PANROTAS 1.365

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Edição nº 1.365 - Ano 27 | 27 de março a 2 de abril de 2019 | R$ 11,00 | www.panrotas.com.br

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PRESIDENTE

José Guillermo Condomí Alcorta CHIEF EXECUTIVE OFFICER (CEO) José Guilherme Condomí Alcorta (guilherme@panrotas.com.br)

DIRETORA DE MARKETING E EVENTOS Heloisa Prass

CHIEF TECHNOLOGY OFFICER (CTO) Ricardo Jun Iti Tsugawa

REDAÇÃO (redacao@panrotas.com.br)

EDITOR-CHEFE E CHIEF COMMUNICATION OFFICER: Artur Luiz Andrade

(artur@panrotas.com.br) Coordenador de Redação: Rodrigo Vieira (rodrigo@panrotas.com.br) Coordenador Web: Danilo Alves (danilo@panrotas.com.br) Pancorp/Viagens Corporativas: Karina Cedeño Conteúdo para marcas: Thelma Lavagnoli

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Reportagem: Leonardo Ramos, Marcel Bueno, Marcos Martins, Isabella Tagliapietra (estagiária-SP) e Thalita Almeida (estagiária-RJ) Fotógrafos: Emerson de Souza, Filip Calixto (São Paulo) e Marluce Balbino (Rio de Janeiro) MARKETING Analista: Erica Venturim (erica@panrotas.com.br) PRODUÇÃO Aline Monteiro (aline@panrotas.com.br) Pedro Moreno (pedro@panrotas.com.br) COMERCIAL Gerente: Ricardo Sidaras (rsidaras@panrotas.com.br) Executivos: Flávio Sica (sica@panrotas.com.br) Renato Sousa (rsousa@panrotas.com.br) Rene Amorim (rene@panrotas.com.br) Sônia Fonseca (sonia@panrotas.com.br) Big Data: Igor Vianna (igorvianna@panrotas.com.br) Jéssica Andrade (jessica@panrotas.com.br)

Assistentes: Ítalo Henrique (italo@panrotas.com.br) Rafaela Aragão (rafaela@panrotas.com.br) FALE CONOSCO Matriz: Avenida Jabaquara, 1.761 – Saúde São Paulo - Cep: 04045-901 Tel.: (11) 2764-4800 Brasília: Flavio Trombieri (flavio@panrotas.com.br) Tel: (61) 3224-9565 Rio de Janeiro: Simone Lara (simone@panrotas.com.br) Tel: (21) 2529-2415/98873-2415 ASSINATURAS Chefe de Assinaturas: Valderez Wallner Para assinar, ligue no (11) 2764-4816 ou acesse o site www.panrotas.com.br Assinatura anual: R$ 468 Impresso na Referência Gráfica (São Paulo/SP)

Quer ler a revista PANROTAS pelo celular? Manda um WhatsApp pra gente (11 95609-1507) ou use o QR Code ao lado.

Associações

Parceria Estratégica

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ÍNDICE

nº 1.365 | 27 de março a 2 de abril de 2019 | www.panrotas.com.br

05 Editorial

Quebra-cabeças sem emendas

06 Abre

Otimismo e produtividade

10 Dia 1

O que falta para o Turismo ser protagonista no Brasil? E muito mais

12 Mais fotos do evento 26 Sala Vip Elo

Veja quem esteve no lounge

28 Dia 2

Painel das companhias aéreas, ministro do Turismo e outros temas

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Editorial

QUEBRA-CABEÇAS SEM EMENDA

M

ontar um quebra-cabeças de forma que, ao final, não se vejam as emendas, as divisões entre as peças, e sim tão somente uma figura bela e uniforme, é um desafio que requer equipamentos, paciência, coordenação, tempo, inteligência, empenho, dedicação, suor (talvez lágrimas), visão espacial, distanciamento, apego... enfim, pessoas. Profissionais comprometidos com o resultado final, que geralmente é entregar um bom produto ao cliente. No caso do Fórum PANROTAS, nós, da PANROTAS, temos como missão fazer valer o tempo e os investimentos de todos os participantes (profissionais e empresas), entregando conteúdo e formatos com organização, qualidade, entrosamento e aquela pitada de encantamento e surpresa. Para isso, não há segredo. Toda nossa equipe (Administrativo, TI, Comercial, Redação, Marketing e Diretoria) comprometida e envolvida no evento, e contando com parceiros de longa data (e alguns novos), que não apenas vestem a camisa, mas olham com os nossos olhos.

Muito obrigado às equipes e lideranças da Imaginadora, R1 Soluções Audiovisuais, Villa Blue Tree, Tes Cenografia, Vice-Versa Traduções, Cep Transportes, GTA Assist, Mosca Multimídia, 42 Labs, Bekup Seguros, Credencie, Friends Solution, PAE, Rede Riema, Pestana São Paulo, Estanplaza Paulista, Blue Tree Paulista, British Airways, Gol Linhas Aéreas, Aerolíneas Argentinas, WTS Eventos, Omni Áudio, Coresphere, Power Graphics, Duda Adelina Instituto, Editora Referência, Exponor, Banda Alana e Pedro Miranda e tantos outros que se comprometeram nessa organização. Obrigado por nos ajudarem a encantar nossos clientes e contar boas histórias ao nosso lado. E a todos que lá estiveram ou que nos acompanharam via Facebook ou Portal PANROTAS, nossa gratidão e convite para que continuem conosco nesse ano de 45º aniversário da PANROTAS e nos que virão. A figura que todos nós ajudamos a montar está em nossa memória para sempre e nos ajudando em nosso dia a dia por muito tempo ainda.n

Artur Luiz Andrade Editor-chefe e Chief Communication Officer da PANROTAS artur@panrotas.com.br

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Fórum PANROTAS 2019 Artur Luiz Andrade

1,3 mil participantes nos dois dias de 17o Fórum PANROTAS

OTIMISMO E PRODUTIVIDADE A 17ª edição do Fórum PANROTAS recebeu 1.310 profissionais da indústria de Viagens e Turismo, que saíram de lá com muito o que pensar. Mais que isso, com muito o que planejar. Ver como usar tanta informação em seu negócio, absorvendo o que é mais imediato e urgente, deixando na gaveta à mão outros dados para projetos que sairão em breve, e até descartando alguns pontos, já decidindo que algumas alternativas não farão parte da sua estratégia. Afinal, hoje mais que nunca, há caminhos diversos e nem todos devem escolher o mesmo. A hotelaria é um exemplo disso, com as marcas tendo que criar produtos para cada consumidor ou focando nos que lhe interessam mais. Na distribuição, há sim quem queira estar no topo das opções digitais, brigando centavo a centavo, clique a clique, com as gigantes do Brasil e no mundo, mas também quem quer ser especializado ou focado na personalização do atendimento. Na aviação, há quem aposte em mais players no Brasil, com as recentes medidas de fim do visto para quatro mercados (Estados Unidos, Japão, Canadá e Austrália) e de abertura de 100% de capital estrangeiro para as aéreas nacionais, mas existem os que acreditam que o custo Brasil, e 6 6 e 8.indd 6

sua burocracia intrínseca, são entraves para novos players (haja vista a situação da Avianca Brasil e de outras que já se foram). Tudo isso e muitos outros aspectos da indústria foram debatidos no evento, que mostrou como o encontro de gerações pode ser inspirador e enriquecedor, e também quais seus desafios. Abordamos também o tema da retenção de talentos nas empresas, assim como diversos aspectos da tecnologia impactando nosso dia a dia e muitas vezes o virando de cabeça para baixo. Como no caso do NDC, tema ainda nebuloso para a distribuição do produto aéreo, e que a vice-presidente do Sabre para o assunto, Kathy Morgan, ajudou a esclarecer. E depois do painel, constatamos que ainda há muito a ser debatido, testado e decidido. É sim um assunto técnico, árido, mas fundamental. Depois não adianta reclamar que não sabia, foi pego de surpresa, não foi chamado ao debate... O Fórum PANROTAS 2019 manteve o nível de palestrantes no palco e ouvintes interessados e de qualidade na plateia. Via Whatsapp (o mesmo número em que recebem a revista PANROTAS digital toda sexta-feira), muitos enviaram perguntas e comentários,

