PANROTAS 1.448

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Edição nº 1.448 - Ano 28 | 11 a 17 de novembro | www.panrotas.com.br

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Nordeste, Rio de Janeiro e Serra Gaúcha têm novos produtos, roteiros renovados e atrações para todos os nichos e gostos. Confira as dicas da Luck Receptivo, Grou Turismo, TourShop Búzios e Brocker Turismo e mostre um Brasil diferente a seu passageiro


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29 de julho a 4 de agosto de 2020 — PANROTAS

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ÍNDICE

nº 1.448 | 11 a 17 de novembro de 2020 | www.panrotas.com.br

Página 06 Editorial - 10 histórias mal contadas durante a pandemia

Página 10 Check-in - Destaques da semana no Turismo

Página 16 Ensaio sobre a retomada - Otávio Leite pede união do trade

Página 20 Quem é quem - Conheça os novos gerentes e diretores B2B da CVC Corp

Página 25 Retomada doméstica - Receptivos levam novas opções às prateleiras

PRESIDENTE

José Guillermo Condomí Alcorta GESTÃO

José Guilherme Condomí Alcorta

TECNOLOGIA Ricardo Jun Iti Tsugawa

EDITORIAL

Artur Luiz Andrade

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LAVE BEM AS MÃOS

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SEUS CLIENTES JÁ PODEM VOLTAR A VIAJAR PELO RIO DE JANEIRO. É SÓ TER CONSCIÊNCIA.

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Chegou a hora do turismo voltar. Você tem um papel fundamental para que essa retomada seja feita com segurança. Alerte seus clientes sobre a importância de lavar as mãos, usar máscara, usar álcool em gel, manter o distanciamento e evitar aglomerações. O Governo do Estado do Rio de Janeiro criou um manual com as principais regras a serem seguidas. Acesse o site: turismoconscienterj.com.br

Rio de Janeiro Região Metropolitana


Editorial

NÃO É BEM ASSIM – OU 10 HISTÓRIAS MAL CONTADAS DURANTE A PANDEMIA

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– “O brasileiro precisa viajar mais pelo Brasil, valorizar sua terra”. Pura falácia. Somos uma das dez maiores economias turísticas do mundo por causa das viagens dos brasileiros dentro do Brasil. Não por causa das viagens para a Disney. Não por causa dos estrangeiros que vêm ao Rio. O que o brasileiro precisa – e aí reside uma grande oportunidade para um salto qualitativo em nosso Turismo – é explorar mais a diversidade do País, seus nichos, mudar um pouco o itinerário. O que às vezes se acha que só tem no Exterior, pode ser desfrutado aqui também, sem que uma coisa substitua a outra. Não se enganem: queremos continuar viajando. Aqui e lá fora também.

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– “Não dá para fazer evento com a pandemia ainda sem controle”. Passados os meses que alguns puderam ficar em casa e com mais conhecimento sobre a doença e como combatê-la (uso de máscaras, distanciamento e higienização das mãos como cláusulas pétreas), já tivemos bons exemplos de que é possível fazer eventos sim. Festuris, Expo Retomada e o Expo Fórum Visit São Paulo foram três deles no trade e há outros exemplos por hotéis e espaços de eventos do País. É preciso acelerar essa retomada e manter os índices da doença baixos, com hospitais com ocupação regular e a população ainda alerta. Os eventos movimentam a economia e o virtual não substitui o presencial em feiras, convenções e congressos. Os eventos responsáveis são possíveis, sim.

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– O brasileiro não pode viajar a trabalho ou ir ao escritório trabalhar, mas pode se aglomerar em praias, bares, restaurantes e festas (algumas delas clandestinas). Sem falar no transporte público. Ou seja, falta transparência e dizer que as empresas ainda não encontraram a resposta final para o tema “responsabilidade” (sobre os funcionários nos escritórios ou em viagens) e preferem aguardar a vacina até onde for possível esperar a investir em contratação de seguros e reformulação dos contratos de trabalho.

