O Vale do Neiva - Edição 90 outubro 2021

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História

Poesia

Barcelos e a navegabilidade do rio Cávado, num passado longínquo

Lembrai-vos de mim meus Amores e Eternas Flores

outubro 2021 edição 90 Propriedade:

A MÓ • Associação do Vale do Neiva (Cultural, Património e Ambiente) Barroselas Mensal Gratuito Versão digital

E depois do Caminho? pág. 14

Vila de Punhe

Aumento da rede de saneamento pág.

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índice edição 90 outubro 2021

Cinco leituras para o Halloween

Sugestão ao leitor: Julia Roberts

Crónica: Malaguetas e picantes

página 8

página 10

página 16

ficha técnica

redação:

editorial

edição:

Início de atividades culturais depois de um interregno

diretoria e administração:

Direção de “A Mó” José Miranda Manuel Pinheiro Estela Maria António Cruz

90 – outubro 2021 colaboradores:

Adão Lima (J.F. Vila de Punhe) Alcino Pereira Américo Santos Ana Sofia Portela Daniela Maciel Domingos Costa Francisco P. Ribeiro José Miranda Manuel Gomes Pedro Tilheiro Rita Jordão Sónia Matos design gráfico:

Mário Pereira paginação:

Cristiano Maciel supervisor:

Pe. Manuel de Passos contacto da redação:

Avenida S. Paulo da Cruz, Edifício Brasília, 3, Fração F 4905-335 Barroselas e-mail:

redacaojornalvaledoneiva@gmail.com periodicidade:

Mensal

formato:

Digital

por José Maria Miranda Presidente da Direção d’A Mó

É

com grande satisfação que as Secções Culturais da Associação A Mó iniciaram a sua rentrée no mês de outubro. A Secção de Modilhas das Terras do Neiva (Cantares tradicionais) iniciou no dia 18 e a Secção de Teatro

(TeatroNeiva) no dia 19. A Secção de Jornalismo (formato digital) não parou, assegurando assim a melhor leitura e informação à população do Vale do Neiva. Notou-se uma satisfação geral após a difusão desta notícia, porque os ensaios e as representações proporcionam momentos de convívio e boa disposição entre os elementos e, como estiveram durante bastante tempo privados de tudo isso, é perfeitamente natural que surjam reações deste género.

As regras sanitárias são para continuar e estaremos sempre atentos às indicações da Direção Geral da Saúde, bem como do Município. Ficamos a aguardar que as representações canceladas por motivo da pandemia, (que foram várias) sejam reativadas, para que possamos cumprir o Protocolo estabelecido com as Câmaras. A Direção d’A Mó deseja aos responsáveis e elementos das duas Secções muitos sucessos e que continuem a dignificar o nome da instituição a que pertencem.

Jornal Vale do Neiva uma referência na região do Vale do Neiva

distribuição:

Gratuita

Os artigos de opinião são da inteira responsabilidade dos seus autores, podendo ou não estar de acordo com as linhas editoriais desta publicação.

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Apontamentos Históricos Boletim Autárquico de Durrães página 5

Estudo Nova tendência de êxodo urbano Barcelos e a navegabilidade do rio Cávado

Saúde: Perceber a ansiedade

Extratos da vida da Irmã Maria da Conceição Pinto Rocha

página 18

página 20

página 21

página 13

Opinião A ditadura da democracia página 19

o pulsar da sociedade O Processo

por Alcino Pereira alcinop@ipvc.pt

F

azendo menção à popular obra literária de Frank Kafka, que se intitula de “O Processo”, que vem mesmo a calhar, na dicotomia que eu pretendo extrair desta obra sue generis, venho por este meio relembrar a sinopse do enredo, apesar de ser sobejamente conhecida por grande parte dos entusiastas da leitura. Designadamente sintetizar as peripécias da personagem Josef “K”, que num inaudito dia, é alvo de uma queixa-crime, sem saber propriamente do que é acusado, alvo de rebuscadas diligencias, entediantes questionários e medidas de coação, e ainda assim continua sem perceber patavina do que se trata. Numa perceção mais ortodoxa e redutora, podemos alegar que o argumen-

to desta obra satírica, representa uma mistificação, uma falácia, uma manobra grotesca, para desancar no sistema judicial, nos processos que são concebidos com intenções nobres e justas, mas por outro lado num entendimento mais abstrato e critico, podemos invocar a excessiva parafernália de tramites, formalidades e regras irrelevantes, que o tornam mais pesado e moroso, criando constrangimentos sérios, à própria eficácia e finalidade do processo. É precisamente aqui onde quero chegar, pois independentemente do sintagma que está associado à constituição de um processo, devemos giza lo com uma conceção mais pragmática, resoluta, ágil e transparente, para que tenha uma aceção mais positiva, digna e salutar, aos olhos do comum cidadão. O êxito do processo de vacinação português, na imunização da população face à Covid-19, é o exato modelo que praticamente toda a gente se congratulou, pois seguiu uma linha orientadora, com regras definidas à partida, brotando uma ressonância fluída, expedita e moldável, desprovendo se de validações, pareceres e redundâncias, que podiam

pôr em causa o âmbito inexcedível desta operação. Apesar desta situação excecional, infelizmente o que tenho reparado, é que certos processos, tendo em conta o seu enquadramento semântico, deveriam desfazer se do parti pris, que proporciona uma blindagem processual draconiana, revestindo se cada vez mais de normas inúteis e conceitos desproporcionais, que fomentam a crispação e o azedume da pessoa que é citada nessa cartilha, invocando então três casos especiais distintos, que espelham essa minha coloquial tese. No primeiro que enumero, refere se a uma situação caricata que aconteceu numa farmácia perto da minha residência, pois ou ir levantar a medicação para a minha mãe, a técnica farmacêutica recusou se vender a mesma, porque que tinha, vejam lá, que comprar somente uma vez por mês, pois estava previsto naquele puritano sistema informático, que o último que adquiri tinha sido vendido há quinze dias atrás, ficando perplexo com tal embuste. No segundo caso, ainda fiquei mais estupefacto, com a atitude problemática e frígida, da assistência técnica de uma

empresa que fornece equipamentos tecnológicos, ao descortinar uma série de subterfúgios e expedientes processuais, para não cumprir com a sua obrigação de mandar o meu telemóvel para a garantia, é obvio que eu não dei azo a essa litania, e devido à minha firmeza e persistência, o telemóvel foi direcionado para a marca, e veio ajeitado sem qualquer tipo de despesa adicional. No terceiro caso, este ainda mais ridículo, nomeadamente quando li num periódico diário, uma crónica sobre a exploração e rigidez laboral de uma gigante Americana da tecnologia Mundial, que obrigava o trabalhador a fazer cargas horárias e um acervo de tarefas descomunais, chegando ao cúmulo de terem que fazer as suas necessidades fisiológicas onde calhava, sem tempo suficiente para deslocarem se ao WC, com a ânsia de cumprirem à risca com que estava estipulado no processo contratual, mas apesar desta constatação surreal, serão estes os sinais destes tempos hodiernos, em que os processos serão cada vez mais densos, impérvios e implacáveis.

jornal

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local » informação autárquica

Vila de Punhe

Aumento da rede de saneamento por Adão Lima Autarquia de Vila de Punhe

A

expansão da rede de saneamento na freguesia de Vila de Punhe concretiza-se, agora, nas ruas Fonte do Souto, Manuel Araújo Coutinho e Chasqueira, coincidentes com o troço da EN 308, entre o limite da Freguesia com o de Vila Fria e a sede da Autarquia. Nele decorrem já obras de substituição e reforço das condutas da rede pública de abastecimento de água. O alargamento da rede de saneamento está previsto avançar, já nesta fase, para as ruas que entroncam com a estrada nacional no trajeto já referido. Esta obra, ao abranger algumas das artérias rodoviárias mais densamente povoadas, irá melhorar, de forma significativa, a qualidade do quotidiano de muitos agregados familiares. Sendo um dos tipos de infraestruturas mais reclamado pela população a fim de satisfazer as necessidades dos seus moradores, está a ser instalado de forma contínua e constante na grande maioria dos arruamentos. Este investimento resulta da proficiência do Município de Viana do Castelo e da persistência do Executivo da Junta de Freguesia.

