R$ 11,00 - Ano 25 - nº 1.254
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TURNÊ ABERTA
Flickr Rock In Rio
Especial
1 a 7 de fevereiro de 2017
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Viajar para acompanhar grandes eventos culturais é um dos nichos mais poderosos do Turismo. Fãs do mundo inteiro não poupam esforços para ultrapassar fronteiras e se emocionar com seus artistas prediletos. O mercado tenta se aproveitar, mas enfrenta desafios para conseguir uma fatia dessa grande indústria > Páginas 14 a 20
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Check-IN
AIRBNB VS. HOTELARIA Polêmicas à parte, o site de compartilhamento de residências ganha cada vez mais força e se tornou a maior rede de hospedagem do mundo em número de quartos listados. O estudo considera os quartos compartilhados e privados e grandes lotes. A demanda pelos quartos do Airbnb cresce proporcionalmente em destinos nos quais os hotéis têm altos índices de procura
Airbnb
3 milhões
MAIORES COMPANHIAS DE HOSPEDAGEM POR QUARTOS LISTADOS
Marriott International
1,1 milhão Hilton Worldwide
774 mil
Intercontinental Wyndham Hotels Group Worldwide
717 mil
Choice Hotels 677 mil Accor Hotels International Best Western 519 mil 511 mil Hotels & Resorts Carlson Hospitality Hyatt Hotels Group Corporation 296 mil 177 mil 168 mil
Fonte: Estudo feito pela STR de dezembro de 2013 a julho de 2016
LEIA NESTA EDIÇÃO Páginas 04 a 08 A atuação da Embratur e dos brasileiros na Fitur
Página 9 Fórum PANROTAS trará discussões quentes nesta 15ª edição
Páginas 10 e 11 O rendimento do corporativo pelos dados da Abracorp Páginas 22 e 23 Surface e PANROTAS Corporativo
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Editorial
> Renê Castro > rcastro@panrotas.com.br
Amigos ocultos A primeira edição de fevereiro do Jornal PANROTAS deste ano (mas já?) traz uma matéria sobre o universo dos eventos voltados ao entretenimento no Brasil. Figuras como Roberto Medina e Luis Justo, do Rock in Rio, organizadores de um festival que desde 1985 movimenta o Rio de Janeiro com muita música de qualidade (e agora também em outros destinos igualmente consagrados); os comandantes do Instituto Nacional de Cinema, que em 1973 vislumbraram na pacata Gramado (RS) o palco perfeito para valorizar o cinema brasileiro e latino – e que hoje é também um dos grandes destinos brasileiros; Perry Farrell, do Lollapalooza; a população da ilha de Parintins, desde 1965 valorizando um folclore que hoje já é grande evento e motivo de muitas
viagens para o Amazonas em junho; as equipes do site Omelete, Piziitoys e Chiaroscuro, inspiradas pela San Diego Comic-Con na criação da Comic Con Experience para os nerds brasileiros. Como não citar também tantos outros empresários e artistas que tiveram ideias audaciosas em um passado não muito distante e hoje colhem os frutos de tamanho investimento. Basta ver no que se tornou a Vila Madalena e a rua Augusta, na capital paulista, a Lapa, no Rio de Janeiro, a região central de Belo Horizonte, berço do concurso Comida di Buteco. São bares, restaurantes, baladas, pequenos becos de exposições ou até mesmo tours improvisados de músicos e amantes da cultura que transformam regiões em verdadeiros atrativos turísticos. Dos
grandes aos pequenos encontros, é fato de que o Turismo tem amigos ocultos, daqueles que acreditam cegamente em sonhos. Retribuir tamanha paixão é fácil: divulgue, convide, convença. Defenda. Nesta matéria especial, você, leitor, pode encontrar mais uma luz para o seu negócio. Que tal criar roteiros cada vez mais personalizados e explorar o lado B de um destino? Por que não presenciar essas e outras iniciativas capazes de mudar a cara de uma cidade e encontrar nos pequenos detalhes uma forma de melhor servir o seu passageiro? Todos temos a ganhar, concorda? Aos pessimistas de plantão e respostas prontas: o ano que passou já deixou claro que mau humor só prejudica os negócios. Fica a dica e o convite à reinvenção.