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– O home office veio para ficar. Sim e não. Que a casa se transformará em um hub mais inteligente e propício ao trabalho, não há dúvida. Mas o trabalho em equipe, no mesmo local, ainda é, para essa geração, fundamental e necessário. A tecnologia tratará de equilibrar isso, mas o nomadismo digital é bem mais provável, com a liberdade de se trabalhar, em alguns momentos e situações, de

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qualquer lugar do planeta. Mas sempre tendo para onde voltar. Outra reflexão importante: o home-office e o crachá de nômade digital não são para todos e quem teve acesso a esses modelos na pandemia é privilegiado, sim.

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– O home office aumentou a produtividade. Pode até ser, pois na falta do que fazer em casa (a outra alternativa é ficar olhando os números de mortes no País e no mundo e o resultado demorado das eleições americanas), o trabalho ocupa a mente e enche a cabeça de outros pensamentos. Para alguns, claro. Também é mais fácil responder às demandas, já que a vida toda está na palma da mão, seja nas obrigações profissionais ou na vida pessoal pedindo atenção. O home office como é hoje, depois da vacina, certamente precisará de novas regras, novos contratos, novas formas de remuneração, um novo olhar para o que é ser produtivo.

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– As viagens agora terão de ter um propósito, o luxo não é mais ostentação, ser é mais importante que ter. Novamente sim e não. Há uma parcela da população que já vinha se transformando (seja por meio do veganismo, das lutas pelas minorias, por uma postura política mais transparente, pelo combate à corrupção de fato) e a pandemia só acelerou a certeza de que esse é o caminho. Mas a outra parcela quer continuar a vida de antes (se é que será possível) e ainda não acordou para questões como sustentabilidade, desperdício, ostentação e inclusão, para citar algumas. Ainda há viajantes buscando a tão criticada ostentação e o luxo palpável, ainda há os mais interessados na imagem gerada para as redes sociais, ainda há quem só quer viajar para espairecer (e, olha, é um bom propósito esse, pensar em nada)... ou seja, a pandemia não vai transformar todo mundo em vegano ou assistente social ou necessariamente trazer um olhar mais empático em relação ao outro. Todo mundo aprendeu algo depois dessa pandemia, mas para alguns foi apenas valorizar o que tinha antes. A pandemia não curou o mundo. Mas há sim uma série de médicos em formação. E a diversidade de consumidores e viajantes ainda manterá a hospedagem nos palácios de Paris como um desejo de consumo, assim como os escapismos de Miami e Orlando. O propósito, afinal, é ser feliz – a responsabilidade, sustentabilidade e a empatia aos poucos vão deixando sementes, mas ainda em um ritmo aquém do necessário.

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– Na pandemia a união passou a ser algo mais necessário e almejado por todos. Sim e não. Ou talvez, não. Sim, somos solidários, mas também, em nossas bolhas, achamos que só nós temos razão. E na hora H, vemos uma eleição tão dividida como a dos Estados Unidos (o que um lado vê que o outro não vê?). Ou militantes assistindo a um reality em uma rede de TV que prega exatamente tudo que é contrário ao que esses militantes dizem defender nas redes sociais. Gay assistindo à Fazenda e dando dinheiro para a Igreja Universal? Pois é, militei.

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– Viajar continua sendo, em sua maioria, algo para as elites. E é o corporativo que sustenta boa parte da cadeia do Turismo. Ou as companhias aéreas, hotéis e demais fornecedores estariam mais felizes e 100% satisfeitos com a re-

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tomada do lazer, que promete fazer um verão inesquecível e repleto de esperança e otimismo. A questão é: como isso se sustenta depois do carnaval? Como os hotéis lotam nos dias de semana? E os profissionais e empresas de eventos? Como sobrevivem e voltam a integrar a roda da economia? O lazer não é suficiente para manter a indústria de antes, porque só parte da população pode viajar e em datas muito específicas no geral. E quando a viagem é de carro para o litoral ou a casa do parente no interior, ela sequer entra nas estatísticas. Mais uma vez, o lazer pode dar um salto em qualidade no Brasil, mas ainda dependemos da receita das viagens a trabalho, dos eventos...e isso ainda não voltou.

