O Vale do Neiva - Edição Maio 2015

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Propriedade: A MÓ · Associação do Vale do Neiva (Cultural, Património e Ambiente) | Barroselas Maio 2015 | Mensal · Nº13 · Gratuito · Versão digital

Entrevista · Página 16

Entrevista exclusiva do Padre Marçal ao ‘Vale do Neiva’ Durrães e Tregosa A estreia da nova temporada no TeatroNeiva arrastou uma multidão a Tregosa Página 5

Neves Festa da Páscoa no Vale do Neiva Página 6

Opinião Senhorios obrigados a passar recibos eletrónicos das rendas PUB.

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Editorial

Poesia

Ana Lima

José Serra

Esta edição de maio do Jornal O Vale do Neiva marca o primeiro aniversário após a sua reativação em formato digital. À medida que fomos crescendo, de edição para edição, fomos aferindo a importância crescida deste meio para as gentes do Vale do Neiva e também para os nossos conterrâneos que, por diversas razões, tiveram que se ausentar da terra que os viu crescer, em prol de um futuro melhor. Foi um ano de mudança, desafios, partilha, decisões, alegrias, definições, enfim, um ano muito enriquecedor. Temos presente que ainda estamos no início e que muitos aspectos podem ser melhorados. É com este espírito que iremos continuar a trabalhar de forma contínua em cada edição. O nosso muito obrigado a todos, aos que ao longo deste ano participaram neste projeto, a todos os nossos parceiros e um agradecimento muito especial a si, nosso leitor!

Vamos envelhecer, vamos, Vamos envelhecer. Olha ali aquela velha de cabelos brancos... Não é essa; É a outra. Vês? Vamos envelhecer como ela. Se calhar com menos cabelos, Mas com o mesmo branco pérola. É tudo uma questão de tempo E de mais ou menos cabelos

Crónica/Opinião (frase do mês)

“A arte não avança, move-se”

José Saramago (1922-2010)

Ficha técnica | Diretora: Ana Patrícia Lima Redação: Domingos Costa · José Miranda · Manuel Lima · José Rafael Soares · Eduarda Alves · Rogério Braga Colaboradores: Elisabete Gonçalves Design e Paginação: Isabel Queiroga Contacto redação: Rua do Sião, Apartado 20 - Barroselas · redajornalvaledoneiva@gmail.com Periodicidade: Mensal Formato: Digital Distribuição: Gratuita Os artigos de opinião são da inteira responsabilidade dos seus autores, podendo ou não estar de acordo com as linhas editoriais deste jornal.


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1º Aniversário do Jornal “Vale do Neiva”

Feliz Aniversário Parabéns ao Jornal O Vale do Neiva pelo seu 1º Aniversário em online. Ainda és bebé, mas apercebo-me que vais ser gigante, não só pelos teus interessantes conteúdos, mas também pela tua isenção e transparência. A equipa jornalística que te prepara, revela capacidades para te

orientar, fazendo de ti um jornal maduro e interessante para todos os que te leem e, os que te virão a ler. Nasceste com pernas para andar, o que muito me orgulha. Como Presidente da Direção da Mó, desejo-te muitas felicidades, e que continues a crescer dentro dos princípios para que fos-

te criado – ser o porta-voz do nosso lindo Vale do Neiva. Finalizo, com um abraço muito cordial a toda a equipa que, se entrega de alma e corpo a este projeto. Bons êxitos. O Presidente da Mó José Maria Chaves de Miranda

Recordar o dia de anos deste jornal Maio, mês de aniversário - em formato digital -, do jornal “VALE DO NEIVA”. Feliz aniversário; Parabéns a você; tenha muita saúde “literária”, assim como, muitos anos de vida. São, estes, os votos desejados aos aniversariantes. Este é o primeiro aniversário deste jornal. Por isso, é normal que se deseje muitos anos de vida, para que, ele continue no engrandecimento da cultura portuguesa. Todavia, o leitor tem sempre um valor acrescentado na sua subsistência; porque, são eles, os consumidores do produto final. Pelo atrás referido, e fazendo jus a esta data, será importante manter – ou aumentar – o mesmo empenho, amizade, amor e determinação; para que, o jornal, continue a surpreender o público com a sua já regular periodicidade e substancia literária. O que lhe tem permitido, – creio eu - sólida base de sustentação, “no domínio da cultura e criatividade”. Caso mantenha esta firmeza, estou deveras

seguro que, muitos outros aniversários se vão festejar, com mais positivas razões. Considero, também legítimo apelar a todos, para, cada um a seu jeito, cantar-lhe os parabéns. Isto é, tentar enriquecer a melodia, para que ela leve nesta, e todas as edições que virão, a boa-nova, com o sabor do seu gosto. Hoje, já existem alguns jornais em formato digital; assim como, leitores a eles formatados. É normal que assim seja, porque, os gostos são relativos. Também será bom lembrar que é menos dispendioso e poluente e, simultaneamente, está presente em qualquer lugar ou ocasião; assim como, mais higiénico. Por consequência, considero justo destacar, o valor acrescentado que estes jornais têm. Começo por referenciar a sua disponível e permanente presença ao consumidor. Os ciosos de notícias, de sua terra ou país, depois de preenchido com toda a matéria que lhe está desti-

nada, - dado pronto – bem como, após introdução do endereço do jornal, podem logo, devorar a todo o vapor, este precioso compêndio de informação. Também, em caso de dúvida ou relembrar algo já passado, com facilidade as pode dissipar. Finalizo esta minha mensagem, com uma partícula da entrevista do jornalista João Pedro Barros, da revista do jornal “SOL” de 20-03-2015, ao físico/cientista e futurista Michio Kaku, sobre internet e ciência, aliado aos seus efeitos. O cientista aflora com alguma clarividência que: “…dentro de algumas décadas, o mundo é de tal forma digital, que a internet vai estar nas nossas próprias lentes de contato”, também diz: “ …que os computadores terão a largura de um papel e descartáveis”. Todavia, como seria previsível, não disse só maravilhas da internet, entre outras frases, também disse: “…a internet é de graça a sabedoria não”. Parabéns a você, jornal “VALE DO NEIVA”. Domingos Costa

1º Aniversário do Jornal “Vale do Neiva” A Junta de Freguesia de Vila de Punhe, não podia deixar de lembrar esta “mui nobre” data e, felicitar os fundadores, colaboradores e assinantes deste projecto muito interessante e, relevante para as gentes do “Vale do Neiva” que, celebra este mês o seu primeiro ano de existência. Neste dia, todas estas pessoas devem es-

tar felizes por o Jornal “Vale do Neiva” dar notícias destas terras, de todo o mundo e, poder dizer a todas as pessoas que é um Farol a iluminar este lindo e profundo Vale do Neiva. Por isso, a Junta de Freguesia de Vila de Punhe saúda o Jornal “Vale do Neiva”, desejando que continue a sua nobre missão

de, com rigor, informar e divulgar o “Vale do Neiva”. Assim, é com imensa alegria e felicidade que endereçamos os nossos parabéns ao Jornal “Vale do Neiva”, desejando que, esta data se repita por muitos e longos anos. O Executivo da Junta de Freguesia de Vila de Punhe


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Durrães e Tregosa

A estreia da nova temporada no TeatroNeiva arrastou uma multidão a Tregosa A redação

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salão nobre de Tregosa não foi suficiente para albergar todas pessoas que se dirigiram, em massa, para assistirem à estreia da nova temporada do TeatroNeiva. Foi no passado dia 18 de abril, sábado, pelas 22 horas que tudo aconteceu. A população de Tregosa e das freguesias circunvizinhas aceitaram o convite e marcaram presença em força. As gargalhadas e a euforia foram uma constante. O TeatroNeiva primou por apresentar sketchs, maioritariamente, de cariz cómico retratando o quotidiano das gentes do Vale do Neiva. A atuação foi esmaltada com a presença de músicos tocando e cantando músicas populares portuguesas. No final da atuação, o público manisfestou o seu agrado com um aplauso bem forte, unísono e prolongado que revelou que o tempo passado foi do agrado.

Elenco TeatroNeiva

Comboio Zurrão

Plateia PUB.

Bruxo de Arefe

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Neves

Festa da Páscoa no Vale do Neiva A redação

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s tradições da Páscoa no Vale do Neiva, neste ano de 2015, foram brindadas com sol e som do ribombar dos foguetes. Foi no dia 6 de abril, segunda-feira de páscoa, que se realizou o encontro do compasso pascal das freguesias de Barroselas, Vila de Punhe e Mujães, no largo das Neves, acompanhado de abraços e cumprimentos. A presença da comunicação social nacional, regional e local, foi notória, com entrevistas e diretos em alguns canais televisivos e rádios. Estas coberturas foram objeto de curiosidade dos presentes. Depois de alguns anos de interregno, a tradição da reunião dos três compassos na “mesa dos três abades” construída no século XVII com o propósito de terminar com a discórdia entre as três freguesias, foi retomada com o beber um cálice de vinho do Porto, acompanhado pelos doces gema brancos, tradicionais da região. Posteriormente, procedeu-se o içar da bandeira pelo presidente da festa das Neves, Sr. José Dias, ao som da contradança do Auto da Floripes, tocado pelas bandas de música presentes. Marcaram

presença as autoridades civis, presidente e vereadores da Câmara Municipal de Viana do Castelo, presidentes das três juntas de freguesia e a população, já habituais nesta cerimónia. Este ano, esta tradição ficou marcada por alguma contestação, relativa a algumas alterações introduzidas pela comissão de festas. Pelo que foi apurado, as opiniões dividem-se. Uns não opinamos,

outros concordam e outros discordam. Mas todos comungam da opinião de que esta controvérsia deve ser resolvida, respeitando os interesses das comunidades envolvidas.