Instalação de conduta de gás natural Está, também, a ser executada, pela empresa Portgás, uma rede restru-

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turante de gás natural que atravessará a freguesia pelo seu lado norte, nomeadamente nas ruas Mestre Emídio Lima, Canteiros, Santa Eulália, Pereiras, Seara, Portela, Travessa da Mata, Sidral, Abreu Teixeira, Pousado, Arques (até ao Estádio do Neves Futebol Clube) e Alferes Pinto Ribeiro. A instalação desta nova conduta de distribuição de gás natural irá permitir abastecer todos os moradores existentes neste traçado, os quais estão já a ser informados da possibilidade de ligação às suas habitações. Futuramente, caso a procura justifique o investimento, poderão surgir ramificações desta conduta para arruamentos circunvizinhos.


autarquia » apontamentos históricos

Durrães na vanguarda autárquica: parte VIII

Boletim Autárquico de Durrães

por Domingos Costa domingosdacunhacosta@gmail.com

E

m continuação do jornal anterior, continuo a debruçar-me – sobre juntas de paróquias – do segundo Boletim Autárquico. O Sr. Presidente da Assembleia faz um retrato relativo aos severos impostos a todos os paroquianos de Durrães. A agressividade das contribuições industriais levou a que muitos deles literalmente faliram. Além das severas contribuições industriais, também foram impostas aos lavradores contribuições elevadas, resultando daí a enorme dificuldade da maioria dos lavradores – porque não tinham produção agrícola suficiente – para satisfazer as suprarreferidas contribuições. Como medida, – para

não passar fome –, venderam-se vários prédios. O Sr. Domingos da Calçada, com o título “Durrães há 100 anos” apresenta o centenário de nascimentos da freguesia de Durrães. A Dra. Amélia Maciel, de novo fala sobre Segurança Social, mais especificamente dos trabalhadores independentes. Individualiza as prestações obrigatórias: subsídio de maternidade, paternidade e adoção; pensão de invalidez; pensão de velhice; subsídio por assistência de 3ª. pessoa; pensão de sobrevivência; subsídio por morte. Especifica ainda o esquema alargado, com abrangência no subsídio de doença; subsídio de tuberculose; subsídio por doença profissional; abono de família; abono complementar a deficientes; subsídio de casamento; subsídio de nascimento; subsídio de aleitação; subsídio de funeral e subsídio vitalício. A página de rosto do 3º. Boletim surpreendentemente destaca mais uma nova

iniciativa do Sr. Presidente da Assembleia de Freguesia de Durrães. Com justiça direi como digna de ser louvada e divulgada através deste jornal: O Sr. Presidente da Assembleia de Freguesia, promoveu um encontro de autarcas das freguesias limítrofes - em sessão extraordinária para o dia 15 de janeiro de 1995 -, na sede da junta da freguesia de Durrães. O resumo do encontro é narrado no boletim emitido no dia 30 de abril do mesmo ano, e em editorial do jornal o Sr. Presidente de Assembleia apresenta sucintamente o benefício que advém deste tipo de encontros. Concluídas as cordiais saudações aos presentes, considerou saudável e muito importante a confraternização e comunicabilidade entre autarcas, dado usufruir benefícios experienciais acrescidos. Dever-se-á dizer que a troca de pontos de vista e como se gere uma freguesia, assim como a possibilidade de falar das adversidades e êxitos, é seguramente positivo.

Sublinha com regozijo, a total aderência das autarquias convidadas, mesmo autarcas de tendências políticas diferentes. Foi sentida uma manifesta satisfação relativamente ao encontro, quer da parte do povo em geral de Durrães, bem como, das dezenas de convidados presentes. Expressa a vontade – se as outras autarquias o desejarem – em dar continuidade a este projeto, sem nunca desprezar outros valores mais inovadores que possam surgir. Segundo atesta o Sr. Presidente da Assembleia da freguesia de Durrães, a prosperidade das autarquias será frutuosa na componente social e auspicioso do domínio político. Portanto, o importante é, que os presentes levem para casa uma experiência positiva, e, com desejados votos, continuar a participar. Contando haver assuntos de interesse urgentes a ser descodificados. Finalizo com a célebre frase do Sr. António Luís Pinheiro: “Queremos elevar Durrães e servir melhor”.

jornal

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história » caminhos de ferro

Governo convida engenheiro francês Mr. Waltier (continuação do texto da edição anterior)

por Domingos Costa domingosdacunhacosta@gmail.com

E

m continuação do artigo anterior, passo a dizer que a 4 de abril de 1885, foi tornado público a empreitada entre o rio Mira e a Portela das Silveiras. A empresa construtora dos caminhos-de-ferro apresentou uma proposta ao Governo sobre a construção, localização e 4 tipos de estações de 1ª, de 2ª, de 3ª e 4ª classe. Em face dos benefícios das vias aceleradas, é premente ligar estas linhas com a de Leste; completar a linha de Sueste, levando-a de Serpa até à fronteira e acabar a linha do Algarve. Também construir um ramal a sair da linha do Algarve e se dirija por Silves a Vila Nova de Portimão, bem como o prolongamento do ramal de Setúbal até à margem do Sado, devendo-se ainda construir a linha férrea de Faro a Vila Real de Santo António. A 27 de novembro de 1902, foi emitido um decreto aprovado por Sua Majestade a Rainha Regente. O decreto veio corrigir o plano geral sobre vias férreas ao sul do Tejo, emanado a 6 de outubro de 1898.

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Fotografia de Fernando Abel (CP)

No decreto foi integrado algumas linhas férreas prioritárias de interesse publico. Eis as linhas em questão: linha do Vale do Sorraia e a de Estremoz a Portalegre. As mesmas devem ser construídas em via reduzida – com bitola de um metro –, dado ser um sistema de viação económico, bem como de inegável utilidade e ainda contemplar o interesse militar. É importante ainda assinalar, o valor acrescentado destas vias, dado que havia pleno isolamento das povoações devido à viação ordinária se encontrar com grande atraso para satisfazer as necessidades. Estes investimentos são de interesse financeiro, porque as povoações se encontram carentes e por outro lado verifica-se um manifesto progresso agrícola.

A linha de Portalegre vai fortalecer de forma acentuada e a diversos níveis a cidade de Portalegre, designadamente a componente Cultural, Industrial e Agrícola. O plano de construção de novas linhas a Sul do rio Mondego, foi bem estudado, para assim combater as necessidades a que carece a região, como também Setúbal e subúrbios. Na mesma data – acima referido –, a Secretaria de Estado dos Negócios das Obras Públicas, Comércio e Indústria, aprovou o plano seguidamente apresentado: Linha do Sul, de Cacilhas a Vila Real de Santo António, de Cacilhas ao Barreiro em construção, depois Barreiro, Pinhal Novo, Casa Branca, Beja Tunes, Faro, e de Faro a Vila Real de Santo António

ainda em construção, depois Tavira. Linha de Sesimbra, de Barreiro ou Seixal a Sesimbra. Linha do Sado, de Pinhal Novo ou Poceirão a Garvão, passa em Setúbal, Alcácer, Grândola e Alvalade. Ramal de Sines, de Grândola ou Alvalade a Sines, passa em S. Tiago do Cacém, Tunes, Faro e – de Faro Vila Real de Santo António ainda em construção – Tavira. O terceiro lanço de via da linha férrea do Barreiro a Cacilhas foi autorizado para a sua construção no dia 11 de julho de 1903.

in Livro de Legislação de 1881 a 1883, pág. 38 a 42 e 133 a 139 in Livro de Legislação de 1899 a 1904 dos Caminhos de Ferro do Estado, pág. 211 e 212 in Livro de Legislação de 1900 a 1902, 3º. Fascículo, pág. 266 e 267


história » alusão à geografia

Concelho de Viana do Castelo

Uma alusão à geografia de Portugal

por Domingos Costa domingosdacunhacosta@gmail.com

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ste é o mapa atual do Concelho de Viana do Castelo, todavia, antes de novembro de 1836 era sensivelmente metade. Não continha a integração das freguesias devidamente identificadas neste mapa.

jornal

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crónica » literatura

Cinco leituras para o Halloween

por Daniela Maciel dani18maciel@hotmail.com

A 31 de outubro comemora-se o Halloween, também conhecido por Dia das Bruxas. O termo tem a sua origem na expressão inglesa All Hallow’s Eve, significando «véspera de todos os santos», uma vez que é comemorado um dia antes do feriado de 1 de novembro. Para que possa comemorar da melhor maneira esta quadra festiva, apresento-lhe um conjunto de 5 excelentes livros para os leitores mais corajosos. Apresentá-los-ei ordenados do menos assustador para o mais assustador.

ra vista. Meses mais tarde, após um acidente que deixa Layla gravemente ferida, Leeds decide levá-la para a pousada onde se conheceram, na esperança de que ela recupere. Mas é então que coisas estranhas começam a acontecer... Não senti medo a ler este livro, não me assustei nadinha e houve até partes em que me senti divertida. Talvez alguns leitores possam ter alguns arrepios, mas não considero que a história seja assustadora. O final do livro é alucinante! Aconteceu algo que me deixou incrédula, a pensar «não, eles não vão fazer isto!», mas depois lembrei-me que estava a ler um livro da Colleen. Nessa noite, não aguentei e fiquei até mais tarde a devorar as páginas que me faltavam. Que final completamente maluco!

sem diagnóstico conhecido e considerado incurável. Cada pessoa que o tentou tratar foi levada à loucura ou ao suicídio. O que se passou, afinal? Quem é este paciente internado há mais de vinte anos? Porque é que todos se sentem aterrorizados na sua presença? O livro é cativante e conjuga muito bem a temática da saúde mental e da psiquiatria com alguns ingredientes de terror sobrenatural. É um livro ótimo para quem deseja explorar esta temática, mas não garanto que seja realmente assustador. Experimente! Poderá ter uma experiência bem diferente da minha.

estranho dom: a telecinética, isto é, a capacidade de mover objetos com a mente. É a descoberta deste dom que ajudará a jovem a levar a cabo uma vingança após um episódio de extrema crueldade e humilhação que vai vivenciar. A estrutura do livro vai alternando a narrativa com excertos de artigos científicos, notícias e alguns testemunhos que ajudam a criar um ambiente de terror e uma sensação de mau presságio. Sabemos que algo de muito mau vai acontecer, algo que deixou incontáveis mortes e que mudou para sempre aquela cidade. Abordando a temática do bullying e do fanatismo religioso, este é um livro que deverá ter sido muito original na época em que foi escrito.

