Jornal do Trabalhador - ed. 3

JORNAL DO TRABALHADOR | PERÍODO

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CNI critica novas regras de segurança no trabalho em máquinas e equipamentos Créditos: goo.gl/Dlzc7B

O governo alterou as regras relativas a procedimentos de segurança no trabalho em máquinas e equipamentos através da Portaria nº 857, que altera a Norma Regulamentadora nº 12. Embora apoie alguns de seus pontos, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirma que ela não atende aos anseios da indústria e é inviável. A nova portaria prevê tratamento diferenciado para microempresas e empresas de pequeno porte nas obrigações de capacitação, reconstituição de manual de instruções de máquinas antigas e elaboração de inventário e dispensa do cumprimento dos requisitos da NR-12 a máquinas e equipamentos de fabricação nacional destinados à exportação.

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INSS gasta R$ 10 bi com acidentes de trabalho

Medida provisória permite redução de jornada de trabalho e salários

Valores destinados ao pagamento de benefícios e indenizações somam mais de R$ 10 bilhões por acidentes e doenças.

Só em 2013, foram registrados 717.911 acidentes, 2.814 óbitos e 16.121 incapacidades permanentes no país.

Com o objetivo de evitar demissões por empresas em dificuldades financeiras, o governo federal criou, por meio de medida provisória (MP), o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que vai permitir a redução temporária da jornada

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Mário Sobral Jr.

Insalubridade: um dinherinho x toda a sua saúde

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José Renato Santiago A relevância do conhecimento na indústria, desafios e nosso papel

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de trabalho e de salário em até 30%. A proposta prevê que a União complemente metade da perda salarial por meio do Fundo de Amparo ao Trabalhador.

O Programa valerá até o dia 31 de dezembro de 2016, e o período de adesão vai até o fim

deste ano. As empresas que decidirem participar não poderão demitir funcionários durante a vigência do programa e por ao menos mais dois meses após o seu término. Elas poderão aderir a ele por seis meses, prorrogáveis por mais seis.

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ANO 01, Nº 03 - JUNHO / JULHO DE 2015| JORNAL DO

EDITORIAL Criado a partir da vontade de levar aos trabalhadores do Amazonas notícias que tratem de sua segurança, saúde e qualidade de vida, o Jornal do Trabalhador chega a sua terceira edição em meio a uma série de mudanças realizadas pelo governo federal devido ao atual cenário econômico.

Com relação a isso, destacam-se a decisão de adiar metade dos pagamentos do abono salarial e a medida provisória que autoriza empresas a reduzir salário e jornada de trabalho.

Também ressaltamos a perda de 17 mil postos de trabalho no Amazonas no primeiro semestre do ano e as perspectivas para o setor industrial do país, o que em muito afeta o Pólo Industrial de Manaus (PIM).

No que se refere à Saúde do trabalhador, mostramos os riscos de trabalhar por longos períodos de tempo em frente ao computador e a importância da implantação da ginástica laboral do ambiente de trabalho.

Na esfera da Segurança, se sobressaem as mudanças na NR-12 e os dados a respeito dos recursos gastos pelo INSS em razão de acidentes de trabalho, o que revela a importância da prevenção dos acidentes como forma de valorizar os trabalhadores.

Na seção de Opinião, dois especialistas trazem reflexões que o ajudarão a enxergar o mundo sob um novo ponto de vista.

Em seu artigo, Mário Sobral Jr. reflete acerca dos empregos que proporcionam maiores ganhos por insalubridade e contrapõem o dinheiro que eles oferecem com aquilo que o trabalhador perde: sua saúde.

Por sua vez, José Renato Santiago pondera sobre o conhecimento enquanto parcela do valor dos produtos das empresas, bem como a importância de disseminá-lo entre todas as camadas da organização.

Dito isso, desejamos a todos uma boa leitura e que nos aguardem para a próxima edição do Jornal do Trabalhador.

DIÁLOGOS DE QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA TRABALHO AOS DOMINGOS E FERIADOS: NOVA REGR A INCENTIVA O DIÁLOGO ENTRE TR ABALHADOR E EMPREGADOR

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) alterou as regras para a concessão de autorização transitória de trabalho aos domingos e feriados civis e religiosos. As normas foram publicadas na Portaria N° 945, de 8 de julho de 2015.

De agora em diante, ela também poderá ser concedida aos empregadores que estabelecerem acordo coletivo específico com a entidade representativa dos trabalhadores. Para isso, é necessário apenas que as partes façam o registro do acordo no MTE. Para que o acordo coletivo seja autorizado, basta que ele respeite as regras determinadas pela Portaria: a existência de escala de revezamento, o prazo de vigência, as condições de segurança e saúde para as atividades perigosas e insalubres e os efeitos do acordo no caso do cancelamento da autorização.

Para a análise que vai orientar a pertinência do acordo, as partes devem considerar se a empresa cumpre a legislação, por meio de consulta às certidões de débito e informações processuais do MTE e as taxas de incidência de doenças e acidentes de trabalho do empregador, com base nos dados do Ministério da Previdência Social.

Caso não haja acordo, o trabalho dependerá de autorização dos superintendentes Regionais do Trabalho e Emprego no local.

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (goo.gl/TiJm0X)

DIA 27 DE JULHO: DIA NACIONAL DE PRE VENÇ ÃO DE ACIDENTES DO TR ABALHO No dia 27 de julho celebramos o Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho, data que é símbolo da luta dos trabalhadores brasileiros por melhorias

EXPEDIENTE Diretor Presidente: Cleverson Redivo Editor Geral e Jornalista Responsável: Pablo Cândido Projeto gráfico e Diagramação: Pablo Cândido

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TRABALHADOR

nas condições de saúde e segurança no trabalho. Embora exista atualmente uma maior preocupação com a Segurança do Trabalho por parte dos governos e empresas, nem sempre foi assim.

Segundo estimativas, até a década de 70 ocorriam no país 1,7 milhão de acidentes anuais e 40% dos profissionais sofriam lesões. Nessa época, a iniciativa do Banco Mundial em cortar os financiamentos para o Brasil, caso o quadro de acidentes de trabalho não fosse revertido, resultou na publicação das portarias nº 3236 e 3237, em 27 de julho de 1972.

Através disso, o país foi o primeiro a ter um serviço obrigatório de Segurança e Medicina do Trabalho em empresas com mais de 100 funcionários.

Esse esforço se deveu em grande parte a Júlio Barata, então ministro do Trabalho, que assumiu as implementações das portarias, que regulamentavam a formação técnica em Segurança e Medicina no Trabalho, e atualizou o artigo 164 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), que trata das condições internas de uma empresa, em relação à saúde e a segurança, e da atuação e formação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).