Cidade [Viana do Castelo]

Parque Infantil do Jardim da Marina vai ser requalificado Câmara Municipal de Viana do Castelo A Câmara Municipal de Viana do Castelo vai proceder à requalificação do parque infantil do jardim da marina, numa empreitada que prevê a substituição integral do piso e ainda ações de manutenção daquele equipamento.A empreitada, orçada em cerca de 77 mil euros, vai obrigar ao encerramento do espaço, prevendo-se a sua reabertura a 01 de Junho.

Câmara Municipal aprovou apoios para juntas de freguesia Câmara Municipal de Viana do Castelo A Câmara Municipal de Viana do Castelo aprovou, em reunião de executivo, a atribuição de apoios no valor de cerca de 128 mil euros para a execução de um conjunto de obras em diversas freguesias do concelho.Os apoios, que acontecem no espírito da colaboração técnico-financeira que o Município de Viana do Castelo vem desenvolvendo com as Juntas de Freguesia, destinam-

se aos arranjos urbanísticos da Rua Mestre Emílio e Rua 5 de Agosto em Vila de Punhe, os arranjos urbanísticos da envolvente da ACDA, adro da igreja, final da rua da Várzea em Alvarães, e ao lavadouro da Arrinca e Rua Estreita na Areosa.Já em Castelo de Neiva, será apoiada a segunda fase do Parque da Igreja, em Vila Nova de Anha a Rua do Barroco e, em vila Franca, o arranjo do cemitério e infraestruturas da envolvente do cemitério.


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Cidade [Barcelos]

Inscrições abertas para o Moda Barcelos 2015

Câmara Municipal de Barcelos O Pelouro da Juventude da Câmara Municipal de Barcelos informa que já se encontram abertas as inscrições para o projeto Moda Barcelos 2015 até ao dia 7 de maio. A participação é gratuita. O Moda Barcelos é um projeto de arte e de formação que visa descobrir novos talentos, valorizar e promover a indústria têxtil e a área da moda em Barcelos. O Moda Barcelos 2015 integra as seguintes ações: Bolsa de Manequins / ação de formação de manequins - Casting: 15 de maio (sexta feira), 18h00, Casa da Juventude. Desfiles: 26 e 27 de junho, 22h00, Praça do Município: Indústria têxtil e designers de moda, 26 de junho; Lojistas na área da

moda, 27 de junho. Apresentação de tendências de Cabelo e Maquilhagem: 26 e 27 de junho. Festa de Encerramento Moda Barcelos 2015: 26 e 27 de junho, Paço dos Condes de Barcelos. Ateliê de moda: de setembro de 2015 a junho de 2016, ao sábado, Casa da Juventude. Para qualquer informação adicional deverão ser considerados o endereço e contactos da Casa da Juventude: Casa da Juventude Município de Barcelos Rua da Madalena, n.º 37 4750-315 Barcelos Telefones: 253 814 307 | 8 Fax: 253 814 309 casadajuventude@cm-barcelos.pt

Batalha de Flores em Barcelos Fotos: DR

A tradicional Batalha de Flores, em Barcelos, decorreu esta sexta-feira. A chuva não chegou para assustar as centenas de pessoas que se juntaram para assistir ao cortejo

“Olhares do Galo”, de Mário Rocha Câmara Municipal de Barcelos Foi inaugurada no dia 25 de abril a exposição de pintura “Olhares do Galo”, de Mário Rocha, na Galeria Municipal de Arte. Uma exposição dedicada a Barcelos e ao maior símbolo de Portugal, o Galo de Barcelos. A Vereadora agradeceu ao artista a escolha de Barcelos para esta magnífica exposição e pelo tributo ao Galo de Barcelos, nestes seus “Olhares do Galo”. O pintor nasceu em Perre, no concelho de Viana do Castelo, em 1954, e atualmente reside em Gondomar. Dedica-se à pintura desde 1968. Posteriormente, frequentou a Escola de Artes Decorativas Soares dos Reis e estudou com o Mestre Álvaro Rocha, excecional Ceramista e nome ímpar do panorama artístico português. Mentor do evento Artístico “Arte na Leira”, que organiza desde 1999, tem sido um dos principais impulsionadores da Pintura e da Cerâmica, no Norte do País. Tem um atelier próprio e desde 1975 já participou em inúmeras exposições individuais e coletivas por todo o país e no estrangeiro de onde se destaca Espanha, Luxemburgo e França. O seu trabalho encontra-se representado com 22 quadros na Assembleia da República Portuguesa. Em 2010 participou na Exposição Internacional, Vive-Arte 2010, Galería de Arte Sala-Taller María Nieves Martín, Casa de Cultura, em Villafranca de los Barros (Extremadura). Do mesmo autor, será inaugurado, no dia 2 de maio, um painel de azulejos de grandes dimensões a evocar os Caminhos de Santiago. A exposição estará patente até 7 de junho e pode ser vista todos dias das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00 com entrada livre. PUB.


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Desporto Regional

I Divisão AF Viana Castelo Resultados: Jornada 27 Monção 1 - 1 Vila Fria Neves 3 - 0 UD Lanheses Atl. Arcos 2 - 1 Correlhã Courense 2 - 0 Valenciano Castelense 4 - 1 ARC Paçô Moreira Lima 2 - 2 Perre Melgacense 1 - 0 Vitorino Piães AD Campos 2 - 0 Ponte da Barca

Hóquei: Sub 17 campeões da Taça do Minho... Sub 20 Escola Desportiva de Viana A equipa sub 17 da Escola Desportiva de Viana sagrou-se no último domingo, 26 de Abril, campeã da Taça do Minho Sub 20, quando ainda faltam duas jornadas para terminar a competição. Mesmo sem jogar, visto que à oitava jornada a EDV folgava, a formação de Rui Neto beneficiou da derrota da Juventude de

Viana, frente ao Riba d’Ave. Apesar da equipa ser do escalão juvenil, os atletas participaram na categoria júnior, tendo oito pontos de vantagem em relação ao segundo classificado, Juventude de Viana, no arranque para as duas últimas jornadas da competição. Já campeã, a equipa entra em campo a 6 de Maio, às 22h (nova data), frente à Juventude de Viana.

Classificação: L Equipa Pts. 1 Neves 64 2 Atl. Arcos 64 3 Ponte da Barca 53 4 Valenciano 49 5 Correlhã 44 6 Vitorino Piães 44 7 Courense 43 8 Monção 39 9 Castelense 30 10 UD Lanheses 30 11 Moreira Lima 30 12 ARC Paçô 30 13 Vila Fria 29 14 AD Campos 19 15 Melgacense 19 16 Perre 18

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Natação: EDV promove V Torneio de Escolas Escola Desportiva de Viana A Escola Desportiva de Viana promoveu o V Torneio de Escolas, na piscina Frederico Pinheiro, a 18 de Abril. Num torneio destinado a atletas não federados, foram perto de 60 os nadadores que aceitaram o desafio da EDV. Além da EDV participaram nesta prova nadadores do VNC, Axis, Solinda e Esposende 2000. O desempenho dos atletas da EDV foi bastante positivo, demostrando que com trabalho e dedicação a natação auri-negra tem um futuro promissor. Participaram pela EDV nesta prova os atletas: Rita Sousa, Inês Amorim, Beatriz Lima, Marta Alves, Alice Peixoto, Carolina Simões, Leonor Enes, Pedro Vieira, Filipe Laranjo, João Filipe, Rodrigo, Ruben Cam-

pos, Diogo Caleiro, Simão e Diogo Brito, tendo sido acompanhados pelos técnicos

Vitor Sousa, João Vieira, Rui Mendes e Jorge Viana e pelo director da secção Afonso.

EDV: Jantar 39ª Aniversário da Escola Desportiva de Viana Escola Desportiva de Viana A Escola Desportiva de Viana vem por este meio informar que estão abertas as inscrições para o do Jantar de Gala da Escola Desportiva de Viana que terá lugar no próximo dia 22 de Maio, pelas 20 horas, na Quinta do Carvalho, em Santa Marta de Portuzelo. O evento, que integra as comemorações do 39º aniversário do clube, é já signifi-

cado de uma noite especial de convívio e celebração, onde atletas, treinadores, colaboradores, sócios, dirigentes e simpatizantes são convidados a participar. O jantar tem também como propósito homenagear os atletas que se destacaram na época 2013/2014, sagrando-se campeões nacionais, internacionais e/ ou obtiveram resultados escolares acima da média. É também durante este convívio ímpar que os sócios que celebram 25

anos de filiação recebem os emblemas de prata. As inscrições para o jantar estão abertas até ao dia 15 de Maio, podendo ser efectuadas na Sede do clube, no largo São Domingos, no Bar da Piscina Municipal Frederico Pinheiro ou no Pavilhão de Monserrate (na salinha da EDV). A refeição é gratuita para crianças até aos 4 anos, custando 10 euros para os jovens entre os 4 e os 10 anos e 17 euros para os restantes. O pagamento deve ser efectuado no momento da inscrição. A participação activa de todos é fundamental para que a Escola Desportiva de Viana continue a reforçar o seu estatuto de principal clube de formação na nossa região. Participe neste evento e faça parte da força auri-negra. ESCOLA DESPORTIVA DE VIANA... Um clube para uma cidade!