“Carrie” Stephen King 2017

“Layla” Colleen Hoover 2021

Layla, de Colleen Hoover, é um romance paranormal, que nos apresenta Leeds e Layla, dois jovens que se apaixonam à primei-

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“O Paciente” Jasper DeWitt 2021

O Paciente, de Jasper DeWitt, narra a história de Parker, um psiquiatra que chega a um novo hospital e rapidamente fica interessado no caso de um paciente, internado desde os 6 anos,

Carrie, de Stephen King, foi o primeiro livro do mestre do terror e é de leitura obrigatória para os fãs do género. Foi originalmente publicado em 1974. Carrie é uma jovem de 16 anos que foi criada por uma mãe fanática pela religião e para quem tudo é pecado. Além disso, Carrie é também detentora de um

“Às Cegas” Josh Malerman 2018

Às Cegas, de Josh Malerman, apresenta-nos um mundo pós-apocalíptico onde uma espécie de epidemia fez com que as pessoas enlouquecessem e se matassem umas às outras. Havia teorias que diziam que a


crónica » literatura

loucura começava quando as pessoas viam algo. Desta forma, os sobreviventes viviam em casas com as janelas tapadas, as portas trancadas e só iam à rua de olhos vendados. Algo muito presente neste livro é a mestria de brincar com o terror psicológico, a forma como o autor provoca sensações quase palpáveis, que deixam o leitor verdadeiramente inquieto. Por momentos, é como se nós também estivéssemos lá, juntamente com as personagens, de olhos igualmente vendados e impossibilitados de olhar para o que nos rodeia. Não é que o livro tenha propriamente cenas chocantes ou violentas, quase tudo isso é sugerido ao leitor, o que pode tornar-se ainda mais assustador. E talvez tenha sido por isso que achei a leitura tão viciante! Foi, sem dúvida, um dos melhores livros que li dentro do género de terror.

qualquer amante de terror, que aborda a temática das possessões demoníacas e exorcismos. Regan McNeil é uma menina de 11 anos, normal e cheia de alegria, até começarem a ocorrer coisas estranhas com ela. A mãe leva-a ao médico, acreditando que a filha está apenas a chamar a atenção. Posteriormente pensa-se que ela poderá sofrer de outra patologia e Regan é sujeita a inúmeros exames, é vista por todos os médicos e psi-

quiatras da região, sem que nenhum consiga explicar aqueles comportamentos que, com o passar do tempo, se tornam mais estranhos e perigosos. Completamente desesperada, a mãe de Regan acaba por recorrer a um padre jesuíta, pois o problema da menina parece estar além da ciência e da racionalidade. As descrições do livro são excelentes, principalmente nos momentos de possessão, o que torna a leitura intensa e apavo-

rante. É difícil distinguir a imaginação da realidade e, mesmo para os leitores mais céticos, será um livro difícil de digerir. O final é absolutamente soberbo, violento e impressionante e penso que terá sido um dos melhores finais que já encontrei ao longo das minhas aventuras literárias. Tendo acabado de conhecer as minhas sugestões, já decidiu em que leitura vai mergulhar na noite de Halloween?

“O Exorcista” William Peter Blatty 2010

O Exorcista, de William Peter Blatty, é um clássico obrigatório na estante de jornal

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cinema » sugestão ao leitor

Julia Roberts

por Alcino Pereira alcinop@ipvc.pt

A

lterando ligeiramente o teor da minha rubrica de cinema, nesta crónica entendi notabilizar o desempenho da conceituada e indelével atriz norte-americana Júlia Roberts, que teve o ensejo de demonstrar todo o seu amplo prodígio, categoria e mérito para representação cinematográfica, tanto na prestação hábil na desinência do século XX, como no estupendo clímax que atingiu na transição secular e na sua merecida consagração no hodierno século XXI. Quais são então os predicados, que suscitou a minha satisfação, admiração e reconhecimento, acerca da sua interpretação e respetivas personagens, que fizeram catapultar os filmes e o seu élan protagonista para o sucesso? Sinergia entre a sua boa aparência e os enredos género comédia romântica: O primeiro filme que teve alguma repercussão nos média, sobejamente conhecido por “Pizza, Amor e Fantasia” de 1988, foi o veículo propulsor para Júlia Roberts, mostrar ao mundo, as suas características natas, designadamente o seu semblante formoso, o ar bucólico, um sorriso encantador, uma simpatia contagiante, uma espontaneidade ressonante e as suas linhas corporais com um recorte fino e cintilante,

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Richard Gere e Julia Roberts em Pretty Woman (1990)

efetivamente vitais para se singrar nesse tipo de rótulo lamechas. Portanto este filme (que não enche as medidas), foi muito apropriado para demonstrar esses atributos, em que ela encarna numa adolescente catita, na sua laboração quotidiana numa pizaria, em conjunto com duas amigas, sendo cotejada por várias contingências, especialmente na aquiescência imberbe ao romance, num registo obviamente prometedor. Arte de representação: Não sendo uma atriz vocacionada para entronizar uma figura, que revela uma dicção elaborada e polida, nem sequer com um discurso eloquente e efusivo, ela nesse capítulo esteve visivelmente mais predestinada para dar corpo uma personagem mais pragmática e incisiva, tanto no modo comunicativo ou reativo. Contudo acho que é na expressão do olhar, que reside o segredo do seu êxito, na maneira como geriu o seu jeito conspícuo e envolvente, com estados de alma que exprimem sentimento cristalino e emoção ao rubro, na entoação cap-

ciosa e persuasiva, e na protuberância da sua presença e afirmação, reiterando com esse aforismo, que o seu olhar profundo vale mais que mil palavras. Versatilidade e aptidão para ser cabeça de cartaz em filmes de antologia: Notando se a conjugação dealbada das suas intrínsecas valências, referidas nos dois pontos anteriores, essa veleidade traduziu se num tónico para a sua carreia, com um percurso irrepreensível, sendo uma atriz bastante requisitada, para participar em diversos filmes, produzido pelas mais prestigiadas produtoras de Hollywood. Não obstante a sua inclinação para os filmes de comédia romântica, ela foi terçando a sua tendência, para entrar em filmes mais impactantes, designadamente com condimentos dramáticos, de suspense, de ação e policiais, fazendo parelha com a gesta de ínclitos atores, e subtilmente gizando as suas personagens, com um nível honroso e uma homogeneidade sem paralelo. Mesmo que num âmbito ténue, tivesse que a espaços fazer o

papel de vilã, fê lo com um esgar discreto, sem ferir as suscetibilidades dos seus fans. Posto isto e não descurando os imensos filmes, onde Júlia Roberts se pontificou inequivocamente, indico aqueles que no meu entendimento, chamaram me mais a atenção e proporcionaram mais prazer. Pretty Woman (1990) é um filme de cliché de comédia romântica, que se caracterizou como um talismã para lançar Júlia Roberts na ribalta, no papel de uma jovem prostituta, com o nome de Vivian, revelando se impecável nessa pele, num perfil claramente sensual e leviano, impondo uma pose coquete, flausina e extravagante, fazendo o pleno graças à sua natural elegância e beleza. Imbuído numa espécie de rosário atrativo, ela consegue agradar tacitamente o abastado galã Edward Lewis, quando este estaciona subitamente o seu carro desportivo, em Hollywood Boulevard, numa zona onde impera o divertimento lascivo, sendo abordado pelo profis-


cinema » sugestão ao leitor

Denzel Washington e Julia Roberts em Operação Pelicano (1993)

sionalismo áulico de Vivian, que o ajuda a chegar ao seu destino, nas redondezas de Beverly Hills. Atendendo ao complexo negócio que Edward Lewis tem em mente, numa lógica de adquirir uma empresa de grande envergadura, para posteriormente a desbaratar e vender em parcelas distintas, normalmente sendo bem-sucedido com essa tração. Nesse ínterim ele contrata os serviços de Vivian, nas imediações do elitista Hotel Beverly Wilshire, para passar a noite com ele, com o intuito de o satisfazer o seu desejo líbido, além de o relaxar um pouco, tendo em conta o desafio avultado dos próximos dias. Após uma noite de amor profícua, Edward encantado com o estendal garboso de Vivian, estende o vínculo contratual com ela, durante seis dias, tendo necessidade duma companhia para os eventos e reuniões protocolares e comutativamente para colmatar uma declarada carência afetiva, oferecendo lhe uma verba considerável, para ela se dirigir a uma loja reputada e lá escolher uma indumentária condizente com o estrato fashion. Ao abrir as hostilidades, em torno dos meandros dos ne-

gócios, Edward vai sentido por parte dos proprietários da empresa, uma resistência categórica, numa senda de antagonismo inflexível, ao mesmo tempo que Vivian, vacila com a inerente distopia social, agravado com as pretensões arrivistas do advogado de Edward, ao ter intenções de se descartar de Vivian, pois acha que ela constitui um empecilho ao hipotético acordo comercial. Apesar dessa ecologia periclitante, Edward e Vivian, vão reforçando os laços de afinidade, na linha de uma paixão arrebatadora, que pode significar para ambos, uma metamorfose essencial para as suas vidas. Operação Pelicano (1993): neste thriller policial, Júlia Roberts brinda os seus aficionados, encaixando numa personagem resiliente e irreverente, mantendo o seu modus operandi tipo cool, mas que por força dessa proatividade seleta, mais conforme com as aspirações de uma estudante de 24 anos, enfia se numa ciclópica embrulhada, do foro político e criminal, que afeta os próceres que rodeiam a Casa Branca, podendo ser fatal para a sua sobrevivência.

