Jornal PANROTAS - Edição 9 - Dezembro/1992

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EDITORA PANROTAS —ANO I — N« 9 —DE22a 28DEDEZEMBRO DE1992 — PERIODICIDADE SEMANAL

Os caminhos para o Rio sair da crise hoteleira ://*• I

No maior processo de

O que fazer para

esvaziamento turístico

reverter este quadro, devolvendo ao Rio

de sua história, a

rendas pelo menos

cidade do Rio de

compatíveis com sua

Janeiro vem sofrendo

infra-estrutura

graves prejuízos. A

turística? Uma das

hotelaria, segundo a

propostas, de Philippe

Associação de Hotéis

Faidy, gerente geral

de Turismo (AHT),

do Caesar Park

perde diariamente

Ipanema, umfrancês há 17 anos no Brasil,

US$ 600 mil. São

No contexto das

é incentivar projetos

empresasfiliadas à

enormes, também, os

prejuízos de restaurantes, locação de veículos e das mais variadas atividades

Em o desafio do século XXI, Ricardo Yomg Silva indaga: qual a perspectiva que estamos tendo aqui no Brasil para a formação internacional de nossos

jovens? Pág.2

ligadas ao turismo.

o c .e

JATA, com o acréscimo

do tráfego da Cruzeiro a Varig ficará classificada em 23lugar no que diz respeito a passageiroslKm

transportados e em 19lugar quanto a toneladaslKm de carga. Pág.4

Junto com esta edição, os leitores estão recebendo o Encarte

Gente, com uma

reportagem sobre o Clube do Feijão Amigo e um depoimento de

ligados ã cultura, música e moda —

pontos nos quais o Rio sempre foi forte e

Cario Gherardi.

abandonados nos

últimos anos. Pág. 3

cartao em

baForue

Bara viagen 1n

e s cr 11 e c 1V e 1

Não saia de casa sem ele,® Associe-se agora mesmo, ligue (011) 545-8900.


Página 2 - JORNAL PANROTAS

Terça-feira, 22 a 28 de Dezembro de 1992

TRIBUNA LIVRE

Um bonde chamado turismo Otávio Demasi

desconhecedores da importância

Quando do P Simpósio de Agentes de Viagens de São Paulo,

macroeconômica do fenômeno em

benefício da "paulicéia desvaira

em novembro de 1969, a cidade

da".

profissionais, enfrentando a pro blemática sem meros paliativos ou através de ações isoladas que só satisfaçam a corrente política do

equipe, amarrar ações mercadoló gicas que realmente vendam os produtos nos mercados emissores

tões, mas com recursos), inclusive

do empresariado que, por tabela, incrementa seus negócios com o

interno e externo. E mais: com

maior ou menor fluxo de turistas,

muita firmeza, investir massiça-

além dos profissionais, emprega

sofria da falta de equipamentos, integração entre os setores, poblica de animação, incremento a

foram feitas nesses 23 anos, mas

partido vencedor. A cidade precisa contar seus tu

mente na captação e geração de

dos, instituições de ensino e toda

numa amplitude e sistematização

ristas, saber de onde vêm, quanto

eventos.

comunidade envolvida com o tu

eventos e feiras e amplas ações mercadológicas fomentando o tu rismo receptivo municipal. Não

acanhadas para as dimensões de

São Paulo, que se encaminha para

gastam, seu tempo de permanência e muito mais (estudos teorométricos e econométricos). Precisa

Desenvolvimento Turístico Muni

bastassem esses fatores, ainda fal

tavam "beleza natural", pacotes

promocionais, conscientização tu rística da população, da adminis tração pública e do empresariado.

Tentativas de mudar o quadro

o século XXI como uma cidade

eminentemente prestadora de ser viços, altamente identificada e am plamente motivadora de fluxos.

pesquisar roteiros, sinalizar áreas

Espera-se do novo prefeito atitu

diversas, conscientizar a popula

des maduras, técnicas altamente

ção e, num enorme esforço de

atualizar sua enorme oferta de ser

viços, reciclar sua mão-de-obra,

Excesso de

Ricardo Young Silva

Eduardo Vampré do Nascimento

Que a revolução tecnológica se torna irreversível ninguém mais duvida. Tampouco se duvida de que a aldeização global deixou de ser um porvir e hoje busca formas de viabilização. O mundo se tor nou menor e mais complexo. Talvez já esperássemos por

As atividades econômicas estão

divididas em campos bem defini dos como Primária — a produção natural, extrativa, a Secundária —

a de transformação, a Terciária — a de distribuição ou comercializa ção e a Quaternária — dos servi ços.

isso, talvez "the world as one" já

A atividade Terciária, que en

povoasse nossos ideais ou expec

globa o comércio, na busca de maior produtividade, dividiu-se em dois campos razoavelmente de

tativas de futuro. O que não espe rávamos, e começa a constituir-se

em desafio ao mesmo tempo fasci

finidos —Atacadista e Varejista—, embora muitas empresas tenham

nante e aterrador, é o exercício de uma nova cidadania; a cidadania

se fixado em ambos. O turismo situa-se dentro da

economia Quaternária, mas com

ria (indústria sem chaminés), pois, com produtos já existentes, cria um novo produto, utilizando para tan to diferentes serviços, além de co

mercializá-los, quer no varejo (agentes de viagens) ou no atacado (operadoras ou "wholesalers"). Não sei dizer por que esta ativi dade até hoje não seguiu as mes mas regras das demais atividades, pois não lhe faltou tempo para tan to. Noé organizou o primeiro cru zeiro marítimo com clientela préselecionada e Moisés foi o organi zador da primeira excursão em massa — Viagem Surpresa. Mui tos outros seguiram estes passos, mas acho que nunca houve a preo cupação da organização como ati vidade econômica.

Com a expansão desta atividade que realmente teve início no século

tional Tour Operators Association).

Aproveitando-se desta oportu nidade, os sócios fundadores,

quando da elaboração de seus esta tutos, criaram uma série de exigên cias para tomar o mais séria e pro fissional possível esta sua entida de, reunindo em tomo dela aqueles que pudessem provar sua capaci dade profissional através de anos de experiência e que estivessem dispostos a aceitar normas rígidas para continuar dela participando com vistas e resgatar o nome das operadoras brasileiras no Exterior, de garantir a entrega dos serviços adquiridos e prestá-los da melhor forma possível. Entendo que a existência da Braztoa, bem como da Cobrat, que é mais ou menos o mesmo que Braztoa na área nacional, vieram

passado e uma explosão após a Se

propiciar muito mais seriedade à

gunda Guerra Mundial, ela come

atividade, mas também entendo

çou a tomar forma, ainda que desarticuladamente. Começaram a

que hoje são demasiadas as entida des de classe para as quais temos

reunir-se em torno de núcleos as

de contribuir.

sociativos. No Brasil,por forçadas

Todavia este mal é geral. Tal

primeiras leis trabalhistas, criando

vez tenhamos muitas, mas outros

os sindicatos únicos, sem a separa ção entre atacadistas e varejistas.