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Saúde

O que é a espondilite anquilosante?

Dr. Jorge Neves

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Espondilite Anquilosante é uma doença inflamatória crónica que afeta principalmente as articulações e ligamentos da coluna vertebral causando dor e rigidez intensas nas costas. Habitualmente tem uma progressão lenta. Manifesta-se geralmente antes dos 45 anos e pode afetá-lo ao longo de toda a sua vida. O QUE É QUE CAUSA A ESPONDILITE ANQUILOSANTE A causa da Espondilite Anquilosante é desconhecida. Contudo, sabemos que tem uma tendência familiar. Tal como herdamos a nossa cor do cabelo ou o tipo sanguíneo, também herdamos outras características genéticas. Existe uma característica genética, conhecida por HLA-B27, que ocorre em quase 93% das pessoas que têm Espondilite Anquilosante. O HLA-B27 encontra-se em apenas 7% da população em geral. A ESPONDILITE ANQUILOSANTE É UMA DOENÇA FREQUENTE? Em Portugal, cerca de 30.000 a 50.000 adultos poderão ser afetados pela Espondilite Anquilosante. É difícil saber o número exacto porque a Espondilite Anquilosante é frequentemente confundida com a lombalgia (dor de costas) comum e, por conseguinte, está sub-diagnosticada. A Espondilite Anquilosante tende a afetar jovens adultos, sobretudo com idades compreendidas entre os 15 e os 40 anos. Contudo, pode manifestar-se na infância, caso em que poderá começar com dores nos calcanhares, joelhos e ancas em vez de incidir sobre a região lombar. A Espondilite Anquilosante é três vezes mais frequente nos homens do que nas mulheres. As mulheres tendem a desenvolver Espondilite Anquilosante numa idade mais avançada que os homens e os sintomas são frequentemente mais ligeiros. SINTOMAS MAIS FREQUENTES Os sintomas precoces de Espondilite Anquilosante podem variar de pessoa para pessoa. Na maioria das situações, os sin-

tomas iniciam-se lentamente ao longo de vários meses. Algumas pessoas, contudo, descrevem dores que se iniciam subitamente, por vezes durante a noite. OS SINTOMAS DA ESPONDILITE ANQUILOSANTE INCLUEM: Início gradual de dor lombar (região inferior das costas) Rigidez matinal prolongada que melhora com o movimento ou com um duche quente Fadiga Dor e/ou inchaço noutras localizações tais como joelhos, tornozelos, ancas, ombros, costelas e calcanhares A Espondilite Anquilosante é uma forma de artrite que pode progredir se não for tratada, daí que o diagnóstico precoce seja muito importante. Normalmente inicia-se no adulto jovem e pode interferir de forma significativa nos movimentos e no bem-estar. DIAGNÓSTICO INICIAL O que o seu médico lhe poderá dizer: Caso lhe tenha sido diagnosticado Espondilite Anquilosante recentemente, é provável que o seu reumatologista já lhe tenha explicado alguns factos básicos. Primeiro, deverá saber que a Espondilite Anquilosante é uma doença inflamatória que afeta principalmente as articulações da coluna vertebral e que causa dores intensas nas costas e rigidez prolongada. Espondilite Anquilosante é uma doença crónica. Geralmente progride lentamente, podendo afetá-lo ao longo da vida. Com o tratamento certo, a Espondilite Anquilosante pode ser gerida e controlada, possibilitando-lhe uma vida plena e activa. Existem terapêuticas recentes que não só reduzem os sintomas, como também podem atrasar a progressão da doença. É importante que mantenha um registo dos seus sintomas ao longo do tempo, mesmo anos após o seu diagnóstico. Isto ajuda-lo-á a si e ao seu reumatologista a monitorizar a gravidade e a atividade da sua Espondilite Anquilosante. Irá querer saber se a Espondilite Anquilosante está a afetar mais articulações e se haverá necessidade de alterar a medicação. Deverá ter em conta que estão constantemente a ser desenvolvidos novos tratamentos para a Espondilite Anquilosante. Mantenha-se informado e não tenha medo de perguntar ao seu reumatologista se achar que poderá beneficiar de experimentar ou-

tro medicamento. É tudo uma questão de encontrar o tratamento certo para si. CONFIRMAÇÃO DO DIAGNÓSTICO Se acha que poderá ter Espondilite Anquilosante, deverá marcar uma consulta com o seu médico assistente em breve. Ele irá encaminhá-lo para um reumatologista para obter a confirmação do diagnóstico. O reumatologista é o médico especializado na prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças reumáticas (doenças que afectam o aparelho locomotor - articulações, músculos, ossos e tendões – podendo também atingir outros orgãos). Consulte o seu médico de família ou um Reumatologista na sua área de residência. O QUE DEVO DIZER AO MÉDICO ASSISTENTE A lombalgia (dor na região inferior das costas) é um dos sintomas mais comuns nas consultas de Medicina Geral e Familiar podendo ter várias origens. De forma a ajudar o seu médico a identificar o seu problema o mais precocemente possível para o encaminhar para a consulta de Reumatologia, deve ser claro sobre as características dos seus sintomas. É uma boa ideia manter um registo diário de qualquer dor, rigidez ou fadiga antes de consultar o seu médico assistente. O QUE ESPERAR DA CONSULTA COM O REUMATOLOGISTA Em primeiro lugar o seu reumatologista irá conversar consigo para saber quais as suas queixas, depois irá observá-lo e por fim solicitar alguns exames que o irão auxiliar a estabelecer o diagnóstico (exames complementares de diagnóstico). Os exames complementares de diagnóstico poderão consistir em análises ao sangue e urina e radiografias da coluna, bacia e de outras localizações, caso se justifique. A Ressonância Magnética (ou tomografia axial computorizada) das sacro-ilíacas poderá ser solicitada, se o reumatologista assim o entender. Poderão ser-lhe colocadas as seguintes questões: Onde é que tem dor e em que circunstâncias é que ela surge? Quando é que começou a sentir dor? Qual é a duração habitual da dor? Em que medida é que a dor afeta a sua capacidade para realizar as actividades diárias? A dor alivia quando toma anti-inflamatórios não esteróides?


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Acorda muitas vezes de noite com dor? A dor alivia com o exercício físico? Tem algum problema de pele, diarreia ou olho vermelho? TRATAMENTOS DISPONÍVEIS Os tratamentos disponíveis são importantes para conseguir lidar com a sua doença com sucesso. As boas notícias é que existem vários tratamentos disponíveis para ajudar a aliviar os sintomas da Espondilite Anquilosante, assim como para melhorar a sua mobilidade e prevenir complicações subsequentes. Isto significa que poderá ter uma vida ativa. Tratar a Espondilite Anquilosante envolve uma combinação de medicamentos e terapêutica física. A terapêutica física englo-

ba exercício regular e fisioterapia. A medicação irá ajudá-lo a: Reduzir a inflamação, a dor e a rigidez Manter a maior mobilidade e a capacidade funcional possível Minimizar o encurvamento da coluna ao longo dos anos Eliminar a causa subjacente da inflamação que origina a dor, a rigidez e a fadiga (apenas alguns medicamentos) A terapêutica física irá ajudá-lo a: Melhorar a postura e os movimentos da coluna Reduzir a fadiga e melhorar a qualidade do sono Minimizar o encurvamento da coluna ao longo dos anos

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O QUE ACONTECE SE NÃO FIZER TRATAMENTO? A Espondilite Anquilosante é uma doença frequentemente progressiva, o que significa que é provável que agrave se não for tratada. Poderá perder algum grau de mobilidade nas articulações afetadas, perder a capacidade de movimentar outras articulações ou ainda, desenvolver outras condições relacionadas. Também é possível que, sem tratamento, tenha de viver com sintomas dolorosos, o que é totalmente desnecessário face à disponibilidade de medicamentos atualmente existentes. Assim, é importante que consulte o seu médico e que consiga rapidamente um diagnóstico e tratamento corretos.

Ambiente

Vamos proteger as Dunas Manuel Lima

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s dunas são como sabemos a base principal da proteção costeira, mas para elas se manterem estáveis, a flora autóctone tem um papel preponderante na sua manutenção e conservação. De todas as espécies que podemos apreciar ao longo da nossa costa, existe uma muito resistente, o chorão da areia espécie invasora sem controlo em alguns locais, subrepondo-se às espécies autóctones, por esta altura estão floridas, as flores roxas e amarelas são em maioria, dão um colorido muito bonito agarradas às dunas. A cons-

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trução de passadiços em madeira sobre as dunas para os utentes da praia, veio colmatar uma das lacunas existentes na proteção da flora dunar, pois a degradação estava a atingir níveis alarmantes, ao nível da destruição das dunas primárias e não só. Com a aproximação da época balnear, nunca é demais lembrar, que todos nós

temos um papel importante na conservação da flora marítima, evitando comportamentos destrutivos, quando usufruímos das nossas praias. A não utilização dos passadiços onde eles se verifiquem, é uma falta de civismo, violando regras elementares para com a natureza. Vamos todos proteger, aquilo que é de todos.