Dando a sua esbelta cara a Darby Shaw, uma rapariga que evidencia uma túmida vocação por política, temas identitários e constitucionais, despertado pela influência do seu namorado professor de Direito Thomas Callahan. Ela ao travar conhecimento, sobre o inóspito assassinato duplo de dois Juízes do Supremo Tribunal dos EUA, faz lhe acicatar ainda mais o interesse por estes assuntos de estado, iniciando uma pesquisa pessoal, foscando em todas as instâncias, na qual no seguimento dessas verificações, dá origem a um documento com um conteúdo sórdido e escandaloso, que ela dá pelo nome de Dossier Pelicano. Nessa alegação paradigmática, ela enfatiza diante dos indícios apurados, que esses magistrados foram executados por uma conspiração provinda de um acérrimo financiador da campanha do Presidente dos Estados Unidos, visando a sua substituição por dois Juízes acólitos do Presidente, para permitir a extração de petróleo, numa zona protegida em termos ambientais, e que até aí esteve intocável graças aos acórdãos emanados pelos dois defuntos juízes. Ao partilhar com Callahan esta coloquial tese, este comunga com Darby nos argumentos que perfazem esta teoria sinistra, passando logo o subterrâneo documento ao seu amigo agente do FBI, Denton Voyles, que num ápice é transferido para as mãos do assessor mor da Casa Branca, o leonino Fletcher Coal. Fletcher com a conivência cínica do Presidente, que está metido até aos ossos nesta teia corrupta e insidiosa, ordena aos seus facínoras empedernidos, a eliminação de Darby Shaw e de todos aqueles que privou acerca do

dossier. Sendo alvo de inúmeros atentados, Darby fica estarrecida e azougada, notando se bastante frágil, com esses incidentes lutuosos e a infortuna morte do seu namorado, tendo que escapulir sempre no fio da navalha. Todavia num ato providencial, ela auxilia se no reputado e intrépido jornalista Gary Grantham, dando-lhe a conhecer a sua trágica história, obtendo uma coligação inédita, para desmascarar o carbúnculo golpe, que contamina o baluarte duma constituição democrática. O Casamento do meu melhor amigo (1997) é um daqueles filmes de cariz romântico, na qual Júlia Roberts aquilatou com um desempenho feérico e convincente, a adesão indiscutível ao top das minhas preferências, submetendo se a uma personagem fulcral e ubíqua, para o carrear das peripécias e o intenso epílogo da história. No papel de uma perita em Restauração, chamada Juliane, ela vai ter que dar tudo em 4 dias, até mesmo rasgar as vestes se for preciso, para evitar que o amor da sua vida e seu melhor amigo em ex aequo, Michael, se case com a estonteante estudante Kimmy, numa tomada de posição no mínimo insólita e inesperada para Juliane. A despeito de Michael e Juliane, terem tido em jovens um affair tíbio e pouco sólido, era mais que evidente o amor no ar, só que Juliane negligenciou esse romance, adiando a sua perpetuação e consumação, e depois foi claramente surpreendida, com essa notícia repentina. Ainda siderada com essa novidade, Juliane além de ser convidada para o casamento, é de uma forma forçada indicada como Madrinha de Kimmy, ficando se jornal

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cinema » sugestão ao leitor

Dermot Mulroney e Julia Roberts em O Casamento do meu melhor amigo (1997)

com a sensação que esse enlace não passa de uma união de conveniência, arrancada a ferros, pelo simples facto dos pais de Kimmy serem ricos. Ao deparar se com as particularidades evasivas do casal, e o aparato alegórico em torno dele, Juliane denota em Kimmy um gongorismo pueril, e em Michael uma ambiguidade obtusa que faz o casal divagar entre a excitação do momento e o azedume infantil, que deixa transparecer que a realização do casamento pode estar por um fio. Apoiada pelo seu amigo gay, que incentiva Juliane a declarar se a Michael num último suspiro, em vez disso, ela age minando o desenxabido noivado, com manigâncias e remoques, anPublicidade

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Julia Roberts e Lucas Hedges em O Ben Está de Volta (1997)

siando que estes surtem os devidos efeitos. O Ben está de Volta (2018): Este é o filme mais recente, que tive a oportunidade de assistir com a Julia Roberts, em que ela frisa com uma atuação realista e epidérmica, o que muitas mães angustiadas e inquietas passam, num suplício inominável, com a erosão dos seus filhos onerado pelas excrescências das malhas da droga. No papel

da dedicada Holy Burns, uma mulher de meia-idade, que aos poucos vai refazendo a sua vida, com um segundo casamento mais cooperativo e duradouro, que atenuou ligeiramente os traumas do passado, vê se momentaneamente outra vez regelada para um panorama hidra, derivado à aparição do seu perturbado filho Ben, na véspera de Natal, que devido a problemas congénitos e à sua dependência colateral pelo consumo de droga, esteve internado numa Instituição. Esse aparecimento indesejado de Ben, por força das marcas insanáveis que este deixou no seio familiar, regurgita o ceticismo no seu padrasto Neil e na sua irmã Ivy, aventando que a sua presença possa manchar mais uma vez a efeméride do Natal, instando com isso um estado de crispação impensável. Apesar de o ter recebido calorosamente,

Holy está ciente dos riscos enormes que se avizinham, fazendo jus a um controle mais apertado sobre ele, para evitar alguma recaída ou um ato tresloucado, antes de regressar para o centro de reabilitação. Almejando se uma conciliação familiar, na semântica Noite de Natal, com a inclusão de Ben a título excecional, uma ausência prolongada na celebração da tradicional Missa do Galo, comensura um assalto à residência dos Burns, fazendo ruir toda essa diapasão, como a queda de um baralho de cartas se tratasse. Sendo o cão de estimação da família, a vítima de rapto, Ben na companhia de Holy, encarregam se de recuperar o animal, brotando um despique avassalador entre Ben e os suspeitos deste inopinado incidente. Mas para Holy só existe um único escopo, que é salvar para sempre o seu filho, deste anátema intragável.


estudo » êxodo urbano

Estudo: Nova tendência de êxodo urbano

Cerca de 30% da população citadina pondera ir viver para meios rurais ●● Braga, Lisboa, Évora e Coimbra são os distritos onde é maior a vontade de trocar a vida da cidade pela do campo

●● Ponta Delgada, Beja, Castelo Branco e Viana do Castelo são os distritos em que mais portugueses afirmam sentir-se mais felizes no meio rural por Sónia Matos soniamatos@multicom.co.pt Multicom, Comunicação

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epois de décadas marcadas pelo êxodo rural, em que centenas de milhares de portugueses se deslocaram do campo para a cidade, a tendência parece começar a inverter-se com cerca de 30% da população citadina a considerar uma mudança para um ambiente rural, face aos cerca de 10% que, vivendo em zonas rurais estaria disponível a mudar-se para a cidade. Os distritos onde mais se verifica esta vontade de trocar a vida da cidade pela do campo são Braga, Lisboa, Évora e Coimbra, sendo Ponta Delgada, Beja, Castelo Branco e Viana do

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Castelo os distritos em que mais portugueses afirmam sentir-se mais felizes no meio rural de momento. Curiosamente, é a faixa etária dos 35-44 anos os que mais significativamente procuram este êxodo urbano, com 41% a afirmar que gostariam de trocar a cidade onde vivem por um ambiente rural. Os mais jovens são aqueles que menos procuram esta potencial mudança, atingindo mesmo assim 19% da população entre os 18 e os 24 anos que gostariam de mudar-se da cidade para o campo. As razões para que os portugueses considerem ou não mudar-se da cidade para o campo são muito variadas, entre os que afirmam estar satisfeitos no mundo rural, há uma

A Bloom Consulting

Criada em 2003, a Bloom Consulting é uma consultora especializada no desenvolvimento de estratégias de marca para Países, Regiões e Cidades. Com sede em Madrid possui escritórios em Lisboa e São Paulo e Londres. Para além de contar com casos de estudo em 5 continentes, a Bloom Consulting tem vindo a colaborar com a OCDE e a European Travel Commission, sendo ainda “Data Partner” oficial do World Economic Forum contribuindo para a elaboração do seu índice mundial de competitividade. A Bloom Consulting é “Data partner” oficial do World Economic Forum e contribui para a elaboração do seu índice mundial de competitividade turística.

clara inclinação para a valorização do estilo de vida no campo, para a calma e tranquilidade, qualidade de vida e acesso permanente à natureza e ar puro. Os que atualmente vivem no campo e procuram uma mudança para a cidade fazem-no essencialmente pelas oportunidades de negócio e emprego, enquanto os cidadãos citadinos portugueses que pensam numa potencial mudança para o campo, afirmam estar à procura de calma e tranquilidade, uma maior qualidade de vida próxima da natureza e pensam também na sua saúde, referindo o impacto da pandemia na sua forma de pensar. Ao longo dos últimos meses a Bloom Consulting realizou diversos estudos para entender a dimensão e os contornos destes

impactos, incluindo uma análise baseada nas variáveis do Bloom Consulting Portugal City Brand Ranking©, na procura documental e em inquéritos a mais de 1.000 perfis-chave nos 18 distritos portugueses, onde foi possível perceber as perceções e opiniões dos cidadãos nacionais não só acerca da gestão da pandemia nos municípios, mas também sobre mudanças de comportamentos, as novas exigências e receios em relação a trabalhar, viver e visitar os 308 municípios portugueses.

jornal

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crónica » caminho de santiago

E depois do Caminho?

