ÍNDICE
PRINCIPAIS FATOS
A principal notícia econômica do Exterior veio dos Estados Unidos, com o Federal Reserve mantendo a taxa de juros no atual patamar, entre 5,25% e 5,50% ao ano. A indicação agora é que não deve haver alterações ao longo deste ano, contrariando as expectativas de que haveria um possível início do ciclo de queda. Os dados econômicos de lá são positivos, com o mercado de trabalho aquecido e a inflação de serviços ainda acima do esperado, o que traz essa cautela do Banco Central americano em manter os juros nas máximas. E, obviamente, qualquer medida no mercado americano surte influência na economia mundial, sobretudo nos países emergentes como o Brasil. O impacto mais expressivo, no momento, foi na taxa de câmbio, oscilando próximo aos R$ 5,40 por cada dólar, sendo que há poucas semanas estava sendo cotada ligeiramente acima dos R$ 5.
Essa desvalorização do real não se dá somente por conta dos juros americanos, mas pelo aumento das incertezas da economia brasileira, principalmente pela questão fiscal, de como o governo deve trabalhar para equilibrar as contas. Mais do que isso, há um clima de insegurança jurídica e econômica, com medidas sendo tomadas pelo governo com o objetivo de aumentar a arrecadação sem uma devida negociação com os setores, o que traz um natural aumento da desconfiança e crítica por parte dos empresários. Diante de um cenário mais turbulento, o Banco Central brasileiro encerrou precocemente o ciclo de queda da taxa de juros, iniciado em agosto do ano passado, e decidiu por manter a SELIC em 10,50% ao ano. Esse movimento de cautela contribui para evitar uma desvalorização mais forte do real, contribuindo para efeitos menores para a inflação. O ponto relativamente positivo é que os preços das commodities estão em baixa o que ajuda a não
pressionar os preços, sobretudo de alimentos no País. Tratando desse tema, o IPCA, índice oficial de preços do Brasil, subiu 0,46% em maio e acumula 3,93% nos últimos 12 meses. Ainda há uma expectativa de alguma pressão sobre os preços de alguns alimentos derivado da trágica situação das enchentes no Rio Grande do Sul que impactaram ou a produção ou o escoamento dos produtos da região.
Enquanto isso, a economia brasileira mostra um bom crescimento no primeiro trimestre deste ano, com alta no PIB de 0,8% em relação ao período imediatamente anterior, com forte influência sazonal da agropecuária (11,3%) e dos serviços (1,4%). Os investimentos, embora tenham subido 4,1% nos três primeiros meses, seguem perdendo participação em relação ao PIB, com 16,9% contra 17,1% do primeiro trimestre de 2023. Com esse percentual é difícil imaginar um crescimento mais forte do País, principalmente com o freio no ciclo de redução da taxa de juros, mantendo caro o crédito para as empresas e famílias. Sem falar ainda que o dado do próximo período, do segundo trimestre, captará os prejuízos no Rio Grande do Sul, um Estado que participa com pouco mais de 5% na economia nacional, importante produtor de produtos agrícolas e industriais. A expectativa é que haja um impacto negativo de 0,2 ponto percentual no PIB brasileiro. Apesar de um ciclo favorável, o Brasil segue na sua eterna armadilha do baixo crescimento. Os setores econômicos até têm apresentado resultados muito positivos. Porém, com um grau relativamente baixo de investimentos levará a um gargalo no longo prazo, dado o desequilíbrio da oferta e demanda. Ou seja, a demanda hoje segue em alta com o avanço no mercado de trabalho e recomposição da renda, mas, por outro lado, uma elevação tímida na oferta.
Para se ter uma ideia, a taxa de desemprego no País
caiu para 7,5% ante os 8,5% do mesmo trimestre terminado em abril do ano passado. Com o aumento do rendimento médio real dos trabalhadores, possibilitou um crescimento de quase R$ 15 bilhões na massa de rendimentos no trimestre (fevmar-abr), o que significa mais recursos em posse dos trabalhadores.