Segundo estimativas da OIT, de um total de 2,34 milhões de acidentes mortais de trabalho a cada ano, somente 321 mil se devem a acidentes. As restantes 2,02 milhões de mortes são causadas por diversos tipos de enfermidades relacionadas com o trabalho, o que equivale a uma média diária de mais de 5.500 mortes.

A ausência de uma prevenção adequada das enfermidades profissionais tem efeitos negativos não somente nos trabalhadores e suas famílias, mas também na sociedade, uma vez que gera enormes custos em termos de perda de produtividade e a sobrecarga dos sistemas de seguridade social. Assim, o dia 27 de julho existe para nos lembrar de que a prevenção é sempre o melhor caminho.

Fonte: Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes (goo.gl/nFUKh9)

Endereço: Av. General Rodrigo Otávio, 4645-Japiim I Manaus/AM Telefone: (92) 3304-0480 Site: www.jornaldotrabalhador.net.br Facebook: facebook.com/jornaldotrabalhador Email: redacao@jornaldotrabalhador.net.br As matérias assinadas não expressam a opinião deste jornal e são de responsabilidade de seus autores

Jornal do Trabalhador | ANO 01, Nº 03 - JUNHO / JULHO DE 2015

Especialistas dão dicas para evitar a síndrome de visão de computador Créditos: Ray_from_LA (goo.gl/Y4Oy8k)

Pessoas que trabalham várias horas por dia em frente ao computador são mais suscetíveis a desconforto e ardor nos olhos Apesar de sua utilidade como ferramenta de trabalho, o uso do computador por longos períodos de tempo pode causar problemas de saúde. Visão embaçada, dificuldade para enxergar, oscilação da visão, ardência, lacrimejamento, dores de cabeça constantes ou olhos pesados ao final da jornada são alguns dos sintomas que podem ser sentidos e que caracterizam a síndrome da visão do computador.

De acordo com Paulo Augusto de Arruda Mello, doutor em Oftalmologia pela Universidade Federal de São Paulo, a síndrome corresponde ao conjunto de sinais e sintomas que surgem quando as pessoas repetem os mesmos padrões de movimentos oculares de forma excessiva.

“Essa síndrome é na verdade uma forma de explicar um mal-estar, uma indisposição que o paciente apresenta quando trabalha no computador. O que acontece é que, quando nós temos uma área de fixação [da visão] muito grande, por exemplo, uma leitura, no cinema, nós diminuímos o ritmo da piscada. A diminuição do ritmo de piscar faz com que o olho não se lubrifique bem. Isso leva a

A diminuição da frequência das piscadas é a principal causa da síndrome da visão de computador

um desconforto, um ardor, uma certa vermelhidão”, explica ele.

O problema pode ser agravado se outros fatores estiverem presentes. O trabalho em ambientes fechados, secos e com ar condicionado propicia o desenvolvimento da síndrome, uma vez que o ar gelado e seco desencadeia o ressecamento dos olhos, expondo a superfície ocular da córnea.

Segundo o oftalmologista Otávio Siqueira Bisneto, mais de 70% dos usuários de computador sofrem da síndrome, mas garante que a síndrome não causa danos

irreversíveis. “Esse índice, no entanto, não é motivo de pânico, visto que a visão não vai ficar mais fraca, a questão é o incômodo que o distúrbio causa”, esclarece.

Além disso, pessoas que possuem problemas oculares que causam ressecamento dos olhos ou que as fazem se aproximar da tela para ler melhor, como astigmatismo ou dificuldade para enxergar de perto, devem redobrar seus cuidados e consultar um especialista anualmente.

Com informações do Idmed (goo.gl/aSI8xN) e Paraná Online (goo.gl/GnEJqv)

DICAS PARA EVITAR A SÍNDROME DA VISÃO DE COMPUTADOR PISC AR: Piscar com frequência ajuda a lubrificar os olhos e previne irritações oculares. Quando usar o computador, faça intervalos de um ou dois minutos a cada 2 a 3 horas para descansar os olhos, pisque várias vezes e olhe para longe (mais que 6 metros).

ILUMINAÇ ÃO: Para melhor visualizarmos o conteúdo da tela, devemos controlar a iluminação para equilibrar o contraste do ambiente com o do computador. Evite luzes que reflitam na tela ou na mesa em que ele está apoiado. Observe a intensidade das lâmpadas e prefira a entrada de luz natural.

BRILHO: Reduzir o brilho produzido pelas superfícies planas e pela tela do computador é uma dica importante. Hoje, a maioria das telas dos computadores têm pouco reflexo. Aumentar a frequência de varredura do monitor (em Hz) pode reduzir o cansaço dos olhos (colocar acima de 70 Hz).

PAUSA S LONGA S: Ficar muito tempo em frente ao computador é ruim não apenas aos olhos, mas a todo o corpo. A cada duas horas de trabalho, faça pausas para descansar a vista, relaxar o pescoço, alongar o corpo, esticar as pernas, caminhar, se hidratar e retomar suas ati-

vidades com mais disposição mental e olhos descansados.

CHECK- UP OCUL AR ANUAL: Mesmo quando seguimos todas as recomendações, sabemos que trabalhar em frente ao computador por longos períodos de tempo é desconfortável para os olhos e o restante do corpo. Assim, recomenda-se fazer uma visita ao oftalmologista uma vez ao ano para uma revisão de rotina, o que é indicado não apenas para quem tem mais de 40 anos ou problemas de visão que exigem acompanhamento periódico por parte de um especialista.

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ANO 01, Nº 03 - JUNHO / JULHO DE 2015| JORNAL DO

TRABALHADOR

Mário Sobral Jr.

Insalubridade: um dinherinho X toda a sua saúde

T

ema que sempre dá confusão entre empresa e trabalhadores é relacionado ao famigerado adicional de insalubridade e um dos principais motivos deste desentendimento é a falta de informação, muitas vezes, de ambas as partes.

E olha que não é coisa nova, a bruxinha da insalubridade já convive conosco faz 79 anos, e apesar de já estar toda arrebentada, de tanto que batem, não poderia escrever sobre a maligna sem também dar uns catiripapos.

O principal problema é acreditar que caso determinado risco físico, químico ou biológico seja cientificamente prejudicial à saúde, haverá o direito à percepção do adicional de insalubridade.

E não é assim não, professor?

Na verdade, não. Mesmo que o agente seja comprovadamente carcinogênico, mutagênico, teratogênico ou nada higiênico, apenas esta caracterização não proporciona o direito ao adicional de insalubridade.