por Francisco P. Ribeiro fportoribeiro@hotmail.com

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screvo este artigo de opinião no início de outubro de 2021, onde expresso o sentimento e a carga emocional no seu auge, após ter realizado o Caminho de Santiago (de Santiago a Finisterra, o caminho final). Posso acrescentar que este foi o segundo caminho deste ano, sendo que o primeiro foi feito em agosto passado (tem um artigo), nomeadamente, os caminhos do Tejo, para Fátima, num percurso que fiz sozinho. E posto estes caminhos todos, a questão que se coloca é: e o que fica para depois do Caminho? Quais as mudanças e o que acontece? Numa perspectiva pessoal, considero que a realização dos caminhos, sejam eles quais forem e estejam suportados por qualquer que seja a

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carga emotiva que nos motiva a iniciar o caminho, ajudam sempre à análise interna e à auto reflexão. Assim sendo, aproveito para deixar o convite à sua realização. Para quem já vivenciou a experiência de um Caminho, em dias seguidos, com variações climáticas, onde não regressamos à nossa zona de conforto (leia-se, ao nosso lar e para as nossas coisas), tendo que adaptar ao mundo que nos rodeia, sabe, seguramente, do que me refiro. É mais do que comum, para quem faz os caminhos, cruzar com pessoas que procuram, naquele “espaço” e nessa acção, em concreto, um milagre ou a simples resolução de algo, como que num simples acto de “magia” se resolva determinada situação que tanto nos incomoda. Mas não devemos esquecer que essa mudança acontece, de facto, mas só acontece dentro de nós e se o permitirmos, pois temos que ser nós os primeiros a gerar a diferença que procuramos nos outros (já Mahatma Gandhi dizia que “sejamos nós hoje a diferença que pretendemos ver no mundo amanhã”). Posto isto, a pergunta a fa-

zer prende-se com os nossos limites de tolerância e até onde, e até que ponto, estamos dispostos a ceder para dar lugar à dita mudança. Será que o nosso orgulho é tão grande que entorpece a nossa mente e a nossa ética? Porque valores nos pautamos de facto e quais são, efectivamente, as nossas prioridades? Todas estas perguntas floram na nossa cabeça e passam a ocupar as “bolhas” internas, que servem para ultrapassar as bolhas externas. Para quem já fez caminhos sabe que, durante os mesmos, criamos sonhos diversos e fazemos promessas múltiplas, muitas sem pensar. Prometemos ser mais éticos, ou deixar de fumar, reduzir na bebida, ser menos glutões, respeitar o(s) próximo(s) e por aí adiante. Mas depois da prova superada, reequacionamos as nossas prioridades, regressamos ao nosso “mundinho”, somos confrontados com a nossa realidade social e constatamos que, afinal, o caminho que parecia tão difícil, afinal, até era fácil. Resta-nos o sentimento que difícil é regressar à realidade e, por isso, considero (pessoalmente) que a verdadeira peregrinação começa no momento que deixamos o caminho e regressamos à “realidade”, termina apenas no início do caminho seguinte (onde somos, de facto, felizes e longe dos problemas). Agora, regressando ao cerne da questão e ao tema principal deste artigo, de facto, a questão que se coloca, após os caminhos é perguntar a nós (numa versão pessoal, com o nosso interior, e envolvendo o nosso ego) o que mudou dentro

de nós com o caminho e até onde estamos interessados em sermos a mudança que procuramos? De agora e para o futuro, como fazemos a diferença? Como já referi antes, e nunca é demais repetir, regressar do caminho, para mim, é a parte mais difícil. Regressamos para o que procuramos mudar, na esperança que uma visão externalizada permita uma mudança de perspectiva, um milagre ou que qualquer abracadabra resolva o que nos incomoda, aquilo pretendemos ver solucionado ou terminado, no limite, encontrar um ponto e vírgula. Infelizmente, somos confrontados com o facto que os problemas que deixámos para trás, na verdade, e sendo estes da mais diversa ordem, apenas foram “adiados” na sua resolução. Constatamos que o milagre não se realizou e que a magia não aconteceu (será?). Os problemas regressam, sendo que


crónica » caminho de santiago

por Américo Manuel Santos americosantos1927@gmail.com

POEMA

OUTUBRO Achei mesmo que eras minha Achei mesmo que eras minha Na minha virgem inocência Mas na verdade eu não te tinha Na minha saudável demência

a nossa visão dos mesmos é que pode ter sido corrigida, eventualmente (afinal houve mudança). A realidade é que os caminhos permitem uma certa “externalização” dos problemas, criando algum distanciamento dos factos, potenciando encontrar, possivelmente, uma possível solução. Se regresso com a mesma angústia, confesso que sinto alguma frustração. Por essa razão, não seria única a primeira vez que termino o caminho com vontade de estender o mesmo e permanecer nesse mundo que, de alguma forma, diria até, que é um mundo “encantado” por ausência de problemas (denominado a técnica da Avestruz, onde enterramos a cabeça na areia na esperança que a tempestade resolva os problemas por nós). Eventualmente, com o avanço da idade, estarei com menos tolerância aos aborrecimentos. Mas posto isto, e tendo regressado, agora como

agir? Pergunto-me muito sobre o que o caminho fez mim ou se permitiu que mudasse algo dentro de mim, de que forma o caminho contribui para a mudança de caracter, se reforço os meus valores e ética, se estou com mais segurança nas minhas competências e aptidões e se o meu orgulho reduziu permitindo que me torne num ser mais humano, mais amigo e fiel das minhas amizades, mais verdadeiro com os meus sentimentos, etc. É um mundo novo que encontro, depois do caminho, se o permitir alcançar (a opção é pessoal). Se continuar a repetir os mesmos erros, de que me valeu o Caminho? Até onde estou eu disposto a ceder, a perdoar e, até, a esquecer? Não somos todos um conjunto de coisas boas e más, um mundo de “yen e ian”, de luz e escuridão? Não será a vida como os interruptores, por vezes para cima, por vezes para baixo?

Achei que tinha encontrado o amor Finalmente depois de tanta espera Mas encontrei em ti apenas dor Pois afinal amor é que não era Achei mesmo que era contigo Que iria amar, como imaginei Que iria ser, para sempre abrigo Mas, na verdade eu me enganei Agora tenho uma raiva em mim Ressentido do que passei ao pé de ti E tantas vezes me sinto assim Raiva do que contigo sofri Achei que o meu amor por ti era uma cura Descobri que era uma doença e não normal Essa doença quase me levou à loucura E assim acabei sozinho no final

Estas podem ser as questões que nos acompanham no regresso do caminho e que, se me permitem, partilho neste artigo. Acabo de me revelar um pouco mais e serve para verem que afinal, serei igual a todos os outros. Nos textos anteriores procurei fazer uma análise ex-ante dos acontecimentos do ca-

minho, com a preparação e mentalização para tal. Agora, sinto que esta apreciação ex-post “fecha” este ciclo sobre os caminhos sendo que, tudo o que mais possa vir a escrever, são “fait divers”. A quem fez o caminho, ou vai fazer, fica o meu sentimento de companhia e sincera amizade. Obrigado. jornal

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boa mesa » boa conversa

Malaguetas e picantes

por Francisco P. Ribeiro fportoribeiro@hotmail.com

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desafio deste mês, que deixo ao(à) leitor(a) é, na mina perspectiva, reconfortante. O texto nada tem de disruptivo, apenas aproveito a oportunidade de uma nova publicação (Primavera 2021, n.º 1) da Revista Eggas, baseado no bem comer, bem beber e bem viver. Da minha seleção, escrevo sobre o que gosto e escolhi,

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estranhamente, bem o tema relacionado com comida. Em simultâneo, divulgo esta nova publicação que, na minha humilda opinião, tem imensa qualidade gráfica e de um conteúdo excepcional. Fica a recomendação, para consultar em eggas. pt um trabalho sob direção de António Souza-Cardoso (logo por aqui, indicia algo de bom) e cujo primeiro volume está uma “delícia”, diga-se. Das diversas propostas de artigos que a versão em papel apresenta (confesso que preciso da “coisa” física) a minha proposta para este texto compila dois artigos publicados nesta revista (primeira edição), com opi-

niões diversas e muito válidas. Escolhi escrever sobre algo que, isso sim, é disruptivo, nomeadamente, sobre malaguetas e comida picante (sem falar de comida oriental). Como vegetariano e guloso que sou, confesso, e apreciador de bons momentos, se possível, acompanhado de boa comida, procuro experiências gastronómicas que tornem uma refeição agradável e que estimulem à conversa. Boa mesa e boa conversa, dá sentido à vida e alegram os nossos dias, agora que regressamos ao normal. Posto isto, e dos diversos textos, nesta primeira edição, identifico aqueles para os quais encontro re-

ferências de conforto para apreciadores do “bom garfo”, que valorizam a comida estimulante, tanto no sabor como na apresentação, e de preferência com um travo algo picante, ajudando a despertar os sentidos (cheiro, paladar e visão –os olhos também comem), transportando para sensações diferentes. Segundo Ricardo Dias Feiner, e subscrevo, as malaguetas dão bom sabor. Considera que, ao contrário do mito, as malaguetas trazem complexidade à comida, por via do palato (gosto), olfato (nariz) e apresentação (visão, estimulando as cores), faz sobressair todos os outros sabores da igua-


