PANROTAS 1.447

Page 1

Edição nº 1.447 - Ano 28 | 4 a 10 de novembro | www.panrotas.com.br

R$ 11,00

Locadoras dando lucro em plena crise, viagens rodoviárias crescendo, mas a produção de veículos não tem acompanhado o ritmo dessa retomada

O LUXO NO PÓS-PANDEMIA

6 desafios e 6 tendências do segmento que promete ser um dos motores da retomada das viagens no Brasil


6

PANROTAS — 29 de julho a 4 de agosto de 2020


29 de julho a 4 de agosto de 2020 — PANROTAS

7


ÍNDICE

nº 1.447 | 4 a 10 de novembro de 2020 | www.panrotas.com.br

Página 05

Editorial - Turismo precisa continuar cumprindo sua missão

Página 07

Check-in - Os destaques da semana no Portal PANROTAS

Página 10

Locadoras - Empresas já veem falta de carros e alertam para reserva antecipada

Página 12

Luxo - 6 tendências e 6 desafios do setor de alto poder aquisitivo

Página 20

Copa Airlines - Líderes preveem fortalecimento da aérea pós-pandemia

Página 24

Hotelaria no Rio - Como será o verão na Cidade Maravilhosa?

Página 30

Espaço Alagev - A retomada da aviação e as viagens corporativas

PRESIDENTE

José Guillermo Condomí Alcorta GESTÃO

José Guilherme Condomí Alcorta

TECNOLOGIA Ricardo Jun Iti Tsugawa

EDITORIAL

Artur Luiz Andrade Quer receber a revista PANROTAS pelo celular? Toque aqui ou use o QR Code ao lado.

Media Partner

Associações

Parceria Estratégica


Editorial

SEGURA A ONDA É resiliência que chama? Pois estamos (nós, do Turismo) sendo testados ao extremo nessa pandemia. Um evento histórico que, mesmo com seu ineditismo (em dimensão, consequências e incertezas), vai deixando suas marcas, que, bons estudiosos que somos, vamos analisando e aprendendo a não errar mais. Será? Às vésperas de um verão auspicioso, que promete lotar destinos, hotéis, casas de aluguel e locadoras de automóveis (e também os aviões, pro Edu Sanovicz não brigar com a gente), vale manter os pés no chão, ou ainda um pouco enfiados na lama, e saber que um verão apenas não será capaz de reparar estragos que ficarão por muito tempo em empresas, destinos, famílias e planos de viagem. A lição pode ser aprendida observando o que já está acontecendo em países que começaram o pesadelo dessa pandemia antes de nós. Se não temos a cultura e as diretrizes da China, que testa toda uma região nos primeiros sintomas, com isolamentos severos e o coletivo em primeiro lugar, usemos o exemplo dos países da Europa Ocidental. Lá no começo da pandemia, especialistas já diziam que a segunda onda viria e que o lockdown seria adotado em momentos distintos, de acordo com a subida ou queda de casos. Uma segunda onda que já fechou outra vez a França e a Alemanha, mas com uma vantagem: sabemos mais sobre a doença e a pandemia. Sabemos como evitar um colapso do sistema de saúde e o que dá para se fazer durante a quarentena. Como as pesquisas da aviação mostram, o Turismo responsável é possível, e isso inclui o distanciamento, a máscara, a higiene. Essa solidariedade (cuido de mim para também cuidar de você) continua sendo fundamental, afinal, a pandemia não acabou. E mesmo com a vacina, há cuidados de higiene e saúde que precisam ficar conosco para sempre. A segunda onda assusta, mas lembre-se de que já era prevista, que ela é passageira (e quanto mais todos aderem aos protocolos mais rapidamente ela passa) e que ela pode chegar por aqui (apesar de alguns defenderam que ficaremos na primeira onda prolongada). Ter um verão com viagens responsáveis, em que todos respeitem e sejam respeitados, cuidem e sejam cuidados e aproveitem o melhor do Brasil é um grande passo para a retomada, que continuará por 2021 inteiro, reativando segmentos, hábitos, laços e negócios que sofreram uma paralisação traumática com a pandemia. Para que essa retomada seja estável em seu crescimento e sólida nos alicerces, o Turismo precisa continuar responsável e de braços abertos para receber, com segurança, aqueles que querem relaxar, espairecer, passar momentos com a família, rever parentes e amigos, descobrir novos destinos e novas formas de viajar, trabalhar para ajudar no reaquecimento da economia, ou simplesmente acordar, tomar aquele café da manhã de hotel que todos adoramos, andar até a praia ou a cachoeira, dar um mergulho e então retornar. Somos resilientes, responsáveis, receptivos, resistentes... #SomosTodosTurismo.n Artur Luiz Andrade Editor-chefe e Chief Communication Officer da PANROTAS artur@panrotas.com.br

4 a 10 de novembro de 2020 — PANROTAS

5


Check-in

As notícias da semana

+Lidas da semana Portal PANROTAS Toque na imagem e leia a notícia completa

Costa Cruzeiros: maior navio da frota no Brasil...

A Costa Cruzeiros não terá navios no Brasil na temporada de verão 2020/2021, mas para o final do próximo ano promete voltar em grande estilo. A companhia vai inaugurar o seu maior e mais novo navio, o Costa Toscana, na temporada brasileira.

1 - Mais de 90 países estão abertos para turistas brasileiros; veja lista 2 - Argentina permitirá turistas do Brasil e países vizinhos em novembro 3 - Conheça os novos gerentes B2B da CVC Corp após integração de equipes 4 - Peru e Brasil retomam voos a partir de novembro 5 - Brasileiros podem viajar para a Costa Rica a partir de novembro 6 - Gol prevê retomada de voos internacionais somente em 2021 7 - Costa Cruzeiros estreará seu maior navio no Brasil 8 - Grupo GEA promete benefícios inéditos a agentes de viagens 9 - Empresa inaugura voo regular entre Salvador e Morro de São Paulo

Toque na imagem e leia a notícia completa

...E temporada 21/22 desenhada

10 - 6 desafios e 6 tendências do Turismo de luxo no Brasil Fonte: Portal PANROTAS

Além do Costa Toscana, o Costa Favolosa vem aos mares brasileiros.

4 a 10 de novembro de 2020 — PANROTAS

6



Mais de 90 países para viajar

Toque na imagem e leia a notícia completa

Mais de 90 países já estão abertos para brasileiros. Claro, ainda faltam os da Europa e os Estados Unidos, mas é apenas o início da retomada. Confira a lista que a Schultz Vistos preparou pra gente.

