PANROTAS 1.363

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Edição nº 1.363 - Ano 27 | 13 a 19 de março de 2019 | www.panrotas.com.br

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As Florida Keys têm várias ilhas e praias paradisíacas para férias bem próximas à natureza. Percorremos o destino de carro e aqui temos as melhores experiências – a poucas horas de Miami

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PRESIDENTE

José Guillermo Condomí Alcorta CHIEF EXECUTIVE OFFICER (CEO) José Guilherme Condomí Alcorta (guilherme@panrotas.com.br)

DIRETORA DE MARKETING E EVENTOS Heloisa Prass

CHIEF TECHNOLOGY OFFICER (CTO) Ricardo Jun Iti Tsugawa

REDAÇÃO (redacao@panrotas.com.br)

EDITOR-CHEFE E CHIEF COMMUNICATION OFFICER: Artur Luiz Andrade

(artur@panrotas.com.br) Coordenador de Redação: Rodrigo Vieira (rodrigo@panrotas.com.br) Coordenador Web: Danilo Alves (danilo@panrotas.com.br) Pancorp/Viagens Corporativas: Karina Cedeño Conteúdo para marcas: Thelma Lavagnoli Reportagem: Leonardo Ramos, Marcel Bueno, Marcos Martins, Isabella Tagliapietra (estagiária-SP) e Thalita Almeida (estagiária-RJ) Fotógrafos: Emerson de Souza, Filip Calixto (São Paulo) e Marluce Balbino (Rio de Janeiro) MARKETING Analista: Erica Venturim (erica@panrotas.com.br) PRODUÇÃO Aline Monteiro (aline@panrotas.com.br) Pedro Moreno (pedro@panrotas.com.br) COMERCIAL Gerente: Ricardo Sidaras (rsidaras@panrotas.com.br) Executivos: Flávio Sica (sica@panrotas.com.br) Renato Sousa (rsousa@panrotas.com.br) Rene Amorim (rene@panrotas.com.br) Sônia Fonseca (sonia@panrotas.com.br) Big Data: Igor Vianna (igorvianna@panrotas.com.br) Jéssica Andrade (jessica@panrotas.com.br) Assistentes: Ítalo Henrique (italo@panrotas.com.br) Rafaela Aragão (rafaela@panrotas.com.br) FALE CONOSCO Matriz: Avenida Jabaquara, 1.761 – Saúde São Paulo - Cep: 04045-901 Tel.: (11) 2764-4800 Brasília: Flavio Trombieri (flavio@panrotas.com.br) Tel: (61) 3224-9565 Rio de Janeiro: Simone Lara (simone@panrotas.com.br) Tel: (21) 2529-2415/98873-2415 ASSINATURAS Chefe de Assinaturas: Valderez Wallner Para assinar, ligue no (11) 2764-4816 ou acesse o site www.panrotas.com.br Assinatura anual: R$ 468 Impresso na Referência Gráfica (São Paulo/SP)

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Associações

Parceria Estratégica

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06 Editorial

ÍNDICE nº 1.363 | 13 a 19 de março de 2019 | www.panrotas.com.br

Os mesmos direitos para todos os gêneros

07 Matcher

Referência em hospitalidade

08 Check-in

Ricardo Sidaras, novo gerente comercial da PANROTAS, e sua equipe

10 Tendências de Consumo em 2019

e como elas se aplicam ao Turismo

24 Florida Keys

Potencial de vendas no Estado preferido do brasileiro nos EUA

31 Test Drive

Monreale Resort, em Poços de Caldas (MG)

34 WTTC Summit

As pautas mais urgentes do Turismo em tendências, estudos e... Barack Obama

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Sevilha, Espanha

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Editorial

LONGO CAMINHO

A

inda há quem se pergunte, acreditem, “por que há dia da mulher e não tem um dia do homem”? Pacientemente, os mais esclarecidos explicam que esses casos são diferentes de um “dia das crianças” (algo bem comercial, diga-se) ou “dia das mães e dos pais”, pois se trata de uma data para levantar questões em defesa de minorias que querem conquistas, direitos, melhorias em sua situação. Igualdade (de direitos). Não há, neste caso, por que ter um “dia do homem”, pois os homens dominam o planeta há séculos, ganham mais que as mulheres na maioria das vezes, têm privilégios que elas não possuem, mandam em tudo como melhor lhes convêm. Nada impede, no entanto, que as qualidades do homem possam ser celebradas em alguma data. Com tantos privilégios e domínio do planeta, porém, difícil achar aceitação para uma comemoração dessas. E para quem diz “todo dia é dia da mulher”, dois comentários: todo dia é dia de declarar amor e respeito a qualquer ser humano e, mais uma vez, o dia da mulher, comemorado em 8 de março, é para trazer atenção às desigualdades de gênero que existem no mundo e não (somente) para dizer como são lindas e lhes entregar flores. E se você acha que todos devem ter os mesmos direitos (não confundir com características de cada gênero ou pessoa), como diz a atriz Emma Watson, você também é feminista. Ser feminista não é ser contra os homens, e sim mostrar que mulheres e homens devem ter os mesmos direitos, oportunidades, responsabilidades e reconhecimentos. O mesmo respeito. “Mas mulher é minoria desde quando?”, pergunta um outro revoltado com as datas que buscam mais direitos às minorias e que, na verdade, só quer lacrar na internet, para passar o tempo de sua vida equivocada. Desde que o mundo é governado por homens, segundo suas leis, de acordo com padrões definidos por eles, e que levam a desigualdades seja no lar seja no mercado de trabalho, ser mulher é ser parte de uma minoria sim. Minoria que é discriminada ao ganhar menos

ou ser preterida em uma vaga de emprego porque “pode engravidar”. Minoria porque assume menos cargos de liderança. Minoria porque é menos representada na política. Minoria porque sofre violência por ser mulher (agressão diferente da violência urbana que todos nós sofremos). Minoria porque é assassinada porque os homens acham que elas são sua propriedade. Minoria porque são assediadas, estupradas e agredidas pelo posicionamento superior de quem manda no pedaço, os homens. Minoria porque ainda têm muitos direitos a conquistar para se igualarem aos homens em respeito, representatividade e oportunidades. Minoria tem a ver com poder e privilégios e não com quantidade. Pode até ser que uma minoria, como o público LGBT, seja realmente uma parcela pequena da população, mas no caso de negros e mulheres no Brasil, por exemplo, são maioria em quantidade e minorias quando falamos em direitos. Este ano tem sido alarmante a quantidade de casos de feminicídio e agressões contra mulheres no País. Ou seja, o problema está longe de ser resolvido. Mulheres mortas por ex-maridos, namorados, chefes... Mulheres violentadas em casa. Mulheres assediadas no transporte público. Mulheres desrespeitadas. No Turismo, vemos uma maioria de mulheres como força de trabalho. Poucas em liderança. Algumas empresas se viram forçadas a criar políticas de estímulo à liderança feminina. Algumas mulheres se viram forçadas a empreender para terem sua voz ouvida. Outras mudam de emprego para companhias onde são mais respeitadas e lhes dão mais oportunidades. Oportunidades essas que estão em nossas mãos. Em nossas empresas. O Dia Internacional da Mulher é um dia de alerta. De debate. De estímulo à mudança na busca de direitos iguais. Quando esses direitos estiverem equiparados, talvez comemoremos o fim desse dia e a continuação de outras lutas. Mas enquanto o machismo e o preconceito predominarem em nosso mundo, vai ter dia da Mulher sim.n

Artur Luiz Andrade Editor-chefe e Chief Communication Officer da PANROTAS artur@panrotas.com.br 6 6.indd 6