boa mesa » boa conversa

ria que é servida. E essa realidade aplica-se a pratos doces ou salgados. A limitação é das pessoas que tem pouca tolerância ao picante, causando desconforto e dor, porque existem pessoas que serão menos tolerantes à capsaicina (a característica do picante, sendo um componente ativo de plantas pertencentes ao gênero Capsicum). Há naturistas que defendem que a capsaicina ajuda a emagrecer e há receitas com pimenta rosa (e outras) específicas para tal. Para mim, não resulta se não vejamos, como emagreço comendo uma mousse de chocolate com pimenta ou com piripiri? É de comer e chorar por mais (literalmen-

te). Mas continuando o tema da cpasaicina, este componente activo transmite informação aos receptores, instalados junto às palias gustativas, que fornecem ao cérebro uma informação semelhante a queimadura, fazendo com que os batimentos cardíacos acelerem, o suor aumente o organismo e as endorfinas e a adrenalina espalham-se da cabeça aos pés. O autor diz, e bem, que a falta de água estimula o desenvolvimento dos picantes tornando-os mais picantes e fortes (à semelhança dos catos). Destaca, ainda, que o que distingue as malaguetas das pimentas picantes, do jindungos e de outros, depende do país e da ortografia, sendo quase certo que estaremos a falar da mesma coisa, mas com nomes diferentes (já não concordo tanto). O que é um facto é que, em termos físicos, estes produtos distinguem-se pelo pedúnculo ou pelo cálice. Em Portugal, o picante é sinónimo de malagueta, mas esta é, apenas, uma espécie de pimento picante. Se repararmos, em África, é notória a paixão pelo jindungo e pelo sacana, nomes diferentes para a Capsicun frutescens, ambos com níveis de capsaicina muito altos. São produtos oriundos na América do Sul e de África, fruto da globalização sentida aquando dos descobrimentos. O resultado reflete-se em Goa (India), que foi a primeira região asiática a conhecer os encantos destes produtos com os primeiros registos da presença de malaguetas sendo, ainda hoje uma das regiões mais devotas aos pimentos picantes, em toda a Ásia, e desde 1520. Os primeiros frutos terão sido levados nas caravelas portuguesas, a

partir das Américas. Desde então, as sementes foram-se espalhando pelo sudeste asiático, entraram na Indonésia e na China, o maior produtor destes artigos do mundo. Já os espanhóis, por sua vez, introduziram este artigo em Espanha e na Europa, refletindo-se no cultivo de variedades riquíssimas, como é o caso dos pimentos de Padrón (Galícia), trazidos do México por um monge franciscano, e do pó doce de Múrcia, feito à base de pimentos ñora. Já em Portugal, por via das Índias orientais, tivemos sempre acesso à pimenta preta e a outras especiarias, artigos que não partilhávamos com os espanhóis, excepto por contrabando. De acordo com o autor, e aqui eu enquadro-me, em Portugal, o cultivo do piripiri é feito por piada, quase carolice (planto na minha varanda, várias espécies e qualidades, potenciando grandes conversas e dissertações). O autor questiona, e com razão, sobre a denominação adequada a dar a estes produtos. Serão piripiri, malaguetas, pimentas (como dizem os espanhóis)? Podem, ainda, ser chiles (para os mexicanos) ou ajís (para os peruanos). A malagueta é do género e

variedade da afromomum melegueta, sendo que o termo piripiri deriva da língua suaíli (África), mais em concreto, do norte de Moçambique (onde nasci) e transportada para Portugal. Já Manuel Serrão, no seu texto “prefiro picante” refere, sendo ele um bom garfo do norte do país, escolhe tudo o que lhe dá pica (tal como eu), referindo-se o autor ao picante, em concreto. Para tal, faz uso de uma frase de Fernando Pessoa, adaptada ao picante, onde diz que “primeiro estranha-se, depois entranha-se”. Manuel Serrão refere que o picante permite que a comida fale connosco ou, em opção, que nos deixam a falar sozinhos (azar dos Távora, referindo que que não devemos cair no pecado mortal de juntar a soberba à gula (o orgulho não dando parte fraca, quem nunca caiu nessa tentação). A revista está absolutamente deliciosa e com muita qualidade de impressão, fica a recomendação. Será possível encontrar artigos para todos os géneros e gostos, ficando aqui o desafio. No global, este projeto colabora com a economia nacional, revelando o que de melhor há, em termos de gastronomia e vinhos. Sugiro.

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jornal

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local » rio cávado

Barcelos e a navegabilidade do rio Cávado, num passado longínquo

por Domingos Costa domingosdacunhacosta@gmail.com

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través de consulta do Conselho das Obras Públicas, vou dissertar acerca do melhoramento de navegação no rio Cávado. Sancionando o Decreto das Cortes que autoriza o Governo mandar proceder aos estudos para o melhoramento da Barra e navegação do Rio Cávado”. “Dom Pedro, por graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves, faz saber a todos os Nossos súbditos, que as Cortes Gerais decretaram,

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e Nós Queremos a Lei seguinte: Artigo 1º. – Sua Majestade El Rei, autoriza o Governo a efetuar estudos e orçamentos para obras necessárias no sentido de melhorar a Barra, como também restabelecer a navegação do rio Cávado desde a Foz até muito próximo da cidade de Braga. Artigo 2º. – Proceder a obras convenientes para facilitar a circulação fluvial que presentemente não tem lugar devido a obstrução do rio. Artigo 3º. – o Governo liquida as despesas das obras do rio, valendo-se do imposto concebido através de Alvará de 20 de fevereiro de 1795. Se houver saldo em favor do Tesouro Público, será este restituído através de proposta no Orçamento

para as obras na barra assim como da navegação do rio. Artigo 4º. – É igualmente o Governo autorizado a instituir um plano de trânsito relativamente aos barcos que navegam no Cávado só depois das obras realizadas, dando de seguida conhecimento às Cortes do uso que se fizer desta autorização na primeira Sessão Legislativa depois de decretado o imposto. Artigo 5º. – Fica revogada a Legislação em contrário, e em função do referido será mandado a todas as Autoridades com interferência no caso, para que cumpram e façam cumprir na integra o exposto. É apelado para que “…o Ministro e Secretário de Estado dos Negócios das Obras Públicas, Comércio e Indústria a faça imprimir,

publicar e correr. Dada no Paço, aos 2 de setembro de 1857”. Apresento de seguida: - Carta de Lei pela qual “Vossa Majestade, tendo sancionado o Decreto das Cortes Gerais de 25 de junho de 1857, que autoriza o Governo a mandar proceder aos estudos necessários para melhoramento da barra e restabelecimento da navegação do Cávado, assim como o fazer empreender desde já as obras convenientes para facilitar a circulação fluvial, que não pode ter lugar pela obstrução do rio, e promulga várias outras providências relativas a este assunto; o Manda cumprir e guardar como nele se contem, tudo pela forma retro declarada. Para Vossa Majestade ver. – Rodrigo Vicente de Paula da Silva Freitas a fez”.


opinião » a ditadura

A ditadura da democracia

por Américo Manuel Santos americosantos1927@gmail.com

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m Portugal vivemos no passado uma ditadura protagonizada pelo ditador Salazar durante bastantes anos. Atualmente em Portugal vive-se uma “democracia”, mas está a passar-se por um problema que é a consequência de tanto tempo de ditadura. Muita gente a fazer tudo o que quer sem ter as consequências do que faz, e perguntam vocês o que é que isso tem a ver com a ditadura? O facto de temos vivido em ditadura faz com que qualquer limitação à liberdade seja vista com alguma relutância, começando logo pela pena máxima de prisão em Portugal (faz-se o que se fizer “apanha-se” sempre, no máximo, 25 anos de cadeia). Banqueiros a “roubar “

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o dinheiro dos seus clientes e não são logo presos, antigos primeiros-ministros, antigos Ministros e autarcas a fazerem uma série de falcatruas e continuam em liberdade , pedófilos que quando apanhados não vão logo presos, médicos acusados de negligência médica a quem nunca acontece nada (nem uma suspensão nem um castigo NADA), agressores que batem nas mulheres e continuam em liberda-

de, juízes que não avaliam bem as situações de violência doméstica que nem uma repreensão levam, casos em tribunal que se prolongaram (por causa anos e anos de recursos) sem nunca se decidir nada(e principalmente ninguém fica preso), idosos ameaçados e espancados por vizinho que vai a tribunal condado a pagar indemnização que nunca paga e continua a espancar e ameaçar e nunca acontece nada, assaltos em certas zonas onde ninguém é apanhado ou vai preso (onde até juntas de freguesia e estações dos correios são assaltados), uma assistente social que maltratou crianças agora apanhada e a pena máxima que pode apanhar de prisão são 6 anos, um homem, é agredido quase até à morte e os seus agressores nunca passaram nem um dia na prisão, dois homens violam uma mulher numa discoteca e ela que é culpada segundo o juiz só

porque estava embriagada, um treinador de guardas mata inadvertidamente uma formanda vai a tribunal e é condenado “apenas” uma pena suspensa de 3 anos e seis meses quando a pena máxima seria de 5 anos de prisão efetiva e continua a ser instrutor como nada tivesse acontecido. Estes são apenas alguns dos muitos exemplos de casos em que a limitação de liberdade deveria acontecer e não acontece e que dá aos perpetradores uma sensação de impunidade como consequência de continuarem a fazer as coisas que fazem sem nunca serem responsabilizados pelos seus atos. Para além dos exemplos acima referidos que exemplificam as baixas penas de prisão existentes em Portugal há outros exemplos como: para um abuso sexual de menor (adolescentes)a pena máxima é de 8 anos, Enfim, é a democracia que temos. jornal