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Opinião

Senhorios obrigados a passar recibos eletrónicos das rendas

Elisabete Gonçalves

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s senhorios já podem utilizar o Portal das Finanças para emissão de recibos mensais de renda aos seus inquilinos bem como a comunicação dos respetivos contratos de arrendamento (celebração, alteração e cessação). Estava previsto que esta alteração fosse obrigatória a partir de 1 de maio, mas por despacho do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, foi adiada para 1 de novembro a aplicação de coimas em caso de não cumprimento desta regra. Ora, os senhorios podem, assim, continuar a passar os recibos aos seus inquilinos através do método habitual, no entanto, é aconselhável iniciar esta mudança logo que possível, para se adaptarem mais tranquilamente ao novo método. Então, entre maio e novembro podem iniciar o novo método, mas têm de inserir no sistema todos os recibos eletrónicos desde de 1 de janeiro de 2015. Foi em 31 de março, com a publicação da Portaria n.º 94-A/2015, que os senhorios ficaram a conhecer as regras específicas da nova obrigação que estava prevista na reforma do IRS. Determina que os senhorios que recebam mais de 838,44 euros anuais de rendas (aproximadamente 70 euros mensais) são obrigados a passar recibo dos montantes recebidos, por via eletróni-

ca, diretamente no Portal das Finanças. Os senhorios com 65 anos ou mais, ficam dispensados daquela obrigação e terão de entregar uma declaração até ao fim de janeiro do ano seguinte a que respeitam as rendas recebidas. Os contribuintes contemplados, devem aceder à página do Portal das Finanças => serviços tributários =>entregar => (proceder à autenticação com o NIF e palavra-passe habitual) => emitir recibo de renda. Na mesma página serão listados todos os seus contratos, bastando selecionar o contrato para o qual pretende emitir o recibo. Finalmente, este será enviado eletronicamente para o Fisco e emitidas duas vias para impressão em papel, sendo uma para entregar ao inquilino e outra para o proprietário guardar. Sugerimos que sejam inseridos todos os contratos que ainda se encontram em vigor para facilitar o preenchimento dos recibos, mas é apenas obrigatório incluir os celebrados a partir de 1 de março de 2015. Como notas adicionais:

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1) Sendo um recibo de renda um documento de quitação, o mesmo só deve ser emitido quando existir recebimento de uma renda independentemente do mês a que se refere. 2) No caso de necessidade de anulação dum recibo, poderá ser feito excecionalmente, até final do prazo de entrega da declaração de IRS Modelo 3 do ano a que respeita. 3) Para o proprietário cumprir as suas obrigações com recurso a terceiros para mediação imobiliária, não deverá facultar a sua palavra-passe principal do Portal das Finanças afim de evitar o acesso a toda a informação fiscal que apenas deverá ser partilhada com o contabilista. Então, o senhorio terá de proceder a essa autorização, identificando esse terceiro no Quadro VII da declaração do modelo 2 do Imposto de Selo e este, por sua vez, passará a ter acesso restrito à área de arrendamento no Portal das Finanças mas com sua conta de utilizador. Esta grande mudança tem como principal objetivo o combate à fraude fiscal e economia paralela mas também o fim da necessidade de deslocação aos serviços das finanças para comunicação dos contratos. De todas as questões que se colocam, o Fisco esclarece que apenas se alterou a forma como os recibos devem ser emitidos e não as regras previstas no Código Civil e disponibiliza no início do Portal das Finanças um Ofício-circulado onde responde a uma série de dúvidas.

Elisabete Gonçalves Consultoria / Formação http://www.bphlassessoria.com


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Porque procurar um psicólogo se tenho amigos e familiares?

“Liberte a sua capacidade de sonhar, abra as portas à felicidade”

Cristiana Félix

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- Porquê ir ao psicólogo ? A forma como o Psicólogo o pode ajudar é muito diferente da ajuda que os amigos e os familiares lhes podem dar. O Psicólogo vai oferecer-lhe uma ajuda especializada com base nos seus conhecimentos, instrumentos e técnicas. Este nunca o julgará ou dirá se está certo ou errado. Não lhe vai impor um caminho para a resolução dos seus problemas mas irá ajudá-lo a encontrar uma solução para a sua situação. A função do Psicólogo passa por ajudar a desenvolver os recursos e as competências necessárias para ultrapassar as suas dificuldades de forma a sentir-se melhor e para que assim se consiga adaptar posteriormente em caso de dificuldades. 2- Se for ao psicólogo ou levar o meu filho vão pensar que sou um mau pai? Na não há espaços para julgamentos. O facto de pedir ajuda não implica assumir que fizemos alguma coisa errada, mas assumir que alguma coisa não está bem e que poderia correr melhor. Aqui poderá aprender a promover a observação de comportamentos apoiando sempre que surgirem dificuldades, apoiando ainda as suas potencialidades e a adaptação dos comportamentos. Pedir ajuda é uma atitude de amor por parte dos pais, no sentido de melhorar a qualidade de vida dos seus filhos. 3- Porquê um psicólogo na primeira linha de intervenção? Um psicólogo funciona como um conselheiro imparcial que em contexto clínico adquiriu e adquire ao longo do tempo conhecimentos específicos, que lhe permitem ajudar os seus pacientes a compreender e a enquadrar as suas queixas e as suas necessidades ajudando as pessoas a desenvolver um conjunto de re-

cursos e estratégias que lhe permitem ultrapassar as dificuldades e sentir-se melhor perante as diferentes situações. Para que o psicólogo consiga perceber o problema este tem que fazer uma análise funcional da pessoa de forma a compreender o seu funcionamento como um todo e desenvolver posteriormente uma estratégia de intervenção com o objetivo de melhorar o grau de funcionalidade da pessoa e o desenvolvimento das competências de coping necessárias para ultrapassar novas situações no futuro. 4- Será que o meu filho vai ficar traumatizado se for a um psicólogo? Não, antes pelo contrário o objetivo é melhorar a qualidade de vida do seu filho. Após iniciar a terapia rapidamente o seu filho percebe a utilidade da terapia, aderindo com facilidade e participando ativamente no processo de mudança. Pelo contrário o psicólogo tem como objetivo fazer com que o seu filho ultrapasse possíveis traumas que possam ter surgido. 5- Quanto tempo vai durar a terapia? Não há um timing preciso do tempo que durará a terapia. O tempo de duração da terapia depende do tipo de perturbação e das características da mesma, do contexto em que a situação ocorre, do grau de severidade da perturbação, das características da pessoa, do envolvimento e da disponibilidade para lidar com a perturbação. Quanto mais a pessoa estiver envolvida na terapia, maior será o sucesso e menor o tempo de duração da mesma. 6- Se eu levar uma lista para o psicólogo ele vai mudar isso tudo no meu filho de um dia para o outro ? O psicólogo tem como função promover a mudança de comportamentos, para comportamentos saudáveis e que promovam uma melhor qualidade de vida, no entanto, ele não vai transformar o seu filho naquilo que você realmente idealizou para ele. O psicólogo tem como função compreender e contextualizar as preocupações do seu filho respeitando o seu espaço individual. 7- Tenho que ir ao psicólogo todos as semanas ou posso ir só quando me apetece? A Psicoterapia funciona como um espaço de crescimento pessoal favorável,

ou seja, um lugar onde os pensamentos, as emoções, as sensações e as reações corporais são conversadas com o terapeuta, para que isto aconteça é importante que haja uma relação de confiança entre a pessoa e o terapeuta pelo que a regularidade ideal das consultas seria semanalmente para que não haja muito espaçamento entre as consultas e assim se possa estabelecer um fio condutor da informação. Se esta terapia for feita a um ritmo irregular ou assumir intervalos de tempo muito distantes de sessão para sessão torna-se difícil o estabelecimento de uma relação de confiança com o terapeuta, impossibilitando assim a exploração necessária para uma boa intervenção. É importante que façamos a comparação com uma medicação, se não tomarmos a medicação nos horários corretos o que vai acontecer é que o tratamento não tem o mesmo efeito que teria caso fosse feita nos momentos/horários adequados. 8- Se eu levar o meu filho ao psicólogo significa que ele é maluco? No senso comum, muitas vezes os psicólogos são confundidos e as pessoas pensam que só marca uma consulta no psicólogo quem é maluco, mas a realidade, é que tal facto está muito longe de ser a verdade. O facto de uma criança ou um adulto não conseguir resolver um problema não significa que seja maluco, mas sim um sinal de responsabilidade de admitir que não somos capazes de ultrapassar/resolver um determinado problema e temos necessidade de pedir ajuda. 9- O psicólogo só brinca com o meu filho ou também trabalha? O Psicólogo brinca e trabalha com o seu filho, faz ambas as tarefas de forma a estabelecer uma relação funcional entre psicólogo e a criança. Deste modo, o psicólogo utiliza um conjunto de diferentes tarefas para que assim a criança consiga estabelecer uma relação de confiança com o terapeuta.