Gol internacional

A retomada doméstica da Gol evolui mês a mês, mas voos para além das fronteiras brasileiras apenas em 2021. Toque na imagem e leia a notícia completa

Toque na imagem e leia a notícia completa

Operações encerradas O Iloa Resort, de Alagoas, anunciou o encerramento de suas operações devido à crise. O empreendimento vai buscar uma nova administradora para voltar a operar.

8

PANROTAS — 4 a 10 de novembro de 2020


Toque na imagem e leia a notícia completa

Tecnologia para independentes

Entrevistamos os diretores do grupo espanhol GEA, que busca associar agências de viagens brasileiras de pequeno porte ou independentes. A rede oferece benefícios diversos para os agentes se tornarem mais competitivos no mercado.

+Lidas da semana PANCORP 1 - Mais de 90 países estão abertos para turistas brasileiros; veja lista 2 - Peru e Brasil retomam voos a partir de novembro Toque na imagem e leia a notícia completa

Recept

O Turismo receptivo do País volta a tentar se organizar, nesse momento de retomada das viagens. Foi criada, com 20 empresas de receptivo, a Recept, nova associação do Turismo no Brasil.

3 - Brasileiros podem viajar para a Costa Rica a partir de novembro 4 - Gol prevê retomada de voos internacionais somente em 2021 5 - Grupo GEA promete benefícios inéditos a agentes de viagens 6 - 6 desafios e 6 tendências do Turismo de luxo no Brasil 7 - Alemanha e França têm novo lockdown decretado 8 - Novo aeroporto de BerlimBrandemburgo substitui o antigo Tegel 9 - Azul, Gol e Latam têm prejuízo de R$ 6,2 bilhões no 2T20

Toque na imagem e leia a notícia completa

Lucro na pandemia

10 - Air France suspende voo ParisFortaleza temporariamente Fonte: Portal PANROTAS

Viajar de carro é sim tendência, como mostra o balanço da Localiza no terceiro trimestre do ano: lucro de R$ 325 milhões e vendas de R$ 3 bilhões, crescimento de quase 20%.

4 a 10 de novembro de 2020 — PANROTAS

9


Locadoras Beatrice Teizen

ESTÁ FALTANDO CARRO?

Paulo Miguel Junior

No cenário da pandemia de covid-19, o mercado de locação de automóveis vem se destacando na lenta retomada do Turismo, mostrando bons resultados e, quem sabe, níveis pré-crise do novo coronavírus até o fim de 2020. O balanço da Localiza no terceiro trimestre do ano é prova disso: crescimento de mais de 18% em receita (R$ 3 bilhões no total) e lucro de R$ 325 milhões em plena pandemia. Entretanto, o setor agora enfrenta um outro desafio que não era esperado: a falta de carros nas montadoras e, consequentemente, nas locadoras. “No início da crise, várias locadoras acabaram vendendo frota para se adequar ao momento, fazer caixa e tentar se adaptar para aquela realidade. Esperávamos que, quando a pandemia acabasse, lembrando que ainda não acabou, o mercado voltasse a operar de forma normal e as locadoras conseguissem readquirir os carros para recompor suas frotas. Porém, a indústria automotiva não está nessa mesma velocidade”, pontua o

10

PANROTAS — 4 a 10 de novembro de 2020

presidente da Abla, Paulo Miguel Jr. De acordo com dados da Rentcars.com, no feriado do dia 12 de outubro, com o reaquecimento do Turismo doméstico e, principalmente, terrestre, dos quase 600 pontos de atendimento disponíveis para aluguel de veículos no Brasil, 26% apresentaram indisponibilidade, principalmente os destinos mais procurados. A maior parte das lojas disponíveis em São Paulo estava sem frota e mais de 90% das buscas realizadas para o Aeroporto de Guarulhos não trouxeram opções para os usuários. “Está faltando carro na indústria automotiva até por conta das situações sanitárias da planta ou porque às vezes a cadeia não está preparada para a retomada. Estamos cobrando as montadoras para entregar mais veículos e a expectativa é ter automóveis para locar para a grande demanda de pessoas que não estão viajando de avião, como forma de isolamento, nos meses de alta temporada de dezembro e


janeiro”, explica Miguel Jr. A Localiza, por exemplo, concorda que a produção de veículos nas montadoras pode impactar seus negócios, mas cita como algo eventual, e acredita que o ritmo de seus fornecedores já está sendo retomado para suprir plenamente as demandas da locadora. "A dinâmica da operação de aluguel é influenciada por diversas variáveis", aponta em comunicado. "Soma-se a isso o fato de as montadoras estarem retomando a produção de carros e se ajustando ao contexto de recuperação da economia. A produção de zero quilômetro está ganhando tração, permitindo a compra gradual de novos veículos para a frota da Localiza, a partir de um planejamento estruturado para continuar solucionando as demandas dos clientes da companhia." Ainda segundo a empresa, todas essas variáveis geram indisponibilidade pontual de veículos, "em especial diante da tendência de retomada crescente das atividades; o momento atual por uso de carro como meio de transporte; e preferências por viagens curtas e pelo Turismo interno, como no caso de feriados prolongados.” ALERTA PARA ANTECEDÊNCIA Além da natural falta de disponibilidade de automóveis nos feriados, as companhias têm encontrado dificuldades para atender os clientes também nos finais de semana “normais” e dias úteis. A relação alta demanda versus menos carros disponíveis mostra que o setor já reaqueceu e reaquecerá ainda mais, mas a escassez de automóveis no mercado exige antecedência e organização por parte de quem quer viajar. “A solução para isso é o planejamento. Para quem deseja viajar na alta temporada de verão, por exemplo, não dá para deixar para dezembro, vai faltar carro. O agente de viagens que já passou por períodos complicados, agora que tem demanda, não consegue vender. Por isso, o profissional que se antecipar, avisar o cliente que é preciso alugar com antecedência, será bem lembrado. Temos de ser proativos, este é o momento de criar fidelização”, afirma o CEO da Mobility, Oskar Kedor. Não deixar para a última hora também garante o melhor preço. Os valores de locação são variáveis e oscilam bastante conforme a demanda, assim

