Domingos da Calçada. Seguiu-se a entrega de exemplares da obra, tendo o seu autor disponibilizado para os autobiografar a quem o pretendesse. A Mó-Associação do vale do Neiva através do seu jornal “O Vale do Neiva” deseja muitos anos de vida ao Sr. Domingos da Calçada para que continue a escrever de forma a que os vindouros se orgulhem de pertencer a este lindo jardim à beira Neiva plantado. Bem haja Sr. Domingos. José Miranda


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Cidade [Viana do Castelo]

Ouro e Prata no campeonato Universitário de Atletismo para antigos alunos do Politécnico de Viana do Castelo Instituto Politécnico de Viana do Castelo Uma medalha de ouro e duas de prata foi o resultado final da participação de três atletas do Politécnico de Viana do Castelo, no Campeonato Nacional Universitário de Atletismo, que se realizou este fim de semana no Estádio Universitário de Lisboa. Os atletas, que fizeram o seu percurso formativo na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do IPVC, participaram nas categorias de lançamento de disco e lançamento de peso, lançamento de martelo e nos 10000 metros marcha. Remi Lima, nas provas de lançamento de disco e lançamento de peso, Vasco Alves, no lançamento de martelo e Fátima Pereira nos 10000 metros marcha, forma os três atletas no Campeonato Nacional Universitário de Atletismo, que se realizou no passado fim de semana no Estádio Universitário de Lisboa. O principal destaque vai para a prestação de Remi Lima que se sagrou Campeão Nacional de lançamento de disco tendo arrecadado a medalha de ouro e o primeiro lugar no pódio. O atleta com esta vitória alcançou ainda o Recorde Nacional Uni-

versitário (46.20m) na modalidade. Mas os feitos de Remi Lima na competição não se ficam por aqui com o atleta a conseguir a medalha de prata no lançamento de peso (14.22m). Com este campeonato o Remi Lima, o novo campeão universitário no lançamento de disco, fecha com chave de ouro a sua participação em campeonatos nacionais

universitários tendo conquistado 12 medalhas nacionais em 12 participações ao longo dos últimos anos de estudante. Em destaque esteve igualmente Vasco Alves que se sagrou Vice-Campeão Nacional no martelo. Fátima Pereira que participou nos 10000 metros marcha conseguiu a sétima posição na prova (recorde regional federado).

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Ambiente

Limpar os Cursos de Água Manuel Lima m.l.valedoneiva@gmail.com Expirou o prazo no final do mês de maio para limpeza da floresta. A fase seguinte será a aplicação de coimas aos incumpridores, não havendo desculpas para o incumprimento, mesmo, sendo alegadas justificações concretas. Depois de muita contestação, a pressão do Estado está a dar frutos, apesar de nas limpezas se terem

cometido autênticos atentados contra a floresta, por vezes e não só, por desconhecimento das regras ao abrigo da lei. Seria agora interessante passar então à obrigação dos confinantes dos cursos de água limparem também as suas propriedades, pois no passado recente isso acontecia, pois o extinto “Guarda-rios” assim fazia cumprir a lei. Hoje, muitos rios e ribeiros estão completamente assoreados em vários pontos do seu curso, como podemos

ver na foto, pois no inverno imensas arvores tombam sobre o leito. Por outro lado, as infestantes invadiram as margens e o leito de forma descontrolada. Pois temos imensas propriedades completamente abandonadas pelos seus proprietários, por variadas razões, no entanto, seria sensato zelar pelo bem comum neste mundo mais global.


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Religião

Extratos da vida da Irmã Maria da Conceição Pinto da Rocha (nº. 19) Domingos Costa domingoscunhacosta@gmail.com

Já referi - em artigos anteriores -, a paixão e devoção de Maria da Conceição ao Coração de Jesus. Os testemunhos doados dizem: “No dia do SSmo Coração de Jesus, para o qual nos preparamos pela novena para solenizar as misericórdias do seu Amor Divino, devemos fazer as nossas promessas de fidelidade inteira, dando-Lhe não só o coração mas mais ainda, a nossa vontade toda. Dar sem ficar nada para nós próprias. Dar-Lhe tudo pelos que nada Lhes dão; pedir pelos que nada pedem; suplicar pelos que estão esquecidos do seu Divino Coração, que é todo amor”. Vê-se nitidamente, o fecundo amor existente ao SSmo Coração de Jesus, e a entrega total pelo bem-estar e conversão dos pecadores. As suas súplicas a Deus, a preocupação com os outros, o fulgurante amor legado, o nada querer, o tudo dar: promove reflexão e solicita a refletir profundamente, em cada palavra; são muitas e sábias. Porque, a Serva de Deus! Ama Deus. Prezado leitor, considero pertinente refletirem também, sobre a substancial men-

