03 Principais Fatos
ÍNDICE
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PRINCIPAIS FATOS
A expectativa para a economia brasileira em 2024 segue positiva, mas há relevantes desafios que podem mudar o rumo do crescimento esperado, próximo de 2%, caso não sejam tomadas as medidas na direção desejável. O ciclo de queda de juros é o pilar central nesse cenário favorável deste ano, saindo dos 13,75% ao ano para os atuais 11,25% a.a., a partir de uma sequência de cortes de 0,5 ponto percentual desde meados de 2023. Esse ritmo de redução (0,5 p.p) deve permanecer nas próximas reuniões do Conselho de Política Monetária, o COPOM, com a expectativa de voltar a casa de um dígito até o final do ano.
O crédito relativamente mais barato e acessível é essencial para a expansão de consumo das famílias e para elevar o apetite de investimentos das empresas, além do fato de contribuir com a redução do risco de inadimplência.
Contudo, o que tem gerado o maior temor para esse ano está na parte fiscal do governo, de como será feito para alcançar o anunciado déficit zero, ou seja, as receitas se igualando as despesas. Por enquanto, ainda há muitas incertezas, pois os gastos a mais para 2024 estão estimados em quase 170 bilhões reais, enquanto a previsão das receitas, até o momento, está na metade desse valor. Desta forma, ou o governo altera a meta e já sinaliza que terá mais um ano no negativo, o que será um sinal ruim para a economia, ou dobrará os esforços para aumentar impostos, com reonerações, retirada de incentivos e etc, o que também é negativo para o setor produtivo. Sem o devido controle nas contas públicas, gera pressão sobre a inflação e sobre o ritmo de corte de juros. Um ponto positivo do cenário atual é que os preços, de produtos e serviços, estão numa tendência de arrefecimento. O índice oficial do Brasil,
calculado pelo IBGE, acumula alta de 4,51% nos últimos 12 meses até janeiro deste ano, sendo que um ano antes o percentual foi de 5,77%. Chama a atenção, no entanto, o grupo alimentos e bebidas que, em janeiro, apontou avanço de 1,38%.
Tende a ser uma questão pontual, sobretudo pelos reflexos do fenômeno El Niño, que traz uma instabilidade no clima com excesso de chuva ou calor, prejudicando o plantio de vários produtos, dentre eles os básicos do brasileiro, como o feijão (9,70%) e o arroz (6,39%). Mesmo com esses aumentos sazonais de preços, o que pode trazer alguma limitação no consumo, os setores da economia vêm demonstrando bons resultados, como é o caso do comércio varejista que registou crescimento de 1,7% em 2023. O destaque, em termos de variação, ficou por conta de eletrodomésticos (5,1%), seguido de farmácias e perfumarias (4,7%) e supermercados (3,7%). Fica claro, assim, que num cenário de juros altos, os bons desempenhos não ficaram restritos aos setores básicos, mas aos que são sensíveis ao crédito, ou seja, as famílias com apetite em se endividar, tanto pela necessidade de consumir quanto pela facilidade na obtenção de um financiamento.
O setor de serviços, o de maior peso no PIB, fechou o ano passado com crescimento de 2,3%, após alta de 8,3% em 2022, o que sinaliza uma perde de folego, o que é natural quando se tem uma base de comparação mais elevada. E dos cinco grupos analisados pelo IBGE, quatro apresentaram aumento do volume de serviços em relação ao ano anterior.
O turismo nacional teve um ótimo resultado no ano passado com faturamento de R$ 190 bilhões, o que representa um aumento anual de 7,8%, de acordo com o levantamento da FecomercioSP. Praticamente todos os segmentos ficaram no azul no ano com destaques para as elevações de locação de meios de transporte
(18,3%), meios de hospedagem (17,4%) e transporte aéreo de passageiros (12,7%). Evidentemente, o aumento dos custos, principalmente das passagens aéreas, contribuiu para o maior faturamento em 2023, mas não diminui a importância da forte recuperação da demanda, seja no lazer seja no corporativo.