Psicóloga Cristiana Félix


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Aniversários de Abril José Rafael Soares

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s aniversários são datas irónicas, avisos de velhice e aplausos para a idade em movimento. Escrevi, há exactamente um ano, sobre os diferentes condicionalismos em que o 25 de Abril se via envolvido, clamando uma “insustentável leveza” para o mês da Liberdade e oferecendo, de resto, algumas culpas à minha geração pelo abastardamento do seu significado. As acções inconscientes que vão moldando o perfil do país necessitam, não raramente, de olhares finos e atentos de uma classe rara de homens que perde o tempo a observar. Essa capacidade está presente em todos os escalões societários e não depende exclusivamente da formação escolar ou académica, creio. É uma convulsão do ser que emerge doente de uma sociedade crente na sua própria saúde. Assim, o escritor vem espevitar uma certa escatologia e é por isso que rapidamente lhe tiram a pena: torna-­se desinteressante, pouco espectacular, um mal-­‐humorado. Giorgio Agamben, filósofo italiano, explora essa vicissitude do que é ser-­‐se contem-

porâneo. O que define o ser contemporâneo, atalhando o pensamento de Agamben, é a noção do século, a ideia constante de fractura e sutura, a relação traumática com o tempo. A atitude do coevo é de “fixar a sombra” e partir à “descoberta do escuro especial”. É aparentemente paradoxal como é que o melhor olho do tempo necessite desse distanciamento ocular, como se o franzir do sobrolho melhorasse a leitura visual do objecto. Em alturas de Abril, sucedem-­‐se os discursos tautológicos e as consonâncias ideológicas. Os aniversários tornam-­‐se, por isso, alturas especiais para jogar com esses limites. Recuperarei dois autores que gosto muito. O primeiro é Fialho d’Almeida (1857-­‐1911). A 20 de Setembro de 1890, escrevia Fialho algo que merece ser revisto em tempos de vaga exaltação democrática: “Do que se trata é de encher o número, custe o que custar”. Fialho está a referir-­se ao panfletarismo nacional como não sendo condizente com o olhar que, neste caso, o repórter deveria ter. “Em tal dia, por exemplo, as partes de polícia vêm magríssimas: apenas sete prisões por bebedeira, e três facadas! O bombeiro encarregado de fornecer incêndios não aparece. As ruas não têm drama. Não saiu ainda a Ordem do Exército. (…) Nestas alturas é o repórter quem salva a situação”. Esta dimensão salvífica, como facilmente se deduz, não é de nobre estirpe. O problema está também na redacção que acaba por “ver pela rama, sacrificar a verdade à nota pitoresca, inventar sendo preciso, caluniar, mentir, sem remorso pelos prejuízos causados, nem maior medo aos desforços exigidos pelas vítimas”. As comparações com os dias de hoje não são excessivas, culpa de um jornalismo acomodado, violentado pelo ópio do futebol, acorrentado por uma massa indigente de comentadores políticos - massificados sem estrato ideológico ou doutrinal. O jornalista torna-­‐se “o repórter em diplomata, o homem encarregado de sujeitar a um questionário os heróis do dia, e de inferir

das respostas obtidas um certo número de quesitos fulgurantes”. O seu trabalho torna-­‐se vago. Desvia-­‐se. Passar a cumprir “certas curiosidades mórbidas do público” não é condizente com o “modus vivendi dum verdadeiro jornalista”1. E o segundo autor de quem brevemente farei uso é Almeida Garrett (1799-­‐1854). Em 1826, num semanário por ele construído, escrevia que ao estabelecer-se a democracia estaríamos a “fomentar os partidos políticos, que são úteis nas repúblicas e na época dos bons costumes, enquanto num século de corrupção, ou em um Estado mui extenso conduzem a guerra civil”. Um ano depois, afirmava que “as revoluções são sempre desgraça mui grande, e não menor crime”. Para ele, o duplo carácter revolucionário tem também uma dupla causalidade: governantes e governados. Garrett chama-lhe mesmo de “desarmonia”2. Parece-me claro que a missão do jornalista não é lutar pela harmonia entre uns e outros, mas sim de tornar as desarmonias evidentes a ponto de serem clarificadas e ratificadas no protocolo da votação democrática. A essa prole inacabável de filhos dos partidos, que entram pelo ecrã da televisão da casa de dez milhões de portugueses, ora sem pedir licença, ora esgrimindo falácias, ora contaminando opinantes, aponte-se-lhes o dedo pelo nível insano da sua estéril discussão, bem como ao sistema mediático pervertido pela mecanização das audiências. Recordem-­‐se os artigos nº 37 e 38 da Constituição da República Portuguesa e contrarie-se esta anarquia informativa e o lamaçal noticioso. Não está em causa o direito à informação, mas o dever de quem informa. Um brinde ao Neiva e viva o 25 de Abril! 1 Excertos da obra “Os Gatos”, Vol. III (Lisboa: Clássica Editora, 1969). 2 Excertos da obra “Doutrinação Liberal” (Lisboa: Publicações Alfa, 1990), compilação levada a cabo por António Reis.

Crónicas do Delfim Ana Borges É a tua diferença que me cativa, que me apaixona. É na tua diferença que eu encontro a minha diferença e quero fazer a diferença, juntando as diferenças.

Afinal qual a diferença da diferença? Nenhuma! São apenas conceitos, definições. A tua diferença prima pela diferença de nem a própria diferença compreender na totalidade, tanta é a tua diferença. Eu apenas mais uma vez escolhi o caminho da diferença, e quis entender a tua

diferença e a minha diferença também. É a tua diferença que incomóda a minha diferença. É a tua diferença que mexe com a minha diferença. É a tua diferença o companheiro de caminhada da minha diferença.


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Entre ser e estar: além-fronteiras

Daniel Noversa Quando pensamos num lugar como a nossa casa, pensamos nela como sendo o lugar que nos viu nascer e crescer. Um lugar onde temos as nossas coisas, onde vivemos as memórias mais intensas, em que cada recanto e cada imagem têm um simbolismo e uma história para contar sobre todos os filhos da terra. É, a nossa casa, a nossa pátria, o âmago afectivo que diz quem somos e de onde viemos. Quando pensamos num lugar como a nossa casa, pensamos num lugar com o qual nos identificamos. Quando pensamos num lugar como a nossa casa, pensamos num lugar com o qual partilhamos tradições, culturas e partilhamos narrativas memoráveis. Pensemos antes que a nossa casa é o lugar que nos faz falta. Pensemos que a nossa casa é qualquer lugar do vasto mundo onde podemos semear, deixando nossas raízes. Pensemos, mesmo que estejamos noutro lugar a viver outra realidade, a nos-

sa casa será sempre a nossa casa. Não somos do mundo, somos de um só lugar. Um lugar que será sempre a nossa Morada de Ser (Nina Tiesler). Um lugar que não é de todo esquecido e que já mais sai da gente. É esse lugar que não nos deixa esquecer o que somos e, em qualquer lugar que estejamos, vamos ser sempre reconhecidos. Pois, não queremos abrir mão do que nos continua a dar sentido. Num outro lugar, constrói-se uma nova família, uma comunidade que se enraíza, tendo como fonte de identidade as suas origens: a etnicidade. E, muitas vezes, as suas práticas culturais e sociais têm de ser reinterpretadas para não se sentirem tão excluídos do lugar onde decidiram permanecer: a sua Morada de ser. Sabemos também que são as mulheres que mais sofrem de discriminação, preconceito e de um fechamento perante a pressão do grupo. Daí serem, reiteradamente, forçadas a construir pontes, entre ser e estar, reinterpretando as práticas com vista à alteração do seu papel subordinado. Isto no que se refere à mulher nunca deixar de ser a frágil flor no terreno fértil da dominação masculina. Onde, muitas vezes, elas são reduzidas, no terreno das trocas simbólicas, como instrumentos da política masculina como nos demonstra Pierre Bourdieu.

Digam o que disserem… a narrativa humana nunca chega a estar completa. A vida humana vai-se compondo por uma partitura perenemente incompleta. Não há uma só melodia cultural, não há uma só melodia racial, não há uma só melodia histórica. Há é uma polifonia de culturas, raças e histórias: a história passada, presente e a futura. Para muitos o lugar onde nasceram já não é o mesmo onde seus pais nasceram, assim como o lugar onde seus pais vivem não será o mesmo onde seus filhos venham a viver. Quando procuramos o nosso lugar no mundo, procuramos sempre um lugar para (re)construir uma nova história. É o que fazem comunidades como a muçulmana. Vão à procura de um lugar que lhes faz falta, um lugar melhor onde possam crescer com oportunidades, um lugar para se reconstruirem enquanto pessoas com cultura, religião, etnia e histórias que não são as mesmas da casa que as acolhem. Vão aos pouco se reconstruindo, mesmo assim, sob os olhares daqueles que nunca conseguirão compreender o Outro que é diferente, pois, o etnocentrismo é socialmente mais saudável aos olhos dos preconceituosos. Daniel Noversa Sociólogo

Dia do Motociclista em Torres Vedras Manuel Lima

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dia do motociclista, foi este ano de 2015 no dia 10 de Abril comemorado em Torres Vedras. O Moto clube Foz do Lima, do qual sou membro, esteve presente nas comemorações, como já é habitual. As cerimónias começaram com a procissão, onde incorporaram as bandeiras, os estandartes e os andores, com destaque para o andor de São Rafael padroeiro dos motociclistas, terminando no Parque de Exposições, onde teve lugar uma missa campal. Ao longo da missa na homilia foi homenageada a vida, e recordou-se os amigos que já partiram, finalizando com a bênção das motos e capacetes. Uma multidão assistiu rodeada das suas motos, gente que veio de todo

o País, uma grande manifestação de fé dada pelos motociclistas. Terminam as comemorações com o discurso proferido pelo Presidente da Federação Portuguesa

de Motociclismo, agradecendo a todos os presentes a forma ordeira que as coisas decorreram, terminou desejando uma boa viagem de regresso a casa.


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TEATRO! Presente.