Esse dinheiro a mais ajuda nas vendas do comércio, por exemplo. Em abril, segundo o IBGE, as vendas subiram 2,2% no contraponto anual, e de 4,9% no varejo ampliado, no qual são incluídos os setores de veículos, atacado de supermercados e materiais de construção. Nos serviços, houve avanço de 5,6% no contraponto anual e acumula elevação de 2,3%. E a indústria expandiu 8,4% em abril, também de acordo com informações do IBGE.
DADOS IMPORTANTES:
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De acordo com o IPCA, do IBGE, a inflação acumulada no ano até maio foi de 2,27%.
Contudo, o principal grupo de consumo das famílias, alimentação e bebidas, sobe quase que o dobro, 4,23%, ainda sob efeitos do El Nino que diminuiu a oferta de alguns produtos desde o final do ano passado.
RESUMO MAIO/2024
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E segundo o levantamento mensal da FecomercioSP, o Turismo nacional faturou R$ 15,7 bilhões em abril, alta de 4,7% na comparação com o mesmo período de 2023, e acumula elevação de 2,6% no quadrimestre. Portanto, esses números positivos devem ser comemorados, mas, ao mesmo tempo, têm que ser analisados com cautela, pois há inúmeros desafios que podem atrapalhar esse ciclo positivo no médio e longo prazos, sendo o principal dele o equilíbrio fiscal. Sem um norte claro sobre o tema, ficam as dúvidas sobre as trajetórias da inflação e da dívida pública que, por consequência, limitam a redução da taxa de juros e a entrada de investimentos, dificultando um crescimento mais forte, permanecendo a projeção de 2% para este ano, um arrefecimento em relação aos 3% do ano passado.
Novas estimativas apontam para uma redução de 5,9% na safra de 2024, com quedas em produções importantes para a mesa do brasileiro como a do arroz (-6,5%), feijão (-6,1%) e da soja (-3,3%), segundo o IBGE.
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O Turismo nacional cresce 2,6% no 1º quadrimestre, com destaque para o setor de locação de meios de transportes (12,3%) e para o serviço de alojamento (7,2%). O segmento que possui o maior faturamento é o de transporte aéreo de passageiros, de R$ 15,9 bilhões para o período, alta de 2,5%, de acordo com levantamento da FecomercioSP.
*LTM - Últimos doze meses
Legenda: Verde, Vermelho e PretoOs dados ficam melhores, piores e iguais do que no mês anterior.
ÍNDICES DE CONFIANÇA:
O Índice de Confiança do Consumir (ICC) volta aos 126,5 pontos em maio com a queda mensal de 2,4%. No entanto, esse patamar está 3,5% acima do registrado no mesmo período do ano passado. Embora o mercado de trabalho na capital esteja aquecido, a inflação, sobretudo a de alimentos, atrapalhando a rotina de compras das famílias. Além disso, os paulistanos estão cada vez mais com uma avaliação negativa em relação ao País nos próximos 12 meses, até por conta de um baixo crescimento e das contas públicas deficitárias.
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) retraiu 0,9% em maio e ficou nos 107,9 pontos, praticamente igual ao visto em maio de 2023. Os empresários estão com pessimismo em relação a situação atual da economia brasileira e com o setor varejista. Além do baixo crescimento brasileiro, os custos têm subido o que interfere no resultado das vendas.
Consumer Confident Index (ICC) and Comerce Businessman (ICEC)
Índice de Confiança do Consumidor (ICC) e Empresário Comercial (ICEC)
Note: O ICC e ICEC variam de 0 a 200. De 100 a 200 pontos é considerado um patamar otimista, e abaixo dos 100 pontos pessimista. Apesar dos indicadores serem da cidade de São Paulo, eles seguem na tendência do que está acontecendo no resto do País já que a cidade, maior do Brasil, representa 11% do PIB nacional.
VIAGENS E TURISMO
Mais voos internacionais. Aos poucos a indústria caminha para superar a oferta internacional de voos em relação ao prépandemia, o que deve ocorrer até 2025. No último mês foram muitos anúncios de novos voos, e até retomadas, como é o caso do voo São Paulo-Munique, pela Lufthansa. O retorno será em 9 de dezembro, três vezes por semana. Além da Lufthansa, anunciaram novos voos internacionais ou ampliação de frequências:
• Gol: voos para Aruba, Cancun e Costa Rica. A companhia promete fortalecer seus voos para Flórida, Bogotá e Buenos Aires e voltar com força ao Caribe. A empresa também retomou a ligação entre Fortaleza e Orlando.
