Páginas Vazias 18

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eDitedoriçiao~a18l Mais uma edição do páginas vazias chegando em suas mãos, novamente atrasada, saindo do nosso cronograma trimestral, mas continuando firme! a correria é essa...atrasa mas não pára! e essa edição está foda! valeu a pena o atraso! tá bom, com certeza seria melhor se tivesse saído no tempo certo. mas...é fanzine porra! é independente, é tosco, é na correria...mas é feito de coração, e é isso que importa. não? entre os destaques dessa edição, temos a banda musica diablo, que conta com integrantes do sepultura, nitrominds e threat, falando sobre seu primeiro disco; um bate-papo com o batera do sugar kane que nos falou sobre o novo trabalho da banda, todo em inglês; resenha do documentário ‘anvil - the story of anvil’ que é uma lição de perseverança e amor ao metal; seção leitura especial com indicações de 1 livro e 2 hq’s e ainda muitas resenhas, novidades, arte, opinião e muito mais! essa edição vai ter seu lançamento oficial na terceira edição do festival goma de música independente, que rola em uberlândia em agosto e depois irá viajar com a banda uganga para a europa, acompanhando os caras em sua primeira tour na gringa. Marco henriques enfim, demorou pra sair, mas vai chegar mais longe que nunca! vamo que vamo! Equipe Páginas Vazias: Marco Henriques - markopaulo3@hotmail.com Marcelo “Pudim” Marques - pudimsk8@hotmail.com Manu Henriques - ugangabr@hotmail.com Conecte-se com o Páginas Vazias: www.paginasvazias.com.br | paginasvazias@gmail.com.br | www.twitter.com/paginasvazias Colaboradores nessa edição: Alexandre Tito, Breno Agelotti, Eliton Tomasi, Paulo Emílio, Felipe CDC, Raphael “Sapão”, Camilo Alves Nascimento, Allison Guimarães, Athos Moura, Andréa Ariani e Guilherme Miranda. Capa: Beto Andrarde | http://www.flickr.com/photos/betoandrade *Colunas assinadas por colaboradores não refletem necessariamente a opinião do Páginas Vazias Zine.



Tudo começou numa reuniãozinha com os amigos pra fazer um som. O projeto deu certo, a coisa ficou séria e eis que depois do lançamento do primeiro CD e da primeira tour internacional, o guitarrista André nos concedeu essa entrevista e falou sobre no que deu juntar membros do Nitrominds, Sepultura e Threat e um pouco do que é o Musica Diablo e seu primeiro trabalho. por Andréa Ariani


Qual música até hoje foi mais legal de fazer, e qual você acha que funciona melhor quando vocês tocam ou que está ficando melhor a medida que vocês se reúnem pra tocar? Gostamos muito da música ‘Twisted Hate’. No cd, com a entrada do Andre Curci (guitarrista do MD e também do Threat), alongamos as partes de solo da música, ou seja é uma versão diferente da que tinha no Myspace da banda.

repercussão dos sons? Você acredita que conseguiram lançar da forma que imaginaram que seria? Isso foi muito legal, criou uma atmosfera para o disco ser lançado em formato físico, uma expectativa na galera antes que o disco saísse de verdade. O fato foi que deu tudo muito certo, temos mais de 80 mil ouvintes na radio UOL no período, o disco está vendendo bem aqui no Brasil e na Europa.

Como a grande maioria que conhece sabe, vocês são de bandas conhecidas. Qual foi a situação mais inusitada que aconteceu até hoje para que vocês conseguissem se reunir pra fazer um som, show ou gravação? Nosso problema é mesmo tempo de se encontrar. Por exemplo, o Andre Curci uma vez por semana tem que sair de Osasco e dirigir até o ABC para ensaiar; o Derrick está sempre com o Sepultura na Europa ou seja lá aonde. Bem, mais inusitado que se encontrar no aeroporto em Guarulhos e ir pra tour com apenas 1 ensaio antes, não sei o que foi.

Havia o pensamento que muitos fãs poderiam comparar o som de vocês com o Sepultura. Agora que o disco já saiu, que rolou a primeira tour fora do Brasil, vocês sentiram que realmente houve essa comparação? Não rolou. Ainda bem, porque soamos totalmente diferente deles, muita gente gosta mais desse estilo que fazemos, alguns não gostam tanto, de fato na tour tocamos dois sons do Sepultura, ‘Refuse Resist’ e ‘Troops of Doom’, a gente sabia que a galera ia pedir um dia ou outro, pois é, pediram e a gente tocou e rolou uma puta vibe!

Como rolou a idéia de fazer o disco? As músicas foram saindo, quando a gente viu já tínhamos 17 sons, queríamos registrar isso aí o mais rápido possível. Fora que alguns selos tinham muito interesse de lançar, escolhemos o produtor e fomos gravar.

Dos países que tocaram, qual foi o público mais empolgado e em qual deles a banda, com esses novos sons, foi melhor recebida? Foram 6 países em 11 shows, deu até um nó na cabeça. Creio que os shows na Polônia e na Republica Tcheca foram os mais legais, fora que tocamos em um festival no norte da Alemanha chamado Wilwarin que tinha mais de 3000 pessoas, foi muito bom.

O disco foi lançado em maio e por aqui primeiro na versão on line, via Radio UOL e depois físico. Como foi a recepção e a


Como rolou a entrada do Ricardo Brigas na banda? O Siegred Ingrid é uma das bandas clássicas do metal brasileiro dos anos 90, foi uma bela escolha, diga-se de passagem. Quando formei a banda com o antigo batera Marcão (Dead Fish e Ação Direta) Brigas estava no mesmo bar, ele também é amigo de longa data, faz iluminação nos shows do Nitrominds, estava sem banda, disse que ia tocar, e está tocando até hoje. O Páginas Vazias ainda é um dos sobreviventes dos zines impressos mas que, por conta de divulgação e custos, acabou ganhando uma versão on line. O que você acha desse tipo de publicação? Costuma ter acesso a algum? Sim claro. Eu sou amante dos fanzines, é importante ter essa marca underground, eu mesmo editava um anos atrás, chamava Hang the Pope!. Sei da dificuldade que é fazer, editar, xerocar, resenhar, enviar pelo correio, deixar nos lugares, conseguir um patro pra pagar os seus custos, etc. No Myspace, na bio da banda tem a pergunta “Por que o thrash?”. Eu repasso e pergunto por que a opção por este estilo especifico? Somos uma banda thrash metal, oitentona com um “Q” de moderno. Explica melhor esse “Q” de moderno. Temos esses blast beats que as bandas nos anos 80 de thrash não usavam muito, somente as mais extremas, escutamos muita

coisa nova também, não dá pra ser uma cópia do passado, tem que andar pra frente. Lá no Myspace vocês também dizem que a idéia da banda é trazer de volta o old school do metal de volta a cena. Em que momento você acredita que isso mudou e por que é importante, principalmente para essa geração que não conhece ou não viveu esse momento, conhecer ou ter contato com esses clássicos? No metal, os anos 80 nunca morreram, é uma chama viva em todo headbanger que se preze. Isso é muito bom no metal, ter essa tradição, mas porém muitas bandas hoje em dia soam previsíveis demais, mecanizadas, com aquela bateria que nem parece um ser humano que tocou. E riff de guitarra tem que voltar, algumas bandas é uma emboleira só, nao tem como


perceber a diferença entre uma música e outra. E a pergunta que vocês mais devem ter ouvido até hoje: Por que Musica Diablo? Queríamos um nome universal, que em qualquer lingua você

Musica Diablo - S/t (2010) A idéia inicial era só fazer uma jam divertida com uns amigos. Em comum? Bandas de sucesso e o amor pelo estilo mais tosco e barulhento do metal: o thrash metal. Das reuniões para tocar covers de bandas que eles adoram, surgiram 17 faixas inéditas e dessas, 16 foram gravadas num disco lançado em maio passado. Estamos falando do Musica Diablo. Banda que reune Derrick Green do Sepultura nos vocais, André (guitarra) do Nitrominds

possa entender seu significado, Diablo dá uma conotação meio black betal a banda, porém em algumas culturas Diablo quer dizer, divisor de caminhos, tanto te leva ao bem como ao mal. e Ricardo Brigas (baixo) da Siegred Ingrid. O álbum de estréia foi lançado primeiro na versão on line (Radio UOL e Myspace), semanas antes da primeira tour européia. O dito retorno às origens ganha uma nova roupagem. O mesmo estilo rápido, direto e brutal está lá mas sem aquela “sujeira” dos antigos vinis. Difícil destacar a melhor das faixas e difícil acreditar que você queira ouvir só os destaques, mas se ficar somente com ‘Sweet Revenge’, que abre o disco, ‘Work Out’ e ‘In The Name Of Greed’ vai entender o que estou dizendo. Uma releitura do thrash sem perder o vigor. Barulhera do início ao fim!

www myspace com I musicadiablo


por Marco Henriques

ANVIL - The Story Of Anvil Documentário - 2009 - Direção: Sasha Gervasi “No verão de 1984 algumas das maiores bandas de rock do mundo fizeram juntas uma turnê no Japão, incluindo nomes como Scorpions, Whitesnake e Bon Jovi. Todas venderam milhões de discos. Todas, menos uma.” Assim começa ‘Anvil - The Story Of Anvil’, uma verdadeira lição de como o amor pela música, aliás, pelo metal, superou qualquer obstáculo e fez com que os dois “old school metal heads” Steve “Lips” Kudlow e Robb Reiner nunca desistissem de levar seu sonho adiante. Aos 14 anos os dois amigos de escola fizeram um pacto de tocarem rock juntos, para sempre. E eles realmente estavam falando sério. Criaram a banda Anvil, que em 1982 lançou um dos álbuns mais pesados da hisória do heavy metal, ‘Metal On Metal’, se tornando o grande nome do metal canadense. Esse álbum acabou influenciando uma geração de bandas como Anthrax, Slayer, Metallica e Motorhead e vendeu milhões de cópias. Mas diferente de outras bandas da época, o Anvil acabou desaparecendo do mainstream.


