FolhaMED - ed. 01

Folha MED

Manaus | AM | Brasil

Ano I | Número 1

Maio de 2015

PET Medicina comemora 20 anos Divulgação

O Programa de Educação Tutorial – PET Medicina

comemorou neste ano duas décadas de atividades. Durante a ocasião, foi feita a entrega entrega de placas de homenagem aos três tutores que passaram pelo programa, além da inauguração de uma placa comemorativa com os nomes de quem já passou pelo programa. Evento contou com a presença do professor Dirceu Ferreira, tutor fundador do PET; da professora Cinthya Iamille, tutora em Atividade; de PETianos egressos e atuais, e de professores da FM. P10

EXTENSÃO

ENSINO

Em busca de suporte básico

Calouros recebem boas-vindas

O projeto ReanimAÇÃO foi criado por acadêmicos com o intuito de ensinar a alunos do curso e a professores da rede pública técnicas para o fornecimento de suporte básico de vida. O projeto busca suprir a falta de uma disciplina na grade curricular do curso de Medicina da UFAM. P06

INTERCÂMBIO

Sem fronteiras para o saber Alunas intercambistas do Ciências sem Fronteiras relatam os pontos positivos e negativos do programa. O Assessor de Relações Internacionais e Interinstitucionais da UFAM fala sobre os planos para minimizar os problemas enfrentados por alunos de medicina no P04 exterior.

Lauren Ferreira Tavares

A Semana de Acolhida ao Calouro é um evento da Faculdade de Medicina que visa apresentar a faculdade aos novos estudantes. Ele representa a iniciação do aluno no curso de Medicina, fazendo com que se sintam membros de uma nova comunidade estudantil. Durante dois dias, foram realizadas palestras, a apresentação de ligas acadêmicas e projetos, um tour pela faculdade e HUGV, além do trote solidário para a arrecadação de sangue P03 para o HEMOAM.

Entrevista

Homenagem

Opinião

Aluno de Medicina fala sobre a experiência de fazer parte do internato nos EUA P08

Ivan Monteiro e suas lições de amor à Medicina e solidariedade para com o próximo P07

O legado e o renascimento do CAMED-HM P02

2 | Folha MED | Maio de 2015

EDITORIAL

EXPEDIENTE

Anatomia de um jornal universitário Dizem que o jornalismo é um sacerdócio. E por uma boa razão. Salários baixos, carga extenuante de trabalho e estresse nas alturas. É como a vida de um estudante da FM, mas sem os coffee breaks.

Mas se fazer jornalismo é uma atividade tão desgastante, o que leva um grupo de alunos de medicina aparentemente saudáveis e em pleno uso de suas faculdades mentais a fazer um jornal?

A ideia de (re)criar o Folha MED, que nasceu em versão beta em 2013 para depois entrar em suspensão, surgiu da necessidade de haver maior comunicação entre os estudantes de Medicina.

Ao invés de nos mantermos enclausurados em nossas respectivas turmas fazendo provas e mais provas, por que não dar materialidade às nossas palavras para que elas tenham um

efeito maior do que se apenas ecoassem pelos corredores da faculdade?

Desejamos que esse jornal sirva como espaço não só para que as questões deixadas de lado pela diretoria e a reitoria sejam abordadas a partir da ótica dos estudantes, como também para que os alunos manifestem suas opiniões e ideias sobre os assuntos que afetam suas vidas acadêmicas.

Além disso, que ele também ajude a divulgar o extenso trabalho realizado na faculdade de Medicina por alunos, professores e demais funcionários.

Tamanho esforço em conjunto deve ser melhor divulgado para que se mantenha na memória coletiva dos estudantes, e não esquecido.

Nessa primeira edição do Folha MED, você confere um pouco de tudo isso. Nossa equipe fez a cobertura de eventos

importantes, como o SECAMED e os 20 anos do PET; explorou a questão de intercâmbios em uma reportagem e uma entrevista, a qual é marcada por dificuldades, seja para a validação do conteúdo cursado ou o estabelecimento de parcerias de forma independente; mostrou a origem do projeto ReanimAÇÃO, que surgiu a partir da uma deficiência da grade curricular do curso; e elaborou um breve perfil do professor Ivan Monteiro, cujo falecimento abalou a todos da faculdade e nos deixou privados de um grande profissional e exemplo de vida.

Dito isso, convido você a acompanhar o nosso trabalho.

Ficamos felizes com o resultado desse primeiro número e esperamos que você também fique.

Acompanhe o desenvolvimento dessa história que começa agora e sinta-se convidado a participar dela.

ANO I – Nº 01 – MAIO DE 2015

Editor: Pablo Cândido.

Fotografia: Lauren Ferreira Reportagem: Juíle Hanada, Thaís dos Anjos Martins, Isabelle Câmara, Pedro Frade e Thiago Neri.

Projeto gráfico e editoração: Pablo Cândido.