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Guillermo Alcorta e Guilherme Alcorta, presidente e CEO da PANROTAS

Banda Alana com o finalista do The Voice Kids Pedro Miranda

interagindo em tempo real. No mínimo, dando sua opinião. Todo o evento foi transmitido ao vivo pelo Facebook (os vídeos estão lá na página da PANROTAS), com exceção da palestra final, do procurador Deltan Dallagnol. Portanto, se perdeu alguma palestra, se não pôde comparecer, visite nossa página no Facebook (portalpanrotas). E veja toda a cobertura em tempo real no Portal PANROTAS. Nesta edição, trazemos os highlights do Fórum 2019, mas lembramos que: 1) guardamos dados de duas pesquisas exclusivas para a próxima edição (na primeira soubemos que as famílias brasileiras gastarão R$ 70 bilhões em viagens este ano, na segunda que os agentes de viagens estão cada vez mais usando e recomendando o Instagram); e 2) nada substitui a presença no evento e a troca de experiência com palestrantes e demais participantes. Mesmo assim, este ano, a transmissão pelo Facebook foi muito elogiada e usada por quem estava em viagem ou com outros compromissos, mas queria ver palestras específicas. POLÍTICA Para que levar políticos ao Fórum PANROTAS? Uma pergunta que muitos se fazem. Mas por que reclamamos dos políticos? Geralmente porque tomam decisões que estão distantes da realidade de nosso setor. As presenças do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, e do governador do Rio, Wilson Witzel, serviram para mostrar a eles que a indústria está atenta e fiscalizando, e para exigir uma proximidade e interação com o trade na hora de tomar as tais decisões. Como sempre somos otimistas, gostamos das mensagens passadas pelos dois. Mas cobraremos resultados e comprometimento com o Turismo. INSPIRAÇÃO Também levamos ao fórum cases para inspirar a todos. E dessa vez radicalizamos: uma menina de 16 anos nos ensinou como pensa a geração Z e como ela se relaciona com as redes sociais e as marcas que promove. Nada menos que Maisa, com mais de 37 milhões de seguidores, maior número no mundo entre as adolescentes. E Henrique Portugal, músico do Skank, mostrou que a tecnologia pode ajudar, inspirar e colaborar com os processos criativos e empresariais. No painel Lugar de Mulher, mais surpresas: cinco vencedoras que quebraram barreiras e mostraram que a ques8 6 e 8.indd 8

tão de gênero começa a ser superada no País. Ainda falta muito? Claro. Mas um bom caminho foi andado. De uma maquinista de 19 anos de idade da CPTM, a companhia de trens de São Paulo, a uma co-pilota da Gol, o painel foi dos mais elogiados no evento. Inspiração também veio da Banda Alana, que abriu o fórum com o cantor mirim Pedro Miranda, do The Voice Kids. A banda é do Jardim Pantanal, área carente da zona leste paulistana, e usa a música como instrumento de inclusão social e oportunidade de trabalho à comunidade. E Pedro Miranda mostrou que não há idade para seguir seus sonhos. Na sequência da abertura, mais um encontro de gerações: Guillermo Alcorta, presidente e fundador da PANROTAS, com 80 anos de idade, apresentando oficialmente José Guilherme, seu filho, conhecido no trade como Zé, como seu sucessor, e este dizendo tudo o que aprendeu e se orgulha do pai e que quer passar para a filha que está a caminho. Emoção, DNA, gestão, sucessão, aprendizados... Tudo em um momento que até foi ensaiado, mas que cresceu com a quentura do momento, a adesão da plateia lotada, e a humanidade que está por trás e à frente de qualquer empresa, tenha ela o tamanho que tiver, e atue no que segmento que for. Um Fórum PANROTAS para a história, no ano dos 45 anos da empresa. E estamos apenas começando. Boa leitura. Boas reflexões. E que este outono seja uma temporada de transformações e trocas, mas também de reforço daquilo que nos faz sermos fortes, enraizados e perenes. O Fórum PANROTAS 2019 conta com aliança institucional da CNC Sesc Senac, patrocínio de Accor Hotels, Aerolíneas Argentinas, Air Europa, Alitalia, Assist Card, AM Resorts, Best Western Hotels & Resorts, Beto Carrero World, Elo, Fecomercio São Paulo, Gol, Delta e Air France-KLM, GTA Assist, Iberia/British, Iberostar, Localiza Hertz, Omnibees, Pegasus, R1 Audiovisual, Reserve, Royal Palm Hotels & Resorts, Sabre, Tes Cenografia, Villa Blue Tree, Visit Orlando, Wex, Wyndham Hotels & Resorts e apoio da Aviva, Cep Transportes, CVC Brasil, Pegasus Transportation, Tour House e Vice Versa. Veja tudo o que aconteceu na nossa página no Facebook (portalpanrotas), com a maioria das palestras disponíveis na rede social. n

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Fórum PANROTAS 2019

DIA 1

PROTAGONISMO

Confira os destaques da plenária no primeiro dia do 17º Fórum PANROTAS

Alexandre Moshe, da Decolar, Bruno Lasansky, da Localiza Hertz, Eduardo Bernardes, da Gol, Luiz Fernando Fogaça, da CVC Corp, e a moderadora Juliana Bettini, do BID

O que falta para o Turismo ser protagonista no Brasil? Na posição de um dos primeiros grandes eventos do ano, e pela crescente responsabilidade em levar conteúdo que norteie as ações da indústria o Fórum PANROTAS, nesta 17ª edição, voltou a tocar nesses pontos críticos, afinal, o que não faltou na plateia foi tomador de decisão. Não só na plateia, mas também no palco. No primeiro dia do evento, subiram para debater os líderes das duas maiores distribuidoras de viagens do Brasil, CVC Corp, e Decolar.com, ao lado do vice-presidente da principal aérea em volume doméstico e do COO da maior locadora de automóveis do País, a Localiza Hertz. Afinal, o cenário macro está desafiador e o Brasil está sendo governado por novos líderes. Os desafios são vários no País, mas nota-se que o Turismo está sendo tratado como uma grande oportunidade para gerar divisas, empregos e movimentar a economia. Infraestrutura, segurança e mais holofotes mirados ao setor foram temas levantados pelos empresários em um dos principais painéis da terça-feira. Privatização de aeroportos e liberação de vistos, pautas levantadas pelo governo Jair Bolsonaro, também foram ressaltados. Pontos para os quais todos devem ficar de olhos abertos. “Há questões importantes principalmente para quem vem de fora do País, que são um número pequeno em comparação com outros destinos, mas a receptividade do povo brasileiro é muito bem avaliada”, afirmou o presidente da CVC Corp, 10 10 a 24.indd 10

Luiz Fernando Fogaça. O número de chegadas internacionais foi de 6,58 milhões em 2017, bem menor se comparado aos 92,14 milhões de desembarques domésticos no mesmo ano. Já a mobilidade é um ponto afetado pela segurança, e o COO da Localiza Hertz, Bruno Lasansky, destaca que “o primeiro desafio para o turista estrangeiro tem a ver com a confiança”. “Os movimentos recentes de privatização de aeroportos vão ajudar a oferta, infraestrutura e qualidade do serviço. E observamos com bons olhos a liberação de vistos para quatro países, incluindo Estados Unidos, porque vai facilitar a vinda de turistas para cá.” De acordo com ranking do Fórum Econômico Mundial (WEF), o Brasil é primeiro colocado em recursos naturais e oitavo na categoria recursos culturais e viagens de negócios, ocupando a 27ª posição (de 137) no ranking de Turismo em 2017. Em relação à malha aérea, o vice-presidente da Gol, Eduardo Bernardes, definiu alguns dos pontos mais relevantes. “Tem uma bandeira que defendemos por meio da Abear que é a manutenção e melhoria do processo de liberdade tarifária. Outra evolução é a desregulamentação da bagagem, o que já mostra resultados efetivos.” “É evidente que trabalhar no cenário de economia estável e operar em local com segurança, infraestrutura e qualificação é muito importante, mas mesmo com todo esse cenário acreditamos que temos um mundo de oportunidades”, finalizou o diretor geral da Decolar.com, Alexandre Moshe.