Recheado de humor e também muito drama, e com depoimentos de nomes do rock/metal mundial como Lars Ulrich (Metallica), Scott Ian (Anthrax), Lemmy (Motorhead), Slash (ex-Guns N’ Roses), Tom Araya (Slayer) entre outros, esse documentário mostra a realidade atual da banda, passando por brigas internas, a vida familiar de cada integrante, shows com meia dúzia de pagantes e coisas do tipo, que qualquer banda independente já teve que enfrentar. Mas no caso, trata-se de uma banda que já tocou em grande estádios e já levou multidões aos seus shows. É impressionante o amor que eles tem pela banda, pela música, por estarem nos palcos... E esse é o grande lance desse filme. A banda ainda está na ativa e recentemente lançou seu 13º álbum.

Ou seja, os caras não param mesmo! Produzido por Sacha Gervasi, que foi roadie da banda nos anos 80, não se trata de uma grande obra prima do cinema mas é verdadeiro, cativante, espontâneo e acima de tudo, divertido. Se você tem algum interesse por heavy metal, não pode deixar de assistir ‘Anvil - The Story Of Anvil’. Não sei se o material já está disponível em locadoras, mas há aquela possibilidade de “baixar gratuitamente” o filme pela Internet. Coloque seu cinto de balas, sua jaqueta de couro e divirta-se! Assim como disse Dave Grohl (Foo Fighters), “é uma lição de paixão, de perseverança, de fazer algo com o coração, e todos devem ver”.

JOHN NO ARMS

http://www.anvilmetal.com


Em setembro o UGANGA embarca para a Europa. A banda mineira de thrashcore fundada em 1993 pelo vocalista Manu Joker (ex-Sarcófago), desembarca no velho mundo para promover seu novo trabalho, ‘Vol 3: Caos Carma Conceito’. O álbum é o terceiro da carreira da banda, foi masterizado na Alemanha por Harris Johns (Sepultura, RDP, Voivod, Kreator, Cro-Mags, Sodom, etc) e acabou de ser lançado em toda Europa pela gravadora Metal Soldiers Records de Portugal. Até a data de fechamento dessa edição, a primeira excursão européia do UGANGA computava nove shows confirmados. A banda se apresentará em seis países diferentes; Alemanha, Bélgica, Suíça, Polônia, República Tcheca e Portugal (veja a lista completa dos shows no fim dessa matéria). Conversamos com todos os membros do UGANGA que, além de Manu, é formada por Christian Franco (guitarra), Thiago Soraggi (guitarra), Ras Phael (baixo) e Marco Henriques (bateria). Confira quais são os detalhes e as expectativas dessa turnê e de toda repercussão que o UGANGA vem conquistando no velho mundo.


Como se deu a oportunidade de fazer essa turnê européia? Marco: Sempre tivemos esse sonho, mas queríamos fazer algo bem pensado e planejado. Após lançarmos o novo CD, vimos que essa era a hora, estamos na nossa melhor fase e começamos esse corre junto com nosso manager (Eliton Tomasi). Daí pra frente foi muito trabalho, contatos e o sonho está se tornando realidade. Desde o início da banda vocês tinham o exterior como foco? Manu: O início está já bastante distante e as metas eram mais simples, queríamos tocar na nossa área, isso já era uma conquista. O Uganga nunca se acomodou e quando uma barreira é quebrada, sempre buscamos outra na seqüência. Uma tour no exterior é um sonho pra maioria das bandas, e com a gente não é diferente. Estamos indo pela primeira vez e queremos fazer tudo certo para voltarmos outras vezes. Muito se fala da qualidade das produções européias, seja em termos de equipamento, infra-estrutura ou cachês. O que já deu pra sentir nesse sentido? Christian: Tem muita diferença sim, desde a facilidade em agendar datas até os cachês. Além disso, a venda de merchandise é muito maior lá, um pouco pelo poder aquisitivo. Mas o principal mesmo é a valorização do trabalho que na Europa é maior.

Entre os shows da turnê, o Uganga participará de um festival, o Razorblade, em Datteln, na Alemanha. Qual a expectativa para esse show em específico? Thiago: Esse festival com certeza será um dos shows onde a banda terá maior visibilidade, mas independente de tocar em um pub ou em festival grande, iremos fazer o trabalho com a mesma intensidade. Esperamos fazer e manter vários contatos com as bandas que tocarmos ao longo da tour. O quão importante é uma tour européia na carreira de uma banda nacional? As pessoas respeitam mais as bandas que fazem sucesso no exterior? Marco: Com certeza é um grande passo na trajetória de uma banda independente. Será uma puta experiência e um grande aprendizado. Realmente rola isso de as pessoas darem mais valor às bandas que estão com um nome forte lá fora. Um exemplo disso é o Sepultura, que só teve seu merecido reconhecimento após fazer seu nome no exterior. Uma pena, pois há muitas bandas que fazem um trabalho foda aqui no Brasil e não são reconhecidas. Vol 3: Caos Carma Conceito acabou de ser lançado na Europa pela Metal Soldiers Records. Como rolou o contrato com a gravadora? Manu: Essa história vem dos anos oitenta, quando eu era tape-


trader e mandava fitas K7 pra todo lado. Sempre mantive contatos no exterior desde o início do Angel Butcher, minha primeira banda, e o Fernando, dono da Metal Soldiers, foi um desses contatos. Ele inclusive lançou o Morbid, que depois virou Moonspell. O tempo passou, nos encontramos de novo agora no mundo virtual e ele fez o convite pro Uganga. A Metal Soldiers trabalha sério, é um selo pequeno mas que está nos dando um suporte legal para fortalecer nosso nome na Europa. Acredito muito nessa parceria. É essencial alinhar uma turnê européia com o lançamento de um trabalho por lá, certo? Marco: Com certeza! Ter nosso álbum lançado na Europa antes de irmos vai ajudar muito. A Metal Soldiers já está divulgando esse novo trabalho por lá e isso realmente dá um gás a mais, fazendo com que as pessoas já conheçam nosso som. O fato de as letras da banda serem em português prejudicam de alguma forma o trabalho da banda no exterior ou é o contrário, pode ser um diferencial? Ras Phael: Acho que hoje em dia com a facilidade de acesso que o publico tem a bandas de outros países, o fato de as letras serem em português se torna um atrativo a mais, alem de valorizar a cultura do nosso país e o intercambio musical. O que vocês acham que deve mudar na carreira da banda daqui pra frente com todas essas recentes conquistas?

Manu: Eu acho que cada dia vencido é uma vitória. Não fico de ilusão com esse lance de que tour na gringa vai nos colocar em outro patamar, acho que isso vem somar com todo o corre que está sendo feito, nossa ralação durante todos esses anos. A seqüência vai sempre depender de nós cinco, mas estamos otimistas. Queremos coroar essa etapa com a tour de setembro e vamos dar nosso melhor. UGANGA – EUROPEAN TOUR 2010 03.09.2010 - De Rots - Antwerpen [BÉLGICA] 04.09.2010 - The Frontline - Ghent [BÉLGICA] 11.09.2010 - Tibis Downstairs - Worblaufen [SUÍÇA] 14.09.2010 - Biograf Klub - Decin [REPÚBLICA TCHECA] 16.09.2010 - Pub Doki - Gdansk [POLÔNIA] 17.09.2010 - Thav Pub - Hildesheim [ALEMANHA] 18.09.2010 - Razorblade Festival - Datteln - [ALEMANHA] 24.09.2010 - Side B Loung Live Club - Benevente - [PORTUGAL] 26.09.2010 - Metal Point - Porto [PORTUGAL] Datas fechadas até 28 de Julho de 2010


No Bate-Bola dessa edição ficamos conhecendo um pouco mais das preferências de Ricardo Q-Pam, vocalista e guitarrista da banda paulista DeCore, que acaba de lançar s seu segundo CD, ‘De A a Z Tudo Junto e Misturado’. Como os próprios integrante dizem, “DeCore é um power trio criado na periferia Zona Leste da violenta cidade de Por Manu Henriques São Paulo no Brasil, de estilo próprio e original na mescla de hardcore com rap”. Enjoy! DeCore: Família. São Paulo: Poluição, chuva e trânsito. Rap com rock: Bate cabeça. Internet: Ajuda e prejudica ao mesmo tempo. O CD ‘De A a Z Tudo Junto e Misturado’: Uma grande viagem. Influências: Ramones, The Clash, Devotos, Ràbia Positiva, Public Enemy, NWA, Beastie Boys, Dog Eat Dog, RPW, Bob Marley, Jorge Ben e Tim Maia. Um filme: Perigo Para Sociedade. Uma frase: A mídia aqui não fez ninguém de refém. Uma banda: Ràbia Positiva de Barcelona. Uma música: ‘Pule ou Empurre’ do RPW. Um disco: Trilha sonora do filme Judgment Night. Uma capa de disco: ‘Licence to III’, Beastie Boys. Um show: Aquele do RATM que ainda não pude ver. Um sonho: A paz no mundo.