Mas é um absurdo!!! Quer dizer que eu posso morrer devido ao trabalho com determinado agente que não é certo o meu direito ao adicional? É exatamente isto, mas vamos tentar esclarecer as dúvidas sobre assunto tão discutido. O que precisa ficar claro é que o tema é definido pela legislação trabalhista, e para facilitar vamos transcrever o artigo 189 da CLT para entendê-lo melhor: Art. 189. Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.

Para quem é da área técnica este artigo está praticamente decorado, mas é preciso entendermos bem o conceito e principalmente um termo utilizado no artigo, o famoso Limite de Tolerância (LT). É essencial entendermos o seu significado para entender o nosso adicional. Vamos à definição do LT: Concentrações dos agentes químicos ou intensidade dos agentes físicos presentes nos ambientes de trabalho sob as quais se acredita que a maioria dos trabalhadores possa estar repetidamente exposta, 4

dia após dia, durante toda a vida laboral, sem sofrer efeitos adversos à sua saúde.

E para completar é preciso darmos uma lida em mais um artigo da CLT, veja abaixo: Art. 190. O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações insalubres e adotará normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a esses agentes.

Lendo os artigos e a definição de limite de tolerância, deve ficar claro que a insalubridade consiste no pagamento de um adicional, com intuito de “compensar” a exposição do trabalhador a riscos ambientais que estejam acima do limite que seu organismo pode tolerar.

“(...) o produto nocivo pode até levá-lo à morte, mas isto não será garantia de direito ao adicional de insalubridade” Ou seja, estaremos “comprando” a saúde do trabalhador. Apesar de ser algo inconcebível, a maioria dos trabalhadores gosta de receber insalubridade, devido ao adicional no salário. E é fato que se o profissional de Segurança do Trabalho conseguir eliminar os problemas que geram o referido adicional terá boa parte dos trabalhadores revoltados com a situação.

Na verdade, em geral isto ocorre por falta de informação aos trabalhadores.

Pois pense bem, é um absurdo termos na legislação um adicional que considere justo pagar um dinheirinho ao trabalhador (o adicional dá direito a um percentual de 10, 20 ou 40% do salário mínimo, ou seja, R$ 78,80, R$ 157,50 ou R$ 315,20), para que este fique exposto a um agente acima do limite que o seu organismo suporta, ou seja, paga-se para deixar o trabalhador ficar doente.

Releia o parágrafo anterior e tenha sempre isto em mente, pois achar que a

sua empresa está sendo justa porque já paga o referido adicional é um pensamento, no mínimo, equivocado.

Além disso, como já adiantamos, o produto nocivo pode até leva-lo à morte, mas isto não será garantia de direito ao adicional de insalubridade.

Professor, quer dizer que eu estou vendendo minha alma para o capiroto quando faço questão do tal adicional?

Não sei se chega a tanto, mas é importante observar que se o trabalhador vir a ficar doente este adicional não irá pagar nem os remédios básicos para o tratamento.

Mas quando a gente tem direito mesmo?

O referido adicional fica restrito à lista exaustiva, elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, a qual estabelece os critérios para recebimento do adicional. Os critérios são apresentados na NR 15, ou seja, devemos entender que mesmo estando exposto a um produto com alta toxicidade, mas que não esteja relacionado na NR 15 - Atividades e Operações Insalubres, não haverá o direito do trabalhador ao adicional de insalubridade.

Ok, professor, mas e seu estiver trabalhando com um produto que me faça mal, mas não esteja listado nesta tal NR 15, não ganho nada?

Eu disse que não tem direito ao adicional de insalubridade. Porém, é claro, que caso fique comprovado algum prejuízo à saúde do trabalhador este poderá acionar a empresa pleiteando uma indenização.

Por fim, devemos salientar que o uso de Equipamento de Proteção Individual poderá eliminar o adicional de insalubridade, mas para isto a empresa deve, além de fornecer EPI adequado, realizar treinamento para seu uso e fiscalizar se está sendo utilizado.

Com base em tudo o que foi dito, é importante que um dos objetivos do setor de Segurança do Trabalho e do próprio trabalhador, seja a eliminação das situações insalubres.

MÁRIO SOBRAL JR. é engenheiro de segurança do trabalho, professor e editor do jornal Segurito.

Jornal do Trabalhador | ANO 01, Nº 03 - JUNHO / JULHO DE 2015

INSS gasta R$ 10 bilhões com acidentes de trabalho Governo busca alternativas para diminuir o impacto de processos relacionados a acidentes de trabalho sobre os cofres públicos

Além dos prejuízos físicos, psicológicos e econômicos que causam aos trabalhadores, os acidentes de trabalho também são responsáveis pela elevação dos gastos públicos e por contribuírem para o déficit da Previdência.

De acordo com dados da Previdência Social, os gastos destinados ao pagamento de benefícios e indenizações ultrapassaram a marca de R$ 10 bilhões por acidentes e doenças de trabalhadores.

Esses valores refletem o grande número de processos por acidentes de trabalho no Brasil. Segundo os índices mais recentes do Anuário Estatístico da Previdência Social de 2013, foram registrados 717.911 acidentes, 2.814 óbitos e 16.121 incapacidades permanentes no país, o que inclui apenas trabalhadores registrados.

Ao panorama brasileiro, somam-se os dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), cujas estimativas apontam que de um total de 2,34 milhões de acidentes de trabalho mortais a cada ano, somente 321.000 se devem a acidentes.

As 2,02 milhões de mortes restantes são

causadas por enfermidades relacionadas com o trabalho, o que equivale a uma média diária de mais de 5.500 mortes.

Para tentar minimizar a situação atual, o governo federal desenvolveu medidas com o objetivo de reduzir o impacto desses casos nas contas da Previdência.

Entre elas, destacam-se as ações regressivas que a Advocacia-Geral da União (AGU) ajuíza para obter o reembolso das despesas nas situações em que o empregador não tomar as providências necessárias para que novos acidentes sejam evitados.

Entre um dos casos mais recentes, está a ação movida contra um frigorífico em Minas Gerais, o qual teve que pagar R$12 mil ao INSS por gastos com benefícios concedidos a dependentes de uma funcionária que morreu em 2006, após um acidente de trabalho provocado por negligência da empresa.

Segundo o advogado Mauro Lúcio Alonso Carneiro, especialista em Previdência Social e indenizações por danos morais em decorrência de acidentes e doenças do trabalho, esses dados demonstram a acumulação de ações por reparação de danos morais no sistema judicial. “Os tribunais estão abarrotados de processos sobre acidentes e doenças profissionais que geram indenizações em valores consideráveis contra as empresas”, diz o especialista.