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Eventos

REFERÊNCIA EM HOSPITALIDADE A Matcher é o melhor marketplace de produtos e serviços turísticos do Destino Brasil, mas isso não significa que os expositores do evento, que acontece em 28 e 29 de maio no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, são apenas brasileiros. Na hotelaria, por exemplo, nomes fortes como a rede Accor Hotels, a Marriott e o Vila Galé confirmaram presença no encontro, enquanto brasileiros como Bourbon também estão assegurados. Eles terão a oportunidade de fazer negócios com compradores vindos de Alemanha, Argentina, Equador, Espanha, Estados Unidos, França, Itália, Paraguai, Peru, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Ucrânia e Uruguai. E não são quaisquer compradores. A Matcher fez uma seleção criteriosa para decidir quem trazer ao Nordeste para o evento. “Estamos trazendo operadores que já trabalham com o Brasil, de outros destinos nos quais o nosso País ainda é pouco comercializado e alguns de países que ainda não vendem Brasil”, explica a sócia-diretora do Matcher, Jeanine Pires. A dinâmica do evento contempla suppliers e buyers se relacionando inicialmente de forma digital, pela ferramenta

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Jeanine Pires, Guillermo Alcorta e Ana Maria Donato, equipe da Matcher

de "match making", e, em maio, realizando reuniões presenciais agendadas de acordo com interesses de negócios previamente identificados. “O Matcher é necessário para a aproximação do Brasil ao mercado espanhol. Lamentavelmente o País representa apenas 1% das vendas na nossa empresa. E aí vem a importância de participarmos deste tipo de evento, em que podemos conhecer melhor o destino e negociar novos produtos e mais atrativos”, afirma o diretor América e Caribe da Tui, Germán Ballesteros. Saiba mais detalhes pelo site oficial ou entre em contato pelo e-mail oportunidade@travelmatcher.com.br e (11) 99554-2426.n

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Check-in

PANROTAS

+Lidas da semana Portal PANROTAS 1 Conheça tudo o que o MSC

Bellissima oferece; fotos - Parte 1

2 STJ proíbe Anac de descredenciar aviões da Avianca Brasil

3 German Efromovich e Vianna

reúnem-se com lideranças em SP

4 Veja os promovidos e contratados da semana no Turismo

5 Sediada em São Paulo, Tunibra completa 70 anos

6 Universal terá novo show de luzes em áreas de Harry Potter

7 Turismo responde por 8,1% do PIB Brasil; veja dados globais

8 O trade brasileiro no MSC

Bellissima; veja quem está a bordo

9 Disney revela atrações das novas áreas de Star Wars; conheça

10 Falece Floriano Menezes, da Abav-PR

Artur Luiz Andrade, Rodrigo Vieira, Karina Cedeño, Thelma Lavagnoli, Emerson Souza, Isabella Tagliapietra, Marcos Martins, Leonardo Ramos, Marcel Buono, Filip Calixto e Danilo Alves

Fonte: Portal PANROTAS

Equipe renovada A área de Vendas da PANROTAS passou recentemente por uma reformulação. Cada vez mais entrosado, o time comercial agora tem supervisão do gerente comercial Ricardo Sidaras. Conhecido no mercado pela sua atuação na editora, desde 2004, Sidaras responde diretamente ao CEO da empresa, José Guilherme Alcorta. A equipe de Sidaras é composta por executivos de Negócios, alguns novos e outros já conhecidos. Flávio de Sica e Renê Amorim já têm um tempo de casa, enquanto Renato Sousa e Sônia Fonseca são recém-chegados. Além deles, o time conta ainda com os assistentes comerciais Ítalo Henrique e Rafaela

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Aragão e com a analista de Inteligência de Dados, Jéssica Andrade. Também temos o reforço de Igor Vianna, coordenador de BI. Simone Lara, no Rio de Janeiro, Helene Chalvire e Adrián Bertini, nos Estados Unidos, completam a equipe. “Sidaras é um profissional comprometido e que está com a gente há muito tempo. É uma pessoa bem relacionada no mercado e um dos responsáveis a me ensinar o que eu sei hoje na área comercial. Em 2019, a PANROTAS celebra 45 anos e esta é uma das muitas novidades que apresentaremos ao mercado, como fizemos na Redação", destacou o CEO da PANROTAS, José Guilherme Alcorta.n

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Ricardo Sidaras e Guilherme Alcorta, gerente comercial e CEO

Anote os contatos da equipe comercial: José Guilherme Alcorta (CEO) E-mail: guilherme@panrotas.com.br Contatos: (11) 2764-4840/97600-4599 Ricardo Sidaras (gerente comercial) E-mail: rsidaras@panrotas.com.br Contatos: (11) 2764-4828/98141-9740 Adrián Bertini (executivo de Negócios nos Estados Unidos) E-mail: abertini@ladevi.com Contatos: +1 (305) 680-2683

Ítalo Henrique e Rafaela Aragão, assistentes comerciais, e Jéssica Andrade, analista de inteligência de dados

Flávio de Sica (executivo de Negócios) E-mail: sica@panrotas.com.br Contatos: (11) 2764-4829/99723-8116 Helene Chalvire (diretora nos Estados Unidos) E-mail: helene@panrotas.com.br Contatos: +1 (305) 793-6920 Igor Vianna (coordenador de BI) E-mail: igorvianna@panrotas.com.br Contatos: (11) 2764-4826

Sônia Fonseca e Flávio de Sica, executivos de Negócios

Ítalo Henrique (assistente comercial) E-mail: italo@panrotas.com.br Contatos: (11) 2764-4823 Jéssica Andrade (analista de inteligência de dados) E-mail: jessica@panrotas.com.br Contatos: (11) 2764-4818

Renê Amorim e Renato Sousa, executivos de Negócios

Renê Amorim (executivo de Negócios) E-mail: rene@panrotas.com.br Contatos: (11) 2764-4830/99900-7793

Rafaela Aragão (assistente comercial) E-mail: rafaela@panrotas.com.br Contatos: (11) 2764-4820

Simone Lara (executiva de Negócios no Rio de Janeiro) E-mail: simone@panrotas.com.br Contatos: (21) 98873-2415

Renato Sousa (executivo de Negócios) E-mail: rsousa@panrotas.com.br Contatos: (11) 2764-4807 / 99475-2459

Sônia Fonseca (executiva de Negócios) E-mail: sonia@panrotas.com.br Contatos: (11) 2764-4822/99998-7337 13 a 19 março de 2019 — PANROTAS

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Mercado

TENDÊNCIAS de consumo 2 0 1 9 O consumidor moderno busca experiências autênticas e sustentáveis. Deseja viver junto de seus amigos e comunidade digitalmente, mas ao mesmo tempo busca ter mais controle sobre o seu tempo e se desligar do mundo on-line. O novo consumidor considera importante recuperar o poder de escolha do que adquire e valoriza a personalização do seu serviço, mas ao mesmo tempo tem urgência e quer ser respondido imediatamente. Aqui vão as “10 Principais Tendências Globais de Consumo 2019” traçadas pela consultoria Euromonitor e suas implicações no Turismo.

