Edição nº 1.369 - Ano 27 | 24 a 30 de abril de 2019 | R$ 11,00 | www.panrotas.com.br
Que o Turismo mudou nesta década ninguém duvida, mas uma das maneiras de enfrentar as gigantes da internet é achar seu lugar na rede. Saiba como
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PRESIDENTE
José Guillermo Condomí Alcorta CHIEF EXECUTIVE OFFICER (CEO) José Guilherme Condomí Alcorta (guilherme@panrotas.com.br)
DIRETORA DE MARKETING E EVENTOS Heloisa Prass
CHIEF TECHNOLOGY OFFICER (CTO) Ricardo Jun Iti Tsugawa
REDAÇÃO (redacao@panrotas.com.br)
EDITOR-CHEFE E CHIEF COMMUNICATION OFFICER: Artur Luiz Andrade
(artur@panrotas.com.br) Coordenador de Redação: Rodrigo Vieira (rodrigo@panrotas.com.br) Coordenador Web: Danilo Alves (danilo@panrotas.com.br) Pancorp/Viagens Corporativas: Karina Cedeño Conteúdo para marcas: Thelma Lavagnoli Reportagem: Filip Calixto, Larissa Faria, Marcel Buono, Marcos Martins, Isabella Tagliapietra (estagiária-SP) e Thalita Almeida (estagiária-RJ) Fotógrafos: Emerson de Souza (São Paulo) e Marluce Balbino (Rio de Janeiro) MARKETING Analista: Erica Venturim (erica@panrotas.com.br) PRODUÇÃO Aline Monteiro (aline@panrotas.com.br) Pedro Moreno (pedro@panrotas.com.br) COMERCIAL Gerente: Ricardo Sidaras (rsidaras@panrotas.com.br) Executivos: Flávio Sica (sica@panrotas.com.br) Renato Sousa (rsousa@panrotas.com.br) Rene Amorim (rene@panrotas.com.br) Sônia Fonseca (sonia@panrotas.com.br) Big Data: Igor Vianna (igorvianna@panrotas.com.br) Jéssica Andrade (jessica@panrotas.com.br) Assistentes: Ítalo Henrique (italo@panrotas.com.br) Rafaela Aragão (rafaela@panrotas.com.br) FALE CONOSCO Matriz: Avenida Jabaquara, 1.761 – Saúde São Paulo - Cep: 04045-901 Tel.: (11) 2764-4800 Brasília: Flavio Trombieri (flavio@panrotas.com.br) Tel: (61) 3224-9565 Rio de Janeiro: Simone Lara (simone@panrotas.com.br) Tel: (21) 2529-2415/98873-2415 ASSINATURAS Chefe de Assinaturas: Valderez Wallner Para assinar, ligue no (11) 2764-4816 ou acesse o site www.panrotas.com.br Assinatura anual: R$ 468 Impresso na Referência Gráfica (São Paulo/SP)
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ÍNDICE nº 1.369 | 24 a 30 de abril de 2019 | www.panrotas.com.br
SEÇÕES 06 Editorial
Guerra de gigantes pela América Latina
08 Check-in
O novo presidente da Comissão de Turismo
14 Infográfico
16 Brigando com as OTAs
Empresários que encontraram o modelo ideal na internet
36 WTTC Global Summit 2019 Turismo pode derrubar muros
Hotéis, aéreas e influenciadores, pelo Kayak
26 LGBTravel
Conferência da diversidade
28 Diagnóstico
Os principais influenciadores da nossa indústria
34 Memória
Guerra de comissões
42 Follow
Ancoradouro nas redes sociais
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Editorial
DECOLAR E CVC BRIGAM PELA AMÉRICA LATINA
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s duas maiores distribuidoras da indústria de Viagens e Turismo no País sabem que não adianta mais ser líder apenas no Brasil, na Argentina ou na Colômbia. A América Latina é o verdadeiro campo de batalha e é para ela que investidores mundiais olham. As estratégias das empresas globais estão voltadas para a região, veja o exemplo das antigas Lan e Tam, hoje o maior conglomerado aéreo da América Latina, rebatizadas de Latam. Ou o acordo que pode virar um JTB entre United, Copa, Avianca Colômbia e possivelmente a Azul, representando o Brasil. O importante é cobrir (bem) a região. Algo que a Decolar.com (Despegar. com nos países de língua espanhola) fez muito bem, até pela natureza de seu negócio. Nasceu digital e na Argentina, se espalhando rapidamente nos demais países e chegando ao Brasil, pioneiramente, com o nome de Decolar. No ano passado o grupo passou de R$ 18 bilhões em vendas, superando os cerca de R$ 13 bilhões de sua maior concorrente, a CVC Corp, que só em 2018 conseguiu colocar os pés fora do Brasil.
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A empresa brasileira tem certas desvantagens na disputa (seu online ainda é tímido e não tem nem um ano de atuação na Argentina), mas duas grandes vantagens: é líder incontestável no Brasil, o maior mercado da América Latina (R$ 13 bilhões contra estimativas entre R$ 7,2 bilhões e R$ 9 bilhões da Decolar) e tem um mix de distribuição mais robusto que a OTA: 20% de suas vendas vêm de agências de viagens independentes; e o restante de uma impressionante rede com 1,3 mil lojas, além de um on-line que, se ainda é pequeno, está crescendo mais que qualquer canal. E como sabemos, depois que se acerta no on-line, a trajetória é só para cima... Dessa forma, a queda de braço poderá ser decidida em aquisições pela região. Na semana passada a Despegar/Decolar adicionou a Viajes Falabella a seu portfólio. Com o adicional de um acordo com o grupo Falabella, forte no setor financeiro e que vai ajudar a Decolar em meios de pagamento e financiamentos. Dizem no mercado que a Falabella era alvo também da CVC Corp. Já o grupo brasileiro adicionou a seu cast os cerca de R$ 2 bilhões em vendas da Esferatur, e mesmo
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com a evasão natural de vendas pós-integração, é um reforço e tanto para passar com folga dos R$ 17 bilhões em 2019. Mais aquisições no Brasil e demais países virão? Com certeza. Até que as duas empresas deem as mãos e criem um grupo único que faça frente às gigantes europeias (Tui, por exemplo) ou às OTAs mundiais (Expedia, Booking e cia.). Sonho? Só a necessidade irá dizer até que altura esse sapo pode pode pular. Não descartando, porém, a possibilidade de essas gigantes pegarem um pouco do que gastam ou ganham na China e investirem de fato na América Latina. Um mundo de gigantes que, em hipó-
tese alguma, elimina os pequenos e médios. Até porque, na conta de todas elas estão as vendas pulverizadas para pequenas agências, médios distribuidores, players de nicho. E também não é bom desconsiderar que os hábitos dos consumidores são tão híbridos (ou mais) que as plataformas disponíveis. Ou você nunca fez as compras do mês pela internet, mas teve que parar no mercado da esquina para comprar o produto com a marca que você prefere ou algo que esqueceu ou mais outros vários motivos? Enquanto isso, perguntamos: quem é o rei ou rainha da América Latina? Brasil X Argentina estão na final. Alguém estragará essa rivalidade regional?n
Artur Luiz Andrade Editor-chefe e Chief Communication Officer da PANROTAS artur@panrotas.com.br
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Check-in +Lidas da semana Portal PANROTAS 1 Quem influencia a indústria de Viagens e Turismo? Veja lista
2 Avianca Brasil deixará de operar mais de 100 voos neste mês
3 “Tem operadora que não sabe seu papel”, diz Ana Maria Berto
4 Carlinhos conta seus planos
depois de 11 anos de Esferatur
5 Latam anuncia 78 novas
frequências a partir de GRU; lista
6 Avianca Brasil cancela mais de 300 voos até sábado (20)
7 Veja novas maneiras de criar uma política de viagens
8 Universal Orlando divulga imagens de hotéis supereconômicos
9 São Paulo deve receber 490 novos voos após regulamentações
10 Passaredo anuncia novas rotas a partir do final deste mês
Fonte: Portal PANROTAS
Deputado Newton Cardoso Júnior, presidente da Comissão do Turismo na Câmara
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Política
O novo presidente da Comissão de Turismo Uma nova Comissão de Turismo se formou em Brasília há pouco mais de um mês. Eleito por unanimidade, o deputado federal Newton Cardoso Júnior (MDB-MG) é o presidente, e conta com o apoio da Frente Parlamentar do Turismo. Ainda em março, em seu primeiro discurso, o mineiro falou da falta de representação do Turismo no PIB Nacional (apenas 8%) e que a intenção era transformar a indústria em instrumento de geração de emprego e renda, além de inclusão social. Ou seja... nada do que o leitor com o mínimo de vivência no Turismo não esteja acostumado. Newton Cardoso Jr. até concorda que as pautas são as mesmas de outrora. Porém, o presidente da comissão, que diz sem rodeios “hoje o Turismo do Brasil é uma vergonha”, garante que o momento é outro. Ele afirma que os resultados aparecerão e que, se as urgências de hoje são as mesmas de antigamente, é porque esses pontos seguem sendo essenciais, o básico para que o empresariado veja a indústria chegar perto de todo seu potencial. Isso leva o deputado a mencionar outro ponto importante de sua gestão, que é a proximidade com o mercado. Segundo ele, já se iniciaram, e continuarão quinzenalmente, reuniões com entidades como Abav Nacional, Abear, Braztoa, Clia Brasil, CNC, FBHA, Sindepat, entre outras... "Já recebemos pelo menos 80% dos principais líde-
Rodrigo Vieira
res do trade na comissão. Fiz questão de tratar um por um os temas prioritários. Solicitei que o setor pudesse apresentar, dentro dos mais de 300 temas em circulação, em torno de 30 para priorizarmos o que é mais urgente. Há uma abertura melhor neste momento atual no Congresso", aponta o deputado. "Além do mais, a Comissão de Turismo tem força, consegue ser ouvida. Os temas mais importantes passam por lá." As prioridades mencionadas por esses players foram... as de sempre. Liberação dos cassinos, foco na Lei Geral do Turismo, transformação de Embratur em agência, abertura do capital estrangeiro no mercado aéreo e melhoria da infraestrutura para receber mais visitantes após abertura dos vistos. "O Turismo brasileiro é uma vergonha, mas o momento é bom, o setor está se tornando prioridade como motor econômico e gerador de empregos. É com representação política que a indústria será cada vez mais forte no País, é com parlamentares cada vez mais qualificados. Vamos fazer com que nossa voz seja ouvida", afirma o deputado federal. "'Vamos ceder nosso ombro para o mercado chorar'. Isso ajuda muito. Sentar com os principais empresários e líderes associativos. Já fizemos isso no último mês e me parece que o trade ficou grato", completa Cardoso Jr. O que motiva o deputado a transmitir a mensagem de que agora as coisas estão diferentes no Brasil é a aprovação da atualização da Lei Geral do Turismo. "Com a aprovação da LGT, pavimentamos uma avenida inteira com segurança jurídica para as coisas se desenvolverem. Finalmente estamos em um cenário de possibilidade real para aéreas estrangeiras montarem suas bases aqui, que é o próximo grande passo a ser anunciado depois da liberação de vistos", afirma o parlamentar.