Além disso, explica ele, estudos apontam que o impacto dos acidentes e doenças de trabalho podem ser maiores do que se pensa, tendo em vista os efeitos que surgem a longo prazo. “Os índices de mortes no trabalho são grandes em todo o mundo, mas, muitas vezes, eles não refletem a realidade. Pois, são bem mais elevados, se considerarmos as mortes posteriores de trabalhadores vítimas de doenças profissionais e do trabalho, que vivem um verdadeiro calvário ao levar consigo, em seu organismo, sequelas definitivas pelo dano sofrido”, explica ele.

Ainda segundo Carneiro, a lentidão do sistema judiciário brasileiro dificulta a vida dos trabalhadores que entram com esse tipo de ação, uma vez estão em desvantagem econômica contra as empresas e o processo pode se arrastar por anos.

“Por isso, acredito que as leis devem mudar para serem mais ágeis, pois o hipossuficiente, no caso, o trabalhador, é quem acaba sendo punido pela demora, pois as empresas possuem o poder financeiro e para ela não faz diferença o tempo da demora, mas para o trabalhador acidentado ou vítima de acidente no trabalho, a demora é cruel e quase sempre é fatal”, completa.

Com informações do Diário do Litoral (goo.gl/6A2KK1) e O Dia (goo.gl/A7OKfy) Créditos: Jesse A. Lora (goo.gl/6S5KE6)

Grande número de processos relacionados a acidentes de trabalho e doenças profissionais prejudica os trabalhadores e os cofres públicos

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ANO 01, Nº 03 - JUNHO / JULHO DE 2015| Jornal do

Trabalhador

Amazonas perde 17 mil empregos no primeiro semestre, revela pesquisa Créditos: (goo.gl/t9UpTD)

Cenário econômico desfavorável pronlonga depreciação do setor industrial e a queda no número de empregos O Amazonas perdeu quase 17 mil postos de trabalho no primeiro semestre de 2015, após cortar 3.859 empregos com carteira assinada em junho. É o que revelam os dados do Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados (Caged) divulgados neste mês pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

De acordo com o Caged, o aumento do desemprego em junho foi o maior desde 2003, fruto do desequilíbrio entre as 16,1 mil demissões contra 12,3 mil contratações realizadas no período. Entre janeiro e junho, foram perdidos 16.951 postos, redução de 3,61% em relação ao mesmo período do ano passado.

No mês de junho, o setor que mais sofreu com as demissões foi o da indústria de transformação, que reduziu 3,1 mil vagas formais, o que representa uma queda de 2,48%, em relação a maio. A retração também foi relevante no setor de serviços, que perdeu 602 postos, e no comércio, que perdeu 560 vagas. O resultado foi uma queda de 0,85% na taxa de emprego do Amazonas de junho em relação a maio.

No entanto, algumas áreas obtiveram aumento no número de vagas. É o caso do setor de construção civil, que teve saldo positivo de 450 empregos e gerou crescimento de 1,41% no mês.

O cenário amazonense é reflexo do que ocorre no restante no país. Ainda segundo o Caged, em junho, foram fechados 111.199 postos de trabalho com carteira assinada no Brasil. O resultado é o menor para meses de junho registrado desde 1992.

Esse número representa a diferença entre admissões (1.453.335) e demissões (1.564.534) e é inferior ao do mês de maio, quando haviam sido fechadas 115.599 vagas com carteira assinada. Segundo o MTE, no primeiro semestre, houve perda de 345.417 postos de trabalho.

Já nos últimos 12 meses, o recuo foi de 601.924 postos, na série ajustada.

Dentre as regiões do país, apenas o Centro-Oeste registrou aumento no número de empregos, com a abertura de 3.508 vagas. A Região Sudeste fechou 6

Indústria de transformação é uma das mais afetadas e reduz 3,1 mil vagas formais em junho

57.294 postos de trabalho; o Sul, 30.828; o Nordeste, 18.589; e o Norte, 7.996.

Entre os estados, São Paulo teve o pior desempenho, com o fechamento de 52,3 mil vagas, seguido pelo Rio Grande do Sul, pelo Paraná e por Santa Catarina.

Por outro lado, Minas Gerais, Mato Grosso, o Maranhão, Goiás, o Ceará e o Acre tiveram resultado positivo.

Queda de empregos na indústria A situação macroeconômica do país, com um quadro de taxas de juros e inflação em alta, restrição ao crédito, desemprego e redução da renda, indicam que o emprego industrial deverá continuar em queda pelos próximos meses. A avaliação é do economista Rodrigo Lobo, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao comentar os números da Pesquisa Industrial Mensal – Emprego e Salário na Indústria, divulgados este mês.

Os dados do emprego na indústria, referentes a maio, foram predominantemente negativos, com queda em todas as suas vertentes e bases de comparação, com a taxa de ocupação fechando em queda de 1% em relação a abril e de 5% no acumulado dos primeiros cinco meses do ano.

Embora o IBGE não faça projeções, Lobo disse que, tomando por base a evolução da média móvel trimestral – predominantemente negativa desde o final do primeiro semestre de 2013 – o quadro não deverá mudar nos próximos meses.

“Esse cenário é reflexo do menor di-

namismo que a produção industrial vem mostrando deste o último trimestre de 2013. Os estoques da indústria permanecem em patamares elevados fazendo com que haja, por parte dos empresários, menores incentivos à produção, uma vez que não há demanda para os seus produtos”, explicou.

Isso se reflete na queda no emprego industrial, que está em declínio há 44 meses, com o número de horas pagas recuando há 24 meses e a folha de pagamento também em queda há 12 meses.

Só em maio, o contingente de trabalhadores diminuiu em 17 dos 18 ramos analisados pela pesquisa.

A queda de 1% no número de pessoas ocupadas na indústria, em maio deste ano, na avaliação do economista do IBGE é o prolongamento de um processo de depreciação do setor, iniciado em meados de 2008, por causa da crise financeira internacional.

De acordo com Lobo, o país tinha uma indústria com produção interna em crescimento, de forma sequencial e bastante forte, até que foi impactado pelo surgimento da crise internacional, que levou a uma queda rápida da produção e das vagas criadas. Isso fez com que o nível de emprego tenha se consolidado em uma trajetória bastante clara de queda do final de 2013 em diante.

Com informações de Caged (goo.gl/ulB7eK), D24am (goo.gl/o5NLPl) e Agência Brasil (goo.gl/LFoJyT)

APRESENTAÇÃO Seja bem vindo ao I FASEST-RH (I Fórum Amazônico de Saúde, Segurança do Trabalhador e RH), um evento criado para capacitar e integrar empresários (empresa) e trabalhadores agregando valores para um ambiente mais seguro, mais saudável que proporcione uma maior sustentabilidade econômica e social.