segmentos pelo menos possuem duas, uma associação e um sindi cato, que infelizmente, pela forma com que foi criado o sindicato, pela força e controle do Estado, inibiu o seu crescimento, e propi

Por falta de indicadores, de di

dáticaespecial e de união,os agen tes de viagens e de turismo passa ram a exercer ambas as funções, e gerando uma razoável desconfian ça dos fornecedores, dificultando

ciou a criação de associações com a mesma finalidade. Talvez quan

desta forma o trabalho de alguns que de fato haviam optado pelo

do de fato o Estado modemo real mente estabelecer a liberdade sin

Atacado.

dical, estas distorções possam ter

Estes somente faziam parte de um tipo de associação que reunia a todos e não tinham espaço para o debate de suas causas, pois eram

um fim.

poucos. Esta foi uma razão, entre muitas, do nascimento da Associa

De qualquer forma, o exemplo

global. Primeiramente porque, ao mes mo tempo em que o processo de globalização se acelera, o das cul turas nacionais é reforçado. Em outras palavras, cada país está mui to preocupado com o papel que irá desempenhar no futuro próximo e

a definição desse papel está na ra zão direta de sua identidade nacio nal.

Em segundo lugar, porque o do mínio do inglês como idioma uni

versal passa a ser indispensável para "plugar-se" nessa revolução tecnológica. Aparente paradoxo, na verdade tem um só significado: o mercado caminha aceleradamen

te para a globalização e os padrões

Otávio Demasi. técnico em turismo

papel que estiver à altura de sua competência e não dc seu tamanho

caberá ao Brasil desempenhar o

universitária ou profissional. Em recente pesquisa promovi da entre estudantes suíços (natural mente poliglotas) sobre qual a lín gua estrangeira mais importante para suas expectativas, 97,4% res ponderam que era o Inglês, por ser a única Unguaverdadeiramente in

no futuro próximo. Precisamos tra balhar com enorme responsabili dade se quisermos um espaço entre aqueles que representam os papéis principais neste cenário que se de senha. O de coadjuvantesjá conhe

ternacional. Isso demonstra como

guém. •

os jovens estão comprometidos com a visão intemacional inde

pendentemente das línguas que fa lam ou do país a que pertencem. Cabe uma pergunta fundamen tal nos tempos que correm: qual a perspectiva que estamos tendo aqui no Brasil para a formação in ternacional de nossos jovens? Se cabe ao poder público enfrentar as enormes defasagens do sistema educacional para suprir a popula ção das necessidades básicas de

educação, a quem cabe a tarefa de educar nossos jovens a fim de prepará-los para essa revolução tecno lógica em mVel mundial? Acreditamos que a Universida

de, a escola particular, as escolas de língua e serviços de intercâmbio especializados em educação inter nacional serão responsáveis em grande parte por esse desafio. E mesmo assim reconhecemos que

cemos e não interessa mais a nin Ricardo Young Silva, presidente do YázigiIniemacional.

Número 1 Maior transportadora aérea intemacional dos Estados

Unidos, maior companhia •aérea norte-americana em Londres e maior

transportadora aérea estrangeira no México, a United Airlines pretende conquistar a supremacia entre as transportadoras aéreas mundiais em 1993, com crescimento estimado de 18% no mercado intemacional.

Das 405 aeronaves, em 1988,

passou para 536 no ano que

termina e pretendeengordar os lucros no próximo, reduzindo custos e brigando para ser a número 1. •

DEPARTAMENTO DE MARKETING Diretor: Paulo K. Lacerda.

O que isso significa de fato? Significa que, até um passado re cente, o domínio do inglês passivo

PANROTAS

tojá nãobasta. É necessário nãosó o domínio da língua em nível comunicativo (fala e escrita), mas também a experiência intercultu ral. Explico: a língua inglesa não

só se tomou a "freqüência" através da qual as múltiplas culturas se expressam "ao vivo e em cores";

Assistente: Ana ReginaBarreto.

DIRETOR DECIRCULAÇÃO D. Leslie Bcnveniste.

era suficientepara conferiràs pes soas um diferencial profissional ou intelectual. Hoje esse conhecimen

DEPARTAMENTO

EXPEDIENTE Propriedade: PANROTAS Editora Lida.

Registro Público: 116-75 — Rcgislro do INPI:

ADMINISTRATIVO Direlon João Batista de Resende Miranda.

003776 — Inscrição Estadual: 109.336.892.116.

DEPARTAMENTO DE ASSINATURAS

Registro no CGC-MF: 46.375.531/0001-60 —

ISSN (Inlemalional Standard Seriai Number): 0102-3225. Chasificatão

Tarifária

HscaJ:

Cbefe de Assinaturas: Valderez Wallner.

49.02.01.00. Matriz: Av. iabaquan, 1761, São I^uk), Assisteoles: (São Paulo) Alessandra I. da Silva e 04045-901, leL (011) 3S4^1i. Cu (011) 276-1602. Andréa Marques; (Rio de Janeiro) Nelice FIEbL Av. Rio Drapco,277, aala 16CB, Rio de Jneiro, Figueiredo. 2004(MX)9, leL (021) 22(H)249 e 240^3 e &x (021) Chefe de Distribuição: João Lopes.

220-3741.

Atendimento; São Paulo — Av. Jabaquara, 1761,

REDAÇÃO

04045-901, lei. (011) 584-0211. tele* (11) 56693 e fax (011) 276-1602 e Caixa Postal 1561 —

Editor: Joel Andrade Loes - MTb 29736. Editora assislente: Ana Maria Dooato. Subediton Adilson locé Mioo.

01059-970. Riode Janeiro—Av. Rio Branco, 277, sala 1602, 20040-009, telex 2133006 e fax (021)

Repórfer««: (São Paulo) Adriana Esther

220-3741.

ela também passou a ser o instmmento através do qual as pessoas têm acesso à globalização. No en

Colaboradores: Caio L. de Carvalho, Rodolfo

tanto, este acesso só será efetivo se

Felipe Patury, Adel Auada,Tasso Gadzanis, Regina Coordenação de Tráfego: Alice Issbiki de

forem conhecidas as regras da interculturalidade, isto é, as regras que permitem a integração das di ferenças culturais no repertório educacional e cultural dos indiví

Em outras palavras, ninguém pode ser responsável pelo que não

inde

exercício de uma sólida carreira

suírem.

duos, enriquecendo-os.

e

estamos apenas no começo, pois

apoiados na habilidade lingüística

Turismo Internacional, denomina

pendentes, cada qual atuando em sua específica área, seria um exemplo a seguir, desde que dei

da Braztoa para que pudesse mais

cional. Há um conjunto de habili

xássemos as vaidades de lado. •

rapidamente serreconhecida inter nacionalmente (Brazilian Intema-

dades que permitirá às pessoas

Eduardo Vamprédo Nasciincnloé agente de viagem.

transitarem por mercados e cultu

ção Brasileira de Operadores de

turístico em nossa cidade. •

ver essas habilidades pode repre sentar uma perda irreparável no

e intercultural que as pessoaspos

Confederações, Federações e Sin autônomos

rial/intergovemamental), acopla do ao esforço e participação do trade turístico (não só com suges

história, escondendo por maisqua tro anos essa esplendorosa galinha dos ovos de ouro que é o fenômeno,

de eficiência estarão fortemente

da estrutura sindical, através de dicatos

cipal não é mera ação da Anhembi e, sim, uma ação integrada, no âm bito administrativo (intersecreta-

rismo receptivo. A próxima administração mu nicipal não pode perder o bonde da

O desafio do século XXI

entidades de classe

muitas características da Secundá

Ressalto que uma Política de

conhece, não haverá "cidadania

global" sem experiência interna

ras intemacionais. Não desenvol

Sorgenicht, Cleide S. Kvotto; (Rio de Janeiro) Artur Luiz Andrade e Fabiola Beznfeito.