Diretoria da Comissão de Jornalismo: Vinícius Carirenha e Frederico Silva Impressão: Coordenadoria de Serviços Gráficos/UFAM

Participe Gostaria de publicar um Artigo de Opinião, Charge ou Tira em Quadrinhos?

Ou gostaria de enviar idéias de reportagens, sugestões e críticas?

Mande um email para folhamed@gmail.com Artigo de Opinião: deve conter entre 3100 e 3300 caracteres com espaços.

OPINIÃO

CAMED-HM: Uma história de recomeços No ano de jubileu de ouro da faculdade de medicina, em um mar de nostalgia, ao olhar os nomes nas turmas que já passaram por nossa faculdade, tentamos enxergar o passado e nos perguntar: qual a história do nosso centro acadêmico?

Isso nos joga diretamente contra um retrospecto muitas vezes desconhecido em que não se sabe qual o legado deixado por quem já compôs o nosso Camed. Algumas raras placas dispostas na nossa sala tentam dar nome aos muitos que já passaram por lá. Quem são os que conseguiram aquela sala? Quem nos possibilitou uma rede de internet própria e um computador? Quais daqueles nomes de cada turma divulgados pela diretoria da faculdade já participaram de alguma gestão do CAMED-HM? Muitas perguntas para uma história poucas vezes esclarecedora, refletindo o que temos da nossa própria faculdade quando se tratam de

registros históricos. Nesta situação, cabe apenas uma palavra para definir o processo de construção do nosso CAMED: recomeço.

Chaplin acertou quando disse que se as coisas não saem como o planejado, podemos ficar felizes por termos o hoje pra recomeçar. Um hoje de uma mudança de estatuto, um hoje de uma semana do calouro consolidada e que deu à luz a cerimônia do jaleco, o hoje que pode honrar àqueles que, mesmo pouco lembrados na história do CAMED, se orgulham de ter deixado o legado mais precioso que poderiam ter: manter o nosso centro acadêmico vivo para as próximas gerações e para novos recomeços.

Podemos citar o exemplo das ligas acadêmicas. A primeira delas, a Liga de Ortopedia de Traumatologia do Amazonas, foi criada e vinculada ao antigo DAM (Diretório Acadêmico de Medicina) em 2001 e apenas no ano de 2015, após o surgimento

de mais de vinte ligas, temos a criação do Conselho de Ligas da UFAM. Não temos como recuperar esses 14 anos nos quais houve afastamento entre as ligas e o CAMED-HM, mas temos uma nova ideia e o futuro pela frente para fazermos as mesmas crescerem e organizá-las da melhor maneira possível.

Dessa vez, o recomeço se deu de uma forma completamente estrutural e possibilita a participação de todos os estudantes de medicina da UFAM na construção do nosso centro acadêmico. Com a mudança do estatuto, qualquer estudante tem direito a voto nas reuniões e pode compor a gestão atual como membro de alguma comissão de trabalho, para citar o mínimo.

Sendo assim, você, estudante das melhores faculdades de medicina do norte e com cinquenta anos de história, também pode construir conosco o centro acadêmico, participando das reuniões,

compondo as comissões de trabalho, representando sua turma no conselho de turmas, construindo o conselho de ligas, “vestindo a camisa” para deixar o seu legado. Tenho a esperança que o futuro não seja apenas de recomeços, mas sim do novo: novos projetos, de novas mentalidades, novas caras e participações para tornarmos o CAMED-HM a nossa casa, a nossa família.

Por fim, deixo aqui as palavras do professor Marco da Ros, da UFSC: “uma vez me perguntaram qual a melhor faculdade de medicina. Eu demorei um pouco para responder, porque cada escola tem suas especificidades e peculiaridades. E a melhor resposta que eu encontrei foi que a melhor faculdade de medicina é aquela que tem o Centro Acadêmico mais ativo e este está ao lado dos oprimidos.”

Thiago Neri é acadêmico da turma 88 de Medicina

Maio de 2015 | Folha MED | 3

FACULDADE

Faculdade dá boas-vindas aos calouros

Lauren Ferreira Tavares

Entrar na universidade é como aprender a dirigir. No início, há a excitação de ter passado no vestibular e de dizer adeus ao ensino médio, assim como na primeira vez em que nos sentamos no banco do motorista e passamos a primeira marcha. As primeiras semanas na faculdade são um desastre e nos perdemos sempre, bem como nas primeiras voltas pela cidade. Porém, do mesmo jeito que um instrutor pode auxiliar os motoristas de primeira viagem, também é possível para um veterano ajudar os calouros. Mas como? É tradição da Faculdade de Medicina, mais especificamente do Centro Acadêmico Humberto Mendonça (CAMED), realizar no início do período acadêmico a Semana de Acolhida ao Calouro (SECAMED), que visa apresentar a faculdade aos novos estudantes.

Nas palavras de Érika Christina Souza da Silva, vice-presidente do CAMED, o evento é importante por que faz com que os estudantes re-

cém-chegados se sintam membros de uma nova comunidade. “O SECAMED é a iniciação do aluno na faculdade e o objetivo primordial dele é apresentar a faculdade para esses acadêmicos.