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– O Brasil tem produtos para todos os nichos. Sim e não. Alguns nichos estão bem estruturados, especialmente os ligados a atividades na natureza, mas outros ainda ficam entre o equivocado (a empáfia e nariz em pé de alguns profissionais do luxo, principalmente alguns hotéis ditos referência) e a falta de alinhamento com o que deseja o viajante (novamente vamos usar o luxo como exemplo, com um atendimento e infraestrutura no entorno das propriedades ainda deixando a desejar). O Brasil tem como trabalhar esses nichos, mas quem coordena tudo isso? Onde está o planejamento estratégico? Mais uma vez é cada um por si.

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– “O Turismo finalmente é visto como prioridade no governo.” Mas nem de longe. Sim, nós aqui já elogiamos e defendemos as boas intenções, as ações e a articulação do ministro Marcelo Álvaro Antônio à frente do MTur. Durante a pandemia, arriscaríamos dizer que foi incansável e quase irretocável no relacionamento com o trade. Mas um ministério só não faz verão e há muitas decisões que estão em outras pastas e no Legislativo. Vimos como o Turismo sofreu para aprovar algumas MPs e o governo, a despeito de sermos o Turismo mais afetado pela crise (com metade das demissões do País, por exemplo, e fechamento de dezenas de milhares de empresas), não quis direcionar um olhar diferenciado para o setor. Vejam que o tal do imposto sobre remessas ao Exterior ainda está tramitando – desde o primeiro semestre – e colocando o setor em pânico. Mais que um bom ministro, ainda precisamos de uma voz única e unida para o setor e de um olhar (do governo) mais ativo em relação a essa indústria. Há promessa de boas notícias esta semana por parte do governo, com a campanha para a retomada e novas medidas sendo assinadas. Mais uma nota positiva para nossa conclusão otimista. Talvez ainda coubessem outros dez itens aqui, mas, como #SomosTodosTurismo, terminemos com uma nota de esperança, pois o Turismo tem mostrado nesta crise, mais que sua resiliência, toda sua criatividade, disponibilidade e sua força empresarial e profissional. Sem união, transparência e objetividade, esse verão que estamos pintando com cores vibrantes pode esmaecer antes da quarta-feira de cinzas. Não queremos. Não vamos deixar. Mas podia ser mais fácil, não é verdade?n

Artur Luiz Andrade Editor-chefe e Chief Communication Officer da PANROTAS artur@panrotas.com.br

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Check-in

As notícias da semana

+Lidas da semana Portal PANROTAS 1 - Mais de 90 países estão abertos para turistas brasileiros; veja lista Toque na imagem e leia a notícia completa

Latam volta à Argentina

A Latam Airlines retomou os voos para a Argentina, depois da reabertura das fronteiras. Há um voo diário saindo de São Paulo para Buenos Aires, outro diário de Santiago e um voo três vezes por semana a partir de Lima. A Aerolíneas Argentinas, que já faz GRU-EZE quatro vezes semanais, retoma a frequência diária em 12 de dezembro.

2 - Prejuízo milionário: agentes buscam esfera criminal contra a MGM 3 - Daniela Bertoldo chega dia 6 para comandar B2C da CVC Corp 4 - Brasileiro precisa de teste negativo e seguro viagem na Argentina 5 - Reino Unido proíbe viagens domésticas e internacionais 6 - Como os millennials podem redefinir o futuro das viagens 7 - Argentina está próxima de volta das rotas internacionais 8 - Falta de carros nas locadoras exige reservas com antecedência 9 - Turistas são presos em Fernando de Noronha por falsificação de exames 10 - Porto Seguro anuncia 600 voos da Gol para dezembro e janeiro

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Black Friday CVC

A operadora promete descontos em mais de 1.000 produtos com embarque até junho de 2021

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Fonte: Portal PANROTAS


Início adiado

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A temporada da MSC Cruzeiros no Brasil começará em 19 de dezembro e não mais em 15 de novembro, como inicialmente planejada. O retorno dos cruzeiros exige uma série de avaliações e protocolos aos quais as autoridades brasileiras não estão totalmente familiarizadas.

Próxima temporada Toque na imagem e leia a notícia completa

A MSC também já desenhou a temporada de verão 2021/22 no Brasil e na Argentina, com quatro navios aqui e um no país vizinho.