Rizzotlo, Doris M. Ruschmann, Wilson Rabahy, Pitoscia, Rita Moraes, João Pedro do Prado.

Fológrafos: João Bastos e Wallace Feitosa. Anstentc dc Redação; Rosonary M^hado. Revisão: Carlos Roberto de Carvalho

DEPARTAMENTO CONTÁBIL Contador: José Roberto Massi.

DEPARTAMENTO DE ARTE

Rezende e Ronei do N. t

Diagramação e Ar(e-flnal: Juarez Estevan dos Santos, Alessandro Cassulino e Cláudio Maichin.

Composição; Rogério deSyllos, Marcelo Begosso,

Correspondentes: Antonio Noya (Alagoas), Lúcia Marilani Pistori e Andréa Schil.

Helena Sá Barreto (Bahia), Mercedes Urquiza (Brasília), José Mário Pinio(Ceará), Ênio Fonseca

(Minas Gerais), Dayse Regina FÓreira (Paraná), Paulo Fernando Craveiro (Pernambuco), Antooio

PRODUÇÃO GRÁHCA Coordenação: Newton dos Santos. FotoUto; Cândido Januário.

Roberto Rocha (Rio Grande do Norte) e Roberto * O acabamenlo e i impressãodo Jamal Panrotassão da Lis GnTica e Editora Ud>. (R. Visconde de Pamaibi,

Gallicchío (Rio Grande do Sul).

Coosdheiro: José Américo Marcoides de Carvalho.

DEPARTAMENTO COMERCIAL

27S3,São Paulo, SP).

PUBLICAÇÃO SEMANAL

Diretor: Levingstone Sucasas.

Auditoria feita na primeira edição de 27 de

Gerente GcraV^dta] Rio de Jancfan: Darlme Mello.

outubro de 1992 pela

Dlr.,de Pmnoçõea Internacionais: Toeza Loba

Promotores: (<880 Paulo) Anionio Jorge Filho; Paulo Loes; (Rio de Janeiro) EUvania da Costa Azevedo.

I^ice Hàterhouse Tiragem; 9000exemplares.


JORNALPANROTAS - Página 3

Terça-feira, 22 a 28 de Dezembro de 1992

TKJ)

DÓLAR PAÍS

CAMBIO

ÁFRICA DO SUL

Rends

ALEMANHA

1,57

Marco

06

AUSTRÁLIA ÁUSTRIA

0,68

Dólares

07

11,05 32,48

DINAMARCA

6,08

Coroas

3,28

Libras

112,71

Pesetas

FINLÂNDIA

5,08

Marcos

FRANCA

5,38 207,73

Por isso, Faidy tem muitas idéias na cabeça e, ativo, corre atrás de meios para conseguir exe cutá-las. Sempre com o objetivo de levantar o astral do Rio e do cario

ca, uma dessas realizações foi a recente apresentação do Coral da Universidade Gama Filho nas

areias de Ipanema, mais precisa mente em frente ao Caesar Park,

num espetáculo aberto para toda a comunidade. Na opinião de Faidy, é preciso que o carioca volte a amar o Rio, de modo que isso pos sa ser sentido por quem visita a cidade, se espalhe pelos outros Es tados brasileiros e, posteriormente, para fora do País.

1,05952062

10

0.977753

1.06988011

11

0.986487

1.08034090

14

0.986487

1.09099832

15

0.986487

1.10176088

Francos

16

0,986487

1.11262961

Dracmas

17

0,986487

1,12360556

0,986487

1.13468978

19

28,90

Rúpias

20

Libras

21

0,986487

1.14588335

22

0.986487

1.15718734

23

0.986487

1.16860285

24

0.986487

1.18013096

ÍNDIA

1,56

INGLATERRA

2,62

ISRAEL

Shekel

1.395,6

ITÁLIA JAPÃO

Liras

123.74

Ienes

8,14

Dirãs

3.106,8

ta Faidy. Segundo ele, há que se fazer eventos de magnitude, já que, se muitos acontecimentos "agita

PORTUGAL

rem" a cidade, os resultados virão

TUROUIA

25

27

Pesos

140,68 Escudos

SUÉCIA SUÍÇA

26

6,78

Coroas

1,40

Francos

8.226.00

Liras

Fonte: Banco Europeu para a América Latina

Nacional, com bom

relacionamento junto a empresas para atender contas

1.19177280

0.986487

1.20352949

30

0.986487

1.21540215

31

0.986487

1,22739194

Faidy, sempre com muitas idéias, reivindica ainda que é pre ciso ressuscitar pontos do Rio que já foram muito ativos e andam pa rados na atualidade, como a cultu

ra em geral, a música ca moda. "O Rio já foi uma espécie de capital da moda. Há uma indústria de moda

grande e pronta para trabalhar, mas quem incentiva? O que foi feito na tentativa de manter e aproveitar a boa imagem conquistada pelo Rio com o sucesso da Eco-92?", ques tiona. Segundo ele, uma boa saída para o fim do esvaziamento econô

IMI.\{ \í) INPC

IGP

IGPM

IPC

ICV

ICVM

TR

MÊS

aBGE)

(FGV)

(FGV)

(HPE)

(DIEESE)

(ORDÍCON.)

(BANCO CENTRAL)

DEZ

24.15

22,14

23,63

23,25

23,64

25,02

28,42

29,38

26,43

25,48

JAN/92

25.92

26,84

23,56

25,89

FEV

24,48

24,79

27,86

21,57

21.86

21,58

25,61

MAR

21,62

20,70

21,39

2L74

24,50

21,58

24.27 21.08

ABR

20,84

18,54

19,94

22,73

19,75

21,15

MAI

24,50

22,45

20,43

22.53

22,35

22,30

19,81

RJN

20,85

21.42

23,61

22.45

22,03

22,10

21,05

JUL

22,08

21,69

21,84

21.10

23,57

21,12

23,69

23,16

21.02

22,76

23,22

AGO

22,38

25,54

24,63

SET

23,98

27,37

25,27

24,41

22,96

23,46

25,38

OUT

26,07

24,94

26,76

26,46

24,28

26,19

23.29

23.43

21.89

24,77

NOV

251,35

261,46

267,89

252,06

241,20

232,10

256.69

Acumulado 12 meses

1.134

1.141

1.159

1.109

1.137

1.119

1.201,53

Acumulado em 92

542.00

555,18

536.61

545,32

520,64

557,26

mico da cidade do Rio de Janeiro

Acumulado

seria o investimento maciço nestes filões para que o público voltasse a ter interesses na cidade que vão

6 meses

muito além de suas incontáveis be lezas naturais.