myspace.com/decorebrazil


LeitURA UNA GIRA EN SUDAMERICA (com o conjunto de música rock MERDA) Autor: Fabio Mozine | Editora: Laja Records

Eu não deveria estar escrevendo essa resenha, já que faço parte da produção do livro. Mas, quem liga para ética nos dias de hoje? Até porque, elogiar um trabalho bem feito não é pecado. Se vou ser totalmente imparcial? Claro que não! Afinal estou falando do diário de tour do boss mais famoso do underground brasileiro. Agora falando sério. Una Gira en Sudamerica conta a saga que três roqueiros - membros do conjunto de música rock Merda - fizeram para realizar algo que parecia impossível. Uma turnê na América do Sul nos moldes europeus. Saíram de Vila Velha em um Gol 1000 com milhares de muambas para venderem durante a viagem, parecia que estavam voltando do Paraguai. O livro é muito bem diagramado e está repleto de fotos que ilustram tais situações. Eles viajaram pelo Sudeste e Sul do Brasil, além de Argentina e Uruguai. O que os motivou a fazer isso? Rock! O texto é leve, com gírias roqueiras e muito sotaque capixaba. Caso você tenha o desprazer de conhecer o Mozine - autor do livro - pessoalmente, vai sentir como se o rapaz narrasse as histórias ao pé do seu ouvido. Algumas partes são hilárias. Não vou contar quais são. Compre o livro e descubra por si mesmo. O livro está a venda nos shows do Mukeka di Rato e pela Laja Rex. Com apenas R$15 você terá um ótimo documento de como é a vida de um roqueiro na estrada: nenhum glamour, sem banho, com muitos perrengues e muitas outras coisas desagradáveis. Por que fazer isso? Só estando no rock para saber. por Athos Moura | athosmoura@gmail.com


BLACK HOLE

Autor: Charles Burns | Editora: Conrad Editora

Black Hole é uma graphic novel sobre adolescentes de Seattle em meados dos anos 70. A história se desenvolve a partir do medo frente a uma nova doença infecciosa, que deforma suas vítimas e causa anomalias genéticas. Tudo isso com um ingrediente a mais: a contaminação só acontece por meio de relações sexuais. Os casos cada vez mais freqüentes e mais próximos dos protagonistas, faz com que as frustrações, sentimentos, sonhos e agonias sejam vividos de forma um pouco mais drástica por esses adolescentes. A escola, a cidade, os amigos, todos são afetados por esse vírus desconhecido. Todos os ingredientes para essa história estão presentes trazendo-a, apesar do seu caráter extraordinário, para a realidade. A fuga pelas drogas, as noites com amigos regadas a cerveja e a busca por uma noite de sexo; tudo isso somado a tensão de uma doença misteriosa, uma incrível arte em preto e branco, com traços sóbrios, duros, abusando de sombras e luz faz com que Burns crie uma obra prima sobre a adolescência filha do rock n’roll, misturando elementos sombrios, de horror e insanidade. Se tudo isso não interessar, vale a pena dar uma olhada pelos desenhos e pela arte coesa de Burns. A série e dividida em dois livros, é distribuída no Brasil pela editora Rocco, foi ganhadora do Eisner Awards de 2006 (o Oscar dos quadrinhos) de melhor álbum do ano e nada mais do que outros nove prêmios. por Camilo Alves Nascimento | camilo_alves@yahoo.com.br

CAMINO ~ DI RATO - Round 3

Essa é uma revista de quadrinhos diferente do que costumamos encontrar por aí. Uma reunião de artistas com os mais diversos traços, sempre com uma temática voltada para textos poéticos filosóficos, mostrando reflexões inerentes ao ser humano. A revista faz um trabalho super profissional e uma edição melhor que a outra. Parabéns aos editores que proporcionam aos aficcionados em quadrinhos um trabalho bem executado e inovador no ramo. Para quem tem curiosidade em conhecer o trabalho, o contato é: caminhodirato@gmail.com por Marcelo “Pudim” | marcelopudim@gmail.com


Em plena tour de divulgação do mais recente trabalho ‘A Máquina Que Sonha Colorido’, conversamos com o baterista André da banda Sugar Kane, que falou sobre como andam os shows, a repercussão do novo disco e o novo projeto em produção só com músicas em inglês. Confira! Por Andréa Ariani | Fotos: Anderson Silva

‘A Máquina Que Sonha Colorido’ é o sexto disco da carreira, foi lançado com várias ações bem sucedidas de marketing: um documentário mostrava o dia-a-dia de gravação, houve liberação de download gratuito, o anúncio oficial foi no Twitter e foi um recorde de audições em um único dia. Por que a escolha de lançar no Dia da Independência? Sabíamos que seria uma data marcante e que teria tudo a ver com nossa proposta. O Sugar Kane sempre foi uma banda que atuou de forma 100% independente, então, o dia escolhido não poderia ser melhor. A propósito, vocês já devem ter respondido isso um milhão de vezes, mas o porquê deste título pro disco? A idéia de incluir ‘Máquina’ no nome do CD surgiu quando percebemos que este novo trabalho tinha vários pontos em

comum com o disco ‘Continuidade da Máquina’, de 2003. Decidimos que, sempre que algum álbum tenha essas características, vamos incluir “Máquina” no nome do projeto. O “Sonhar Colorido” é uma brisa do Renê, antigo batera do SK, que é muito doidão, engraçado e sempre perguntava pra galera: “E aí!? Você sonha colorido?” (risos). Achamos que isso tinha muito a ver com a idéia que queríamos passar e o título apareceu. O clipe de ‘Todos Nós Vamos Morrer’ também foi lançado simultaneamente com o CD. Como rolou a idéia? E como foi a gravação e produção? Já pensávamos em fazer um clipe sobre o caos e sobre o fim do mundo desde o nosso disco anterior, o D.E.M.O., lançado em 2007. Imaginamos o local perfeito pra passar a idéia que queríamos: o rio Tietê, em São Paulo. Entramos em contato


com a prefeitura da cidade, e com o órgão responsável pelo rio, e conseguimos a liberação pra gravarmos lá. Fazia muito sol no dia e o lugar é incrível! Foi impressionante ver o rio tão de perto e perceber o trabalho que muitas pessoas fazem para revitalizálo. Um senhor mais velho que trabalhava por lá nos disse no dia da gravação: “parece que o rio não fica limpo nunca...mas se a gente não estivesse aqui, vocês iriam ver como tudo ia ser pior”. A galera que trabalha na recuperação do rio extrai muito lixo de lá todo dia. E a maioria desse lixo é jogado pelas pessoas...já passou da hora de mudar de atitude. Depois de quase 6 meses depois de lançado, como está sendo a repercussão? E o resultado ao vivo? A repercussão é ótima! As pessoas realmente gostaram muito desse disco. Ganhamos o prêmio “Disco do Ano” do site Zona Punk recentemente e todos os dias recebemos mensagens positivas dos fãs sobre o trabalho. Ao vivo o disco funciona muito bem porque as músicas são simples e diretas. Tocamos várias novas nos shows e a galera pira tanto quanto nas mais antigas...é insano! Vocês são vistos como uma referência porque por mais que estejam por muitas vezes dividindo o palco com bandas mais novas ou que tem pouco a ver com o estilo, é adorada por esse público mas tão ou mais respeitada pelo público que gosta do HC tradicional. Como vocês se sentem e como explicam isso? O Sugar Kane sempre teve a capacidade de se renovar com o passar dos anos e de conquistar a galera nova que estava aparecendo. Pra nós a sensação é muito boa, porque vemos

a cada show muita gente nova cantando nossas músicas e curtindo. Temos conseguido também manter nosso público mais antigo porque fazemos um som verdadeiro e com identidade. É demais ter o respeito de toda essa galera. Este disco é bem representativo porque no intervalo de um trabalho e outro, a banda ficou um tempo parada, voltou, mudou de cidade, mudou a formação. ‘A Máquina’ pode ser considerado um ponto de virada? Acredito que seja um ponto de afirmação, de consolidação. ‘A Máquina Que Sonha Colorido’ é um disco do novo Sugar Kane, mas ao mesmo tempo tem as raízes da banda presentes de uma maneira muito forte. Com esse disco conseguimos mostrar que estamos mais maduros, seguros, e fortes também. Hoje vocês já se consideram adaptados a SP, valeu o sacrifício? São Paulo já é nossa segunda casa, apesar de curtirmos muito Curitiba. Temos vários amigos aqui e dois integrantes são paulistanos. Hoje em dia percebemos que foi a melhor escolha pra banda ter se mudado pra cá. O clipe gravado em plena marginal é um sinal dessa adaptação, de enxergar os “problemas” locais? Como disse antes, a idéia do clipe não era só demonstrar um determinado problema de São Paulo, especificamente, mas sim da sociedade e do mundo como um todo. Não é só a “terra da garoa” que sofre com poluição e com outros efeitos da ação humana. Agimos como “predadores” do planeta, mas não percebemos que estamos destruindo a nós mesmos com essas atitudes.


Os temas do disco sobre não parar, auto-destruição, pedras no caminho, imagem de rockstar, trabalho contínuo e árduo são alguns dos desafios que uma banda independente enfrenta. Não é muito confortável falar em cena, mas vocês são uma das bandas que sobreviveu aos 90, inspirados no trabalho de outros veteranos que ultrapassaram a barreira dos 2000, como o Dead Fish. Como vocês vêem este cenário atual? Quais as perspectivas? Tem coisas boas e coisas muito ruins, como nunca se viu antes. Mas no geral, acho que a cena está começando a se fortalecer novamente, como há alguns anos. Parece que o público está, devagarinho, começando a admirar quem faz música de verdade. Os shows da cena estão voltando a lotar e a galera está novamente ligada de verdade a esses shows! Lógico que existem exceções, mas no geral, acredito que estejamos num bom caminho.