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O presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, divulgou dados da pesquisa durante o Fórum PANROTAS

CLASSE C E O DESEJO DE CONSUMIR VIAGENS Boa notícia! Se o que falta para o Turismo ser protagonista passa pela infraestrutura, segurança, economia e outros fatores primordiais para a indústria finalmente ser uma potência no doméstico e sair dos insuficientes seis milhões de visitantes estrangeiros, não falta vontade do brasileiro em viajar. A crise econômica enfrentada pelo País nos últimos anos não foi suficiente para tirar o item viagens da cesta básica do nosso consumidor. Com maior poder aquisitivo do que há dez anos, a classe C literalmente ampliou seus horizontes: seu principal item de intenção de consumo este ano são as viagens nacionais, com 58% de preferência.

Esse público também está mais exigente: duas em cada três pessoas da classe C preferem marcas de empresas que tenham valores parecidos com os seus e apenas 11% se identificam com a forma como as propagandas representam as pessoas. Os dados foram divulgados pelo presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, durante o Fórum PANROTAS. A pesquisa também revela que o maior mercado consumidor no Brasil não são as classes A, B ou C, mas sim os brasileiros com mais de 50 anos, que, ironicamente, são um público ainda ignorado pelas estratégias de marketing das empresas. O estudo completo será publicado em breve na revista PANROTAS.

Adriana Cavalcanti, da WTM Latin America, Beth Furtado, da Decode, Gabryella Corrêa, da Lady Driver, e Marcelo Carvalho, da Ancar Ivanhoe

SEJA OMNICHANNEL Por falar em consumo, o que o Turismo pode aprender com os grandes centros de compra que são os shoppings centers, um modelo tão querido pelo brasileiro? A conclusão do painel “Varejo Online, Offline e Híbrido: Como outros setores transformam a experiência de compra” mais pertinente à nossa indústria é que o mundo on-line não substituirá o físico. Por mais que a tecnologia encurte distâncias, ela nunca traduzirá de forma fiel a experiência de estar presente em um local – pelo contrário, as inovações tecnológicas serão meios de melhorar este momento, ao reduzir atritos e criar novos modos de aproveitá-lo. Isto é, há espaço para OTAs, vendas di-

retas e, claro agências de viagens, atuarem juntas. Ainda melhor, dá para atuar em todas essas frentes: coexistir em lojas físicas e no ambiente digital (incluindo mobile), oferecendo seu produto e serviço em diversos canais e contar com uma integração rápida e sem atritos entre eles. A chave deste novo momento, seguindo o raciocínio do copresidente da rede de shoppings Ancar Ivanhoe, Marcelo Carvalho, é descobrir o híbrido perfeito entre os dois mundos, opostos e ao mesmo tempo totalmente interligados. “O consumidor pode começar a compra em um canal on-line e terminar na loja, além de poder pagar onde ele quiser, no mobile, desktop ou com o lojista”, acrescenta a psicóloga e responsável pelo Marketing da Decode, Beth Furtado. “Um viajante pode, assim, conhecer e iniciar contato com agências via redes sociais, para posteriormente realizar uma consultoria presencial e, enfim, fechar a compra, com a confiança de conversar pessoalmente com o agente especialista no assunto.” 27 de março a 2 de abril de 2019 — PANROTAS

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João Woitchecosky, Celso Guelfi, Leonardo Guelfi, Filipe Ferraz e Gelson Popazoglo, da GTA

Raffaele Cecere e Rodrigo Caetano, da R1 Audiovisual

Fernanda Mangini, do Sabre, entre Bruno Lobo e Leandro Guedes, da Wex

Maria Camilla Alcorta, da Ideas4brand, com Luís e Solange Vabo, do Reserve

Fabiano Silva, Rodrigo Ribeiro e Flavio Silva, do Villa Blue Tree

Fabio Mader, Luiz Fogaça e Sylvio Ferraz, da CVC Corp, e Luciano Guimarães, da Rextur Advance

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Goiaci Guimarães com Eduardo Bernardes, da Gol

João Faria e Orlando Giglio, da Iberostar

Fernando Cavalheiro, da CEP Transportes

Denis Ribeiro, Jean Marc Pouchol, e Seth Van Straten, da Air France-KLM

Alexandre Gehlen, da Intercity, e Luis Ferrinho, da Omnibees

José Antônio Coimbra, Christiane Momose, Carolina Ribeiro Kahl e Daniel Santoro Aragon, da Iberia-British

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O editor-chefe da PANROTAS, Artur Luiz Andrade, mediou o debate, que contou com a participação de Kathy Morgan (Sabre), José Coimbra (Iberia-British) e Erinaldo Silveira (CWT)

DESMISTIFICANDO O NDC Na hora de se aprofundar ainda mais na atividade do agente de viagens e operador, o Fórum PANROTAS abordou o tema distribuição aérea. E não há como falar sobre o futuro sem abordar o New Distribution Capability, o NDC, novo padrão de distribuição para companhias aéreas criado pela Iata, que impacta o setor como um todo. Existem diversos mitos em torno do NDC, e a vice-presidente do Sabre, Kathy Morgan, esclareceu grande parte deles durante o evento. Com interação do público e participação do country manager da Iberia-British no Brasil,

José Antonio Coimbra, e do diretor sênior da CWT, Erinaldo Silveira, o painel apresentou os benefícios que o NDC traz. Um deles é o aumento da receita das aéreas com serviços auxiliares, os quais hoje respondem por apenas 10% do faturamento e pode chegar aos 20% com a adesão ao NDC. É importante ressaltar que a chegada do novo sistema não irá acabar com o GDS, segundo Kathy. “Ambos os sistemas têm espaço no mercado e o GDS continuará existindo, porque por enquanto uma grande quantidade do conteúdo irá permanecer fora do NDC”, comentou.

DESCONTRAÇÃO OU INSPIRAÇÃO? Quem achou que a palestra da adolescente mais seguida do mundo no Instagram, Maisa, seria um momento para descontração, algo que em nada acrescentaria como ferramenta profissional, se enganou. Muita gente não conhecia a estrela do SBT que desde criança “importunava” Silvio Santos. Hoje aos 16 anos, Maisa tem um programa na emissora e ninguém com menos de 18 anos tem mais followers do que ela na principal rede social do mundo. A atmosfera na plenária foi contrastante na comparação entre antes e depois. O público aplaudiu, riu, aprendeu e lamentou quando chegou ao fim. “A relevância do influenciador na decisão de compra” foi o tema do bate-papo de Maísa com o gerente de Marketing da Gol, German Carmona. A jovem aproveitou a oportunidade para listar dicas importantes às marcas que desejam aproveitar o engajamento e alcance dos influenciadores digitais. “O Turismo é um ramo unânime, pois todo mundo gosta de viajar e consome, de uma maneira ou outra, seja a trabalho, lazer ou das duas maneiras. A dica é primeiro buscar um influenciador que

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Gerente de Marketing da Gol, German Carmona entrevistou a estrela Maisa durante talk show no Fórum

faça sentido para a marca e pensar em como abordar o assunto que você quer falar, ou seja, a sua necessidade. O influenciador será um porta-voz com a luz e os tons que recebemos no briefing”, explicou. Boas inserções para quem tem anos de Turismo, cabelos brancos e entende a importância sem volta da influência que estrelas como Maisa têm na inspiração e no poder do consumidor.