Sentir que a faculdade está abraçando-os é bem importante; se sentir importante para a faculdade faz bem a esses alunos”, explicou.

O SECAMED do período 2015/1, ao contrário dos anteriores, contou com o apoio Cerimônia do jaleco representa o ingresso na comunidade acadêmica da FM da Diretoria da FM. Tal atenção dispensada a um bus da Fundação de Hematolo- te, então a gente chega bem evento feito por e para estu- gia e Hemoterapia do Amazo- perdido. Foi bom ter veteranos dantes demonstra o interesse nas (HEMOAM), que mobilizou para nos explicarem as coisas, em marcar positivamente as 67 acadêmicos para a doação e professores que mostraram como fazer tudo na faculdade, comemorações do Jubileu dos de sangue.

Em geral, a avaliação dos desde fazer um cadastro na bi50 anos da Faculdade de Medicalouros sobre o evento foi blioteca, até como funciona o cina da UFAM. Além de atividades conhe- positiva. Para a estudante Fer- intercâmbio e outros projetos cidas, como palestras, a apre- nanda Rodrigues, 18 anos, o que, se não houvesse explicasentação de ligas acadêmicas e evento foi relevante para que ção, a gente nem saberia que projetos, o tour pela faculdade os novos acadêmicos possam existiam”, destacou.

Já a estudante Alessandra e o HUGV, e a Cerimônia do se localizar melhor no curso.

Jaleco, realizada pela segunda “Principalmente para a turma Encarnação de Morais, de 17 vez, puderam ser notadas no- do PSC, que são pessoas que anos, destacou a organização vidades na programação du- acabaram de sair do ensino do evento, a receptividade dos rante os dois dias do evento. A médio, o SECAMED é muito im- veteranos e as gincanas que principal delas foi a presença portante, por que a faculdade permitiram conhecer os projedo “Vampirão”, apelido do ôni- funciona de um jeito diferen- tos e programas que a universidade oferece. “O que eu mais gostei foi conhecer algumas pessoas que ajudaram a gente.

Também é super legal as ligas e projetos e coisas de pesquisa, como o PIBIC”, ressaltou.

No entanto, pontos negativos também foram apontados, no intuito de que possam ser evitados na próxima edição do evento. Para Alessandra e Fernanda, o principal defeito foram as palestras excessivamente longas. “Nos dois dias que foram as palestras, acho que passaram muito do horário. Teve até uma apresentação que foi transferida para o outro dia por que no não tinha dado tempo”, frisou a primeira.

Durante o evento, os calouros conheceram um pouco do que a universidade e o curso tem a oferecer

Thais dos Anjos Martins é acadêmica da turma 90 de Medicina

Lauren Ferreira

SECAMED acolhe e ajuda a integrar novos alunos ao curso de Medicina

4 | Folha MED | Maio DE 2015

INTERCÂMBIO

Sem fronteiras para o conhecimento Apesar de problemas com validação de créditos, CsF se mantém popular entre alunos

Arquivo

Pessoal

São muitas as possibilidades de intercâmbio para os alunos da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), sejam elas através planos de mobilidade nacional ou internacional, custeadas pelo governo ou por instituições privadas. Dentre esse mar de escolhas, é possível notar a onda de popularidade do programa Ciências sem Fronteiras (CsF) entre os estudantes de Medicina da UFAM. E com certa razão. Como diz Naziano Pantoja, Assessor de Relações Internacionais e Interinstitucionais da UFAM, em palestra ministrada no evento “Rodada de Conversa com a ARII”, realizado fevereiro, na Faculdade de Educação (Faced), as vagas do CsF são predominantemente para as áreas tecnológica e da saúde.

Quem já foi, afirma que o programa tem pontos positivos e negativos, mas ressalta a validade de se tentar participar da modalidade de intercâmbio.

Para Cecília Nunes, acadêmica de Medicina que estudou um ano na Universidade de Granada, na Espanha, a experiência não apenas foi significativa para sua graduação, como lhe permitiu conhecer novas culturas e pessoas, além de fazer novos amigos.

“Foi uma experiência bem importante, eu conheci um sistema de saúde diferente do nosso e que me surpreendeu muito, tive a oportunidade de ter aulas com professores excelentes e de fazer estágio em um hospital espanhol”, diz ela.

No entanto, a experiência muda de acordo com o país ao qual o aluno viajou. Dependendo do país e da universidade de destino, a investida pode ter mais ou menos valor na parte prática do curso.

Como afirma Gabriela Baroni, acadêmica de Medicina que fez intercâmbio durante um ano na Universidade de Saint Louis, nos EUA, embora não tenha sido possível cursar disciplinas mais avançadas da área médica, a estadia em outro país foi relevante para sua forma de ver as cosias. “Do ponto de vista de educação médica não houve muito aproveitamento devido à diferença entre a estrutura educacional, que permite que façamos apenas matérias básicas, que geralmente já concluímos. Ainda assim, é uma experiência extraordinária, que amplia nossos horizontes e faz perceber que existe muito mais no mundo do que imaginamos”, disse.