Na atualidade, vários conceitos corporativos estão sendo alterados pelo dinamismo do mercado. Os avanços tecnológicos e a competitividade fazem com que ações eficazes do passado e do presente se tornem obsoletas no decorrer de pouco tempo. Para entender as tendências de uma economia globalizada é necessária uma visão mais ampla do conjunto social e econômico em conexão com o processo produtivo, portanto é vital o entendimento do cenário sócio político, principalmente por parte de gestores e de todos os demais profissionais do universo laboral que são linha de frente nas relações humanas, sejam elas das áreas de recursos humanos, qualidade de vida, saúde, segurança e meio ambiente.

Lidar com pessoas envolve muito mais que padronização e construção de regras e protocolos. O sucesso de uma empresa está conectado com o entendimento do todo. Pensar em saúde ocupacional é levar em conta os condicionantes necessários para uma vida saudável e gratificante ao ter que desenvolver sua atividade laboral. Ao fomentar a segurança no trabalho dar-se-á importância às ações e atitudes que procurem mitigar todo e qualquer efeito danoso que possa advir do exercício laboral. O meio ambiente faz parte do nosso dia a dia seja na empresa ou fora dela e conceitos corporativos exitosos podem ser replicados no lar de cada trabalhador trazendo um ambiente mais saudável para toda a sociedade.

Por fim, entender a conjuntura econômica e social, com análises críticas, inovadoras, motivacionais e otimistas, é ingrediente fundamental e necessário para compreender e melhorar a performance tanto da empresa quanto de seu quadro de colaboradores.

CRONOGRAMA Manaus sediará a primeira edição do Fórum Amazônico de Saúde, Segurança do Trabalhador e Recursos Humanos FASEST-RH. A programação do Fórum será dividida em quatro etapas que ocorrerão simultaneamente em 3 dias, 04, 05 e 06 de Setembro de 2015. Seminários, palestras, cursos e peça teatral. Quanto as palestras e a peça teatral, no salão principal. Os cursos serão ministrados no dia 04, e as palestras serão proferidas três a cada dia, a partir das 18h, somente nos dias 04 e 05. Nos dias 05 e 06 teremos o Seminário Norte da ANAMT - Associação Nacional de Medicina do Trabalho, e a prova de título. Finalizando a programação do dia 06, será apresentada uma peça de teatro de grande sucesso nacional.

Esta é uma oportunidade ideal para profissionais de SST do Norte e Nordeste. Não deixe de participar!

CICLO DE PALESTRAS Dia 04/09 - 18:00 às 21:30

1º Ciclo de Palestras | 03 Palestrantes

Maílson Ferreira da Nóbrega

William Douglas dos Santos

José Renato Sátiro

Economista. Foi ministro da fazenda no governo de José Sarney.

Professor, juiz e escritor.

Engenheiro. Atua nas áreas de tecnologia e inovação.

TEMA: Perspectiva da economia brasileira

TEMA: O livro de sua autoria As 25 Leis Bíblicas do Sucesso

TEMA: Gestão da Inovação voltada para as empresas e recursos humanos

LOCALIZAÇÃO NA PLENÁRIA

LOTE PROMOCIONAL*

Frisa numerada

R$ 120,00

Cadeira / Arquibancada numerada

R$ 150,00

Cadeira lateral numerada

R$ 180,00

Camarote numerado

R$ 240,00

Cadeira central numerada

R$ 270,00

Cadeira premium numerada

R$ 300,00

Dia 05/09 – 18:00 às 21:30

2º Ciclo de Palestras | 03 Palestrantes

Carlos Alberto Sardenberg

Paulo Henrique Amorim

Carlos Hilsdorf

Jornalista e funcionário do Grupo Globo.

Jornalista, apresentador do Domingo Espetacular e empresário

Economista, escritor, e professor.

TEMA: Análise de conjuntura: cenário nacional e internacional, perspectivas políticas e econômicas

TEMA: Crise crônica de uma crise anunciada

TEMA: Os novos desafios da gestão na era atual

LOCALIZAÇÃO NA PLENÁRIA

LOTE PROMOCIONAL*

Frisa numerada

R$ 120,00

Cadeira / Arquibancada numerada

R$ 150,00

Cadeira lateral numerada

R$ 180,00

Camarote numerado

R$ 240,00

Cadeira central numerada

R$ 270,00

Cadeira premium numerada

R$ 300,00

* Valor promocional/meia entrada; ** Camarote com 10 lugares – valor individual por pessoa; Pagamento em até 3x no cartão sem juros; O valor de cada Ciclo de Palestras contempla os três palestrantes.

CURSOS PRÉ-SEMINÁRIO

Alice Penna

Paulo Barros

Leni Ataíde

Antonio Vladimir

CURSO: Base para implantação e gestão do Programa de Conservação Auditiva (PCA)

CURSO: Ferramentas para a análise econômica

CURSO: Gerenciamento de resíduos sólidos e a logística reversa e seus efeitos práticos e legais

CURSO: Eficácia de um respirador (máscara) no ambiente de trabalho

CURSOS PRÉ-SEMINÁRIO | CARGA-HORÁRIA: 8 h

Médicos Sócios - ANAMT Médicos Não-Sócios - ANAMT Profissionais de Nível Superior Não-médicos Profissionais de Nível Técnico Estudantes de Cursos Técnicos/Graduação

Até o dia 30/08/2015

Após o dia 30/08/15 e no local do evento

R$ 270,00 R$ 330,00 R$ 300,00 R$ 200,00 R$ 180,00

R$ 300,00 R$ 360,00 R$ 320,00 R$ 220,00 R$ 200,00

SEMINÁRIO - ANAMT Dia 05 de setembro de 2015 - Sábado

Dia 05 de setembro de 2015 - Sábado

8h às 9h

Credenciamento

9h às 10h30

Saúde dos Trabalhadores e a Qualificação do Médico do Trabalho

9h às 10h

Abertura Oficial do Seminário

11h às 12h30

Temas Específicos da Medicina do Trabalho

12h30 às 13h

Encerramento

14h às 17h

Prova de Título - ANAMT

10h30 às 12h 14h às 18h

As Instituições Públicas e a Saúde Ocupacional Temas Específicos e a Saúde Ocupacional

Até o dia 15/07/2015

Após o dia 30/08 e no local do evento

Médicos Sócios - ANAMT Médicos Não-Sócios - ANAMT Profissionais de Nível Superior Não-médicos

R$ 350,00 R$ 490,00 R$ 390,00

R$ 450,00 R$ 590,00 R$ 490,00

Profissionais de Nível Técnico

R$ 290,00

R$ 390,00

Estudantes de Cursos Técnicos/Graduação

R$ 120,00

R$ 180,00

SEMINÁRIO - ANAMT

* Acesse mapa de assentos no site www.jornaldotrabalhador.net.br/fasest * Ingressos a venda no site: www.ingresse.com * Para mais informações ligue: Adilson Maia (99101-7302), Raisa Castro (98285-9442), Cleverson Redivo (98427-0940)

Dia 06/09 - 19:00 às 20:30

Peça Teatral - O Monge e o Executivo “O Monge e o Executivo” é a adaptação do livro que se tomou um dos maiores best sellers da atualidade com mais de 3.5 milhões de cópias vendidas no Brasil e traduzido em 11 idiomas. O conceito de liderança servidora/assertiva tem revolucionado diversas escolas de pensadores, influenciado renomados líderes e formadores de opinião em inúmeros países.