Oskar Kedor, da Mobility

como acontece com as tarifas de hotéis e passagens aéreas. Portanto, é importante garantir a reserva antecipada não somente para não correr o risco de não conseguir alugar o carro, mas também para não pagar um alto preço – tanto pela própria variação do mercado, quanto pela indisponibilidade de veículos da categoria econômica. NÍVEIS RECUPERADOS Embora a queda de receita seja inevitável, Miguel Jr. aponta que a tendência é que o nível, hoje já em 70% de 2019, seja recuperado até o fim de dezembro. Segundo o presidente da Abla, já se esperava uma retomada um pouco mais aquecida, por conta do isolamento de transporte para evitar aglomeração, mas ela veio acima do esperado. “No primeiro trimestre de 2021 deve estabilizar de novo. Até lá, teremos um período com vendas baixas e recomposição de margens para as agências. Mas estou confiante de que as locadoras vão se recompor rapidamente, mesmo enfrentando essa falta de carros”, finaliza o CEO da Mobility.n

4 a 10 de novembro de 2020 — PANROTAS

11


Viagens de luxo Artur Luiz Andrade

6 DESAFIOS, 6 TENDÊNCIAS Simone Scorsato, da BLTA

Em 2019, os membros da BLTA, associação de viagens de luxo no Brasil, tiveram uma movimentação de US$ 1,2 bilhão com a venda de hospedagem, com números que superaram a performance de 2018. O inventário subiu de 1.633 quartos para 2.239 e a venda pulou de 313,6 mil para 428,6 mil, resultando em uma ocupação de 52%, equivalente à de 2018. A diária média foi de R$ 812,5 e os associados representaram 34 destinos, por onde passaram 616 mil viajantes. São no total 46 membros, entre operadoras (cinco) e meios de hospedagem (41). Então veio a pandemia e a crise, com os índices despencando de março em diante, mas a boa notícia é que em setembro, os hotéis BLTA já alcançaram a ocupação média de 55%, superior a 2019. A previsão é subir um pouco o índice em novembro e dezembro, aproveitando oportunidades como os brasileiros que deixaram de viajar ao Exterior e os turistas que buscam autenticidade.

12

PANROTAS — 4 a 10 de novembro de 2020

Para debater os caminhos do Turismo de luxo no Brasil, a associação iniciou na quartafeira, 28, o BLTA Forum 2020, totalmente online, e que seguirá por mais quatro dias (3, 4, 10 e 11 de novembro). TENDÊNCIAS A BLTA divulgou, no primeiro dia de seu fórum, as tendências das viagens de luxo e que podem gerar oportunidades para o Brasil e a cadeia produtiva envolvida: Participação e aprendizado nas experiências com a comunidade local. As viagens com propósito e que contribuam para o desenvolvimento das comunidades e destinos ganham força e têm no Brasil diversos cases que ainda são pouco explorados pelos turistas e pela indústria. Segundo Simone Scorsato, o Brasil tem vários produtos que podem agradar a essa vertente do luxo, mas que ainda não

1


tiveram adequação e treinamento para o atendimento voltado ao cliente de luxo. Sustentabilidade como propósito. O cuidado com o meio ambiente, com os moradores e com a sustentabilidade do destino são itens que o novo consumidor de luxo quer ver nas propriedades onde fica hospedado, nas atrações e atividades.

2

Humanização no conceito de serviço, na troca benéfica das relações pessoais entre o anfitrião e o hóspede.

3

4

Luxo essencial, conforto sem ostentação, autenticidade, o cuidado presente nos detalhes.

5

Serviços que possibilitam o bemestar, a saúde e o autoconhecimento.

6

Otimização do tempo e viagens com grupos menores, familiares.

É claro que ainda existe o público para os hotéis suntuosos, a hospedagem em palácio e a exclusividade, mas nesse momento o Brasil pode se beneficiar com essas tendências e se destacar no novo tipo de luxo que os consumidores buscam. A redescoberta do Brasil passa por explorar novas facetas, produtos e destinos do País, e aqueles ligados a essas seis tendências saem na frente.

4 a 10 de novembro de 2020 — PANROTAS

13


DESAFIOS A BLTA também listou os desafios para o desenvolvimento do Turismo de luxo no Brasil: Falta de política pública do Turismo com enfoque para o Turismo sustentável e de luxo. Mas o descompasso entre a política pública e as tendências da indústria não é exclusividade das viagens de luxo.

1

Conexões e imprevisibilidade de malha aérea interna. Muitos desses novos destinos estão em cidades secundárias com nenhum ou poucos voos. E mesmo o deslocamento entre regiões no País é dificultado por uma malha que prioriza poucos destinos, como as capitais e o Sudeste.

2

Qualificação de mão de obra. Atender o cliente de luxo requer um outro olhar, para exigências que muitas vezes são subjetivas e precisam do toque pessoal apurado.

3

A imagem negativa do País por instabilidade política e sanitária. O Brasil tem fronteiras abertas, sem exigências aos visitantes de fora (o seguro viagem foi obrigatório por pouco tempo) e o dólar está valendo quase seis reais... Mas a imagem de que a pandemia foi mal controlada por aqui, mais as questões ambientais e políticas devem afastar os estrangeiros na retomada. “Não contem com o visitante estrangeiro”, disse Eduardo Sanovicz, da Abear, e ex-presidente da Embratur, em painel no primeiro dia do BLTA Forum. Segundo ele, as viagens de luxo vão se beneficiar de cerca de três milhões de brasileiros impedidos de ir ao Exterior.

4

5

Falta de segurança. Do coronavírus à violência urbana, a imagem do Brasil no quesito preocupa.

Capacitação de fornecedores. Segundo a BLTA, receptivos, táxis, vendedores de lojas e produtores, entre outros, precisam estar mais bem preparados para atender o segmento.

6

Diversidade de produtos e destinos, sustentabilidade, preservação e autenticidade foram atributos do Turismo de luxo no Brasil que a BLTA acredita que serão pontos fortes na atração dos visitantes e no desenvolvimento do setor.