UF3R

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23/11

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24/n

5.702.07

25/11

5.761,87

26/11

5.822;»

área de Eventos Emissivos e

27/11

5.881.77

Exportativos, desenvolvendo: Captação, Avaliação,

30/11

5.941,85

01/12

6.002,55

Negociação com Órgão de

02/12

6.059,97

Classe, Promoção e Vendas

03/12

6.117.94

04/12

6.176.46

de Congressos, Convenções, Feiras etc., para agência de

07/12

6.23545

08/12

6.295.20

viagens. Interessados podem

09/12

6.355,41

solicitar currículo para

10/12

6.416,21

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0.986487

UFIR

Poltrona 1 Turismo —

1.19177280

29

01/01

Pesquisa feita em 2^12/92

1,14588335

1.14588335

28

MERCADO DE TRABALHO Atendente

1.09099832 1.09099832

13

18

MÉXICO

rior.

0.977753

Florins

vas para o Caesar Park", argumen

Ipanema diz que se emociona e se empolga quando o assunto é a me lhoria e a reversão da imagem ne gativa do Rio no Brasil e no Exte

0.72653

09

Dólares

MARROCOS

(Associacão de Hotéis de Turis mo), o gerente do cinco estrelas de

08

1,77

não trazem diretamente mais reser

a longo prazo com a reversão da imagem negativa do Rio e o au

1.03920656 1.04931443

7.69

Rio-92 por mês, ou doze carnavais por ano", argumenta figurativamente o gerente geral do Caesar Park Ipanema, Philippe Faidy.

dos debates e reuniões da AHT

1,03920656

0.972653

HONG KONG

tação do coral em frente ao hotel

Rio, Faidy se define carioca de co ração e um apaixonado pela Cida de Maravilhosa. Participante ativo

ACUM. DEZ.

HOLANDA

neiro, fazer um evento do porte da

Francês, vivendo há 17 anos no

FATOR

12

GRÉCIA

"Realizações como a apresen

Dólares

EGITO

ESPANHA

"É preciso badalar o Rio deJa

Francos

1,27

CANADÁ

esvaziamento do Rio

Xelins

TAXA

DIÁRIA DEZ.

3,00

BÉLGICA

Saídas para o

DIA

^^^TPTnn^ T^T

JL

lATA 57-5-0845 EMBRATUR 00658-00-41-7


Página 4 - JORNAL PANROTAS

Terça-feira, 22 a 28 de Dezembro de 1992

AVIAÇÃO

Varig incorpora Cruzeiro e melhora posição Rubei Thomas, presidente da Fundação Rubem Berta, controla dora do Grupo Varig, anunciou, no Rio. a intenção da Varig. sua empresa-líder, de incoiporar a Cru zeiro.

Para Thomas, o quadro mundial do transporte aéreo já indicou, com clareza, uma tendência concentra-

dora que não pode ser ignorada, sob pena de danosas conseqüên cias. Aquisição de aeronaves de última geração, operação de ade quada e indispensável infra-estrulura de treinamento e de manuten

ção. extensa rede de postos de ven das com a disponibilidade imedia ta de recursos de intercomunicação

NOTAS

c, em especial, o sistema de reser vas de ampla penetração, são fato res que demandam nível de inves timentos só acessíveis a empresas de grande porte, com elevada ca pacidade interna de geração de re cursos e detentoras de crédito no

mercado internacional que lhes franqueie as fontes do financia mento de longo prazo, indisponí veis no país. Nessa antevisão, apressam-sc as empresas de médio porte, de todas as bandeiras, em estabelecer

associações entre si ou com as maiores, como via de sobrevivên

cia, conscientes de que, a curto prazo, só haverá espaço no cenário globalizado das companhias aé reas para estruturas grandes e eficienics.

A Cruzeiro do Sul teve o seu

controle acionário adquirido pela Desde então, as duas empresas

América do Sul e Central América do Norte

17 5

Europa

12

promoveram a progressiva inte gração operacional dos seus servi ços aéreos domésticos e interna

África Ásia

4 2

Fundação Rubem Berta em 1975.

cionais, objetivando melhorar o atendimento dos usuários, de par com a indispensável economia de escala.

Com a incorporação da Cruzei ro, a rede de linhas da Varig passa rá a ter a extensão não duplicada de 73.211 km (doméstica) e 360.420 km (internacional). São 45 locali dades servidas no Brasil, atenden do a todos os Estados e territórios. No Exterior, são 40 cidades servi

Em outras 95 localidades no Exlerior são mantidos escritórios de vendas.

A frota, de 80 aeronaves, tem a seguintecomposição; 10 2

B -747 das séries 200/300/400

26

MD-11

17

10

DC-10-30, sendo 2 cargueiros

10

B-767 das séries 200 e 300

No contexto das empresas filia das à lATA, com o acréscimo do

B-737-300 B-737-200

5

B-727-100 cargueiros

No período de janeiro a agosto de 1992,omovimentoconjuntofoi de 13,4 bilhões de passageiros/km

das diretamente, assim distribuí

trafego da Cruzeiro, a Varig ficanl classificada em 23°lugar no tocan te aos passageiros/km transporta dos e em 19- lugar quanto a tone

de carga transportadas (crcscimcn-

das:

ladas/km de c;u-ga (ano de 1991).

10 dc 10%). •

transportados (crescimento dc

3.1% sobre igual período de 1991) e de 623 milhões dc toneladas/km

S.Paulo-Goiânia A Linha Aérea Regional — Tam — está operando, desde

Com a Expedition você leva oseu cliente aqualquer ponto do extremo Sul.

o último dia 7 de dezembro,

um vôo ligando São Paulo a Goiânia, com escala na cidade de São José do Rio

Preto. O nova rota parte de segunda a sexta-feira, às 12hl5, do aeroporto de Congonhas. O equipamento utilizado é o FoWcer 100, um

jato com 108 assentos e dotado com avançada

tecnologia no controle de vôo, propulsão e

t TtviA Áe> f

aerodinâmica.

Mais de 12 programas regulares na região, nossa especialidade. 4 aviões e 3 helicópteros em

Segundo o Comandante Rolim Adolfo Amaro. Presidente da Tam, a nova

operação em Punta Arenas.

linha começou sua operação com uma ocupação média de 42%. Criada há 12 anos. a

Tam inaugurou, também em 92, vôos regulares para Campo Grande, Cuiabá e no trecho Belo

Horizonte/Brasília. Com uma estrutura enxuta, a empresa

tem hoje, menos de mil funcionários e uma frota

composta por 15 Caravan, 10 Fokker F-27 e 08 Fokker

100, mas já se prepara para receber outros 40

equipamentos Caravan. Em 92. a Tam faturou cerca

Mais de 6 programas regulares com os melhores preços do mercado.

deUSS 100 milhões e para este ano. a expectativa é fechar o período com um crescimento de 50%. ou seja.

tííji/p Programas de 1 semana, conhecendo várias ilhas

Terra Australis.Skorpios I e II, Patagônia Express.