SINOPSE: John é o típico executivo preocupado apenas com o trabalho, que acaba se esquecendo dos empregados, dos amigos, da família, enfim, dos relacionamentos. A situação se agrava ao ponto de a esposa, Rachel, pedir para ele passar uma semana no mosteiro João da Cruz. Relutante, John atende o pedido, principalmente, por desejar conhecer pessoalmente Leonard Hoffman, um famoso empresário que abandonou sua brilhante carreira para se tornar monge em um mosteiro beneditino.

O que John esperava ser uma semana de conversa sobre negócios com o monge, torna-se um encontro de reflexões sobre como ser uma pessoa melhor. É uma narrativa sobre crescimento pessoal e liderança que, mediante a disposição de encarar maiores desafios em suas vidas e serem transformados por essas experiências, tornam-se grandes líderes.

LOCALIZAÇÃO NA PLENÁRIA

LOTE PROMOCIONAL*

Frisa numerada

R$ 50,00

Cadeira / Arquibancada numerada

R$ 60,00

Cadeira lateral numerada

R$ 70,00

Camarote numerado

R$ 80,00

Cadeira central numerada

R$ 90,00

Cadeira premium numerada

R$ 100,00

Jornal do Trabalhador | ANO 01, Nº 03 - JUNHO / JULHO DE 2015

Governo federal adia metade dos pagamentos do abono salarial a reduzir os gastos para cumprir a meta de superávit primário (economia para o pagamento dos juros da dívida pública) de R$ 66,3 bilhões em 2015.

No entanto, a decisão foi mal recebida pela centrais sindicais. Segundo a Força Sindical, a medida terá como efeito imediato a retirada de direitos dos traba- Benefício será pago em 12 meses, gerando economia de R$ 9 bilhões lhadores. “Não satisfeito com todas as dificuldades impostas à uma queda de 7,21% em relação ao orçaclasse trabalhadora brasileira, como a re- mento de 2015 (R$ 82,4 bilhões). dução de direitos trabalhistas e previdenFormado por parte da arrecadação do ciários, conquistados ao longo dos anos, o Programa de Integração Social (PIS) e do Progoverno vem, agora, com outra pedalada grama de Formação do Patrimônio do Servipara cima dos trabalhadores, penalizando, dor Público (Pasep), o FAT custeia o pagamendesta forma, milhares de trabalhadores de to do seguro-desemprego, do abono salarial menor renda”, disse em nota. e financia cursos de qualificação profissional Além disso, o Codefat também apro- para os trabalhadores com carteira assinada. vou o orçamento do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para 2016. No próximo Com informações de Agência Brasil ano, o fundo contará com R$ 76,4 bilhões, (goo.gl/L9kZb1)

Créditos: Zaqueu Proença (goo.gl/9Uo45q)

O governo conseguiu aprovar no Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) a mudança no cronograma de pagamento do abono salarial referente ao exercício 2015/2016.

Cerca de metade dos trabalhadores com direito ao abono salarial de 2015 só receberão o benefício no próximo ano.

Em vez de ser pago de julho a outubro, o abono será pago em 12 meses, de julho deste ano até junho de 2016.

Segundo o governo, a medida aprovada pelo Codefat, que reúne representantes do governo, dos empresários e dos trabalhadores, irá gerar uma economia de R$ 9 bilhões.

Embora o governo houvesse tentado restringir a concessão do abono através da Medida Provisória 665, que previa o seu acesso a quem tinha trabalhado pelo menos 90 dias, essa regra foi vetada. Dessa forma, permanece o texto original, segundo o qual o benefício será concedido ao trabalhador com carteira assinada que ganha até dois salários mínimos e trabalhou pelo menos 30 dias.

De acordo com o governo, a extensão do calendário de pagamentos ajudará

Medida provisória permite redução de jornada de trabalho e salários tarão aptos a participar do PPE, um grupo interministerial vai divulgar informações sobre os critérios, com base em indicadores econômicos e financeiros.

Segundo o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, as empresas não poderão demitir funcionários durante o programa e por ao menos mais dois meses após o seu término. Elas poderão aderir Medida prevê que a União completemente a perda salarial a ele por seis meses, prorrosemprego. É um programa ganha-ganha, gáveis por mais seis.

Ainda segundo ele, o programa é aber- orientado claramente para manutenção do to para setores da economia que tenham emprego em um período de crise”, afirmou. redução de emprego e renda. “É mais importante usar recursos públicos para man- Com informações de Agência Brasil ter o emprego do que para custear o de- (goo.gl/Eq5Uht) 11

Créditos: Wilson Dias / AB (goo.gl/nzqHbn)

Com o objetivo de evitar demissões por empresas em dificuldades financeiras, o governo federal criou, por meio de medida provisória (MP), o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que vai permitir a redução temporária da jornada de trabalho e de salário em até 30%.

A medida entrou em vigor no dia 7 de junho ao ser assinada pela presidente Dilma Rousseff, após encontro com ministros e representantes de centrais sindicais. Embora passe a valer imediatamente, ela será analisada e precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional.

A proposta prevê que a União complemente metade da perda salarial por meio do Fundo de Amparo ao Trabalhador. O Programa valerá até o dia 31 de dezembro de 2016 e o período de adesão das empresas vai até o fim deste ano.

Para definir quais setores e empresas es-

ANO 01, Nº 03 - JUNHO / JULHO DE 2015| Jornal do

Trabalhador

CNI critica novas regras de segurança no trabalho em máquinas e equipamentos Para representante do setor industrial, alterações são inviáveis e não contemplam principais anseios da indústria O governo alterou regras relativas a procedimentos de segurança no trabalho em máquinas e equipamentos. A decisão está presente na Portaria nº 857, que altera a Norma Regulamentadora nº 12 (NR-12). Embora apoie alguns pontos do novo texto, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) propõe a sua revisão total por considerá-lo inviável para a indústria.