14

PANROTAS — 4 a 10 de novembro de 2020

PERFIL DO VIAJANTE DE LUXO



Parques Temáticos Victor Fernandes

DISNEY PREPARA O AGENTE BRASILEIRO As fronteiras dos Estados Unidos seguem fechadas para viajantes que chegam do Brasil e o Walt Disney World Resort, em Orlando, segue sentindo falta de um dos seus principais mercados ao mesmo tempo em que prepara os agentes de viagens para um retorno futuro. Desde setembro, a Disney Destinations está disponibilizando tutoriais semanais para os agentes ficarem atualizados e encontrarem informações sobre o complexo temático, além de ferramentas de marketing e treinamentos especializados. Já na última semana de outubro, continuando a aproximação com o trade brasileiro, porta-vozes da Disney para o Brasil reuniram a imprensa para esclarecer dúvidas sobre a operação dos parques pela primeira vez desde o início da pandemia. Na ocasião, a Disney Destinations foi representada pela gerente de Comunicação e diretora de Vendas e Marketing para o Brasil, Cinthia Douglas, e pela gerente de Estratégia de Marketing, Ana McCarthy. As executivas foram as responsáveis por explicar alterações dos parques de Walt Disney World e reiterar dicas aos agentes de viagens. “Antes de tudo, precisamos agradecer os agentes de viagens por continuar a espalhar a magia da Disney e a paixão pela marca em cada pessoa. É muito lindo acompanhar isso. O agente é muito importante para a Disney e temos empregado esforços para fornecer suporte a eles”, afirmou Cinthia. Confira abaixo alguns dos tópicos abordados por Cinthia Douglas e Ana McCarthy. SAÚDE E SEGURANÇA Cinthia e Ana começaram o encontro explicando a responsabilidade da Disney com a saúde e segurança da equipe e dos visitantes, seguindo todas as orientações e protocolos das autoridades, como o CDC. Entre as novas regras, estão a capacidade limitada gerenciada pelo novo sistema de reservas “Disney Park Pass”, verificação de temperatura na entrada, distanciamento físico com marcações e barreiras, uso de

16

PANROTAS — 4 a 10 de novembro de 2020

Cinthia Douglas da Disney


máscaras para todos a partir de 2 anos de idade, limpeza intensificada, incentivo à higienização das mãos e disponibilização de álcool gel. As representantes também destacaram o pedido de refeições pelo celular e áreas de relaxamento em que é possível tirar a proteção facial por um momento. Também foi destacada a preocupação com a saúde dos funcionários, que estão sendo submetidos a uma série de políticas e práticas, como exames de saúde feitos nas suas casas com frequência, treinamentos e protocolos para atuação nos parques e hotéis. AGENTE DE VIAGENS Já destacando a importância do agente de viagens, Cinthia citou os portais “Disney Travel Trade” e “Disney Agente de Viagens” como boas referências para o profissional saber informações atualizadas frequentemente sobre o sistema de reservas e atualizações feitas nos parques recentemente. As representantes da Disney também destacaram a série de tutoriais lançada recentemente para mostrar cada pedaço do site, assim como a newsletter com novidades para os agentes que também permite tirar dúvidas sobre os parques. Com as dúvidas em mãos, Ana afirmou que estará nos parques uma vez por mês para gravar as respostas e mostrar um pouco do que está sendo feito em Orlando. Cinthia também aproveitou a oportunidade para destacar o treinamento para agentes brasileiros a ser realizado no dia 11 de novembro e a oferta já disponível para hospedagens entre 3 de janeiro e 17 de abril de 2021. “É um período bem interessante para o Brasil porque abrange as férias escolares”, afirmou. A diretora explicou que as reservas para visita aos parques já estão disponíveis para todo o ano de 2021, recomendando que os agentes e clientes vejam primeiro os dias disponíveis para então comprar os ingressos e já vincular no portal. Não há limite de antecedência estabelecida para reserva. Já é possível agendar visitas aos parques em agosto ou setembro de 2021, por exemplo. As reservas devem ser feitas pelo site “Comece Sua Experiência Disney”.

4 a 10 de novembro de 2020 — PANROTAS

17


Elas ainda ressaltaram que o importante para o agente é entender os detalhes dos protocolos e das mudanças para conseguir passar tranquilidade aos visitantes. A remarcação das reservas é possível e é importante a conversa entre agente e clientes para entender as políticas de remarcações que variam entre agências. "Estamos fazendo todo o possível para ajudar o cliente e receber os visitantes", afirmou Cinthia. EVENTOS E ATRAÇÕES "A primeira coisa que os visitantes vão encontrar por aqui vai ser a magia Disney. Estamos fazendo algumas coisas diferentes por causa do distanciamento físico, mas a magia segue", afirmou Cinthia. Entre algumas atividades que foram pausadas, estão os desfiles e o encontro com personagens. No entanto, Cinthia destacou as comemorações de Natal que acontecerão em Walt Disney World entre 6 de novembro e 30 de dezembro, com decorações natalinas, comidas sazonais e visita do Papai Noel aos quatro parques e ao Disney Springs, além de aparições de personagens vestidos a caráter. Perguntadas sobre os famosos cafés da manhã com os personagens, Ana e Cinthia destacaram que há oportunidade de refeições com personagens em quatro restaurantes do complexo temático, com experiências modificadas, claro. "A minha experiência foi tão maravilhosa quanto (antes) tenho tanta foto de personagens que eu precisaria ver meu celular para apagar algumas. É uma experiência magnífica. Não tem o contato direto devido ao distanciamento, mas é possível tirar foto dos personagens, cantar com eles, bater palmas e interagir. Reitero que a reserva pelo aplicativo é bem importante nesse caso também", afir-

18

PANROTAS — 4 a 10 de novembro de 2020

mou Ana sobre sua experiência no Topolino's Terrace, restaurante localizado no Disney Riviera Resort. HOTÉIS Sobre os benefícios de se hospedar em um hotel da Disney, Cinthia explicou que a partir do dia 1 de janeiro de 2021, a magic band não será mais gratuita para hóspedes Disney e estará disponível para a compra. Entre os outros benefícios, as representantes destacaram que o serviço de transporte dentro do complexo e do aeroporto para o hotel ainda está disponível, sendo que existe uma nova opção para transitar pelo complexo: o Skyline. Todos os protocolos e medidas de segurança também são aplicados nos hotéis, incluindo o uso de máscaras em qualquer área comum.n



Aviação Rodrigo Vieira

“VOLTAREMOS MAIS FORTES”

Dos 81 destinos em 30 países das Américas aos quais a Copa Airlines voava antes da pandemia de covid-19, pouco mais de 30 já foram retomados, após uma paralisação completa da companhia aérea por 145 dias. Uma frota de 160 Boeing 737 (a aérea vendeu todos os seus Embraer) enfileirada no (Hub das Américas) como a companhia denomina o aeroporto de Tocumén, na Cidade do Panamá, cuja localização privilegiada dá à Copa sua maior vantagem competitiva. O Panamá fechou as fronteiras em 22 de março, e desde então a aérea interrompeu sua operação por completo, mantendo apenas voos de repatriação. Voltou aos céus em 14 de agosto, com dois tímidos dias por semana em dois bancos de conexão no hub da América Central em