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Política LEI GERAL DO TURISMO A "nova" LGT prevê a desburocratização de procedimentos, acompanhar as novas demandas do setor, promover maior integração com a iniciativa privada, entre outros. O projeto amplia o conceito de “Turismo” e retira da esfera federal a atribuição de classificar os prestadores de serviços turísticos. A proposta destaca, ainda, a importância da criação de Áreas de Interesse Turístico, as chamadas AITs. LIBERAÇÃO DOS JOGOS Essas AITs têm influência na liberação dos cassinos e jogos de azar no Brasil, um ponto bastante reforçado pelo mineiro. Ele participou do Projeto de Lei 442/91 ao apresentar o requerimento para que fossem incluídas as cidades consideradas Estâncias Hidrominerais, entre os municípios prioritários para receber autorização de abertura de cassinos no Brasil. “Faz mais de 70 anos que o Brasil proibiu os jogos de azar. Fiquei feliz de o relator ter acatado emenda de minha autoria. Temos de discutir esse tema sem paixão, sem tabu, com olhar especial para as brechas legais, para que não haja uso criminoso da atividade. Mais de 600 mil empregos são estimados para esse setor e estamos falando de uma arrecadação de tributos bilionária. Precisamos de uma arrecadação maior no Brasil, mas sem aumentar os impostos”, aponta Cardoso Jr. Ele reconhece que esse é um tema difícil de ser aprovado, mas acredita ser possível que se dê atenção especial ao jogo em hotéis, resorts e até em cassinos independentes. “A bancada evangélica aceita mais o tema, ciente de sua importância.” MODELO DA EMBRATUR A transformação da Embratur em agência é outra prioridade. O presidente compara o órgão com Anatel e outros que já tenham passado pelo mesmo processo. “Esse movimento é fundamental. Se a Embratur for agência, tiraremos qualquer amarra orçamentária dela, e a Embratur é crucial para nossa promoção no Exterior. Com essa independência, daremos mais velocidade às ações. A telefonia e as telecomunicações melhoraram muito no Brasil depois que o mesmo aconteceu com a Anatel.” CAPITAL ESTRANGEIRO NAS AÉREAS Entre as prioridades, essa é a mais próxima de acontecer, segundo Cardoso Jr. “As aéreas internacionais estão interessadas no Brasil. Essa chegada aumentaria o fluxo doméstico, o que é
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bom para todos. Com a concorrência, a queda nas tarifas seria algo natural”, afirma. “Mas nem tudo são flores. Recentemente aprovamos uma moção de repúdio à cobrança de excedentes abusivos por parte das aéreas, em virtude do aumento evidente do preço das passagens em relação ao histórico, especialmente em destinos do Nordeste, que estão muito mais caros do que antigamente.” DINÂMICA DA COMISSÃO A Comissão do Turismo é permanente, modelo que não se dissolve com o fim da legislatura, isto é, sempre será formada nas futuras legislaturas brasileiras. Os membros apresentam seus projetos de lei correlatos, requerimento de atividades ligadas ao setor e a comissão semanalmente dá andamento a esses assuntos, aprovando ou não cada pauta. "Tudo no mesmo formato do regimento da Câmara, no formato de plenário. Somos um pequeno plenário relativo ao setor, a gênese de toda legislação do Turismo", conclui o presidente. São 40 membros, dos quais metade titular e metade formada por suplentes. Newton Cardoso Jr. foi eleito por unanimidade o presidente da comissão. O colegiado também elegeu os deputados Leur Lomanto Júnior (DEM-BA) para 1º vice-presidente, Herculano Passos (MDB-SP), presidente da Frentur, para 2º vice-presidente e João Marcelo Souza (MDB-MA) para 3º vice-presidente. RELAÇÃO COM O TURISMO E O MINISTRO “Passado, presente e futuro no Turismo”, responde o parlamentar sobre sua vivência no setor. “Do ponto de vista privado, minha família sempre atuou no Turismo, relevante na hotelaria, com empreendimentos na Bahia e em Belo Horizonte. Além disso, parte da minha base turística em Minas Gerais é extremamente ligada ao setor, especialmente no sul, Serra da Mantiqueira, Caxambu, São Lourenço... tenho uma parte importante do meu eleitorado lá e já consegui apoiar ações de turismo nesses municípios." Em relação ao conterrâneo Marcelo Álvaro, ele diz que independentemente do posicionamento do ministro, seus pais sempre foram amigos e que isso se refletiu na relação dos filhos. “Aliás, gostaria de fazer uma ressalva ao meu Estado natal. Temos ministro do Turismo mineiro, os presidentes das comissões do Turismo no Senado e na Câmara são mineiros. Minas tem um patrimônio histórico, religioso, nossas belezas naturais, nossos parques, nosso Turismo de negócio cada vez melhor. Nosso Estado passa por crise sem precedentes e acredito no Turismo como importante motor para Minas Gerais.” n
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Corporativo
+Lidas Corporativo 1 Veja novas maneiras de criar uma política de viagens
2 Políticas de viagens restritivas são incômodo para viajantes
3 Hotéis devem ajudar a
implantar soluções de cartão virtual
EAD Kontik
A Kontik Viagens lançou uma plataforma de ensino à distância gratuita para seus clientes e colaboradores. De acordo com o diretor de Relacionamento e Marketing da TMC, Wilson Silva, "o objetivo do projeto é atualizar e capacitar os profissionais internos e externos no uso de serviços e produtos do mercado de Viagens e Eventos Corporativos". Totalmente sem custo e de uso exclusivo de seus clientes e colaboradores, a plataforma Kontik EAD reúne cursos pautados pela TMC e criados em parceria com profissionais renomados e
Patricia Thomas, Wilson Silva e Viviânne Martins
com a Academia de Viagens Corporativas, de Viviânne Martins e Patricia Thomas. A novidade é indicada para consultores, gestores de viagens e viajantes. Todos os cursos poderão ser assistidos quando e onde os alunos quiserem, seja no computador, tablet ou celular. O primeiro curso desenvolvido para clientes já está disponível, enquanto um outro para colaboradores deve ser lançado em breve. Veja tudo em www.kontik.com.br/kontik-ead n
4 Sita implantará embarque
biométrico no Brasil em breve
5 Inteegra e Transamerica
promoverão evento sobre Mice
6 Veja por que as TMCs estão se aliando às startups
7 Transamerica abre hotel
econômico em Jaguariúna (SP)
8 Hilton abre hotel de negócios em Bogotá, na Colômbia
Fonte: PANCORP
Transamerica Jaguariúna O CEO da Stabia TMC, Fabio Antununcio (ao centro), junto à sua equipe
Novos consultores
A Stabia TMC anuncia a contratação de seis novos colaboradores, sendo todos para o cargo de consultor de Turismo. “Temos em vista mais uma contratação e a perspectiva de crescimento de 120% este ano, em relação às vendas do ano passado”, comenta o CEO da Stabia TMC, Fabio Antununcio. A TMC agora é multi-OBT, tendo licença própria nos sistemas Argo e Reserve, além de consultores aptos a atender em outros OBTs. Confira ao lado os nomes e contatos dos novos funcionários: 12 8 a 12.indd 12
Monize Losovoi monize.losovoi@stabia.com.br Rodrigo Matos rodrigo.matos@stabia.com.br Leonardo Leite leonardo.leite@stabia.com.br Edilaine Nascimento edilaine.nascimento@stabia.com.br Guilherme Engel guilherme.engel@stabia.com.br Caetano Santos caetano.santos@stabia.com.br Fernando Mascia fernando.mascia@stabia.com.br
O grupo Transamerica acaba de inaugurar em Jaguariúna, no interior de São Paulo, o Fit Transamerica Jaguariúna. A unidade com quatro andares é a primeira da marca fit, nova classificação da rede para hotéis “descomplicados e acessíveis, com praticidade e serviços compactos”. A proposta é que as tarifas sejam reduzidas — inicialmente, com diárias a partir de R$ 180 — para as 122 acomodações com decoração minimalista, próprias para estadas curtas. Há também uma área comum para a compra de lanches rápidos. “Vamos concentrar nossos esforços de expansão em cidades com até um milhão de habitantes. Queremos atuar além das capitais", afirma a diretora comercial e de Marketing do grupo, Rosângela Gonçalves.n
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Infográfico
OS MELHORES NA METABUSCA
Travel Awards do Kayak mostra os melhores hotéis e aéreas de 2018, com base na avaliação de milhões de usuários do metabuscador. Há ainda a categoria influenciadores digitais, que foi avaliada por especialistas da indústria
S
MELHORES HOTÉIS 1- Casa do Amarelindo (Salvador) 2- Belmond Hotel das Cataratas (Foz do Iguaçu-PR) 3- Hotel Villa Bahia (Salvador) 4- Miramar Hotel by Windsor (Rio de Janeiro) 5- Belmond Copacabana Palace (Rio de Janeiro) 6- Águas do Iguaçu (Foz do Iguaçu-PR) 7- Bahiacafe Hotel (Salvador) 8- Pousada do Boqueirão (Salvador) 9- Windsor Califórnia Hotel (Rio de Janeiro) 10- Vila Galé Rio de Janeiro (Rio de Janeiro)
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MELHORES COMPANHIAS AÉREAS As aéreas foram avaliadas com base nas categorias Embarque, Conforto, Tripulação, Entretenimento e Comida 1- Copa Airlines 2- Avianca 3- Aeroméxico 4- Azul 5- Aerolíneas Argentinas 6- Gol Linhas Aéreas 7 - Latam Airlines
Salvador, Foz do Iguaçu (PR) e Rio de Janeiro foram os mais citados nesta categoria. “Já eram destinos reconhecidos por uma alta demanda e agora passam a ser reconhecidos também por sua hospitalidade”, comenta o líder de Operações do Kayak no Brasil, Eduardo Fleury.