USS 150 milhões. Hoje, a Tam responde por 5% do

do arquipélago. O mais

exótico destino ecológico

mercado, uma fatia estimada

Além disso, com a Expedition você e seu pax

em 15 milhões de

contam com a

exclusividade de:

*AmaiorredeHcAeleira do&(tremo S(J(C^oode Homos SA.)

passageiros/ano.

' OmelhorHoteldePunta deiEste (L!AiÃ)erge)

da América do Sul.

Vôos regulares semanais Punta Arenas/Port Staniey. Uma exclusividade.

*hfraestnjturaaérea na Patagônia.

Vôos para Eagie HOTEL

A American Airlines está

cabode hornos

oferecendo, até o mês de

abril, vôos de Miami a Eagle, no Colorado, facilitando a

vida dos que se dirijam para as estações de esqui de Vail e Beaver Creek Resort. O

aeroporto até então utilizado era o de Denver, a 2 horas e

meia das estações nevadas. Eagle está a apenas 30 minutos. Além disso, os

latino-americanos podem fazer rapidamente e com comodidade a conexão em Miami, através dos vôos

diurnos partindo de São Paulo, que a American Airlines colocou em operação também no mês passado. • Cwds

Operadora Av. Vieiia de Cwalbo. 172 Cj. 801 • CEP 01210 - Teb.: (011) 22I-34S2 / 220-4803 / 222-9481 Fax: (011) 222-9481 - TIx: (11) 25089 EXOT BR

N^Ladeco ABKXJNEAS DE CHILE


ENCARTE

PANROTAS

ENTIDADE mmi

Clube do Feijão Amigo: Ano 12 O Clube Feijüo Amigo foi criado em fevereiro de 1980, depois que

Valiosos patrocínios — Em Nova York, os feijoeiros fizeram almoço antológico. Conseguiram que o sofisticado e formal Hotel

o escritório de Michel Tuma

Ness, em São Paulo, já não conseguia abrigar mais de 15 convidados diários. Nos 12 anos

Plaza sediasse a inauguração do Clube naquela cidade, recebendo

da confraria, o cardápio nunca mudou. Seja qual for o quilate do

confraria. Michel, Adel e sua

sem restrições a ruidosa "tribo" peculiar deram nova ordem ao lugar. Como prova de que o trade dobra-se diante de sua inexphcável magia, estadias e passagens aéreas foram doadas. Participaram desta gentileza companhias como a American

convidado, invariavelmente,

comerá arroz, feijão, bife, batata, ovo e salada. O próprio Michel compra o feijão sempre no mesmo lugar, uma espécie de empório à moda antiga. Desde que o almoço saiu de quatro paredes para estrelar nos

Airlines, United Airlines e o

ambientes sofisticados de várias

cidades e até no Exterior, que os fundadores e presidentes

hotéis requintados como os Sheraton, Kimberly e Regency, cujas diárias médias beiram os

vitalícios, Michel e Adel,

US$ 250. Não raro, as incursões

preparam a lista de comensais, a partir de empresários do trade e alguns de outros setores, dos mais variados possíveis. Não

dos feijoeiros conseguem patrocínio de cervejarias, fábricas de refrigerantes,

raro, encontramos na fila do

arroz com feijão políticos,

"Hoje em dia, sem muito esforço", garante Tuma Ness.

músicos e modelos do momento.

No úUimo dia 18 de dezembro, a

camisetas e cartões de crédito.

Quando a dupla de anfitriões está inspirada, ou quer deslumbrar convidados estrangeiros,

confraria comemorou o

encerramento de 1992 com típico estardalhaço, temperado com sofisticação e banquete farto, mas simples. Recebeu "só 100 pessoas", como diz "Michelão",

costuma também convidar fartas

mulatas, que sambam sobre as mesas, ao estilo bem brasileiro.

no Caesar Park, um dos melhores

Alegria tipo exportação — Em 12 anos de existência, essa idéia

simples de reunir pessoas, sem pauta estipulada, motivo concreto ou data especial, já empolgou todas as capitais brasileiras, alcançou até mesmo a preservada Ilha de Fernando de Noronha. A alegria do Clube também transbordou nossas

fronteiras indo parar em Miami, Nova York, Buenos Aires, Lisboa, Madri, Montevidéu e

Santiago. A realização dos almoços nessas cidades é realmente um acontecimento

inusitado, que deixa os teóricos em marketing desconcertados.

O pleno exercício da amizade Como bem definiu o teatrólogo Guilherme Figueiredo, "ninguém deve comer uma feijoada

exercer sua brasilidade. E isto

num momento em que é cada vez mais difícil unir pessoas. Mas o

sozinho. Seria como cantar uma

Clube tem feito isso de forma tão

ópera numa sala de espera". Acredito que essa opinião é compartilhada por todos os brasileiros. Afinal, já nascemos sabendo que é muito mais fácil fazer amigos e mantê-los, se

eficiente que, hoje, conta com

tivermos à nossa frente um belo

prato de feijão e uma caipirinha. O Clube do Feijão Amigo, que há 12 anos vem juntando amigos novos e velhos para um feijão bem temperado, deu a seus confrades a oportunidade de

seguidores em todo o Brasil e até em outros países do mundo. Como os antigos cavaleiros da Távola Redonda, nos encontros

para aquele feijão gostoso reúnem-se políticos, artistas, empresários, gente, enfim, que conhece o Brasil e suas mazelas.

São mais de 2 mil confrades que, descontraídos, podem até chegar a soluções e respostas que demandariam anos para

encontrar fechados nos seus

gabinetes.

A importância essencial, porém, desse tipo de encontro está no pleno exercício da amizade, resgatando o prazer de estar

junto, tirando um pouco de nossa vida aquela individualidade exacerbada que, a gente bem sabe. faz tanto mal ao país e seu povo. Por isso, vai aqui mais uma ode ao feijão: "prato caluniado e glorioso,

conjunto, estava a discreta e poderosa Chieko Aoki, presidente da rede Caesar e da Westin International Soulh América.