20

vez dos seis que eram utilizados no pré-pandemia. Aos poucos, a companhia começa a aumentar o número de destinos operados. No Brasil, já voa a São Paulo 11 vezes por semana, enquanto no Rio de Janeiro voa três no mesmo período. Brasília terá retomada em 5 de novembro com "uma ou duas" frequências semanais, enquanto Belo Horizonte está confirmada para 23 de novembro com "duas ou três frequências". Tudo vai depender da demanda, que devido a uma frota unificada pode ter a oferta adequada rapidamente pela empresa. Em entrevista à Revista PANROTAS, o vice-presidente global de Vendas da Copa Airlines, Christophe Didier, e o gerente da aérea para o Cone Sul, Carlos Antunes, garantem plena saúde financeira, falam sobre a re-

PANROTAS — 4 a 10 de novembro de 2020

tomada, vendas, fator ocupacional, protocolos de biossegurança e outros temas. REVISTA PANROTAS – Qual é o tamanho do impacto da crise para a Copa Airlines? CARLOS ANTUNES – Nossos maiores concorrentes da América Latina recorreram ao Chapter 11 em busca de recursos para suas recuperações. Nós não entramos e não solicitaremos uma solução como essa. Não quero dizer que foi fácil para nós. Não foi e não tem sido. A crise é dura para toda indústria de aviação. Entretanto, baixando os custos e conseguindo uma linha de crédito devido à nossa solidez, voltaremos mais forte do que antes. No report do primeiro trimestre tínhamos US$ 1,1 bilhão em caixa.


Isso para uma empresa que fatura cerca de US$ 2,6 bilhões anuais, é quase metade da receita total em caixa. Demonstra solidez financeira e planejamento de longo prazo. Ainda assim, não sabíamos e ainda não sabemos o quanto vai demorar toda essa situação, e a Copa foi aos bancos do Panamá para buscar financiamento adicional, além de ter lançado cotas em ações para recolher mais dinheiro. Conseguimos US$ 150 milhões em crédito com bancos e US$ 350 milhões em bônus convertíveis em ações. No final de junho, tínhamos US$ 1,4 bilhão em caixa. Isso diz que podemos durar muito tempo trabalhando com demanda restringida, com menos voos do que tínhamos e assim enxugando nosso custo operacional. A Copa é uma das companhias aéreas com melhor condição competitiva para sobreviver a esta crise. RP – Com todas essas conquistas, com que perspectivas vocês trabalham para o futuro? CHRISTOPHE DIDIER – Nunca sabemos o dia do amanhã. O ser humano não olha para o passado. Veja a gripe espanhola, que demorou dois anos. São várias ondas do vírus até a situação ser controlada. Acredito que vai demorar pelo menos mais um ano e teremos um 2021 bem difícil pela frente na indústria do Turismo. Mas acredito que em 2022 a situação esteja normalizada. RP – E em relação ao aumento nos voos? Como está sendo essa evolução? ANTUNES – Tivemos uma marca importante em 14 de outubro, quando o Panamá abriu suas fronteiras. Desde então estamos com operações regulares para 30 destinos. Estamos sentindo a demanda de cada destino para aumentar número de rotas e frequências. Nós conseguimos ajustar rapidamente nossa oferta, devido à localização e frota padronizada. E já aumentamos esse volume principalmente nos mais pedidos, como São Paulo, Buenos Aires, Montevidéu, Nova York, Cancun, Punta Cana, Cidade do México e Bogotá. Estamos também sempre de olho para retomar todos os destinos, o que é um processo gradual. RP – E o Brasil como fica neste panorama? ANTUNES – São Paulo já está com 11 voos semanais, de maneira que em quatro dias na semana operamos dois voos, outra facilidade de ter o B737. Em 5 de novembro voltaremos a Brasília, onde começaremos com um ou dois voos para aumentar para três em dezembro. Em 23 de novembro voltaremos a Belo Horizonte com

Christophe Didier, vice-presidente global de Vendas da Copa Airlines

4 a 10 de novembro de 2020 — PANROTAS

21


dois ou três voos semanais. Nossa curva de crescimento é constante. Nós temos um horizonte de planejamento de alguns meses. Alterações vão acontecendo de uma semana a outra, tanto para cima quanto para baixo. Se os Estados Unidos abrem para os brasileiros, por exemplo, a demanda duplica automaticamente e a oferta acompanha. RP – Por falar em Estados Unidos, como estão as fronteiras do país para voos com origem do Panamá? O brasileiro que cumprir 15 dias de quarentena no país central pode voar ao país norte-americano? ANTUNES – Sim, e depois da abertura do Panamá, há muita gente procurando isso que chamamos de "férias na quarentena", isto é, o passageiro vai ao Panamá, cumpre os 15 dias nos hotéis do país e voa aos Estados Unidos utilizando o visto brasileiro. E o Panamá está cada vez mais atrativo para visitantes internacionais, há hotéis e resorts para todos os bolsos e gostos, além de praias lindas a menos de duas horas da capital. RP – E o Panamá exige teste de covid-19? CHRISTOPHE – Sim, exige, e o aeroporto do Panamá está realizando os serviços com resultado revelado em menos de 30 minutos ao custo de US$ 50. É uma facilidade interessante ao passageiro da Copa. RP – Até os passageiros em trânsito precisam apresentar teste negativo? ANTUNES - Não. O Panamá não cobra o teste negativo de passageiros em trânsito. Tudo depende das exigências do destino final, e recomendamos que o agente de viagens esteja atento às regras de cada destino. Mas é necessário esclarecer que o passageiro em conexão não precisa apresentar nada para as autoridades panamenhas", esclarece Antunes. RP – E as medidas da própria Copa Airlines para conter a proliferação do vírus? CHRISTOPHE – Biossegurança é um assunto de toda a indústria de aviação, com mínimas diferenças de uma companhia para outra, mas todas as empresas já sabem o que de fato funciona, isso sem contar a utilização dos filtros HEPA, que renovam totalmente o ar das cabines em poucos minutos. No entanto, a Copa Airlines garante a aplicação destas medidas. Passageiro nenhum relatará que embarcou em nossos voos e não teve temperatura auferida, por exemplo. Levamos o assunto muito a sério. Toda equipe, em absolutamente todos os níveis, está engajada com isso. 22

PANROTAS — 4 a 10 de novembro de 2020

Carlos Antunes, gerente da Copa Airlines para Brasil e Cone Sul

ANTUNES – Outras medidas incluem limpeza reforçada dos sanitários a bordo, bloqueio das poltronas próximas às filas dos mesmos e interrupção do serviço de bordo. O cliente ganha um welcome kit assim que embarca, com álcool, máscara, água e outros itens necessários. Também comunicamos que eles podem embarcar com a própria refeição. A luta contra o vírus está em detalhes essenciais.


