Edição 464 - Ano IX | de 21 de abril a 5 de maio de 2016 | distribuição gratuita para pessoas modernas
No Senado, Nobel da Paz causa tumulto ao dizer que há 'possível golpe' no País Em visita ao Senado após ter se encontrado com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, o Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel causou tumulto ao dizer em plenário que há um "possível golpe" em curso no País. A declaração gerou discussão dos senadores, que cobraram do presidente em exercício da Casa, o petista Paulo Paim (PT-RS), a retirada da fala do ativista argentino de direitos humanos. Leia na pág. 04. Leitura Rápida
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Entidades lançam campanha contra o fim do bônus da água
Em Foco
9anos
Tatuapé, Mooca e região Divulgação
Cinema | pág. 08
Capitão América: Guerra Civil Clássico dos quadrinhos chega aos cinemas
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Beneficência Portuguesa recebe o programa Música nos Hospitais
Casa & Decor
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Como deixar a casa bonita e segura para a terceira idade
Dilma decide não fazer transição com vice AE O Palácio do Planalto e a cúpula do PT já começaram a traçar estratégias de reação a uma eventual gestão do vicepresidente Michel Temer e decidiram que não farão qualquer tipo de transição de governo. A ordem no Planalto para todos os ministérios controlados pelo PT é deixar Temer "à míngua", sem informações sobre a administração, e acelerar programas em fase de conclusão para que sejam lançados pela presidente Dilma Rousseff. Em reunião a portas fechadas com o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, e com o presidente do PT, Rui Falcão, deputados foram informados na quarta-feira, 27, de que a atual equipe não
vai respaldar um governo "ilegítimo" e, por isso, não haverá transição para Temer. Até arquivos com dados estratégicos da administração estariam sendo apagados. Com a certeza de que Dilma será afastada por até 180 dias no primeiro julgamento no plenário do Senado, que deve ocorrer em 11 de maio, governo e PT já preparam os próximos passos do divórcio litigioso. A ideia é reforçar a estratégia de carimbar Temer como "golpista" e "vice 1%", numa referência à sua falta de densidade eleitoral. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu a Dilma, com quem almoçou na quarta, um "pente-fino" em todos os programas sociais dos 13 anos do PT no governo, desde o seu primeiro mandato. A intenção é bater na tecla do le-
gado do partido, com vitrines como Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida, em contraposição ao programa "ortodoxo" de Temer, que, no diagnóstico dos petistas, prevê mais sacrifícios aos menos favorecidos. Proximidade "Se o PMDB não figurasse na chapa, em 2014, dificilmente a presidente Dilma venceria aquelas eleições", rebateu o ex-ministro da Aviação Civil Eliseu Padilha, um dos dirigentes mais próximos de Temer nas fileiras do PMDB. "Não se pode falar em golpe quando tudo está sendo feito conforme a Constituição", insistiu Padilha. "A luta política é legítima, desde que não queiram acirrar o clima do 'quanto pior, melhor'."