COSTUMERA - 2011/01

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COS TU MERA

moda e arte fashonismo das ruas o estranho na moda

2011.01 ano um . edição um

afinal, é ou não é? lookbook.nu das ruas coluna exclusiva victor


++ e na capa a gente vai de

Luiza Moraes, 20. Estudante de publicidade e amante de fotografia. Luiza Morais é estudante de Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda na Universidade Federal de Goiás. Tenta ao máximo ser uma “clínico geral” em comunicação e procura se aventurar nas mais diversas vertentes que seu curso pode proporcionar, como fotografia, arte publcitária e até mesmo planejamento de campanha. Apesar de ser conhecida pelos amigos como “pitica”, Luiza mostra em seu trabalho que pretende, pode e vai chegar alto naquilo que escolher se profissionalizar. por Rafael Watanabe. + para entrar em contato com a Luiza: lufran@gmail.com, telefones (62) 82390124 e (62) 32912383. Ou envie um email para a redação da COSTUMERA.

conta como foi feito

Um pouco sobre o processo de elaboração da capa. Fotografia é algo imprevisível, mesmo trabalhando em estúdio com luz controlada e etc., as coisas não saem como imaginamos. E isso, não é necessariamente ruim. Sempre quis fazer fotografia de nu artístico, sem vulgaridade... Mas sempre adiei, ou por falta de tempo, ou por falta de modelo.

Sempre havia uma desculpa. Conversando despretensiosamente com uma amiga, ela disse que topava. Como eu precisava de um ensaio de moda para a disciplina de Arte Publicitária II, achei maravilhoso. Juntou a fome com a vontade de comer, sem trocadilhos. Cheguei no estúdio e consegui arrumar tudo:

luz, flash, tripés e toda a parafernalha que uma produção em estúdio exige. Fiquei orgulhosa de mim. Minha amiga chegou super atrasada, tive que maquiála correndo, pois haveria aula no local no período da tarde. Fizemos os testes de luz, usei o fotômetro. Tudo certo. Ou não. Minha amiga deu para trás na questão do nu, ficou envergonhada e não tirava

as mãos dos seios de jeito nenhum. Tive que aceitar e no final gostei do resultado. E mais ainda: do processo envolvido, do aprendizado que adquiri.

“Temos que correr atrás daquilo que queremos, mesmo que seja um flash de carga inteira” Luiza Moraes


Quem somos?

editorial

Somos poucos. Muito loucos. Com muitas ideias. Ideias diferentes com seus pontos de interseção. Uma mesma paixão: MODA. Somos graduandos de Publicidade e Propaganda da Universidade Federal de Goiás. E não devemos nós esquecer do nosso alicerce, daquilo que nos sustenta: a comunicação. Somos comunicólogos em potencial, prestes a explodir no mundo. É com esse entusiasmo, com essa inquietação, com essa paixão pela MODA que imaginamos a COSTUMERA. Um fanzine que une em um só local a irreverência do espírito jovem mesclado a responsabilidade de sermos, ainda que de maneira embrionária, formadores de opinião. A COSTUMERA chega até vocês com um conteúdo de credibilidade, sério e ao mesmo tempo descontraído. Somos assim. VEM fazer parte desse mundo Costumero Luiza Moraes e Rafael Watanabe

Direção • Gerenciamento de conteúdo • Diagramação • Redação • Revisão: Luíza Moraes e Rafael Watanabe • Fotografia: Ana Rita, Maria Cláudia, Luiza Moraes. • Reportagens: Rafael Watanabe, Luiza Moraes, Paulo Victor Costa, Anna Flavia. • Colaboradores: Blog Notas Promissórias e Internet (vide referência) • Endereço: Universidade Federal de Goiás, Câmpus Samambaia, Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia Sala 37 • Horário de Funcionamento: 19h às 22h • Contato: (62) 82390124 www.costumera.com • 2011 • Todos os Direitos Reservados



na capa 02 editorial e expediente 03 sumário o estranho na moda 06 moda pública 08 notas promissórias 10 moda nas ruas 11

arte e moda 13 texto introdutório da matéria, como uma chamada, ou algo do tipo. apenas de duas linhas. não mais.

editorial de moda 16 texto introdutório da matéria, como uma chamada, ou algo do tipo. apenas de duas linhas. não mais.

entrevista 21 Confira uma entrevista exclusiva com Susie Bubles atravé de uma colaboradora especial para a edição.

montagem 23 colunista da vez 26 bazargrafia 27


estranho:

coluna especial

o novo preto

por paulo victor costa

“as referências usadas no processo de criação dos estilistas são maximizadas, distorcidas e ressignificadas”

Paulo Victor Costa Graduando no 7° período em Publicidade e Propaganda, fala sobre o estranho na moda, em seu trabalho de conclusão de curso.