Nos EUA, só em 2021

Nos Estados Unidos, a decisão sobre a volta dos cruzeiros marítimos está tomada: só em 2021. Toque na imagem e leia a notícia completa

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E as perspectivas da Gol sobre o corporativo Toque na imagem e leia a notícia completa

Gol evolui no 3T20

A Gol vendeu R$ 1,7 bilhão no terceiro trimestre deste ano e, em seu relatório de divulgação apontou boas perspectivas para o final do ano, quando deve chegar a 80% da demanda doméstica comparando dezembro deste ano com dezembro de 2019. Veja os resultados.

+Lidas da semana PANCORP 1 - Mais de 90 países estão abertos para turistas brasileiros; veja lista 2 - Falta de carros nas locadoras exige reservas com antecedência 3 - Latam Brasil e Aeromexico anunciam codeshare 4 - Latam Airlines voltou a voar de São Paulo para Buenos Aires 5 - Portal PANROTAS passa a ser auditado pelo IVC Brasil 6 - LGPD: como se adequar à guarda de dados pessoais 7 - Fundador da Hurb cria startup para hotéis independentes

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AA retoma São Paulo-Dallas

Parceira da Gol, a American Airlines retomou os voos entre São Paulo e Dallas e pretende voltar a voar do Rio para Miami em dezembro. Os voos São Paulo-Nova York e Manaus-Miami, antes previstos para novembro, foram adiados para janeiro.

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8 - Por que a Copa Airlines se vê fortalecida no pós-crise? 9 - Gol vende R$ 20 mi por dia; internacional pode voltar antes do previsto 10 - Gol e CVC são mais uma vez empresas mais lembradas no Turismo Fonte: Portal PANROTAS


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Maldivas, a bola da vez

Se as Maldivas são a bola da vez no Turismo internacional, aprenda a vender o destino, que é considerado um dos produtos de luxo mais incríveis do planeta. A Viagens & Cia. preparou um Sales Kit sobre Maldivas, com negociações exclusivas e dicas para os agentes de viagens.

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Parque da Rede Globo O grupo anunciou que abrirá o GExperience em 2021, em um shopping center na capital paulista

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Turismo e Covid-19 Filip Calixto

REFLEXÕES E IDEIAS PARA O MOMENTO DO TURISMO Responsável pela geração de 8% do PIB, segundo o WTTC, e pela manutenção de 2,9 milhões de empregos pelo País, conforme aponta o Caged, o Turismo convive com efeitos diretos e resquícios de uma crise que chegou sem aviso. Declarado como pandemia mundial no início de março, o surto do novo coronavírus deixou aeronaves em solo, fechou quartos de hotel e agora impõe a reorganização do mercado de viagens, que se vê diante de um novo contexto, delimitado por fatores diversos, que vão além do controle da própria indústria. Contando com a queda nos números de infectados pelo País, o desejo reprimido de viajar e a tendência de movimentação doméstica, já é possível pensar em estratégias que revigorem o setor. Sobre essas possibilidades, o ex-deputado federal e ex-secretário de Turismo do Rio de Janeiro, Otavio Leite, desenvolveu um ensaio que levanta alguns debates e oportunidades para a atividade neste momento. Mas antes dos principais apontamentos vem a calhar uma contextualização do cenário turístico do Brasil até o início do ano. Mais que um gigante no recolhimento de divisas e na geração de empregos, cumpre lembrar que a cadeia do Turismo é composta por uma engrenagem robusta que abarca 52 atividades econômicas. Conforme apontam dados do Cadastur, há registrados como empresas que prestam serviços turísticos: 15 mil meios de hospedagem; 32 mil agências de Turismo; 24 mil profissionais que atuam como guias; 5,7 mil organizadores de eventos; 188 centros de convenções; 14 mil transportadoras turísticas e mais. Números como esses, além de indicar o tamanho deste mercado, ajudam a entender o potencial de crescimento advindo dele. No fechamento de 2019, segundo dados da OMT (Organização Mundial do Turismo), o Brasil apareceu na posição 47 entre as nações que mais recebem estrangeiros, com 6,6 milhões de viajantes internacionais re-