Para o governo, a portaria irá melhorar a segurança no trabalho em máquinas e equipamentos. Em nota, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) afirmou que ela é resultado de um consenso obtido através de debates realizados em conjunto com empregadores e trabalhadores no âmbito da Comissão Nacional Tripartite Temática da NR12 e da CTPP (Comissão Tripartite Paritária Permanente).

Segundo o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, o debate e a participação das bancadas foram essenciais para a publicação da nova regra. “Depois de um longo prazo, saliento a contribuição das bancadas dos trabalhadores e empregadores.

Essa participação fortalece o tripartismo que apoiamos no Ministério do Trabalho”, conclui.

De acordo com o MTE, as principais inovações da portaria foram o tratamento diferenciado para microempresas e empresas de pequeno porte nas obrigações de capacitação, reconstituição de manual de instruções de máquinas antigas e elaboração de inventário e dispensa do cumprimento dos requisitos da NR-12 a máquinas e equipamentos de fabricação nacional destinados à exportação.

Outras mudanças foram a exclusão da expressão “falha segura” do texto da Norma e do Glossário, com substituição pelo conceito de “estado da técnica”; corte temporal em relação a tensão de operação dos componentes de partida, parada, acionamento e outros controles que compõem a interface de operação das máquinas; e permissão expressa da movimentação de máquinas e equipamentos que não atendem à NR-12 fora das instalações da empresa para reparos, adequações, modernização tecnológica, desativação, desmonte e descarte.

Para a CNI, embora a mudança seja um avanço, ele representa apenas um “ajuste pontual” e mudanças mais profundas devem ser feitas para que os principais anseios da indústria sejam atendidos.

Segundo a nota divulgada no Portal da Indústria, a revisão da NR 12 teve “como nobre objetivo alinhar os padrões nacionais aos aplicados na União Europeia e da

América do Norte, e acabou extrapolando seu paradigma e o novo marco se consolidou como norma inviável”.

A CNI diz que continuará a trabalhar por regras que assegurem proteção do trabalhador, mas que sejam viáveis e exequíveis. “A indústria reconhece a medida como um primeiro passo no amplo conjunto de alterações necessárias para a adequação da norma. Ressalta, contudo, que as mudanças não resolvem o significativo impacto que a NR-12 trouxe para o setor produtivo brasileiro e que continuará a trabalhar para que a norma seja exequível técnica e financeiramente para as empresas do País.”

Dentre as mudanças que considera benéficas, a CNI destaca a simplificação de regras para micro e pequenas empresas. No entanto, defende que é preciso observar padrões de segurança dinâmicos e atuais que incorporem e valorizem inovações tecnológicas disponíveis para a oferta de segurança aos trabalhadores.

“A solução para os problemas decorrentes da NR-12, vigente desde dezembro de 2010, perpassa pela adoção de mudanças mais incisivas e a revisão total do texto”, argumenta.

Com informações do Ministério do Trabalho (goo.gl/c9ALdU) e do Portal da Indústria (http://goo.gl/5Bwylt) Créditos: goo.gl/Dlzc7B

Para CNI, são necessários padrões de segurança dinâmicos e atuais que incorporem novas tecnológicas para a obtenção de maior segurança

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Jornal do Trabalhador | ANO 01, Nº 03 - JUNHO / JULHO DE 2015

José Renato Santiago

A relevância do conhecimento na indústria, desafios e nosso papel

N

ão há dúvidas sobre os grandes progressos conquistados pela indústria brasileira. Nos últimos anos, principalmente, nota-se um grande progresso no desenvolvimento de soluções e iniciativas que visam buscar a perpetuação das melhores práticas de mercado, bem como evitar que eventuais equívocos voltem a ser repetir. A isso o mercado costuma chamar Lições Aprendidas.

Atualmente o cenário globalizado em que as empresas estão inseridas demanda uma série de cuidados e ações proativas. Esperar pelo próximo passo, pode resultar em algo muito maior que “perder eventual oportunidade”, e sim, até mesmo, um grande risco que pode impactar até mesma a sobrevivência de uma organização. Além disso, entende-se que houve uma mudança significativa na forma pela qual os clientes passaram a avaliar os produtos e serviços ofertados no mercado de uma forma geral. Muito mais que usar critérios óbvios, normalmente, relacionados às especificações técnicas e questões relacionadas a custos financeiros, nota-se uma valorização cada vez maior na adoção de critérios subjetivos. Por conta disso, principalmente, o conhecimento tem recebido um grande destaque junto a este novo ponto de vista. Afinal, qual o valor de todo conhecimento presente em uma organização? Por mais que seja difícil responder a esta questão, é inegável afirmar que o adequado gerenciamento dos conhecimentos existentes junto aos profissionais é um fator crítico de sucesso para qualquer empresa que pretende manter uma posição de destaque no mercado.

As empresas gastam parte significativa de seu tempo no planejamento e desenvolvimento de atividades, sem se aterem ao fato de que muitas delas já foram executadas anteriormente. O uso adequado desta experiência pode trazer maior qualidade aos projetos e consequentemente aos produtos. Por outro lado, lamentavelmente notam-se muitos obstáculos quanto ao real reconhecimento, fato que decorre da resistência à disseminação deste conhecimento na

empresa, em que as pessoas imaginam que “conhecimento é poder”; há a falta de confiança entre os colaboradores e a organização, bem como o uso de tecnologias inadequadas.

Atualmente, cerca de 75% do valor de qualquer produto e serviços está associado aos conhecimentos existentes na organização que o desenvolveu, em seu poder de inovação, até mesmo em sua possibilidade de mudança. Nos últimos anos o valor de mercado das empresas, vendidas, são cerca de 3,5 vezes maior do que aquele devido aos seus ativos físicos.

“Atualmente, cerca de 75% do valor de qualquer produto está associado aos conhecimentos existentes na organização que o desenvolve ou em seu poder de inovação.”

Contra fatos tão claros como estes é muito difícil e, até mesmo irresponsável, deixarmos esta questão de lado, sem que haja qualquer ação efetiva em busca da adequada gestão. Os conhecimentos presentes junto às pessoas fazem grande diferença a qualquer organização que pretende entrar em um ciclo de crescimento constante. A aplicação deve ser entendida como mais que um compromisso e sim uma necessidade sem a qual a empresa poderá estar condenada ao fracasso.

Cabe à alta administração propiciar um ambiente para que as práticas relacionadas com o compartilhamento e disseminação de conhecimentos sejam colocadas na berlinda de qualquer atribuição a ser desenvolvida pelas áreas de uma organização. Para começar, pode ser considerada a elaboração de um plano estratégico do conhecimento, com insumos e recursos devidamente alocados

conforme as metas definidas. Não deve ser deixada de lado a definição de indicadores objetivos que possam permitir o entendimento global sobre o real sucesso destas ações.