Para contatos: paulovictorcosta@egmail.com (62) 8239 0124 @paulocosta facebook.com/paulocosta

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A moda é uma realidade já largamente analisada sob uma perspectiva jornalística, estética, sociológica e psicológica. Porém, poucos estudos verificam como as pessoas que não entendem ou não se preocupam literalmente se o que vestem faz parte de uma tendência enxergam a moda, principalmente quando ela é conceitual. Para os estilistas, editores de publicações de moda e stylists, a moda se configura de uma forma conceitual: as roupas e os looks desfilados nas passarelas, publicados em revistas, catálogos e editoriais representam uma tendência de uma forma maximizada. Eles são construídos para que o conceito pensado pela equipe de criação e produção

seja representado, sendo, muitas vezes, aclamado pelos fashionistas, e repudiado pelas massas, por não compreenderem que o apresentado na passarela e nas fotografias não deve mesmo ser usado daquela forma literal, pois o cotidiano acelerado das cidades pede uma moda mais prática, o que não impede, claro, que o prático possa estar carregado de informação de moda. Como já dito, a moda apresentada pelos estilistas nas semanas de moda e, posteriormente, publicadas no formato de editoriais em mídias especializadas se dá de uma forma conceitual, as referências usadas no processo de criação são maximizadas, distorcidas e ressignificadas. Cria-se o


fotos: fav fashion // acervo pessoal paulo victor // alexandre mc queen

estereótipo de uma mulher e um homem fantástico, irreal e até alegórico. Para compreender esta moda conceitual é necessário entender as referências utilizadas pelos estilistas, e nesse caso, o conceito vai muito além do que é perceptível aos olhos daqueles que estão na sala de desfile ou folheando uma publicação de moda. A grande maioria das pessoas por não saber e compreender este processo encara esta moda com estranhamento e descaso. Mas, depois compram em lojas de fast-fashion esta mesma moda, só que de uma forma mais comercial, ressignificada. Na moda, nem sempre o socialmente aceito como belo é o que será apresentado nas

passarelas ou nos editoriais. Desde o passado mais remoto o corpo não só é a forma do que conhecemos como ser humano, como tem sido objeto de adoração ou de dor, meio de comunicação, instrumento de integração social ou suporte para rituais. Invólucro do sopro divino para inúmeras religiões, é também visto pelos artistas como uma tela em branco pronta para ser modificada. No contexto urbano, tatuagens e piercings classificam grupos sociais, enquanto escarificações delimitam tribos indígenas até os dias atuais. Tão difícil quanto a compreensão social do corpo por sociedades alheias é classificá-lo fisicamente como belo ou feio. Valores e gostos individuais, diferenças de classes e

referências culturais influenciam a análise. “Por isso, de quando em quando devemos fazer um esforço para ver como diferentes modelos de beleza coexistem em uma mesma época e como outros se remetem mutuamente através de épocas diversas”, pondera Umberto Eco, ao lembrar que a beleza começa a aparecer no mundo quando a matéria criada se diferencia por peso e por número, circunscreve-se em seus contornos, ganha figura e cor; ou seja, funda-se na forma que as coisas assumem no processo criativo em um mundo regido pela natureza.