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cebidos. O montante representa 3% da população que reside no País (220 milhões) e ganha mais sentido quando comparado aos dados de outros destinos. Nos vizinhos Argentina e Uruguai, que recebem 7 milhões e 3,5 milhões, respectivamente, a quantidade de viajantes estrangeiros que desembarcam anualmente equivalem a 16% e 103% da população. Em um exemplo mais extremo, as cidades portuguesas, que somam 11 milhões de habitantes, recebem 22,8 milhões de turistas anualmente, o que representa 224% da sua população. O Turismo doméstico é outro ângulo que vale a pena ser observado na análise do potencial nacional. Segundo dados de 2018 do Ministério do Turismo, as viagens internas feitas por via aérea chegaram a 116 milhões. Com essa lembrança em mente, o texto de Otavio Leite recorda o impacto imediato da pandemia. “O fato é que, depois da saúde pública propriamente dita, o setor mais impactado pela crise do coronavírus foi o Turismo. Estima-se, segundo a FGV, prejuízo de cerca de R$ 161 bilhões entre 2020 e 2021”, aponta. O solavanco inevitável, segundo aponta o gestor, encoraja as empresas do segmento a articular a pensar em um quadro de transição, já imaginando o novo normal e os meios para reparar os danos no momento seguinte à volta. TRANSIÇÃO PARA A RETOMADA O processo transitório para a retomada considera três momentos fundamentais. São eles: sobrevivência das empresas e atenção aos profissionais, acesso a crédito e estruturação do movimento de abertura gradual. No primeiro desses passos o autor cita algumas medidas tomadas pelo governo federal em caráter de excepcionalidade para o momento. Citando a FGV, Leite informa que entre maio e agosto, cerca de 400 mil postos de trabalho foram preservados graças a iniciativas contidas em medidas provisórias que, em suma, asseguravam a manutenção dos empregos da iniciativa privada. Sobre o segundo ponto, o autor lembra que, apesar do esforço do MTur com a MP 936 que destinou R$ 5 bilhões do tesouro para o setor via Fungetur -, há dificuldade em fazer o dinheiro chegar ao empresário. “Até agosto, apenas R$ 346 milhões foram escoados em cerca de 1.280 operações de crédito para capital de giro”, diz. No terceiro ponto, Leite chama a atenção

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para uma coincidência que pode ser importante: as sazonalidades. Ele observa que o auge da pandemia no Brasil ocorreu justamente na época de menor movimentação turística por aqui, o que pode ser motivo de otimismo para um verão de bons números no Turismo e recuo nos dados de contágio. VACINA E PROTOCOLOS DE BIOSSEGURANÇA Um quadro normalizado para o Turismo, na visão do especialista, só viria com a chegada da vacina para a covid-19. Até que isso ocorra, a ferramenta indispensável para viabilizar as viagens são os protocolos de biossegurança. No raciocínio de Leite, são esses protocolos os responsáveis por assegurar o que chama de credibilidade sanitária, garantindo confiança ao consumidor. Como exemplos de ações nesse sentido, ele elenca o selo Turismo Responsável, Limpo e Seguro, estabelecido pelo Ministério do Turismo, e a campanha Turismo Consciente RJ, estabelecida ao longo de sua gestão na secretaria de Turismo fluminense. A limitação no número de visitantes em atrações também é considerada indispensável para o momento. DINHEIRO NO BOLSO Com escassez momentânea no que tange às viagens internacionais, o especialista acredita que brasileiros das classes A, B e C+ passem a destinar seus gastos, outrora empenhados fora do Brasil, em ofertas domésticas. O fenômeno poderia inclusive equilibrar a balança de gastos que historicamente pesa mais com os brasileiros que saem para o Exterior em detrimento das compras de estrangeiros em território brasileiro. “Por isso é importante aproveitar essa inusitada circunstância, pois tão cedo esses brasileiros não se interessarão por viagens internacionais. Contudo, esse comportamento será transitório, até a consolidação da vacina e/ou de drogas eficazes que debelem com segurança o mal do vírus”, considera. “Trata-se, pois, de adotar uma arrojada política de fomento e animação desse processo”, complementa.