De acordo com Naziano Pantoja, a universidade não teve muito controle sobre o processo de seleção das instituições cadastradas no CsF, que ficou a cargo do governo federal. Por sua vez, os estudantes de Medicina enfrentam uma forte barreira para cursar disciplinas avançadas: o idioma. “O que acontece é que os alunos de Medicina chegam lá fora e estão em uma fase do curso onde há mais necessidade de ter contato com a população e as universidades de fora não querem, porque eles (alunos) não têm ainda o domínio da língua que elas considerem adequado para esse contato mais técnico-profissional com a população, e restringem os alunos”, disse.

Ainda segundo ele, há atualmente um esforço por parte da UFAM de abrir estágios em Portugal que permitam aos estudantes de Medicina cursar disciplinas mais avançadas. “A ideia é abrir uma cooperação diferenciada em Portugal, sem que a língua representasse uma dificuldade (sobre o contato dos estudantes de medicina com a população)”, disse.

Para ajudar os estudantes que desejam fazer intercâmbio em outros países, a Assessoria de Relações Internacionais e Interinstitucionais (ARII) da UFAM aponta alguma características e qualidades valorizadas na hora da seleção. Entre elas, se destacam o domínio de uma língua estrangeira; a preocupação com a vida acadêmica, tanto no que se refere aos bons resultados alcançados nas disciplinas de graduação quanto nos projetos que o estudante tem para seu futuro na universidade; o interesse pela realidade fora do Brasil; o envolvimento com pesquisa e extensão; o contato com professores que já têm diálogo com outros grupos no Cecília Nunes (esq.) e Gabriela Baroni (dir.) fizeram intercâmbio através do Brasil e no exterior; ter uma boa nota no ENEM; ter publicaCiências sem Fronteiras, experiência que consideraram significativa

ções científicas e participar de eventos de sua área acadêmica.

Um dos principais problemas apresentados pelo CsF é a dificuldade que os alunos enfrentam para validar os créditos cursados. Sobre isso, Naziano Pantoja afirma haver uma proposta que visa dar maior abertura para o aproveitamento das atividades realizadas pelos alunos, aprovando essas atividades como créditos optativos ou horas complementares, por exemplo. Contudo, a validação das disciplinas com correlação ao currículo da faculdade de medicina ainda é algo distante, tendo em vista as diferenças estruturais dos cursos que existem no mundo.

Apesar dos possíveis empecilhos, quem já participou do CsF ressalta que os benefícios são superiores. Como diz Gabriela, o candidato deve se focar no que pode ganhar com o intercâmbio. “Essa é uma oportunidade totalmente enriquecedora, que vai fazer você ter uma nova visão de mundo e proporcionar uma maturidade que talvez você não desenvolva vivendo apenas na sua zona de conforto”, afirma.

Para aproveitar ao máximo o intercâmbio, Cecília aconselha pesquisar o melhor país e instituição para o qual ir, a depender da sua área de estudos; pesquisar junto à UFAM quais disciplinas podem ser aproveitadas na volta; e cursar matérias que não existem no Brasil, se possível. “E o mais importante: fazer amigos no país para onde estiver indo. Não deixar de aproveitar para adquirir outros conhecimentos não acadêmicos, tais como línguas diferentes, culturas diferentes.

E ver também, a partir do seu novo conhecimento de mundo, o quanto o Brasil também é um país incrível e o potencial de seu povo”, destacou.

Isabelle Melo da Camara é acadêmica da turma 90 de Medicina

Maio de 2015 | Folha MED | 5

EXTENSÃO

PET comemora 20 anos de existência

Divulgação

O Programa de Educação Tutorial – PET medicina comemorou no dia 31 de janeiro seus 20 anos de atividades. Realizado no Auditório Dr. Zerbini, da Faculdade de Medicina da UFAM, o evento contou com a presença do professor Dirceu Ferreira, tutor fundador do PET e atual diretor da Faculdade de Medicina (FM); da professora Cinthya Iamille, tutora em atividade; de PETianos egressos e atuais, e de professores da FM. Durante a ocasião, foi feita a entrega entrega de troféus em homenagem aos três tutores que passaram pelo programa, além da inauguração de uma placa comemorativa, a qual contém os nomes dos estudantes e professores que estiveram no PET desde o seu início.

Na Faculdade de Medicina da UFAM, o gupo PET já conta com mais de 179 membros atuais e egressos, além de ter contribuído de diversas formas para o desenvolvimento do curso, seja pela elaboração de trabalhos científicos por

seus participantes ou mesmo como inspiração para a criação de novos programas ou ligas acadêmicas.

Quem está ou já passou pelo PET Medicina não hesita em dizer que os benefícios do programa não se limitam à formação do aluno na graduação, mas se estendem por toda a vida.