Domingos Costa

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prendi no ensino escolar e, também no da vida real que o povo latino, e digo em particular o português dá-se muito bem com o teatro. Isto é, o dia-a-dia de alguns é vivido em despido teatro. Todos sabemos, que o teatro é, a nobre arte de comunicar e de representar em palco. Assim sendo, deve possuir o dom para que, a sua mensagem chegue ao recetor – público – o mais hilariante e dramático possível. Concluir-se-á então que, o teatro é a ilusão previamente estruturada, com base num texto escrito, em verso ou em prosa. Sabemos ainda que, o teatro também está integrado no pensamento racional da manutenção humana. O seu nascimento, pelo que aprendi, adveio como

uma necessidade na expressão do que se pense e também se sente. Os seus meios mais comuns são os gestos (des) coordenados, danças e sobretudo pelos variáveis acentos de voz. Todavia, para se obter êxito em representação, o autor, tem que conceber o texto com caraterísticas adequadas nesse sentido. A ser assim, um texto com personagens criadas pelo autor, para cenas dramáticas, entra efetivamente em espetáculo pela ação do encenador, guarda roupas, cenário, iluminação e ator. Espelhando fulcralmente no público, como recetor final. Depreende-se no imediato que, o cidadão português, ao ser dotado desta arte, - sequencialmente - a magia estará presente. Por conseguinte, será digno referenciar, que este nobre povo, ao ser propenso nesse domínio, com muita facilidade e, de esmerado brio, executa-o brilhantemente no quotidiano e, em qualquer local, como: nos arraiais, em festas familiares e de amigos, casamentos, no desporto, mas também em casa, na rua, no trabalho, em tertúlias, nos cafés, em escolas, nos negócios, em palestras, em momentos de lazer, nos namoros e nas paixões. Com efeito, creio poder-se com clare-

za dizer que, não precisamos ver uma peça de teatro nos convencionais palcos. Porque, temo-la, permanentemente ao nosso dispor com imprevidentes atores, mas, de excelentes cenários, e de cenas hilariantes, que alimentam e ensinam o ego em diferenciados propósitos. Por isso, não se poderá descorar que, com tanto teatro gratuito em tudo quanto é local e, com a crise económica instalada na maioria das casas portuguesas, confesso que, com relativa segurança poder afirmar que, toda esta envolvência provoca um esvaziamento assistencial considerável, nas verdadeiras casas de teatro. Onde aí, os atores são verdadeiros e requisitados para esse efeito. Simultaneamente, tudo é trabalhado e concebido com disciplina e profissionalismo, por atores verdadeiros. Conclui-se então que, o teatro nunca deve ser uma luta, entre o bem e o mal ou, entre a santidade e o vício; ou, ainda, entre a salvação e a desgraça. Mas sim, um estar para aí, resultar em forma de entretenimento animado. Finalizo, questionando: - quantas vezes na vida se assistem a cenas tristes, que, movem multidões no entretenimento?

Entrevista

Entrevista do Padre Marçal ao ‘Vale do Neiva’ Identificação, naturalidade, descendência. Marçal da Silva Pereira nasceu a 3 de Março de 1943 no lugar da Foz, freguesia de Barroselas e concelho de Viana do Castelo. É filho de Delfim Miranda da Costa Pereira e Beatriz Martins da Silva, já falecidos. Da parte do pai, procede da família dos “Da Foz”, e da parte da mãe, dos “Mocas das Neves”. Que retrato faz do seu falecido irmão Manuel Delfim, enquanto criança, adolescente, seminarista, homem, fundador da mó e suas valências? Era possuidor de uma turbulência saudável, que se prolongou ao longo da vida, e já no tempo do seminário, desenvolveu a convicção de que as “estruturas” nunca

Cicloturismo em Pedroso


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deviam tolher as ânsias da liberdade. Em 1977-78 fez uma experiência pastoral, na recuperação de toxicodependentes, na comunidade Claretiana de Via Gaggio (Altamura, Bari, Itália), onde viveu durante um ano, e ali deixou, muitas amizades na comunidade e na aldeia de Lecco, junto à cidade de Como. Uns anos mais tarde, passei também por esse local e constatei a gratidão da amizade daquelas pessoas, que se lembravam ainda do ‘Necas’. Nesta comunidade, o trabalho e acompanhamento dos toxicodependentes fazia-se na montanha de S. Lourenço, onde todos se dedicavam a trabalhos agrícolas, para que aqueles jovens efectuassem uma salutar desintoxicação. Em 1978 matriculou-se no curso de Belas Artes. Em 1980 solicitou a dispensa dos votos da Congregação dos Claretianos. No decorrer da sua vida, distinguiu-se nos trabalhos de carácter etnográfico, antropológico e folclórico, relativos ao Vale

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no Neiva. Em 1982, fundou o grupo das “Cantadeiras das Terras do Neiva” e, para tal, contactou pessoas com vozes melodiosas que, durante vários anos, integraram desta associação cultural. Em 1983 organizou o jornal do Vale do Neiva, mantendo-se particularmente atento às questões ambientais, ecológicas e patrimoniais dessa área geográfica, o que lhe acarretou muitas problemas e incompreensões, atitudes menos simpáticas da parte daqueles que afinal eram protegidos pela defesa deste bem, de que a nossa região tanto se orgulha. Com a constituição da associação “A Mó”, estaria garantida toda a proteção do meio ambiente destas redondezas. “A Mó” tinha o significado profundo da força que faz rodar no tempo o desenvolvimento das ideias e que esmiuça até ao tutano (a farinha), simboliza o espírito que se torna carisma, cuja luz ilumina até o mais profundo do ser humano.

Necas em Leco (Itália)

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vocação do homem é criar. Completar a criação, criando-se, num esforço constante onde cada gesto é uma obra única. Consegue narrar um episódio curioso que possa ser objecto de partilha com os nossos leitores, enquanto convivia com o seu falecido irmão? O gosto e o encanto que o “Necas” tinha pelas plantas, flores e liberdade das aves, gerou este episódio: Um dia, no Colégio dos Carvalhos, ele fazia parte da comunidade e, com ele, o Padre Domingos Taveira, hoje Vigário colaborador na paróquia das Antas (Porto). Este sacerdote tinha uma gaiola com rolas e pombas, e o Necas tantas vezes o ameaçou que lhe soltaria o pombal que um dia isso aconteceu. O Padre Taveira, quando se deu conta que as suas aves haviam debandado, foi saber quem fora o autor da proeza de lhe ter escancarado a porta do pombal. Certificando-se de que fora o Necas, disse-lhe: “Olha!... Vou dar uma mijadela nas tuas flores, que irão secar de um dia para o outro…” Ainda hoje, o Padre Taveira conta este episódio com entusiasmo e, ao mesmo tempo, com encanto por saber que as aves tinham pleno direito à liberdade… Consegue relatar quais as intenções dele, aquando da criação d“A Mó”? Com a bela imagem do que representa e é na realidade, uma “Mó” transformava os cereais, milho, centeio, trigo… em alimento, e muitas vezes era sinal da mão aberta e generosa das famílias abastadas e com mais posses, em favor dos que não tinham pão. Era índice de eterno movimento… Girava e transmitia consciência

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Belezas do Vale do Neiva Dê asas à imaginação! Quer ver as suas fotos publicadas no jornal? Envie-nos para redajornalvaledoneiva@gmail.com


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renovada, em cada tempo, de que estavam à porta novas realidades. Indicava que as mãos dadas do povo são sempre força motriz que nunca esmorece, embora corra o risco de ser abalada por “políticos” que se esforçam mais por desmoronar valores do que por construir círculos que unam a comunidade… Construímo-nos, pela forma como nos criamos, enquanto respostas ao mundo e aos outros. Somos sempre mais do que aquilo que esperam de nós. E da secção de jornalismo, nomeadamente com a criação do jornal “O Vale do Neiva”? Com a caligrafia bonita que o “Necas” manteve desde o tempo da escola, e visto gostar de verdade das coisas que faziam parte da sua e da nossa vida, ele pretendia legar ao futuro os valores e as actividades que sempre estiveram na base do nosso crescimento e desenvolvimento agrícola e, em parte, tecnológico. A mãe que, logo pela manhã, tratava dos filhos e do quintal, e desenvolvia o negócio caseiro de comprar e vender galinhas, coelhos, frangos e pombas e, graças a isso, nós íamos fazendo a nossa aprendizagem… O pai que, manhã cedo, ia para o engenho, serrava madeira, torneava cabos, construía limpadores de cereal e esmagadoras de uvas, escadas e pipas de todos os tamanhos, era o nosso professor doméstico. Os irmãos mais velhos, esses, com a mesma dedicação, aperfeiçoavam a arte de fazer engenhos em miniatura, mais tarde instalados nos regos da água do quintal e que funcionavam que era uma maravilha! O “Necas” quis perpetuar não só o que viveu, mas o que outras pessoas fabricavam e utilizavam, e o jornal era a grande janela aberta e luminosa do futuro da nossa infância. A vida é feita de muitas tempestades e contradições, é bom aprender que nem tudo é para compreender… que a vida é para se viver, mais do que para se passar

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todo o tempo a querer saber os mistérios do que nos ultrapassa. Consegue relatar como tudo teve início? O “Necas” viveu no Colégio dos Carvalhos, de 1964 a 1976, e a sua actividade era orientar os funcionários nas responsabilidades diárias. Era eficiente e profissional, pela simpatia e amizade que cultivava em relação aos demais. Nessa altura, dava aulas de trabalhos manuais, e, da sua imaginação e arte, sabia dar ideias, provocar os alunos, fazendo-os criar novos artefactos em cerâmica e outros materiais variados, que era um gozo sentir a alegria e o interesse daqueles alunos. Tinha como tarefa principal a responsabilidade pelos estudantes do 5º e 6º anos, internos, no tocante ao acompanhamento dos estudos, disciplina, e formação humana do grupo, tendo em conta o respeito e a responsabilidade que incutia. Nestes afazeres, encontrou oportunidades para registar acontecimentos e vivências, tendo a preocupação de fixar acontecimentos e tradições que eram vivenciados por muitas pessoas. Em tempo de férias, acompanhei o “Necas” nas visitas a diversas aldeias, para fazer o levantamento histórico de muitas tradições campestres. Que dificuldades encontraram? Muitas e boas… Todos admiram e louvam a capacidade do lançamento de um jornal, mas quando toca lançar mãos ao trabalho é que são elas! Chovem críticas azedas e pouco benévolas. Conto um caso em que me meteram na “alhada”. Em determinado período, o “Necas” elaborou uma reportagem sobre a festa de S. Pedro e da Primeira Comunhão, na nossa terra, em que pôs a ridículo a forma como tudo decorra, e o pároco de então pensou e agiu como se o responsável pela crítica houvera sido o Padre Marçal. Não sei se se lembram dos comentários que pulularam na altura…