2010 tem sido um ano bem produtivo também para vocês. Além de vários shows, no começo de junho saiu o EP em inglês, o ‘Digital Native’. E para variar a repercussão positiva e barulhenta, já que também houve inúmeros downloads num só dia. Como rolou essa idéia já que foi a primeira vez que a banda compôs em conjunto e como está sendo os preparativos para essa tour na Europa? Pensamos em expandir. Gostamos de tocar aqui no Brasil, mas já fizemos isso muitas vezes...a idéia é abrir um novo caminho pro SK, plantar a semente em outros lugares. Acreditamos que temos potencial para tocar lá fora e agradar as pessoas de outros países. Com relação às composições, foi tudo natural, as coisas foram saindo. O Rick contribuiu muito com sua entrada e suas idéias e acho que a banda está em sua melhor forma. Estamos ansiosos pra partir pra Europa, vai ser uma experiência muito doida.

O que tem ouvido atualmente? Das novas, Set Your Goals. Da véiarada, AC/DC.

Uma das músicas novas se chama ‘All my friends are on major labels’. É só uma constatação, uma tiração de sarro, um certo..


cansaço do independente? Acho que acaba funcionando como uma constatação, porque é totalmente verdade. No nosso círculo de amizades, praticamente 100% das bandas possui um contrato com uma “major label”. Isso não quer dizer que todos estejam “bem das pernas”, pelo contrário, mas enfim... Eu estava com o Capilé (vocalista) quando ele criou essa música e ela surgiu muito rápido. Por telefone, uns amigos contaram que tinham acabado de assinar o contrato. Quando desligou, ele me falou: “Só faltavam eles assinarem. Agora todos os nossos amigos estão em gravadoras grandes.” E começou a tocar o riff da música, que ele inventou na hora. Começamos a dar risada e a música saiu nuns 10 minutos. É uma música divertida... O Sugar ainda sonha em fazer a Revolução? A gente tá aqui pra isso! (risos)

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Sugar Kane - ‘Digital Native’ (2010) Depois da retomada ao velho estilo, mudanças de formação e escolher trilhar e se manter no caminho do independente, os caras do Sugar Kane não param de surpreender. E como trabalham! É, sem dúvida, uma das bandas que mais usa a internet a seu favor e reconhecidamente tem o retorno da mídia e dos fãs. E esses últimos realmente não tem do que reclamar. Menos de um ano do lançamento de ‘A máquina que sonha colorido’, a banda lança agora, somente em versão on line, o EP ‘Digital Native’. Nos shows, a galera já curte alguns sons de covers gringos e desde 2000, com o lançamento do album ‘One Day’, é que não tinham nada inédito e totalmente em inglês. São oito músicas no total, sendo cinco inéditas e duas em versões em inglês das faixas ‘A Máquina’ e ‘Sonhe Colorido’. Destaques para a faixa título, para a bateria pesadona de ‘Dying To Grow’ e para ‘Ilusion’ com cara de rock anos 80. As melhores são ‘Social Rupture’ e o rockera ‘All My Friends Are On Major Labels’ que encerra o disco. Para ouvir, acesse o myspace pelo endereço: www.myspace.com/sugarkanemp3




Na seção Tô Ouvindo mantemos a tradição de falar com pessoas da região e de outros lugares. Porém dessa vez ficou tudo em Minas. Tivemos a honra de saber o que tá rolando no toca CDs (ou toca discos, ou IPod etc...) de dois gigantes do metal de Belo Horizonte: Anderson Guerrilheiro (baixista e vocalista da lenda war metal Holocausto) e Casito (baixista e vocalista do ícone thrash Witch Hammer). Aqui pelos lados do Triângulo conversamos com Junão, figura clássica de Uberaba, DJ, agitador cultural, percussionista e fanático por música. Check it out fellax! por Manu Henriques

VAMPIRE MOOSE - New Album and Song “Banda pancada dos anos 80, ainda em atividade, com dois vocais. Destaque pros bumbos!” SODOM - The Final Sign Of Evil “Regravações. Som pesado e bem organizado.” RAMMSTEIN - Live Aus Berlin “Banda alemã bem pesada com apresentações teatrais.” Anderson Guerrilheiro

VENOM - Black Metal “Esse disco é de trucidar o coração pela sinceridade, simplicidade, e honestidade que eles tinham de tocar um som pauleirão. Como eles se preocupavam com o show, “show” mesmo, tipo, luz, fogo, fumaça, visual pessoal, etc, já naqueles idos tempos.” GRANDFUNK RAILROAD - Pluribus Funk “É de arregaçar! Talvez pela mesma honestidade e devoção, mas também pelo rock pauleira. Eles valorizam e veneram a natureza, os bichos, a preservação ambiental e o crescimento da mente humana, coisas que também tenho a maior dedicação, respeito e ativismo. Os caras são quebradeira total 24 horas!” SLAYER - Tudo “Porquê? Porque escuto todo dia, desde 23 de março de 1985 até hoje! Ok Manu?” (risos) Casito

RAGE AGAINST THE MACHINE - S/t “O primeiro disco de uma das bandas mais revolucionárias do rock. Atitude e música!” UGANGA - Vol. 3 Caos Carma Conceito “Um dos grandes representantes da nossa cena. O trabalho novo tá fenomenal, nota 10!” BEASTIE BOYS - Licensed to Ill “Uma referência básica dos anos 90. Na verdade só deu banda formada nos anos 90 nessa minha lista (risos!). A mistura de rap com rock que os caras fizeram foi o start pra muita coisa que veio depois.” Junão


MAS NOTICIAS por Marcelo “Pudim”

Brasil, o país da impunidade! Infelizmente mais uma má notícia que se passa em nosso país. O Supremo Tribunal Federal (STF), órgão máximo do poder judiciario brasileiro, julgou no ultimo dia 29 de abril, a extensão da Lei da Anistia (Lei 6.683/79). Para podermos entendermos melhor o que isso significa vou fazer um aparato geral. A Lei de Anistia criada em 28-8-1979 pelo General Figueredo, foi uma saída para deixar impune todos aqueles que sequestraram, torturaram, estupraram, assassinaram e promoveram o desaparecimento de opositores da ditadura militar de 1964-1985. A fim de perdoar crimes e injustiças que o próprio regime proporcionou, a Lei da Anistia foi criada não só para os exilados políticos, mas para todos que cometeram crimes nestes anos de chumbo. Ou seja, aproveitar de algo que está falindo para salvar as peles dos que estavam envolvidos brutalmente com o golpe.

Na grande pizzaria chamada Brasil, o resultado não foi outro. Por 7 votos a favor da manutenção da lei contra 2 contra, o STF decidiu manter a lei como está. Essa atitude já era esperada pela grande maioria dos ministros que partem de idéias conservadoras e retrogradas para o judiciário brasileiro. Uma vergonha para um país que busca incessantemente uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU. O problema é que o Estado Brasileiro será réu em processo na OEA, e responderá pelo desaparecimento dos militantes do Araguaia e do assassinato do jornalista Vladimir Herzog e de Virgilio Gomes da Silva. Com essa decisão do STF, a Corte Interamericana de Direitos Humanos poderá e deverá fazer com que revisemos todas essas injustiças. O que promoverá um grande descrédito para os ministros do STF, uma vez que os países na América do Sul que sofreram golpes militares (Peru, Argentina, Chile e Uruguai) julgaram seus torturadores. Esse é o Brasil varonil, último a abolir a escravidão, agora também é o único a não punir os assassinos da ditadura. Meus sinceros sentimentos a todos que sofreram com as crueldades dos torturadores e aos que perderam parentes que tentaram lutar pela tão sonhada Democracia.


DICA CULTURAL

Por Eliton Tomasi

“A Terceira Visão” (The Third Eye, 1956) de T. Lobsang Rampa

Aqueles com menos de 30 anos talvez nunca tenham ouvido falar, mas T. Lobsang Rampa e seus 20 livros são uma das mais enigmáticas e insólitas obras do esoterismo e ocultismo de todos os tempos. Foi muito famoso entre a comunidade hippie dos anos 70 e lido por muitos músicos roqueiros. Tudo começa pela própria identidade do autor que, em suas próprias obras auto-bibliográficas, se identifica como TerçaFeira Lobsang Rampa, um monge budista nascido na cidade de Lhasa, no Tibet. Lá ele estudou desde menino para se tornar um lama e abade especialista em medicina cirúrgica. Desde seu nascimento, fora predestinado a uma grande missão: partir do Tibet para o ocidente onde escreveria todos os livros, difundindo assim o conhecimento transcendental acerca da natureza humana. Todavia, a real identidade do autor é Cyril Henry Hoskins (19101981), nascido em Devon, Inglaterra, filho de um encanador. Cyril, entretanto, afirma ser o próprio Lobsang Rampa reencarnado no corpo de um cidadão comum. As opiniões são bastante divididas quando o assunto é a real identidade e idoneidade de T. Lobsang Rampa. Alguns acreditam ser ele um impostor, um homem comum que estudou e leu muito sobre ocultismo e história tibetana, e com tal conhecimento