Já a indústria ficou praticamente estável no ano passado, com ligeiro aumento de 0,2%.
O bom ciclo da economia vivido em 2023 e que deve permanecer neste ano, está associado a um cenário de inflação mais moderada, a uma queda na taxa de desemprego e o crédito ainda farto no mercado. E embora a economia mundial esteja numa
DADOS IMPORTANTES:
1
A inadimplência tem caído no Brasil. Dados da Confederação Nacional do Comércio, a CNC, apontam que, em janeiro, 28,3% das famílias estavam com alguma conta em atraso, percentual abaixo dos 28,8% de dezembro e dados 29,9% do mesmo mês do ano passado.
RESUMO JANEIRO/2024
Dados
tendência de redução no ritmo de crescimento, como é o caso da China e que gera impactos na economia brasileira, principalmente em relação aos preços em queda das commodities, o Brasil tem um potencial para ter um avanço mais forte, dependendo somente de si, fazendo o seu dever de casa de, não só sinalizar, mas efetivar um controle fiscal para que haja um ambiente mais propício para redução maior de juros, menor risco sobre a inflação e de incentivo ao investimento produtivo. O que precisa fazer está claro, mas a economia conversa com a política e nem sempre as ações tomadas são as desejáveis.
2
A taxa de desemprego no país atingiu os 7,4% no último trimestre de 2023, queda em relação ao trimestre anterior (7,7%) e na comparação com o mesmo período de 2022 (7,9%).
In ação (LTM-Jan*)
*LTM - Últimos doze meses
Legenda: Verde, Vermelho e PretoOs dados ficam melhores, piores e iguais do que no mês anterior.
3
Em 2023, o Brasil criou quase 1,5 milhão de vagas de empregos com carteira assinada, sendo que mais da metade pelo setor de serviços (886 mil).
4
Devido a problemas climáticos em 2023, a projeção da safra de grãos para este ano foi afetada. De acordo com o mais recente levantamento do IBGE, a expectativa atual é de 303,4 milhões de toneladas, 3,8% abaixo do ano anterior. Embora seja uma queda, vale ressaltar que a safra do ano passado foi recorde.
ÍNDICES DE CONFIANÇA:
O Índice de Confiança do Consumir (ICC) ficou praticamente estável em outubro, marcando 132,8 pontos, variação de 0,1% na comparação mensal e crescimento de 16,2% em relação a outubro de 2022. Esse é o maior nível desde fevereiro de 2019. A melhora na confiança dos paulistanos está correlacionada com a inflação mais baixa e com a maior geração de empregos. Na parte final do ano, a injeção dos recursos do 13º salário deve surtir efeitos positivos sobre a confiança.
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) cresceu pelo quarto mês consecutivo ao passar de 110,2 pontos em setembro para 111,7 pontos em outubro, alta de 1,4%. Embora esteja 8,8% abaixo do nível de outubro do ano passado, essa recuperação lenta, mas consistente do indicador, tem sido consequência do maior poder de compra das famílias e, ao mesmo tempo, uma menor pressão sobre os custos das empresas, contribuindo com o aumento da margem praticada.
Note: O ICC e ICEC variam de 0 a 200. De 100 a 200 pontos é considerado um patamar otimista, e abaixo dos 100 pontos pessimista. Apesar dos indicadores serem da cidade de São Paulo, eles seguem na tendência do que está acontecendo no resto do País já que a cidade, maior do Brasil, representa 11% do PIB nacional.
BEM-VINDOS AO BOM
Começamos o ano com um verão bem aquecido para as viagens no Brasil, mas com notícias preocupantes, que irão impactar o setor durante o ano. Vamos a elas.
1. A Gol Linhas Aéreas, uma das principais empresas aéreas brasileiras, entrou em processo de recuperação por meio do Chapter 11 da justiça americana.
