ÍNDICE
PRINCIPAIS FATOS
Nos fatos econômicos recentes no Brasil, o Banco Central, por meio de seu Conselho de Política Monetária (COPOM), decidiu aumentar novamente a taxa de juros, que passou de 10,75% para 11,25% ao ano na reunião de novembro. Em dezembro, houve um avanço mais agressivo, com o BC elevando a taxa básica para 12,25%.
O “fogo” que o Banco Central busca combater é o da inflação, que ultrapassou o teto estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional, de 4,50%. No acumulado de 12 meses até outubro, a variação foi de 4,76%, segundo o IBGE, impulsionada pelo forte aumento das carnes e pela energia elétrica, cujo custo subiu devido à mudança para a bandeira tarifária vermelha – patamar 2, o nível mais elevado.
Sobre esse último ponto, há uma boa notícia: com a volta das chuvas mais intensas, sobretudo nas áreas das principais hidrelétricas, houve um alívio no sistema, e, já em novembro, a ANEEL decidiu pelo retorno da bandeira tarifária amarela, o que deverá contribuir para uma inflação mais baixa em novembro e menos pressão nos meses seguintes.
As atenções atualmente se voltam para as carnes, que subiram 5,81% apenas em outubro. O período de entressafra, após um recorde de abates de bovinos, reduziu a oferta ao consumidor e disparou o preço da arroba, que saltou de R$ 230 para acima de R$ 330 em menos de dois meses. Assim, a tendência é de manutenção da pressão sobre o grupo de alimentos e bebidas na inflação nos próximos meses.
O dólar elevado é outro fator que não favorece o controle da inflação. A cotação do real passou de
R$ 5,60 para oscilar próximo a R$ 5,80 e bateu os R$ 6 em novembro e dezembro. Após a eleição do presidente americano Donald Trump, houve um fortalecimento global do dólar, impactando o real. Outro ponto que dificulta a valorização do real e o combate à inflação é a falta de equilíbrio fiscal do governo brasileiro. Apesar de recordes de arrecadação, as contas públicas têm fechado no vermelho, gerando incertezas para os empresários. Nas próximas semanas, espera-se um anúncio sobre possíveis cortes para 2025, mas, por ora, a preocupação persiste.
Esses desafios reduzem o otimismo para o desempenho de longo prazo do Brasil. Contudo, no curto prazo, a economia apresenta sinais de aquecimento, com todos os setores crescendo fortemente. O comércio varejista, por exemplo, cresceu 3,9% em setembro, no comparativo anual.
O destaque foi para o segmento de veículos, com alta de 18%, impulsionada pela melhora no orçamento doméstico, aumento no emprego, ganhos reais de renda e maior facilidade na obtenção de crédito.
A indústria registrou crescimento de 3,4% em setembro no comparativo anual, puxada pelo setor de transformação.
Os serviços tiveram aumento médio de 2,9% no mesmo período, com quase todas as atividades superando o desempenho de setembro de 2023. O turismo, em particular, avançou 4,5% em setembro e acumula alta de 5,2% no ano, segundo a FecomercioSP. Os faturamentos do mês e do acumulado de janeiro a setembro são os mais altos da série histórica, iniciada em 2011.
Uma base importante para o aquecimento da
economia é a combinação de emprego forte, ganhos reais de renda e maior acesso ao crédito.
A taxa de desemprego caiu para 6,4% no 3º trimestre, o menor nível da série histórica para o período. Em relação à renda, o DIEESE informou que quase 90% das negociações de reajustes salariais em setembro superaram a inflação. Quanto ao crédito, a redução da inadimplência e das taxas de juros em relação ao ano passado favoreceu sua expansão entre as famílias.
Embora o Banco Central tenha sinalizado mais um aumento de juros, os efeitos dessa política só são percebidos no médio prazo, comparável à manobra de um transatlântico, que não pode
DADOS IMPORTANTES:
1
A concessão de crédito para aquisição de veículos cresceu 30% no trimestre encerrado em setembro, em comparação com o mesmo período do ano passado, já descontada a inflação. O Marco das Garantias, que permite aos bancos recuperarem veículos após inadimplência, trouxe mais segurança para a expansão do crédito.
RESUMO OUTUBRO/2024
fazer curvas bruscas. Assim, mesmo com a intenção de esfriar a economia para conter a inflação, os dados robustos de emprego e renda devem resistir até meados do próximo ano. O ano de 2024 deverá fechar com crescimento próximo a 3%, iniciando 2025 ainda com forte atividade econômica, mas com tendência de desaceleração na segunda metade do ano. Por ser um período pré-eleitoral, é possível um estímulo adicional à economia com aumento dos gastos públicos. Contudo, isso agravará as incertezas sobre o equilíbrio fiscal e pressionará os juros, resultando num cenário de difícil equilíbrio.