Paulo Victor Costa

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nem só de roupas

se faz a moda

...as tendências musicais influenciando a moda e vice-versa

Alguns estilos musicais são uma verdadeira febre. Agradam tanto que extrapolam todos os sentidos, refletindo-se no comportamento e no vestuário. Posso citar vários exeplos, como: Elvis Presley – Anos 50: o Rei do Rock mexia o corpo como um demônio, segundo os padrões da época, e sua liberação melancólica e sexual atraía diretamente o público jovem, enquanto que horrorizava os mais velhos. Fez moda com seu estilo diferente. Todos queriam se parecer com o homem considerado o maior símbolo do rock entre 1956 e 1963. Seu topete e as grandes costeletas formavam seu estilo junto ao figurino diferente, marcado por suas jaquetas de couro. Beatles – Anos 60: os garotos de Liverpool revolucionaram o mundo do rock com seu estilo musical e mexeram com a moda dos anos 60. O quarteto influenciou jovens do mudo todo. Qual garoto não queria deixar o cabelo crescer como John, Paul, George e Ringo? Até hoje o Beatles serve de inspiração para bandas como o Oasis. Dancin’ Days – Anos 70: nos anos 70 a moda dance surgiu com o filme “Embalos de Sábado à Noite”, com o ator John Travolta e no Brasil com a novela “Dancin Days”, com a atriz Sônia Braga. A moda então passou a ser composta por meias de lúrex, sandálias de salto alto, camisas de poliéster com colarinhos grandes e calças bocas de sino. Madonna – Anos 80: a cantora pop mexeu com a fantasia de muitos homens com sua ousadia nos anos 80. Ela lançou muitos estilos e ditou a moda com seu figurino exótico, formado por roupas sensuais e escandalosas. Madonna é sempre vanguarda, ousadia e personalidade… Ainda hoje é citada como um fenômeno cultural, um símbolo de moda, identidade e atitude. Michael Jackson – Anos 80: o caçulinha do Jackson Five, o mais talentoso dos irmãos, obteve grande sucesso ao investir em sua carreira solo. Michael Jackson mostrou que além de uma grande voz, também dominava o palco com sua dança. Não contente em inovar com passos rápidos e complicados, o cantor também criou um estilo próprio de se vestir, que contagiou o mundo todo. Michael abusava do brilho e não dispensava as jaquetas pretas, além de seu sapato e das meias brancas. E essa influência é facilmente percebida ainda nos dias de hoje, como artístas como Justin Bieber, que viram febre global, surgindo a cada momento. Podemos declarar que a ligação entre moda e música é, sim, inegável. Atenciosamente, Julia Cotrim.

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Julia cotrim , 21 minha paixão pela música às vezes se funde com tudo aquilo que ela pode vir a tanger, de algum modo. @juliacotrim


O Notas Promissórias foi criado no final de 2009 por Camila Gomides. O intuito inicial era expor os trabalhos realizados pela turma de moda 2009 da UFG, apresentar o curso à comunidade e falar sobre movimentações de moda em Goiânia. A iniciativa foi muito bem aceita pela turma inteira, mas com o decorrer dos meses o blog ficou por conta de apenas um grupo de 5 alunas, que esporadicamente publicavam posts, mas sem nenhum compromisso ou determinação de áreas ou assuntos. Desse contexto inicial à hoje, final de 2011, muita coisa mudou, e atualmente no time do blog existem apenas Camila e Anna, que continuam com a principal meta

de divulgar a movimentação de moda, design e arte na cidade de Goiânia, sempre com senso crítico e opinião própria. Seguindo essa linha, publicamos um texto no mês de outubro a respeito dos vários eventos de moda que aconteceriam na cidade durante os mesmos dias. Foi um dos nossos textos mais polêmicos e mais comentados até hoje, e achamos interessante reproduzí-lo aqui no início da nossa coluna na COSTUMERA

O que acontece com Goiânia que não há comunicação entre a organização dos eventos de moda? Dentre os dias 25 a 27 de outubro acontece a Goiânia Fashion Week. Já nos dias 27 a 29 de outubro, rola tabém o Cerrado Fashion Week, e para completar o Encontro de Moda do Centro Oeste acontece entre 25 e 28 de outubro com o desfile do FAV Fashion no último dia. O público alvo desses eventos é praticamente o mesmo, são pessoas interessadas em comprar, vender, fazer e divulgar moda. Principalmente no que envolve estudantes de design de moda da cidade. E aí então seus organizadores resolvem fazê-los todos em uma mesma semana, como se não tivéssemos tantos e tantos meses sem um único evento ou movimentação desse assunto em Goiânia!! Impossível comparecer em todos, e eu realmente queria muito conferir esses três eventos e ver o que

Anna Flavia de Castro e Camila Gomides Colunistas e Estudantes de Moda.