A companhia vinha sofrendo com altas dívidas e falta de aeronaves, diminuindo a oferta de voos no País e para o Exterior, em comparação ao pré-pandemia.
Com isso, a oferta de voos no Brasil continuará sendo um desafio, mesmo com Azul e Latam anunciando novos voos (cerca de 10% de crescimento cada uma).
Esperemos, portanto, tarifas ainda altas e o desafio da chegada de novas aeronaves. Há rumores de uma nova companhia aérea que poderá estrear em breve nos céus brasileiros.
2. Algumas empresas de Turismo ainda sofrem o efeito do pós-pandemia, com dívidas e gestões desafiadas. Com a crise de OTAs, como 123 Milhas e Hurb, e o fechamento de operadoras como a Nova Operadora, além do Chapter 11 da Gol, que lançou uma operadora no ano passado, a Smiles Viagens, o mercado está ansioso com relação ao que pode ocorrer este ano, mas está otimista com as vendas e tendências.
3. O governo federal quer tirar parte das empresas do Turismo dos benefícios concedidos pelo Perse (programa para incentivar a retomada dos eventos pós-pandemia), o que tem gerado apreensão no setor. Segundo o governo, o programa já teria atingido seus objetivos, e o setor de eventos já teria retomado seu volume de antes da pandemia. Mas os empresários alegam altas dívidas
2024
devido ao período de paralisação e pedem que o prazo inicial do Perse seja honrado. A mobilização política tem desgastado a relação com o governo.
4. A crise com o Boeing 737 Max-9 também afetou o Brasil, devido a voos da Copa Airlines e a possíveis futuros pedidos de aeronaves das empresas que usam o modelo.
BOAS NOTÍCIAS
Mas também temos muitas boas notícias:
• American Airlines se junta à Delta Air Lines e anuncia mais voos para o Brasil no segundo semestre. Os voos da Delta começaram no final de 2023.
• Operadoras iniciam lançamentos na área de luxo, com novas marcas a caminho em empresas já tradicionais no mercado, como a Orinter.
• O calendário de feiras e eventos está bem robusto, com as edições prometendo bater recordes este ano. O presencial está mais forte que nunca.
• A PANROTAS celebra seus 50 anos em 2024, e entre as comemorações teremos os lançamentos de um livro com a trajetória de José Guillermo C. Alcorta, fundador da empresa, um documentário sobre 50 anos de PANROTAS e Turismo, e uma revista especial a ser distribuída no Festuris 2024.
• Os PANROTAS Next, nossos eventos regionais, voltam este ano em 6 cidades: Recife (22 de abril), João Pessoa (26 de abril), Joinville (17 de junho), Maringá (21 de junho), Rio de Janeiro (7 de outubro) e Campo Grande (11 de outubro).
VIAGENS DE NEGÓCIOS
Os viajantes a negócios ainda buscam mais flexibilidade e autonomia e em muitos casos conseguiram, por exemplo, para escolher fornecedores ou para o trabalho híbrido, que, veio para ficar, mas
não como prevíamos antes da pandemia. A TRVL Lab realizou uma pesquisa, encomendada pela Trend e PANROTAS, para saber do comportamento dos viajantes corporativos. Veja as principais descobertas.
1. A maioria absoluta das viagens de negócios realizadas é dentro do Brasil, com frequência de 1 a 4 vezes nos últimos 12 meses.
2. Segundo os viajantes ouvidos, a quantidade de viagens corporativas aumentou em relação a 2019.
3. Os viajantes são incentivados pelas empresas onde trabalham a realizar viagens híbridas, podendo estender sua estada no destino de negócios para aproveitá-lo também a lazer. Porém, costumam fazer isso efetivamente apenas “às vezes” ou “raramente”. Mas já é uma possibilidade concreta que tende a crescer.