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TRANSFORMAÇÃO DIGITAL De volta ao digital, a palestra do CIO da Elo, Hamilton Berteli, reforçou que o modo de consumir viagens está mudando constantemente. A tecnologia domina, de ponta a ponta, a jornada do viajante, desde as pesquisas dos destinos, passando pela busca e reserva de passagens e hotéis, e, enfim, a viagem em si. No centro disso tudo, o universo mobile – e é nele que as empresas devem focar seus investimentos. “Inevitavelmente é o consumidor que comanda para onde os investimentos devem ir. E o cliente de hoje busca suas viagens, reserva e compartilha suas viagens pelo celular”, resume Berteli, que adianta: não é uma missão fácil se diferenciar e acompanhar as novidades do mundo dos smartphones. O executivo determinou cinco passos para as empresas seguirem na hora de passar por uma transformação digital. Começando pela estratégia: no centro dela deve estar, sem exceções, o cliente. Ganharão espaço no mercado as empresas que descobrirem meios de facilitar sua experiência por meio de inovações tecnológicas. As duas dicas seguintes acabam se interligando: business agility e ecossistema aberto para o mercado. Isso porque a ideia de criar novos produtos em ciclos de três ou cinco anos está ultrapassada: novas tecnologias surgem dia após dia, e a empresa deve ser extremamente ágil para acompanhar isso e não ficar para trás no mercado – mesmo que isso signifique adquirir tecnologias e/ou startups externas para se manter relevante. Uma das tendências mais insistidas, a personalização também entrou na lista do CIO da Elo. Estudar toda a jornada do

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Hamilton Berteli, CIO da Elo

cliente e reunir dados de seu público-alvo determinarão os novos produtos e apostas da empresa. Afinal, como sempre, “o consumidor manda”, lembra Hamilton Berteli antes de dar uma última e conclusiva dica: ter flexibilidade em seu sistema/produto para, quando necessário, integrar rapidamente novidades tecnológicas para seu core business.

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UM CASE CORPORATIVO Trazendo o diferencial de oferecer espaços para eventos corporativos com experiências socioambientais, a empresa Muro Alto Eventos foi o case apresentado pelo Sebrae no Fórum PANROTAS. O empresário Marcelo Simão era um advogado quando resolveu abrir o próprio negócio. Já tinha o espaço e a visão empreendedora, então resolveu buscar o apoio do Sebrae para fazer sua empresa ganhar vida. Por meio da ajuda da entidade ele realizou pesquisas de mercado e conseguiu entender as características da região onde iria atuar, podendo assim investir em seu negócio com mais segurança. A Muro Alto iniciou suas operações em 2017 e o faturamento da empresa até abril deste ano será igual ao faturamento obtido ao longo de 2018. No ano passado a empresa registrou crescimento de 325% e expectativa é que

Rodrigo Sá, diretor global de Desenvolvimento de Negócios da Hyperloop

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O empresário e fundador da Muro Alto Eventos, Marcelo Simão, com Patricia Albanez, do Sebrae Nacional

este ano cresça dez vezes mais. Um dos objetivos da Muro Alto é proporcionar aos participantes dos eventos experiências socioambientais que resgatem a relação do homem com a natureza e a empresa foi premiada com um dos três melhores espaços para eventos do Paraná.

TRANSPORTE DO FUTURO Imagine pegar um trem entre São Paulo e Campinas (SP), mas em vez de medir o tempo do trajeto em horas, pensar em minutos – seis, para ser exato. A proposta é audaciosa, quase futurista, mas está próxima de tornar-se realidade: a Hyperloop, idealizadora do projeto desenvolvido por Elon Musk, pretende fazer o primeiro teste de seu trem 'voador' de 1.223 quilômetros por hora neste ano com passageiro, e estrear a primeira linha até 2022. Para alcançar a incrível velocidade (praticamente a mesma do som), o trem não usa trilhos: ele ‘levita’, sendo movido por um sistema de impulsão a partir de imãs. “Mais do que a rapidez, vejo outro motivo para esse meio de transporte ser o futuro do mercado: é 100% sustentável”, destacou o diretor global de Desenvolvimento de Negócios da empresa, Rodrigo Sá.

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Elisa Carneiro e Esteban Velasquez, do Sabre

Germana Magalhães e Patrícia Albanez, do Sebrae Nacional

André Almeida e Jane Terra, do Visit Orlando, e Luiz Araujo Jr., da Disney Destinations

Héber Garrido, da Aviva

Flávia Fernandes (Imaginadora), Fernando Cavalcanti (Azul Mob), Anderson Wolff (Gol), Daniel Rocha (AM Resorts), Enzo Marzo (Triplab), Paula Braga (Amadeus), Zoe Lara (AM Resorts), Guilherme Fussi (Milhas Fácil) e Alexandre Anjos (M Travel) após sorteio de diárias da AM Resorts

Cleiton Feijó, Fernando Padrón e Alexandre Camargo, da Assist Card

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Matt Teixeira, da Best Western, e Artur Andrade, da PANROTAS

Sheila Fontana, Carlos Antunes, Camila Souza, Benedetto Mencaroni e Luciana Alcini, da Alitalia

Fábio Camargo, da Delta Air Lines, Daniela de Araujo, da Gol Linhas Aéreas, e Fabio Mader, da CVC Corp

Tabata Amorim, Anna Paula Cesario, João Paulo Floriano, Daniela Rabay, Antonio Dias, Gisele Stefanel, Leticia Carvalho e Milena Martins, do Royal Palm Plaza Resort

Viviane Simão, Gonzalo Romero, Claudia Shishido e Mariana Campos, da Air Europa

Débora Bordin, da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul, e Ricado Sidaras, da PANROTAS

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Ivan Cadahia e Diógenes Toloni, da Aerolíneas Argentinas

Simone Martins, da Tes Cenografia

Alejandro Moreno, Maria Carolina Pinheiro e Armando Ramirez, da Wyndham Hotels & Resorts

Natálie Amorim e Gustavo Gomes, da Localiza Hertz

Networking é um dos pontos altos do evento, que conta com vários tomadores de decisão da indústria

Mariana Aldrigui, Ana Paula Locoselli e Maria Izabel Mello, da Fecomercio-SP

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Renata Laureano e Vanessa Ikemori, da Vice Versa

Esequiel Santos, do Grupo Trend, Carlos Prado, da Tour House, Mauricio Favoretto, do Grupo Trend, e Cesar Nunes, da Atrio Hoteis

Flávio Gordiano, Raphaelle Colas, Patrick Mendes e Steven Taylor, da Accor Hotels

O procurador da República Deltan Dallagnol entre Claudia Menezes e Fernando Pereira, da Pegasus Transportation

Alexandre Sampaio e Vanessa Paganelli, da CNC

Régis Rodrigues, Rogério Siqueira, Rafaela Marques, Caroline Beber, Luciane Gonçalves, e Roberto Vertemati, do Beto Carrero World

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INCLUSÃO A inclusão deve cada vez mais ser praxe nos grandes eventos do Turismo. O Fórum PANROTAS 19 trouxe para a equipe responsável pelo evento dois atendentes com Síndrome de Down, Alessandro Cervino e Beatriz Locaspi, ambos do Programa de Atendentes Eficientes (PAE), e ainda uma trainee de fotógrafa, Manu Vazquez, filha de Leonor Bernhoeft (LTN) e Carlos Vazquez (Esferatur), também portadora da necessidade especial. "Os jovens com Síndrome de Down não são um peso e precisam ter oportunidade de trabalho. Em uma sociedade aberta, eles conseguem produzir e ser um consumidor potencial também para o Turismo”, avaliou uma das diretoras do PAE, Maria Clélia, também diretora no Expo Center Norte.n

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Sala Vip Elo

Paulo Nascimento e Alex Todres, da Viajanet, com Gustavo Lafayette, da Elo

Guilherme Alcorta, da PANROTAS, entre Edmar Bull e Edmar Mendoza, da Copastur

Leonel Reyes e Carla Cecchele, da RCD Hotels, e Jorge Souza, da Orinter

Fillipi Nobre, da Elo, José Antônio Coimbra, da Iberia/British, Beatriz Pires e Gustavo Lafayette, também da Elo