MELHORES INFLUENCIADORES Eles foram avaliados pela manifestação de amor por viagens e originalidade do conteúdo 1- César Trifone 2- Gabi Valverde 3- Fabi Gama 4- Lala Rebelo 5-Paulo Del Valle 6- Fabio Vilela 7- Vitor Liberato 8- Raquel Furtado 9- Daniel & Paula 10- Mari Campos Mari Campos é blogueira do Portal PANROTAS, co-autora do Hotel Inspectors, ao lado de Carla Lencastre Para uma pesquisa completa sobre influenciadores digitais, leia a página 28
Fonte: Kayak Travel Awards 2018 24 a 30 de abril de 2019 — PANROTAS
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Mercado Renato Machado, especial para a Revista PANROTAS
FUGINDO DO CONTATO FÍSICO
A barreira natural criada pelas copas de alfeneiros e tipuanas faz do sol um astro tímido na rua da Consolação, no centro de São Paulo. Há muito tempo que a região tem um papel simbólico para o Turismo no Brasil, servindo de endereço para QGs de importantes empresas nacionais. Após décadas de negócios, de aquisições e falências, o centro da capital paulista ainda segue com relevância nos dias de hoje. Não totalmente porque uma sombra, talvez tão extensa quanto as projetadas pelas árvores no asfalto da Consolação, se forma sobre o modelo tradicional de negócios há anos consolidado. Olho no olho e conhecimento não questionado. Era assim que as agências de viagens criavam relações na era analógica. Entender anseios e superar expectativas de um cliente que acabara de entrar em uma loja com dinheiro e dúvidas eram 16 16 a 24.indd 16
a chave para a fidelidade e, consequentemente, para o sucesso. Uma abordagem que há de se adaptar, certamente, mas que para líderes do mercado está longe de desaparecer. O surgimento de um universo digital amplo e descentralizado, na verdade, fez com que o analógico precisasse se atualizar. Seguir esperando pela visita anual daquele cliente fiel não era mais possível em um campo bombardeado por informações, ofertas e facilidades de compra. Migrar entre mundos, ou atuar em ambos, foi a escolha de algumas companhias brasileiras para acompanhar a nova realidade que se desenhava. Nesta reportagem, mostramos cases de quem não teve medo do digital e apostou nele, equilibrando forças com o espaço físico, complementando o mesmo ou até fazendo dele prioridade e cartão de visitas.
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Renato Carone, CEO da Turnet
MIGRAÇÃO Por motivos diversos, empresas que construíram um legado em torno do tête-à-tête sentiram que os novos tempos os obrigavam a se digitalizar. “O off-line faz parte do passado”, afirma o CEO da Turnet, Renato Carone, sobre a atuação da sua própria companhia. Já são oito anos desde a migração, um processo que, segundo ele, “exigiu planejamento, dedicação, paciência e, principalmente, recursos financeiros”. A cifra investida em desenvolvedores e servidores chegou a R$ 1,5 milhão, calcula. “Bastante para o nosso tamanho.” A ideia de buscar um espaço no on-line veio diante do crescimento das OTAs, fato que chamou a atenção de Carone. Além disso, conta, “percebi que havia uma demanda principalmente por parte de fornecedores (hotéis e companhias aéreas) nesse sentido. Eles nos mostraram que era um caminho sem volta”. Há quem, no entanto, se manteve firme às bases enquanto abriu a porta para o novo caminho. A Trade Tours enxergou seu futuro no investimento em tecnologia. “No começo, o on-line tinha muito o entendimento do que são as OTAs”, conta a diretora comercial, Magda Nassar. “A gente trabalha com segmentos de Turismo específicos e fomos pioneiros em tecnologia. Temos plataformas diferentes, de produtos diferentes, fazendo a distribuição para toda uma cadeia”, completa. Há três anos a companhia lançou seu braço tecnológico, a Trade Tech, e decidiu criar em casa as soluções que supririam a demanda de seus consumidores. “A nossa filosofia é a de uma distribuição tradicional, mas num meio inovador”, segue Magda. “A tecnologia transforma a cada minuto, todo dia temos novas ideias, no-
vos formatos. Esse é um investimento grande e eterno. Mas, para nós, é um investimento que vale a pena.” Tradicional agência corporativa de Minas Gerais, a Belvitur percebeu cedo que sairia perdendo se entrasse na guerra tarifária promovida por rivais diretos. “Nós vimos que era hora de dar uma virada ou pagar as contas e sair do mercado”, lembra o diretor Marcelo Cohen sobre decisões tomadas em 2014. Para diminuir a dependência do segmento de viagens a negócios era imprescindível ampliar as possibilidades de atuação e focar em rentabilidade. “O on-line nos proporciona isso. Ele é varejo, ele é pulverizado.” Em cinco anos, a Belvitur investiu cerca de R$ 30 milhões em plataformas on-line e viu a empresa de tecnologia com quem havia se associado crescer de cinco para 100 funcionários. Tudo foi criado do zero, inclusive os bem-sucedidos portais de passagens aéreas e de seguros. Cohen adianta à PANROTAS que os próximos passos da companhia já estão traçados: levar para o on-line a locação de automóveis e uma plataforma corporativa para PME (Pequenas e Médias Empresas). “Hoje a Belvitur está bem equilibrada”, comemora. “Nossa atuação está muito bem balanceada nos setores que a gente trabalha”, continua, citando corporativo, lazer, on-line, câmbio e eventos como os cinco pilares de sustentação da empresa. O on-line hoje é responsável por 25% das receitas do grupo — ou seja, próximo do equilíbrio defendido por Cohen, que seria de 20% para cada um dos pilares apontados.
Magda Nassar, diretora comercial da Trade Tours
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ON-LINE NATO Dividindo espaço com agências tradicionais há também as empresas que, desde o início, foram criadas com o propósito de operar longe das ruas. É o caso da Sintonia Turismo, do ABC Paulista, que surgiu “na garagem de casa”, como diz um dos sócios, Daniel Barros. “Desde a inauguração o nosso atendimento foi focado em ser on-line. O nosso perfil de clientes, em sua maioria de 18 a 45 anos, busca alternativas para resolver todos os seus problemas sem precisar sair de casa, e então nos adaptamos a isso”, conta. Investir em agilidade e comodidade foi a forma que a Sintonia encontrou para ampliar seus negócios. “Isso faz com que os clientes voltem e tragam juntos novas indicações. Hoje posso afirmar tranquilamente que mais de 95% dos nossos clientes chegaram até nós por conta dos nossos contatos pessoais e indicações”, calcula, justificando o atendimento feito de forma exclusiva por Whatsapp, e-mail e telefone. Apesar de também na esfera virtual, a atuação em redes sociais e com marketing on-line foi testada e, segundo Barros, foi “muito aquém do esperado”. Com volume de vendas superior aos R$ 2,2 milhões em 2017 e em 2018, Barros estipula que neste ano a Sintonia fechará com crescimento de 20%. “Em 2019 é o primeiro ano que iniciamos as atividades com um terceiro atendente”, destaca ele, que tem como sócia Karen Akiko Mariano. Tão on-line quanto a Sintonia Turismo é a Destino Brasil, fundada por Rodolfo Maçan e Ivan Monti em 2015. Diferentemente da empreitada de Daniel Barros, no entanto, o negócio da dupla encontrou seu espaço em campanhas digitais utilizando ferramentas do Google, Facebook e Instagram. “É um trabalho árduo e diário”, conta Ivan Monti. “Para não ficarmos estagnados temos que nos atualizar sempre e estar de olho nos números de cada propaganda para não repetirmos erros e aprender com eles”, continua.
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Karen Akiko Mariano e Daniel Barros, sócios na Sintonia Turismo
A escolha por uma estrutura densamente baseada em plataformas digitais se deu, inicialmente, pelo comparativo entre gastos operacionais. “Logo de início nos deparamos com as dificuldades e custos de captar clientes de forma off-line, seja por panfletagem, vendedores externos, banners ou cartões de visita”, explica. “O custo era elevado e com pouco retorno, logo percebemos que os resultados on-line otimizavam e muito nossas divulgações.” Segundo o executivo, a Destino Brasil cresce com taxa 50% superior ao mesmo período do ano passado e o faturamento anual ultrapassa R$ 1,2 milhão.
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Mauri Silva Viau, CEO da Elite Resorts
RESORTS Mais experiente que Sintonia e Destino Brasil, a Elite Resorts nasceu há oito anos totalmente voltada a interfaces on-line e encontrou seu espaço na venda de resorts nacionais. “Eu atendo clientes do Brasil inteiro hoje, não preciso de um ponto de comércio que pode sofrer sazonalidades, intempéries ou qualquer outro imponderável”, destaca o CEO da Elite, Mauri Silva Viau. “A internet tem um deus Google que todos os mortais utilizam. Usando o Google, o consumidor encontra a gente, nós estamos lá, visíveis”, diz. Por isso, a principal tática de sua empresa é se manter bem posicionada nas pesquisas on-line. “Nós investimos pesado na parte de comunicação, temos um departamento que trabalha forte na otimização do nosso site para que a gente não precise gastar tanto com adwords”, explica. Atualmente, a Elite realiza cerca de seis mil atendimentos por ano, com volume de venda na casa dos R$ 2 milhões por mês. Consolidada em seu mercado, nos últimos cinco anos a empresa triplicou o número de funcionários, chegando hoje a 40 empregados (que seria maior se tivesse foco no atendimento presencial).
