03/04/2016 Undonut by Clipping de Panmela Castro

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COLORINDO UMA CIDADE DE MUROS Como a Street Art se faz presente nos espaços urbanos Barbara Iung (http://undonut.com.br/author/barbara-iung/)

 Artes (http://undonut.com.br/artes/) and Street Art (http://undonut.com.br/artes/street-art/)

 24/03/2016

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Ah, os centros urbanos… Muito cinza, muito prédio, muito anúncio, muito trânsito. O excesso. Tudo desvia a atenção. Mas no meio de tanto concreto, alguns artistas conseguem fazer reᕬetir através de uma arte também baseada no excesso, só que neste caso com exagero de cores vivas. Tais cores demonstram como a cidade ainda sobrevive aos tons opacos. Através destas linhas, vamos conversar sobre como a chamada Street Art ou Arte de Rua surgiu nos espaços urbanos. Essa história de intervenção em muros não é algo tão atual não. Com a erupção do Monte Vesúvio em 79 d.C., Pompeia – uma antiga cidade do Império Romano – ᕬcou em ruínas. Todo o material orgânico formado pela explosão serviu para preservar a cidade, inclusive grande parte de seus muros, nos quais estavam presentes intervenções bem próximas às do século XXI – algumas com mensagens bem irônicas e até mesmo eróticas. A imagem abaixo reᕬete uma manifestação política que sobreviveu à erupção:

Manifesto em muro de Pompéia, em defesa de um candidato

Já o graᕬte contemporâneo se desenvolveu entre os anos 1960 e 1970, por intermédio de alguns graᕬteiros que pintavam seus próprios codinomes pelas ruas de Nova York e Filadélᕬa. Taki 183, Julio 204, Cat 161 e Cornbread foram alguns dos caras que começaram a inspirar e disseminar a arte do graᕬte, obtendo alcance global através da juventude da época. E o surgimento da arte

começaram a inspirar e disseminar a arte do graᕬte, obtendo alcance global através da juventude da época. E o surgimento da arte urbana não está separado do início da cultura hip hop. Nomes como Cornbread queriam expor nos muros aquilo que o estilo hip hop sempre almejou: dar voz às periferias. A arte de rua denuncia e acusa os valores embutidos numa sociedade através da ironia, do bom humor e de cores bem fortes, apoderando-se do espaço urbano a ᕬm de recriá-lo. A democratização e produção da arte em espaço aberto demonstra que o graᕬte faz parte de um movimento de resistência, com a intenção de semear a sua indignação na população das grandes cidades. Em algumas situações não funciona como um protesto, mas como uma maneira de dar beleza a um muro antes despercebido, por exemplo. No Brasil, o palco da Street Art se concentra em São Paulo. Tais intervenções nos espaços urbanos eram marginalizadas por serem práticas ilícitas. Hoje, alguns muros e paredes são disponibilizados pelo poder público para a prática da arte urbana, já que a tentativa de combater e marginalizar tal expressão artística só fez com que ela se expandisse e espalhasse ainda mais pela cidade. Desta forma, com o intuito de acabar com a censura em São Paulo, alguns artistas se tornam parceiros da prefeitura e de alguns empresários, criando o Museu Aberto de Arte Urbana (https://www.facebook.com/museuabertoarteurbana/) (MAAU). As obras desse museu são produzidas entre as colunas das estações de metrô Santana e Portuguesa – Tietê. Dias atrás, a prefeitura pintou de cinza as obras produzidas nas pilastras do Minhocão, uma consequência da expansão do MAAU pela cidade. Situação semelhante à ocorrida em 2008 – inspiração para o ᕬlme ‘Cidade Cinza (https://www.youtube.com/watch? v=yNSLpmcfy0g)‘, quando artistas conceituados como OsGêmeos, Nina Pandolfo e Nunca tiveram suas intervenções pintadas., Em São Paulo, além das pilastras do MAAU, dá pra conferir no Beco do Batman, na Vila Madalena, a arte de rua acontecendo de verdade. Um beco que nada tem de escuro e sombrio. No século XXI, o artista de rua não mudou, ele ainda tem a necessidade de falar às multidões. Selecionei alguns artistas para demonstrar como a Street Art vem tomando força e transformando as ruas em um museu a céu aberto. Nina Pandolfo (http://www.ninapandolfo.com.br/)

A graᕬteira sempre faz referência aos elementos femininos para relembrar sua infância com suas irmãs. Viaduto Jaceguai, SP.

Panmela Castro (http://www.panmelacastro.com/)

Graᕬte encontrado na Rua do Lavradio, RJ.

Mag Magrela (https://www.facebook.com/magrela.mag/?fref=ts)

Início do Beco do Batman, SP. “Entre cacos e cortes, a dor de se redimir.”

Criola (https://www.facebook.com/criolagraff/)

A artista valoriza e fortalece a identidade afro brasileira em suas telas.

Representa as mulheres negras e o povo mineiro na arte de rua

Banksy (http://banksy.co.uk)

É o pseudônimo de um graᕬteiro britânico mundialmente conhecido por suas mensagens de reᕬexão espalhadas pelas ruas de inúmeras cidades.

Nunca (https://www.facebook.com/nunca.art/)

Um homem não vive fora do seu contexto social, político e econômico. O artista Nunca consegue representar o descontentamento por meio da sua arte. Viaduto Jaceguai, São Paulo

Crânio (http://cranioartes.com/)

Com a imagem dos índios em suas pinturas, Crânio retrata a maneira como a modernização alcançou os espaços indígenas São Paulo

OsGêmeos (https://www.facebook.com/osgemeos/?fref=ts)

Morro da Providência, RJ.

Os irmão brasileiros são renomados internacionalmente. Boston

Eduardo Kobra (https://www.facebook.com/Eduardo-Kobra-260920897253082/?fref=ts)

Homenagem a Oscar Niemeyer na Avenida Paulista, SP.

Intervenção de Eduardo Kobra na estrada que liga Cubatão a Guarujá, SP. Tanques pertenciam a uma indústria produtora de gases nobres, Linde.

Homenagem a Malala Yousafzai, em Roma.