De acordo com Suzi Maron, médica e ex-petiana, a importância do programa Professor Dirceu Ferreira é homenageado por implantar o programa na FM está na sua capacidade a se inserir no universo aca- alunos, mas participar de um de potencializar as habilidades dêmico e médico de Manaus. processo de troca de conheciacadêmicas de seus participan- “Ser petiana para mim é abrir mento e experiências com os tes. “O PET, desde a sua funda- a porta para contatos na medi- estudantes. “Apesar de a gente ção, só veio a somar, porque cina. Já no segundo período eu se desgastar, se dedicando a ele acompanha discentes e os tor- pude fazer amizade com quem e a outras atividades acadêmina preparados para uma qua- faz o curso de medicina e tam- cas, se recebe muito em troca. lidade acadêmica superior, e é bém é de Manaus, diferente do É uma partilha e um cresciinegável que os alunos do PET que acontece na minha turma, mento pessoal e profissional. são diferenciados; não em ter- em que a maioria é de fora. Eu Não só dos acadêmicos, mas de mos de soberania ou de serem pude conhecer e ter mais con- quem estar à frente como tutor, melhores, mas por terem esse tato com os professores, conse- orientador e parceiro. Em terinstinto de ir atrás de novida- guir mais estágios...”, explicou. mos de aprendizado, o aprendes, de desenvolver seu lado Como indicado pelo nome dizado é cíclico. Não importa científico de uma forma que do programa, a figura do tutor o nível que você esteja, você não é tão estimulada no coti- é essencial para o andamento sempre aprende, e a gente acadiano da faculdade”, ressaltou. das atividades do PET. Como ba aprendendo muito”, relata.

Já para Clarissa Lopes, aca- diz Cinthya Iamille, tutora desdêmica do 6º período e petiana de 2011, seu trabalho não se História - O Programa de Eduem atividade, o programa foi resume a supervisionar as ati- cação Tutorial (PET) é um prosignificativo por tê-la ajudado vidades do grupo e orientar os jeto que visa a melhoria do ensino superior. Através dele, são formados grupos tutoriais compostos por doze bolsistas e seis não-bolsistas, orientados por um professor tutor.

Entre seus objetivos, estão estimular a melhoria do ensino de graduação e oferecer uma formação acadêmica de nível mais avançado, visando a formação de um profissional crítico e atuante. Isso é alcançado de várias maneiras, como a integração do ensino, da pesquisa e da extensão; o desenvolvimento de ações coletivas e capacidade de trabalho em grupo; e pela realização de atividades extracurriculares.

Membros atuais e egressos do PET se juntam à professora Cynthia Iamile em comemoração aos 20 anos

Pedro Frade é acadêmico da turma 91 de Medicina

Divulgação

Evento reuniu membros atuais e egressos para celebrar história do programa

6 | Folha MED | Maio de 2015

EXTENSÃO

Projeto surge a partir de carência curricular ReanimAÇÃO ensina suporte básico de vida a alunos da FM e professores da educação básica O fornecimento do suporte básico de vida é um dos principais fatores que elevam a sobrevida de pacientes até a chegada do socorro. No entanto, esses conhecimentos não são suficientemente abordados no curso de Medicina da UFAM. Para contornar essa situação, um grupo de acadêmicos criou o ReanimAÇÃO, um projeto de extensão que visa ensinar suporte básico de vida a alunos de medicina e membros da sociedade.

Focado na parte cardiológica, o curso foi desenvolvido nos moldes do Basic Life Suport (BLS) da American Heart Association e tem de 4 a 5 horas de duração.

Ele é dividido em uma parte teórica e outra prática, nas quais são ensinadas manobras do suporte básico de vida, incluindo reanimação com e sem desfibrilação, que são então executadas em manequins de tamanhos adulto, infantil e neonatal.

Para a comunidade acadêmica, são realizados turnos distribuídos entre os períodos do curso, sendo realizado um ro-

dízio em ordem crescente entre eles (a última turma selecionada foi a do 5º período, por exemplo). Cada turno possui seis vagas, as quais são concedidas aos alunos conforme a ordem de inscrição, que é feita através da internet por meio de um link disponibilizado pela equipe do projeto no grupo Medicina – UFAM no Facebook. Não há pré-requisitos para a participação.

O projeto também é aberto ao público externo, que no momento compreende professores da rede pública de ensino, para os quais são disponibilizadas 12 vagas por turno. Para que estes possam participar, é preciso que a escola firme uma parceria com o projeto e envie uma lista de professores interessados.

A previsão é de que nos primeiros seis meses sejam treinadas 150 pessoas, entre alunos e comunidade, além dos acadêmicos instrutores. Além disso, a meta para 2015 é atingir não apenas professores, mas também profissionais de saúde e de segurança pública.

Para os acadêmicos que desejam ser instrutores, a equipe do projeto informa que um edital de seleção será lançado em breve e que os interessados devem acompanhar a página do ReanimAÇÃO no Facebook para obterem mais informações.