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PRESIDENTE José Guillermo Condomí Alcorta CHIEF EXECUTIVE OFFICER (CEO) José Guilherme Condomí Alcorta (guilherme@panrotas.com.br) CHIEF INTERNATIONAL OFFICER (CINO) Marianna C. Alcorta CHIEF EVENTS OFFICER (CEVO) Heloisa Prass CHIEF TECHNOLOGY OFFICER (CTO) Ricardo Jun Iti Tsugawa
S
E U Q A DEST
DO PORTAL
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PANROTAS
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1 USP oferece mestrado em Turismo grátis; saiba mais – em 19/01
2 Explosão ocorre no Sofitel Jequitimar (SP) e deixa feridos – em 23/01
3 Gol inicia venda de trechos regionais
REDAÇÃO
CHIEF COMMUNICATION OFFICER (CCO) E EDITOR-CHEFE: Artur Luiz Andrade (artur@panrotas.com.br) EDITOR: Renê Castro (rcastro@panrotas.com.br) Coordenadores: Rafael Faustino e Rodrigo Vieira Reportagens: Brunna Castro, Felippe Constancio, Henrique Santiago, Karina Cedeño e Renato
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da Passaredo; saiba – em 19/01
4 Confira os aviões comerciais que serão lançados em 2017 – em 19/01
5 Aeroporto de Curitiba é eleito o melhor do Brasil em 2016 – em 24/01
6 Em jantar, Doria reforça compromisso com Turismo em SP – em 20/01
7 Explore a Islândia, principal destino emergente em alta – em 20/01
8 Ministro do STF morre em queda de avião no RJ; saiba – em 19/01
9 Turismo em Natal segue distante da onda de violência – em 20/01
10 Brasil tem 2 hotéis entre os mais bem avaliados do mundo – em 24/01
11 11 destinos para um casamento inesquecível na Europa – em 20/01
12 Os riscos de quem decide vender milhagem a terceiros – em 24/01
13 Air China deve anunciar compra da Cathay Pacific – em 19/01
14 Mastercard cogita divulgar peso de clientes a aéreas – em 19/01
15 Uber fixa tarifa em R$ 4,63 e dá descontos em São Paulo – em 24/01
Machado Estagiários: Bruna Murback, Janize Viana e Leonardo Ramos Fotógrafos: Emerson de Souza, Jhonatan Soares e Marluce Balbino (RJ) MARKETING Analista: Erica Venturim Marketing Digital: Sandra Gonçalves PRODUÇÃO Gerente de Produção: Newton dos Santos (newton@panrotas.com.br) Diagramação e tratamento de imagens: Katia Alessandra, Pedro Moreno e Thalya Brito Projeto Gráfico: Graph-In Comunicações COMERCIAL Executivos: Flávio Sica (sica@panrotas.com.br) Paula Monasque (paula@panrotas.com.br) Priscilla Ponce (priscilla@panrotas.com.br) Rene Amorim (rene@panrotas.com.br) Ricardo Sidaras (rsidaras@panrotas.com.br) Tais Ballestero de Moura (tais@panrotas.com.br) FALE CONOSCO Matriz: Avenida Jabaquara, 1.761 – Saúde São Paulo - Cep: 04045-901 Tel.: (11) 2764-4800 Brasilia: Flavio Trombieri (new.cast@panrotas.com.br) Tel : (61) 3224-9565 Rio de Janeiro: Simone Lara (sblara@seasoneventos.tur.br) Tel: (21) 2529-2415/8873-2415 ASSINATURAS Chefe de Assinaturas: Valderez Wallner Para assinar, ligue no (11) 2764-4816 ou acesse o site www.panrotas.com.br Assinatura anual: R$ 468 Impresso na Referência Gráfica (São Paulo/SP)
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04 Eventos
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>> Maria Izabel Reigada — Madri (Espanha)
Cadê o Brasil?