eles tem a oferecer de novo para o mercado, o meio acadêmico e a cidade. O público de eventos de moda já é muito segmentado e parece que a meta é dividir isso ainda mais, seguindo uma linha de raciocínio completamente oposta à lógica de crescimento de um evento. Por que não ter uma ordem cronológica como nos outros estados e cidades? Nós precisamos desse tipo de iniciativa e como bons profissionais queremos estar presentes e acompanhar a todos. Então fica aqui uma ideia para que os organizadores ponham suas diferenças e intriguinhas de lado e estabeleçam uma ordem para que assim possamos todos, profissionais, estudantes e afins, ajudar juntos no crescimento do mercado de moda no estado de Goiás. Anna de Flávia Castro

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Apostando no couro e na skiny, Danielle sai pelas ruas de São Paulo vestindo jaqueta da Zara, chapéu e bolsa da linha de acessórios da C&A, calça Colcci Inverno 2011, cinto de Brechó e sapato Arezzo, provando (ou fazendo parecer) que é fácil criar uma bela harmonia com a dinâmica da cidade comprando em lojas “populares”. Danielle Marques - 21, São Paulo.

Iris por outro lado nos mostra que apostar nas combinações de cores sólidas do movimento ColorBlock é garantia de requinte e acerto. Ela veste vestido da linha Forever21, sapato e bolsa da coleção Shiekh. Iris Rosa- 32, Rio de Janeiro

Mesmo na badalada cidade de Florianópolis, Marcos consegue se destacar ao combinar camadas de roupas. Ele usa uma camisa jeans da C&A (tingida por ele), uma camisa estampada da Dudalina, calça skiny Calvin Klein e óculos Chilli Beans. Marcos Paulo - 23, Florianópolis.

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Elisa combina as peças mais sóbreas com estampas quentes e chamativas, criando um look que não passa despercebido. Ela veste um shorts da Zara, sapatos da Triton, camisa Dudalina , blazer Cori e óculos Ray-ban. Elisa M. - 20 e São Paulo.

moda nas ruas .com

a moda pelas ruas da cidade

Não é fácil se destacar em São Paulo, mas Gabriela investe alto para não ser só mais uma e está usando nada mais do que óculos Ray-Ban, vestido Alessa, bolsa Louis Vuitton e sapatos Louboutin, acessórios de acervo pessoal. Gabriela Falesco - 22, São Paulo.

Fran opita pelo básico que funciona, casual, com calça da Colcci, sapatos e acessórios da C&A, blusa lisa da Renner e cardigan da Zara. Um mix de lojas e produtos que, quando bem usado, garante um resultado que agrada. Franthesca - 20, Goiânia.

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moda é arte? ou um modo de arte não com o intuito de por fim a discussão, mas de aprofundar um pouco mais no tópico que deixa estilistas, estudantes de moda e arte e especialistas do meio artÍstico, a costumeira chamou dois correspondentes para discorer um pouco sobre o assunto. por Monica Ash blog Diálogo Fashion www.dialogofashion.wordpress.com por Paulo Bambrilla site Expresso Moda www.expressomoda.com org equipe COSTUMERA redação

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“ela está de mãos dadas com o mundo, envolvendo tudo” monica ash

MODA É ARTE?

por Paulo Bambrilla site Expresso Moda www.expressomoda.com

Ah, essa pergunta não quer calar: moda é arte? Alguns respondem de pronto: moda não é arte, é comércio e só. Arte não pode ser algo tão efêmero e descartável quanto a moda o é, definem. Mas pra mim a moda tem a facilidade de “buscar na arte” a inspiração, “um símbolo”. E busca, e “bebe”: na escultura, na pintura, na música, na literatura... Parece que foi isso que a conceituadíssima grife suíça Akris fez ao colocar em sua coleção Primavera/Verão 09/10 vestidos esvoaçantes de georgete de seda estampados com motivos de jardins; o fato é que as estampas lembram muito as pinturas de Claude Monet; embora o estilista da marca Albert Kriemler diga que não são cópias do Monet e são somente estampas florais e que coincidentemente lembram as pinturas de jardins do famoso artista francês. (>>)

“leonardo da vinci vivendo nosso tempo faria uma parceria com sua conterrânea miuccia” Paulo Bambrilla


