Revista Linguagem Visual

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Bem-Vindo

O que você irá aprender

· Elementos Básicos da Linguagem Visual · Técnicas Visuais · Contraste · Técnicas de Comunicação Visual · GESTALT · Leis, ou Forças, da Gestalt


Noção de Alfabetização Visual A identificação de objetos simples ao uso de símbolos e da linguagem para conceituar, do pensamento indutivo ao dedutivo. A visão é natural, mas a eficácia em criar e compreender as mensagens visuais requer estudo. No alfabetismo verbal pode ser alcançado num nível simples de realização e compreensão de mensagens escritas. Portanto, o Alfabetismo visual, jamais poderá ser um sistema tão lógico e preciso quanto a linguagem. Linguagens são sistemas inventados pelo homem. Sua estrutura tem uma lógica, que o alfabetismo visual é incapaz de alcançar. A mensagem visual pode ser dividida em 3 níveis: • Representatividade: Não é necessário nenhum sistema de código para facilitar a compreensão, basta ver um processo para compreender como ele funciona. • Simbolismo: Desvinculado da informação identificável. No início as palavras são representadas por imagens, e quando isso não é possível inventa-se um símbolo. • Abstração/Composição: Tudo o que vemos e criamos compõe-se dos elementos visuais básicos que representam a força visual estrutural. É energia visual pura. Para um Designer essa noção de alfabetização visual, é de fundamental importância, pois nos transforma em indivíduos visualmente capacitados de enxergar a comunicação que nos está sendo passada.

Figura 1


Elementos Básicos da Linguagem Visual Segundo Dondis os elementos básicos da Linguagem Visual são: Ponto, linha, forma, direção, tom, cor, textura, dimensão, escala em movimento que juntos, tornam possível a comunicação visual. • Ponto: É a unidade mais simples e irredutível. Quando vistos em grupos criam a ilusão de cor e tom ao se ligarem pode direcionar o olhar e é intensificada quando se juntam ( Figura 2, 3 e 4).

• Linha: Conjunto do pontos tão próximos que se torna impossível identifica-los individualmente, aumentando a sensação de direção. A linha nunca é estática.

Linha curva

Linha reta horizontal

Linha ondulada Linha reta vertical Linha reta inclinada Linha quebrada

Figura 5

Figura 2 Figura 6

Figura 3

Figura 7

• Forma e Direção: A linha articula a complexidade da forma. A linha descreve uma forma. Há 3 tipos de forma: O quadrado, o triângulo equilátero e o circulo. Cada forma expressa uma direção visual básica. O Triângulo, a diagonal, o quadrado a horizontalidade e a verticalidade, e o circulo a repetição. Figura 4


• Cor: A cor está impregnada de informação, tem um valor inestimável para os comunicadores visuais. .A cor pode ter associação material, sensorial e cultural. A cor tem 3 dimensões, a Matiz, a saturação e o brilho.

+ Amarelo Figura 8

+ Vermelho

Azul

Figura 11

+

=

Amarelo

Azul

Vermelho

Amarelo

Laranja =

+ Azul

Verde

Vermelho

Roxo

Figura 12 Figura 9

• Tom: É a intensidade da obscuridade ou claridade de qualquer coisa vista. O valor tonal é outra maneira de descrever a luz.

Figura 13

Figura 10

• Textura: Podemos apreciar a textura tanto através do tato como da visão. A textura se relaciona com a composição de uma substância através de variações mínimas da superfície do material.


Figura 14

• Escala: O grande não pode existir sem o pequeno. Todos os elementos visuais são capazes de se modificar e se definir uns aos outros. A escala pode ser estabelecida através do tamanho relativo das pistas visuais e pela relação com o campo e o ambiente.

Figura 17

• Movimento: As técnicas podem enganar o olho. Não existe o verdadeiro movimento, ele se encontra no olho o espectador através da persistência da visão.

Figura 18 Figura 15

Figura 16

• Dimensão: Podemos ver a dimensão pela nossa visão. A representação da dimensão em formatos visuais bidimensionais depende da ilusão. A ilusão pode ser reforçada de muitas maneiras, mas a principal é a perspectiva.

Figura 19

Então, esses elementos visuais tornam possível a comunicação visual em si. A comunicação visual é muito usada nas propagandas e na elaboração de projetos como revistas e jornais.