Governador-feijoelro — Atualmente, o Clube do Feijão tem 7.999 sócios. A carteirinha

de número 8.000 será entregue, em breve, ao governador do Maranhão Edson Lobão. Além

de empresários de todos os

convocatório, ecumênico,

setores do Turismo, ao lado do

político e coletivo".

governador há outras personalidades como o maestro Diogo Pacheco, a modelo Luiza

Marcos Mendonça é vereador

MOsmA

À esquerda, Vüson Kleimbing,governador de Santa Catarina

hotéis paulistas, e as Frenéticas, que cantaram Feijão Maravilha. Entre os que vibraram com o

Instalação do Clube do Feijão em Santiago do Chile


À

Terça-feira, 22 a 28 de Dezembro de 1992

Página 2 - ENCARTE GENTE

Diogo Pacheco, a modelo Luiza Bninet e o ex-govemador paulista Laudo Natel. Nenhum dos

memtxos paga mensalidadeou qualquer típo de taxa. Eventualmente, há cobrança de ingressospara algunsalmoços. Quando isto acaitece, as veibas são doadas a orfanatosou hospitais. É mesmo um Clube muito engraçado; náo tem sede ou estatutos. Porém há duas regras imutáveis: o cardápio e os atuais

Em Miami, uma das grandes reuniões do clube

presidentes. Costuma-se dizer que Michel Tuma e Adel Auada são líderes intergaláticos e vitalícios, não passam o cetro pra ninguém. São leis incontestáveis. Pela definição do jornalista de Manaus, Sinval Gonçalves, "a filosofia do Clube ajusta-se ao perfil da nova ordem mundial que começou a ser desenhada no

Rubel Thomas recebe placa do Feijão Amigo (1990)

final dos anos 80, com o fim dos radicalismos mundiais, como a

queda do muro de Berlim e dissolução do Leste Europeu". Michel e Adel pode até concordar com a comparação,

mas preferem definir sua criação com um simples encontro de amigos durante um almoço.

José CarlosFragoso, embaixador do BrasilemPortugal(1989) O prefeito Paulo Maluffoi homenageado no Feijão

A mistura de amigos e comércio CLUBE

o que motiva um alto executivo suspender sua agenda por algumas horas para participar

dos almoços do Clube do Feijão

acabam sendo escoados para as artes, mariceting, cinema ou

Amigo? E pergunta inevitável

sonhos. Ambientes austeros,

em todas as reuniões da divertida confraria. Não deixa de ser

surpreendente a variedade, qualidade e quantidade de gente

que não perde estes encontros e as pratadas de arroz e feijão, seja

Amizade épica — Josef ainda focaliza dois personagens-

óculos do presidente da empresa? Divertido, mas

âncoras desta estória toda. Os criadores Michel e Adel são a

profissionais do trade, a modelos

anormal, demissionário.

própria definição de seu funcionamento: segredo. "Adel representa o sofisticado, profissional aberto, capaz de

Clube sustenta-se em dois níveis:

"Primeiro, para trocar informações, reforçar relações de negócios de maneira informal; e em segundo, pela oportunidade de contatos fraternos,

despojados, simples." Josef, que tem intimidade com o

comportamento do executivo atual, diz que a invenção acidental de Michel e Adel ainda contém um fator muito atraente:

Um brinde no Páteo Alfacinha, em Lisboa

harmonia e amizade até mesmo

entre concorrentes."

documentos, relatórios e os

Fora da rotina — O psicólogo e também feijoeiro Josef David Yaari explica que a atração do

li

reuniões, sizudas, ordeiras são

altamente provocativas. Já imaginou dançar flamenco em plena reunião de diretoria, naquela longa e brilhante mesa de mogno, sapateando sobre

se prega, só há crescimento profissional com envolvimento afetivo. A produção melhora, quando se está entre amigos. Nestes encontros é possível ver, mesmo que inconsciente, perfeita

servidos em São Paulo, Nova York, Rio de Janeiro ou Lisboa. Entre os convidados, há desde

como Luisa Brunet, políticos, como o ex-governador Laudo Natel, ou artistas, do porte do maestro Diogo Pacheco. Mas que tempero milagroso é este?

Feijão para casas de assistência ao menor.

homogênea. A criatividade, o inusitado, o fora do comum

a oportunidade de quebrar a agenda de maneira inusitada, diferente dos almoços de negócios convencionais. "Mesmo que inconsciente, o homem sempre sai de casa em busca de aventura, desafios, algo que o tire da rotina." Quebrar protocolos, regras, ousar são atitudes que divertem, mas não passaip da linha da imaginação. Na maioria dos casos, cumprimos as expectativas, as cartilhas sociais e nos caracterizamos como parte de um grupo, de uma massa

Beluga X Feijão — Para Josef Yaari, o Clube do Feijão Amigo também oferece a possibilidade de dispensar formalidade em meio a cristais e pratarias. Em lugares, onde o comum é servir caviar beluga. Michel e Adel enchem as mesas com feijão, arroz, ovo e batata frita. Hotéis

conviver em diversos níveis e

sempre à procura de novas experiências, amizades. Como a que mantém com Michel, pessoa simples, extremamente emotiva, que gosta de fazer amigos, estar cercado de muita gente. Aliás, promover festas onde sempre

sofisticados, como o The Plaza,

cabe mais três ou dez é hábito

de Nova York, mesmo sabendo

dos povos árabes, de onde originam-se a dupla. Adel respeita e aprende com Michel, e vice-versa. A relação é como a

do contraste do cardápio e do grupo, abrem seus salões sem hesitar. "Movidos pela curiosidade, surpresa e o fora da rotina, estes anfitriões e

convidados são pessoas acostumadas a viverem lugares sofisticados e de temo e gravata. Quando participam dos almoços, o lugar acaba sendo secundário e a roupa desaparece logo na entrada, já que todos recebem um avental que esconde as grifes e as camisas que combinam com

de Dom Quixote de La Mancha e

Sancho Pança." "Mesmo divertindo-se, tendo

prazer em receber as pessoas, os dois amigos não são ingênuos em nível comercial. Acidentalmente

conseguiram encontrar uma maneira bem-sucedida e

econômica de multiplicar negócios, abrir portas comerciais. Acertaram na

fraterno, os participantes não esquecem dos negócios, estão sempre armados de cartões de

seguinte técnica: todos buscamos harmonia entre corpo, alma e espírito. Através da comida, se consegue agradar o corpo. Os outros prazeres não são alcançados no Clube, mas no mínimo há expectativa para isso.

visitas. "Mas cria-se a

Por isso as pessoas sempre

o blazer."

O psicólogo avalia que, mesmo sentindo-se num ambiente

oportunidade de misturar amigos

querem voltar e disputam os

e comércio. Ao contrário do que

convites."