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AGNÓSTICOS quanto à idade > Pessoas de maior idade querem se sentir jovens e têm os mesmos gostos dos jovens > Têm um alto poder aquisitivo > Se preocupam em aproveitar suas vidas e estão mais desapegados do futuro > População com mais de 50 anos aumenta ano após ano; no Brasil, deve chegar perto dos 30 milhões em 2025

Ser ‘velho’ há algum tempo deixou de significar estar defasado. Cada vez mais o consumidor maduro está próximo das inovações tecnológicas, com condições físicas e mentais para acompanhar a juventude. A geração dos baby boomers, hoje com idade entre 55 e 73 anos, é tão obcecada pelas novas tecnologias quanto os jovens millennials – às vezes mais, com dezenas de aplicativos em seus smartphones – e se preocupa cada vez mais em cuidar melhor de sua saúde, aparência e bem-estar. Trata-se de uma redefinição do envelhecimento, que gerou um novo tipo de consumidor maduro: um grupo diversificado, que não se considera velho (e definitivamente não quer ser tratado assim). Em outras palavras, isso significa que o seu tipo de consumo se assemelha fortemente ao gosto dos millennials ou geração X – inclusive nas viagens. Eles buscam produtos e receptivos que os façam se sentir modernos, conectados às novidades tecnológicas e que os ajudem a manter mente e corpo os mais joviais possíveis. “Para ter sucesso, o essencial não é conceitualizar os consumidores de maneiras óbvias, mas sim se abrir para aceitar a todos e criar um design universal para todas as gerações”, resume a líder de Inovação e Pesquisas customizadas da Euromonitor International, Zandi Bremner. “Os negócios devem lidar com o grupo demográfico mais velho com abordagens sutis e gradativas, se afastando da sub-segmentação de consumidores, sem tratá-los como consumidores velhos”, acrescenta.

Boa parte das pessoas entre 50 e 59 tem cargo sênior e alcançou uma renda média anual de US$ 17,1 mil em 2018, 28% a mais do que todas as gerações juntas, aponta Euromonitor

NO TURISMO... Especializado em grupos de viajantes maduros, o paranaense Alex Belini, proprietário da agência Belini Viagens, tem visto seu negócio crescer graças ao público, que tem trocado suas prioridades de consumo. “Percebi um movimento forte de clientes acima de 50 anos, que pararam de se importar com ‘parede e tijolo’ e passaram a investir em experiências, viagens que sempre quiseram fazer. O poder aquisitivo ajuda, com pacotes de luxo muitas vezes sendo escolhidos pela maior comodidade e conforto. É um mercado crescente e os números da minha agência mostram isso.” 13 a 19 março de 2019 — PANROTAS

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DE VOLTA AO BÁSICO pelo status

Simon Mayle, diretor da ILTM Latin America

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As pessoas estão deixando os produtos feitos em massa para dar preferência ao mais simples. No Turismo isso se reflete em imersões autênticas no destino. No luxo a moda já pegou, mas no mercado em geral ainda falta muito

“Os consumidores estão rejeitando produtos genéricos e feitos em massa e, em 2019, darão preferência aos produtos mais simples, que voltam ao básico e que oferecem mais qualidade, com um nível de status implícito”, aponta a Euromonitor. Trata-se de uma reavaliação dos hábitos de consumo, que se afastam do materialismo excessivo e retomam o valor da simplicidade e autenticidade como forma de se diferenciar do comum e ordinário. Por enquanto, isso é observado de forma mais efetiva em países desenvolvidos. “À medida que as economias emergentes se desenvolvam ainda mais, o mesmo padrão deverá surgir nela”, avalia a diretora de Pesquisas e Tendências de Consumo da Euromonitor, Gina Westbrook. “Cansados de produtos genéricos, os consumidores darão valor a ofertas de mais qualidade, exclusivas e diferenciadas, que transmitem um certo nível de status.” NO TURISMO... No ramo de viagens isso se traduz como Turismo de experiência, um tema em alta principalmente no segmento de luxo, mas que já começa a ganhar espaço no mercado em geral. Os pacotes de viagens genéricos, empacotados em estruturas antigas e obsoletas e ainda usados por boa parte do mercado, estariam, neste caso, para cair na ineficiência, dando lugar para o crescimento das experiências personalizadas, com imersão no destino e em sua cultura. Principal feira de Turismo de luxo da região, a ILTM Latin America 2019 decreta o Back to Life, ou de volta à vida, como tema oficial. “Claro que facilita para os players de luxo o fato de eles contarem com menos clientes, o que gera uma maior aproximação e personalização do atendimento. Acho que para o mercado como um todo a melhor

dica é se ‘aliar’ aos blogs de mochileiros e influenciadores: descobrir por meio deles novas experiências em destinos já batidos, ou até mesmo novas alternativas de países para conhecer, e assim recomendar para os clientes algo que eles dificilmente descobrirão por conta própria”, recomenda o diretor da ILTM, Simon Mayle. Se o setor de luxo já se adaptou à nova tendência, na outra ponta vale destacar o Airbnb, que lançou o Experiences, ala de experiências de plataforma. A ferramenta funciona como um guia de sugestões de alternativas autênticas para conhecer o destino, abastecido pelos próprios anfitriões. Um tour para experimentar a culinária típica da cidade, uma casa de shows com bandas locais, passeios de barco em praias e ilhas próximas… As opções são das mais variadas. A Mauritius Conscious, do destino paradisíaco das Ilhas Maurício, é, enfim, um exemplo de adaptação que os agentes, base do Turismo, podem usar como inspiração. A agência de Turismo sustentável criou o ‘glamping’ (junção das palavras glamour e camping), uma alternativa às férias padrão em resorts da ilha ao promover uma experiência de imersão com a culinária e cultura locais, além de ser ecologicamente correta. As muitas inspirações podem ser usadas assim como base para o agente brasileiro. Criar experiências, ao invés de pacotes. Descobrir novos meios de conhecer os destinos ao se aproveitar das informações que rodam a internet e as redes sociais – e oferecer isso com boas condições financeiras, unindo o útil (pagamentos parcelados, por exemplo) ao agradável (informações privilegiadas, que eliminam o estresse do viajante ter que pesquisar tudo por conta própria).

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CONSUMIDOR consciente A crescente preocupação com o impacto negativo causado pelo consumismo no meio ambiente deve influenciar cada vez mais as escolhas de que serviço ou produto adquirir – ou seja, o consumidor medirá as implicações de sua compra antes de tomar uma decisão, buscando o fornecedor que mais prove que se importa (e toma medidas para reduzir) sua pegada ecológica. Se adaptar a isso, assim, pode ser um meio de se diferenciar no mercado. “A fartura de opções e conscientização do consumidor aumentarão a demanda por produtos premium voltados ao bem-estar. Consequentemente, investir no bem-estar animal será uma ferramenta essencial para agregar valor nos ambientes de negócios competitivos de hoje”, exemplifica Gina Westbrook, da Euromonitor.

NO TURISMO... Indiretamente, promover um Turismo sustentável e reduzir a pegada ecológica de seus serviços e produtos ajuda também a vender destinos, já que diminui o impacto do Turismo em excesso (ou overtourism), alvo de protestos pela deterioração mais acelerada de pontos turísticos. Prova disso foi a pesquisa de 2018 da Booking.com, que revelou que 58% dos viajantes recusariam visitar um destino em que sintam que sua presença tem um impacto negativo na vida dos locais. “Com a ascendência das viagens, intensificam-se também as preocupações ambientais e sociais, em tempos que o Turismo massivo vem sendo cada vez mais criticado e rejeitado nos maiores destinos receptores, como em Barcelona

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e Veneza”, argumenta o diretor do Núcleo de Turismo da Higi Serv, Adonai Aires de Arruda Filho. “Pensar a atividade de forma sustentável se torna assim cada vez mais essencial.” Trazendo a tendência para o mercado brasileiro, o que cada vez mais deve acontecer é o cliente buscar viagens que pouco impactem negativamente o destino – ou, até, que ajudem de alguma forma. Uma pousada sustentável, como a Lagoa do Cassange, na Península de Maraú (Bahia), que utiliza produtos locais para ajudar a comunidade da região; uma rede hoteleira que se preocupe com o meio ambiente, como a Accor, que mantém um projeto de reflorestamento em 13 locais no mundo; destinos como a Rota do Cacau, na Bahia, que criou uma nova fonte de renda para os moradores das zonas rurais por meio do Turismo…

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Todos esses são exemplos de projetos reconhecidos pelo Prêmio Braztoa de Sustentabilidade, único do País a ter a chancela da Organização Mundial do Turismo (OMT). Cases que devem ser seguidos pelas empresas que querem se diferenciar e não perder os clientes que se preocupam com a sustentabilidade – número que só tende a crescer. “Vemos isso no turista brasileiro. Ele hoje escolhe com mais cuidado, principalmente para onde vai e em que meio de hospedagem ficar. Hoje, vivemos as consequências de nunca termos pensado antes na sustentabilidade, então acho que isso finalmente afetou o consumidor brasileiro, o que é bom, pois assim eles valorizam e escolhem as empresas que se preocupam em ajudar o mundo de alguma forma”, avalia a presidente da Braztoa, Magda Nassar.