Fotografia do Museu da Congregação

Fotografia do Museu da Congregação

sagem do Pe. José Tolentino Mendonça, no seu livro “A Mística do Instante” com “O Tempo e a Promessa”, assinala em destaque a mensagem de Michel de Certeau. “ É místico aquele ou aquela que não pode deixar de caminhar”. Esta mensagem retrata fielmente a sofredora Maria da Conceição, a voluntária e ininterrupta caminhante, que, na vida primou na “dor por amor” ou “dor-amor, amor-dor”. Orientando-se na bússola do caminho da salvação, com fé, e eterno amor em Deus. Mas, o autor diz mais: “Para alcançar o Divino a alma tem de mergulhar na própria alma”. Ou ainda, uma frase de S. João da Cruz: “quanto mais a alma vai às escuras, e vazia de suas operações naturais, tanto mais segura vai”. A sua alma, também seguia às escuras bem como vazia, predominando uma convicta segurança na sua fé em Deus. Também, ao se falar da dor, e quando ela surge na vida real, sabe-se que o paciente isola-se. Por isso, a dor inesperada é sentida pela sociedade “…como uma tempestade estranha e tirânica…” quando nos deixamos acometer pela dor, focamo-nos só nela. Tal como as persianas que se fecham, não interessando a luz, a fala amiga, o prazer, a felicidade e tudo quanto está envolvente. A dor passa a ser o centro das atenções. Com ela, sentimo-nos sós, abatidos, com falta de ar, colocando até em dú-

vida a sustentabilidade futura. Assim era Maria da Conceição, uma convicta devota a Deus. Para ela, a dor sofrida era amor. Os registos por ela ofertados, revelam isso mesmo. José Tolentino acrescenta: “O amor é o caminho que nos leva à esperança”. Porque, o seu amor, enquadra-se na perfeição, no amor gratuito, amor desinteressado e amor sem ser por nada, porque “…é amor trino”. Diz ainda: “a Trindade é uma evidência límpida, a verdade mais simples de todas”. Vejamos, agora, o que diz o romancista António Lobo Antunes, “há só uma maneira de não sofrer: é não amar”. Muitos mais exemplos poderia apresentar para reforçar a dedicação que Maria da Conceição tinha a Deus.Toda a informação difundida neste jornal sobre a Serva de Deus, é testemunho da inteira devoção a Deus, e por toda a humanidade, vai, também, de encontro ao que o autor diz para que “…fechem a porta dos sentidos para que possa encontrar Deus profundo”. Ao introduzir na minha mensagem algo extra contexto, é, apenas, para reforçar o amor trinitário de Maria da Conceição.

PS: -Este artigo foi baseado no livro “Vida em Plenitude de Amor” e “A Mística do Instante”


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Agenda do mĂŞs (Viana do Castelo)

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Agenda do mĂŞs (Ponte de Lima)

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Agenda do mĂŞs (Barcelos)

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Opinião

Os Caminhos de Ferro (Número 33)

Domingos Costa domingoscunhacosta@gmail.com

Nessa troca 1 de múltiplas propostas, já referidas no artigo anterior, entre Deputados e Governo, com sólidas respostas da parte do Ministro das Obras Publicas, Ministro da Fazenda e do Presidente do Governo; assim como, o pedido de isentar de imposto de trânsito sobre comboios de mercadorias. Em face do referido, 1 foi inesperadamente apresentado no dia 24 de Março de 1873, uma moção contra Fontes Pereira de Melo, Presidente do Governo e Serpa Pinto, Ministro da Fazenda. Contudo, o apurar da razão, foi de tal forma convincente, que, a moção foi de imediato retirada, conti-