Juliana Pena, do Orlando International Airport, com Claudia Menezes, da Pegasus

José Guilherme Alcorta, da PANROTAS, e Vanessa Paganelli, da CNC

Artur Luiz Andrade, José Guilherme Alcorta e Guillermo Alcorta, da PANROTAS, a jornalista Izabella Camargo, Marcelo Álvaro Antônio, ministro do Turismo, e Daniel Nepomuceno, secretário executivo do MTur

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Sala Vip Elo

Gustavo Lafayette, Beatriz Pires, Fillipi Nobre e Leandro Galvão, todos da Elo

José Guilherme Alcorta, da PANROTAS, entre Marcelo Marques e Fillipi Nobre, da Elo

Guillermo Alcorta, da PANROTAS, Ana Maria Berto, da Orinter Tour & Travel, Catia Frias, da American Airlines, e Guillermo Nardi, da Pluralis

Magda Nassar, da Braztoa, Guillermo Alcorta, da PANROTAS, e Maria Camilla Alcorta, da Ideas 4 Brand

Patrick Mendes, da Accor, Mauricio Favoretto, do Grupo Trend, Claiton Armelin, da CVC Corp, e Luis Ferrinho, da Omnibess

Wilson Witzel, governador do Rio de Janeiro, e Alexandre Sampaio, da CNC

Eduardo Sanovicz, da Abear, Jerome Cadier, da Latam, John Rodgerson, da Azul, José Guilherme Alcorta, da PANROTAS, e o jornalista William Waack

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Fórum PANROTAS 2019

DIA 2 Um dos painéis mais aguardados da 17ª edição do Fórum PANROTAS, assim como em todas as anteriores, foi o que reuniu algumas das principais lideranças da aviação comercial brasileira. No segundo dia, o debate abordou pautas como a concessão de aeroportos, custo Brasil, redução de ICMS e retirada da exigência de visto para quatro países. Simultaneamente ao fórum, a Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que elimina o teto de participação do capital estrangeiro em empresas aéreas nacionais. A medida, acredita o Ministério do Turismo, poderá fazer com que até 12 novas companhias aéreas passem a operar no Brasil, e junta-se a isso o otimismo com a liberação do visto para quatro mercadoschave, entre eles os Estados Unidos. O presidente da Azul, John Rodgerson, não teme a concorrência e diz que está preparado para os possíveis novos entrantes, mas alertou que isso não deve ser a prioridade do governo. “O que nós precisamos nos preocupar é com os custos elevados que as quatro empresas que já operam aqui têm”, afirmou. A liberação do capital estrangeiro por si só não aumentará a concorrência, na opinião do presidente da Latam Brasil, Jerome Cadier. Pelo contrário, poderá colocar no mercado empresas com pouca rentabilidade. “Os custos do Brasil são altíssimos. Nós pagamos caro combustível e enfrentamos processos trabalhistas por conta de leis que não acompanham o mercado mundial. As empresas podem chegar 28 28 a 46.indd 28

NO AR E EM SOLO

Veja o conteúdo da plenária na quarta-feira de 17º Fórum PANROTAS:

John Rodgerson, presidente da Azul, Jerome Cadier, presidente da Latam Brasil, e Eduardo Sanovicz, presidente da Abear, fizeram o painel sobre aviação, com mediação do jornalista Wiliam Waack

aqui, serão bem-vindas, resta saber se elas serão rentáveis”, disse Cadier. Poucos dias antes do evento, mais 12 aeroportos foram entregues à iniciativa privada. Rodgerson, que afirmou que pretende ter uma malha com 150 destinos brasileiros contra os 105 atuais, pediu mais atenção ao dinheiro arrecadado com os leilões. Para ele, a infraestrutura técnica dos aeroportos brasileiros, principalmente os afastados das capitais, precisa receber mais investimentos. “Nos Estados Unidos, aeroportos não são fechados quando são acometidos por nevoeiros. No inverno, a gente precisa mudar toda a nossa malha porque sabemos que enfrentaremos contingências climáticas e, que segundo as leis brasileiras, são de responsabilidade da companhia aérea”, disse. “A concessão é importante sim, sem dúvida alguma, mas os investimentos em áreas técnicas são de maior necessidade”. Rodgerson e Cadier ainda pediram um trabalho mais sério e uma promoção melhor do destino Brasil no Exterior. Para eles, de nada adianta a liberação de visto para os quatro mercados-chave se o Brasil não for visto lá fora tanto pelo consumidor quanto pelo trade.

Ao mesmo tempo em que Avianca Brasil, Azul, Gol e Latam “brigam” para conquistar mais passageiros no doméstico e no internacional, elas se solidarizam quando uma enfrenta situações ou decisões difíceis. Recentemente, o mundo acompanhou o desdobramento da crise que levou a Boeing a recomendar a paralisação de todos os aviões da família Max em todo o mundo. A Gol foi uma das primeiras a deixar suas aeronaves, responsáveis pelos voos internacionais de longa distância da companhia, no chão. “O Max vai voltar a voar e será mais seguro do que qualquer outra aeronave. A gente não brinca em serviço. Se tem algum problema técnico, ele é tratado e corrigido”, destacou o presidente da Azul. Sanovicz elogiou publicamente a atitude da Gol, de seu presidente, Paulo Kakinoff, e de toda a equipe. “Toda a indústria neste momento ajuda um ao outro, e são atitudes que nem de longe afetam o compliance e a competitividade das companhias. Esse episódio serve para que cada um de vocês [plateia], que alimentam a cadeia da aviação, entendam que a segurança é uma premissa da indústria”, finalizou.

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Eliseu Barros, da ABIH-CE, e Manoel Linhares, da ABIH Nacional

Andre Almeida e Jane Terra, do Visit Orlando, e Luiz Araújo Júnior, da Disney Destinations

José Guilherme Alcorta, da PANROTAS, e Renata Tacla

Zoe Lara, da AM Resorts, e Ana Maria Donato, da Imaginadora

Leonor Alba Bernhoeft, da LTN Brasil, e Carlos Vasquez, da Esferatur

Momento de interação dos participantes em um dos intervalos de palestras

Otávio Leite, secretário do Turismo do Rio de Janeiro, Eduardo Sanovicz, da Abear, Philipe Campelo, do Rio Convention & Visitors Bureau, John Rodgerson, da Azul, e Wilson Witzel, governador do Rio de Janeiro

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Manu Vazquez, filha de Carlos Vazquez, da Esferatur, e de Leonor Bernhoeft, da LTN, participou do evento como trainee de fotógrafo da PANROTAS

Guillermo Alcorta, da PANROTAS, ao lado da jornalista Izabella Camargo, MC do evento

Uma selfie para registrar um dos momentos de interação no fórum: Artur Andrade e Guilherme Alcorta com os agentes de viagens da Unav

Venicio Cardoso, da BCD Travel Brasil, Patrícia Mello, da Credit Suisse, José Francisco Vieira, do Travel Manager Group, e Sérgio Rocha, da Lamego Viagens

A apresentadora Maisa, do SBT, entre Matt Teixeira e Karen Schmidt, da Best Western Hotels & Resorts

Alex Savic e Jacqueline Conrado, da United Airlines

Alex Andrade, do Nannai Resort, Gustavo Luck, da Luck Receptivo, Orlando Giglio, da Iberostar, Julio Castanheira, da RDC Férias, Massimo Pelliteri, do Hotel Armação, e Rodrigo Lins, do Nannai Resort