Técnicas Visuais

O conteúdo e a forma são os componentes básicos das artes e ofícios visuais. O conteúdo é o que está sendo direta ou indiretamente expressa, a mensagem. Na comunicação visual, porém, o conteúdo nunca está dissociado da forma. O resultado final de toda a experiência visual está na interação de polaridades duplas: primeiro, as forças do conteúdo (mensagem e significado) e da forma (design, meio e ordenação); e em segundo, o efeito recíproco do articulador e do receptor. Em ambos os casos um não pode se separar do outro.

pode equivaler a contraste, e nivelamento pode ser associado a harmonia. A área entre a nivelação e o aguçamento é confusa e obscura, e normalmente deve ser evitada. Quando as intenções dos designers não forem esboçadas e controladas com determinação, o efeito produzido será decepcionante para o público. Portanto, o contraste é ligado ao antagonismo, à diferença. Em focar e não deixar dúvidas. Existem vários tipos de contrastes: O contraste de direção, contraste tonal, contraste de escala, contraste de cor, contraste de linha, contraste de dimensão e o contraste de formas.

Contraste

O contraste é a técnica mais importante para o controle de uma mensagem visual. O contraste de substâncias e a receptividade dos sentidos a esse mesmo contraste dramatiza o significado através de formulações opostas, é uma força vital para a criação de um todo coerente, um poderoso instrumento de expressão, simplifica a comunicação. O organismo humano parece buscar a harmonia, um estado de tranquilidade e resolução. A luz é a chave da nossa força visual, é tonal, e vai do brilho (ou luminosidade) à obscuridade, através de uma serie de gradações muito sutis. A presença ou a ausência de cor não afeta os valores tonais, que são constantes. No pigmento, a luminosidade é sintetizada ou sugerida pela brancura que tende ao branco absoluto, enquanto a obscuridade é sugerida pelo negror que tende ao negro absoluto. No processo da visão, o contraste de tom é de importância tão vital quanto a presença da luz. Através do tom, percebemos padrões que simplificamos em objetos com forma, dimensão e outras propriedades visuais elementares. Ver significa classificar os padrões, com o objetivo de compreendê-los ou reconhece-los. O aguçamento

Figura 20

• Contraste de Direção: Sensação de horizontalidade, verticalidade e inclinação.

Figura 21

• Contraste Tonal: Com o tom, a claridade ou a obscuridade relativas de um campo estabelecem a intensidade do contraste. Variação do claro e do escuro.


• Contraste de Linha: Usada nos estilos tipográficos ou quando é desenhada uma ilustração.

Figura 22

• Contraste de Escala: A distorção da escala, pode chocar o olho ao manipular à força a proporção dos objetos e contradizer tudo aquilo que, em função de nossa experiência, esperamos ver. Figura 25

• Contraste de Dimensão: Entendimento de leve ou pesado.

Figura 23

• Contraste de Cor: O mais importante contraste de cor, é o quente-frio, que estabelece uma distinção entre as cores quentes, dominadas pelo vermelho e pelo amarelo, e as cores frias, dominadas pelo azul e pelo verde.

• Contraste de Forma: Se o objetivo for atrair a atenção do observador, a forma regular, simples e resolvida, é dominada pela forma irregular, imprevisível.

Figura 24

Figura 27

Figura 26


Técnicas de Comunicação Visual

As técnicas visuais nos oferecem uma grande variedade de meios para a expressão visual do conteúdo. Existem como polaridades ou como abordagens desiguais e antagônicas do significado. As polaridades técnicas nunca devem ser sutis a ponto de comprometer a clareza do resultado.

• Regularidade x Irregularidade A Regularidade constitui o favorecimento da uniformidade dos elementos, e o desenvolvimento de uma ordem baseada em um método constante e invariável. Já a irregularidade, enfatiza o inesperado e o insólito, sem ajustar-se a nenhum plano decifrável.

• Equilíbrio x Instabilidade O equilíbrio é uma estratégia do Design em que existe um centro de suspensão a meio caminho entre dois pesos. Ele pode ser Simétrico, quando temos a presença de um eixo que divide a mensagem visual em partes idênticas e Assimétrico, quando o “ponto de estabilidade” é obtido com variações de elementos e posições. Figura 30

Figura 28

Figura 31

• Simplicidade x Complexidade

Figura 29

A Simplicidade envolve imediatez e a uniformidade de forma elementar, livre de complicações ou elaborações secundárias. A Complexidade, compreende inúmeras unidades e forças elementares, e resulta num difícil processo de organização de um padrão.


Figura 35

• Economia x Profusão

Figura 32

A Economia é uma organização sensata em sua utilização dos elementos, é a presença de unidades mínimas de meios de comunicação visual. A Profusão, é o enriquecimento visual associada ao poder de riqueza.

Figura 33

• Unidade x Fragmentação A Unidade é um equilíbrio dos eleme ntos diversos em uma totalidade que se percebe visualmente. A junção da unidade passa a ser vista como uma única coisa. A Fragmentação é a decomposição dos elementos e da unidade em partes separadas, que se relacionam entre si, mas conservam o seu caráter individual.