Carruagem do comboio histórico-contumil 1990

nuando como é óbvio, os atingidos da moção em perfeitas funções no Governo. A título de curiosidade, adianto que, a 5 de Março de 1877, foi concedida a exoneração do Governo liderado por Fontes Pereira de

Melo. O qual exercia funções desde o dia 3 de Setembro de 1971. Com o 1 imbróglio sanado, foi um alívio para o Governo, dado haver imperiosa necessidade de concluir o referido troço de


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via. Também, era sabido, que a obra em si era complexa. Todavia, quem a administrava reunia condições para a levar a efeito. E, foi o que aconteceu, com a sua inauguração, e, posterior prestação de serviço. Em nota 1 empenhada, acrescento, que a 20 de Novembro de 1875, foi emitido um ofício autorizando a companhia real dos caminhos-de-ferro portugueses, - baseado no contrato de 5 de maio de 1860 -, a receberem de França e Inglaterra, alguns navios com carga necessária para a construção da referida ponte. A 29 de Janeiro de 1876, António Cardoso Avelino, fez saber ao engenheiro fiscal da exploração das linhas de Leste e Norte, que, a 5 de Outubro de 1875, foi aprovado por Sua Majestade El-Rei, o projeto - da linha férrea do Norte - relativo à ponte sobre o rio Douro. Sublinhando que, a companhia real dos caminhos-de-ferro portugueses, pode fazer aperfeiçoamentos aprovados pelo governo, nomeadamente em relação à largura do tabuleiro. Por outro lado, ponderou com relevância “…ao número e grandeza dos tramos e à influência de impulso de vento de variações de temperatura na situação e forma da ponte;” ainda que “…o coeficiente de trabalho do ferro não exceda no arco a 5 quilogramas por milímetro quadrado”. O consenso 2 sobre a ponte foi demorado. É inteiramente compreensível. Dado ser necessário ter em consideração as suas características, bem como outros fatores particularmente relevantes. Simultaneamente, é também necessário ter em consideração que, era como que obrigatória a sua edificação, e, como era uma obra extremosa, rigorosa, especial, urgente, também necessitava, de trabalho técnico e obreiro qualificado. Por outro lado, era imprescindível o desanuviar de pessoas e bens entre Vila Nova de Gaia e Porto e vice-versa. Acresce dizer, que 1 em face dos minuciosos estudos e natureza da obra, as fundações para a nova ponte só iniciaram a 5 de Janeiro de 1876. Também é necessário assinalar, que, se porventura o inverno nesse ano não fosse extremamente rigoroso, a construção da ponte e sua inauguração, era efetuada antes do prazo estabelecido. Deixo ficar ainda o registo de 106 dias em que os

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trabalhos no arco não se realizaram.

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Pág. 62, 114, 115, 203, 204, 487, 488 do livro de Legislação e Compilação de Diversos Docu-

mentos de 1916. 2

Pág. 394 a 427 do livro Caminhos-de-Ferro – Esboço da sua História

Fotografia de Armindo Ferreira Locomotiva nº. 023 em Campanhã do último cº. a vapor a atravessar a ponte Dª. Maria 21-03-1991


