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RETÁBULO DE SÃO SEBAS TIÃO

RETÁBULO DE SÃO SEBASTIÃO,

IGREJA PAROQUIAL DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO

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A igreja de Nossa Senhora da Conceição é um dos mais antigos e mais importantes templos da cidade de Angra do Heroísmo. Já no século XV se pode constatar a sua existência, como uma pequena ermida. Atualmente, nela, do lado do Evangelho, junto à porta lateral, elevase um retábulo em talha dourada, para dar guarida à imagem do santo que lhe dá nome: São Sebastião.

Curiosamente, este retábulo é gémeo de um outro retábulo, localizado mesmo em frente, do outro lado da Igreja, dedicado a São José. Contudo, pouco sabemos do seu autor, como refere a obra Retábulos nos Açores: “Desconhecemos a identidade do mestre, de limitada formação, responsável pelo risco e pelo entalhe, com muita probabilidade sediado nesta localidade” .

É muito provável que este retábulo tenha sido entalhado nos fins do século XVII, começos do século XVIII, porque podemos constatar as linhas simétricas e verticais e vários elementos artísticos do Barroco Nacional. Ele conta com uma altura de aproximadamente quatro metros, e de largura, aproximadamente três metros. Possuí ainda, para além do trabalho de talha dourada, com a escultura de São Sebastião, com ourivesaria (setas e resplendor), e, na parte central do retábulo, no nicho que abriga a escultura, alguns têxteis. É recorrente, ao longo de todo o retábulo, a folhagem de acanto, com uvas e parras, com arquivoltas e vários frisos.

É composto por um coroamento simétrico e vertical, encimando um corpo largo de intercolúnios e nicho, para poder abrigar a imagem de São Sebastião aquando do seu martírio. Mais abaixo, temos a base com um altar, de uma época e de um estilo posterior- é uma clara adaptação que se fez ao retábulo.

Infelizmente, é um retábulo que carece de conservação e de um restauro urgente. Vemos lacunas e falta de peças no retábulo, também podemos observar a oxidação que dos pregos de ferro ao longo do altar, um ataque biológico acentuado, o verniz envelhecido, e constatamos ainda um relato de uma intervenção de limpeza com lixivia, que danificou gravemente o altar, fazendo com que a folha de ouro se desprendesse da camada de preparação do retábulo.

1 VÁRIOS, Retábulos nos Açores, pág. 123.

ANTÓNIOSANTOS

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