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Como indício do poder de compra de parte do público brasileiro neste momento, vale ressaltar que, segundo dados do Banco Central, há um estoque acumulado de depósito em conta poupança 20% maior do que verificado em setembro de 2019. “Esses valores hão de prosseguir retidos, imagina-se, mas também podem ser uma fonte realização de viagens e passeios por essas próprias famílias no bojo processo de distensão do isolamento social”, conjectura. Para aqueles que não têm a possibilidade de incrementar seus rendimentos nesse momento, Leite também sugere um plano que pode ser liderado pela iniciativa pública. “Uma proposta seria implementar um projeto de fomento diretamente ao consumidor. Por exemplo, vinculado ao dia do aniversário de cada pessoa seria oferecido crédito es-


pecial “Viagem pelo Brasil”, com taxas convidativas ao consumo de produtos turísticos. Como fonte, o Próprio Fungetur, poderia receber adicional aporte do BNDES. Diversas promoções desta natureza poderiam ser concebidas e estruturadas”, sugere. OUTROS INSIGHTS Leite completa a reflexão acerca do mercado no momento com algumas insights e apostas. O autor reitera que essa é a hora e a vez do Turismo doméstico, sobretudo o de proximidade. Por isso, as viagens rodoviárias devem ganhar força, assim como as hospedagens informais, em imóveis alugados por aplicativos. Também para ele, o momento é propício para a chegada de companhias aéreas internacionais ou mais investimentos nas que já operam por aqui, para que novas rotas regionais surjam. Outros dois temas, que precisam da participação do poder público ainda são citados por Otavio Leite. São eles o processo de concessão para a gestão de parques nacionais e estaduais, que deve ser acelerado, e o debate sobre a liberação dos jogos de azar e abertura de cassinos, que deve voltar à pauta. “Muitas decisões de viagens serão tomadas sob o signo de convivência em espaços e ambientes abertos, verdes, banhados por águas cristalinas, doces ou salgadas. Com efeito, os Parques Nacionais e Estaduais - que são muitos e muitos pelo País afora -, constituem-se em excelentes opções de Turismo de Lazer”, analisa. “O fato é que o jogo pode ser uma importante fonte de receita para o poder público. A rigor, já o é: vide Mega Sena, Loterias... Há mais mercado. O desafio será delimitar e disciplinar a forma da regulamentação de outras modalidades de apostas”. “Nesta complexa quadra que vivemos, há um espaço muito promissor para o desenvolvimento do nosso Turismo Interno. Salvar empregos, empresas num primeiro momento, sem dúvida. E, concomitantemente, entender que há um forte mercado consumidor vivo e/ou adormecido, que pode ser despertado para o Turismo Doméstico. Produtos não faltam. O Brasil os tem em abundância. Em suma: Turismo é Prioridade”, finaliza.n

PASSOS DA RETOMADA

1 – Turismo de proximidade, com credibilidade sanitária; 2 – fluxo aéreo com rígidos protocolos ensejando maior confiança; 3 – eventos controlados e reformatados (corporativos mais factíveis); 4 – abertura ao Turismo Internacional.

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Pesquisa

Juliana Monaco

CONHEÇA OS NOVOS GERENTES B2B DA CVC CORP A CVC Corp terminou a unificação das equipes comerciais de suas marcas que vendem exclusivamente aos agentes de viagens (RexturAdvance, Trend, Visual e Esferatur). Como anunciado no começo do mês passado, Flávio Marques e Leonardo Mignani são os diretores que comandam o time comercial, que sofreu reestruturação com a eliminação de cargos repetidos no novo desenho feito pelo diretor executivo Luciano Guimarães. Confira como ficou a estrutura de cada diretor, com os respectivos gerentes regionais. CAPITAL PAULISTA E NORDESTE Sob o comando do diretor comercial Flávio Marques, que ingressou na empresa por meio da Advance, a “Diretoria Brasil I” passa a ser responsável pelas vendas no Estado de São Paulo (capital) e nas regiões Norte, Nordeste e Centro– Oeste. Integram a equipe de Marques os gerentes regionais Noah Britto e Fernando Lermi (SP capital), Fabiano Portela (Norte e Alagoas, Maranhão, Paraíba, Piauí, Sergipe, Rio Grande do Norte), Rebecca Ferreira (Bahia, Pernambuco e Ceará) e Jorge Marins (Centro-Oeste). Também compõem o time de Marques os gerentes Raphael Magalhães (Lazer, em especial os pacotes de viagens das marcas Trend e Visual) e Bruno Sá (Loyalty e receptivo internacional GlobalTrend).