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Sugestão ao leitor

O DESPORTO NO CINEMA Os feitos e a postura eloquente e icónica, dos atletas e equipes, que foram distinguidos pelo o mérito competitivo e realizações indescritíveis que provocaram o júbilo dos seus seguidores e compatriotas e o reconhecimento transversal a todas Instituições, tem sido com frequência indicado através da arte cinematográfica, tanto a nível biográfico como de forma ficcionada, sobretudo porque vencer, é consideravelmente determinante para o estatuto subjacente ao atleta, ele pratica e treina, alicerça metodologias e conceitos elucidativos e profilácticos, no sentido de atingir a plenitude e magnitude máxima, com desenvoltura premente e táctica interpretativa, com o objectivo de serem primorosamente competitivos. Contudo a importância do desporto e as suas virtudes peculiares, não se resumem apenas ao fatalismo bacoco e preconceituoso, do ganhar e perder, existem outros aspectos determinantes, designadamente factos e evidências científicas que demonstram, as relações da actividade física com o desenvolvimento de hábitos de saúde, a adopção de estilo de vida saudáveis, o desempenho cognitivo e académico e sua influência vital com os factores de saúde mental, pois estas premissas do movimento regular, tanto servem para os adultos em geral, como pode ser um suplemento auxiliar da educação das nossas crianças, outro detalhe conspecto, que realça o desporto, é o desiderato de fortalecer laços e redes sociais e promover ideais de paz, fraternidade, solidariedade, não-violência, tolerância e justiça, aproximando as pessoas das fronteiras, culturas e religiões, por isso foi instituído pela a ONU, o 6 de Abril, como o Dia Internacional do Desporto para o Desenvolvimento e Paz. Perante este sublinhar da pertinência que o Desporto, tem para todos nós, vamos indicar alguns filmes, que são demonstrativos dos fundamentos e valores, que ele sintetiza e transporta para a sociedade em geral. Pelé - O Nascimento de uma Lenda- Aqui está um filme biográfico de 2015, que eu não podia alienar nesta crónica, sobre o entronizado e consagrado Rei Pelé, considerado o melhor atleta de futebol, pela a esmagadora maioria dos adeptos desta modalidade. O filme aborda a sua infância, a sua habilidade intrínseca, o seu exotismo técnico com a bola, percursor de jogadas mirabolantes e geniais, em que se destacou, designadamente nos campos de várzea perto de sua casa, nas Minas Gerais. Perante estas habilidades inusitadas e eloquentes, começa a ser observado por um olheiro de grande clube do Brasil, suscitando um enorme interesse a esse senhor, que vai culminar na oportunidade de jogar na equipe do Santos. Tendo se deparado com dificuldades decorrentes da distância da família e de sua juventude perante os demais jogadores, Pelé com a sua irreverência supera os problemas, demonstrando em campo, todo o seu talento inequívoco e explícito, que faz com que, aos 17 anos, seja convocado para disputar a Campeonato do Mundo de 1958 pela selecção brasileira. Nessa competição, Pelé vai se fazer valer do seu virtuosismo técnico apurado, do carisma e espírito de camaradagem com os outros jogadores, de uma alegria que vai contagiar os outros, imprimindo um futebol jogado com prazer e fruição, sem qualquer tipo de pressão e desprovido de uma táctica circunspecta, faz com que a Selecção conquista a taça, para gaudio dos jogadores e do povo Brasileiro. Apesar deste filme só mencionar a fase da ascensão, de Pelé como o melhor jogador do mundo, temos que realçar a figura incontornável, não somente como atleta de eleição que foi

dentro do campo, mas também o seu civismo, os seus valores, promotor e defensor acérrimo da paz, da não violência, que o desporto tem que ser jogado e usufruído como uma actividade de lazer, com um imprescindível brio profissional, respeito pelo o adversário e pela lealdade desportiva. Fuga para a Vitória- é um filme de 1982, considerado pela a critica e os média, a obra mais badalada e conceituada, condizente com a prática do futebol, pois contou com a interpretação inequívoca e reluzente de super estrelas internacionais, da melhor nata do futebol. O filme retracta cronologicamente a época da Segunda Guerra Mundial, designadamente a vida de prisioneiros aliados que estão detidos num campo de prisão nazista, em França. Todavia surge uma oportunidade única e singular hipótese de fuga, para estes prisioneiros de guerra, quando de forma surpreendente e insólita, o major Karl von Steiner (Max Von Sydow), que no passado foi uma velha glória da selecção alemã de futebol, tem a ideia de fazer um jogo entre a Alemanha e uma selecção composta pelos prisioneiros aliados, contando com a colaboração de um detido, John Colby (Michael Caine), um militar inglês que era um conhecido jogador de futebol, designadamente estar incumbindo de ser o intermediário para a realização deste evento, treinar e liderar a equipe, com o intuito de prepara los para enfrentar a equipe alemã, no Estádio Colombes, que fica próximo de Paris. No entanto nota-se nos bastidores deste jogo, duas versões completamente distintas, para os Nazis é absolutamente imperativo vencer o jogo, está em causa a sua supremacia como povo, e portanto perder com os prisioneiros de raça inferior, está fora de questão, nesse jogo tem que ficar claro a superioridade da raça ariana e a vitória nesse confronto, terá que ser exortadora e lapidar, em relação ao aliados vêm nesse jogo uma eventual possibilidade de fuga, planejando uma arriscada evasão, durante o intervalo da partida. Independentemente das incidências dessa partida, em que os aliados vão se confrontar com a vontade e o orgulho de vencer, um adversário detentor de uma frigidez enquistada, e a necessidade imperiosa de fugir, não obstante esta hesitação momentânea dos aliados, este jogo vai se revestir de uma vital importância, porque uma eventual vitória dos prisio-