Após a seleção, os instrutores selecionados realizam o curso básico e avançado de suporte de vida para orientarem melhor os participantes.

História do projeto - A ideia do ReanimAÇÃO surgiu quando um grupo de alunos percebeu que a falta de conhecimentos sobre suporte básico de vida e primeiros-socorros na faculdade dificultava o aprendizado de disciplinas como Atenção ao Trauma e Pediatria.

De acordo com Ivo Silveira, acadêmico do 9º período e coordenador discente do projeto, ao constatar a existência de demanda por esses conhecimentos por parte dos alunos, o grupo entrou em contato com Alexandre Miralha, atual coordenador docente do projeto, e juntos começaram a delinear formas como poderiam amenizar esse problema.

Essa necessidade se torna mais evidente quando se observa a alta mortalidade por doenças cardiovasculares na sociedade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 17,3 milhões de pessoas morreram em decorrência de doenças cardiovasculares em 2008. Já de acordo com as Sociedades Brasileiras de Cardiologia (SBC) e de Hipertensão (SBH),

300 mil brasileiros morrem anualmente pelo mesmo motivo.

No momento, a maior dificuldade enfrentada pelo projeto é a pequena quantidade de manequins, o que limita o número de alunos por turma. Além disso, o custo com materiais está estimado em 50 reais por turno.

Para suprir esse valor, os estudantes têm utilizado a bolsa do projeto e doações, mas também buscam parcerias para a aquisição de insumos para o laboratório de habilidades do curso.

O projeto também objetiva capacitar acadêmicos para serem multiplicadores do conhecimento, trazer novas metodologias de ensino baseadas em simulações e incentivar o uso do laboratório de habilidades.

Segundo Ivo, esse espaço é subutilizado, principalmente pela falta de profissionais treinados no manuseio dos manequins.

A equipe acredita que os resultados obtidos pelo ReanimAÇÃO possam evidenciar a necessidade de uma disciplina de suporte básico de vida no curso de Medicina. Para isso, trabalham com pré-testes e pós-testes que geram uma curva de aprendizado, quantificando o seu benefício para os alunos.

Juíle Hanada é acadêmica da turma 88 de Medicina Divulgação

Projeto ReanimAÇÃO surgiu pela falta de conhecimentos sobre suporte básico de vida e primeiros-socorros na faculdade de Medicina

Maio de 2015 | Folha MED | 7

HOMENAGEM

Professor deixa legado de amor ao ensino e solidariedade para com o próximo

No mesmo ano em que completou 50 anos, a Faculdade de Medicina (FM) da Universidade Federal do Amazonas também perdeu um de seus grandes mestres. Faleceu no dia 06 de fevereiro o cirurgião plástico Ivan Monteiro, professor da disciplina de Cirurgia Plástica. Ivan estava internado desde o dia 04 de fevereiro, quando sofreu um AVC hemorrágico grave.

Ivan Monteiro nasceu em 10 de dezembro de 1945, em Canutama, no interior Amazonas, filho de Maria do Céu Monteiro Maquiné e Raimundo Pereira Maquiné. Perdeu o pai ainda cedo, sem ter a chance de conhecê-lo, e aos cincos anos mudou-se com a mãe, 5 irmãs e 2 irmãos para Manaus, onde viveria a maior parte da vida.

De origem humilde, Ivan teve outros empregos antes e durante a graduação de Medicina, como o de carteiro e o de professor de ensino médio da rede pública. Foi em 1970, quando era professor no Instituto de Educação do Amazonas, que conheceu sua esposa e companheira para toda a vida, Ariadne, com quem teria 3 filhos.

Enquanto cidadão, Ivan Monteiro possuía interesse por política, o que o levou a se tornar um líder estudantil na juventude, chegando a fazer discursos nas praças públicas de Manaus. Através dessas experiências, conheceu personagens célebres do cenário político amazonense, como Amazonino Mendes e Gilberto Mestrinho, dos quais se tornou amigo.

Por suas atividades como líder estudantil, sofreu ameaças de órgãos repressivos durante a ditadura militar, que o viam como um subversivo. Foi preciso sair de Manaus por algum tempo para que deixasse de ser uma pessoa visada, o que conseguiu através de um vôo clandes-

tino para Curitiba, onde amigos o hospedaram.

Em Curitiba, prestou o vestibular para Medicina, e foi aprovado. Contudo, conseguiu retornar a Manaus e ingressar na UFAM por meio das vagas excedentes. Assim, ele se formou em 1972, na Turma Sesquicentenário da Independência, a segunda da FM. Após a formatura, em 1972, viajou para o Rio de Janeiro para realizar a residência médica em Cirurgia Plástica Ivan Monteiro dedicou a vida ao ensino da Medicina e a ajudar as pessoas no Hospital do Servidor Foi como professor da FM próstata. Apesar da operação, o Público, onde foi homenageado como melhor aluno e que Ivan Monteiro conheceu quadro evoluiu com metástases.