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ATRAENTE E ABRANGENTE “Eu digo que a gente tinha uma piscina olímpica para nadar e ganhar clientes, hoje a gente tem um oceano”, brinca Cohen sobre como o on-line expandiu os horizontes da Belvitur. “É muito fácil ter clientes do Brasil inteiro comprando comigo, coisa que não é possível no corporativo e nas lojas.” Cohen tem diversos “títulos” on-line para a venda de passagens, além dos tradicionais e até lojas físicas em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, tanto para lazer quanto as viagens a negócios. Ou seja, um mix bem grande, onde o on-line se encaixou perfeitamente. O fundador da Turnet, Renato Carone, destaca a agilidade no atendimento e a possibilidade de competição como os grandes pontos da atuação on-line. “Hoje em dia, nosso portal é bastante eficiente e de fácil utilização pelo agente. Toda venda de hotéis e pacotes pode ser feita on-line com relativa simplicidade”, descreve. Se ganha o mercado com a possibilidade de expandir na frente on-line, também ganha o universo virtual com a presença de empresas tão experientes. “Quando você enxerga o futuro de uma forma clara, como a gente costuma ver ultimamente, você traz consigo algo que é inestimável, que é o know how, o conhecimento, a relação com players internacionais, a criação de produtos”, defende Magda Nassar. “Serviço ainda é a chave de tudo. O consumidor quer facilidades, quer ser bem atendido, comprar de forma tranquila. Aos poucos ele começa a entender o quanto perde por não ter consultoria por trás”, afirma a diretora da Trade Tours, que abriu sites específicos de venda de ingressos para parques e aluguel de carros, e tem fechado parcerias com grandes players, como o Smiles e a Livelo. “Nós vendemos a bagagem que a gente tem com esse olhar de tecnologia. Vamos fazer on-line, mas um on-line que tenha conteúdo.” A Trade Tours é uma das operadoras mais antigas do
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Ivan Monti e Rodolfo Maçan, da Destino Brasil
mercado na lista de select da Disney, por exemplo. Daniel Barros, da Sintonia, cita a flexibilidade do trabalho on-line como um grande atrativo pessoal. “Podemos trabalhar de qualquer lugar do mundo, a qualquer hora”, reforça. No lado mercadológico, a alta taxa de conversão de consumidores é o destaque. “A maioria dos clientes que chega até nós já tem o interesse em viajar e não está passando em nossa agência para sondar uma viagem. Isso faz com que a gente foque o trabalho em hot leads, convertendo assim mais cotações em vendas.” Para Monti, da Destino Brasil, o online hoje oferece uma vantagem clara: “o baixo custo com despesas sem perder a proximidade com os clientes”. “Independentemente de estar pessoalmente com eles, as interfaces on-line nos permitem uma intimidade, descontrair, apresentar o destino desejado ou novos destinos”, comenta.
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po. Seu diretor de TI e Marketing Digital, Fabiano Simm, divide a questão em dois tipos de compra. “Quando falamos de um hotel ou uma passagem aérea, o público é bem receptivo ao online, ele procura, compara e compra.” “Já quando falamos de uma viagem grande, envolvendo várias pessoas, que envolva um pacote, lugares distantes ou peculiares, a compra já não é tão trivial de ser feita on-line”, pontua. Para Simm, este é o momento em que ainda hoje agentes levam vantagem pela abordagem mais pessoal e próxima.
Marcelo Cohen, diretor da Belvitur
100% NUVEM Vislumbrar um futuro em que empresas atuem em sua totalidade por interfaces virtuais não passa de um exercício de imaginação. É nesta brincadeira, aliás, que opiniões se dividem. Renato Carone é prático ao pontuar, antes de qualquer futurologia, que “há algo intransponível que é a mudança de geração”. “A internet tem 25 anos aproximadamente. Essa geração já não sabe mais comprar de outra forma a não ser on-line”, reforça. Já na visão de Marcelo Cohen, “para ser grande é preciso de um call center para ajudar a tirar dúvidas, esclarecimentos, cancelamentos”. “Não conheço nada 100% on-line que tenha um bom porte. A intervenção humana sempre vai ser bem-vinda, a não ser que a inteligência artificial seja muito eficiente”, afirma, acrescentando que esta tecnologia, nos patamares atuais, “ajuda bastante, mas ainda não resolve o problema.” Braço de tecnologia da Schultz Operadora, a TZ Systems é uma empresa de soluções para o Turismo que atua de forma independente do gru-
ATENÇÃO Sendo o on-line ainda um universo em desenvolvimento, é de se esperar que falhas o permeiem. Não se fala necessariamente em problemas técnicos, mas o mercado em plataformas virtuais deve percorrer um longo caminho até definir como será sua experiência on-line ideal. Neste aspecto, Fabiano Simm aponta a impessoalidade da operação como um dos pontos que requerem atenção. “Dicas e informações podem estar on-line, mas ainda não é simples passá-las com um grau de sentimento, entusiasmo e paixão, o qual apenas ainda um contato humano consegue reproduzir com qualidade”, explica. Na mesma toada, Daniel Barros, da Sintonia, reconhece a vantagem do off-line, por ter “um poder de persuasão maior se comparado ao que temos através de e-mail, telefone e Whatsapp, pois ficamos dependentes do interesse e da resposta do cliente”. Para o diretor da Belvitur, Marcelo Cohen, custos e fraudes são problemas a serem trabalhados. “Ainda tem muita tecnologia que é cara, que requer muito investimento. Ou você abre para um fundo entrar e botar dinheiro, ou você tem que se esforçar. Esse problema de investimento nunca para. No off-line tem uma hora que você diminui investimentos, só mantém, mas no on-line não, são investimentos absurdos sempre”, afirma.
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MODELO HÍBRIDO “O contato humano jamais vai deixar de existir.” O CEO da Turnet aposta que o Turismo ainda terá vida longa nas tradicionais operações off-line. “Há produtos em que a assessoria humana se faz necessária. Não há nem haverá um software eficiente que substitua o conhecimento do agente de viagens”, completa, revelando que 80% de suas vendas hoje são feitas por meio do portal on-line. “Não atingiremos 100% pois ainda há agentes com alguma dificuldade com a tecnologia, ou roteiros que demandam maior detalhamento”, explica. Recentemente, ele anunciou que chegou à incrível marca de 50 executivos de Vendas, exatamente para dar assistência aos agentes, que compram off ou on-line, em todo o Brasil. Com dados, o diretor da Belvitur concorda. Segundo Cohen, as lojas físicas da empresa mineira crescem uma média de 30% ao ano. Ele defende que as empresas, independentemente do porte, mantenham a operação nas duas frentes. “Qual é o futuro? É esse misto, tem que ter o pezinho no off-line e vice-versa.” O cliente mais bem informado que o do passado irá requerer do agente cada vez mais adaptações e evoluções, segundo o diretor de Tecnologia da Schultz Operadora, Fabiano Simm. “O agente tem que estar preparado, antes a informação era um privilégio apenas dele, hoje ela está disseminada para todos”, afirma. Da mesma forma que Cohen, Fabiano acredita que “a aposta não é trocar um canal por outro, mas entender que todos os canais são eficazes e a agência precisa estar presente em ambos”. ESPECIALISTAS A prateleira coalhada de produtos diversos entre si serve bem ao interesse e à estrutura das OTAs. Mas para agências que desbravam aos poucos o mercado on-line, a especialização se mostra uma saída mais frutífera. Com foco exclusivo em resorts, a Elite, de Mauri Viau, preza pelo trabalho es-
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Fabiano Simm, diretor de TI e Marketing Digital da TZ Systems
pecífico e pelo atendimento personalizado. “Trabalhamos com um público que quer esse tipo de atendimento. O público de resorts é mais sofisticado, não quer comprar de OTA, ele quer um especialista, mesmo on-line”, comenta. Como um hub de resorts, a Elite reúne em seu portal principal propriedades do Brasil inteiro. Com recortes por região, como Angra dos Reis (RJ), Porto de Galinhas (PE) e Foz do Iguaçu (PR), a companhia ostenta hoje 23 páginas independentes. “É uma forma da gente ser competitivo, tendo tarifas melhores do que qualquer OTA”, destaca o CEO ao comentar alinhamentos de sua empresa com a CVC e a Flytour MMT (desta última foi um dos maiores vendedores de 2018, com direito a participação no megafam realizando em Orlando, em novembro passado). A disputa “direta e desigual” é descrita por Simm como um embate entre Davi e Golias. “O que temos que ter em mente é qual o mercado que uma agência quer atingir. Quando falamos de uma grande OTA, ela está tentando atingir o país todo e faz investimentos altos em divulgação e marketing digital. Para uma agência, uma saída é concentrar seus investimentos em marketing digital no mercado local, na sua cidade, onde consegue maior relevância do que uma OTA”, conclui. n
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FAZENDO FRENTE ÀS OTAS O elefante na sala no caso das agências que migram do off-line ao on-line não é segredo para ninguém. Com operações tão complexas e volume de vendas exorbitantes, as On-line Travel Agencies (OTAs) são vistas por parte do mercado como grandes vilãs (pelo tamanho e agressividade no marketing digital) — ao mesmo tempo em que fazem o contraponto prático que valoriza o trabalho de agentes de viagens especializados. Carone assume que, para fazer frente às OTAs, há uma tendência de diminuição no comissionamento do agente no curto prazo. Dar o poder de decisão ao profissional em cada venda, da forma que melhor lhe servir, foi a solução encontrada por sua empresa com o Turnet Flex. No portal, o agente cadastrado acessa tarifas especiais da operadora e delimita qual é o percentual de comissionamento desejado. “Não seja refém das OTAs”, anuncia o site. Outra forma de driblar os gigantes é se aperfeiçoando em um mercado específico. “Há muitas brechas (no mercado on-line), e os nichos fazem parte disso”, diz Carone, que se orgulha pela consolidação da Turnet no segmento de resorts no Brasil e