Mas não se pode parar por aí...

As pessoas, independentemente do nível hierárquico, devem ser envolvidas conforme suas atribuições e a relevância de sua atuação. Esta abordagem precisa evitar que um erro muito comum seja cometido: “Conhecimento não é Sinônimo de Formação Acadêmica”. O conhecimento e sua devida aplicação não estão limitados a um grupo de pessoas, que possam eventualmente serem consideradas detentoras das melhores prática.

Em qualquer local, situação ou condição o uso dos conhecimentos pode ser promovido de forma natural e associada as atribuições do dia a dia.

Para isso, não é possível pecar pelo excesso e entender que seja necessário ter a disposição o conjunto de melhores condições que permitam o desenvolvimento das práticas de compartilhamento, neste momento peço licença para resgatar outro ditado: “O Inimigo do Bom é o Ótimo”...

Muitas vezes cegos em querer fazer o ótimo, deixamos de fazer o bom, e até mesmo aquilo que é razoável. Que seja feito um passo de cada vez, mas sempre em direção da excelência e da fuga da qualquer cultura que possa servir para desestimular que sejam alcançadas as nossas metas. Só depende de cada um nós! Somos senhores de nossos desejos e escravos de nossas ações. Mais que isso, o nosso futuro, assim como de qualquer organização dependerá das decisões que tomarmos hoje, as menores e mais insignificantes que pareçam ser. Temos e podemos fazer diferença, independente de nossa formação, nível hierárquico, tão pouco de situação financeira, ainda mais que somos reféns de nosso trabalho e não de um emprego, seja ele qual for.

JOSÉ RENATO SANTIAGO é consultor nas áreas de gestão de pessoas e de projetos, escritor e gestor do site www.jrsantiago.com.br 13

ANO 01, Nº 03 - JUNHO / JULHO DE 2015| JORNAL DO

TRABALHADOR

Um cuidado que começa no trabalho Créditos: TJ-AP (goo.gl/8WXF5E)

Fonte de benefícios para os trabalhadores e as empresas, a ginástica laboral promove a saúde no ambiente de trabalho A ginástica laboral é a prática de atividades físicas realizada por trabalhadores coletivamente durante a jornada no local de trabalho. O seu objetivo principal é melhorar as condições físicas dos trabalhadores, fortalecendo grupos musculares muito exigidos nas funções realizadas no dia-a-dia, o que ajuda a prevenir doenças ocupacionais e a promover o bem-estar e as relações interpessoais.

Esse tipo de atividade vem conquistando cada vez mais espaço nas grandes e pequenas empresas, o que em muito se deve à sua comodidade, pois os trabalhadores podem realizar sessões diárias em seus setores de trabalhos com suas roupas ou uniformes, já que os exercícios são simples e não provocam sudorese ou cansaço físico excessivo.

Entre os benefícios obtidos pelos trabalhadores, estão a prevenção de lesões, da fadiga muscular, a correção de postura, a diminuição do sedentarismo, o aliviamento do stress, a diminuição das tensões acumuladas, e o aumento do ânimo para o trabalho, além de melhorar o relacionamento entre patrões e empregados.

Já para a empresa, a ginástica laboral é vantajosa por diversas razões: ela estimula o trabalho em equipe, melhorar a produtividade, diminui acidentes de trabalho, reduz os gastos com afastamento

A ginástica laboral é capaz de prevenir problemas comuns, como má-postura e fadiga

e substituição de profissional, além de diminuir as faltas por motivos de doenças.

Nas empresas, a ginástica laboral pode ser classificada em três programas: a ginástica laboral preparatória, a compensatória e a de relaxamento. A preparatória é aquela realizada no início da jornada de trabalho e dura aproximadamente de 05 a 10 minutos. Ela envolve exercícios de coordenação, concentração, flexibilidade, equilíbrio e resistência. Dessa forma, as pessoas são preparadas para o trabalho físico, melhorando sua disposição e concentração, ajuda na oxigenação dos tecidos e aumenta a frequência cardíaca.

Já a ginástica compensatória é a que tem como objetivo compensar tensões musculares adquiridas pela realização de

esforços de forma excessiva ou inadequada. Ela pode ser realizada em sessões de 5 a 10 minutos, e constituem-se de alongamento e flexibilidade, respiratórios e posturas, ajudando a prevenir a fadiga muscular, modificar a postura no trabalho e melhorar a circulação.

Por fim, a ginástica de relaxamento é realizada no fim da jornada de trabalho por 10 ou 20 minutos, e tem a finalidade de reduzir o estresse, aliviar a tensão e deixar o funcionário mais relaxado. Ela é baseada em exercícios de alongamento e meditação, automassagem e exercícios respiratórios.

Com informações de BemStar e Fisitec Corporation (goo.gl/8RmlMz)

GINÁSTICA LABORIAL PARA O DIA-A-DIA EXERCÍCIOS PRE VENTIVOS PAR A DORES NA S COSTA S

EXERCÍCIOS PRE VENTIVOS PAR A LESÃO POR ESFORÇO REPETITIVO

Estes dois exercícios trabalham a lombar, uma das região do corpo mais sensível ao stress e ao cansaço. Eles podem ser rea- Estes três exercícios podem ser feitos de forma frequente por lizados antes do trabalho ou em uma sala para ginástica. quem realiza atividades que envolvem um esforço repetitivo, como digitar e usar o computador.

Frequência e duração: duas vezes ao dia, por 10 minutos ou mais.

Exercício 1) Junte as duas mãos e execute o movimento de alExercício 1) Mantenha-se de bruços e apoie os antebraços cançar o teto, entre outras palavras, espreguice. no chão. Estique as duas pernas e mantenha a ponta dos pés apoiada no chão. Eleve o corpo formando uma linha reta da Exercício 2) Incline a cabeça lateralmente e conte até 10. Volte, cabeça ao tornozelo. Repita esse movimento 3 vezes, manten- lentamente, a posição original e repita o mesmo movimento do do-se na posição elevada por 30 segundos. lado contrário.

Exercício 2) Com os joelhos dobrados, flexione os músculos ab- Exercício 3) Leve o queixo até o peito e volte a posição original. dominais para dentro. Eleve os quadris até formarem uma linha Leve a cabeça para trás para olhar o teto e volte lentamente. reta entre os ombros e os joelhos. Mantenha a posição durante Fonte: Administradores.com.br (/goo.gl/qTDc0o) 3 segundos e retorne a posição inicial. Repita 10 vezes.

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