RP – Quem está voando Copa Airlines hoje? CHRISTOPHE – Diferentemente do início da retomada, em que voavam estudantes, repatriados, profissionais da saúde, viajantes para ver familiares e outros passageiros ditos essenciais, hoje a demanda de lazer é predominante. Não conseguimos apontar com precisão, mas olhando pelo volume das emissões, é nítido que o corporativo está muito afetado. Ao menos o corporativo das grandes TMCs. Então o lazer se sobressai. Hoje o corporativo está em cerca de 10% do nosso volume. RP – Qual é o fator ocupacional dos voos no Brasil? CHRISTOPHE – Os voos de São Paulo estavam em 60% no início da retomada e hoje já superam os 70%. A tendência é chegar no mesmo nível de ocupação do ano passado muito em breve. Toda vez que há notícias sobre diminuição de casos de covid-19, a demanda sobe rapidamente, e vice-versa. RP – Essa sensibilidade da demanda é um desafio para as companhias aéreas. Como a Copa lida com a questão de reemissões, devoluções, reembolsos? ANTUNES – Talvez tenhamos sido a primeira companhia a flexibilizar regras de mudança de bilhete aéreo. Aplicamos uma política imediatamente quando a pandemia veio. E nossa política está entre as mais facilitadas, pela qual o passageiro tem três opções: manter o bilhete e alterar a data para o futuro sem custos adicionais; receber um certificado de viagem com 20% de valor adicional para um familiar direto voar conosco; ou solicitar reembolso utilizando formulário on-line. O cliente Copa Airlines pode mudar três vezes a data de sua viagem, por qualquer motivo, sem penalidade nem acréscimo de tarifa. RP – Há perspectivas para retorno a mais destinos no Brasil? CHRISTOPHE – O Brasil é uma das maiores prioridades da companhia, e tão logo a demanda reaqueça temos total interesse em voar a mais destinos. Mas destaco aqui a situação de Porto Alegre, pois o retorno à capital do Rio Grande do Sul só não aconteceu ainda por conta da administradora do aeroporto. Entendo que as obras são necessárias para a melhoria dos aeroportos e segurança de todos, mas a duração das reformas neste terminal ultrapassa o tempo aceitável. Quero uma solução para Porto Alegre. O terminal está sempre em obras e prorrogações das mesmas no horário em que a Copa opera. Nossa companhia opera com a logística pensada nos melhores horários de conexão no Panamá. Não podemos simplesmente voar em qualquer horário, isso não faz sentido em termos de conectividade, que é o nosso forte. É um erro fundamental que estão fazendo conosco, e acreditamos que o voo da Copa seja importante para Porto Alegre, que não é necessariamente uma capital repleta de voos internacionais como é São Paulo, por exemplo. Nota da reportagem: Após as alegações da Copa, a concessionária do aeroporto de Porto Alegre se defendeu: "A Fraport Brasil esclarece que, para construir a extensão da pista a 3.200m, a junta entre a pista existente e refazer seu asfalto, é necessário fechar a pista durante a madrugada até o fim de fevereiro de 2021. É importantíssimo salientar que o período de fechamento de 5h15 foi discutido e decidido junto com todas as companhias aéreas que operam no Porto Alegre Airport, com a presença da Copa também. A proposta da Copa tem um impacto em mais de 20 voos domésticos e não foi aceita pelos demais operadores. Ressaltamos que a Copa ainda não anunciou o reinício de sua operação entre Porto Alegre e Panamá e a demanda de voos para esta região está muito baixa devido às fronteiras fechadas ou decretos de quarentena. É muito mais fácil para a Copa alterar o horário de seu voo em 30 minutos do que todas as outras companhias que já possuem um ciclo de conexões no Brasil. Com a situação mundial da pandemia, a expectativa é que a retomada de voos internacionais de forma mais permanente seja factível somente no segundo semestre do 2021. A Fraport Brasil está acelerando todas as obras que precisam fechar a pista nesse período de baixa demanda para ter a capacidade de 100% pronta a partir de março 2021. Asseguramos que não há risco de impacto econômico para o Rio Grande do Sul com essa programação até o fim de fevereiro, ao contrário, estamos evitamos interferências quando a demanda estiver muito mais forte. RP – Vocês estão otimistas em relação ao retorno do B737 Max? ANTUNES – Temos seis unidades em solo hoje, impedidas de voar, além de sete na fábrica em Seattle, e as notícias que vêm do fornecedor e das autoridades são animadoras e dão conta de que em novembro o equipamento já pode ser liberado para voar. Levamos um mês, depois da liberação, para de fato colocar as aeronaves em operação, pois precisamos readaptar alguns processos. Nosso B737 Max-9 tem 16 poltronas-cama na executiva, um diferencial na indústria.n

4 a 10 de novembro de 2020 — PANROTAS

23


Hotelaria Filip Calixto

VERÃO NO RIO

Toque na imagem e assista à live completa Artur Luiz Andrade (PANROTAS), Alfredo Lopes (Hotéis Rio), Lidiane Andreatta (JW Marriott Rio de Janeiro), Roberta Werner (Rio CVB) e Omar Caffaro (Accor)

Após ver os números de ocupação chegarem a 5% no final de março, quando as medidas de isolamento social começaram a valer no País, a hotelaria do Rio de Janeiro segue subindo degraus na direção da retomada. Com saldo negativo - mas menor do que o esperado - de algo entre seis e oito empreendimentos que não resistiram aos efeitos da pandemia, segundo informou a ABIH-RJ, os meios de hospedagem da cidade voltaram a receber clientes em número razoável e já enxergam com otimismo a próxima temporada de Verão. Essas boas perspectivas e as medidas especialmente preparadas para o retorno das operações foram o tema desta semana na LIVE PANROTAS - Retomada das Viagens. Alfredo Lopes, do Hotéis Rio e ABIH-RJ, Lidiane Andreatta, do JW Marriott Rio de Janeiro, Omar Caffaro, da Accor, e Roberta Werner, do Rio CVB, participaram da reunião virtual como convidados e, em opinião comum, reforçaram a projeção de que a cidade deve recuperar o bom movimento de turistas nos