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VEM AÍ O REVOGAÇO O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, compareceu ao evento e apresentou as principais ações propostas nesses três meses de governo Bolsonaro, assim como aquelas que poderão ser colocadas em prática no futuro. Para ele, o País vive um momento muito especial em todos os sentidos, mas principalmente em relação ao Turismo, comemorando a manutenção da pasta, que estava sujeita à extinção conforme a campanha eleitoral do presidente. “O Brasil viveu momentos conturbados recentemente, gerando instabilidade econômica e insegurança jurídica, mas iniciamos um novo ciclo com um presidente que tem o Turismo como uma das prioridades do seu governo”, garantiu. De acordo com Marcelo Álvaro Antônio, que é do PSL, mesmo partido de Jair Bolsonaro, um dos primeiros pedidos do presidente para seus ministros foi o de vasculhar tudo o que pode ser considerado um obstáculo para o desenvolvimento de suas respectivas pastas. Segundo ele, dentro de 100 dias será realizado um grande “revogaço” para eliminar algumas das famosas burocracias brasileiras. “Essa foi a primeira ação determinada pelo Bolsonaro. Estamos identificando portarias e normativas que atrapalham o desenvolvimento dos negócios no País e, dentro de 100 dias, faremos o que estamos chamando de ‘revogaço’. Queremos revogar tudo o que provoca burocracia em um grande exemplo da visão liberal do atual governo”, revelou, com aplausos do público, formado majoritariamente por empresários, classe que tem repulsa por entraves burocráticos. O ministro questionou o desempenho abaixo do que se espera do Brasil e seus poucos seis milhões de turistas internacionais anuais, mesmo com todo seu potencial natural, cultural e variedade de atrações para todos os gostos, idades e bolsos. Porém, comemorou o que considerou como as primeiras vitórias da sua administração. “Por que o Brasil até hoje não tem o Turismo como principal fator gerador de renda? Por que não atrai turistas es32 28 a 46.indd 32

Marcelo Álvaro Antônio, ministro do Turismo

trangeiros como deveria atrair? Quais são os gargalos que impedem o setor de avançar no País? Ao identificar cada ponto, trabalharemos com objetivo de conquistar grandes vitórias, como já foi a isenção dos vistos para os Estados Unidos e outros três países”, indagou. Visitantes de Austrália, Canadá, Estados Unidos e Japão já poderão entrar no Brasil sem a necessidade de um visto a partir de julho. Para o ministro, esse é só o primeiro passo para equilibrar a balança comercial desfavorável do Turismo no País, uma vez que os brasileiros gastam mais de US$ 19 bilhões no Exterior e os estrangeiros gastam apenas US$ 6 bilhões no Brasil. Um passo importante para chegar lá, em sua visão, é transformar a Embratur. “Vamos fazer do órgão uma agência de promoção internacional do Brasil, como parte de uma estratégia que envolve os

setores público e privado. Uma grande campanha nos Estados Unidos já está sendo planejada. O Brasil precisa ser um destino de fácil acesso para o norte-americano e nossa meta é passar dos 12 milhões de turistas anuais, meta de Bolsonaro”, contou. O secretário executivo do Turismo, Daniel Nepomuceno, revelou que a verba destinada à promoção do Brasil nos Estados Unidos será de cerca de R$ 8 milhões, porém, negociações para que este valor aumente já estão sendo realizadas. Essa campanha será predominantemente digital e focada na liberação do visto para americanos. Segundo Marcelo Álvaro, os quatro países privilegiados pela isenção já haviam demonstrado potencial de exploração durante o último ano, quando seus pedidos de vistos eletrônicos subiram 35%, injetando mais de um bilhão de dólares na economia nacional. Agora, o caminho é

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expandir essa ideia para as nações mais populosas do mundo: China e Índia. Outra medida comemorada durante o Fórum PANROTAS foi a abertura do capital estrangeiro para investimentos em companhias aéreas com operação no Brasil. Agora, a expectativa é que empresas estrangeiras invistam na aviação nacional, originando novas rotas, modernizando aeroportos e diminuindo os preços das passagens aéreas (leia mais na página 28). Ele também fez promessas sobre infraestrutura. “Apenas 12% da malha rodoviária do País é pavimentada e não temos ferrovias bem desenvolvidas, por isso temos a aviação como fundamental para o desenvolvimento do Turismo nacional. Nós temos 60 milhões de turistas que viajam domesticamente, mas nossa meta é chegar a 100 milhões até 2022”, completou Marcelo Álvaro Antônio, que indicou uma parceria com a Anac para reformar a estrutura de 100 aeroportos brasileiros. A Lei Geral do Turismo também teve destaque durante a apresentação. Segundo o MTur, as mudanças aprovadas atendem às demandas do setor produtivo, pois agregam tendências do mercado e desburocratizam procedimentos para a atuação de prestadores de serviços turísticos. O projeto também busca o fomento à pesquisa e à produção científica, uma maior atenção às pessoas com necessidades especiais, a incorporação de segmentos de hospedagem e o incentivo às parcerias público-privadas. 34 28 a 46.indd 34

NOVA ANÁLISE DO TURISMO BRASILEIRO Um país com a dimensão do Brasil não pode se dar ao luxo de replicar métricas internacionais, de acordo com a presidente do Conselho de Turismo da Fecomercio-SP, Mariana Aldrigui. A solução seria, então, uma nova metodologia de análise de dados para o País. Muitas vezes, as informações do Turismo brasileiro são aproximações e adaptações de dados que, quando comparados a outros setores no País, se mostram frágeis e não confiáveis. Por isso, replicar métricas internacionais distorce a expectativa e compromete a avaliação do setor por aqueles que não o vivenciam. Mariana cita como exemplo recente pesquisa do WTTC, segundo a qual o Turismo brasileiro responde por 8% do PIB, número que seria considerado um pouco ampliado, já que só o comércio responde por 13,2%. Essa ampliação nos dados, segundo Mariana, pode ser boa em discursos

Deltan Dallagnol, procurador da República, um dos responsáveis pela Lava-Jato

TEMPOS DE MUDANÇAS? Ainda na linha de discutir o Brasil, um dos caminhos para a evolução do cenário empresarial são, certamente, as notícias que vêm de Brasília. Pelo segundo ano consecutivo, o procurador da República Deltan Dallagnol marcou presença no fórum. Enquanto em 2018 o procurador da República foi responsável pela abertura do evento, desta vez sua missão foi encerrar a programação. Ele aproveitou a oportunidade para fazer um alerta quanto ao futuro do combate à corrupção no País, mas pediu perseverança aos brasileiros para que essa batalha não seja perdida. “A Lava-Jato é uma briga de cachorrão com cachorrinho. No caso, somos o ca-

A presidente do Conselho de Turismo da Fecomercio-SP, Mariana Aldrigui

políticos, mas é ruim para a tomada de decisões, e ela comenta que o IBGE, por sua vez, pode ser considerado uma fonte confiável de informações sobre o Brasil. Mariana divulgou um estudo realizado pela Fecomercio-SP referente a dados do Turismo brasileiro que será publicado na íntegra na revista PANROTAS.

chorrinho, mas somos como um pinscher, daqueles bem invocados. E somos vários deles lutando a mesma luta”, brincou. Apesar de saber que todo o trabalho realizado nos últimos anos poderá ir por água abaixo caso parte das investigações seja delegada a outra área, como pode acontecer com os processos de caixa dois em eleições, Dallagnol passou uma mensagem otimista em relação ao futuro da operação que o fez ganhar fama nacional. “A força daqueles que têm a Lava-Jato como inimiga é maior do que a da própria Lava-Jato. Mas a força da sociedade brasileira é maior que todas elas. É extremamente importante passarmos da intenção para a ação. Temos que ensinar nossos filhos com mais que palavras, mas com perseverança nas ações. Ao invés de otimista ou pessimista, temos que ser realistas esperançosos, que carregam e constroem e próprio destino”, encerrou.