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Flávio Marques flavio.marques@cvccorp.com.br



SUDESTE E SUL Já o diretor comercial Leonardo Mignani, ex-High Light, do Rio de Janeiro, comanda a “Diretoria Brasil II”, responsável pelas vendas no Interior do Estado de São Paulo e pelos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e a região Sul do País. Respondendo a Mignani estão Elza Breia e Esequiel dos Santos (SP interior), Victor Oliveira (RJ e ES), Mariana Hecksher (MG), Thiago Carneiro (Sul) e os também gerentes regionais Hugo Lagares (Lazer, em especial os pacotes de viagens das marcas Trend e Visual) e Veronica Prado (Inside Sales). Ou seja, agora cada gerente citado responde pelas quatro marcas B2B da CVC Corp nas respectivas regiões. Alguns deles eram mais ligados a uma das marcas anteriormente, mas com a unificação, o agente de viagens fala com eles sobre qualquer uma das quatro: as consolidadoras RexturAdvance, Esferatur e Trend e a operadora Visual. A CVC Corp encomendou à consultoria GAD um estudo de marcas que deve resultar em uma unificação das marcas B2B a partir de 2021, para simplificar e facilitar a identificação dos agentes de viagens.

Leonardo Mignani leonardo.mignani@cvccorp.com.br

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VEJA QUEM SÃO OS NOVOS GERENTES REGIONAIS DA CVC CORP Jorge Marins jorge.marins@cvccorp.com.br

Hugo Lagares hugo.lagares@cvccorp.com.br

Mariana Hecksher mariana@cvccorp.com.br

Rebecca Ferreira rferreira@cvccorp.com.br

Fernando Lermi fernando.lermi@cvccorp.com.br

Victor Oliveira victor.oliveira@cvccorp.com.br

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Noah Britto nbritto@cvccorp.com.br

Fabiano Portela fabiano.portela@cvccorp.com.br

Esequiel Santos esantos@cvccorp.com.br

Veronica Prado veronica.prado@cvccorp.com.br

Thiago Carneiro thiago.carneiro@cvccorp.com.br

Raphael Magalhães raphaelmagalhaes@cvccorp.com.br

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Bruno Sá bruno.sa@cvccorp.com.br


Receptivos Victor Fernandes

DESTINOS DE VERÃO Na última quinta-feira (5), como parte da série Retomada das Viagens, o Portal PANROTAS promoveu uma live com quatro receptivos para entender quais são os novos produtos e o que vem sendo mais procurado para o verão 2020/2021. A live contou com mediação do editor-chefe da PANROTAS, Artur Luiz Andrade, e a participação de Any Brocker, da Brocker Turismo; César Fernandes, da TourShop e Recept; Juliana Luck, da Luck Receptivo; e Mena Mota, da Grou Turismo. Confira abaixo os principais produtos e novidades dos receptivos no Nordeste, Rio de Janeiro e Serra Gaúcha.

Any Brocker, Brocker Turismo

BROCKER TURISMO Na Serra Gaúcha, os produtos em destaque vão além dos famosos Natal Luz de Gramado e o Sonho de Natal em Canela. A Brocker Turismo está lançando um novo produto inspirado em um passeio que Any fez em Nova York há alguns anos. A nova experiência chama Bustour Illumination Show e consiste em um passeio de ônibus de aproximadamente duas horas, que percorre Gramado e Canela, permite ao visitante ver as decorações natalinas da cidades, mas também assistir, de dentro do ônibus, a shows natalinos do lado de fora (como em