2
IBGE divulgou o primeiro prognóstico para a safra de 2025, com previsão de aumento de 5,8%, atingindo 311 milhões de toneladas, impulsionada pela soja (+10,9%) e pelo milho 1ª safra (+9,1%).
3
Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), mais de 190 mil famílias podem ser impactadas pelo mercado de apostas, potencialmente reduzindo a atividade comercial em até 11,2%, com prejuízo estimado de R$ 117 bilhões.
*LTM - Últimos doze meses
Legenda: Verde, Vermelho e Preto - Os dados ficam melhores, piores e iguais do que no mês anterior.
ÍNDICES DE CONFIANÇA:
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) recuou 1,8% em outubro, voltando aos 121 pontos. Na comparação anual, a queda é de 8,9%. A alta nos preços das carnes impacta fortemente os orçamentos familiares, reduzindo a confiança, mesmo com a queda nos custos de energia.
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) avançou 1,2% em outubro em relação a setembro, mas caiu 1,1% no comparativo anual. Apesar das vendas no varejo estarem em níveis recordes, os empresários enfrentam desafios como aumento de custos e dificuldades na contratação de mão de obra, além de perspectivas incertas para o próximo ano.
Índice de Confiança do Consumidor (ICC) e Empresário Comercial (ICEC)
Consumer Confident Index (ICC) and Comerce Businessman (ICEC) ICC ICEC
Note: O ICC e ICEC variam de 0 a 200. De 100 a 200 pontos é considerado um patamar otimista, e abaixo dos 100 pontos pessimista. Apesar dos indicadores serem da cidade de São Paulo, eles seguem na tendência do que está acontecendo no resto do País já que a cidade, maior do Brasil, representa 11% do PIB nacional.
VIAGENS E TURISMO
No começo de dezembro, participamos uma vez mais como Media Partners da ILTM Cannes, maior feira de viagens de luxo do mundo.
E lançamos a quarta edição do ILTM & PANROTAS
Annual Luxury Travel Report – Brazil and Latin America
As viagens de luxo continuam em alta no Brasil e na América Latina, especialmente para Europa e Ásia. Agora, empresas, destinos e o governo federal, via Embratur, trabalham para colocar o Brasil como local de desejo de viajantes internacionais e área de interesse de investidores de empreendimentos de luxo.
Confira abaixo alguns highlights do Anuário ILTM & PANROTAS, que traz duas pesquisas inéditas (B2B, com agências de viagens, e B2C, com viajantes), reportagens especiais e as tendências do setor para 2025:
• No Brasil, o mercado de viagens de luxo está estimado, pela Bain & Company, em R$ 80 bilhões, devendo atingir R$ 130 bilhões em 2030.
• Apenas 6% das famílias brasileira possuem renda mensal superior a R$ 15 mil, o que mostra concentração de renda e público-alvo bem definido e restrito.
• O Brasil tem cerca de 83 mil milionários (número que caiu devido à desvalorização do real).
• A pesquisa com viajantes de luxo ouviu 3.284 pessoas, das quais 60% moram na região Sudeste.
• 64,5% delas tem entre 30 e 49 anos e apresenta renda mensal entre R$ 30 mil e R$ 50 mil.
• A maioria desses viajantes faz de duas a três viagens nacionais por ano (33,87%), de quatro a cinco (22,11%) ou de seis a oito viagens (17%).
• Quanto às viagens internacionais, 37,93% disseram fazer de duas a três por ano; 8,52% de quatro a cinco; e 6,29% de seis a oito viagens ao Exterior.
• Próximos destinos no Brasil:
1 – Rio de Janeiro
2 – Nordeste
3 – Fortaleza
4 – São Paulo
• Próximos destinos no Brasil que ainda não conhece:
1 – Lençóis Maranhenses
2 – Fernando de Noronha
3 – Amazonas
4 – Bonito e Jalapão
• Próximos destinos no Exterior:
1 – Estados Unidos
2 – Itália
3 – Portugal
4 – França
5 – Argentina
• Próximos destinos no Exterior que ainda não conhece:
1 – Itália
2 – Grécia
3 – Japão
4 – Egito
5 – Canadá
6 – Paris
7 – Turquia
8 – Dubai
• Principais motivos da viagem:
1 – Conhecer novos lugares
2 – Divertir-me
3 – Relaxar e descansar
4 – Viver experiências memoráveis
5 – Conhecer nova culturas
6 – Celebrar a vida e os momentos
7 – Viver experiências exclusivas
• Principais nichos:
1 – Sol e Praia
2 – Turismo Histórico e Cultural
3 – Turismo Gastronômico
4 – Cruzeiros
5 – Turismo de natureza
• Onde realizam a reserva:
1 – 75,87% em um agente ou consultor de viagens, sendo 26,17% em uma agência, 25,76% com um profissional de confiança e 23,94% com um consultor, depois de pesquisar on-line
2 – 63,69% diretamente com os fornecedores
3 – 55,58% nas OTAS
4 – 1,01% outros
• Os viajantes com renda mensal acima de R$ 50 mil conhecem 12 países e viajam de classe executiva ou econômica premium.