O importante é que o resultado é belíssimo! E isso mostra o quanto a moda tem por vocação a democracia nas escolhas,no protesto,no “revolucionar”. E que se soubermos interpretar certas tendências veremos muito do nosso tempo e do “nosso momento no mundo”, do nosso comportamento de alguma forma representados nas roupas. Retratar; e não não é isso que os “artistas” fazem? Talvez então a pergunta deveria ser outra: oque é arte? Ou melhor: oque é arte no nosso tempo? Li em um blog há um tempo atrás que se moda não é arte, Damien Hirst também não é. E não é exatamente isso o que pensam aqueles milionários que gastam fortunas pra comprarem seus bichos mergulhados em formol em aquários gigantes. De muitas obras de Damien Hirst eu gosto muito,outras não gosto mesmo. Mas sei que ele está mostrando e dizendo de alguma forma, nem que seja com bichos mortos e caveiras pintadas ou cravejadas de diamantes, que alguma coisa mudou em matéria de “arte”. Algum conceito ou preconceito anda ruindo. Se Damien Hirst é tão somente uma “onda” e que passa tão logo como chegou...veremos. Então a pergunta continuará a gritar pelas passarelas: moda é arte? E nas passarelas, surdas à essa questão, as modelos desfilam lindas e milionárias as criações de estilistas que serão vendidas muitas vezes á preço de ouro. Mas, se tudo no mundo é tão somente vaidade, o diabo continuará vestindo Prada e os anjos e os mortais morrendo de inveja dele! E Leonardo da Vinci vivendo no nosso tempo, certamente faria uma parceria com sua conterrânea Miuccia (risos).

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MODA É ARTE?

Antes de continuar lendo, pense. Moda é arte para você? Esta foi a primeira pergunta que ouvi na faculdade de moda e sempre mastigou minhas idéias. Todo mundo, na faculdade ( e muita gente que trabalha na área) responde logo: claro que é!

Ricardo Olivero, no seu post Por onde sua agulha costura**… escreveu: “Um vestido como o de Issey Miyake, por mais belo, importante que possa ser, por mais que seja exibido em museus, ele nunca vai ser uma obra de arte, strictu sensu. Ele não foi concebido como objeto de arte, e sim, como uma roupa que tem um significado importante para a história da moda e dos costumes.”

Mesmo enchendo a boca para afirmar que moda é arte, nunca estive muito convêncida do assunto. Depois de muito ler, idéias controversas, afirmações aqui e negações ali, entendi o que Moda é arte, sim… Até certo ponto. Vou explicar.

Mas, não podemos esquecer, crianças da revolução, que através da moda nos expressamos, com ela nos encantamos e é exatamanet aí, que ela passa a fazer parta da arte. È a sua segunda função. O que não a torna nem maior nem menor do que ela é.

Para saber se moda é arte, é preciso conhecer a definição do que é A Arte: A arte é uma forma do ser humano expressar suas emoções, sua cultura, sua história através de valores estéticos, como beleza, harmonia, equilíbrio. Podendo ser representada de várias formas, sendo elas a música, esculturas, pintura, cinema, dança, entre outras. Bonito conceito. Logo nos faz pensar: Puxa! Moda é isso. Queria que fosse simples assim!

Li que moda é uma arte que não veste telas nem muros, ela se expressa no movimentos dos corpos, de acordo com a ideologia , o desejo daecada um. Como os belos quadros, ela representa a voz do seu criador. Na moda um chapéu, nem sempre é só um chapéu, assim como em um quadro, um cachimbo, pode não ser um cachimbo***.

por Monica Ash blog Diálogo Fashion www.dialogofashion.wordpress.com

E o que é Moda? Moda é um sistema que acompanha o vestuário e o tempo, que integra o simples uso das roupas no dia-adia a um contexto maior, político, social, sociológico. Embora os estilistas usem artístas de nome e renome para inspirar as suas criações, a moda não feita diretamente com intenções artísticas. Elas está de mãos dadas com mundo, envolvendo tudo, ligada com a fotografia, com o cinema, com a música, expressando a postura e as idéias de uma época e claro, “é a busca incessante pelo belo, algo que só se consegue através da arte.”* Mas não é Arte na sua intenção primeira, que é cobrir e proteger o corpo*.