no Caribe, com o portal Resorts Online (uma das apostas mais antigas da operadora, de olho no que o novo mundo digital passava a oferecer). “Talvez o mercado nichado não seja tão grande, não tenha um volume absurdo, mas talvez você consiga se rentabilizar melhor”, opina Cohen. “Pode ser que eu perca um cliente que queira comprar tudo comigo, mas a gente acredita muito em nicho”, completa. Para a Belvitur, essa disputa com OTAs é “uma briga tecnológica”. “Estamos sempre aprendendo com elas, fazendo benchmarking, olhando o que está sendo feito e buscando novas tecnologias.” n
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NEXT CONTINUARÁ O DEBATE Como se vê, dá para ser rentável e feliz no mundo on-line. Mas não é fácil, requerendo, como em tudo, trabalho focado, investimentos e dedicação. E você, como está sua atuação no mundo on-line? O tema Transformação Digital, com foco em empresas distribuidores de pequeno e médio portes, será um dos destaques de nossos eventos Next deste ano, que visitarão várias cidades brasileiras, começando dia 24, em Porto Alegre, com a participação do Facebook, Intercâmbio Global, da B4Tcomm, e de vários outros parceiros. Saiba mais em www.panrotasnext.com.br. 24
ANOTE AÍ! Os principais sites das empresas mencionadas nesta reportagem são: Belvitur belvitur.com.br/ www.passagenspromo.com.br/ www.segurospromo.com.br/ Destino Brasil destinobrasilte.com.br/ Elite Resorts eliteresorts.com.br/ resortsp.com.br/ resortangra.com.br/ resortsnatal.com.br/ (e mais 19 outros hotsites focados em regiões específicas) Schultz - TZ Systems www.schultz.com.br/ www.vistos.com.br/ www.tzsystems.com.br Sintonia Turismo www.sintoniaturismo.com.br/ Trade Tours tradetours.com.br/ seusingressos.com.br/ reservecar.com.br/ Turnet reservas.turnet.com.br/infotravel/ www.turnet.com.br www.resortsonline.com.br n 24 16 a 24.indd 24
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LGBTravel Marcos Martins
Divulgação/ San Francisco Travel
LUGAR ABERTO
Cidade da Califórnia entra em campanha
O destino de São Francisco, nos Estados Unidos, assumiu compromisso com a Open to All. A campanha tem apoio de mais de 200 organizações públicas nacionais e estaduais de educação e autoridades, além de quatro mil empresas e prestadores de serviços. O objetivo é incentivar empresários e moradores a se opor à discriminação e declarar que são abertos a todos, independentemente de orientação sexual, identidade de gênero, raça, etnia, religião e nacionalidade. “São Francisco tem uma longa história de estar unida para promover o diálogo nacional em torno da aceitação, direitos civis e direitos humanos”, disse a prefeita da cidade, London Breed. “A campanha Open to All é sobre reforçar nossos valores e afirmar que não importa quem você é, de onde você veio ou quem você ama.”n
CONFERÊNCIA DA DIVERSIDADE
A terceira edição da Conferência Internacional da Diversidade e Turismo LGBT acontecerá entre os dias 25 e 28 de agosto no complexo Praça das Artes, em São Paulo. O evento tem a PANROTAS como media partner pelo segundo ano. A programação inclui palestras, painéis, premiação de parceiros e apresentações artísticas. A Espanha é o destino internacional convidado e o nacional será São Paulo. A abertura está marcada para 25 de agosto e os dias seguintes serão dedicados ao Turismo LGBTI+ (no dia 26), empresas comprometidas com a diversidade (dia 27) e Cultura (28). A expectativa é receber 750 pessoas nos três dias de evento, que terão transmissão ao vivo na internet.n
• A Aliança Nacional LGBTI+ pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a retomada do julgamento sobre homofobia • O prefeito de Blumenau (SC), Mário Hildebrandt, vetou um projeto de lei do Dia do Orgulho LGBT e parada da diversidade • A Uber lançou um vídeo promocional com Romeo e Julio, personagens gays que comunicam às famílias que vão se casar n
Berenice Giannella, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, Ángel Vázquez, cônsul geral da Espanha em SP, Ricardo Gomes, da Câmara LGBT, Marcelo Costa, da Secretaria de Turismo do Estado de SP, Luiz Salles, da Secretaria de Relações Internacionais de SP, e Alcides Fagotti, da Secretaria Municipal de Turismo de São Paulo
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Diagnóstico
PREÇO É IMPORTANTE, MAS NÃO É TUDO Em matéria divulgada na edição 1.366 da Revista PANROTAS, foram apresentados dados sobre como agentes de viagens se relacionam com influenciadores, especialmente por meio das mídias sociais. Nesta segunda parte do relatório de resultados, são avaliadas as respostas dos profissionais do Turismo que não atuam diretamente na intermediação de viagens, ou seja, são em sua maioria fornecedores que mantêm relações com agências e operadoras para comercialização de seus produtos e serviços. Do total de 1.258 respostas válidas, coletadas entre fevereiro e março de 2019, 431 (34,4% do total de respostas) não se identificaram como agentes ou operadores de viagens (fig.1). Entre as 431 respostas foram listadas pelo menos 65 diferentes ocupações, sendo as mais citadas os profissionais de marketing, publicidade e relações públicas (22,6%), hotelaria e outros meios de hospedagem (14,1%), companhias aéreas (7,8%), representação de destinos (6,7%) e organização de eventos (6,3%) (fig.2). A maior parte dos respondentes (45%) é funcionário das empresas, 26% proprietário e 16% consultor ou freelancer. (fig.3) 28 28 a 33.indd 28
1. VOCÊ É AGENTE DE VIAGENS? 1.258 respostas
34,40%
65,60%
Sim Não
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2. QUAL DAS ÁREAS ABAIXO DESCREVE A SUA ÁREA DE ATUAÇÃO? 431 respostas
Marketing, Publicidade ou RP Hotelaria ou outro meio de hospedagem Companhia Aérea Entretenimento Seguro Viagem Locadora de Veículos Representação de Destino Organizadora de Eventos Outras
22,60% 37,20% 14,10%
8%
6,30% 6,70% 1%
3% 1%
3. QUAL DAS ALTERNATIVAS ABAIXO MELHOR DESCREVE A SUA SITUAÇÃO HOJE, EM RELAÇÃO À EMPRESA EM QUE ATUA? 431 respostas
3%
7%
9%
26% Sou proprietário/a Sou funcionário/a Sou consultor/a Sou estagiário/a ou trainee Sou freelancer
45%
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Os profissionais do trade possuem perfis, principalmente, no Facebook, Instagram e Linkedin. O Instagram é o preferido (94,2%), seguido por Facebook (88,8%) e Linkedin (64,7%). Twitter (36,2%) e Pinterest (25,3%) aparecem na sequência. Para este grupo de profissionais, o Instagram é a preferência indubitável – a cada dez pessoas, sete preferem o Instagram, duas o Facebook e uma o Linkedin (em números arredondados). (fig.4).
4. QUAL É A REDE SOCIAL QUE VOCÊ MAIS USA? 431 respostas
0,70%
0,50%
13,20%
1,10%
18,30% Instagram Facebook Twitter Pinterest Youtube Linkedin Outras
3,80%
62%
Há um relativo equilíbrio nas respostas em relação à interação com clientes por meio do perfil nas redes sociais – 48,3% dizem não interagir, enquanto 51,7% afirmaram que sim, há interação com clientes por meio das redes. É interessante notar, entretanto, que somente 17% dos entrevistados dizem que não compartilham dicas de viagem nas redes; na verdade, 81% compartilham dicas, sendo que 43% o fazem com muita frequência e 38% com pouca frequência. (fig.5)
5. VOCÊ COSTUMA COMPARTILHAR NOTÍCIAS OU DICAS DE VIAGEM? 431 respostas
2%
17%
43%
Sim, com muita frequência Sim, com pouca frequência Não compartilho notícias ou dicas Não sei/Não quero responder
38%
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Indagados sobre fontes de informação no cotidiano, há uma distribuição bastante equilibrada entre as fontes via internet e a mídia tradicional. Portais especializados (Uol, G1, Terra) lideram no digital (65,1%) e os principais jornais (Folha de S. Paulo, O Globo etc – 38,5%) e canais de TV a cabo (Band News, Globo News – 44,7%) são as fontes preferidas da mídia tradicional. Chamou a atenção o fato de que 52,6% dos respondentes apontam o Whatsapp como uma fonte de informação confiável para as informações do dia-a-dia e 38,5% se informam pelo Facebook, (fig.6). Em relação às informações ligadas à sua área de atuação profissional, os portais especializados (67,1%), como o Portal PANROTAS, e listas
6. EM SEU COTIDIANO, QUAIS SÃO AS SUAS FONTES DE INFORMAÇÃO PREFERENCIAIS? Portais de Notícias Instagram TV a cabo Jornais de grande circulação Facebook Newsletters WhatsA atpp Blogs
65% 53% 45%
Revistas Twitter
8. NA SUA OPINIÃO, O QUE INFLUENCIA A ESCOLHA DOS DESTINOS DE VIAGENS DOS BRASILEIROS?
Portais Especializados
Preço de passagens aéreas
Portais de Notícias Instagram Newsletters Blogs
67% 44% 43% 42%
39%
30%
36%
Jornais de grande circulação 29% Facebook
32% WhatsA atpp 31% 28%
Rádio
7. SOBRE OS TEMAS QUE SE RELACIONAM COM O SEU TRABALHO, QUAIS SÃO AS SUAS FONTES DE INFORMAÇÃO PREFERENCIAIS?
39%
Youtube
TV aberta
personalizadas de e-mails (42,3%) são os mais citados, empatando com o Instagram (43,2%). Neste caso, o Whatsapp aparece com 25,1% das citações, lembrando que esta questão permitia mais de uma resposta por pessoa. (fig. 7) Na seção dedicada a entender o que influencia a escolha dos destinos de viagem dos brasileiros, três opções aparecem tecnicamente empatadas (novamente, a pergunta permitia mais de uma resposta por pessoa): preço das passagens aéreas (63,8%), promoções (63,5%) e posts de amigos nas redes sociais (63,5%). Celebridades aparecem na sequência (55,5%), bem como as informações de blogs de viagem (51%) (fig. 8).