Colégio dos Carvalhos - Necas à esquerda e Pe. Marçal em Penúltimo à direita

O “Necas” não admitia sugestões naquilo que ele tinha em mente e, por isso, eu estava fora desse historial. Nessa altura, e pela primeira vez, senti o que representava ter a marca de pertencer a uma família com fama de resistente, no seu jeito de proceder… Estes e outros acontecimentos, que muita gente conhece, fizeram vida e a obra do Jornal do Vale do Neiva. Saber viver é uma arte. Mas cada um de nós é o artífice e pintor da sua tela. Esta está instalada sobre o cavalete… Em cada momento se pode delinear alguns traços, e o “Necas” todos os dias lhe dava um novo colorido e a adornava de dimensões de beleza e sofrimento… Há quem julgue que os sonhos são mentiras e erros. Não são! O que resulta da imaginação pode sempre tornar-se real… o hoje era irreal ontem e… ei-lo aqui. Que adesão recebeu da população? A possibilidade de crescer humanamente está sempre ao nosso alcance. As pessoas quando se desenvolvem tornam-se diferentes umas das outras, e o povo de Barroselas foi apoiando, amando e valorizando o investimento que fora efetuado. O “Necas” partilhou a sua vida com os demais, esqueceu-se de si mesmo para se dedicar aos outros, manteve o espírito missionário, estimando as pessoas que possuíam qualidades únicas… Somos como somos, e o povo de Barroselas aceitou e reconheceu objetivamente o trabalho e a dedicação que ele consagrou ao seu trabalho. E, a seu tempo, prestoulhe a merecida homenagem… Qual a sua opinião sobre as obras que ele desenvolveu ao longo da sua vida e, particularmente, na Mó? A “Mó” foi e é uma expressão da vida que se vai renovando aos poucos. Agora cabe a outros fazê-la “girar”, para produzir farinha suave, alimentícia e saborosa… Que ninguém se sirva das associações e do trabalho de quem quer que seja, para


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se promover, elevar e beneficiar com a recolha tão ampla de elementos, que nunca fariam parte do nosso património se não tivesse havido alguém que ousasse mãos à obra, ou seja, que ajudasse a produzir e a inventariar estes elementos, que dão garantia e beleza ao futuro. A arte é a produção de objectos capazes de levar prazer verdadeiro à sensibilidade humana. O seu falecido irmão procedeu a uma recolha, “de porta em porta”, ao longo de vários anos. Qual o seu parecer sobre esse contributo a nível cultural, no Vale do Neiva? A vida é demasiado importante para poder ser desperdiçada na ânsia de ser rico, famoso, popular ou belo. A vida do “Necas” foi uma mais-valia, um autêntico tesouro, que gerou coisas belas e nobres. Com ele percorri aldeias, visitei famílias, ouvi canções, melodias, histórias, gargalhadas, saboreei merendas no aconchego das famílias que habitavam este Vale do Neiva, cheias de espírito de fé e fidalgas na arte do receber, partilhando o bonito e o menos agradável da vida. Tudo isto constituiu um acervo de valor cultural, de grande expressão e beleza. O homem paciente vive acima do seu sofrimento. Constante na sua firmeza, sofre mas faz o seu caminho para diante. Carrega a vida e os valores com as suas esperanças, numa paz que é a suprema coragem. A nossa secção tem consciência sobre a sua responsabilidade, imparcialidade e design atrativo, entre outros critérios. Já teve oportunidade de o consultar? Qual o seu parecer sobre o atual formato, em comparação com o inicial? A conjunção mais perfeita consiste numa comunhão com outrem, em que a personalidade perde o sentido dos seus próprios limites, para adquirir uma comunicação que tenha outras exigências. Cada tempo tem a sua expressão e os seus desafios. Na leitura que hoje fazeis, procurai abrir o espaço à comunicação dos valores que nos rodeiam e que merecem ficar na história de tantas vidas. Uma curiosidade da época. Um dia os membros da comunidade do Colégio dos Carvalhos saíram a passeio até Santiago de Compostela. No percurso, tiveram um acidente em Redondela, Vigo, em que a carrinha de 9 lugares capotou e ficou de rodas para o ar. Havia réstias de sangue por todos os lados, cabeças partidas e, no meio daquela confusão e desespero, o “Necas” levou tudo com o seu humor característico e foi lançando dize-

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Paróquia de Pedroso

res que animaram toda a gente. Como ali por perto havia um rego de água, todos se lavaram e assim prosseguiram caminho, com boa disposição. Nunca mais esqueceram aquele dia e o final feliz da peregrinação a Santiago. A vida do “Necas” foi de grande compromisso e em 1968 acompanhou dia e noite no Hospital de Santa Maria em Lisboa o Padre José Rodrigues Parola que foi director do Colégio dos Carvalhos e que foi vítima de um tumor maligno nos ossos, veio a falecer a 19 de Maio de 1968 com 43 anos. Em 1969 publica um desenho “O Homem das Dores” que é a leitura do estado esquelético em que o Padre Rodrigues faleceu. Hoje, junto ao Santuário do Coração de Maria, nos Carvalhos, existe uma escultura em ferro com cinco metros de altura desta obra de arte e também uma custódia para a adoração do Santíssimo Sacramento com a altura de oitenta centímetros. Somos viajantes, sempre. Estamos aqui de passagem. O sentido do que aqui vemos, fazemos e sonhamos pode não estar ao alcance da nossa compreensão. Para acompanhar esta escultura fiz uma oração: “Concede-nos a sabedoria na debilidade.” Uma mensagem ao povo de Barroselas. O Papa Francisco determinou que o ano de 2015 fosse dedicado ao Ano da Vida Consagrada e eu, Padre Marçal, sou membro de uma congregação religiosa – os Missionários Claretianos -, a viver no concelho de Vila Nova de Gaia, freguesia de Pedroso, lugar dos Carvalhos, onde oriento um Lar de crianças e jovens sem proteção familiar, provenientes das situações mais problemáticas da sociedade. Desempenho simultaneamente funções de

reitor do Santuário do Coração de Maria, onde dinamizo o referido centro e presido dominicalmente à Eucaristia, que tem uma afluência média de povo, da ordem de 1500 pessoas, cada fim de semana. Ao longo dos tempos, fui responsável no Colégio dos Carvalhos pela secção dos alunos do 5º ao 9º anos, director e formador do seminário dos Carvalhos, professor efetivo da Escola Secundária dos Carvalhos, pároco da paróquia de Pedroso e fundador do Lar Juvenil dos Carvalhos. A vida consagrada é uma bênção para todas as pessoas, que formam e ajudam a valorizar o contexto de muitas vidas, e, assim, podem testemunhar que o artista vale mais do que as suas obras… Todo o homem suplanta a soma de todas as suas realizações… Constituímos a força e a vontade de ser e de criar o bem. Que o povo de Barroselas, homens e mulheres, vivam o mistério da vida, que se vai descobrindo ao longo da existência, seja revelador dos valores humanos e espirituais que possam fazer parte, sobretudo, do mundo dos jovens e das crianças, que são o encanto das nossas vidas e fonte de consagração e de bênção. Que os familiares dos consagrados e consagradas de Barroselas possam sentir a vida como um dom que nos compromete a todos. Faço votos que os Passionistas, que na nossa terra são o sinal visível da consagração, ajudem o povo do Vale do Neiva a viver a beleza da sua fé. Neste ano internacional da Luz, que a nossa vida seja um foco potente que transmita claridade à vida de quantos se sentem perdidos e transviados, que não usufruem a alegria de um sorriso nem a gratificação de fazerem o bem ao seu semelhante.