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saúde » questões sobre a ansiedade

Perceber a ansiedade

por Ana Sofia Portela enf.anasofia@gmail.com Enfermeira especialista em Enfermagem Comunitária USF Aqueduto – ACES Vila do Conde/Póvoa do Varzim

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ansiedade é um mecanismo natural de resposta e defesa do nosso organismo a um evento stressante. Neste sentido, a ansiedade faz parte da vida psicológica normal e ajuda as pessoas a lidar com situações potencialmente desagradáveis para si (alguns exemplos são a preocupação com eventos específicos do dia-a-dia como uma prova ou exame ou uma entrevista de emprego). A ansiedade pode manifestar-se com sintomas como palpitações (sentir o coração a bater mais acelerado), tonturas, desconforto no peito, tremores, transpiração au-

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mentada, diarreia, enjoos, dores de cabeça, tensão muscular, irritabilidade, dificuldade em dormir e sintomas inespecíficos comummente conhecidos como “nervos”. Diz-se que a ansiedade é uma perturbação (doença) quando ocorre constantemente no dia-a-dia do indivíduo, de uma forma não contextualizada ou na ausência de uma situação de stress, bem como, quando a sua intensidade e duração não correspondem à causa que os provocou e quando compromete a vida social e laboral, interferindo com as atividades normais do dia-a-dia. Trata-se de uma perturbação relativamente frequente, podendo ocorrer em qualquer idade. A perturbação da ansiedade inclui várias formas: a ansiedade generalizada quando ocorre uma preocupação excessiva e não controlável nas diversas situações da rotina diária; a ansiedade social, na qual o indivíduo evita situações sociais pelo receio excessivo em sentir-se julgado/humi-

lhado pelos outros; a perturbação de pânico, crises de sensação de loucura ou de morte iminente com ansiedade e medo intensos e sem causa aparente; a fobia específica a determinados objetos ou situações (como andar de elevadores) que geralmente não causam sintomas à maioria das pessoas mas que levam ao evitamento irracional e inapropriado pelo doente; a perturbação obsessivo-compulsiva com pensamentos recorrentes e persistentes com ansiedade elevada (obsessão) e que levam a comportamentos específicos para aliviar os sintomas (compulsão) e a perturbação de stress pós-traumático onde ocorre a recordação de uma situação traumática que é frequentemente vivida de forma intensa após vários meses ou mesmo anos. Assim é importante que fale com o seu Médico/Enfermeiro de Família se os seus sintomas são muito intensos e incómodos, se interferem com o seu trabalho ou com a relação com a fa-

mília e amigos, se apresenta um medo exagerado perante algumas situações, como estar fora de casa, num shopping, ou andar de transportes públicos, se repete várias vezes as mesmas ações como lavar constantemente as mãos, verificar várias vezes se desligou o gás ou as luzes ou perante qualquer dúvida que apresente. Independentemente da sua ansiedade ser ou não uma patologia, é fundamental que conheça estratégias que possam ajudar a controlar os sintomas e a melhorar a sua saúde mental: pratique exercício físico (exemplos: ioga, ginásio ou caminhadas), tenha uma alimentação saudável, durma horas suficientes para se sentir bem, evite a cafeína, álcool e drogas (que podem precipitar as crises), tenha tempos de lazer e descanso, relativize os seus problemas e partilhe as suas preocupações com a família e amigos e procure passar mais tempo com eles. As Perturbações da Ansiedade têm tratamento, procure ajuda, sinta-se bem!


religião » biografia

Extratos da vida da Irmã Maria da Conceição Pinto Rocha

Homenagem do centenário de nascimento de Maria da Conceição Pinto da Rocha, a “Serva de Deus”

por Domingos Costa domingosdacunhacosta@gmail.com

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o centenário do nascimento – ocorrido a 16 de dezembro de 1889 de Maria da Conceição, o Jornal “Notícias de Viana”, agraciou a “Serva de Deus” com uma honrosa mensagem, abrangendo a sua Vida e Obra. Com sentido inteiramente religioso, aborda o Processo de Canonização da distinta lutadora, iniciando por enaltecer as “virtudes humanas e cristãs” assim como do “processo de canonização” de Maria da Conceição. Sobre a canonização e virtudes humanas cristãs, D. Armindo Lopes Coelho aquando da Santa Missa por si presidida na Sé Catedral – repleta de fiéis -, referiu que quando é iniciado o processo de canonização, “é sujeitar à luz nua e pura da Verdade a vida que foi acontecimento eclesial e social do seu tempo”, em posição de destaque, é referido que participou na eucaristia o Governador Civil Sr. Roleira Marinho, o Presidente da Câmara em exercício Dr. Carlos Ba-

tistas e o Vereador Ilídio Brasio; anota ainda que na Santa Missa, concelebraram 24 sacerdotes e o coro de crianças a cargo do Pe. Doutor José da Silva Lima. No fim da Liturgia, D. Armindo dirigiu-se de novo aos fiéis dizendo haver fortes razões justificatórias para celebrar o centenário – mesmo falecida – de alguém merecedora do Processo de Canonização por nós aberto no dia 15 de junho de 1989, por isso regozijamo-nos em celebrar o “centenário como acontecimento eclesial relevante”. Também, a 21 de junho de 1989 o jornal “Diário do Minho”, escreve uma crónica a favor de Maria da Conceição Pinto da Rocha a “Serva de Deus” com o título “Igreja Viva” e subtítulo “A Caminho dos Altares”. Inicia por destacar o dia 15 de junho como “dia grande” da Diocese de Viana do Castelo, bem como para o “Instituto das Irmãs Reparadoras Missionárias da Santa Face”. Faz referência que na Cúria Diocesana de Viana do Castelo - com a presença das entidades suprarreferidas -, fez um retrato preciso sobre a vida de Maria da Conceição, também destacou a importância na Igreja de seu irmão Pe. Sebastião Pinto da Rocha, SJ, “…grande devoto

e pregador do Coração de Jesus a quem o Episcopado Português entregou a missão de levar por diante a construção do Monumento a Cristo Rei, em Almada”. É sublinhado que a vida da “Serva de Deus” é claramente “…uma verdadeira contemplação. Consciente da sua fragilidade oferece-se a Deus para que os homens se abram ao Redentor. Dá-se uma troca! Ela aceitará toda a dor para que os homens se abram ao amor. Como ela própria escreveu, este mistério de ser vítima: ‘e ser espécie de pão onde Ele se oculta, num reinado eucarístico, na fragilidade da natureza humana’”. Salienta que em silêncio a “Serva de Deus” entrega-se totalmente “ao mistério de Deus”, que “vive identificada com Cristo em trabalho humilde, discreto, mas profundamente redentor. (…) Sobe com Ele uma larga caminhada de ‘Calvário’, sempre no silêncio e em oferta redentora”. Revela que após os requisitos necessários a pedido do Bispo D. Armindo Lopes Coelho, Bispo de Viana do Castelo, a “Congregação para a Causa dos Santos, em carta datada de 10 de maio de 1988, concede o ‘Nichil Obstat’” a fim de iniciar a “Causa de Canonização”. Prezado leitor, finalizo com palavras Espirituais

do autor da notícia do jornal “Diário do Minho”: “Queira Deus que esta Causa de Canonização possa ir por diante para nos podermos alegrar um dia, ao vermos nos altares, tão grande e extraordinária Senhora que é uma glória para a jovem Diocese de Viana do Castelo e para toda a Igreja em Portugal. As Irmãs Reparadoras Missionárias da Santa Face, juntamente com as Agregadas, Leigas Consagradas que vivem o mesmo Espírito de Reparação, sonham alegremente ao ver a sua Fundadora a caminho dos Altares”.

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escrita » poesia

Lembrai-vos de mim meus Amores e Eternas Flores

por Manuel Gomes Colaborador Convidado

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embrai-vos de mim meus Amores e eternas flores: porque um dia a maioria de nós, irá separar-se uns dos outros, neste mundo não somos eternos, mas apenas peregrinos a caminho de uma nova Pátria. Vamos sentir saudades. Uns dos outros e das nossas conversas atiradas para fora dos nossos caminhos. Mas as descobertas que fizemos os sonhos que tivemos e os sorrisos belos e lindos que partilhamos, para mim serão eternos. Lembrai-vos de mim meus amores e eternas flores: porque um dia quando eu partir levarei saudades dos momentos de alegrias e tristezas que passamos e das nossas eternas amizades, nada esquecerei, porque o meu amor por vós é eterno nunca acabará, a minha amizade por vós continuará para sempre. Hoje eu tenho a certeza disso, apesar de saber que cada dia que passa é menos um dia da nossa peregrinação na terra, poderemos ir uns para cada lado sermos ami-

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gos reais ou virtuais, mas será sempre o meu destino e a minha maneira de ser, sereis eternamente os meus amores e eternas flores. E quando perdemos um dos nossos amores ou uma das nossas flores: são as tristezas que envolvem a nossa alma que está amarguradamente numa dor profunda, ai vai passar dias meses e anos sem nós podermos contactar, mas são coisas da nossa vida, mas um dia nós encontraremos de novo, na nova Pátria, aonde há harmonia e vida e jamais haverá separação ai passaremos a ser eternos. Vamo-nos perder no tempo, desta nossa peregrinação na terra, mas não nos perderemos na eternidade. Lembrai-vos de mim meus amores e eternas flores: porque um dia os nossos filhos ao verem os meus escritos e as fotografias dirão; eram os amigos a quem o meu pai chamava de eternas flores a quem ele próprio tinha uma profunda amizade. E por fim aqui fica um eterno pedido aos meus amores e eternas flores, deste vosso amor e humilde amigo: Não deixeis que a vossa vida passe em branco com as pequenas adversidades da vida e sejam causa de grandes tempestades. Porque eu não poderia suportar tão grande dor e enlouqueceria, se tivessem morrido todos os meus amores e as minhas eternas flores.