pôde escrever seus livros de maneira bastante convincente. Outros acreditam que Cyril Henry Hoskins é realmente a reencarnação de T. Lobsang Rampa que teria voltado ao planeta para escrever esses livros e aceitam como reais as histórias narradas em suas obras. A verdade é que tanta especulação só existe porque, além de seus livros terem sido fenômenos de vendagem em todo mundo, inclusive no Brasil, os ensinamentos e relatos feito por Rampa são todos procedentes de acordo com estudiosos em metafísica. Temas como viagens astrais, clarividência e levitação são tratados nas obras de Rampa com um profundo conhecimento de causa, bem como um senso lógico apuradíssimo. Como sempre, a melhor forma de se chegar numa verdade é tirando suas próprias conclusões, por isso recomendo o primeiro livro do autor, ‘A Terceira Visão’, caso você tenha se interessado pela estranhesa de sua história de vida. Em ‘A Terceira Visão’, T. Lobsang Rampa descreve suas primeiras experiências no Tibet, desde quando aos setes anos fora enviado ao mosteiro de Chakpori, depois de sua família ter


recebido previsões de monges-astrólogos a cerca da missão de T. Lobsang Rampa. No mosteiro, ele encontra seu mestre e guia espiritual, o lama Mingyar Dondup, com quem aprende o que há de mais importante sobre as questões transcendentais e com quem nutre um sentimento praticamente paterno. Entre narrativas de situações vividas, por vezes sombrias, o livro é de uma atmosfera oculta e até mesmo sinistra que certamente impressionará os leitores mais céticos ou afoitos. Em verdade, um grande guia para quem quer conhecer mais a respeito do Tibet e do Budismo Tibetano, entre outras referencias à filosofia oriental em geral. Eu pessoalmente recomendo independente de quais sejam suas intenções com o livro: apenas se entreter com uma história fictícia acreditando que o autor não é quem realmente diz ser, ou absorver o livro como verdade, bem como a identidade do autor. Eu não vou revelar sob qual

ótica leio as obras de T. Lobsang Rampa para não influenciar a visão dos leitores, só digo que ele um dos meus autores preferidos. Om Mani Padme Hum. BOX: Os livros de T. Lobsang Rampa A Terceira Visão (The Third Eye, 1956), Minha Visita a Vênus (My Visit to Venus, 1957), O Médico de Lhasa (Doctor from Lhasa, 1959), Entre os Monges do Tibete (The Rampa Story, 1960), A Caverna dos Antigos (Cave of the Ancients, 1963), Minha Vida com o Lama (Living with the Lama, 1964), Você e a Eternidade (You Forever, 1965), A Sabedoria dos Lamas (Wisdom of the Ancients, 1965), O Manto Amarelo (The Saffron Robe, 1966), Capitulos da Vida (Chapters of Life, 1967), Alem do 1o Decimo (Beyond The Tenth, 1969), A Chama Sagrada (Feeding the Flame, 1971), O Eremita (The Hermit, 1971), A Décima Terceira Vela (The Thirteenth Candle, 1972), Luz de Vela (Candlelight, 1973), O Sol Poente (Twilight, 1975), Foi Assim! (As It Was, 1976), A Fé Que Me Guia (I Believe, 1976), Três Vidas (Three Lives, 1977), O Sabio do Tibete (Tibetan Sage, 1980). Eliton Tomasi é produtor cultural e jornalista, diretor da SOM DO DARMA Produção e Comunicação em Cultura que presta serviços de empresariamento, booking e assessoria de imprensa para bandas e músicos independentes. Contatos: eliton@somdodarma.com.br | www.somdodarma.com.br


O Som do Bico da Galinha

Uma visao totalmente pessoal da cena rock no Triangulo Mineiro (1980 - 2010) - Parte 11 Por Manu Henriques

Capítulo 31 – O registro definitivo do Nuts Resolvemos gravar outra demo para registrar a nova fase do Nuts, já que desde a formação da banda (6 anos antes) o som havia mudado de puro thrash metal para algo mais “groovezado”, próximo do que faziam bandas como Prong, Body Count, Faith No More e Rollins Band... No pique dessa fase fomos novamente pro Mr.Som (Uberaba) registrar a nova demo, batizada ‘Phassôdahora’ (1996), numa referência a nossa demora em soltar algum material (principalmente devido as várias mudanças de formação). Na verdade gravamos apenas uma música nova (‘Reflexão’) e colocamos dois sons da primeira demo de bônus (‘Race’ e ‘Modern Life’, ‘Idiot Life’). A capinha foi feita por mim na base da cola e tesoura e o desenho foi tirado de uma HQ chamada ‘Os Revolucionários’ do herói do velho oeste Ken Parker (curto Phassôdahora (1996) muito essa HQ!).

Apesar da produção fraca conseguimos algum espaço com essa demo em revistas e zines e um convite para integrarmos uma coletânea do selo paulista Star Music chamada ‘Gold Star Collection’. Escolhemos duas músicas, ‘Nuts Meets John Constantine’ (uma faixa menor e totalmente instrumental) e ‘Reflexão’, nossa primeira música em português, mais pesada e com letra forte escrita por mim e pelo Paulo. O estúdio escolhido pelo selo foi o Anonimato (São Paulo) o que nos garantiu uma excelente sonoridade. Por lá já passaram inúmeras bandas da cena metal paulista dos anos 80/90 e acho que o resultado ficou muito bom. O produtor Rildo Batista conhecia nosso estilo e tirou um som foda! Acho essa a gravação definitiva do Nuts tanto em timbres quanto em execução. O Paulo havia encontrado seu estilo na banda agora com uma pegada mais agressiva, eu e o Cláudão fazíamos uma cozinha bem pesada e entrosada e o Zacca mostrou-se ser a pessoa


ideal pra ocupar o posto deixado pelo Pacheco, trazendo muito do seu estilo pros novos sons. O solo dele em Reflexão é foda e muito superior ao gravado pelo Ganga Zumba um ano depois. Lembro do clima desse dia, a gente tocando sem neura de tempo, com um produtor que conhece o estilo, bem relax... Enfim, foi um astral muito legal e numas 7 horas liquidamos os dois sons. Infelizmente a fase inicial do Nuts (mais thrash) não teve um registro bem produzido como esse, mas de tudo que gravamos com certeza essa coletânea é o material que mais me agrada. Detalhe é que no começo da ‘Reflexão’ o meu grande amigo Contra-Mestre Formiga (Abadá Capoeira) gravou Berimbau e ficou bem interessante. Eramos colegas de Jiu-Jitsu e ele também tocava percussão nos Neurônios, ou seja, tava tudo em casa. Estávamos todos ouvindo muito o ‘Da Lama Ao Caos’ de Chico Science e Nação Zumbi e o ‘Chaos AD’ do Sepultura, e acho que tivemos influencia desses dois trabalhos na hora de compor. De algo mais rápido e pesado as novas músicas rumavam pro que seria o Ganga Zumba/Uganga de 97 até 2003 (Fase ‘Atitude Lotus’): Um som mais distante do metal, mais experimental e com letras espirituais. Diria que as conexões com o dub e levadas

rimadas também apareceram mais claramente a partir dessa fase, pra revolta de alguns huahuahua. Nessa época também adotamos a mascote da banda, uma noz (Nut) enfurecida que eu desenhei toscamente e que passou a acompanhar nossa logo. Eu sempre curti isso, essas mascotes tipo Eddie The Monster etc... No Angel Butcher tínhamos o Pogo, no Nuts foi a noz louca, no Uganga o escaravelho (ou barata pra alguns huahuahuahua) e por aí vai... Outro detalhe interessante sobre essa época é que na foto da coletânea constam eu, Claudão (baixo), Paulo Moratelli (Vocal), Edsón “Zacca” (guitarra) e o Renato (irmão do Zacca e baterista do Seu Juvenal, que chegou a tocar percussão no Ganga Zumba e no Nuts como integrante convidado). Apesar do Renato não ter tocado nessa gravação a foto com ele entrou pois era legal e a fase câmera digital ainda estava longe, ao menos pra gente. Ficou essa mesmo! Capítulo 32 – O começo do fim Em julho de 96 rolou um show do Nuts em Uberaba, onde tocamos nós e o Led Zeppelin Cover (SP). O local foi a tradicional Casa do Folclore, e esse dia foi decisivo pras mudanças que estavam por vir. Talvez a gota d’água? Não sei, eu na verdade estava animado com a banda (talvez fosse o mais animado na época)... O que rolou foi que o Leospa foi convidado por mim e pelo Zacca para participar do show, já que ambos estávamos falando com ele sobre reativar o Ganga Zumba (que era nessa época um projeto paralelo ao Nuts). Nós chegamos até a cogitar a possibilidade


dele entrar no Nuts como uma segunda voz (o que hoje vejo, não daria certo), e acho que isso não foi muito bem visto pelo resto da banda. Eu tenho uma grande admiração pelo trabalho do Paulo (vocalista do Nuts na época), é um cara que merece muito crédito nessa banda, mas ele tem uma formação mais pro classic-rock do que pro thrash ou hardcore e isso as vezes nos levava para rumos diferentes na hora de compor. Mesmo assim fomos parceiros em várias músicas que adoro, mas com certeza a praia dele era diferente da minha. Tanto é que depois que o Nuts terminou ele montou o Espelho Mágico (banda de hard rock que gerou o excelente Mellotron), e hoje em dia está morando no Rio Grande do Sul vindo com um novo projeto de blues/rock. Salve irmão! Já eu e o Leospa sempre tivemos gostos mais parecidos, e desde 93 quando formamos o Ganga Zumba vínhamos cada vez mais nos aproximando, compondo letras, arranjos etc... Ao mesmo tempo o Nuts era formado por pessoas com gostos musicais muito diferentes, o Paulo como disse vinha do classic rock e do progressivo e já estava tocando com o pessoal do The Monkey Men (outra banda de hard rock local que contou com o baixista Tito, hoje no Seu Juvenal e Angel Butcher) e o Claudão tava mergulhado em jazz, recém casado e não compunha muito pro Nuts (algo que mudou depois no Ganga Zumba). Já o Zacca por sua vez apesar de ter também uma formação mais próxima da minha (e sermos parceiros nas duas bandas: Nuts e Ganga Zumba), estava cada vez mais envolvido com o Seu Juvenal. Isso foi deixando todos os integrantes do Nuts mais focados