A tecnologia há algum tempo deixou de ser um mero facilitador de comunicação. Interações multidimensionais, experiências coletivas, reuniões virtuais, documentos compartilhados em tempo real… Pouco a pouco, as novas tecnologias, aliadas à onipresença da veloz e instantânea internet, vão moldando nosso modo de viver e interagir. E isso vale tanto nas relações pessoais quanto nas profissionais. No primeiro caso, as plataformas digitais se tornaram um ponto de encontro tão importante quanto os da vida real. As maneiras de compartilhar experiências estão evoluindo dia após dia, cada vez mais em

JUNTOS digitalmente 10 a 21.indd 14

Magda Nassar, presidente da Braztoa. Associação conta com uma das ações de sustentabilidade mais fortes do Turismo brasileiro

tempo real e de forma interativa – não é a toa que hoje nos relacionamos muito mais pelo meio on-line do que pessoalmente. Já na comunicação profissional, passamos a elaborar documentos e relatórios coletivamente, cada um em uma de suas múltiplas plataformas – notebook, smartphone, tablets… As reuniões virtuais também evoluíram, com vídeo, mensagens de textos e compartilhamento de documentos sendo realizados simultaneamente – e, novamente, substituindo reuniões pessoais. NO TURISMO... Uma geração cuja comunicação é baseada no mundo digital pode ser uma mina de ouro para a promoção de destinos, caso eles saibam como aproveitá-la. Segundo Jeanine Pires, da Pires & Associados, ter acesso ao turista antes mesmo da viagem permite que empresas do setor iniciem a

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experiência de seu cliente lá atrás, gerando influência no ponto crucial para conseguir vender: o momento da escolha para onde ir (e de quem comprar). Um exemplo é o Instagram, hoje uma das ferramentas mais utilizadas para vender viagens devido à facilidade de propagação de experiências na rede. Soma-se a isso o fato de ela ser extremamente visual, dando a oportunidade de mostrar imagens impressionantes dos destinos, para chamar a atenção do viajante. Uma das dicas da especialista em marketing digital e fundadora do blog Agente no Turismo, Marta Poggi, é usar as fotos dos próprios viajantes para divulgar o destino no Instagram, se aproveitando dessa geração de consumidores, que precisa mostrar assiduamente no seu mundo digital os locais incríveis que visita. NO CORPORATIVO Quem acredita que a tecnologia reduz o número de viagens corporativas pela facilitação de fazer reuniões à longa distância só está olhando o lado meio vazio do copo. A interatividade promovida pels plataformas digitais, dispositivos móveis e internet combinados é um prato cheio para os eventos. São várias as oportunidades que nascem disso para aumentar o engajamento dos presentes, que podem responder enquetes, enviar perguntas anônimas aos palestrantes, interagir após o evento e até aumentar o networking. "Não dá pra falar com todo mundo em um evento. Então você entra em aplicativos customizados para ele, dá uma olhada em quem estava lá, empresas de interesse para você e inicia o contato", explicou o responsável pela distribuição das tecnologias para eventos da Cvent no Brasil, Thiago de Santos.

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Especialista em Marketing de destino e uma das sócias do Matcher, Jeanine Pires

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TODOS SÃO ESPECIALISTAS: conhecimento é poder Esta talvez seja a tendência que mais afeta o trabalho – e a função – do agente de viagens. Tarifas menores, praticidade e, principalmente, o fácil acesso à informação são alguns possíveis argumentos de quem procura fechar roteiros por contra própria, nas tela de um celular ou de um computador, ao invés de buscar o auxílio de agências especializadas. E é disso que essa tendência fala. Na era em que tudo está disponível com o toque de um botão, todos são especialistas. O acesso ao conhecimento é fácil e, se antes os consumidores contavam com uma marca ou fonte de informações específica para obter o que queriam, hoje conseguem tudo na internet. Mas, claro, o mercado não pode parar, e com o comércio eletrônico em ascensão desenfreada em todo o mundo, os setores terão que se adaptar às novas demandas dos consumidores para continuar sendo relevantes – inclusive o Turismo. “Inovar constantemente e reduzir os preços, além de simplificar e melhorar a estética de suas ofertas para atrair os compradores” são algumas das recomendações de Gina Westbrook, autora do estudo da Euromonitor. A quantidade de informações disponíveis para consumidores significa que quase sempre ele será mais esperto do que elas. Quase. E é esse ponto que pode acabar sendo um divisor de águas na profissão do agente: ser um consultor, e não só um vendedor, tecla batida há anos no mercado. No meio da nebulosa rede de dados fornecidas pela internet, é ele que deverá saber identificar e organizar os dados necessários

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para seu roteiro, distinguindo para o viajante o seguro e confiável, do incerto e duvidoso. Uma das consequências da proliferação da informação é a dificuldade em se diferenciar. Muitas empresas acabam apelando para pacotes mais baratos, por exemplo, mesmo que isso implique menos qualidade ou serviços inclusos. Mas o preço não deve ser o único meio de se sobressair aos concorrentes. Além da era da multiplicação de dados, essa é a era da interação on-line. Boa parte dos consumidores consulta amigos, familiares, redes sociais e blogs, e até sites de avaliações antes de escolher uma empresa – o Reclame Aqui e o Tripadvisor são fontes de consulta recorrentes. “Os consumidores verificam as resenhas cuidadosamente antes de comprar um produto e estão cada vez mais propensos a dar a sua própria opinião. Eles dão a si mesmos mais trabalho antes, durante e depois da compra, pois se sentem empoderados com seu conhecimento e querem que os outros sintam o mesmo”, explica a gerente de Pesquisa e Varejo da Euromonitor, Michelle Grant. Responder reclamações on-line, interagir com consumidores nas redes sociais e, claro, garantir a qualidade de seu serviço são os primeiros passos para não perder clientes. Mas a solução vai além disso: as empresas devem aproveitar-se desta comunicação, principalmente com influenciadores e blog, para criar uma boa imagem para o mercado e para os clientes.

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JOMO: prazer em ficar de fora Jomo, do inglês Joy Of Missing Out, significa, literalmente, “prazer em ficar de fora”. Querer fazer parte de tudo perdeu força, e com isso ganha espaço a preocupação em proteger seu bem-estar mental. Levar uma vida menos acelerada ao ser mais seletivo em suas atividades, e não mais ficar por dentro de tudo que é moda ou tendência. Afinal, em um mundo tão conectado, relações on-line e redes sociais transformaram o que deveria ser prazer em obrigação. Também na vida profissional o cenário não está nada bom: a linha que divide o trabalho e a vida pessoal fica cada vez mais tênue, assim como a que separa o privado do público – as redes sociais garantiram isso. Não por coincidência, os millennials, que cresceram junto da internet e viveram toda a fase da popularização dos smartphones, são os que mais sentem a necessidade de recuperar o poder sobre o próprio tempo. “A desconexão planejada proporciona tempo para se refletir e agir livremente, concentrando apenas no que eles realmente querem e gostam de fazer”, avalia a diretora de Pesquisa e Tendências de Consumo da Euromonitor, Gina Westbrook.