24

PANROTAS — 4 a 10 de novembro de 2020

próximos meses e ter um Réveillon de boa frequência nos hotéis. “Vamos ter sim festas de Réveillon. O prefeito autorizou, mesmo que com um modelo diferente, e estamos, como rede hoteleira, completamente preparados e cercados de protocolos de segurança para preservar a saúde dos hóspedes que estarão conosco”, garantiu Alfredo Lopes. De acordo com o gestor, boa parte dos hotéis do destino já tem recebido consultas e estão com vendas abertas para o período. Para viabilizar a festa adaptada, a Prefeitura do Rio, por meio da Riotur, vai terceirizar a organização. Dessa maneira, o Réveillon Rio 2021 será coordenado pela SRCOM e totalmente pago pela iniciativa privada. A parceria vai resultar na montagem de seis palcos espalhados em pontos turísticos emblemáticos do município, sempre sem presença de público e com todas as áreas isoladas. As atrações desses palcos serão transmitidas pela televisão, por um canal aberto, e pelas plataformas digitais, por meio do canal oficial da Riotur no You-


8

PANROTAS — 28 de outubro a 3 de novembro de 2020


tube. Além dos shows, a festa vai espalhar luzes e efeitos visuais pelo destino. A chegada do Verão e das festas de dezembro traz uma feliz coincidência para o setor de hospedagem da cidade, que já está em curva ascendente graças aos feriados prolongados do segundo semestre. “Estamos num momento de recuperação crescente demonstrada nos últimos feriados. A maior parte dos hotéis já está de volta ao trabalho e operando plenamente, mesmo que com capacidade reduzida”, aponta o presidente da Hotéis Rio. Os números positivos de agora e os esperados para os próximos meses têm como manancial o Turismo doméstico, assim como revela a diretora de Vendas e Marketing do JW Marriott Rio de Janeiro, Lidiane Andreatta. De acordo com a executiva, tanto o hotel onde ela atua como os outros três da rede na cidade têm tido os brasileiros como a nacionalidade mais presente em suas recepções. Diante desse quadro, foi necessário bolar estratégias específicas para atrair o viajante nacional. “Sempre tivemos um grande foco no internacional e nesse momento de restrições decorrentes da pandemia tivemos que nos reinventar elaborando pacotes com experiências exclusivas e diferentes serviços”, elucida Lidiane. De acordo com ela, as unidades Marriott criaram produtos que atrelam serviços de lazer e relaxamento à oferta tradicional desses hotéis. Há também no cardápio atual da rede pacotes pensados para clientes que querem combinar o lazer disponível nessas unidades a ambientes confortáveis e seguros para room office. A diretora do JW salienta ainda que na hotelaria se encontram selos e protocolos de alta eficiência e aprovados internacionalmente. A Marriott, inclusive, criou uma cartilha para viabilizar as operações em unidades de todo o mundo. Também com boa presença na cidade e dona de um protocolo próprio de saúde, o ALL SAFE, a Accor aproveitou o período com hotéis fechados de outra maneira. A companhia francesa realizou em boa parte dos seus 30 empreendimentos no Estado um movimento de reformas e modernizações. Boa parte das obras já foram concluídas e o na mais recente conclusão a rede entregou um Novotel completamente novo no Leme. “Conseguimos oportunizar a pandemia como um momento para acelerar processos

de reforma que estavam nos planos. Isso foi importante por não ficarmos parados”, reforça o diretor regional de Operações Midscale e Econômico Accor Brasil, Omar Caffaro. “O que estamos fazendo agora é oportunizar nossas opções de lazer nos hotéis sabendo que o brasileiro vai viajar pelo Brasil. Hotéis da rede em destinos como Copacabana, Barra e até Angra dos Reis, já têm registrado grande procura para hospedagens no final do ano”, completa. Para o executivo da Accor, outro indício do reaquecimento da hotelaria na cidade está na volta da procura por eventos e até a realização de alguns encontros presenciais de pequeno porte e híbridos. Os que já vêm acontecendo têm uma característica em comum: trazem hóspedes com família e em um tipo de hospedagem mesclado entre corporativo e lazer. EVENTOS Representante que trabalha para captar eventos para a cidade - e por consequência movimentar a hotelaria -, a diretora do Rio CVB (Rio Convention & Visitors Bureau), Roberta Werner, também vê com otimismo os meses finais de 2020. A executiva acredita que a alta temporada pode mostrar ao Rio o retorno de um bom caminho para o Turismo. Roberta lembrou que antes da chegada da crise, o município registrava, em média, 85 grandes eventos por ano, o que produzia U$S 300 milhões em receita e US$ 13 milhões em arrecadação de ISS. Com a realidade de reconstrução, no entanto, esse números evaporaram e só poderão voltar, segundo ela, com boa organização. “Temos que ser assertivos para lidar com uma missão tão desafiadora”, disse. De acordo com a diretora, boa parte da agenda de convenções do Rio foi realocada para a programação carioca de 2021 e 2022. “Agora trabalhamos por um calendário cada vez mais sólido”, aponta Sobre a capacidade de receber turistas que a cidade tem agora, Roberta conta que a experiência disponível hoje nas atrações do Rio é quase completa. “Todos esses estabelecimentos e atrações estão preparados para receber o viajante, sempre sugerindo a utilização de máscaras, com todos os cuidados possíveis de acordo com o protocolo da cidade e adequando seu serviço com criatividade”, assinala. Assista à íntegra da LIVE PANROTAS no Portal PANROTAS, Facebook e YouTube. n

4 a 10 de novembro de 2020 — PANROTAS

26


6

PANROTAS — 29 de julho a 4 de agosto de 2020


EVENTOS E VIAGENS CORPORATIVAS

novembro dede 2020 www.alagev.org | Edição 42 33 – 4 26dede fevereiro 2020 Parte integrante da Revista PANROTAS

MANTENEDORES ALAGEV

Renzo Mello, da Gol

ALÉM DAS MEDIDAS DE HIGIENE Por Beatrice Teizen

Depois de alguns meses de estagnação quase que total, causada pela pandemia do novo coronavírus, a indústria área volta, lentamente, com parte de suas operações e a demanda por viagens reaparece, mesmo que pequena e baseada em diferentes perfis de consumidores, após uma forte retração. Com medidas de higiene e segurança estudadas e sendo implementadas desde o início da disseminação do vírus, 30

agora as transportadoras precisam ir além das iniciativas de saúde, se adequando para atender as operações em crescimento. Comunicar-se de forma clara sobre tudo o que está sendo feito é um dos principais caminhos. “Todas as empresas aéreas e cadeia turística trabalharam intensamente a questão dos protocolos desde o começo, incorporando novos procedimentos a cada semana. Agora há menos, pois