28% 25% 21% 17%
TV a cabo Revistas
Milhas ou tarifas aéreas
25%
Influência de amigos
24% 24% 19%
Rádio Twitter
14%
64% 64%
Post de amigos em redes sociais 64% Celebridades ou influenciadores 56% Blogs de viagem 51% Novelas, séries ou filmes 41%
29%
Youtube
TV aberta
Promoções
36%
27% Sugestão do agente de viagens 20% Propagandas em programas de TV 18% Anúncios em jornais e revistas 12%
11% 9%
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Convidados a selecionar o item mais importante, as promoções lideram (23%). Ainda assim, cabe destacar que preço e promoções combinados (39%) não ficam muito distantes da influência de amigos e de celebridades (32,6%, somados). (fig. 9)
9. O QUE VOCÊ ACREDITA QUE MAIS INFLUENCIA A ESCOLHA DOS DESTINOS DE VIAGENS DOS BRASILEIROS? 431 respostas Preço de passagens aéreas Poder usar milhas ou pontos em troca de passagens aéreas Propagandas em programas de TV Anúncios em jornais e revistas Posts de amigos em redes sociais Posts de celebridades ou influenciadores em redes sociais Sugestão do agente de viagens Promoções Imagens do destino em novelas, séries ou filmes Necessidade de fazer o que os amigos já fizeram Postagem em Blogs de viagem
10. COMO VOCÊ SE MANTÉM ATUALIZADO SOBRE O QUE SEUS CLIENTES BUSCAM EM SUAS VIAGENS? 431 respostas
Sigo perfis no Instagram Sigo páginas no Facebook Assino canais no Youtube Faço buscas na internet e seleciono fonte que já conheço Leio blogs especializados Busco notícias em grandes portais Busco notícias em portais especializados “Podemos notar um comportamento muito similar entre os agentes de viagens e os demais profissionais do trade no que tange à influência digital em Turismo”, afirma Alberto G. Martins, diretor da B4Tcomm e coordenador da pesquisa. Porém, segundo o executivo, dessa vez há uma assimilação maior do poder da influência de blogueiros, celebridades, Instagramers e Youtubers quando o que queremos saber é o que mais influencia a decisão do viajante. “Preço, posts de celebridades, influenciadores e até os posts de amigos nas redes sociais disputam igualmente seu lugar ao sol”, completa Martins. “Com a divulgação dessa segunda parte da pesquisa, o quadro se completa, e o trade 32 28 a 33.indd 32
9% 5%
15,90%
3,10% 2% 1,10%
6%
16,30%
23% 16,30% 1,80%
54,40%
60,90%
28,60%
34,20%
50,80%
27,50% 53%
pode analisar como as redes sociais são usadas pela indústria e qual o papel dos influenciadores para os agentes de viagens e demais profissionais”, comenta o editor-chefe e CCO da PANROTAS, Artur Luiz Andrade. O fato de alguns dos profissionais que responderam a pesquisa atuarem na área de Marketing, Publicidade e Relações Públicas corrobora para avaliação final de que, para um plano de comunicação eficaz não se pode colocar todos os ovos em uma mesma cesta. Diversificar as estratégias, bem como os influenciadores selecionados para determinadas campanhas, tende a, no médio e longo prazos, trazer resultados mais consistentes.
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INFLUENCIADORES MAIS CITADOS Em meados de 2018, a Big Data Corp e a Paypal revelaram que existem cerca de 338 mil sites ligados a Viagens Turismo no Brasil, o que representa 1,61% do total de sites registrados aqui. Deste total, 94,49% são considerados pequenos sites, em função do reduzido número de acessos mensais (menos de dez mil). Os sites médios (com até 500 mil visitas mensais) são 3,86% do total e os grandes (mais de 500 mil acessos mensais) são apenas 1,65% do total – ainda assim estamos falando de algo em torno de 5.580 sites com mais de meio milhão de acessos mensais. O principal resultado da pesquisa sobre influência em Turismo é que o uso exclusivo de um canal de comunicação, especialmente em termos digitais, revela-se equivocado. O plano de comunicação tem que ser realmente personalizado, e organizado
para gerar interesse, engajamento, notícia, compartilhamento e consolidar a marca (produto ou serviço) na mente do consumidor e do intermediário. E o desafio é maior no Turismo, pois o tempo entre consumo da informação, registro na memória e resgate pode ser longo – chegando até a cinco anos depois da publicação original. Na prática, isso quer dizer que os conteúdos efêmeros do Instagram devem se ancorar em vídeos e textos “encontráveis” pelos buscadores tradicionais, e respaldados por comentários de profissionais cuja penetração em determinados segmentos seja facilmente comprovável. Os dois grupos de entrevistados nesta pesquisa podiam ou não indicar quais blogs, canais de Youtube e perfis de Instagram e Facebook seguiam.
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Fonte: PANROTAS/B4Tcomm
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Memória
Danilo Alves
GUERRA DE COMISSÕES CVC, Soletur, Agência Costa e Tia Augusta entraram, em maio de 1997, em uma guerra de comissões para (tentar) manter o fluxo de embarque de passageiros durante a baixa temporada daquele ano. A medida dividiu opiniões. Enquanto alguns acreditavam ser uma iniciativa salutar; outros discordaram e reclamaram, alegando que jamais conseguiram acompanhar as porcentagens oferecidas por essas operadoras. O assunto virou pauta da edição 239 do Jornal PANROTAS. De acordo com o presidente da Soletur na época, Carlos Augusto Guimarães, as elevadas comissões pagas pela operadora, que chegaram a ser de 16%, tinham como objetivo garantir maior ocupação nas saídas mais ociosas da baixa temporada daquele ano e assim conseguir honrar os contratos de fretamentos que tinha com Tam, Rio Sul e Varig. “O que estamos querendo é salvar prejuízo”, disse o executivo à reportagem do JP. 34 34.indd 34
A CVC começou oferecendo comissionamento de 18% nas vendas de destinos como Cancun e Nova York. O resultado foi positivo e a empresa estendeu a promoção para todos os roteiros – nacionais e internacionais, incluindo marítimo –, mas reduziu a comissão para 15%. A Agência Costa foi atrás e ofereceu 18% , a mesma porcentagem de comissão da CVC no início da campanha. O aumento do comissionamento incentivou as vendas dos agentes de viagens, mas nem todas as operadoras concordaram com a “guerra travada”. Enquanto Valter Patriani dizia que o objetivo da promoção nunca foi de depredar ou fazer confusão no mercado, Edson Buenos Gonçalves, da Icaraí Operadora, e Eduardo Batista, da Meltur, se diziam totalmente contra. Segundo eles, essa era uma briga predatória e uma medida que prejudicava o mercado e toda a cadeia turística.
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Mercado Fabiola Bemfeito, especial para a Revista PANROTAS – Sevilha (Espanha)
Barack Obama foi o grande destaque do WTTC Global Summit 2019, em Sevilha
O TURISMO PARA DERRUBAR MUROS A participação de Barack Obama como convidado foi sem dúvida o grande destaque do WTTC Global Summit 2019, a cúpula global anual do World Travel & Tourism Council (Conselho Mundial de Viagens e Turismo), realizada no início deste mês em Sevilha, na Espanha. Mas o ponto alto do evento, que contou com a presença do presidente da Espanha, Pedro Sanchez, e dois ex-chefes de estado, o próprio ex-presidente norte-americano, Barack Obama, e o ex-presidente do México, Felipe Calderon, além de vários CEOs de grandes corporações, foi ouvir os porta-vozes do evento ressaltando que o poder do Turismo vai muito além de sua força econômica e da satisfação que proporciona às pessoas. Passa pela capacidade e responsabilidade que a indústria de Viagens e Turismo tem de ampliar horizontes, unir os povos e promover a paz. “O Turismo é uma atividade que derruba muros, acaba com desconfianças e amplia horizontes. Graças a essa atividade, o mundo se conhece e se compreende. Viajar é uma forma de entender o mundo como um espaço aberto”, disse o presidente da Espanha, Pedro Sanchez, na abertura do evento, em uma clara referência ao muro que o presidente dos EUA, Donald Trump, quer erguer na fronteira com o México. Para Obama, as disrupções trazidas pela tecnologia e pela quantidade de informação estão deixando as pessoas inseguras. “Incertos sobre seu futuro, se conduzem para o nacionalismo e a xenofobia. Pessoas querem muros reais e meta36 36 a 41.indd 36
fóricos para manter sua zona de conforto”, disse, ao dividir suas preocupações com a plateia, também fazendo referência aos muros. “E isso não está restrito a um país. É um fenômeno global. E um dos benefícios da indústria de viagens é justamente lembrar às pessoas o valor da diversidade, das diferenças que temos. E também do que compartilhamos, os valores em comum. Isso nos permite nos reconhecer nos outros e nos conectar”, afirmou Obama. A tecnologia e a necessidade de estar sempre em busca da inovação foi outro dos temas recorrentes do WTTC Global Summit 2019. Não à toa, deu o tom da mensagem da presidente do WTTC, a mexicana Gloria Guevara. Com um discurso provocativo e disruptivo, com forte apelo tecnológico, ela falou das mudanças na experiência do viajante. “Ela está sendo totalmente transformada. Temas como responsabilidade social, sustentabilidade, energia limpa ou realidade aumentada sequer faziam parte da nossa vida e agora começam a definir preferências”, afirmou, lembrando que a tecnologia provoca “um senso de independência no viajante”. E convocou o trade a abraçar as mudanças. “Novos conceitos estão alternando a forma como nos comunicamos, fazemos negócios e viajamos. Nós definimos o futuro do nosso setor. Precisamos trabalhar juntos para inovar e realizar as mudanças necessárias”, disse. “A cada dia mais pessoas viajam e nós, profissionais de Turismo, precisamos nos antecipar aos desafios e problemas”, ressaltou.