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Agenda do mĂŞs [Concelho Viana do Castelo]

maio 2015


maio 2015

Agenda do mĂŞs [Concelho Barcelos]

Agenda do mĂŞs [Concelho Ponte de Lima]

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Culinária

Açorda de marisco à algarvia [Para 4 pessoas] Ingredientes 100g de berbigão 100g de amêijoas 100g de mexilhão 100g de conquilhas 1 cebola 2 dentes de alho 1dl de azeite 240g de pão caseiro 1 ramo de coentros Sal q.b. 4 ovos Preparação Lave bem os mariscos em água fria. De seguida, coloque-os em recipientes separados, cobrindo-os com água e um pouco sal. Depois, coza-os num tacho com água, juntando a cebola picada fina e uns talos de coentros.Escorra o caldo onde cozeu os mariscos usando um passador fino, retire-lhes o miolo e reserve. Demolhe o pão caseiro, retirando a côdea num pouco do caldo do marisco cozido. Num tacho à parte, refogue os dentes de alho com a cebola picada e um fio de azeite. Quando estiver quase alourado,

junte o restante caldo onde cozeu os mariscos e deixe levantar fervura. Junte o pão ao caldo mexendo com uma colher até obter uma massa grossa. Adicione os miolos dos mariscos, os coentros pi-

cados. Parta os ovos e ponha-os a cozer com a açorda. Decore com um pouco de bivalves com casca, abertos à parte com um fio de azeite, alho e coentros. Fonte: www.tertulia-algarvia.pt

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Necrologia

Contactos úteis

AGRADECIMENTO José Martins Maciel Barroselas - V. Castelo Sua Família, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que participaram no funeral e missa de 7.º dia, ou que de outro modo lhes apresentaram condolências e manifestações de pesar. A FAMÍLIA AGÊNCIA FUNERÁRIA TILHEIRO, LDA. Tel: 258971259 Tm: 962903471 - BARROSELAS www.funerariatilheiro.com

AGRADECIMENTO António Peixoto Machado Aguiar - Barcelos Sua Família, profundamente enlutada pela perda do seu ente querido, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que se dignaram tomar parte no funeral e missa de 7.º dia, bem como aquelas que de algum modo lhes manifestaram o seu pesar. A FAMÍLIA AGÊNCIA FUNERÁRIA TILHEIRO, LDA. Tel: 258971259 Tm: 962903471 - BARROSELAS www.funerariatilheiro.com

Viana do Castelo Camara Municipal de Viana do Castelo - 258 809 300 Bombeiros Voluntários de Viana do Castelo - 258 800 840 Bombeiros Municipais de Viana do Castelo - 258 840 400 Guarda Nacional Republicana - 258 840 470 Polícia de Segurança Pública - 258 809 880 Polícia Marítima - 258 822 168 Unidade de Saúde Local do Alto Minho (ULSAM) - 258 802 100 Cruz Vermelha - 258 821 821 Centro de Saúde - 258 829 398 Hospital Particular de Viana do Castelo - 258 808 030 Unidade de Saúde Familiar Gil Eanes - 258 839 200 Interface de Transportes - 258 809 361 Caminhos de Ferro (CP) - 258 825 001/808208208 Posto de Turismo de Viana do Castelo - 258 822 620 Turismo do Porto e Norte de Portugal, Entidade Regional - 258 820 270 Viana Welcome Center - Posto Municipal de Turismo - 258 098 415 CIAC - Centro de Informação Autárquico ao Consumidor - 258 780 626/2 Linha de Apoio ao Turista - 808 781 212 Serviço de Estrangeiros - 258 824 375 Defesa do Consumidor - 258 821 083 Posto de Fronteiras do SEF - 258 331 311 Arquivo Municipal de Viana do Castelo - 258 809 307 Centro de Estudos Regionais (Livraria Municipal) - 258 828 192 Biblioteca Municipal de Viana do Castelo - 258 809 340 Museu de Artes Decorativas - 258 809/305 Museu do traje - 258 809/306 Teatro Municipal Sá de Miranda - 258 809 382 VianaFestas - 258 809 39 Barcelos Câmara Municipal de Barcelos - 253 809 600 Bombeiros Voluntários de Barcelos- 253 802 050 Hospital Sta. Maria Maior Barcelos - 253 809 200 Centro de Saúde de Barcelos - 253 808 300 PSP Barcelos -253 823 660 Tribunal Judicial da Comarca de Barcelos - 253 823 773

Sugestão ao leitor

Sugestão cinematográfica

Argo

Classificação: M12 País: Estados Unidos Ano: 2012 SINOPSE A 4 de Novembro de 1979, quando a revolução iraniana atinge o seu ponto de ebulição, militantes invadem a Embaixada dos Estados Unidos da América no Teerão e fazem reféns 52 Americanos. Mas, no meio do caos, seis Americanos conseguem escapar e encontrar refúgio na casa do Embaixador Canadiano. Sabendo que é só uma questão de tem-

po até os seis serem encontrados e provavelmente mortos, um especialista da CIA chamado Tony Mendez surge com um plano arriscado para fazê-los sair do país em segurança. Um plano tão incrível, digno de um filme. FICHA TÉCNICA Realização: Ben Affleck Ator / Atriz: Ben Affleck, Bryan Cranston, Clea DuVall, John Goodman, Kyle Chandler, Taylor Schilling Fonte: Sapo Cinemas

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Património

50 anos – Sociedade Colomfólila de Barroselas

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imos hoje dar fim aos aniversáriantes, que em Barroselas marcaram uma época de grande dinamismo e vitalidade artística, cultural e religiosa. A todos os homens que estiveram na base destas iniciativas, a nossa admiração, agradecimento e recordação. E para terminar, iremos entrar pelo pombal da sociedade columbófila de Barroselas, e saber um pouco mais desta coletividade, que mantém firme e com vontade de seguir. E para nos dar um pouco da história, fomos até casa do Sr. José Sousa (tenente) que simpaticamente recebeu um dos elementos do “Vale do Neiva”, e que em conversa franca e simples, disse coisas, que nós leigos não sabemos. O Sr. José (tenente) columbófilo à 45 anos, campeão durante vários anos, vai dar-nos um resumo da história. Vale do Neiva – Sr. José como tudo começou? Sr. José – Quem começou e fundou a sociedade foram o Sr. Rodolfo Miranda e Joaquim do Rego, ambos estudantes em Viana. Depois de 6 anos houve uma crise, que viria a ser passageira. Vale do Neiva – Como se processaram os campeonatos e soltas de pombas? Sr. José – A sede era na casa do povo, cada sócio levava os seus pombos à sede, técnico. Este conselho técnico punha um carimbo de tinta por baixo da asa do pombo que iria voar, para assim se confirmar, que tinha ido a concurso. Os pombos eram metidos em grades de verga e levados à estação da CP. O conselho técnico fazia e entregava-os a um conselho uma carta dirigida ao chefe da estação onde ia ser fei-

ta a largada de pombos, e juntas as guias de despacho, e notas de retorno. Chegados ao destino, o chefe da estação da CP reunia o pessoal de serviço, e efetuava a solta à hora exata, que tinha sido pedida pelo conselho técnico. Cada sócio concorrente que mandava pombos a concurso apresentava na sociedade um relógio de bolso com baganha, que era acertado, por um relógio padrão, que havia na sede. Esses relógios tinham a baganha que era lacrada. Depois cada concorrente nomeava um outro sócio, para o seu pombal, e nunca o próprio dono do pombal. Depois da chegada do pombo, e entrado no pombal, apanhava-se, e era levado ao fiscal, para confirmar se sim ou não tinha carimbo na asa. Este processo foi feito durante alguns anos, o qual não oferecia grande seriedade nem honestidade, à troca de um copo de vinho e dum chouriço, já se faziam trafulhices. Vale do Neiva – Como é atualmente o sistema de envio de pombos a concurso? Sr. José – O sistema mudou e já não é fácil fazer trafulhices, todo o sócio concorrente leva o relógio dentro duma caixa, com tampa de vidro, a caixa lacrada. Ao mesmo tempo é obrigatório cada pombo participante levar uma anilha de borracha, ficando registado num impresso um número, estes ficam fechados na sede. O concorrente mune-se do comprovador, e quando o chega, tira-lhe a anilha, introduz-la no comprovador e faz o disparo, é assim actualmente. Vale do Neiva – A sociedade quando sócios e pombos tem? Sr. José – Tem altuamente 120 sócios, sócios concorrentes são 65, mas já foram 80,

este são de Barroselas, Vila de Punhe, Mujães, Tregosa e Portela Suzã. No que respeita a pombos são 1500 que concorrem, já houve 2000 à cerca de 3 anos. Vale do Neiva – Diga-nos algumas curiosidades da vida columbófila? Sr. José – O pombo correio serviu sempre para o exército enviar suas missivas em tempo de guerra. Todos os quartéis tinham pombal. Alimentação, é o segredo do columbófilo, pois cada um guarda para si o tratamento que dá aos seus pombos. O macho voa tanto como a fêmea, e cada um dependo do estado em que se encontra, a fêmea se tem filhos pequenos, volta rápida, o macho, se tem filhos mais crescidos também faz o mesmo esforço. O pombo é sempre largado com bom tempo. No que respeita à orientação que o pombo correio tem, ainda pouco se sabe. Os temporais e os caçadores de assassinos, são os inimigos número um dos pombos. O columbófilo não tem apoio nenhum, todo o prejuízo e gasto é seu. A Bélgica, é o país que melhores raças tem. Há pombos que atingem somas altas de dinheiro. A colectividade faz 20 concurso em cada época, e faz uma distribuição de cerca de 200 prémios. Do primeiro ao sexto é uma taça, os restantes em dinheiro. A duração da direção é de 2 anos, e é eleita pelos sócios, actualmente é presidente o Sr. Acácio Pimenta, secretário Sr. José Souto e tesoureiro Sr. José Miranda. Mais esclarecidos sobre esta simpática coletividade “O Vale do Neiva” agradece ao Sr. José (tenente) a sua amabilidade e disposição. À coletividade longos anos, paz e altos voos. Classificação geral final dos columbófilos de Barroselas – epóca de 1984 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º

Mário e Moreira 10282 pontos António Costa 9830 pontos José Miranda 9713 pontos José Rego 9426 pontos Joaquim Miranda 9156 pontos Avelino Cruz 9062 pontos José António Lopes 8989 pontos António Rocha Maciel 8651 pontos José Sousa 8510 pontos Santos e Marinho 8040 pontos

Manuel Delfim da Silva Miranda In “Jornal o Vale do Neiva” Agosto 1984 A Redação


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