PANROTAS — 4 a 10 de novembro de 2020

os processos já estão bastante robustos e garantem efetivamente a segurança dos passageiros e funcionários. Por isso, já há algum tempo estamos investindo no serviço de conscientização, informação e divulgação para garantir que todo mundo tenha acesso às informações, do que foi feito e do quão seguro é voar”, diz o diretor de Canais de Vendas da Gol, Renzo Mello. Apesar de muito se divulgar no trade,


muitos viajantes ainda se sentem inseguros e não conhecem todas as medidas que estão sendo aplicadas. Se o passageiro está no aeroporto, na fila para embarque, onde o distanciamento social é praticado, por exemplo, o medo de entrar na aeronave e ela estar cheia ainda existe. Por isso, é essencial propagar que o avião é o ambiente mais seguro em todo o processo de viagem, pela limpeza profunda que é feita, pela utilização obrigatória da máscara em todo o voo e, principalmente, por conta do filtro HEPA, que filtra 99,9% das partículas e troca o ar a cada três minutos. Diante disso, a Gol vem fazendo pesquisas constantes com clientes corporativos, de lazer, agências, viajantes frequentes, e grupos de discussão para apresentar todos os processos e medidas, tirar dúvidas e conscientizar sobre a situação de segurança. “Para ter efetivamente uma retomada, para as pessoas voltarem a voar, principalmente o viajante a negócios, é preciso ter confiança. Tanto quem viaja, quanto o gestor de viagens e a própria empresa. Há muita coisa em jogo quando uma viagem é autorizada em nome da companhia. Portanto, elas também precisam entender, toda a cadeia deve ter confiança”, pontua Mello. Assim como a companhia aérea brasileira, o grupo Air France-KLM também destacou desde o início da pandemia que as medidas de segurança são um fator chave para restaurar a confiança do cliente e que comunicá-las é fundamental. O primeiro passo foi garantir o mais alto nível de segurança, já que, nas primeiras semanas, viajar era uma experiência que gerava muita ansiedade – mais do que a habitual. “É muito positivo que, agora, o setor já tem tudo isso em mente. As agências, por exemplo, têm um papel crucial em termos de comunicação. Há um valor quando nós, como aérea, comunicamos diretamente para um cliente, mas, quando é um intermediário, como no caso das agências de viagens e TMCs, a credibilidade se torna ainda maior. As iniciativas e protocolos passam a ter uma neutralidade”, explica o diretor-geral da Air France-KLM para América do Sul, Jean-Marc Pouchol. AUMENTO DA DEMANDA Hoje, pode-se dizer que a procura por viagens aéreas está finalmente cres-

Jean-Marc Pouchol, da Air France-KLM

cendo, mas vale ressaltar que ainda de maneira lenta e gradual. Se nos meses de abril e maio a Gol ofertava somente 50 voos por dia, agora chegou em uma média de 400 e, para dezembro, mira atingir 600 operações diárias. Já a Air France-KLM, que antes da crise, contava com 44 serviços semanais entre Brasil e Europa, hoje está com 20 e, até o fim do ano, planeja atingir 25. É possível afirmar que as coisas estão, finalmente, melhorando. Mas é importante observar as características e tipos das demandas para entender como melhor atender e quais serviços ou não ofertar. Tanto nas viagens a lazer quanto nas corporativas, existem diferentes perfis e cada um de-

les vem se comportando de uma maneira, crescendo mais rapidamente ou mais lentamente. “As grandes empresas, por exemplo, têm controlado mais as viagens, com os funcionários viajando bem menos. Já as pequenas e médias vêm em um ritmo mais acelerado, retomando de maneira mais rápida. Por isso estamos investindo bastante no Voe Biz para poder atender esse tipo de corporação”, afirma o executivo da Gol. Na retomada do lazer doméstico, o perfil “visitando amigos e parentes” voltou mais rápido a viajar e, no último mês, a companhia sentiu uma resposta forte daqueles que compram pacotes. Os últimos feriados, do dia 7 de setembro e

4 a 10 de novembro de 2020 — PANROTAS

31


12 de outubro, são um bom exemplo, com

EVENTOS E eVIAGENS CORPORATIVAS praias lotadas estradas congestionadas. “Em termos de frequências e malhas preassim que possível ao nível anterior à crise, pois, para nós, o Brasil é um mercado estratégico. Hoje, a lotação média das aeronaves está abaixo dos 50%, mas nunca paramos as operações no País. Estamos com dois voos diários saindo de Guarulhos, um para Paris e outro para Amsterdã, é muito importante mantermos uma oferta significativa daqui até a Europa”, conta Pouchol.

MANTENEDORES tendemosALAGEV voltar

DIGITAL VS PRESENCIAL Com tantas mudanças, protocolos, novas medidas, novas formas de se viajar e fazer negócios, uma das principais delas e que, com certeza, veio para ficar (ainda mais), é o investimento e aceleração no digital. O valor agregado das ferramentas tecnológicas para evitar o contato físico – seja na jornada no aeroporto, para fazer check-in via QR Code, ou participar de um evento digital, evitando aglomerações – se mostrou ainda maior. Mesmo assim, com toda a facilidade que o virtual traz, o contato face to face, a troca de cartões presencialmente e o fechamento de negócios de forma física jamais desaparecerão. Além da interação olho no olho, o toque, o abraço, faz parte do ser humano e também do DNA do setor de viagens e eventos corporativos. “O contato pessoal ainda será muito importante e acho que essas tecnologias permitem que novos e mais negócios sejam feitos. Elas ajudam a economia a crescer e, ela crescendo, as pessoas vão precisar viajar mais. Pode haver a percepção de que as plataformas digitais impactem no transporte aéreo, mas, em contrapartida, teremos um movimento de crescimento pós-pandemia. Mais viagens a trabalho, mais dinheiro gerado, maior demanda para voos”, finaliza Mello.n

32

PANROTAS — 4 a 10 de novembro de 2020

www.alagev.org | Edição 33 – 26 de fevereiro de 2020 Parte integrante da Revista PANROTAS


+ + Apr esent a

Pesqui sai nédi t ar eal i zada pel oTRVLLABcom:

10per fisdosvi aj ant esno Br asi lquesedest acam nessemoment o 8di caseopor t uni dades par aomer cado

Hábi t osdeconsumoe pl anej ament odevi agensde l azeredenegóci osdos br asi l ei r os

Dadoscompl et oseanál i ses

Bai xeapesqui sagr at ui t ament eem www. t r vl . com. br epr epar e-separ aaRet omadadasVi agens APRESENTAÇÃO

REALI ZAÇÃO

Labor at ór i odeI nt el i gênci a deMer cadoem Vi agens

Mai si nf or mações:www. t r vl . com. br


4

PANROTAS — 5 a 11 de agosto de 2020


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.