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Mariano Rajoy, presidente da Espanha
Gloria Guevara, presidente do WTTC
O WTTC GLOBAL SUMMIT EM 10 PONTOS: 1. FORÇA E OPORTUNIDADES
O crescimento do PIB de Viagens & Turismo ultrapassou o da economia global pelo oitavo ano consecutivo em 2018 – 3,8% contra 3,2%. A previsão é que o segmento crie 100 milhões de novos empregos na próxima década. Países como a Espanha, sede do evento, levam o Turismo muito a sério – um sonho ainda para a indústria de viagens brasileira. A constatação de que um destino precisa ser bom para seus cidadãos para ser bom para os turistas tem alimentado o setor por lá. “Serviços públicos, segurança e um sistema de saúde de qualidade fazem da Espanha um país moderno e mais atraente para nossos visitantes”, declarou Isabel Oliver, ministra de Turismo do país, no encerramento do evento. “O Turismo não é só mais um setor, mas desempenha papel central na economia espanhola e na nossa modernização. É nossa principal indústria e absolutamente estratégica”, concluiu, deixando muitos destinos pensativos. O Turismo também está oferecendo boas oportunidades na África. A atividade representa 8,5% da economia do continente e está crescendo mais rapidamente lá do que em qualquer outro lugar do mundo, segundo o WTTC. Os números foram apresentados pela primeira-ministra do Quênia, Margaret Kenyatta. Já o Egito espera
que a nova estratégia local mantenha pelo menos uma pessoa em cada residência do país trabalhando no Turismo. E no espaço? As viagens espaciais agora têm várias opções. Um turista japonês já reservou uma viagem ao redor da lua por US $ 100 milhões. Várias centenas de milhares de dólares podem levar o viajante ao espaço por cinco minutos. Um voo suborbital para experimentar a gravidade zero custará cerca de US$ 7 mil. Os dados são de Jean-François Clervoy, astronauta e CEO da Novespace.
2. CHINA, A ESTRELA
Se o tema é oportunidade, impossível não pensar na China. Segundo o WTTC, existem 417 milhões de millennials chineses – número maior do que toda a população dos EUA e do Canadá juntos. E no momento apenas 9% dos chineses têm passaportes. Mercado gigante em potencial. Além disso, os turistas chineses passam mais tempo pesquisando lugares para visitar do que turistas europeus ou americanos. Portanto, uma chave para impulsionar o crescimento é fazer com que o conteúdo da empresa ou destino apareça para ele. E atualizá-lo regularmente. Em mandarim, porque o chinês ainda não tem o hábito de falar outros idiomas. 24 a 30 de abril de 2019 — PANROTAS
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3. A FORÇA DA EXPERIÊNCIA 5. MAIS INOVAÇÃO Pelo mundo, estão todos atrás dos millennials, mas essa não parece ser a melhor estratégia. Eles ainda têm pouca verba para investir em viagens e quase não têm tempo. Seus pais e avós, no entanto, têm mais recursos do que qualquer outra faixa etária, respondendo por 53% das passagens aéreas e 59% dos gastos com hospedagem.
4. GERADOR DE EMPREGOS. OU NÃO...
O Turismo continua empregando muito e será responsável por um em cada cinco empregos gerados no futuro, segundo as tradicionais estatísticas do WTTC. Porém, uma discussão foi trazida à tona durante o evento. Quantos desses postos de trabalho poderão ser substituídos por robôs ou inteligência artificial? O jornalista Andrés Oppenheimer, do The Miami Herald e da CNN e autor do livro The robots are coming, disse que estimativas sugerem que 47% dos empregos desaparecerão nos próximos 15 anos. Ele lembrou o caso de um hotel japonês, O Henn Na Hotel, perto de Tóquio, onde quase todos os papéis são desempenhados por robôs. No balcão, três deles recebem os hóspedes, perguntam que idioma preferem, processam passaporte, cartão de crédito, definem o apartamento e entregam a chave ao visitante. “Com isso, às 22h, havia apenas um ser humano trabalhando, em um hotel de 100 quartos. Para garantir que tudo estivesse bem com os robôs”, contou. “Eles não ficam de mau-humor, trabalham três turnos seguidos, não precisam de férias. Como vamos competir com isso?” Para o presidente do Conselho da japonesa JTB, Hiromi Tagawa, porém, o Turismo é baseado na experiência, o que torna as habilidades sociais fundamentais. “Temos de desenvolver e mudar a forma como treinamos nosso pessoal”, disse. “Algumas coisas serão mais automatizadas, mas a experiência e a emoção não podem ser substituídas por robôs”, afirmou Maitha Al Mahrouqi, secretário de Turismo de Omã. “A interação humana é fundamental no nosso setor”, concluiu Claudia Tapardel, do Comitê de Transporte e Turismo do Parlamento Europeu. É esperar para ver. Mas sem ficar parado...
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E DISRUPÇÃO
A tecnologia 5G vai mudar ainda mais a forma como compramos e viajamos. Estará disponível daqui a algo entre três e cinco anos e será 100 vezes mais rápida e mil vezes mais capaz do que a tecnologia 4G Plus que conhecemos hoje. A presidente do WTTC, Gloria Guevara, ilustrou as mudanças em seu discurso de abertura. “Não demorará muito para eu viajar sem passaporte físico, com a minha identificação no meu rosto. Vamos sair do aeroporto em carros sem motoristas e imprimir nossa roupa para o jantar em uma impressora 3D. Todos os pagamentos serão mobile e as experiencias personalizadas”, previu para, em seguida, ceder o palco para Pepper, um robô humanoide com inteligência artificial que saudou, dançou e encantou a audência do evento.
6. MOBILIDADE AÉREA
E EM CÁPSULAS
A inovação também está chegando na mobilidade com novidades garantidas para os próximos anos. Dirk Ahlborn, CEO e criador do Hyperloop, falou que o sistema já deve estar em operação em três anos. O Hyperloop não é um trem, nem um avião, mas uma espécie de cápsula que irá de um ponto a outro quase na velocidade do som. Como operará no vácuo, gastará muito pouca energia em um ambiente de baixa pressão. Como produz mais energia do que consome, é sustentável e mais econômico. O Hyperloop permitirá conectar aeroportos distantes, subúrbios com regiões centrais, cidades entre si. E Ahlborn promote que não será em um futuro distante. Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, e a China, já contrataram o projeto e a primeira viagem deve acontecer em três anos. Também há pesquisas no Brasil. A Uber surpreendeu a audiência com novidades em mobilidade. Mathew Devlin, head de International Affairs da empresa, falou que a Uber olha para os céus. O Uber Air será um serviço de helicópteros cujo primeiro voo oficial deverá ser feito em 2023, com testes a partir de 2020. Mas não é qualquer helicóptero. A Uber trabalha com um protótipo específico que faça menos barulho, se conecte com outros modais de transporte, carregue quatro passageiros e
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em vez de uma hélice, tenha várias. “Será totalmente elétrico e fará pousos e decolagens verticais”, explicou o executivo. A Embraer é uma das parceiras de desenvolvimento. De acordo com ele, é preciso desenvolver o que ele chamou de sky ports, onde as pessoas embarcarão e desembarcarão. “Estamos trabalhando com empresas e governos, que precisam desenvolver a infraestrutura para o primeiro transporte aéreo urbano de escala”, contou. As cidades-piloto serão Dallas e Los Angeles e os primeiros países a adotarem a novidade depois dos Estados Unidos devem ser Austrália, França, Índia, Japão e... Brasil. Devlin também informou que a Uber trabalha em uma plataforma digital multimodal para 600 cidades que vai conectar bicicletas, carros elétricos, trens e ônibus.
7. RECONHECIMENTO FACIAL
O reconhecimento facial tem funcionado muito bem, como contou Kevin McAleenan, comissário da US Customs and Border Protection. Segundo ele, desde 2017, a agência norte-americana de Alfândega e Proteção de Fronteiras processou 15 milhões de passageiros usando o reconhecimento facial. A taxa de correspondência atual é de 98% e normalmente a consulta leva menos de um segundo. “Nos preparamos para o dia em que o passaporte ficará na bagagem e o viajante só terá de mostrar seu rosto, não seus documentos”, afirmou. Segundo ele, 20 aeroportos dos EUA já operam com sistema facial e há muitos mais em expansão. Mais rápido e mais seguro, gastando em média metade do tempo consumido na checagem tradicional, o sistema, garante McAleenan, já pegou dezenas de impostores. E vai atingir 97% de todos os viajantes que chegarem aos Estados Unidos até 2021.
bilidade foi parte importante no plano de renovação do Empire State Building, em Nova York. Os 67 novos elevadores economizam e acumulam energia. Os carros que descem geram energia para os que sobem.
9. MUDANÇA CLIMÁTICA
A sustentabilidade foi outro ponto de destaque no evento. O ex-presidente do México, Juan Calderon, lembrou que há uma relação direta entre atividade humana e a temperatura global. “Mais de um bilhão de pessoas nascerão nos próximos 12 anos. É como construir uma cidade como Paris a cada dois meses ou uma Sevilha a cada 20 dias. E isso requer atitudes dramáticas e efetivas”, disse o ex-chefe de estado. Não é apenas científico. De acordo com ele, a mudança climática traz impactos devastadores para as economias, para os países, as cidades e as empresas, por meio de catástrofes como tempestades ou incêndios de grandes proporções, por exemplo. Por conta disso, alguns dos mais prestigiados institutos e universidades do mundo vêm desenvolvendo estudos. E a conclusão é que enfrentar mudanças climáticas pode ser bom para a economia. “Há uma crença de que o custo de combater as mudanças climática é enorme e, por isso, muitas vezes, essa não é uma prioridade para os governos. Mas precisamos mudar essa narrativa. O crescimento econômico que buscamos ou os empregos de que tanto precisamos estão lá, na economia do novo clima”, afirmou Calderon. E qual o impacto disso no Turismo? Ele exemplificou: o nível do mar vai mudar e isso impacta praias, resorts e destinos. Recifes de corais vão desaparecer, camadas de neve também. Incêndios destruirão florestas. “E nós não estamos tomando as ações necessárias.”