NO TURISMO... O desafio agora é reduzir esse consumo de conteúdo e interações on-line, abrindo espaço para as experiências na vida real – o que pode ser uma boa notícia para quem vende viagens, se as empresas souberem como usar essa informação. Em nome da desconexão, os consumidores estão buscando se afastar da tecnologia e se concentrar em experiências de vida reais – mas isso não quer dizer que eles não buscarão alternativas para isso dentro da própria a internet. Nesse ponto entra a necessidade do expertise das empresas de viagens e ganha vida novamente a dica de Gina Westbrook: usar esse desejo de seu público-alvo, no caso principalmente os millennials, para convencê-los a adquirir as experiências que você vende. Para ganhar o cliente, a dica é certeira: apelar de vez para a personalização. O viajante quer garantir controle sobre seu tempo, escolhendo as atividades que quer fazer e não indo em um roteiro pré-programado.

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POSSO CUIDAR de mim mesmo

Lares com smartphones passaram de menos de 50% para quase 70% entre 2014 e 2018, levando as redes sociais cada vez mais para o dia a dia das pessoas

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Personalização segue sendo essencial ao consumidor. Ter controle sobre suas ações e bem administrar o uso de seu tempo. A tendência “posso cuidar de mim mesmo” é uma “reação ao modo impulsivo, rígido e altamente restritivo do consumismo”, explica o estudo da Euromonitor. O estudo se baseia na ideia de que empresas apelam para o exagero no estresse da vida cotidiana na hora de vender algum produto ou ideia: eles são amplificados e glamurizados para que sua abordagem de venda, igualmente caótica, seja vista como normal, uma solução para seus problemas – conduzindo o consumidor para a compra quase que forçada de algo, convencendo-o de que ele precisa daquilo. “O domínio e influência que as mídias sociais têm sobre os comportamentos de consumo são o segredo para conseguir o que todos os gestores e marqueteiros querem criar: badalação. Os consumidores evangelizam os produtos em uma profecia que se cumpre, gerando cada vez mais opções, mas menos clareza sobre o que realmente funciona: o que solucionará o problema do consumidor e onde vale a pena gastar seu dinheiro?”, questiona o estudo.

QUERO UM MUNDO sem plástico 18

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NO TURISMO... Volta ao foco nas ferramentas do Turismo que empoderam os viajantes de hoje. Eles buscam serviços que esclareçam e facilitem sua vida, mas não que gerenciem para eles: ativos e engajados, querem ser capazes de tomar as próprias decisões. Empresas que conseguirem colocar o poder de escolha nas mãos do cliente não apenas devem atraí-lo, mas têm tudo para fidelizá-lo. O mercado ainda engatinha neste sentido, mas exemplos não faltam de cases que ajudam nessa customização de atendimento, nos mais variados segmentos. Na hotelaria, por exemplo, a Marriott conta desde o ano passado com uma plataforma global de reconhecimento de clientes, oferecendo uma visão abrangente dos perfis de cada hóspede e reunindo informações relevantes que ajudam os agentes a realizar atendimentos personalizados. No corporativo a necessidade de tal personalização é ainda mais forte, visto o número de viagens que o viajante de negócios realiza anualmente. Contar com tecnologias que capturem os padrões de comportamento para assim oferecer as opções que mais combinam com suas necessidades é um diferencial para as TMCs – sempre, porém, deixando que ele tome a decisão final.

O uso do plástico se tornou o principal alvo do olhar mais crítico da sociedade na hora de escolher de qual empresa quer adquirir serviços e produtos. E isso desde embalagens de uso único para alimentos e bebidas – como o tão repetido canudo plástico – até microplásticos de produtos do dia a dia, como de beleza ou limpeza. A origem desta conscientização tem nome e dono: o Efeito Blue Planet, série de TV da BBC que acompanha a vida marinha e coloca holofotes nos dejetos plásticos que poluem os oceanos, do Grande Depósito de Lixo do Pacífico (com mais de 80 mil toneladas do produto) aos animais marinhos sendo asfixiados pelo lixo. O mercado foi rápido em se adaptar à nova tendência: uma série de companhias aéreas, redes hoteleiras, parques temáticos e armadoras de cruzeiros anunciaram a abolição do uso do canudo plástico nos últimos anos. É apenas o começo.

Algumas empresas que já aboliram ou estão em vias de eliminar o canudo plástico: ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●

Accor Hotels Aviva (Grupo Rio Quente) American Airlines AM Resorts Beto Carrero World Delta Air Lines Disney Iberostar IHG Marriott NCL Royal Caribbean Six Senses

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EU QUERO AGORA!

Respostas instantâneas viraram quase uma obrigação para empresas que querem se manter relevantes para seu público. É só comparar com sua vida pessoal e lembrar das vezes em que você se irritou com um Uber ou 99 que atrasou cinco minutos. Temos pressa, quase o tempo todo, e estamos ficando intolerantes com esperas "longas" ou falta de respostas. Com os consumidores mais ocupados do que nunca, eles começam a esperar mais das empresas: os produtos e serviços têm de ser entregues mais rapidamente, com maior simplicidade e sem atritos – e quem conseguir isso primeiro, ganha a fidelidade do cliente. A tecnologia deve estar à frente da penúltima tendência do Euromonitor. A chegada de soluções tecnológicas promove um avanço significativo para empresas que decidem investir em facilitadores no

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diálogo com os clientes, que simplificam a interação e agilizam possíveis compras. O chatbot é um belo exemplo disso. Trata-se nada menos do que um canal entre empresa e usuários que se comunicam por meio de mensagens automatizadas a fim de resolver questões pontuais. Aliada à inteligência artificial (AI), inclusive, a tecnologia promete revolucionar a forma como as aéreas se envolvem com seus clientes e melhoram as ofertas personalizadas: uma pesquisa da Inbenta do início de 2018 apontou que 50% dos clientes preferem os chatbots nas compras on-line ao invés de ligar para um call center; já a Aeromexico, seis meses após o lançamento de seu chatbot, relatou que o atendimento automatizado já correspondia a 96% de toda relação com seus consumidores, com resoluções alcançadas, em média, em dois minutos.

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O número dos que vivem sozinhos está crescendo. Estima-se que o número de residências com um único morador cresça a uma taxa média de 1,9% por ano na próxima década, mais que todos os outros tamanhos de lares. E dentro disso está uma geração que deve redefinir a tendência de viver sozinho: os consumidores mais velhos. Em sua maioria são os baby boomers (55 a 73 anos), grupo que tende a ter uma renda disponível mais alta, já que não precisam sustentar ninguém. Mas se por um lado os altos índices de divórcio em todo o mundo sempre foram um grande indicador da vida independente – principalmente naqueles acima de 50 anos –, por outro, cresce também o número dos indivíduos que está decidindo simplesmente não se casar. Até 2030, espera-se um aumento de 120 milhões de residências de uma única pessoa, o que corresponde a uma alta de 30% em relação a 2018 – e um público enorme a ser abrangido no mercado. E aqui entra a análise útil para a empresa que quiser atingir estas pessoas: elas não são tão fáceis de conquistar quanto aqueles que vivem em família. “Aqueles que vivem com outras pessoas estão mais dispostos a pagar mais por marcas conhecidas do que quem mora sozinho. A diferença é ainda mais evidente entre consumidores mais velhos, pois muitos desenvolveram e celebram a própria independência, rejeitando o marketing de determinada marca”, detalha o estudo do Euromonitor.