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REFORMA NA VITRINE O Rio de Janeiro não é mais o mesmo. Está mais seguro, de acordo com o governador do Estado, Wilson Witzel. Isso porque são muitas as ações tomadas pelo governo para tornar o destino ainda mais atrativo aos olhos dos visitantes. Uma dessas ações são os investimentos no reforço do policiamento nas ruas, seguidos pelo projeto de monitoramento eletrônico com câmeras em todo o Estado e pelo investimento de R$ 20 milhões em marketing positivo do Rio para atrair mais turistas, trabalho realizado no Brasil e também no Exterior”. Captar mais voos domésticos para o Rio de Janeiro também está nas prioridades do governo do Estado. “Já conversei com a Latam e a Gol sobre o tema e também visamos reduzir o querosene da aviação para atrair mais voos domésticos”, conta o governador do Rio. No

O governador do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, e o editor-chefe da PANROTAS, Artur Luiz Andrade

evento, Witzel teve uma breve reunião com o presidente da Azul, John Rodgerson. Já na área de eventos, o governo estabelecerá um decreto que favorece a realização de feiras e Witzel também adiantou que o Sambódromo do Rio de Janeiro, atualmente cedido ao município, voltará à gestão do governo do Estado. Desta maneira, um novo carnaval está se desenhando, assim como uma disputa com o prefeito Crivella, criticado por todo o trade.

Guillermo Alcorta e Lawrence Reinisch, do Matcher

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MAIS ESTRANGEIROS Embora o Rio seja nossa vitrine, o Brasil tem uma oferta muito maior do que a Cidade Maravilhosa, como no Nordeste. E para aumentar a chegada de turistas estrangeiros no Brasil e promover novos negócios, acontecerá entre os dias 28 e 29 de maio, em Fortaleza, o Matcher, que reunirá cerca de 100 compradores internacionais com fornecedores brasileiros. O formato terá encontros comerciais de 20 minutos e serão dez horas de trabalho ao longo de dois dias, sendo seis horas no primeiro dia e mais quatro no segundo, reunindo compradores e vendedores. “Em conversa com Ana Maria Donato e Jeanine Pires resolvemos fazer o Matcher. A indústria privada e eu, como empresário de Turismo, podemos achar uma maneira para que venham mais visitantes”, explicou o presidente da PANROTAS e idealizador do evento, Guillermo Alcorta.

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Joan Romero e Victória Damaceno, ambos do Turismo da Catalunha

Jerome Cadier, da Latam Brasil, e Rodrigo Vieira, da PANROTAS, na gravação do Bastidores do Turismo. Quatro programas foram gravados no evento e você assiste no Portal PANROTAS

Emerson Camilo, da Sakuratur, e Ana Maria Berto, da Orinter Tour & Travel

Lilian Zanon, da AT Travel, e Gabriella Cavalheiro, da Universal Orlando

Carla Cechelle e Enrique Martin del Campo, os dois da RCD Hotels

Ricardo Roman Júnior, da Interamerican Network, e Guillermo Nardi, da Pluralis

Time PANROTAS depois da 17o edição do Fórum

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Guillermo Alcorta, da PANROTAS, seu neto Gustavo Alcorta, e o procurador Deltan Dallagnol

Gustavo Alcorta

Bárbara Picolo, da Flytour Viagens, Gonzalo Romero e Claudia Shishido, da Air Europa, Maria Camilla Alcorta, da Ideas4Brand, e Marcelo Paolillo, da Flytour Viagens

O pequeno Gustavo Alcorta com seu pai Ricardo Tsugawa, da PANROTAS

Patrícia Servilha, da Marketing Places, e Guillermo Alcorta, da PANROTAS

Ana Maria da Costa, da Secretaria de Turismo do Estado do Rio Grande do Norte, Bruno Reis, do Rio Galeão, e Mariana Mello, do Patagy Beach Resort

O procurador Deltan Dallagnol, Maria Teresa e Marianna Alcorta, da PANROTAS

Marco di Ruzze, do Grupo BRT, e Ricardo Lidington, do E-Fácil Plus Tecnologia

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QUASE UNANIMIDADE O Fórum PANROTAS foi palco para o lançamento de parte do estudo inédito "2019: Turismo, consumo & aeroporto: o super turista brasileiro”, do Instituto Locomotiva, a pedido da JCDecaux. Em destaque, foi revelado que 94% dos brasileiros têm interesse em Viagem e Turismo. A pesquisa foi realizada entre os dias 4 e 15 de fevereiro com 1.599 pessoas, acima de 16 anos, nos três terminais do Aeroporto de Guarulhos (SP), e busca traçar um panorama dos viajantes aéreos do País. "Temos 102 milhões de viajantes no Brasil acima de dez anos e, para 22,8 milhões, viajar é um sonho", explicou o presidente do Instituto de Pesquisa Locomotiva, Renato Meirelles. O “super turista” identificado pelo estudo prefere viagens de avião, realizando uma média de 5,7 viagens ao ano (ante 1,6 dos viajantes no geral). E neste sentido, os viajantes aéreos são, em maioria, homens, mais escolarizados e

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Presidente do Instituto de Pesquisa Locomotiva, Renato Meirelles

ricos, se comparados aos viajantes brasileiros ao todo. Em breve a revista PANROTAS trará o estudo completo, com dados como a previsão de gastos da família brasileira com viagens, os sonhos do nosso consumidor, entre outros.

INFLUENCIADORES DO TURISMO Apesar da maioria dos agentes de viagens ter perfis ativos no Facebook, a rede social mais utilizada por esses profissionais é o Instagram, segundo a pesquisa “Quem são os influenciadores digitais do Turismo”, fruto da parceria entre PANROTAS e B4TComm. Segundo o estudo, apresentado parcialmente e em primeira mão no Fórum PANROTAS, quase 35% dos agentes de viagens compartilham dicas e notícias em suas redes, mas com pouca frequência. Um outro dado surpreendente é que sete a cada dez agentes de viagens interagem com clientes em seus perfis pessoais. Contudo, quando o assunto é fonte de informação preferencial, os portais de notícias ainda seguem na liderança. Instagram, Facebook, TV a cabo e Whatsapp aparecem na sequência, respectivamente. O resultado completo do estudo será publicado na íntegra nas próximas edições da reAlberto Martins, diretor da B4TComm, apresentou alguns dados da pesquisa no palco do Fórum PANROTAS vista PANROTAS.

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MUDANÇA DE ESTRATÉGIA O chief brand officer da Accor, Steven Taylor, palestrou sobre os motivos pelos quais o grupo promoveu uma verdadeira mudança na sua linguagem e distribuição. O foco principal da empresa é a inovação, baseando-se em simplicidade, rapidez, personalização e experiência. As novidades incluem um programa de fidelidade renovado, chamado All, além de novas marcas e mais aquisições para reforçar os serviços premium do portfólio e adaptar-se aos variados tipos de viajantes. “É muito difícil para grandes marcas manterem o ritmo do consumidor e se nós não formos disruptivos, alguém fará isso por nós. Hoje 70% do tempo é gasto com a experiência do cliente e, no mundo de social media, a experiência é a melhor ferramenta de propaganda, colocando o cliente no centro da estratégia”, explicou Taylor.

De acordo com pesquisa realizada pela Accor, as três maiores paixões dos hóspedes são as experiências gastronômicas (51%), de entretenimento (40%) e os esportes (38%). Neste sentido, o programa de fidelidade da empresa passa a oferecer neste ano experiências além de pernoites nos hotéis, com a possibilidade de resgatar ingressos para atrações de esportes, entretenimento e gastronomia. “Os consumidores não têm paciência para esperar pelos seus benefícios e todos os meios devem estar focados em engajá-los depois da primeira viagem, e não após dez ou 20. A Accor não é mais uma empresa puramente de hotéis, mas uma plataforma de viagens e estilo de vida. Não focamos apenas no local para dormir e ajudamos os hóspedes nas suas vidas diárias, tanto no pessoal quanto no profissional.”