4. As empresas também permitem que seus funcionários atuem em qualquer lugar (anywhere office). A maioria daqueles que tem esta permissão também afirma que trabalha no formato à distância apenas “às vezes” ou “raramente”.
5. As empresas costumam ter políticas de viagens bem estabelecidas e estão mais flexíveis que em 2019, uma demanda pós-pandemia.
6. A maioria dos entrevistados é ouvida quanto às suas preferências de viagens e tem autonomia na escolha de fornecedores. Os principais itens sobre os quais esses viajantes têm influência são: o meio de transporte, hospedagem e a forma de pagamento.
7. Entre os maiores problemas sinalizados pelos viajantes, no momento da reserva, estão: poucas opções dentro do orçamento permitido pelas empresas e ainda pouca flexibilidade para algumas mudanças.
8. A confiança é o principal fator para aqueles que adquirem viagens com consultores e agências de viagens e acreditam que estes profissionais tor-
nam o processo útil e ágil.
9. O fator que mais se destaca como insatisfatório nas viagens aéreas são os atrasos, seguidos dos cancelamentos de voos.
10. Localização, segurança percebida no meio de hospedagem e preço são os fatores mais importantes na hora de escolher um hotel. 31,37% afirmam que os meios de hospedagem de negócios deveriam oferecer transfer para o aeroporto. O que mais os fornecedores estão deixando de oferecer ao cliente? Confira na pesquisa.
11. Como principais problemas na hotelaria ressaltam o preço elevado das diárias e a conexão de internet com baixa qualidade.
12. Na hora de contratar algum tipo de serviço agregado, por exemplo seguro viagem, salas VIP, transfer, entre outros, os viajantes afirmam que suas escolhas são baseadas principalmente na segurança e no conforto que estes itens podem agregar à viagem. O preço, facilidade de reserva e compra e qualidade percebida também são fatores importantes.
13. Google, aplicativos de plataformas de viagens e as ferramentas de reserva on-line disponibilizadas pela empresa são as tecnologias que mais ajudam os viajantes corporativos durante suas jornadas.
14. Estes viajantes ainda apontam situações em que a tecnologia poderia ser uma solução para melhorar suas viagens, entre elas: fornecer informações em tempo real, realizar check in e check out e meio de pagamento.
15. Na aviação, a Azul foi a companhia preferida para viagens domésticas, e Latam para as internacionais. Na hotelaria, Ibis é a marca de hotel preferida dos viajantes a negócios. Confira aqui a pesquisa completa no www. trvl.com.br
Uma pesquisa encomendada pelo Google à Offerwise em janeiro deste ano mostra quais são as intenções de viagem dos brasileiros para os próximos três meses.
Os insights revelam que, nesse início de ano:
O Nordeste é o destino favorito para o período de férias, sendo a escolha de 31,3% dos viajantes; Em seguida, estão as viagens para o litoral nos finais de semanas e feriados (30,6%).
Destinos de serra, frio e boa gastronomia têm a preferência de 21,6% dos respondentes; Resorts/hotéis fazenda de final de semana, feriados ou férias foram a escolha de 20,2%
dos viajantes;
Destinos na América Latina (12,2%);
Destinos na Europa (11,8%)
Dentro dessas buscas, é interessante observar que os jovens e a Classe A têm o interesse de realizar pelo menos três ou mais viagens nos próximos três meses, enquanto pessoas mais velhas e das classes B e C pretendem fazer apenas uma viagem no período.
A segurança é o item mais importante para os viajantes. As tarifas promocionais vêm em segundo lugar, juntamente com o conforto; A facilidade de compra, principalmente por meio de aplicativos e tecnologias, vem em seguida.
Relatório produzido pela PANROTAS e pela FecomercioSP com o objetivo de servir como norteador de decisões para destinos e empresas nacionais estrangeiras. Para mais informações ou esclarecimentos, entre em contato com ri@fecomercio.com.br ou redacao@ panrotas.com.br