Tatuapé, Mooca e região
Edição 537 - Ano XI | de 1 a 7 de dezembro de 2017 | distribuição gratuita para pessoas modernas Divulgação
Festival | pág. 03
Imagine Brazil
realiza final no Teatro Arthur Azevedo
Brasil já saiu da recessão, diz Meirelles AE
Concessionárias querem adiar obras de duplicação AE
As concessionárias de rodovias federais vão pedir ao governo o adiamento, para 2028, da conclusão das obras de duplicação que estavam previstas para serem entregues em 2019. As empresas querem aproveitar uma brecha legal criada pelo próprio governo para negociar um novo cronograma. As tarifas de pedágio, no entanto, não vão cair de imediato, embora os valores atuais pressuponham as duplicações no prazo original de cinco anos. O
desconto só chegará aos usuários depois que as obras forem realizadas. As estradas federais passaram a ser administradas pela iniciativa privada na chamada Terceira Etapa de concessões, realizada na primeira gestão do governo Dilma Rousseff. As oito concessões previam a duplicação de todo o trecho recebido - um total de 3.174 km - no prazo de cinco anos, ao custo estimado de R$ 12 bilhões. Em troca, as empresas receberiam crédito, com taxas de juros sub-
sidiadas do BNDES. Mas esses negócios foram atingidos em cheio pela recessão, pelo enxugamento do crédito do BNDES e, em boa parte deles, pela Lava Jato. As grandes construtoras, alvos da operação, eram também as principais concessionárias. O governo cedeu à pressão das empresas e buscou uma solução paliativa. Concordou em alongar o prazo de cinco para até 14 anos após a assinatura dos contratos, a maior parte deles ocorrida em 2014.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que o Brasil já saiu da recessão, mas que a população ainda não teve essa "sensação". Em entrevista, na qual dedicou a maior parte do tempo para falar de sua trajetória política, Meirelles reconheceu ainda que há uma "possibilidade" de se candidatar a presidente da República em 2018. "Eu acho que (o Brasil) já saiu (da recessão). Ainda não há essa sensação, mas se nós considerarmos que o Brasil teve uma queda de produto de 3,6% no ano passado e ano que vem pode crescer até mais do que 3%, é uma recuperação extraordinária num período de tempo muito curto", disse o ministro. Para ele, a criação de 70 mil empregos em um mês "é muita coisa" em uma economia que anteriormente "destruía milhares de empregos por mês". Meirelles reforçou a necessidade de aprovação da reforma da Previdência na forma como o novo texto foi formulado pelo governo e afirmou que a ideia da proposta é garantir que a aposentadoria dos sistemas público e privado seja igual "a partir de um certo momento". Sem as mudanças no sistema previdenciário, destacou, o País "quebra, não aguenta". O ministro não citou prazos para o trâmite da proposta no Con-
gresso Nacional. Eleição. Questionado sobre a intenção de ser candidato a presidente da República em 2018, o ministro mais uma vez falou que há essa possibilidade, mas ponderou que uma candidatura depende das circunstâncias. "É uma possibilidade. Mas, como eu já disse, uma Presidência da República é uma questão de oportunidade e destino, não é um objeto de desejo." O ministro repetiu que está concentrado em seu trabalho na Fazenda e em colocar o Brasil no rumo de crescimento. Além disso ele falou que a agenda de um "ajuste duro" na economia mostra que ele está preocupado em cumprir sua função, e não com seu futuro político. Quando perguntado sobre qual seria sua primeira atitude se fosse eleito, o ministro se esquivou. "Vamos deixar para pensar isso na hora certa", declarou. Meirelles mais uma vez afastou envolvimento dos casos de corrupção no Grupo J&F, controlador do frigorífico JBS, do qual foi presidente do Conselho de Administração. O ministro disse que não participou de nenhuma "confusão" e que não imaginava a ocorrência de escândalos na companhia. "Foi uma surpresa muito grande."