* Moda/Arte: O conceito de Moda Val Oliveira ** Leia em: http://blogview. wordpress.com/2007/08/05/poronde-sua-agulha-costura/ ***Ceci n’est pas une pipe - Isto não é um cachimbo

imagens: Akris Primavera /Verão 2009


editorial de moda coreouse

cor e ousadia no modo de se vestir do dia-a-dia COR E OUSADIA Cor é percepção, é o despertar das mais inerentes sensações do ser humano. Parte importante da Arte Visual, ela não poderia ficar de fora do mundo da Moda. 2012 promete muita cor, muito contraste, muita vivacidade nas roupas, calçados e acessórios. Combinado com ousadia, o Color Blocking confere ao look irreverência, originalidade e personalidade a quem usa. Pretinho básico, é last season, bebê. por Luiza Moraes Veja nessa sessão algumas fotos que procurar ousar, seja no modo, na proposta ou não ausência dela, afinal, a partindo de que tudo é discurso, a não-manifestação é o modo mais sutil dessas. por Rafael Watanabe


Mariana Gramacho jogo de luz, uma renda clรกssica, coturno e muita ousadia aposta no jogo de luz foto: Luiza M.


Gabriela Maia camisa de seda em contrasta com a saia de couro e o cinto sintĂŠtico. PermissĂľes e possibilidades do colorblock foto: Luiza M.


Gabriela Maia A ousadia é usar uma peça esperada no verão em outra estação, de modo sóbreo. Jaqueta Jeans, saia de Couro e Top. Foto: Luiza M.


Mariana Gramacho o cabelo e a postura dizem muito por si s贸, as cores do cabelo refletem as cores da personalidade Foto: Luiza M.


Mariana Gramacho atitude! ousadias transcendem as fronteiras das cores, texturas e formas, indo muito alĂŠm. Foto: Luiza M.


Foi-se o tempo em que os bloggers ficavam no fundo das salas de desfiles ou que sua presença era simplesmente cortada de alguma festa bacana. Hoje eles estão na mira de todas as assessorias de imprensa, ganharam visibilidade a ponto de estampar periodicamente as revistas de moda mais descoladas do mundo e, claro, ganharam assentos mais próximos da passarela. No último desfile da Dolce&Gabbana em setembro, blogueiros convidados – além de se sentarem na primeira fila – receberam laptops para postar sobre a coleção minuto-a-minuto. A Burberry foi mais ousada, passou os compradores para a terceira fileira, e reservou as duas primeiras para os blogueiros, mostrando que com a mudança dos tempos, talvez uma imagem num blog valha mais do que meia dúzia de casacos vendidos em alguma longínqua boutique árabe. A facilidade de começar um blog e, poucos posts depois, já fazer cartão de visita com o título de ‘blog de moda’, em muitos casos banalizou a informação e fez surgir um exército de gente com opinião vazia, baseada em achismos. Por outro lado, também deu voz a gente talentosa que, por falta de espaço, não era ouvida, como é o caso de Susie Bubbles.

entrevista susie bubles

conheça-a na página 24

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moda e montagem

Como combinar peças do vestuário sem fazer feio.

Não é de hoje que o pergunta “será que combina” assombra os pensamentos de T-O-DO-S aqueles que se preocupam com o visual no dia-a-dia, e não apenas na balada. E como são pouquíssimos as pessoas que podem usufruir de um guarda-roupa de personagem de filmes como O Diabo Veste Prada, essa sessão será sempre reservada para tirar dúvidas e dar dicas de como renovar suas roupas e o modo como você as usa, sempre de acordo com as novas tendências. Roupas novas com um guarda-roupa “velho”. Para essa primeira edição a dica é simples, e vem sendo dada por muitos estilistas e modistas mundo a fora: arrisque e inove! Sabe aquela blusa estampada que sua tia tem na cômoda dela e você sempre achou brega? Hora de pedir emprestada e usar com aquela calça skiny boa para bater perna. Sobreposição de colorblock/estampa ou floral também são apostas para essa leva de moda atual. O que não vale e ficar repetindo usos. Não tenha medo de usar a mesma blusa da semana passada se você souber colocar um acessório que chame a atenção. Desde colares delicados às cordas coloridas estão valendo.

dúvidas ou dicas? envie-as para www.costumera.com ou mande-nos um email em costumera@contato.com

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susie bubble entrevistada com a colaboração especial do blog modasemfrescura. com, conseguimos uma entrevista exclusiva com a talentosa modista, blogueira e atual editora de moda da dazed&confused digital susie bubble. :

por Maria Eugenia Tomazini blog Moda Sem Frescura www.modasemfrescura.com Filha de pais chineses, nascida na Inglaterra, Susie começou o seu diário online, Style Bubbles, há 3 anos e ele recentemente foi selecionado pela revista Newsweek como um dos maiores influenciadores da opinião pública – vale lembrar que nessa eleição da revista norte-americana estavam blogs sobres os mais diversos assuntos, incluindo política.