VIVENDO sozinho Produtos “duráveis”, “de alta qualidade”, “na moda” ou “naturais” também não são os mais buscados por quem vive sozinho. A preferência deles é outra: conveniência e preço em conta. “Na verdade, os consumidores que vivem sozinhos estão mais propensos a priorizar a segurança financeira, pois arcar com todos os custos de moradia e serviços altera, não somente o seu orçamento geral, mas também as suas escolhas de consumo”, explica Gina Westbrook, diretora de Pesquisa. Ou seja: os produtos ou serviços que ajudarem esses consumidores a celebrar sua independência terão maior sucesso ao capturar esse segmento de mercado em crescimento. NO TURISMO... Se um consumidor vive sozinho, por lógica pode-se esperar que ele também viaje sozinho. Neste caso, além de valorizar a independência do viajante, deve-se entender seus motivos de viajar. De acordo com a pesquisa a pesquisa Solo Travel Trends 2018, da OTA Agoda, o tempo para relaxar é o principal motivo de viagens solo a lazer (61%), globalmente, seguido da busca por se afastar da rotina (52%) e desejo de explorar novas culturas (45%). Os ocidentais são mais propensos a viajar sozinhos por períodos mais longos, frequentemente por quatro a sete noites (34%). Além disso, eles têm duas vezes mais chances de viajar por 14 noites ou mais (20% contra 10%).n 13 a 19 março de 2019 — PANROTAS

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Destinos Marcel Buono - Key West, Flórida (Estados Unidos)

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Pontes dominam os mais de 150 quilômetros entre Key Largo e Key West

Mais de um milhão de brasileiros visitam a Flórida todos os anos, o terceiro maior mercado emissor de turistas internacionais ao Estado, mas apenas cerca de 25 mil seguem rumo às chamadas Florida Keys durante suas viagens. Poucos quilômetros ao sul de Miami, o arquipélago formado por centenas de ilhas é um grande exemplo de como os Estados Unidos oferecem destinos incríveis que ainda são pouco explorados pelo Turismo do Brasil, o que o leitor mais atendo já enxerga como “enorme potencial de vendas”. Para conhecer de perto as peculiaridades da região, a PANROTAS pegou a estrada rumo a Key West, a cidade onde, literalmente, começam os Estados Unidos. Além de ser o ponto mais ao sul continental do país (excluindo territórios como Porto Rico, por exemplo), é lá que a US-1, rodovia que sobe por 3,8 mil quilômetros até a fronteira com o Canadá, marca seu quilômetro zero. 13 a 19 março de 2019 — PANROTAS

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Key West fica a três horas de carro de Miami e alugar carro nos Estados Unidos é mais fácil do que praticamente qualquer outro destino do mundo

Key West fica a 250 quilômetros de Miami e, de carro, a viagem leva cerca de três horas. Ou seja, é muito perto. Além de ser relativamente curto, o trajeto em si já é uma experiência única para quem o percorre, afinal, em nenhuma outra parte do mundo é possível dirigir por uma estrada que avança sobre centenas de ilhas rumo ao oceano. E sem pedágios. Isso sem contar que, como já é sabido, alugar um carro nos Estados Unidos é muito fácil para o cliente brasileiro munido de um cartão de crédito e uma CNH. Apesar de ter Key West como seu principal ponto turístico, o arquipélago é formado por outros quatro conjuntos de ilhas com atributos que valem a parada para conhecer durante a jornada: Key Largo, Islamorada, Marathon e Lower Keys. Assim, aquelas três horas de carro podem ser transformadas em dias para quem quer explorar, de fato, tudo o que a região oferece. 26 22 a 28.indd 26

Trajeto até Key West passa por centenas de ilhas e possibilita paisagens espetaculares

KEY LARGO A primeira parada é Key Largo, a apenas uma hora do Aeroporto Internacional de Miami, mas antes de entrar no circuito de pontes da US-1 rumo ao oceano, é possível ver a fronteira com o Parque Nacional Everglades, um dos locais mais visitados da Flórida e famoso por sua enorme população de aligátores, uma espécie de jacaré que só é encontrada no Sudeste norte-americano. Os parques naturais sob proteção do Estado, inclusive, são uma constante durante a viagem, uma vez que há dez deles no trajeto até Key West. E como não poderia ser diferente para um arquipélago, as atividades relacionadas ao mar, como mergulho e pesca, ganham intensidade ao longo do caminho. A começar por Key Largo, que já oferece opções interessantes, como nadar com golfinhos e tartarugas marinhas, por

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exemplo. Com apenas dez mil habitantes, a cidade tem um ar de interior e já mostra como a região tem um estilo bastante diferente de outros destinos da Flórida. Na ilha, é possível tomar um típico café da manhã norte-americano, mas com uma pitada das peculiaridades que as Florida Keys possuem, como linguiças de carne de jacaré, por exemplo. O Mrs. Mac’s Kitchen, todo decorado com placas de carros doadas por visitantes, é um dos restaurantes com essa possibilidade. Para quem vai dormir na ilha, há opções que vão desde pequenas propriedades para aluguel de temporada até resorts e condomínios, passando por hotéisbutique como o Kona Kai, que valoriza a diversidade botânica da região em sua construção e conta com uma pequena praia exclusiva que permite ver uma mostra da beleza de cada por-do-sol nas pequenas ilhas. ISLAMORADA A segunda cidade do percurso tem menos habitantes que a anterior, entretanto, nenhum outro lugar dos Estados Unidos sedia tantos torneios de pesca ao longo do ano. Um prato cheio para este nicho de mercado e, claro, para os amantes de peixes e frutos do mar. Restaurantes como o Marker 88, assim como o Sundowners, ainda em Key Largo, apresentam a gastronomia predominante na região, que apesar de ser baseada na pesca, se preocupa com sua preservação. A maioria dos cardápios destaca quais pratos são considerados sustentáveis na comunidade e quais são oriundos de outras localidades. Outra marca registrada do arquipélago é o Key Lime, que é o limão nativo da região. A fruta é utilizada em diversas receitas e seu sabor pode ser sentido da tradicional torta de sobremesa às cervejas. Em Islamorada, a Florida Keys Brewing Company, uma cervejaria aberta em 2015, oferece essa exótica possibilidade. Assim como em Key Largo, a cidade também conta com variada oferta hoteleira, e alguns deles possuem mais do que praias exclusivas, mas sim ilhas privativas. O hotel Casa Morada, de apenas 16 suítes, é um exemplo de tal oportunidade.

Kona Kai Resort conta com pequena praia particular

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Por-do-sol a partir do Kona Kai Resort

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KEY WEST Após Islamorada, as pontes da US-1 sobre o oceano ficam cada vez mais frequentes e extensas, sendo que a maior delas, com mais de dez quilômetros de comprimento, conecta o complexo de Marathon com o de Lower Keys. Chamada de Seven Mile Bridge, a estrutura termina no Parque Estadual Bahia Honda, outra parada obrigatória para quem viaja pelas Keys. O local conta com um camping, algumas das praias mais bonitas dos Estados Unidos e uma antiga ferrovia sobre o mar, que acabou virando um dos cartões postais mais famosos da região. A partir do parque, são mais 45 minutos de estrada até Key West, em um trecho que permite até mesmo a observação de caças da Força Aérea Norte-Americana nos céus. Isso porque a base militar Boca Chica está logo antes do destino final da viagem. Com mais de 25 mil residentes, Key West abriga cerca de 35% da população das Florida Keys e está mais próxima de Havana, em Cuba, do que de Miami. Mas os habitantes que chamam mais a atenção logo de cara não são humanos, e sim galináceos. Na cidade não há cães e gatos de rua, apenas galos e galinhas por todos os lados. E não precisa nem ser de manhã para ouvir o canto das aves como som ambiente. Apesar de ter apenas 11 quilômetros quadrados de área, a ilha recebe mais de dois milhões de turistas todos os anos, considerando chegadas por via terrestre, aérea e marítima, uma vez que a cidade conta com um aeroporto internacional e um porto que recebe cruzeiros de grandes empresas como Royal Caribbean, Carnival, Celebrity, Disney Cruise Line e Holland America. Sendo um dos principais destinos norte-americanos, Key West possui excelente estrutura hoteleira e gastronômica, oferecendo opções para todos os gostos e bolsos. Grandes redes internacionais, como Marriott, Sheraton, Waldorf Astoria, Best Western, Hilton e Hyatt podem ser encontradas na ilha, assim como outros hotéis e resorts independentes, como o Southernmost Beach Resort, por exemplo, que conta com duas praias privativas em suas instalações. Na Duval Street, principal rua da cidade, a circulação de pessoas é intensa tanto de dia como à noite, e é possível encontrar de tudo. Desde pubs e lanchonetes escondidos atrás de pequenas portas até grandes bares, baladas e restaurantes, passando por diversas galerias de arte e lojas de souvenires. Para os fãs de aviação, o First Flight Island Brewery é uma ótima pedida, já que foi na casa da recém-inaugurada cervejaria que a lendária companhia aérea Pan Am montou sua primeira bilheteria, em 1927. Porém, antes de jantar, quem visita Key West deve conhecer a Mallory Square, onde é possível se divertir com apresentações diárias de artistas de rua e acompanhar o por-do-sol sobre as águas do 13 a 19 março de 2019 — PANROTAS

