Brazilian Overview Monthly Report - PT - MAR 2023

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Edição 34 - março/23


ÍNDICE

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Principais Fatos

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Índice de Confiança

06

Viagens e Turismo

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PRINCIPAIS FATOS No Brasil, um fato recente trouxe mais um problema para o caminho da retomada do crescimento econômico. As lojas Americanas, grande rede varejista no segmento de departamentos e forte atuação como marketplace, no ambiente digital, teve um grave problema em seu balanço financeiro, ainda sob investigação, e que gerou uma dívida de grandes proporções com bancos e empresas. Essa varejista, até então, era considerada de alta credibilidade no mercado financeiro, com nota máxima de crédito, o chamado triplo A. Agora, com a dívida bilionária, os bancos vão aumentar a seletividade do crédito, para todo o porte de empresa e inclusive para os consumidores de maneira geral, deixando ainda mais caro o custo dos financiamentos, dada a taxa básica de juros já elevada, no patamar de 13,75% ao ano. Além desse acontecimento, também contribuíram para aumentar o grau de alerta no mundo a quebra do Silicon Valey Bank, e as dificuldades enfrentadas pelo banco Credit Suisse. O mundo se vê numa nova situação de juros elevados com os Bancos Centrais buscando conter a inflação. No Brasil o quadro é um pouco diferente, ou menos desafiador, sobretudo para o sistema financeiro, pois a taxa de juros, em média, sempre foi alta e com grandes oscilações. Ou seja, em situações como a atual não é nenhuma grande novidade para os empresários. O Banco Central brasileiro, através da reunião do COPOM, decidiu na última reunião de março, pela manutenção da taxa em 13,75% ao ano, ainda com olhar atento à inflação. A expectativa é que possa se pensar em um início de redução a partir do meio do ano.

A inflação no País, por sua vez, apresenta taxas mais baixas do que há um ano, porém continua elevada e pressionada. O índice geral, o IPCA, do IBGE, sobe 5,60% em 12 meses. Nesse mesmo período do ano passado, a taxa acumulada estava em 10,54%. Influenciam o aumento de preços neste início de ano os tradicionais reajustes na área de educação e volta dos impostos federais sobre os combustíveis. A tendência é que a inflação gire em torno de 6% neste ano de 2023, ainda considerada bastante elevada para uma recuperação mais saudável da renda das famílias. Outro ponto a se destacar é que, com as incertezas externas e internas, o real não tem conseguido a sua valorização. Desde o início do ano, a cotação gira em torno de R$ 5,20 para cada dólar e com as notícias do SVB e do Credit Suisse, houve uma nova subida para o patamar de 5,30. A moeda nacional seria um caminho importante para ajudar na redução dos preços internos. Com o cenário de crédito caro e inflação alta é natural pensar na restrição de consumo das famílias. Adiciona a isso o nível elevado de famílias inadimplentes no País que, segundo a Confederação Nacional do Comércio, a CNC, são 29,8% de lares que estão com contas em atraso, sendo que o recorde histórico foi em novembro do ano passado, de 30,3%. A luz no fim do túnel vem pelo emprego. De acordo com dados do IBGE, a taxa de desemprego no País atingiu no final do ano passado 7,9%, a menor desde o último trimestre de 2015. Desta forma, com a renda média real crescendo aos poucos permitirá, de forma gradativa, o pagamento de contas em atraso e o aumento dos gastos em setores básicos como supermercados e farmácias. Brazilian Overview Monthly Report - March 2023

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Tanto que, quando observados os dados do comércio disponíveis até o final de 2022, é nítida a assimetria dos setores. Os desempenhos têm sido marcados pela sensibilidade ao crédito, ou seja, segmentos como eletrodomésticos, veículos e materiais de construção com resultados relativamente piores em relação a supermercados, vestuário e farmácias. Por uma questão de atualização metodológica, o IBGE não divulgou, até a elaboração deste BOMR, os dados de comércio e serviços do mês de janeiro. De qualquer forma, a análise geral é que o setor de serviços, principalmente o de Turismo, está em franca expansão no País, se descolando do fraco crescimento nacional. E para colaborar com a evolução do setor, as passagens aéreas,

por exemplo, embora caras, estão em queda média de preços ao longo dos últimos meses. No último resultado do PIB, de 2022, que cresceu 2,9%, o setor de serviços foi responsável por 2,4 pontos percentuais, sendo o motor de crescimento do país. No entanto, a taxa do último trimestre mostra desaceleração, o que gera uma expectativa de uma economia mais fraca em 2023, até por conta dos efeitos do aumento dos juros realizados ao longo do ano passado. Portanto, o primeiro trimestre se encerra sem grandes novidades ou avanços na economia. Há muitas incertezas, externas e internas, o que dificulta abrir caminho para redução de juros e, por consequência, dar uma tração mais forte para a atividade econômica.