em outros projetos (musicais ou não) e a banda foi perdendo força até parar de vez um pouco depois. Mesmo assim o show da Casa Do Folclore foi massa, casa cheia, boa recepção da platéia e clima cordial em cima do palco. O Leospa participou de um cover do Rollins Band (‘Tearing’) e foi só. Mas as coisas não seriam mais como antes... A noz tava indo pro saco. Capítulo 33 - A terceira edição do Rock’n’Street Festival A terceira edição do Rock’n’Street foi realizada pela primeira vez em dois dias, mais precisamente 19 e 20 de agosto de 1996. O local também havia mudado do tradicional Tudo No Espeto pra avenida Leopoldino de Oliveira, bem no final onde fica hoje o começo da Univerde Cidade. Ali foi montada uma estrutura maior e além das bandas participantes haveriam também 2 headliners encerrando cada noite. No primeiro dia os escolhidos foram o Hard Heatred do Rio de Janeiro e o tradicional Tropa de Choque de São Paulo (na ativa até hoje). No segundo dia rolou Black Sabbath Cover (Uberaba) capitaneado pelo já lendário Joãozinho do Kreddo e os paulistas do Ira!, indiscutivelmente o maior nome do evento. Na parte das bandas inscritas, entre as locais além do Nuts (que novamente participava) me lembro do Segundo Combinado, Manifest, Maneka Catalase, The Monkey Men (já sem o Tito no baixo), Zé Billin (Uberlândia) e da estréia dos Baltazares. De outros estados marcavam presença as bandas Arte Acidental (GO), Dreadnox (RJ), Disturbing Shit Minds (ABC), Pó de Anjo (SP) entre outras. O evento havia se


tornado referência e não se prendia somente a cena local, o que foi excelente. Pena que também marcou um hiato grande até a quarta edição (que até agora foi a derradeira), da qual falarei mais pra frente. O R’n’S 3 reuniu um excelente número de pessoas (diria que umas 4.000 cada dia) e mesmo com uma puta chuva no sábado (na hora do show do Seventh Key, de Camanducaia) a galera ficou até o final. No primeiro dia rolaram todas as bandas e no segundo somente as classificadas pra final. Estávamos na pilha pra fazer um bom show independente de ganhar ou não, mas confesso que eu em particular queria muito ganhar o festival já que dessa vez o prêmio era uma batera Mapex (e eu estava a uns 4 anos tocando em baterias emprestadas). Pois bem, entramos no palco, mandamos ‘Reflexão’ de cara com uma bela roda de pogo na platéia e tudo rolando bem. Nesse show contamos com o Renato (Seu Juvenal) na percussão em algumas músicas além dos 4 que formavam o Nuts (eu, Claudão, Paulo e Zacca), mas inexplicavelmente enquanto tocávamos o único cover da noite (‘Killing In The Name’ do Rage Against The Machine) o Zacca arremessa a guitarra dele no chão e sai do palco (!!!). Na boa, até hoje não sei ao certo o que rolou mas como todos nós estávamos vivendo uma época bem tensa acho que deve ter sido algo maior que ele na hora huahuahuahua... Nós seguimos tocando sem ele e um pouco depois o cara retorna, pega a guita e termina a música com a banda. Coisa bem loka, mas que deve ter sido legal de ver da platéia huahuahuahua. Mesmo com esse momento “nonsense” o

Nuts foi classificado pro segundo dia, o que nos deixou bem satisfeitos. Nem me lembro se conversamos sobre o ocorrido com o Zacca depois do show mas a pouco tempo tomando uma cerva com ele tentamos entender o que rolou e ainda não conseguimos. O segundo dia veio, tocamos dessa vez num horário melhor e sem mais problemas de arremesso de instrumentos no palco. Não ficamos com o primeiro lugar mas garantimos terceiro na classificação geral (nada mal, nas 3 edições foram um primeiro, um segundo e um terceiro lugar pro Nuts), a segunda colocada pra variar não lembro o nome e o grande vencedor foi o Capa de Costela, uma banda de BH que fazia um típico rapcore. Ainda nesse dia rolou o show do Sabbath Cover e o Ira! detonado tudo (Edgard rulez!). Uma data historica pro rock local e que infelizmente marcou o afastamento do Johnny da organização do evento e a conseqüente pausa no mesmo. Anos depois o Léo Punk iria resgatar bravamente a idéia... Lá na frente falamos disso. Manu “Joker” Henriques é arquiteto, gestor ambiental, toca nas bandas Uganga e Angel Butcher e espera poder seguir nessa trilha por muitos e muitos anos, com saúde e paz de espírito. Contato: ugangabr@hotmail.com


Este será um espaço para os músicos compartilharem informações e dicas sobre instrumentos. Nesse segundo capítulo darei alguns pitacos sobre as dúvidas que chegaram por aqui. Por Raphael “Sapão”

Pedais Handmade – É quase unanimidade que pedais analógicos são melhores que os digitais. Porém, montar um set com estes pedais pode sair muito caro. Com isso o mercado dos pedais handmade tem ganhado força. Na maioria dos casos eles são copias idênticas dos originais por metade do preço. Rola dar uma pesquisada, e claro fazer testes antes de adquirir o seu. Vale a pena conferir o trampo desses caras nessa praia: www.efxpedais.com e www.plan9pedals.com.br

1 guitarra valendo por 2 – Uma dica para bandas que tem apenas um guitarrista, é jogar o sinal de 1 guitarra em 2 amps. Você liga normalmente a guitarra no 1° amp, depois pega o sinal de saída e liga no 2° amp. Use o send/ return, geralmente fica no painel traseiro. Ao vivo tem um bom resultado, usando apenas um cabo P10 a mais. Experimente timbragens diferentes nos 2 amps.

Tensão das cordas – Quando você compra um jogo de cordas já deve ter visto na embalagem uma tabela informando a tensão de cada corda. Ela indica o valor da tensão (geralmente em libra ou kilo) sobre o braço do instrumento. O tensor deve ser ajustado para agüentar o descrito na embalagem e manter o equilíbrio do braço (evitando empenar/trastejar). Ao mudar para cordas mais espessas ou mesmo usar afinações diferentes, nunca deixe de regular o tensor. Evite também expor o instrumento à umidade e/ ou calor excessivo.

Qual violão comprar – Comece saindo fora desses laminados de madeira compensada, que geralmente você encontra nessas lojas de eletrodomésticos. Procure por um violão com o tampo (parte da frente, onde fica a boca e o cavalete) sólido, feito com madeira maciça. Observe o acabamento, fundo e laterais. Para um som mais robusto, indico um modelo folk, com o corpo maior e sem cutway.


Pedais mais usados – Nesse artigo tem uma breve descrição sobre alguns pedais muito usados. Mas rola dar uma fuçada em todo site: http://www.guitarcoast.com/2008/02/distoro-tambmconhecido-como-clipping.html Instrumentos no Paraguai – No Paraguai vi varias lojas de instrumentos e realmente os preços são bons. Lá você vai encontrar de tudo, desde os baratos pedais de efeito Behringer ate cabeçotes valvulados como os JCM da Marshall, de baquetas a baterias DW, alem de teclados, microfones e instrumentos de sopro. Tem também muita coisa para áudio profissional e home studio. Para quem quiser ir às compras por lá a cota por pessoa é de 300 dolares, com alíquota de 50% pelo valor excedente. Quem não puder ir e quiser encomendar, os “muambeiros” cobram em media de 30 a 40% do valor da mercadoria. Faça as contas, sai bem mais barato do que comprar por aqui, por outro lado da mais trabalho. Quem quiser saber mais detalhes, lista das lojas, valores, etc, pode entrar em contato.