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Golfo do México. Digno de aplausos. As belezas naturais se destacam na ilha e norteiam grande parte das atrações locais. Além de uma infinidade de atividades relacionadas ao mar, como esportes radicais e mergulhos que possibilitam encontros com animais marinhos, a cidade permite que seus visitantes conheçam de perto outras maravilhas da fauna e flora nativas, como no Key West Butterfly & Nature Conservatory, onde é possível caminhar entre centenas de borboletas e plantas exuberantes. Agora, para quem quer ver do alto a beleza não só de Key West, como de toda as Florida Keys, de uma vez, a dica é levantar voo. Diferentes passeios de helicóptero ou pequenos aviões estão disponíveis no aeroporto da cidade, proporcionando a observação de cenas incríveis, como a movimentação de grupos de tubarões, golfinhos e arraias nas águas cristalinas da região. Os diversos tons de azul e verde das águas que circundam as ilhas maravilham até aqueles que têm medo de altura. De volta ao solo, Key West também se destaca por elementos culturais e históricos, tendo sido lar de algumas personalidades, como o controverso escritor Ernest Hemingway, autor de O Velho e o Mar, entre outras obras, e do ex-presidente dos Estados Unidos Harry S. Truman. As residências de ambos foram transformadas em museus e ficam abertas à visitação. E você se lembra da ausência de cães e gatos nas ruas da cidade? Bom, no caso dos felinos, a resposta está na casa de Hemingway, pois, aparentemente, todos eles estão morando lá. Para quem quer conhecer tudo o que as Keys oferecem, apenas os meses de setembro e outubro devem ser evitados no planejamento da viagem. Por conta de sua localização, a região frequentemente entra na rota de furacões formados no Mar do Caribe ou no Oceano Atlântico aberto durante a temporada que tem data marcada todos os anos. Ou seja, nos outros dez meses, as ilhas são verdadeiros paraísos de braços abertos para o Turismo.n A PANROTAS viajou a convite do Visit Florida, sob proteção GTA

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Mallory Square é o principal ponto de encontro de Key West

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Hotelaria Maria Izabel Reigada, especial para a PANROTAS Poços de Caldas (MG)

Entrada do Monreale Resort, de Poços de Caldas (MG)

SOB MEDIDA PARA FAMÍLIAS Quem não aprecia uns dias de férias em um bom resort? Quem? Eu. Sempre preferi viagens que me permitissem contato com a natureza, em trekkings com dias de duração, ou destinos urbanos, para visitar museus cheios e ruas lotadas. Os resorts nunca foram minha primeira opção ao pensar em férias. Até a chegada da Sofia... Dizer que ter um filho muda tudo é chover no molhado e quem já passou por isso sabe exatamente a intensidade das mudanças. Tive a oportunidade de visitar muitos resorts, como jornalista, e sempre via a alegria das crianças nesses ambientes. É contagiante. Para não falar da felicidade dos pais, que entregam seus filhos aos monitores sem culpa, sabendo que eles terão dias que renderão boas histórias para contar. Bom, Sofia, com 11 meses, ainda não pode seguir a 32 31 e 32.indd 32

equipe de recreação, mas lá fui eu, feliz da vida, descobrir como esses lugares se transformam no paraíso das famílias. O Monreale Resort, em Poços de Caldas, sul de Minas Gerais, é todo planejado para famílias com crianças. São 147 apartamentos, que podem incluir até duas crianças no quarto dos pais. Há berços para os bebês já montados no apartamento, quando solicitado no momento da reserva. Após o check-in, os hóspedes devem escolher a mesa do restaurante em que farão todas as refeições – e o Monreale trabalha com diárias que já as incluem. Escolhida a mesa, a cadeirinha adequada à criança já estará lá, no momento da primeira refeição. “Galera Monreale” é o nome da equipe de recreação que faz a alegria dos pais, ops, das crianças com entre seis e 14 anos. As atividades começam às

Alguns elementos da inusitada decoração do Monreale

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9h e só terminam na hora do jantar. Durante todo o dia, há gincanas, brincadeiras, campeonatos... O resort tem cinco quadras de tênis, dois campos de futebol, duas quadras de areia, 100 metros de circuito de arvorismo, parede de escalada, arco-e-flecha, tirolesa (alguns cobrados separadamente) e piscinas, duas delas aquecidas, para garantir que não falte o que fazer nos dias de férias – chova ou faça sol.

Sofia experimentando todos os brinquedos da brinquedoteca

Piscinas climatizadas

Apartamentos familiares têm cama extra ou berço

FRALDINHAS Para os bebês, além da piscina, bom mesmo é a brinquedoteca. Vazia em vários momentos do dia, Sofia encontrou ali seu paraíso. Não houve brinquedo que não fosse experimentado. Somada à piscina climatizada, a combinação garantiu horas de sono profundo para a pequena, exausta. Para acompanhar os papais, ela também conheceu o Parque das Caminhadas, novidade do resort. São quatro percursos com diferentes níveis de inclinação para quem quiser passear em meio à vegetação nativa da Serra da Mantiqueira. Fizemos o circuito mais leve e tivemos a feliz companhia dos dois cães do hotel, Patel e Steven, que moram na recepção. Desde que foi inaugurado, no ano 2000, o resort tem cães como mascotes e, entre os hóspedes que fazem check-in, é comum escutar alguma criança procurando pelos cães, conhecidos de outras viagens. Com uma bebezinha poucos dias mais velha que a Sofia no colo, dentro da piscina aquecida, a moça de Curitiba, mãe do bebê, contava que gostava do clima de Poços de Caldas. “Em agosto também estivemos aqui e o clima era ótimo”, disse. “Ah, vocês já vieram outras vezes ao resort?”, perguntei. “Muitas! É a nossa sexta vez. Minha filha mais velha adora”, completou, engatando conversa sobre a filha de oito anos, com os monitores da recreação desde o café da manhã. Com essa fidelidade, é que o Monreale garantiu seu lugar entre os 25 melhores hotéis para famílias no Traveler´s Choice do Trip Advisor, no ano passado, esbanjando sotaque e sabores mineiros em espaços despretensiosamente confortáveis.n

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Eventos Maria Izabel Reigada, especial para a PANROTAS Madri (Espanha)