No entanto, a saúde fracontemplado com uma viagem um de seus maiores amigos para a Argentina. Em meados e colaboradores, o médico e gilizada não impediu Ivan de de 1975, retornou para Manaus. professor Roberto Pereira, que continuar a se dedicar às suas Quando pensamos na figu- mais tarde o ajudou a implantar duas paixões: a Medicina e o seu ra do cirurgião plástico, a ima- a disciplina de Cirurgia Plástica ensino. “[Ele] estava muito fragem que nos vem à mente é a na FM. Apesar de na época ain- co nestes últimos anos, mas me do escultor de corpos, do pro- da ser um estudante de gradu- ajudava em minhas cirurgias, fissional que remodela narizes, ação, Roberto já havia decidido às vezes sentado, e às vezes eu levanta sorrisos e remove aqui- se tornar um cirurgião plástico o liberava na metade para deslo que para os outros é símbolo e encontrou em Ivan alguém cansar. Alguns professores me falavam para conversar com ele de decadência física. Mas para para orientá-lo nessa jornada.

Como relata Roberto, o en- para que solicitasse a aposentaIvan, a cirurgia plástica poderia contro entre os dois se deu de doria, porém nunca toquei nese deveria ser mais do que isso.

De acordo com Dirceu Fer- forma inusitada. “Conheci o te assunto, pois nestes 31 anos reira, diretor da FM, o professor professor Ivan em 1984. Atra- de convivência eu sabia que a Ivan tinha o hábito de oferecer vés de um veterano, busquei sua vida era a faculdade, e nos cirurgias plásticas reparado- informações sobre o professor últimos 2 semestres, quando ras para pessoas sem recursos de Cirurgia Plástica e uma ma- nos despedimos dos alunos, ele financeiros. “Ivan Monteiro se neira de apresentar-me, então se emocionava e chorava”, reladedicou a vida toda a atender descobri quando ele faria uma ta Roberto.

Como lembra Krishna Monpacientes que precisavam de cirurgia no HUGV e fui ao Cenreparação de sequelas de quei- tro Cirúrgico. Após a cirurgia, teiro, filho de Ivan, a história de maduras, de escalpos, de câncer o acompanhei até o vestiário seu pai anda de mãos dadas com de mama, e seu sonho era mon- e, nervoso, retirei a camisa da a da FM e do Hospital Getúlio tar um centro de queimados roupa privativa com os óculos Vargas, onde atuou como médina universidade. Deixou como na face, e o mesmo caiu e que- co e professor. “Tive a dádiva de lembrança e legado da vida de brou a lente; tive um pequeno ser filho de um grande homem uma atitude de solidariedade prejuízo, porém me apresentei com um enorme coração, que para com as pessoas mais des- ao Ivan e falei que já havia de- nasceu para ajudar seu semecidido pela minha especialidade lhante. Honrou seu juramento providas de dinheiro”, declara.

Além do trabalho voluntá- e que gostaria de acompanhar até o momento de sua morte. rio, Ivan Monteiro também bus- suas cirurgias. Ele foi muito Sempre que eu olhar o HUGV, é cou ajudar as pessoas transmi- simpático e não colocou obje- como se olhasse para você, andando de paletó pelos corredotindo seus conhecimentos, algo ções para assistí-lo”, relembra.

Em 2002, Ivan foi diagnos- res do hospital. Ali você formou que lhe dava alegria. Foi assim que em junho de 1977, através ticado com um câncer de oro- alunos, deixou o seu conhecide concurso público, foi nome- faringe e ficou afastado por 3 mento e ajudou a construir uma ado professor da FM, ficando anos em decorrência da doença, sociedade melhor”, disse. encarregado do módulo de Ci- que foi curada. Anos depois, em rurgia Plástica da disciplina de 2011, teve o seu o segundo cân- Pablo Cândido é acadêmico da cer diagnosticado, desta vez na turma 93 de Medicina Clínica Cirúrgica I.

Arquivo Pessoal

O adeus de Ivan Monteiro

8 | Folha MED | Maio de 2015 Arquivo Pessoal

ENTREVISTA

Da UFAM para o

mundo Estudante de Medicina faz parte do internato na Universidade de Loma Linda, nos EUA Da Redação

Apesar de a UFAM já contar com programas de intercâmbio como o Ciências sem Fronteiras, alguns estudantes aspiram ir um pouco mais longe. É o caso de Gabriel França, que realizou parte do internato na Universidade de Loma Linda, na Califórnia, EUA. Gabriel, que firmou o estágio diretamente com a universidade, conversou com o Folha MED e contou um pouco de sua experiência lá fora.

Que tipo de apoio você teve por parte da UFAM ou do governo federal durante a realização do intercâmbio? Como foi o em questões como “alimentação” e “hospedagem”?