Terça-feira, 22 a 28 de Dezembrode 1992 ENCARTE

Gherardi

Gente

DEPOIMENTO

Do turismo ao espaguete instantâneo A Hotur tem sede no Rio de

Artur Luiz Andrade

Janeiro, no Leblon, escritórios em Miami e Nova York, agente

Cario Gherardi já tentou várias vezes se afastar do turismo, mas

geral em Roma e filial

não consegue de modo algum.

administrativa em Genebra. Em

"É algo que eu não vou largar

Nova York, o filho José Gherardi

nunca, não tem jeito mesmo", diz

é quem está no comando. Em

o fundador da Hotur Hotéis e

Miami, é o filho mais novo,

Turismo e de outras empresas e

Sandro. Segundo Gherardi José, Sandro e Roberto (o outro filho,

associações que são sucesso no

que fica no Rio de Janeiro, na direção das empresas Top Mind

Brasil e no Exterior. Para quem

já fez de tudo um pouco na vida, tendo sido, inclusive, piloto de

e Beta World Television) são a

caça em duas guerras,

última de onze gerações de

aposentadoria ou diminuição das atividades são palavras proibidas. Gherardi faz questão de acompanhar ativamente todo o movimento das empresas de turismo que dirige, deixando para os filhos as filiais no Exterior ou as empresas mais

acompanhando o andamento de suas empresas, dando, no entanto, liberdade total para que

modernas, como a de incentivos

seus filhos as administrem. A

homens da família Gherardi. O

reinado dos homens agora fica ameaçado com as quatro netas de Cario Gherardi (ele tem mais cinco netos). Ele diz estar sempre

(Top Mind) ou comunicações

única exceção, de que não

(Beta World Television).

consegue abrir mão, é a Hotur.

Viajante — Casado desde 1945

Prêmios comprovam

com Anna Piccininni, Cario

Gherardi é um italiano que nasceu em Damasco, na Súia, e

que já morou em muitos países, sem nunca ter perdido a nacionalidade de seus pais, italianos e de família nobre e

tradicional. O pai, Giuseppe Gherardi, era do corpo

diplomático italiano e estava servindo na Síria quando nasceu Cario Gherardi Dandolo, em

1920. Começou aí um turismo involuntário por vários países e também uma paixão pela aventura e pelas viagens, o que deve ter inspirado em Gherardi, anos mais tarde, já no Brasil, a vontade de trabalhar vendendo excursões e recebendo

passageiros de todos os lugares do mundo.

O grande desejo era seguir a carreira militar, mas, antes de

ingressar no Colégio Militar de Forli (na Aeronáutica), Gherardi viveu seis anos em Damasco,

quatro no Egito (onde seu pai era representante pessoal do Rei da Itália junto ao Rei Fuad) e outros quatro anos na Palestina (hoje Israel). A família Gherardi foi a

única a receber indenização do Governo de Israel depois da guerra na Palestina. Mais alguns anos na Tunísia, no Marrocos (o sr. Giuseppe era um especialista em Oriente) e, finalmente, Cario Gherardi, aos 14 anos, ingressou

A paixão pela aventura levou Carlos Gherardià atividade turística. no colégio militar, na Itália. Apesar de ser italiano (a nacionalidade de seu pai), até

Europa e São Paulo; lutou na II Guerra Mundial, foi oficial piloto da Força Aérea Italiana, pilotou

então Gherardi ainda não havia morado na Itália.

caças pela África, Rússia e pelo

Aviação — No Colégio Militar, cursou o equivalente ao científico. Gherardi diz que teria seguido a carreira militar tradicional se tivesse tido

paciência. Como não teve, resolveu se apresentar como

"front" inglês e arriscou a sorte em algumas empresas de transportes logo depois de sua chegada ao Brasil.

Sua empresafoi das primeiras no

voluntário na Guerra Civil

Espanhola. Fez um curso do tipo

Brasil a ter

crôR para pilotos e comandou

caminhão reboque

muitos caças durante essa sua primeira guerra. Sua fixação por aviões só pode ter começado

nessa época. Não é à toa que Gherardi é representante para o Brasil, através de sua empresa Travei Sales Intemational, da

Qantas Airlines há nove anos. Além disso representou durante 17 anos a Air Lingus, além de companhias aéreas como a Braniff, British Caledonian, British United e a Air índia. Cario Gherardi, ao criar a Travei

Sales há 26 anos, foi o pioneiro nas representações de companhias aéreas no Brasil. Seu ingresso no turismo, na verdade, se deu em 1950, no Brasil,

depois de muitas aventuras pela

a CBT — Comercial Brasileira

de Turismo —, em sociedade

com o Marquês Luigi Pelicano. Levavam grupos para a Europa, em navios ou em aviões fretados da Alitalia. Gherardi

acompanhava os grupos

pessoalmente. Em 1952, dois anos depois de sua fundação, os sócios venderam a CBT. Cario

Camarões e quedas — Em 1946, terminada a guerra e já casado com Anna Piccininni,

Gherardi chegou ao Brasil com armas e bagagens. Seu pai havia sido transferido para São Paulo e ele decidiu vir junto. Para começar, Gherardi abriu uma empresa de transportes, uma das primeiras a ter caminhões-reboque no Pafe. Fazia com freqüência a rota Santos-Curitiba e ficou apenas um ano e meio na ativa ("a

concorrência era muito grande",

Gherardi foi então para Belo Horizonte, onde, é claro, abriu

outra empresa de turismo, a PanturPampulha Turismo S.A., a primeira agência de exportativo de Belo Horizonte. Era uma sociedade anônima com 18 médicos e não durou muito

tempo. Gherardi foi para o Rio de Janeiro e, como queria lançar no Brasil uma operadora ("turismo no atacado"), fundou, em março de 1954, a Hotur Hotéis e Turismo, que hoje pertence 100% à família.

setor turístico Cargos e prêmios — Cario Gherardi gosta muito de seu trabalho no turismo e essa

dedicação pode ser comprovada (è reconhecida) nos muitos prêmios que recebeu ou nos muitos cargos importantes que exerceu ou exerce. Aqui vão alguns deles: presidente honorário vitalício da Abav,

fundador e primeiro diretor da Cotai, fundador e diretor honorário do Seminário

Inter-Americano de Viagens, fundador e diretor da Sato — South América Travei

Organization —, presidente por quatroperíodosdo Skal Club do Brasil, membro do Conselho do Skal Internacional por quatro períodos, cidadão carioca pela Assembléia Legislativa do Estado da Guanabara, executivo

do ano de 1973 dado pela Asseac, cidadão honorário do Estado da Flórida, cidadão honorário e medalha de ouro da

cidade de Biarritz, presidente do Conselho de Curadores da

diz Cario Gherardi). Mas

Os alunos — Gherardi foi

Fundação Rio Congressos e

Gherardi não desistiu da área de

pioneiro na rota 101 da Varig para a Califórnia e levava muitos grupos para a Disneyland. Era a primeira operadora da América

Eventos — Rio Convention

transportes. Muito pelo contrário. Uniu a ela sua paixão por aviação e abriu uma pequena empresa de transporte aéreo. Com três aviões pequenos, um deles pilotado pelo próprio Gherardi, a empresa trazia camarões e lagostas do sul do Brasil para vender para os

restaurantes e hotéis paulistas. Os aviões (do tipo Stinson Voyage) pousavam na praia, o piloto descia, pescava e retomava para São Paulo. Como estavam acontecendo muitas

quedas (não existiam pistas e os pousos e decolagens dependiam da maré), Gherardi resolveu

Latina, vendendo no atacado. Durante 30 anos a Hotur só

vendeu para os agentes de viagens e ainda hoje 90% das vendas vêm das agências. A empresa começou na rua Bolívar, em Copacabana, e nessa época Gherardi pegou também a administração do Hotel Regente, que ajudou a tirar de uma situação financeira ruim. A área de receptivo começou em 1960 e Manoel Vieira a dirigiu por 14

Bureau (cargo que exerce até hoje) e presidente da Bito.