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neiros, pode significar dar uma grande alegria ao povo Francês, que está claramente deprimido, com a opressão e sofrimento da guerra. Momentos de Glória- é um filme britânico de 1981, que arrebatou 4 óscares na academia de Hollywood, designadamente com mais destaque, na atribuição do prémio de melhor filme e melhor trilha sonora, com Vangelis a produzir uma divinal e apropriada música de fundo. Esta obra é sem dúvidas um filme de culto, para os amantes do desporto e olimpíadas em geral, que eu recomendo activamente, porque apela a uma competição saudável entre os atletas, respeitando com firmeza e dignidade, os valores éticos e congéneres do desporto, sem que se recorra a métodos pejorativos e sinuosos, completamente inoportunos com ideais da prática desportiva. O filme mostra de forma inequívoca o percurso de dois atletas de alta competição, rivais da equipe olímpica de atletismo da Grã-Bretanha, e sua preparação direccionada para os Jogos Olímpicos de 1924, em Paris. Eric Liddell e Harold Abrahams, são dois corredores de provas de velocidade, acérrimos adversários e alunos da Universidade de Cambridge, sendo que Liddell é um missionário escocês que corre em devoção a Deus, enquanto Abrahams é filho de um judeu da classe média alta e que tem a intenção de provar os seus créditos, como atleta de alta competição, a tal ponto de um dia os dois terem a oportunidade única, de participarem nos jogos Olímpicos. Apesar da rivalidade estar presente nestes dois atletas, os dois fazem questão de frisar o respeito mútuo e o civismo, entre eles, podendo assim cada um deles preparam se afincadamente e superando desafios pessoais, sem recorrerem a quezílias e a um azedume confrangedor, cada um usando a sua metodologia de treino, sendo que Liddell prepara –se mais enquadrado e confiante no seu talento natural, enquanto que Abrahams resolve contratar um treinador de créditos firmados, para o ajudar a dotar de novas técnicas de trabalho, de forma a torna-lo mais rápido e com um desempenho mais assertivo. Perante esse treino especializado, convictos das suas capacidades, ambos conseguem estar presentes na competição olímpica, tendo os dois uma prestação convincente e categórica. Race, 10 segundos para a liberdade- é um filme norte-america-

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no de 2016, de índole biográfica que aborda o grandioso momento histórico de Jesse Owens, que em 1936 num jogos olímpicos realizados pela a Alemanha Nazi, arrecada quatro medalhas de Ouro em provas de atletismo, para consternação de Hitler e gáudio do mundo democrático. O filme retracta o inicio de carreira de Owens e a sua ascensão fulgurante como atleta de eleição, mas o que eu acho determinante destacar e reter, extraindo na essência desta obra cinematográfica, é que o espirito olímpico e dos valores éticos do desporto, veio ao de cima, apesar das diferenças insanáveis e intransigentes entre países de regime democrático, em comparação com os regimes despóticos e tiranos de fascistas e Neo-nazis da Alemanha de Hitler e Itália de Mussolini, que defendiam uma política perniciosa e despiciente, em relações aos direitos humanos e liberdades e garantias e perseguição racial, com uma enfase generalizada em alusão aos judeus. Contudo e apesar destes constrangimentos políticos, a Alemanha cedeu de forma momentânea e provisoria ao Comité Olímpico, dando uma resposta cabal e afirmativa, ás exigências mínimas da Instituição máxima do Desporto, numa semântica de aceitação de participação de atletas de outras raças, designadamente com a inclusão dos mal amados judeus, não obstante o objectivo dos alemães, em preconizar a eventual superioridade demagógica e exacerbada da raça ariana, nestes jogos, a realidade é que o desporto consegue induzir e alicerçar, países e regiões desavindas, em prol da paz na prática das várias competições que estão associadas. Rematando esta minha abordagem ao desporto no cinema e as suas ilações transversais que estão irremediavelmente associadas, é que não vale a pena ter uma obstinação desenfreada por uma eventual vitória numa competição, recorrendo as promiscuidades criminosas e a uma disrupção agressiva, nem a derrota pode significar um fatalismo redutor, mesmo que esteja em causa montantes financeiros astronómicos e o prestigio e a consagração de um atleta ou de uma equipe, porque o desporto é um momento de lazer, de fruição, para quem o acompanha e para quem o compete, sendo que o vencedor de hoje, pode ser o derrotado de amanha, numa alternância quase sempre resoluta. Alcino Pereira


