Murais de cinco artistas emolduram selfies no Boulevard Olímpico Trabalhos de nomes como Panmela Castro, Wark Rocinha e Guilherme Kid fazem companhia ao mega painel de Eduardo Kobra por Natália Boere 21/08/2016 16:39 / Atualizado 21/08/2016 17:39
Painel de Panmela Castro, a Anarkia Boladona, no Boulevard Olímpico Bia Guedes / Agência O Globo
RIO Não é só o painel Etnias, pintado pelo artista plástico Eduardo Kobra e com 3 mil metros quadrados, que tem feito sucesso no Boulevard Olímpico. Ao longo da Orla Conde, murais de grafiteiros de várias partes do Rio têm sido alvos de selfies e seguem, claro, direto para as redes sociais.
Trabalho de Wark Rocinha, próximo ao armazém 4 da Zona Portuária Bia Guedes / Agência O Globo
Muita gente tem postado foto com o meu mural de fundo no Facebook e me marcado. O legal do grafite é ser uma arte democrática. O público não precisa ir a um museu para apreciar afirma Wark Rocinha, de 30 anos, autor do painel "União dos Povos" (próximo ao armazém quatro), que retrata diversas raças dos anjos, sua marca registrada. Criei os anjos para levar luz para lugares abandonados, como as favelas. Diante do armazém dois, a representação de Nice, a deusa da vitória, chama atenção pelo colorido. O mural é da artista plástica Panmella Castro, também conhecida como Anarkia Boladona, que acabou de pintar um painel para o museu Urban Nation, o primeiro de arte urbana do mundo, que abre no ano que vem em Berlim.
Guilherme Kid diz se inspirar na natureza e na cultura africana Freelancer / Agência O Globo
Esta é uma Olimpíada emblemática, em que as mulheres são 45% dos competidores. Quis reafirmar a igualdade de gêneros, essa é uma vitória nossa observa Panmela, de 35 anos, que acaba de se mudar do Centro para o Catete. Quase ao lado do painel dela, um outro se destaca pela largura é o mais estreitinho e pelas cores verde e rosa. Não, seu autor, Guilherme Kid, não é mangueirense. Torce pela Mocidade. Penso que o verde e o rosa são como atabaques, cores que chamam explica Kid, de 24 anos, morador de Realengo. A cultura africana e a natureza são minhas referências. Completam o time murais das artistas Rita Weiner (entre os armazéns 2 e 3) e Camila Camiz (ao lado do armazém 1). Quis trazer nomes de comunidade e de diversas partes do Rio para deixar seus trabalhos marcados aqui no Boulevard conta Andrea Franco, curadora e diretora artística do Boulevard Olímpico.
Camila Camiz tem como uma de suas marcas os murais em preto e branco Bia Guedes / Agência O Globo