escrita » poesia

Lembrai-vos de mim meus Amores e Eternas Flores Lembrai-vos de mim meus amores e eternas flores... E quando ouvirem o pranto das rosas: Sou eu a chorar por vós; E quando nos vossos sonhos, Não sentirem a ternura do meu coração. Quando o silêncio gritar... Sou eu amores e eternas flores do céu a chamar por vós: Quando ouvirem um triste fado; São os acordes da minha triste solidão. Lembrai-vos de mim meus amores e eternas flores... Quando a noite chegar e o sol se esconder; Quando ouvirem o pranto da madrugada: É o eco das minhas saudades. Quando sentirem na vossa boca o perfume das rosas... Sou eu meus amores e eternas flores a morrer; Quando ouvirem o meu nome: Esquecei-o que para mim já se fez eternidade. Lembrai-vos de mim meus amores e eternas... Quando a minha poesia não gritar os meus lamentos; Quando as minhas mãos nas vossas arrefecerem: Sou eu amores e eternas flores a partir. Quando meus olhos ficarem mudos... E apagados de luz sedentos; E quando sentirem umas lágrimas: São lágrimas da minha alma por vós a sorrir. Lembrai-vos de mim meus amores e eternas flores... Quando de mim nem um poema restar; E como os meus dedos estão inertes: Porque se esfumarem nas poesias. Quando na minha boca se calarem as palavras... E eu deixar de sonhar? Quando sentirem umas lágrimas: Sou eu que vou partir com as rosas. Lembrai-vos de mim meus amores, e eternas flores... Quando ouvirem os meus lamentos: Quando sentirem no vosso corpo o calor; É o calor do meu amor por vós meus amores, e eternas flores. Quando os vossos olhos chorarem... Sou eu que vou partir com o vento; Quando escutarem o silêncio? Sou eu que estou a sonhar convosco meus amores, e eternas flores. Lembrai-vos de mim eternas meus amores, e eternas flores... Quando há noite olharem para a lua: sou eu; É o meu rosto que vocês vêm! Envolto num sorriso do meu olhar. Quando vocês adormecerem... Recordem quem por vós se perdeu? Senti-me nas gotas de chuva: Quando a saudade tocar em vós; Lembrai-vos de mim meus amores, e eternas flores. jornal

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saúde » cancro da mama

13 de outubro, Dia Mundial do Cancro da Mama Metastático

Campanha Pfizer ajuda a (con)viver com Cancro da Mama Metastático ●● Para assinalar outubro, mês de Luta contra o Cancro, e contribuir para a desmistificação do Cancro da Mama Metastático, a Pfizer Portugal vai estar no ar com a campanha “Eu e o Cancro da Mama Metastático”, uma iniciativa que pretende ajudar a (com)viver e a compreender a doença.

por Rita Jordão ritajordao@multicom.co.pt Multicom, Comunicação

A

campanha centra-se no site Eu e o Cancro da Mama Metastático e será divulgada online, no Youtube, na rede de Mupis de Lisboa e Porto e em Multibancos, um pouco por todo o País. No website Eu e o Cancro da Mama Metastático encontram-se temas tão distintos como diagnóstico, tratamentos, emoções, saúde, relacionamentos, escolhas e recursos. Dedicado a pessoas com cancro da mama metastático, ajuda-as a compreender a doença, através da informação, e contribui para a sua integração na sociedade pós-diagnóstico. Pode ser visitado em www. eueocancrodamama.pt. Para além do site, em língua portuguesa, a campanha disponibiliza um guia com mais de 120 páginas que, tal como o site, dá respostas às perguntas mais urgentes relacionadas com o diagnóstico, o tratamento, as emoções, a saúde, os relacionamentos e o trabalho. O guia dá ainda a possibilidade de, ao longo de várias páginas, se registarem no-

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saúde » cancro da mama

Pfizer Inovação que transforma a vida dos doentes Na Pfizer, aplicamos a ciência e os nossos recursos globais para melhorar a saúde e o bem-estar das pessoas em todas as fases da vida. A cada dia, trabalhamos nos países desenvolvidos e em desenvolvimento para conseguir a prevenção e o tratamento das doenças mais temidas do nosso tempo e responder de forma mais eficaz às necessidades médicas não satisfeitas. O nosso diversificado portfólio inclui medicamentos de uso humano, biológicos, pequenas moléculas e vacinas. Colaboramos com profissionais e autoridades de saúde de forma a garantir o acesso aos nossos medicamentos, procurando assumir uma voz ativa no desenvolvimento e na prestação de cuidados de saúde de qualidade e acessíveis a todos. Na Pfizer, trabalhamos há mais de 171 anos para fazer a diferença na vida de todos os que confiam em nós. Para saber mais visite www.pfizer.pt

tas, questões e sentimentos, como se de um diário se tratasse. “A informação tranquiliza-nos, permite-nos tomar decisões ponderadas, dá-nos poder. Site e guia contribuirão de forma decisiva para que as mulheres percebam que, apesar da doença, está nas suas mãos determinar como desejam viver a sua

vida”, afirma Susana Castro Marques, Directora Médica da Pfizer Portugal. Para esta campanha, a Pfizer conta com o apoio das associações: Ame e Viva a Vida; Amigas do Peito; Associação de Mulheres com Patologia Mamária; EVITA, Mama Help; Careca Power; Partilhas e Cuidados; Viva Mulher Viva.

O que é o Cancro da Mama Metastático? Muito se sabe sobre o cancro da mama, o cancro mais frequente entre o sexo feminino, mas poucos conhecem os desafios e as necessidades de quem vive com a doença numa fase mais avançada. Fala-se de cancro da mama metastático quando a doença se disseminou para além do tumor primário, neste caso na mama, para outras partes do corpo. Nestes casos, à semelhança do que acontece com outras doenças crónicas, a pessoa terá de (com)viver com o cancro para sempre. Os progressos científicos têm-nos apresentado cada vez mais opções de tratamento, que proporcionam uma vida mais longa e com maior qualidade para muitos doentes. Por se tratarem, na maioria dos casos, de pessoas em idade ativa, quer a nível profissional, quer familiar, o apoio e a sua (re)integração na sociedade no pós-diagnóstico é essencial. Um período em que o acesso à informação se revela crucial.

13 de outubro | Cancro da Mama Metastático em vídeo Para assinalar o dia 13 de outubro, os colaboradores da Pfizer Portugal voltam a contar histórias baseadas em casos reais de doentes portugueses. Um vídeo institucional com o intuito de partilhar uma nova perspetiva sobre a qualidade de vida que os doentes com Cancro da Mama Metastático podem ter. O vídeo traz-nos histórias inspiradoras de quatro doentes diagnosticados com Cancro da Mama Metastático. Nesta iniciativa, os colaboradores da Pfizer Portugal dão voz às diferentes realidades e experiências desde o primeiro dia do diagnóstico até ao momento dos tratamentos. O desafio foi criar um vídeo informativo com uma perspetiva positiva sobre a qualidade de vida que é possível existir. São os colaboradores da Pfizer quem conta as histórias porque estes doentes estão demasiado ocupados a aproveitar a vida”. jornal

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necrologia

82 anos

Agência Funerária

AGRADECIMENTO

Tilheiro

Maria da Glória Félix Dias

Tel: 258 971 259 Tlm: 962 903 471

Aldreu – Barcelos Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

www.funerariatilheiro.com Barroselas

A Família

67 anos

79 anos

86 anos

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Maria Lucinda da Costa Rocha

Graciano Martins Pereira

Armindo de Sá Afonso Vieito

Barroselas – Viana do Castelo

Tregosa – Barcelos

Aldreu – Barcelos

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

A Família

A Família

96 anos

80 anos

84 anos

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Prazeres de Oliveira Carvalhosa Queiroz

Alexandre da Costa Gorito

Torcato Martins Maciel

Balugães – Barcelos

Barroselas – Viana do Castelo

Barroselas – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

A Família

A Família

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necrologia

89 anos

89 anos

97 anos

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Rosalina Pereira da Silva

José Maria Lima da Rocha

Maria de Jesus Silva Coutinho

Carvoeiro – Viana do Castelo

Carvoeiro – Viana do Castelo

Barroselas – Viana do Castelo

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

A Família

A Família

72 anos

79 anos

99 anos

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Fernando de Oliveira Vieira

Faustina Martins Morgado Lages

Joaquim Gonçalves Vicente

Barroselas – Viana do Castelo

Fragoso – Barcelos

Balugães – Barcelos

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

Sua Família, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de alguma forma os acompanharam na sua dor.

A Família

A Família

A Família

Teatro Municipal Sá de Miranda

Viana do Castelo

Rua Sá de Miranda

AI Minho

qua 10/11 — sáb 20/11

sex 26/11 e sáb 27/11

Festival de Teatro de Viana do Castelo

9º Rali de Viana do Castelo

org. Teatro do Noroeste

org. CAST - Clube Automóvel de Santo Tirso

jornal

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