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O apelido ‘Bubbles’ foi dado por uma amiga quando ainda estavam no primário. “Todo mundo achava que eu vivia dentro de uma bolha, que tinha o meu mundo particular”, explica. De fato, para aqueles pouco familiarizados


com moda e com seu mundo, as criações de Susie, assim como sua estética, podem parecer um pouco over the top. Deixando de lado essa primeira impressão, descobre-se uma menina extremamente talentosa que não teve medo de ser ‘a estranha’ durante os duros anos de colégio e, hoje, se senta na primeira fila da Chanel, têm mais de 10 mil acessos diários no blog e recentemente tornou-se editora de moda da Dazed&Consfused Digital – bíblia da moda e comportamento dos modernos. Confira abaixo o papo rápido que tivemos:

Como o caso de Lindsay Lohan para Ungaro, por exemplo. SB: Se apresentarem um bom trabalho não tenho nenhum problema com isso. Mas infelizmente, na maior parte das vezes, seus trabalhos não passam de rascunhos. Mas existem exceções, como as irmãs Olsen e a The Row. Assim, curto e grosso: o estilo e o design devem ser mais importantes do que o fato de haver uma celebridade por trás da marca.

Com certeza não existe receita para um blog cair no gosto do povo. Mas, na sua opinião, o que é importante num blog? Susie Bubbles: Uma voz original e conteúdos que já não foram replicados por toda a blogosfera. E, acima de tudo, ter uma opinião única.

Você sente que existe algum tipo de preconceito por parte das assessorias de imprensa e estilistas com relação a cobertura online? SB: De forma alguma. Claro que depende do que se está cobrindo e, óbvio, revistas e jornais ainda são preferenciais. Mas acredito que as assessorias abrem espaço, de acordo com a qualidade da sua informação e, claro, da quantidade de leitores do seu blog. Você conhece algum estilista ou artista brasileiro? SB: Infelizmente não muitos. Gosto do trabalho da Cavalera, da Osklen e de Alexandre Herchcovitch. No momento, quais são os seus designers e bloggers favoritos? SB: Amo o Luxirare.com e o blog Foxyman. Com relação aos designers, estou apaixonada por David Koma, Fannie Schiavoni, Anthony Vaccarello, Don the Verb e Helena Lumelsky. O que você acha dessa história de celebridades virando estilistas?

Hoje seu blog é famoso e seu estilo virou referência no mundo fashion. Tiveram situações difíceis ao longo desses 3 anos, em que você pensou em desistir? Momentos em que você, simplesmente, não tinha tempo para escrever? SB: O blog nunca foi meu trabalho. Ele é o meu hobby por isso nunca senti como uma tarefa ou estressante. É um prazer porque posso fazer o que quiser e não me sinto pressionada a escrever todos os dias. Por ser algo que me completa é um momento que tenho só para mim e minhas idéias. Por isso, sempre tenho tempo.

Então você quer dizer que nunca quis trabalhar com moda ou usar o blog – algo pelo qual você tem tanta paixão – como sua profissão e ganhar dinheiro? SB: Não. Sempre tive outros trabalhos e, antes de começar na Dazed, eles não tinham nada a ver com moda. O emprego na Dazed foi meio acidental, fui pega de surpresa. Teria sido feliz também no trabalho anterior, que não tinha nada a ver com isso. O blog é a minha maneira de satisfazer uma paixão pessoal. Confesso que, às vezes, é melhor NÃO trabalhar com moda porque você pode aproveitar muito melhor o seu hobby. Há uns tempos você viu seu nome metido no meio de uma confusão com a estilista Pam Hogg. (Susie foi fotografada usando um macacão da estilista enquanto visitava sua loja. Postou a foto no blog e a turma de Pam teve um chilique alegando que era uso indevido de propriedade intelectual, uma vez que a blogueira não havia comprado o macacão. Chamaram de ‘má publicidade’ e pediram a remoção imediada do post. Susie o fez mas, não deixou em branco: postou uma excelente reposta e encerrou o caso – leia aqui a íntegra do post . Como terminou essa história? SB: Confesso que nunca tinha me acontecido algo assim antes, mas acredito que tudo não tenha passado de um enorme erro de comunição. Por causa da rapidez com que a informação se espalha na internet, todos ficaram sabendo. Pam Hogg em pessoa, nunca chegou a entrar em contato comigo. E a história acabou ali. por Maria Eugenia Tomazini blog Moda Sem Frescura www.modasemfrescura.com

interessado em alguma personalidade a ser entrevistada?

entre en contato conosco, ela pode aparecer aqui. www.costumera.com

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moda homem

xega de xadrez!!!