Gloria Guevara, presidente e CEO do WTTC

RUMO A SEVILHA Depois de debater, em Buenos Aires, no ano passado, a capacidade que a indústria turística tem de transformar a vida das pessoas pela geração de empregos, o World Travel & Tourism Council (WTTC) centraliza os debates de seu próximo encontro global nos agentes transformadores, os changemakers. O Global Summit do WTTC acontece em 3 e 4 de abril próximos e reunirá algumas das principais lideranças empresariais e do poder público do Turismo, uma vez que a Espanha, segundo destino do mundo mais visitado, será a sede do evento. O ex-presidente americano Barack Obama será o Keynote speaker. Sevilha, a capital da Comunidade Autônoma de Andaluzia, no sul da Espanha, deverá receber mais do que os cerca de 1,3 mil delegados que participaram da conferência do WTTC realizada em abril do 34 34 a 38.indd 34

ano passado. Pela primeira vez, o Global Summit poderá receber mais do que os membros da entidade e seus convidados. Nesta edição, podem participar profissionais do setor, mediante inscrição no valor de US$ 4 mil e aceitação por parte dos organizadores. Quem participar, deve presenciar um dos eventos mais inspiradores já promovidos pelo WTTC. Criatividade, inovação, empreendedorismo, diversidade e inclusão são as palavras-chaves na pauta do Global Summit de Sevilha, que se propõe a “inspirar os delegados com visões do futuro do setor, por meio de iniciativas e indivíduos que estão transformando a indústria”, segundo a CEO do WTTC, Glória Guevara, ex-ministra de Turismo do México. “O setor vive uma época de grandes desafios, mas também grandes oportunida-

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Sevilha, capital da Andaluzia, receberá o encontro global do WTTC nos dias 3 e 4 de abril, pela primeira vez aberto ao trade

des. Nossos estudos mostram que o Turismo será responsável pela criação de 80 milhões de empregos diretos e indiretos nos próximos dez anos”, disse a CEO do WTTC em fórum promovido na Fitur, em Madri. “Nos anos recentes, um em cada cinco empregos foi criado no Turismo. Temos de saber como capitalizar diante desse crescimento projetado”, acrescentou, ressaltando que a entidade realiza pesquisas há 25 anos em 160 países. EM MADRI No fórum promovido em Madri, foi apresentado outro estudo, esse sobre as tendências que devem moldar o comportamento das pessoas nos próximos anos e seus possíveis impactos nas viagens de lazer e corporativas. Realizada em parceria com a Bloomberg, a pesquisa apontou cinco grandes transformações: • da realidade, com novas formas de experimentar o mundo; • do consumo, destacando cada vez mais questões sustentáveis; • dos dados e do modelo como as informações podem ser utilizadas para criar experiências cada vez mais personalizadas; • da redistribuição do poder mundial, com a China superando os EUA;

e da vida, com os conceitos sobre lazer e trabalho sendo reformulados. A competitividade turística diante dessas transformações foi o tema central do fórum que o WTTC promoveu em Madri, que funcionou como uma espécie de “degustação” para a conferência anual de Sevilha. “Hoje debatemos aqui cinco megatendências que já podem ser observadas”, disse a presidente, na abertura do fórum. No discurso de abertura, Glória Guevara destacou números como o aumento dos gastos com experiências, que poderiam chegar a US$ 8,2 trilhões até 2028; e a movimentação de US$ 300 bilhões da economia compartilhada, até 2025. “Vemos ainda que entre 30% e 50% dos consumidores estariam dispostos a pagar mais por produtos sustentáveis”, concluiu. O TURISMO NO MUNDO Dados que certamente nortearão o summit deste ano acabam de ser divulgados pelo WTTC com a Oxford Economics. Eles mostram que O setor global de Viagens e Turismo cresceu 3,9% ao contribuir com uma cifra recorde de US$ 8,8 bilhões e gerar 319 milhões de postos de emprego em todo mundo em 2018. Pelo oitavo ano consecutivo, este resultado foi superior à taxa de crescimento do PIB mundial, de 3,2%. 13 a 19 março de 2019 — PANROTAS

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TURISMO NO BRASIL Contribuição do Turismo ao PIB de US$ 152,5 bilhões (8,1%) PIB Turístico cresceu 3,1%, uma das mais elevadas altas na América do Sul, o dobro da economia brasileira O forte crescimento em gasto internacional é respaldado pelo novo visto eletrônico oferecido a Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão 6,9 milhões de empregos (7,5% do total de trabalhos gerados no Brasil) US$ 6,2 bilhões aportados em 2018 pelos gastos de estrangeiros, 12,8% de alta contra 2017 Lazer 88% e negócios 12% Principais mercados internacionais 2015-2017: Argentina (36%), Estados Unidos (8%), Chile (5%), Paraguai (5%) e Uruguai (5%) Fonte: WTTC

"O Brasil ocupa posições de liderança global na contribuição do Turismo para a economia, sendo aportação do setor para o PIB nacional de 8,1%, gerando 7,5% dos empregos do País", afirmou a presidente e CEO do WTTC, Gloria Guevara. 36 34 a 38.indd 36

TURISMO NO MUNDO US$ 8,8 trilhões injetados na economia 3,9% de crescimento contra 3,2% do PIB global 10,4% das atividades globais 319 milhões de empregos, um a cada dez praças laborais Um em cada cinco novos empregos gerados nos últimos cinco anos Segundo setor de maior crescimento, atrás apenas de manufaturas (+4%), mas à frente de importantes segmentos como Cuidados de Saúde (+3,1%), Tecnologias da Informação (+1,7%) e Serviços Financeiros (+1,7%) Aumento na participação com gastos de lazer para 78,5% (acima dos 77,5% em 2017), o que significa que 21,5% foram das viagens corporativas e negócios Aumento de gastos de turistas internacionais a 28,8%, frente a 27,3% em 2017. Isso significa que 71,2% provêm dos gastos em viagens domésticas

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SEVILHA Na véspera da abertura da Fitur, o WTTC apresentou seu evento global para o mercado espanhol acompanhado da ministra da Indústria e Turismo da Espanha, Reyes Maroto, e do prefeito de Sevilha, Juan Espadas. “Sevilha é uma referência mundial do crescimento turístico urbano, motivo já suficiente para que fosse escolhida”, justificou a CEO do WTTC. “Mas além disso, tem incrível capacidade de organização de eventos internacionais e infraestrutura exemplar”, completou. O prefeito de Sevilha disse que a conferência “é uma oportunidade que não poderia ser desperdiçada.” “O Turismo é um motor econômico em si, mas também facilita o investimento empresarial em outros setores produtivos”, ressaltou. “Sevilha poderá se apresentar mundialmente. A Espanha ainda tem uma imagem internacional muito centrada em Madri e Barcelona, mas queremos ser lembrados e temos muito a mostrar aos visitantes”, disse, lembrando ainda que o evento também celebrará o 5º Centenário da Primeira Volta ao Mundo – quando Fernando de Magalhães saiu de Sevilha com cinco embarcações para encontrar um caminho pelo Ocidente até as Índias (www. vcentenario.es). Para conquistar o Global Summit do WTTC, o governo espanhol investiu 300 mil euros, que se somaram aos 900 mil euros do cooperado de Sevilha. “Em abril, em Sevilha, vamos discutir o futuro e nos preparar para ele. Estamos realmente prontos para capitalizar diante das mudanças inexoráveis que estamos enfrentando?”, desafiou a CEO do WTTC. n

TOURISM FOR TOMORROW O WTTC divulgou a lista com os 15 finalistas, em cinco categorias, do prêmio Tourism for Tomorrow, entregue durante o Global Summit. Desta vez, o Brasil conta com dois finalistas, em duas categorias distintas. O Grupo Rio da Prata, de Bonito/Jardim, no Mato Grosso do Sul, é finalista na categoria Destinos, enfrentando concorrentes das Filipinas e de St. Kitts & Nevis, no Caribe. Na categoria Investimento em Pessoas, a Reserva do Ibitipoca, em Minas Gerais, é a finalista, disputando a premiação com empreendimentos da Índia e da Tanzânia. No ano passado, o Uakari Lodge, no Amazonas, também ficou entre os finalistas da premiação, não tendo vencido. O mesmo ocorreu com o Refúgio Ecológico Caiman, finalista em 2017, e com o destino Bonito, finalista em 2014.n

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