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Mena Mota, Grou Turismo

sacadas de hotéis), com músicas e personagens da época. Inclusive, o motorista e guia do ônibus estarão vestidos a caráter. A partir de novembro, o passeio está sendo vendido a R$ 169 por pessoa. Em termos de natureza, o receptivo está desenvolvendo um tour inédito pela Cascata do Caracol, em Canela. Any disse que a empresa está apostando em "experiências autênticas, ligadas à natureza, que possam transformar o visitante". A executiva também destacou outros produtos nesta modalidade, como o passeio ao Cânion do Itaimbezinho, que agora conta com piquenique preparado pela Brocker; visita a fazendas com almoço e contato com animais; e o mais novo Skyglass, maior plataforma de vidro da América Latina no Parque da Ferradura, atrativo que mistura o medo de altura com encanto pelas belezas naturais do destino, segundo Any. O Skyglass tem previsão de abertura para 4 de dezembro. GROU TURISMO Já na Grou Turismo, receptivo com atuação na Bahia e em Sergipe, Mena Mota afirmou que o carro-chefe tem sido grupos pequenos e destacou o aumento da procura por Ilhéus e Itacaré, destinos de praia na Bahia. Mena também destacou outros atrativos baianos como a Ilha de Boipeba, Ilha dos Frades e a praia de Itacimirim; e aguarda pela reabertura do Morro de São Paulo ainda neste mês para os passeios de um dia (para hospedagem já está aberto). Em Salvador, a executiva apresentou a criação de um "passaporte de experiência" que leva o turista para atrativos gastronômicos, culturais e religiosos da capital baiana. A representante da Grou Turismo também destacou os atrativos sergipanos, como Aracaju e o Cânion do Xingó. "O Cânion do Xingó já reabriu e temos passeios diários, assim como outros destinos em Sergipe, como Foz do São Francisco. Em Aracaju, já temos muito atendimento também. Nesses destinos, a maioria dos visitantes costumava ser da melhor idade, mas agora temos muitos jovens e famílias", afirmou Mena.

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LUCK RECEPTIVO Na Luck Receptivo, que está presente em cinco Estados e sete destinos do Nordeste, Juliana explicou os destinos mais procurados são Porto de Galinhas (PE), Maceió (AL) e Salvador (BA). Destaque do receptivo, Fernando de Noronha (PE) depende da volta da malha aérea e reabertura de pousadas. "A volta de Noronha ainda está gradual. Todos os passeios estão abertos, mas acontece que o turista precisa do teste negativo para covid-19 para entrar na ilha e na hora de voltar, então isso ainda trava um pouco as pessoas. A procura é grande pela natureza e espaços abertos, então daqui a um ou dois meses acho que a demanda vai bombar", explicou. A representante da Luck Receptivo também destacou a grande procura por passeios privativos. "Em Natal, temos uma alta demanda por passeios privativos de 4x4 no litoral sul. Em João Pessoa, por passeios de buggy e catamarã. Em Salvador, por passeios de lancha para a Ilha dos Frades e tour pelo bairro do Rio Vermelho. E em Porto de Galinhas, por passeios de lancha para Carneiros", listou Juliana. A executiva também citou a criação de um roteiro no interior de Pernambuco, em Ribeirão (PE), com uma "pegada rural", que permite visita a plantação de cana e criação de búfalos, por exemplo.

Juliana Luck, Luck Receptivo

TOURSHOP A TourShop é um receptivo de Búzios que também atende em Arraial do Cabo, Cabo Frio, Rio das Ostras e Macaé. Seu representante, César Fernandes, destacou que a empresa está atendendo em mais destinos do Estado e tem ao seu alcance o melhor da montanha e o melhor do mar, inclusive criando passeios regulares onde não havia previamente, como em Rio das Ostras, que permite um vislumbre das montanhas do Rio de Janeiro com rafting e visita a animais em seu habitat natural. Já em Macaé, conhecida pelo mercado

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corporativo de oil & gas, o destaque é o Arraial do Sana, com trilhas e rafting como opções de atividades. Fernandes destacou também passeios com veículos abertos, como o de catamarã por Búzios que possui chão de vidro para ver os corais, além de permitir mergulhos de snorkel para ver as belezas debaixo do mar ainda mais de perto. Outro destaque da TourShop são os passeios com acessibilidade, dedicados a pessoas com deficiências motoras e visuais, por exemplo. Fernandes, que também preside a Recept, nova associação do segmento, disse ser muito gratificante ver a emoção nas pessoas que mesmo sem ver, conseguem sentir o cheiro do mar e o balanço da embarcação. Há opções de mergulho e passeios de barco para paraplégicos, tetraplégicos e cegos. n César Fernandes, TourShop e Recept

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