Set-Up de guitarristas conhecidos – Quer saber qual o equipamento do Dimebag Darrell, Zakk Wylde, Jimi Hendrix ou Tom Morello (foto)? Dê uma geral nesses sites: www.guitargeek. com / www.guitariste.com / www.myguitarsolo.com / www. digitalburn.org / http://sharemyguitar.com

Bem, é isso. Duvidas e sugestões são bem vindas, escrevam! Ah, recebi um material bem bacana de Harmonia, Improvisação, Arranjo e alguns songbooks em PDF, quem quiser é só solicitar pelo email. Abraço a todos e até a próxima. Raphael “Sapão” - gambiarrasemprefunciona@gmail.com


RESENHAS SOULFLY --- Omen --- Gravado no studio Edge Of The Earth em Los Angeles, com o produtor Logan Mader, o sétimo disco da banda Soulfly acaba de sair do forno e mostra mais uma vez o peso dos riffs de Max e seus companheiros, destacando Mark Rizzo que nos presenteia com solos e noises ensurdecedores. O álbum já abre com a pancadaria de ‘Bloodbath & Beyound’ seguida de ‘Rise of the Fallen’ que conta com a participação de Greg Puciato do The Dillinger Escape Plan. Na música ‘Lethal Injection’ Tommy Victor do Prong divide os vocais com Max. A pancadaria não acaba até chegar a música ‘Soulfly VII’ que fecha o álbum calmamente fugindo totalmente do resto do CD. Ainda de bônus 3 faixas, sendo uma do Sepultura (‘Refuse/Resist’) com Zyon nas baquetas e outra da banda Excel (‘Your Life, My Life’) com Igor Cavalera Jr. na bateria, ambos filhos de Max. Uma versão de Four Sticks (Led Zeppelin) fecha a trinca. Saiu também uma edição especial limitada do novo álbum com capa diferente da edição normal contendo um DVD com o videoclipe do single ‘Unleash’ e apresentação ao vivo durante o festival With Full Force, na Alemanha em 3 de julho de 2009. Mais uma vez Max prova que criatividade, produção e peso são suas marcas registradas, confiram. por Alexandre Tito | alextmota@yahoo.com.br EXODUS --- Exhibit B: The Human Condition --- O que esperar de um álbum novo do Exodus? Agressão, peso, insanidade, velocidade e cadencia, na medida certa. ‘Exhibit B: The Human Condition’ vem para mostrar que a banda ainda tem muita lenha pra queimar, e muitos pescoços doloridos de tanto bangear. Ainda que eles tenham exagerado um pouco na duração e quantidade de músicas. O Disco possui uma audição tranqüila, muito bem apoiada pela produção e mixagem de Andy Sneap (o cara sabe tirar um som foda). De nada adiantaria uma ótima produção se o conteúdo fosse uma merda né? E nisso eles acertaram, Gary Holt e Lee Altus formam uma das duplas mais certeiras e ferozes das guitarras thrash metal. É puro “fogo nas palhetas”, riffs inspiradíssimos e solos certeiros. Tom Hunting continua um monstro na bateria, o cara simplesmente espanca impiedosamente seu instrumento, com aquelas levadas que só ele sabe fazer tão bem. Uma verdadeira máquina thrash. Jack Gibson mantém a parede de concreto da “cozinha” bem unida, com seu baixo soando muito bem nessa muralha. Muitos criticam os vocais de Rob Dukes, mas eu não vejo problema algum. Ele é agressivo, joga a favor da banda e mostra uma grande evolução em seu terceiro álbum com os caras. Exodus antigo ou Exodus novo? Os dois, por favor! Quem vive de museu é relógio; já disse o ditado. Então bola pra frente galera e vamo quebrar tudo! por Breno Angelotti | brenoangelotti@gmail.com


hasRESENHASRESENHASRESENHASRES HOLLOW GROUND --- Devir --- Muito legal o cd de estréia do Hollow Ground (não confundir com o homônimo da Inglaterra que fez relativo sucesso na época da NWOBHM e ensaiou uma volta tempos atrás). Natural de Uberlândia o quarteto impressiona logo de cara pela bela arte gráfica, que me lembrou uns lances do Dave Mackean ilustrando Sadman (o nome do artista é Nicolas ‘Organik’). Musicalmente falando eu diria que o grupo faz um metal influenciado por bandas como Pain Of Salvation, Sistem Of A Down e Tool, com toques de prog/fusion, partes climáticas e elementos mais extremos aqui e ali. Totalmente gravado e masterizado pela banda, ‘Devir’ contém 10 faixas cheias de surpresas, boas surpresas. Num momento você está ouvindo uma parte tipicamente black metal e no outro entra a linda voz da convidada Daniela Alves (cantando em português!) como na música ‘The Hollow Men’. Uma das que mais gostei foi ‘Outside In’ com um grande trampo da cozinha e uma letra bem desesperada. ‘Longing’ surpreende com batidas trip-hop e clima etéreo e ‘Waiting For The Season’ (a mais pesada!) mostra um belo casamento entre metal extremo e partes jazzísticas. Resumindo, o Hollow Ground estreou com o pé direito! Só faltou colocar um endereço pra contato no cd, mas a gente resolve isso. Taí: http://www.myspace.com/hollowgroundofficial por Manu “Joker” TRETAS A PARTE --- Efeito Estufa --- Pra mim é uma honra resenhar esse que na minha modesta opinião é um dos melhores cds de rap do ano (senão o melhor). Discasso! Como diz o Pexe na faixa ‘Inspiração Fora de Hora’: “Tá demorando meu velho, mais sabe? Um dia acaba!” Na verdade acho que começou, pois com esse novo “artefato canábico” acredito que os caras vão aumentar a base de fãs. A produção por conta de Totoin (que também é um dos MCs) é da hora e os beats estão certeiros e com um quê de Cypress Hill, uma “gordura” e peso muito bem vindos ao rap nacional. Entrecortado por vinhetas que quebram a formalidade de um disco com 17 faixas, o segundo trampo do clan Tretas a Parte (que é composto pelos MC’S Pexe, Molusco, Totoin, WilWil, Gilmar Cabeção, 100Talento e pelo DJ Gordo) mostra um rap maduro, reflexivo, com letras espertas e bem humoradas (com várias referências a ganja). De negativo só a capa, que ao meu ver é inferior ao resto do trabalho, mas isso é só um detalhe nesse belo material. Em 2009 foi o cd do Eremita, agora esse do Tretas A Parte em 2010 (fora vários outros artistas da região que sempre citamos aqui ou no site como Jéssica, Bazaka, TOI, Marboy, Ananias...). É mano... Digam o que quiserem, pra mim o melhor rap feito na país hoje em dia, fora do eixo Rio-São Paulo, tá no Triângulo Mineiro, mais precisamente na Zebulândia. Destaques: ‘Muda de Assunto’ (a melhor, com participação do MC TOI), ‘Inspiração Fora De Hora’, ‘Por Essas Noites’ (Sinistra! Molusco detonando!), ‘Mergulho No Bong’ e ‘Entre Aspas’, que tem um clip bem legal (assista em: http://totoin.blogspot.com). por Manu “Joker”

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Envie material para: Av. Padre Norberto, 88 - Jardim Regina Araguari - MG - CEP: 38440-148 - A/C Marco Henriques

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PAURA --- History Bleeds --- O quinteto paulista formado em 1995 lança seu novo álbum, ‘History Bleeds’ pelo selo Travolta Discos. Vindo de um ótimo álbum (‘Reverse The Flow’) o grupo mostra como tem ralado pela música pois este novo trabalho apresenta a imensa maturidade não só dos músicos como do disco em si. Quando recebi a notícia que este novo álbum já estava disponível para audição no Myspace, fiquei bem curioso, pois é muita responsabilidade que se carrega depois de um bom disco, tem que ter peito e trabalhar muito pra se superar. Já na primeira música ‘No hard feelings? Fuck You’ percebe-se o quanto a banda não só segurou a onda mas como superou seu antigo álbum. Já começa com riffs potentes e um backing vocal rasgado, em seguida uma base thrash embeleza a chegada de uma pegada bem old school e assim se segue o disco, essa mistura maravilhosa de hard core old school, New York, thrash, mosh com este vocal gritado que só o Paura sabe como fazer. Então fica a dica pra quem gosta de peso, este disco com certeza não pode faltar na sua prateleira! por Allisson Guimarães | allissonguimaraes@hotmail.com

CYPRESS HILL --- Rise Up --- Bom, não há muito o que falar de Cypress Hill, é sempre uma surpresa agradável escutar um novo trabalho. Em ‘Rise Up’ a banda volta com batidas bem executadas, vocais rasgados, no melhor estilo Cypress Hill. Esse trabalho com certeza se tornará mais um clássico da banda. Para estigar ainda mais a vontade de ouvir, o cd tem participação de nada mais nada menos que a guitarra surreal de Tom Morello. Dá pra imaginar o que espera a quem curte o melhor do rap. por Marcelo “Pudim” BEHEMOTH --- Evangelion --- Ter em mãos um disco como esse realmente dá gosto. O que o Behemoth conseguiu atingir com ‘Evangelion’ é algo muito acima da média e os caras construíram com muita propriedade um exímio trabalho artístico. Capa, encarte, fotos, DVD com extras, composição e produção musical, tudo isso realizado com extremo bom gosto e refinamento que somente bandas muito grandes atingem. O disco inicia com ‘Daimonos’, música que demonstra do que a banda é capaz e com destaque total para os riffs de guitarra e o trabalho criativo do baterista Inferno, hoje considerado o melhor do estilo na Polônia. E o massacre continua com ‘Shemhamforash’ (perfeita), seguida de ‘Ov Fire And The Void’, música de trabalho do álbum que possui um vídeo clipe matador. As demais faixas continuam sem deixar a peteca cair e ‘Evangelion’ exala aquela sensação de disco com curta duração, pois como todos os sons são muito foda, parece que o álbum acaba rápido. ‘Alas The God Upon Me’ e ‘Lucifer’ fecham esta obra de arte com maestria, sendo esta última um grande destaque por ter uma atmosfera bem diferente, ou seja, perfeita para encerrar o cd. O Behemoth conseguiu com esse disco se superar e fazer com que este item se torne indispensável para qualquer fã de som pesado, independente do estilo! por Guilherme Mianda | guilherme_mir@yahoo.com.br