A UFAM me deu apoio com os contratos e os documentos exigidos pela universidade de lá, como tradução do histórico, elaboração do convênio, declarações de aluno matriculado, etc. Fiquei hospedado na casa de um casal de idosos, que me davam café-da-manhã. Conheci o casal por meio de contatos pessoais. As outras refeições eu fazia no refeitório.

Como é a burocracia por parte das duas universidades para se fazer um intercâmbio desse tipo? E para a realização da residência médica?

A burocracia envolveu trocas de emails, documentos, declarações, realização de vacinas, envio de papéis pelo correio e acordos de convênio. Para a residência médica foi preciso regulamentar a UFAM junto ao ECFMG, o órgão americano que regulamenta os médicos estrangeiros que querem entrar nos EUA; esse acordo teve que ser feito a nível de reitoria. A notícia boa é que os próximos alunos

de medicina da UFAM não terão que passar por essa parte, pois já está regulamentada. Depois desse passo, é a documentação do aluno que deve ser providenciada com diversos formulários e regras que você precisa saber para não errar e descobrir após ter mandado o documento pelos correios. O site ecfmg.org explica o processo.

Você conseguiu superar a barreira da linguagem para fazer o estágio na Universidade de Loma Linda. Quais as exigências da universidade nesse sentido?

Sim. Graças a Deus, tinha feito o ensino médio bilíngue, e não tive grandes problemas com o idioma. As universidades americanas geralmente exigem uma nota limite no TOEFL. Loma Linda não costuma receber alunos internacionais para estágio temporário, e não tinha, na época, regulamentação para isso. Creio que meu inglês foi avaliado pelo currículo e durante a extensa troca de e-mails (mais de 100). Além disso, tive que fazer duas provas em inglês antes do início do estágio, o que também serviu como avaliação do idioma.

Como funcionou o estágio?

Em que ele difere do internato brasileiro?

O estágio é parecido em muitos sentidos. As principais atividades, na ortopedia, são ambulatório e centro cirúrgico. Há uma aula prática por semana, uma discussão teórica e uma sessão de apresentação de seminários.

Além disso, nos dividíamos para acompanhar um plantão por semana. A relação médico-paciente segue a mesma ética, na maioria dos casos. Os problemas de saúde, pelo menos os ortopé-

Gabriel França conta suas experiências no internato dos EUA dicos, são parecidos. A conduta também tem pouca diferença, uma vez que as diretrizes brasileiras frequentemente se baseiam nas americanas. Isso não vale para condutas com tecnologia que ainda não chegou ao Brasil, ou que não são facilmente acessíveis aqui. Nesses casos, foi interessante assistir a esses procedimentos. As principais diferenças foram com relação às tradições locais. Por exemplo, o jaleco para o estudante de medicina é só até a cintura; e a pontualidade das reuniões e atividades é sempre exata.

Quais dificuldades você enfrentou durante o estágio?

Uma situação que me deixou desconfortável no início foi o uso de roupa social e gravata durante as atividades de ambulatório. Outra coisa foi o conflito entre ser um aluno pró-ativo ou ficar só observando. Em algumas situações, esperavam que eu tomasse atitudes, ajudando o preceptor, em outras era esperado que eu não fizesse nada e apenas observasse; isso só pude aprender após conhecer melhor os outros estudantes de lá e receber orientações deles.

Quais experiências marcantes você teve durante o estágio?

Loma Linda é uma das principais “blue zones” do mundo, ou seja, locais onde a longevidade da população é muito alta. Foi marcante para mim encontrar essas pessoas bem idosas indo ao supermercado, ao banco, e fazendo todas as atividades do dia a dia sem problemas. Também me marcou conhecer uma

senhora de 92 anos que é filha de Leo e Jessie Halliwell, pioneiros no atendimento médico aos ribeirinhos da amazônia. Jessie, enfermeira, foi a primeira mulher a receber a Ordem do Cruzeiro do Sul, a maior honra do governo brasileiro concedido a estrangeiros. Poder ouvir histórias da amazônia da própria filha dela foi gratificante.

Quais dicas você dá para quem deseja seguir o caminho de fazer um estágio ou mesmo residência médica nos EUA? Recomendo começar cedo. A primeira etapa da prova de residência para os EUA, o USMLE Step 1, contêm apenas matérias do ciclo básico; eu acredito que teria mais facilidade de lembrar esses assuntos se fizesse a prova no início da faculdade. Pelas regras atuais, você tem sete anos para completar as etapas, então se começar a se preparar cedo dá pra concluir junto com o curso.

Outra coisa é que as faculdades exigem que você aplique bem antes, as americanas exigem geralmente entre três a oito meses de antecedência. Isso para estar com tudo pronto; inclusive imunizações, o que pode te prender por três, seis meses, para tomar as doses nos intervalos certos, enquanto você corre com os documentos. As universidades que exigem maior prazo, no Reino Unido, pedem que se aplique quinze meses antes. Vão aparecer dificuldades no caminho e às vezes pode parecer que não vai dar certo. E às vezes não dá mesmo. Mas não desistam, e a recompensa será gratificante.