Liberte-se do xadrez! Veja opções para variar deste clássico do guarda-roupa masculino. por ricardo oliveros

Camisa xadrez é um clássico do guarda-roupa casual. Há, porém, boas alternativas para variar quando quiser sair para jantar, ir a festas informais ou passear nos finais de semana. Aproveite o verão para investir na onda retrô que trouxe de outras décadas as peças em jeans, as estampas florais, o estilo “navy” (marinheiro), assim como colarinhos e punhos em cores contrastantes. Afinal, ter um acervo de camisas em xadrez pode dar a impressão de que você está sempre com a mesma roupa. Ou que não tem imaginação! Para te ajudar nesta missão de libertar-se (não livrar-se, afinal, o xadrez é um ótimo aliado de estilo) desta escravidão de padronagem, conheça as camisas que estarão em alta no verão e veja dicas de como usá-las. 1. Camisa jeans Na verdade esta peça é feita em “chambray”, um tecido parecido com o jeans, mas bem mais leve. Ela foi usada no começo do século 20 como parte do uniforme da marinha americana. Entrou na moda na década de 1980 e foi muito usada no “casual friday”, que surgiu nos Estados Unidos, onde as empresas permitiam que os funcionários usassem roupa casual nas sextas-feiras. Sua volta se deu no inverno de 2010 e continua firme e forte para o verão.

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Este modelo de camisa pode ser usado com calças claras de chino, linho, algodão, tanto abertas com camiseta por baixo para um conjunto mais despojado quanto fechadas por fora da calça, quando precisar parecer mais arrumado. Uma tendência forte é usá-la com calça jeans, em visuais monocromáticos, ou seja, com tudo no mesmo tom ou em contraste, com uma peça em cor mais escura e a outra, mais clara.

& Albert de Londres em uma grande exposição em 2008. As camisas com esta estampa estão de volta e são fáceis de combinar com jeans ou num conjunto elegante com calças claras de alfaiataria em linho. Além das estampas miúdas, temos as flores maiores. Neste caso, procure algum tom dominante para fazer combinações ou use com jeans e bermudas em tons pastel para não ter erro.

2. Camisa floral

3. Camisa azul

A estampa “liberty” é feita de flores miúdas e tem um fato interessante na sua história. Uma das correntes ou nomes que o Art Nouveau - movimento artístico do seculo 19, que se inspirava nas formas da natureza aplicadas na arquitetura e design - recebeu foi o “liberty”. O nome tem origem em sir Arthur Lasenby Liberty, dono de uma loja inglesa de decoração, relógios, joias, tapetes e tecidos. Em 1884, Liberty começou a mostrar desenhos florais no estilo que leva seu sobrenome, e tecidos fabricados com esta estampa. A famosa dançarina Isadora Duncan tinha vestidos com tecidos de lá, o escritor Marcel Proust os usava em gravatas. Sua fama conseguiu sobreviver ao “art nouveau” e seus tecidos foram aproveitados por grandes estilistas como Paul Poiret, Yves Saint Laurent e Cacharel. Esta história foi contada pelo museu Victoria

A influência militar na moda é maior do que se imagina. Muitas peças que usamos tem origem no exército, na marinha e na aeronáutica. O estilo “navy” (naval ou marinheiro em inglês) é um deles. A estilista Coco Chanel causou furor quando lançou, nos anos 1920, uma camiseta listrada usada com calça azul marinho. De lá para cá, a inspiração em motivos náuticos virou um clássico do verão. Para não correr o risco de sair fantasiado de marinheiro, experimente combinar a tradicional camiseta listrada com calça ou bermuda brancas e sapato estilo

“docksider” ou tênis náutico.

por Ricardo Oliveros pela UOL. Para mais dicas sobre o assunto, acesse: wwwl.uol.com.br/moda


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