Diretor global de Marca da Accor, Steven Taylor destacou o novo momento do grupo

Aline Landim, Andrea Martins, Elle Braude, Julia Silvério e Marilisa Mira contaram histórias inspiradoras em debate mediado por Izabella Camargo

PROTAGONISMO FEMININO Controlador de tráfego aéreo, planejador financeiro, copiloto, empreendedor e maquinista da CPTM são profissões exclusivamente masculinas? Não. E é isso que cinco mulheres que atuam nessas áreas mostraram durante o Fórum PANROTAS. Andrea Martins é copiloto na Gol há nove anos e revela que ainda ouve comentários como “Mulher pode voar?”, mas sempre teve muito respeito de seus colegas e superiores na companhia aérea, recebendo o mesmo salário que os homens. O respeito também está presente no dia a dia da controladora de tráfego aéreo do Aeroporto de Guarulhos (SP), Marilisa Mira, que chefia uma equipe de 60 pessoas, e da maquinista da CPTM, Julia Silvério. Ambas revelam que 42 28 a 46.indd 42

sempre contaram com o apoio de seus colegas de trabalho para exercerem suas profissões. Aline Landim, criadora da plataforma de transporte Jaubra, também inspira as pessoas com seu trabalho e o fato de estar à frente do aplicativo deu segurança para que mais de 90% dos clientes da plataforma sejam mulheres. Mas como elas conseguem conciliar tanta responsabilidade com vida pessoal? A planejadora financeira Elle Braude conta que, mesmo cuidando de seus filhos trigêmeos, consegue conciliar com as demandas da carreira graças a muita organização. Diante de tantos desafios, essas mulheres conseguem lidar com as cobranças do dia a dia e mostram que não há profissões restritas a homens, afinal, lugar de mulher é onde ela quiser.

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GRAMADO NEM TÃO VERDE Um dos painéis do segundo dia, com o diretor geral da América Latina da Wyndham, Alejandro Moreno, e o diretor de Vendas Globais da Best Western, Matt Teixeira, mostrou como as redes hoteleiras internacionais enxergam o Brasil, e a conclusão é de que a maior urgência nesse sentido é abrir caminho para investidores. A Wyndham abriu neste ano um hotel em Gramado (RS) com este modelo de cota para investidores, e o executivo foi o primeiro a levantar a voz para a questão. "A questão da multipropriedade, com utilização do consumidor e investidor para alavancar negócios, toda questão do crédito... ainda falta ao Brasil, o que acaba dificultando o desenvolvimento do negócio. Diante disso e de todo um cenário global aberto, o investidor não considera o Brasil, um país que é o 12º em exportação em Turismo, mas apenas 30º em captação. Precisamos evoluir muito para receber o investidor de braços abertos." Matt Teixeira concordou e ilustrou com o fechamento do escritório da Best Western no Brasil por conta do mercado ser fechado e muito burocrático. "Nos-

Alejandro Moreno, da Wyndham, e Matt Teixeira, da Best Western

sa percepção é que no Brasil as companhias internacionais já entram com desvantagem ao investir aqui." A mediadora Trícia Neves, sócia diretora da Mapie Consultoria, questionou a respeito dos intermediários, um meio com cada vez mais players. De acordo com Teixeira, o que tira seu sono é a Amazon. "É uma empresa que sabe como atrair o consumidor como ninguém. Eles já tentaram se aproximar da hotelaria no passado e recuaram, mas certamente pretendem aprender, afinal, o mote de-

INSPIRAÇÃO Henrique Portugal abordou a revolução digital PELA MÚSICA O tecladista e um dos fundadores da banda Skank, Henrique Portugal, destacou na palestra “Inovação é uma questão de talento?” que os consumidores de hoje estão mais empoderados, algo que é influência da revolução digital. “Temos opinião para tudo porque ganhamos mais acesso às informações e isso mudou a forma como as pessoas informações e acessos consomem tudo. Com fez com que as pesa digitalização, nos sen- soas ficassem empotimos mais informados deradas e com força”, e seguros. O volume de argumentou.

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les é ser a plataforma do mundo", revela. Moreno continuou "As OTAs investem bilhões de dólares para chegar ao consumidor. A relação de marketing entre nós e eles é o que mudou. Antes abríamos uma tarifa rack e dávamos desconto ao operador, hoje começamos com a tarifa para baixo. Involuímos. Há mercados em que é muito difícil levantar a tarifa, e por conta disso vemos muitos hotéis com problemas de manutenção, caso contrário ficam sem lucros."

Magda Nassar, da Braztoa, recebeu troféu das mãos do presidente da PANROTAS, Guillermo Alcorta

RECONHECIMENTO A Braztoa recebeu uma homenagem pelos seus 30 anos de história e foi representada pela atual presidente da entidade, Magda Nassar. “Essa é uma recordação por todos esses anos, pois sabemos da importância do trabalho realizado pela

Magda e sua equipe”, disse o presidente da PANROTAS, Guillermo Alcorta. “O reconhecimento de um veículo como vocês pelo que fazemos ao Turismo e, principalmente, para as nossas operadoras associadas, mostra que tudo vale a pena”, completa Magda.

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UMA GUERRA PELO TALENTO A diretora da Global Travel and Tourism Partnership (GTTP) no Reino Unido, Claire Steiner, abordou alguns novos desafios do mercado de trabalho atual. Como contratar e manter funcionários qualificados em sua empresa em um mundo no qual as necessidades e os anseios não são os mesmos vividos por outras gerações? De acordo com a palestrante, se uma companhia tem como objetivo prosperar no mercado, e não apenas sobreviver, tem que garantir a qualidade da sua equipe, sabendo buscar as pessoas certas nos momentos mais propícios. Mais que isso: deve estar sempre atuando para desenvolver seus profissionais em diferentes frentes. “É preciso garantir que o funcionário esteja equilibrado tanto na parte física como na mental e na financeira para desenvolver o melhor trabalho. Pessoas motivadas rendem muito mais. Por isso, ouça o que elas têm a dizer e as inclua, de fato, nos processos, pois elas são o principal ativo de uma organização”, recomendou.

Claire Stainer, diretora da Global Travel and Tourism Partnership (GTTP)

Segundo a diretora da GTTP, problemas como falta de comunicação, ausência de desafios, cultura corporativa pobre, carga horária excessiva e escassez de atividades prazerosas, aparecem na lista de principais motivos para pessoas desistirem de seus empregos.

Angeles Yugdar, do Travel Leaders Group

TECNOLOGIA E SERVIÇO Os agentes de viagens serão substituídos em breve pela tecnologia? Esta é uma questão presente no dia a dia da indústria, mas o Travel Leaders Group, franqueadora de agências número um dos Estados Unidos, aposta no equilíbrio entre os avanços tecnológicos e a consultoria dos funcionários. A vice-presidente sênior de Mercados Globais da empresa, Angeles Yugdar, destacou que esse modelo de atuação visa a uma experiência mais completa. “O mundo está se transformando a uma velocidade tão grande e precisamos de serviços personalizados. Quan-

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do entramos no mercado, a indústria estava falando sobre a morte das agências de viagens por causa da internet. Acreditamos que a verdadeira experiência é a somatória da tecnologia com o serviço, que deve ser feito ao lado dos clientes. O desafio é encontrar o ponto de equilíbrio para essa mistura. Somos 100% tecnológicos e, ao mesmo tempo, 100% tradicionais.” O poder das vendas tradicionais é explicado em números: as agências dos Estados Unidos representavam 30% do total de reservas de viagens em 2017, acima dos fornecedores on-line e aplicativos (28%) e OTAs (18%). Além disso, a Phocuswright prevê um aumento de 13% no mercado de agências norte-americanas para US$ 127 bilhões até 2021. “Não somos disruptores no mercado, mas o que fazemos é tentar trabalhar com o que existe hoje, utilizando modelos de negócios e valores novos. Começamos o processo utilizando a tecnologia para diferentes nichos, vendas corporativas e DMC, por exemplo. E logo depois fechamos com a expertise local junto aos clientes. Realizamos 400 campanhas de marketing por ano e todos os 52 mil consultores têm páginas que informam as suas especializações. Qualquer venda comum é feita pela internet, mas para agregar valor é necessário se qualificar”, encerra.n

PANROTAS — 27 de março a 2 de abril de 2019

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