DADOS IMPORTANTES:

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Em janeiro, houve um saldo positivo, entre admitidos e demitidos, de 83 mil postos de trabalhos com carteira assinada, conforme dados do CAGED.

A produção de ovos no Brasil bateu recorde no final do ano passado, de 4,06 bilhões de dúzias, o que contribuiu para amenizar os preços para os consumidores diante do aumento de custos e até a pressão externa com os casos de gripe aviária nos Estados Unidos.

De acordo com levantamento da ABComm, o comércio eletrônico deve atingir, em 2023, R$ 186 bilhões de faturamento.

RESUMO FEVEREIRO/2023

Legenda: Verde, Vermelho e Preto Os dados ficam melhores, piores e iguais do que no mês anterior.

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ÍNDICES DE CONFIANÇA: O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) segue na trajetória de crescimento e, em fevereiro, apontou aumento mensal de 2,7% e atinge os 128,8 pontos. No contraponto anual, a variação foi ainda mais acentuada, de 23,8%. Vale destacar que nesta mesma época de 2022, o País encarava o encerramento da variante ômicron e o início das consequências da Guerra da Ucrânia. Com um ambiente relativamente mais estável, com mais emprego e inflação arrefecendo, é natural que haja a expansão gradativa da confiança. O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) atingiu 112,3 pontos em fevereiro, leve queda de 1,5% em relação a janeiro e de -3,8% no comparativo anual. Embora ainda no patamar otimista, as quedas nos primeiros meses do ano já era, de certa forma, esperada. Isso acontece pelo ajuste de confiança após o principal período para o comércio, o Natal. Além disso, os juros altos e as incertezas da economia, deixam os empresários um pouco mais cautelosos.

Consumer Confident Index (ICC) and Comerce Businessman (ICEC)

Índice de Confiança do Consumidor (ICC) e Empresário Comercial (ICEC) 150 140 130 120 110 100 90 80

ICC

fev/23

out/22

jun/22

fev/22

out/21

jun/21

fev/21

out/20

jun/20

fev/20

out/19

jun/19

fev/19

out/18

jun/18

fev/18

out/17

jun/17

fev/17

out/16

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jun/16

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fev/16

70

ICEC

Note: O ICC e ICEC variam de 0 a 200. De 100 a 200 pontos é considerado um patamar otimista, e abaixo dos 100 pontos pessimista. Apesar dos indicadores serem da cidade de São Paulo, eles seguem na tendência do que está acontecendo no resto do País já que a cidade, maior do Brasil, representa 11% do PIB nacional.

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VIAGENS E TURISMO A 20ª edição do Fórum PANROTAS ocorreu no começo de março e trouxe muitas boas notícias para a indústria de Viagens e Turismo. AVIAÇÃO • As perspectivas de crescimento, segundo Latam Airlines e Azul Airlines, são boas, mas os preços devem continuar altos por um bom período. • A Azul anunciou a volta dos voos para Paris e uma maior presença em Congonhas (São Paulo), principal aeroporto do Brasil. • A Latam irá começar voos para Los Angeles, em parceria com a Delta, e para Joanesburgo, na África do Sul, nos próximos meses. Miami pode ser um dos próximos voos anunciados em parceria com a Delta. Outra novidade da Latam é o início das vendas via NDC, previsto para maio. • A recuperação da malha aérea internacional no Brasil só se dará no começo de 2024, quando deve equiparar aos números de 2019. A partir daí será recuperar o tempo perdido. OPERADORAS • Os números das principais operadoras já estão acima de 2019, especialmente por causa dos preços maiores e devido à reabertura dos destinos internacionais. • A Azul Viagens anunciou que irá montar pacotes com empresas aéreas parceiras, como a United Airlines. • A Orinter e a Mondiale by Ancoradouro prometem mais investimentos para os agentes de viagens, como treinamentos de destinos internacionais. • E a ViagensPromo deve lançar um novo modelo de negócios, com 200 agências de viagens parceiras em uma nova empresa. A operadora tam-

bém terá 3 hubs de distribuição de voos domésticos no Brasil. • O Brasil continua sendo o principal destino de férias, mas as viagens para os Estados Unidos, Argentina e Europa voltaram com força. Os voos e o pedido de visto para os Estados Unidos são os maiores gargalos atualmente. • O governo brasileiro, aliás, com o novo mandato do presidente Lula, anunciou que em outubro voltará a exigir visto de turistas dos Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália, devido à lei de reciprocidade. A comunidade do Turismo, principalmente o receptivo, é contra a medida, mas a decisão está tomada e o Ministério do Turismo e a Embratur estão tentando que esse visto seja eletrônico e emitido em até 24 horas. TENDÊNCIAS O TRVL LAB, divisão de pesquisas e análises de mercado da PANROTAS, em parceria com a MAPIE, divulgou um novo estudo feito com viajantes. E chegou a 6 tendências desses viajantes para os próximos meses e anos.