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MENSAGEM PARA REFLETIR: A mensagem a seguir apresentada, foi publicada no Jornal “O Alvaranense”. Por a achar interessante e pertinente, achei por bem – depois de obter autorização para o efeito – publicá-la neste jornal. Domingos Costa

SENHOR PADRE, NÃO VOLTO MAIS À IGREJA Um homem ainda novo foi ter com um padre e disse-lhe: “- Senhor Padre, não volto mais à Igreja! Perguntou-lhe o padre: - Ah sim? E porquê? Respondeu-lhe o homem: - Oh, meu Deus. É uma irmã que diz mal de outra irmã; é um irmão que não lê nada bem; é o grupo coral que está dividido e sempre a desafinar; são as pessoas que durante a missa estão sempre a olhar para o telemóvel, não falando já do seu comportamento egoísta e altivo fora da igreja… Disse-lhe o padre: - Tens razão. Mas antes de deixares definitivamente a Igreja, queria que me fizesses um favor: Pegas num copo cheio de água e dás três voltas à igreja sem deixares cair uma gota de água para o chão. Depois de fazeres isto, podes então abandonar a igreja. O homem pensou para consigo: - Muito fácil! E deu as três voltas conforme o padre lhe havia pedido. Quando acabou, voltou para dizer: - Já está, senhor padre. Então o padre perguntou-lhe: - Quando andavas a dar a volta com o copo cheio de água, notaste se alguma irmã falava mal de outra? E o homem? - Não. Viste alguém entretido no smartphone? E o homem: - Não. - E sabes por quê? Porque estavas concentrado no copo para não deixares entornar água. Na nossa vida passa-se a mesma coisa. Quando o coração está centrado em Jesus Cristo, não temos tempo para ver os defeitos das outras pessoas. Quem sai da igreja por causa de haver neles cristãos hipócritas, é porque, verdadeiramente, não foi por causa de Jesus Cristo que lá entrou. In P.E.


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Necrologia

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Culinária

Mousse de iogurte

Poesia

Adriano Jordão

De mim para ti... Calmamente deixo me levar Por vezes escrevo toda a emoção Preencho as páginas em branco da tua vida Abraço te numa só alma e um só coração Mas eu preciso de muito mais Quero paz , quero amor Rejubilo na imensidão do teu sorriso Abro a mão em forma de flor Tua voz meiga e doce Com requintes de maresia Beijar te seria o ideal Para terminar esta poesia

INGREDIENTES 2 ovo 4 iogurte magro natural qb hortelã 1 c. de sobremesa canela em pó 1 c. de sopa açúcar 125 g framboesas 100 g morangos

PREPARAÇÃO 1. Bata as claras em castelo e reserve-as. 2. Coloque os iogurtes numa tigela, junte algumas folhas de hortelã picadas (reserve algumas para decoração), a canela e o açúcar e bata com a batedeira até obter um preparado cremoso. 3. Adicione as claras em castelo e os frutos previamente cortados em pedaços pequenos (reserve alguns para a decoração) e envolva sem bater. 4. Divida a mousse por 6 copos ou taças pequenas, salpique com os frutos e a hortelã reservados e sirva. Bom apetite! Fonte: https://asreceitasladecasa.blogspot.pt/

No entanto vou tentar Nem que seja a noitinha Porém quero anunciar Que eu sou teu e tu serás minha E agora para finalizar Envio te um beijo e um abraço Contigo aprendi a amar E a dignificar tudo o que faço. De mim para ti...


JUNHO 2018

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