Figura 34

Figura 36

Figura 37


• Minimização x Exagero

• Previsibilidade x Espontaneidade

A Minimização é uma abordagem muito abrandada, que procura obter do observador a máxima resposta a partir de elementos mínimos. E o Exagero, deve recorrer a um relato profuso e extravagante, ampliando sua expressividade para muito além da verdade, em sua tentativa de intensificar e amplificar.

A Previsibilidade sugere alguma ordem ou plano convencional, experiência, de observação ou da razão, é preciso ser capaz de prever de antemão como vai ser toda a mensagem visual e faze-lo com base num mínimo de informação. A Espontaneidade caracteriza-se por uma falta aparente de planejamento, é saturada de emoção, impulsiva e livre.

Figura 40

Figura 38

Figura 41

• Atividade x Estase A Atividade deve refletir o movimento através da representação ou da sugestão, postura enérgica e estimulante. Já a Estase, é a força imóvel, equilíbrio absoluto, apresenta um efeito de repouso e tranquilidade.

Figura 39

Figura 42


• Exatidão x Distorção A Exatidão é o modelo do realismo nas artes visuais, e sua utilização pode implicar muitos truques e convenções destinados a reproduzir as mesmas pistas visuais que o olho transmite ao cérebro. A Distorção adultera o realismo, procurando controlar seus efeitos através desvio da forma regular, até mesmo da forma verdadeira. Figura 43

• Transparência x Opacidade A Transparência envolve detalhes visuais através dos quais se pode ver, de tal modo que lhes fica atrás também nos é revelado aos olhos e a Opacidade é o bloqueio total, o ocultamento, dos elementos que são visualmente substituídos.

Figura 45

Figura 43 Figura 46

• Planura x Profundidade

Figura 44

Regidas pelo uso ou pela ausência de perspectiva, e são intensificadas pela reprodução de informação ambiental através da imitação dos efeitos de luz e sombra característicos do claro-escuro, com o objetivo de sugerir ou de eliminar a aparência natural da dimensão.


Figura 50 Figura 47

• Agudeza x Difusão A Agudeza está ligada à clarez a do estado físico e á clareza de expressão. Através da precisão e do uso de contornos rígidos, o efeito final é claro e fácil de interpretar. A Difusão é suave, preocupa-se menos com a precisão e mais com a criação de uma atmosfera de sentimento e calor.

Figura 48

• Singularidade x Justaposição A Singularidade equivale a focalizar, numa composição, um tema isolado e independente, que não conta com o apoio de quaisquer outros estímulos visuais. A Justaposição exprime a interação de estímulos visuais, colocando, como faz, duas sugestões lado a lado e ativando a comparação das relações que se estabelecem.

Figura 51

Figura 49

Figura 52


• Rotundidade x Angularidade A Rotundidade é o uso na composição do predomínio de linhas e formas curvas e a Angularidade é o uso na composição de linhas e formas angulosas.

Figura 56

• Simetria x Assimetria Figura 53

É o equilíbrio numa manifestação visual. Simetria é um equilíbrio axial, cada unidade situada de um lado de uma linha central é rigorosamente repetida do outro lado.

Figura 54

• Intersecção x Paralelismo A Intersecção é o uso na composição de formas tão próximas que compartilham suas áreas e o Paralelismo são formas afastadas, sem compartilhar áreas.

Figura 55

Figura 57

Figura 58


• Sutileza x Ousadia A Sutileza estabelece uma distinção apurada, que foge de toda a obviedade e firmeza de propósito. E a Ousadia é utilizada com audácia, segurança e confiança.

Figura 62

• Estabilidade x Variação A Estabilidade expressa a compatibilidade visual e desenvolve uma composição dominada por uma abordagem temática uniforme e coerente. A Variação é a mudança e elaboração na estratégia da mensagem, oferece diversidade e sortimento.

Figura 59

Figura 60

• Neutralidade x Ênfase

Figura 63

A Neutralidade é uma manifestação visual menos provocadora e a ênfase realça apenas uma coisa contra o fundo em que predomina a uniformidade.

Figura 61

Figura 64


• Sequencialidade x Acaso A Sequencialidade é uma ordenação sequencial baseia-se na resposta compositiva a um projeto de representação que se dispõe numa ordem lógica. E o Acaso deve sugerir uma ausência de planejamento, uma desorganização intencional ou a apresentação acidental de informação visual. Figura 67

Figura 65

Figura 68

Figura 66

• Repetição x Episodicidade

A Repetição corresponde às conexões visuais ininterruptas que têm importância especial em qualquer manifestação visual unificada. E a Episodicidade indicam, na expressão visual, a desconexão, ou, pelo menos, apontam para a existência de conexões muito frágeis.