• Os viajantes da Geração Z são os que mais se identificam como bissexuais (7,14%) e buscam verdade de propósitos e o Turismo de natureza.
• Na pesquisa com as agências de viagens, os destinos mais vendidos dentro do Brasil foram:
1 – Fernando de Noronha e Rio de Janeiro
2 – Trancoso e Bahia
3 – Nordeste e Lençóis Maranhenses
4 – São Paulo
5 – Ceará
• E os destinos internacionais mais vendidos nas agências:
1 – Europa
2 – Itália
3 – França
4 – África do Sul
5 – Estados Unidos
6 – Japão
7 – Ásia
8 – Maldivas
• E 77% dos clientes usam o WhatsApp para falar com os agentes de viagens.
• Personalização das experiências e acesso a experiências autênticas e exclusivas são características que os clientes das agências buscam para suas viagens.
• 52,63% das agências de viagens dizem ter uma excelente relação com os fornecedores.
• Entre as tendências apontadas pelas agências:
• Procura por destinos internacionais exóticos e menos explorados
• Clientes topam pagar mais por experiências personalizadas e exclusivas
• Menos destinos visitados por viagem Foco crescente em experiência e bem-estar
O ANUÁRIO DE LUXO
ILTM & PANROTAS TAMBÉM TRAZ:
• Lista de agências de viagens de luxo que pertencem a grupos e comunidades
• Overview da economia brasileira
• Tendências apontadas pelos players brasileiros
• Reportagem sobre viagens de bem-estar pelo mundo
• Tendências do Turismo de luxo na América Latina, entre elas:
1 – Bem-estar acima de tudo
2 – O registro das férias por profissionais (fotógrafos e vídeo-makers)
3 – Experiências espontâneas decididas na viagem
4 – Conexão emocional com os clientes
5 – Mulheres viajando
Acesse a edição completa, em inglês e português, do Anuário ILTM & PANROTAS no Portal PANROTAS, em Edições Digitais
E a íntegra das duas pesquisas, com Viajantes e Agências de Viagens, você pode conferir em www.trvl.com.br
BALANÇO DO ANO
• Um segundo semestre com vendas mais lentas fecha um 2024 positivo para o Turismo brasileiro, com destaque para:
• Viagens para Estados Unidos e Europa – a regularização do tempo de espera por um visto americano contribuiu para isso
• Crescimento e/ou consolidação dos nichos de Luxo, Esportes e Viagens em Família
• Recuperação da CVC Corp, que pela primeira vez em 20 trimestres, apresentou resultado positivo
• Liderança da Latam no aéreo nacional, com a Gol caminhando para sair do Chapter 11 no começo de 2025 e Azul reestruturando suas dívidas com os principais credores
• Novos voos internacionais e aumento de frequências ajudaram a reconstruir a malha do Brasil para o Exterior, tendo destaques como Costa Rica, Aruba e Cancún (Gol), Munique (Lufthansa), Curaçao (Azul, incluindo ligação para Fort Lauderdale), Casablanca (Royal Air Maroc, voltando ao Brasil), Los Angeles (mais frequências com Latam e Delta), além do aumento de frequências de empresas como Copa, Tap, Air France (que inaugurou Salvador-Paris), Air Europa, Iberia, British Airways, American e Delta (essas com seus
voos sazonais no verão brasileiro), Azul (para Orlando e Fort Lauderdale), Lufthansa, entre outras.
• Consolidação dos eventos do trade de todos os portes, finalizando a agenda com o Festuris, em Gramado, em plena recuperação da Serra Gaúcha depois do fechamento do Aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre.
• Os maiores desafios do ano foram: a desvalorização do real (especialmente em relação ao dólar, que continua neste final de 2024, desafiando e retardando, mas não acabando com os planos de novas viagens internacionais), viajar em um mundo repleto de guerras e conflitos políticos, o fechamento do Aeroporto de Porto Alegre e as enchentes no Sul do Brasil, o reflexo das crises da 123 Milhas e Hurb (que ainda não chegaram ao fim), o susto com a Gol no Chapter 11 (a empresa chegou a registrar um afastamento do trade no início do ano) e o impacto da crise climática nas viagens.
Continuem apostando em Viagens pelo Brasil e pelo mundo – com segurança, voos, estrutura, valor agregado e personalização. O Brasil continuará crescendo e os brasileiros estão mais ávidos por viajar que nunca.
Relatório produzido pela PANROTAS e pela FecomercioSP com o objetivo de servir como norteador de decisões para destinos e empresas nacionais estrangeiras. Para mais informações ou esclarecimentos, entre em contato com ri@fecomercio.com.br ou redacao@panrotas.com.br