• Copa Airlines: Novo voo para Florianópolis (com destino à Cidade do Panamá) e ampliação de frequências para Brasília.
• Tap Air Portugal: Voo para Florianópolis, devido ao fechamento do Aeroporto de Porto Alegre. E retorno do voo para Manaus, a partir de 4 de novembro.
• Iberia: A Iberia anunciou que, a partir de outubro, passará a operar dois voos diários entre São Paulo e Madri e que, a partir de junho, ofertará um voo seis vezes por semana entre o Rio de Janeiro e a capital espanhola.
Também já foram anunciadas a volta da Royal Air Maroc ao Brasil e, como vimos no último BOM Report, as novas rotas e adições da Latam Airlines saindo da América Latina. Incluindo mais voos na rota São Paulo-Los Angeles.
RECORDE DE PASSAGEIROS
Em maio, o número de passageiros transportados em voos internacionais cresceu pelo 38º mês seguido no Brasil. O País registrou recorde de viajantes com destino ao Exterior (1,9 milhão de turistas, melhor resultado para o mês desde início da série histórica — iniciada em 2000). O resultado é 18,2% maior na comparação com o mesmo período do ano passado e supera o volume prépandemia.
Os dados são da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e revelam ainda que a rota que mais transportou passageiros para o Brasil foi Santiago-São Paulo. No último mês, mais de 112 mil turistas chegaram ao País a partir deste voo (6% do total transportado). A capital chilena também teve a segunda rota com maior número de viajantes, para o Rio de Janeiro, com cerca de 50 mil turistas. O trecho Bogotá (Colômbia)/ Guarulhos fecha o top 3, com mais de 48 mil pessoas transportadas.
Os Estados Unidos, assim como em maio do ano passado, continuaram sendo o país com maior volume de passageiros transportados. No quinto
mês deste ano, foram mais de 325 mil passageiros chegando ou partindo para o país, aumento de 10,8% na comparação com igual período de 2023. Argentina e Portugal, com 231 mil e 218 mil, respectivamente, estão no topo de países mais visitados por turistas que estão em solo brasileiro.
O Chile, por sua vez, foi o país que apresentou o maior percentual de crescimento na movimentação de viajantes de e para o Brasil. Com quase 200 mil passageiros, o país cresceu 70% nesse indicador. Em maio de 2023, o movimento alcançou 116 mil.
OUTRAS NOTÍCIAS
• Agências de viagens e OTAs têm ganhado na Justiça ações para não terem de responder por problemas em toda a viagem do cliente, ficando responsáveis apenas pela parte que lhes cabe (o agenciamento).
• A nova Lei Geral do Turismo contempla essa especificação e está em fase final de aprovação pelo Congresso.
• Israel passa a exigir visto eletrônico para brasileiros.
• México adia decisão do visto eletrônico e empresas de Turismo sentem impacto desse impasse.
• Gol anuncia que deve deixar o Chapter 11 no começo de 2025 e que encerrou a primeira fase, de normalização operacional. Novos time e liderança para o departamento comercial deve ser anunciado nos próximos dias.
PREPARE-SE PARA O SEGUNDO SEMESTRE:
• Abav Expo (26 a 28 de setembro, em Brasília)
• Fit Argentina (28 de setembro a 1º de outubro)
• Unav Awards (18 e 19 de outubro)
• BTM (24 e 25 de outubro)
• Festuris (7 a 10 de novembro)
E a PANROTAS terá 2 eventos (um deles inédito) e ações especiais:
• Estande âncora na Abav Expo
• Estande âncora no Festuris, onde celebraremos nossos 50 anos
• Download 3ª edição (evento para gestores de Viagens Corporativas): 16 de setembro
• Travel Tech Hub Day (evento sobre Tecnologia para Viagens e Turismo): 4 de novembro
Relatório produzido pela PANROTAS e pela FecomercioSP com o objetivo de servir como norteador de decisões para destinos e empresas nacionais estrangeiras. Para mais informações ou esclarecimentos, entre em contato com ri@fecomercio.com.br ou redacao@panrotas.com.br