8. VIAJANTES SUSTENTÁVEIS 10. TRÁFICO HUMANO São os viajantes os que mais têm pressionado a agenda da sustentabilidade na atualidade. Eles demandam mudanças, então é preciso que o setor, como convocou a presidente do WTTC, Gloria Guevara, na abertura do evento, se una e se planeje para agir rapidamente. Eles querem mais do que apenas visitar um destino – querem enriquecê-lo de alguma forma. Participando do WTTC, o profissional de Turismo descobre, por exemplo, que sustenta-
O Turismo se uniu para combater o tráfico de seres humanos. Mais de 30 milhões de pessoas são vítimas em todo o planeta. Airbnb, Amex GBT, The Bicester Village Shopping Collection, Ctrip.com International, CWT, Emirates, Expedia Group, Hilton, JTB Corp, Las Vegas Convention and Vistors Authority, Marriott International, Silversea Cruises, Thomas Cook e Tui se inscreveram para serem os membros fundadores do Grupo de Trabalho Global do WTTC sobre Tráfico Humano.
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BRASILEIROS COMPETEM, MAS NÃO LEVAM TOURISM FOR TOMORROW AWARD O Tourism for Tomorrow Award, reconhecimento do WTTC oferecido a cases de impacto social e sustentável ligados ao setor turístico em todo o mundo, conta com cinco categorias e tem sua entrega anual durante o Global Summit. São elas: Ação Climática, Investindo em Pessoas, Administração de Destinos, Impacto Social e Geradores de Mudança (Changemakers). Duas delas tiveram representantes brasileiros, que não levaram o prêmio, mas conquistaram reconhecimento público durante o evento. “Essas pessoas e organizações têm uma maneira especial de fazer coisas que nunca foram feitas. Temos muito a aprender com eles, que elevam o padrão da nossa indústria“, afirmou Fiona Jeffery, responsável pela iniciativa Tourism for Tomorrow Award no WTTC. O financiador é o grupo AIG. Um dos brasileiros que chegaram à final foi o Reserva do Ibitipoca, em Conceição de Ibitipoca, Minas Gerais, um destino de cinco mil hectares que nasceu a partir da criação de corredores de vida selvagem conectados ao Parque Estadual de Ibitipoca. Hoje é o staff que comanda o local, que foi transferido pelo proprietário Renato Machado para os colaboradores, com a capacitação de mais de 200 pessoas de comunidades da região, estímulo à economia da comunidade e preservação da natureza com atividades de ecoturismo. Concorreu na categoria “Investindo em Pessoas”. O outro brasileiro concorrente foi o Recanto Ecológico Rio da Prata na categoria Destination Stewardship Award, ou Administração de Destinos. Trata-se de três empreendimentos no Mato Grosso do Sul que recebem 67 mil turistas por ano, com controle de visitantes e atividades que garantem o mínimo impacto ambiental com preservação do rio e da região. Em suas ações, já foram plantadas mais de 50 mil árvores e treinados mais de 90 guias locais.
WTTC 2020 SERÁ EM PORTO RICO 40 36 a 41.indd 40
OS VENCEDORES: Categoria Climate Action Award: Bucuti & Tara Beach Resort Aruba, único resort do Caribe com certificado de neutralização de carbono – tem 40% da energia usada pelo empreendimento gerada por placas solares. Categoria Investing in People Award: Lemontree Hotels, rede indiana que criou um ambiente de inclusão social com a contratação de pessoas com deficiência, que hoje respondem por 16% de sua força de trabalho. A empresa oferece treinamento especializada para diferentes tipos e níveis de deficiência. Categoria Destination Stewardship Award: St. Kitts Sustainable Destination Council, um conselho ligado ao Ministério do Turismo de St. Kitts, no Caribe. Com iniciativas dentro e fora da atividade turística, promove sustentabilidade econômica, cultural e ambiental. Por lá, a educação ambiental começa na escola. Cetegoria Social Impact Award: Awamaki Peru, uma associação sem fins lucrativos que trabalha por oportunidades econômicas para mulheres indígenas da comunidade Quechua, na região da ocupação Inca peruana, liderada por Machu Picchu. A cooperativa atua com cultura e artesanato e busca desenvolver a capacidade de negócios. Categoria Change Makers Award: Seeturtles USA, que atua pela preservação das tartarugas marinhas com conservação e programas voluntários na América Latina e Caribe. Mais de 100 professores e líderes de comunidades locais já foram treinados.
A Cúpula Global do Conselho Mundial de Viagens e Turismo, o WTTC Global Summit 2020, será em San Juan, Porto Rico, de 21 a 23 de abril. A novidade foi anunciada pela presidente do órgão, Glória Guevara, que recebeu o governador do território norte-americano, Ricardo Rosseló. "Sevilha bateu todos os recordes, com 1,7 mil participantes. Todos os anos temos muita competição para a edição seguinte. Seguimos muito animados e com ótimas expectativas para 2020 em San Juan", disse Gloria. "Estamos comprometidos com o Turismo", declarou Rosseló, que falou também sobre o momento desafiador de Porto Rico. A região foi vítima do furacão Maria, que atingiu o Caribe há pouco mais de um ano. "Mas nosso povo é incrível, estamos trabalhando duro e nos recuperando", disse.
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AS VIAGENS DE OBAMA Ele deu show. Com carisma e conhecimento, o ex-presidente norte-americano Barack Obama, convidado especial do evento, falou de muitos temas no WTTC Global Summit 2019. Alguns relacionados ao setor de Viagens e Turismo, outros nem tanto. Um deles foi sobre as viagens que não fez, mas gostaria de fazer, e citou o Brasil logo de cara. “Eu amo a América Latina. Estive no Rio e em São Paulo, mas vi muito pouco. Quero voltar lá. Também quero ir a outros lugares no Brasil, um deles é a Bahia”, afirmou. Na América do Sul, citou outros países, mas sem detalhes de cidades. Falou de Argentina e Chile e disse que quer ver a Patagônia. O ex-presidente norte-americano também citou algumas das viagens mais marcantes de sua vida. Disse que, de um modo geral, curtiu mais as viagens que pôde compartilhar com as filhas Malia e Natasha. Numa delas, visitou a Rússia, a Itália e se encontrou com o papa. Na sua opinião, “viagens que permitiram ver o senso de descoberta nos olhos das filhas são sempre as mais emocionantes”. Ele falou ainda de uma ida ao Quênia – a primeira dama do país estava na plateia e ele interrompeu a fala para saudá-la. “Foi com 20 e poucos anos, logo após a perda do meu pai. Queria conhecer mais sobre as minhas origens e sobre a terra de onde ele veio”, contou. Também lembrou uma ida à Espanha, a primeira vez na Europa, em que viajou de ônibus, durante toda a noite, entre Madri e Barcelona. "Me lembro de andar em direção às Ramblas com o sol nascendo. Essas viagens quando ainda somos jovens são memoráveis. É quando você descobre seu lugar no mundo”. AS NOTÍCIAS, OS JOVENS E A TOLERÂNCIA Também o preocupa a forma como as notícias são tratadas. “Antes os veículos de comunicação, fossem liberais ou conservadores, operavam editorialmente sob altos padrões de jornalismo. Havia mais compromisso com fatos ou informações”, defende. Na sua opinião, hoje a mídia e a internet criam outro ambiente. “Você pode passar o tempo que quiser nas redes sociais obtendo informações que corroborem exclusivamente suas visões de mundo e isso é um perigo”, diz. De acordo com ele, com a política aprendeu que você nunca está 100% certo. “É como no casamento. Temos de acomodar nossas diferenças”,
conta, garantindo que é preciso ter uma visão ampla. “Não há verdade preto no branco e essa visão é fundamental para um mundo melhor. Temos de ensinar tolerância, diversidade e comprometimento como valores para as nossas crianças. E as viagens encorajam mentes abertas”, defendeu o ex-presidente. “O populismo atual é consequência de mudanças demográficas, padrões de imigração, pessoas se sentem ameaçadas”, reforçou o ex-presidente. Os jovens, talvez porque sejam capazes de alcançar o mundo com seus telefones, não têm medo do que não estão acostumados, acredita. “Não conheço tanto de outros países, mas nos EUA, eles têm posições firmes sobre diferentes culturas, orientações sexuais. Se sentem seguros e confiantes com conquistas como os direitos civis, os direitos das mulheres”, garante. Então, acredito que a chave para um mundo melhor é que a gente consiga engajar mais os jovens, trazê-los para reconstruir as instituições onde se veem mais representados. Uma das preocupações que ele tem, como pai de meninas, é com a segurança. Por isso também quer um mundo melhor, que não ameace suas filhas. “Tenho ensinado desde que são pequenas – sejam gentis, sejam prestativas e responsáveis. Crio filhas mulheres, afro-americanas. Me preocupa que elas tenham as mesmas oportunidades que os homens. Passamos muito tempo reforçando com elas o quanto são capazes. É um desafio para todos nós. É um problema para todos nós”, concluiu, ovacionado.n
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ANCORADOURO Rodrigo Vieira
É sempre um desafio para as empresas B2B saberem como conduzir sua estratégia de redes sociais. Plataformas como o Facebook não fazem distinção do que vai ao público final e do que vai ao agente de viagens, por exemplo. Levando tais desafios em consideração, a Ancoradouro consegue engajar seu público com mídias, notícias e exposição de seus produtos. Quem curte a página, será abastecido com as novas da empresa. O grupo de Campinas (SP) tem o agente como seu único canal de vendas e restringe suas redes sociais estritamente a este público.
A Ancoradouro aposta muito em vídeos. A empresa tem essa estratégia de mostrar que é aberta, uma corporação em que os funcionários se tratam e tratam os agentes de viagens como família. Neste exemplo, o vídeo mostra os bastidores do evento Agente Com A Gente, que substituiu o tradicional Encontro Ancoradouro.
Nesta, mais uma tentativa de se aproximar de seu público, os agentes, com uma foto dos diretores e colaboradores da Ancoradouro, exibindo o segundo dia do evento, que acontece na matriz da empresa, no bairro do Cambuí, em Campinas.
O vice-presidente da Ancoradouro, Cássio Oliveira, foi eleito o melhor profissional da consolidação no prêmio Melhores do Turismo PANROTAS ELO, e claro que a consolidadora paulista não podia deixar a homenagem de fora. Parabéns ao Cássio. 42 42.indd 42
No Instagram, em vez de fotos mais elaboradas de destinos, como comumente a rede social pede, a Ancoradouro opta pelas mesmas postagens que tem no Facebook.
@GrupoAncoradouro Facebook 4,7 mil curtidas Instagram 1,7 mil seguidores
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