hasRESENHASRESENHASRESENHASRES RINOCERONTE --- S/t --- Carálho, que banda foda! Puta clima anos 70, peso, boas melodias e músicos acima de qualquer suspeita. E digo mais, ao vivo os caras são ainda melhores que no cd, como pude conferir no “Domingo Fora do Eixo” em Uberaba. Nada de “hiper brutalidade” fabricada em estúdio ou postura milimetricamente calcudada pra bancar desencanado, o negócio aqui é música com alma feita por quem vive a parada no dia a dia. Esse é o Rinoceronte do Rio Grande do Sul, power trio formado por Paulo Noronha (guitarra e vocal), Vinícius Brum (baixo e vocal) e “Alemão” Luís Henrique (bateria). O EP auto intitulado antecede o lançamento do primeiro cd oficial, (que segundo os caras já está sendo produzido) e pode ser visto como um excelente cartão de visitas. ‘Andar No Ar’, faixa de abertura chega exalando psicodelia, mas aquela pesadona, a lá ‘Vol.4’ do Sabbath. Grande som! Na sequência, num clima total on the road, vem ‘Eu Que Não Queria’ com destaque para os sempre impecáveis vocais. A faixa tem uma parada no meio antes de retomar o refrão que deixa a coisa ainda melhor, uma aula de feeling! ‘Chaves e Segredos’ é a terceira e se mostra mais suingada e melódica. As vezes no meio do hard rock (ou stoner?) dos caras eu vejo alguns elementos da cena nacional dos anos 70 como 14 Bis, O Terço, Casa Das Máquinas etc, e essa música é um exemplo disso. ‘O Choque’ encerra o material com chave de ouro, até agora essa é a minha preferida mas como tenho ouvido bastante todo o cd isso pode mudar. O peso reina absoluto junta a uma letra bem legal, e arranjo perfeito. Paulo Noronha é um mestre nos riffs e a cozinha não deixa falhas! No geral os caras falam sobre superação, e o Rinoceronte coloca isso nas letras de maneira muito interessante e variada. Falar o quê mais? Essa banda é foda, desde já está entre os destaques do ano pra mim e um dos nomes mais fortes do stoner nacional ao lado do “novo” Statik Majik. Curte Black Sabbath, Grand Funk, Rush (antigo), Mutantes, MC5? Então acesse agora: www.myspace.com/rinoceronterock por Manu “Joker” THE SQUINTZ --- Violent World --- Chegou ate nós o cd promo de 2009 da banda The Squintz, e confesso que foi uma grande surpresa. ‘Violent World’ é o nome do trabalho que promete ser um grande material de divulgação dessa banda. O som é extremamente influenciado por bandas de punk rock 77, ao estilo The Clash. O promo consta com 5 faixas na mais pura energia do punk rock, lembrando de leve os paulistas do Blind Pigs. Além de 4 músicas da banda o CD também conta com um cover muito bem executado da banda Stiff Little Fingers. Muito bom o som dos caras, estou ansioso para vê los no palco e sentir a energia desse punk rock sem frescuras. por Marcelo “Pudim” NERVO --- Eu Fiz A Minha Escolha --- Hard core rápido e preciso é o que melhor define o som do Nervo. Aliás, o nome da banda é bem sugestivo para o estilo musical. Com letras contestadoras e viradas rápidas a banda manda um hard core que ao escutar você se imagina no show em uma grande roda abrindo e o polgo comendo solto. Na contra capa a banda faz referencia ao grande amor pelo hard core. por Marcelo “Pudim”


HAMMERTHRASH --- S/t --- Após a tradicional intro dedilhada ‘Echoes of Death’ temos ‘Depression’, um som forte feito pra bater cabeça (e que deve ficar muito legal na abertura do show dos caras). ‘Infernal Death’ mantém o pique thrash acelerado, esse som me lembrou algumas bandas de BH como Witchhammer e Megathrash. Na sequência vem ‘Eternal Torment’ com seu riff insano mais na cola da cena alemã. Apesar disso o início dessa música me lembrou Slayer antigo e pode crer que isso é um elogio cara! A intrumental ‘Hammerthrash’ vem mais lenta (com um quê de doom no começo), mas logo o banging come solto primeiro numa levada com pedal duplo e depois descamba pro thrash diretão (que é onde os caras ficam a maior parte do tempo). Fechando esse ep vem ‘Metal Attack (Death To The Falses)’, que apesar do nome clichê foi a que mais me agradou. Esse som tem um clima bem pra cima e da pra imaginar uma bela roda de pogo na frente do palco. Aqui pode ser sentida uma bem vinda pegada hardcore, algo que algumas bandas dos anos oitenta sabiam misturar muito bem (vide ai o crossover). Enfim, temos aqui uma banda nova, com sonoridade bem anos 80, letras que não fogem do estilo, influências de Dorsal Atlântica em algumas levadas, um vocal rasgado que lembra o thrash germânico, e alguns riffs vindos diretos da NWOBHM. A produção é simples e coroa essa bela estréia de mais um grupo do Triângulo “satânico” Mineiro”! Beermosh! por Manu “Joker” www.myspace.com/hammerthrash JOHN NO ARMS --- Mafia’s Queen --- A clássica banda Uberabense (hoje radicada em Brasília) está de volta e com força total! De formação renovada e vindo de participações em importantes festivais, o quarteto já se encontra em fase de pré-produção do primeiro cd oficial, a ser lançado até o final do ano. Paralelamente a isso seguem divulgando a demo aqui em questão: Mafia’s Queen (2009). Esse trampo foi gravado no Unimusic em Uberlândia pela primeira formação, que havia se reunido um pouco antes, após alguns anos parada. O porque dessa reunião não ter ido pra frente não é o caso de ser analisado aqui, já que o foco nessa seção é a música, mas com certeza foi o passo decisivo pra uma volta definitiva da banda. BT (Vocais), Mau (Maurício - Angel Butcher, guitarras), Kim (baixo) e Malufucker (bateria) conseguiram sintetizar nessa demo tudo o que representa o John No Arms: metal tradicional, punk’n’roll, farra, cerveja e bom humor! A “bagaça” começa bem acelerada com ‘Trollers, Dollard & Games’, com BT mostrando bastante força nos vocais. Em seguida ‘We Are The Vikings’ dá uma diminuída na velocidade (mas não no peso) com sua levada mais punk e um excelente riff de guitarra. ‘Ten Naked Ladies’ mostra o lado sacana dessa banda que já foi até trilha sonora da Hustler Brasil! Pique bem punk’n’roll, cozinha precisa e letra hilária. ‘Night Comes Alive’ tem uma cara total NWOBHM (cortesia do ex-guitarrista Maurício) e vocais que me lembraram o finado Black Train Jack (e isso é um elogio!). Esse excelente trampo encerra com a melhor faixa na minha opinião: ‘Sex Chat’! Puro punk rock cheio de cerveja e com um tempero de metal nacional anos 80 que faz toda a diferença. Parabéns pela banda e pro Paçoca que conseguiu uma gravação simples mas eficiente. Agora é esperar pra conferir o primeiro cd que tá saindo, e com certeza virá matador! www.myspace.com/johnnoarms por Manu “Joker”


hasRESENHASRESENHASRESENHASRES “Qual é? Qual foi? Por que QUE TU tá nessa?”

?” tem a dura A coluna “Qual foi, qual é, por que que tu tá nessa continuam eiros guerr razão a missão de tentar desvendar por qual o sistema que o tudo a ário contr indo e nadando contra a maré amigos para vai diz ser o correto e o usual! Dessa vez a pergunta fanzineiros de algumas partes do Brasil: tecnológicos, Mesmo com a facilidade ofertada pelos meios continuar que por o, mund pelo hados espal pela febre de E-Zines do universo folhas s ilhosa marav essas o buind distri e o fotocopiand underground em seu suporte tradicional?

por Fellipe CDC - fellipecdc@yahoo.com.br

Continuo fazendo zines impressos desde 1990 pelo mesmo motivo: paixão pela música, trocar informações e fazer amizades. Acredito que o charme do zine impresso é o mesmo do bom e velho vinil, nós gostamos de manusear, colecionar, etc. Só os fanzines conseguem fazer circular informações que nenhum meio preocupado com lucro veicula. Por isso não esqueço do lema punk “faça você mesmo”. Renato Donisete - editor do zine AVISO FINAL

Pelo prazer de ter um zine em papel nas mãos! Zine em internet é sem vida, no papel é muito mais divertido! Vida Submissa - Goiania

O papel continua sendo mais acessível para leitores, além da possibilidade de passar de “mão em mão”, possibilidade de arquivar, tirar cópia, enfim. A internet não está ao alcance de todos ainda e o acesso é ligeiro e descompromissado. Porém, uma coisa não exclui a outra, o Fúria Urbana já tem exemplares disponíveis on-line, e também mantém fidelidade à cópia impresssa.

A arte não pode ser digitalizada, acredito na forma artesanal de expor minhas idéias que, o fanzine é para o fanzineiro sua obra, como um quadro para Picasso. O Visual Agression só existe pelo fato de existir pessoas interessadas pela arte manual, como uma banda lança seu LP, seu CD!!! Estar conectado com a forma que tive contato do faça você mesmo! Manuseie sua obra para que ela fique o mais autêntica possível.

Juliano - Zine Fúria Urbana (Distrito Federal)

Ricardo Thrasher – Visual Agression Zine


Katherine Von Drachenberg (Kat Von D) nasceu em 8 de março de 1982, é tatuadora e personalidade televisiva. É mais conhecida por seu trabalho como tatuadora nos reality shows Miami Ink e LA Ink. Entre seus clientes estão bandas como Fireball Ministry, Alkaline Trio, Slayer, As I Lay Dying , Motorhead e Motley Crue (Kat namorou por um tempo Nikki Sixx, baixista do Motley). Entre suas bandas preferidas ela cita divas do Rock Misfits, Ramones, ZZ Top, Slayer, HIM e Turbonegro. Site oficial: www.katvond.net




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