1. TURISMO COMO PRIORIDADE A compra de experiências começa a se tornar mais importante do que a aquisição de bens materiais. Para 29% das pessoas entrevistadas no estudo, viajar é uma prioridade em suas vidas. 25% delas têm um orçamento reservado para viagens e 23% afirmam já terem comprado viagens não planejadas estimulados pelo preço/promoção.

2. TURISMO DIGITAL HUMANIZADO Embora a tecnologia facilite muito a vida dos viajantes, eles continuam sem abrir mão de um atendimento humanizado. 30% afirmam preferir

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o contato humano às facilidades digitais, enquanto 13% consideram satisfatório o atendimento por ferramentas de inteligência artificial. 43% dos viajantes contam que farão suas reservas de viagens on-line nos próximos meses e 58% das pessoas entrevistadas afirmam que costumam pesquisar em vários sites antes de reservarem. 51%, por sua vez, leem comentários de outros viajantes antes de fazer a reserva.

3. TURISMO DE BEM-ESTAR O Turismo de bem-estar é uma prioridade para os viajantes ouvidos pela pesquisa. 54% entendem que as viagens são parte da manutenção de sua saúde e bem-estar, enquanto 32% aproveitam as viagens para encaixar essas experiências em suas atividades. Por fim, 19% pretendem fazer viagens para destinos com foco na saúde e bem-estar.

4. TURISMO DAS SUPER-EXPERIÊNCIAS As viagens com conteúdo ganham força, principalmente em experiências como visitas, oficinas e vivências, as quais permitem que os viajantes conheçam com mais profundidade aspectos da cultura local. Há ainda um desejo de resgatar as raízes e a ancestralidade, e de estar em contato com a natureza. 25% dos entrevistados no estudo preferem fazer menos viagens, porém ter mais qualidade na experiência, enquanto 23% querem conhecer lugares que prezam pela autenticidade histórica e cultural. 19%, por sua vez, querem viajar para um destino com pleno contato com a natureza e/ou de ecoturismo.

5. TURISMO REGENERATIVO A escolha pela sustentabilidade torna-se cada dia mais presente nas decisões de viagens. Afinal, há um aumento da consciência coletiva de questões

associadas à crise climática e aos impactos sociais gerados pelas escolhas de consumo que começa a chegar ao Turismo de forma mais significativa. Cada vez mais clientes optarão por alternativas sustentáveis, responsáveis e regenerativas. 28% valorizam marcas/ empresas que prezam pela sustentabilidade, enquanto 15% topam pagar mais por produtos e serviços que sejam responsáveis ambiental e socialmente e 17% priorizam fornecedores locais e/ou comunitários ao fazerem a compra.

6. TURISMO HÍBRIDO A adoção crescente de novos formatos de trabalho também afeta o Turismo. O bleisure veio para ficar e demandará adaptação de produtos, serviços e experiências por parte das empresas do setor. 40% dos entrevistados contam que têm flexibilidade para viajar fora da alta temporada e 25% têm flexibilidade para trabalhar de qualquer lugar. 18%, por sua vez, trabalham somente em home office. MAIORES PREOCUPAÇÕES Quando se trata das preocupações dos viajantes, a principal diz respeito à violência e criminalidade, seguida pelos altos preços das passagens aéreas e pela inflação e crise econômica. A pesquisa foi realizada com 1.348 viajantes brasileiros de todas as regiões do País, das classes A, B e C e com idades entre 30 e 59 anos. Para ver o estudo completo, visite trvl.com.br. PRÓXIMOS EVENTOS A PANROTAS estará em grandes eventos internacionais nos próximos meses. Nos encontre na WTM Latin America e ILTM Latin America, em São Paulo, e no IPW 2023, em San Antonio, no Texas.

Relatório produzido pela PANROTAS e pela FecomercioSP com o objetivo de servir como norteador de decisões para destinos e empresas nacionais estrangeiras. Para mais informações ou esclarecimentos, entre em contato com ri@fecomercio.com.br ou redacao@panrotas.com.br.

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