Próximo projeto está ligado às raizes italianas da

família Gherardi Produtos — Desde o início da

Hotur, passando por produtos inesquecíveis como as "Excursões Fabulosas Pan Am", "Excursões El Dourado Braniff, "Excursões da sua Vida —

profissionais, hoje bastante

Varig" ou "Alitur — Alitalia". Gherardi tem sido pioneiro e

anos. Muitos outros

fechar a empresa. Não sem ter

conhecidos e de sucesso no

aventureiro no turismo, e se

ele próprio caídó algumas vezes.

"trade" turístico, passaram pela

Em um desses casos, chegou a

escola de Cario Gherardi, tendo

orgulha ao dizer que tem "os melhores serviços em Miami".

trabalhado em alguma de suas

Seu filho Sandro está há 20 anos

empresas. Entre eles, Eduardo

em Miami e sempre procurou selecionar os melhores guias (muitos levados do Brasil na alta temporada). Gherardi diz que o

ficar três dias perdido no mato, comendo queijo e goiabada que levava consigo — um costume adquirido nas guerras em que Gherardi sempre atento às empresas.

Enfim o turismo — Depois dessa pequena empresa de transporte aéreo, (3herardi passou seis meses na Itália, mas retomou logo ao Brasil, abrindo sua primeira empresa de turismo,

a dedicação do empresário ao

lutou.

Pedreira (diretor durante 15 anos de Hotur), Iara Moreira, Luiz Guedes e Stella Barros.


Terça-feira, 22 a 28 de Dezembro de 1992

Página 4 - ENCARTE GENTE programação esportiva. Bastante caseiro, Gherardi não gosta de badalações à noite. Deixa as festas para os eventos em família ou para os do "trade", como a festa anual que a Hotur faz para cem agentes de viagens ou os almoços da Bito.

Os planos da Hotur para 1993 incluem, com a volta de Jorge Rodrigues á empresa, um retomo aos folhetos com circuitos

regulares. A empresa, que tem se dedicado mais aos Estados

Unidos ultimamente, vai voltara

ter pacotes regulares para o

C^adá e Europa, por exemplo.

"É uma volta ao passado", diz Gherardi. "Tudo se repete nessa vida". Quanto ao mercado atual. Cario Gherardi critica a falta de

profissionalização e reivindica (junto com a Braztoa) a volta da

Lançamento do Flórida Holliday Villas

diferenciação entre opeadoras e

agências de viagens.

Gosta de esporte mas prefere ficar longe da agitação noturna. Rio de Janeiro — Cario

Gherardi diz que precisa haver mais união no mercado, e cita o

exemplo do receptivo. Quando realizou a Destination Brazil no

meio do ano, afirma que houve muita campanha contra sua realização e seu sucesso. O evento serviu, por fim, para unir mais as nove operadoras cariocas das 27 empresas brasileiras que compõem a Bito. Uma das soluções para a revitalização do turismo carioca seria, segundo Cario Gherardi, "fazer com que se parasse de divulgar notícias

Vm líder no turismo sucesso dos filhos em suas

respectivas funções reforça seu próprio sucesso, por isso procura não interferir muito no trabalho

deles. O que não quer dizer que não se interessa pelas demais

depois de ver tantos talentos musicais e de se sentir um pouco frustrado por ser o único a não tocar, aprendeu a tocar saxofone ("aquele chorado, bem bonito", diz ele). A família, aliás, nunca

empresas do grupo. Um dos próximos lançamentos da família

teve aulas de música. Aprende

Gherardi é o "Speed Spaghetti", uma máquina de fazer espaguete

tudo de ouvido. Somente Gherardi tem duas horas de aula

instantaneamente. Basta colocar

uma moeda na máquina e o macarrão sai pronto para comer.

É um lançamento um tanto afastado do turismo, mas muito

próximo da italianice evidente de Cario Gherardi.

Sua última viagem à Itália e à Europa, por sinal, foi um

sucesso. Cario Gherardi passou um mês visitando empresas e lugares e conseguiu arregimentar muitos turistas para vir ao Brasil. Há representantes seus na Europa que estão com a Hotur há

39 anos ininterruptos. Mais que tradição, é amizade e confiança

por semana, em Santa Tereza.

Seus gostos musicais incluem canções românticas e bossanova. As vezes, quando estão reunidos. os Gherardi podem transformar uma simples noite em um

trazendo novidades para os produtos da Hotur.

volta ao Rio, além dos turistas, o

padrão da "qualidade de serviços e dos preços justos para se combater o canibalismo do

Gherardi tem voz bastante ativa no turismo nacional e certamente

mercado". Aos 73 anos, com três

empresas e 60 funcionários

esposa ou com poucos e

terá suas reivindicações levadas

selecionados amigos.

em conta. •

Com Trajano Ribeiro na festa da Bito

A revitalização do

Atleta — O esporte é outra de suas paixões. Cario Gherardi já integrou a equipe italiana de tênis, já foi campeão da Copa de Juniores de esgrima (nas três categorias — florete, espada e sabre), e já praticou tiro, esqui, paralelas e cavalo. Gherardi deixou de fazer seus vôos há uns

Cario Gheradi vem através da

quatro anos e a maioria desses esportes já não pratica mais. Gosta e não abre mão, no

Palmares. Praticamente todos osmembros da família tocam

entanto, de andar na praia regularmente e de fazer

algum instrumento. O filho José

abdominais e exercícios com

e a esposa Anna "são excelentes

pesos todas as manhãs. Seu canal

pianistas"; os filhos Sandro e

de televisão predileto é a Bandeirantes, para acompanhar o

Roberto tocam violão, contrabaixo e bateria; e Gherardi,

no governo César Maia) com o prefeito vai ser muito importante para a coordenação de todo o setor turístico." Gherardi quer de

muito carinho, ele vai todos os fins de semana, somente com a

Músicos — A diversão para música, do esporte e do descanso no sítio que construiu em

coordenador de turismo do Rio

somente na Hotur, Cario

no Rio.

desconhecidos dos brasileiros. Gherardi está a toda hora

Maia. "O entrosamento do

Guinle (José Eduardo Guinle,

especiais. Ao sítio, que Gherardi construiu aos poucos e com

Cario Gherardi aproveita para desconhecidos, a fim de

importante seria o policiamanto ostensivo nas ruas, medida que Gherardi acredita que será tomada pelo governo de César

filhos, nove netos, diversas

turismo é vital para o progresso

descobrir castelos, parques e pontos de atração turísticas ainda

ruins da cidade". Um outro fator

verdadeiro sarau, no sítio de Cario Gherardi ou em ocasiões

nos serviços da operadora de Gherardi. Quando está na Europa, mais ainda na Itália, percorrer de carro lugares ainda

Na festa de sua empresa.

futebol americano e toda a

A união do mercado trará mais força às reivindicações, diz Gherardi


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