GESTALT

O termo Gestalt, no seu sentido mais amplo, significa uma integração de partes em oposição a “soma” do todo. Arte se funda no princípio da pregnância da forma. Ou seja, na formação de imagens, os fatores de equilíbrio, clareza e harmonia visual, constituem para o ser humano uma necessidade. Seja numa obra de arte, num produto industrial ou numa peça gráfica. A tarefa do Designer é de conceber ou desenvolver objetos que satisfaçam as necessidades da adequada estrutura formal, respeitando os padrões culturais, estilos os partidos formais. Na ilusão de ótica, a excitação cerebral se processa em função da figura total pela relação recíproca das suas várias partes de dentro do todo. Não


vemos partes isoladas, mas relações. Para a nossa percepção, que é resultado de uma sensação global, as partes as partes são inseparáveis do todo e são outras coisas senão elas mesmas, fora desse todo. Análise das Forças que Regem a Percepção da Forma Visual – Forças Internas e Forças Externas As Forças Externas são constituídas pela estimulação da retina através da luz proveniente do objetivo exterior. As Forças Internas são as forças de organização que estruturam as formas numa ordem determinada, a partir das condições dadas de estimulação. Tem a sua origem, num dinamismo cerebral que se explica pela própria estrutura do cérebro.

Leis, ou Forças, da Gestalt

Figura 70

• Unificação: Consiste na igualdade ou semelhança de estímulos produzidos pelo campo visual, pelo objeto. Se verifica quando os fatores de harmonia, equilíbrio e sobretudo na coerência do estilo formal, que são as leis da proximidade e semelhança.

• Unidades: Conjunto de mais de um elemento, configurando o “todo”, ou seja, o próprio objeto. As unidades formais, que configuram um todo, são percebidas através de relações entre os elementos que as constituem. Uma ou mais unidades formais podem ser percebidas dentro de um todo por meio de diversos elementos como: pontos, linhas, planos, sombra, brilhos ou combinados entre sí.

Figura 69

s

• Segregação: É a capacidade perceptiva de separar, identificar ou destacar unidades formais em um todo ou por partes de todo. Pode-se estabelecer níveis de segregação, identificando-se apenas unidades principais de um todo mais complexo, desde que seja suficiente para o objeto desejado de análise.

• Fechamento: É importante para a formação de unidades. Obtém-se a sensação de fechamento visual da forma pela continuidade numa ordem estrutural definida, por meio de agrupamentos de elementos.

Figura 71


• Continuidade: É a impressão visual de como as partes se sucedem através da organização da perspectiva da forma de modo coerente, sem quebras ou interrupções. É a tendência dos elementos acompanharem uns aos outros. A boa continuidade atua no sentido de alcançar a melhor forma do objeto, forma mais estável.

• Pregnância: Qualquer padrão de estimulo tende a ser visto de tal modo que a estrutura resultante é tão simples quanto o permitam as condições dadas. Quanto melhor for a organização visual da forma do objeto, maior será o seu grau de pregnância. E quanto mais confusa for a organização visual da forma do objeto menor será o seu grau de pregnância.

Figura 75

Figura 72

• Proximidade: Elementos ópticos próximos uns dos outros tendem a ser vistos juntos, a constituírem um todo. Proximidade e semelhança são dois fatores que muitas vezes agem em comum e se reforçam mutualmente.

Figura 73

• Semelhança: A igualdade de forma e de cor desperta a tendência de se construir unidades, de se estabelecer agrupamentos de partes semelhantes. Semelhança e proximidade, são dois fatores que concorrem para a formação de unidade e promovem a unificação como um todo.

Figura 74

O USO DO SIMBÓLICO NAS MENSAGENS VISUAIS A redução do detalhe visual a seu mínimo irredutível. Um símbolo não deve apenas ser visto ou reconhecido, deve ser lembrado, e mesmo reproduzido. Não pode conter grande quantidade de informação pormenorizada. Quanto mais abstrato for o símbolo, mais intensa deverá ser sua penetração na mente do público para educa-la quanto ao seu significado. O símbolo deve ser simples e referir-se a um grupo, ideia, atividade comercial ou instituição. Existem muitos tipos de informação codificada, um deles é o sistema de símbolos musicais. Todos os sistemas foram desenvolvidos para condensar a informação, de tal modo que ela possa ser registrada a comunicada ao grande


D

ESIGN

O Bom Design é uma escrita leve e direta para idenficar os princípios simples e a lógica desses princípios. Design significa comunicação. Cujo o foco é a funcionalidade, a informação apresentada de maneira eficaz e também a estética, como apresentações e animações visuais. Para alcançar o público e manter o seu interesse, é essencial explorar ao máximo ambos os aspectos.



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