Estande do Brasil/Embratur neste ano: problemas com empresa montadora prejudicaram participação brasileira e o espaço ficou ao fundo do pavilhão, prejudicando a exposição
OS PARTICIPANTES ASSÍDUOS DA FITUR, PRINCIPAL FEIRA DE TURISMO DA ESPANHA E UMA das maiores do mundo, certamente se fizeram essa pergunta ao chegar ao evento, realizado entre os últimos dias 18 e 22. Tanto os representantes das empresas do cooperado da Embratur quanto os operadores brasileiros e profissionais de Turismo que passaram pelo estande do País depararam-se com a República Dominicana na entrada do Pavilhão 3 do Parque de Feiras Juan Carlos 1, no espaço tradicionalmente ocupado pelo Brasil. Dedicado às Américas, o Pavilhão 3 foi sim o endereço do Brasil na Fitur, mas os 315 metros quadrados do espaço brasileiro, no fundo do pavilhão, foram escondidos pelos gigantescos estandes de destinos como México e Argentina – esta última tendo inaugurado o modelo de “parceiro preferencial” da feira, na edição deste ano. Questionado sobre a modesta participação brasileira nesta 37ª Fitur, o
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presidente da Embratur, Vinícius Lummertz, disse que houve problemas com a empresa licitada responsável pela montagem do estande. “A empresa teve problemas judiciais e, por conta disso, o nosso estande, que deveria estar aqui, ficou preso em um galpão que não pode ser aberto, por essa questão judicial”, justificou. Segundo ele, a Embratur foi comunicada na semana anterior à realização da Fitur, não havendo tempo hábil para mudanças – apenas a contratação do modesto estande que recebeu os mais de 40 destinos e empresas do cooperado brasileiro. O impasse provocou ainda outros prejuízos para a promoção do Brasil dentro da Fitur. Segundo a responsável pelo Escritório Brasileiro de Turismo (EBT) da Espanha, Rosiane Rockenbach, a incerteza em relação à localização e instalação do estande na feira levou ao cancelamento no envio do e-mail marketing que convida agentes de viagens e operadores espanhóis a visitar o estande brasileiro. “Diante
Em 2016, o estande teve maior visibilidade onde tradicionalmente está localizado: na entrada do Pavilhão 3. Segundo Lummertz, Embratur foi comunicada tardiamente sobre os problemos
da incerteza, preferimos não enviar o convite. Apesar disso, ficamos surpresos com a procura que tivemos. Mesmo sem o convite, os profissionais espanhóis vieram procurar o Brasil”, contou, listando entre as reuniões realizadas empresas como a Log Travel, uma das principais OTAs do mercado espanhol, Dreams, Tui e a Tap. Apesar das limitações do espaço brasileiro, o diretor da Itaparica Tour, Cláudio Maia, ficou satisfeito com o número de visitantes no estande nesta Fitur. “Somos bastante conhecidos aqui na Espanha e já viemos a muitas edições da Fitur, que é a feira internacional mais importante
para nossa empresa”, contou. Para ele, foi importante destacar que o Brasil não ficou mais caro após os Jogos Olímpicos do Rio, uma das questões apontadas por boa parte dos agentes espanhóis. Estreante no cooperado da Embratur, a Flytour Viagens foi representada pelo presidente, Michael Barkoczy, e pelos diretores Marcelo Paolillo e Barbara Picolo, com agenda de reuniões pela feira. Oscar Tejada, responsável pela internacionalização da operadora, que aposta no receptivo, esteve à frente do espaço da Flytour Viagens no cooperado da Embratur e considerou satisfatória a visitação ao estande. “Acho que
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CANDIDATURA DO
B R A SIL À OMT DURANTE A FITUR, FORAM APRESENTADAS ALGUMAS DAS CANDIDATURAS PARA O POSTO MÁXIMO DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO (OMT), ENTRE ELAS A
Estande da República Dominicana, na entrada do pavilhão 3, espaço tradicionalmente ocupado pelo Brasil
O ministro do Turismo, Marx Beltrão, o presidente da Abav Nacional, Edmar Bull, o presidente da Embratur, Vinícius Lummertz, e o secretário de Turismo de Pernambuco, Felipe Carrera
do Brasil, disputado pelo atual diretor da agência da ONU, Márcio Favilla. O lançamento da candidatura brasileira teve a presença do ministro do Turismo, Marx Beltrão, e foi realizada em evento na Embaixada do Brasil na Espanha. “A candidatura do Favilla é uma candidatura do Brasil. Isso elevaria o Turismo brasileiro a outro patamar. Imaginem que com um secretário geral brasileiro no comando da OMT, a nossa presidência da República teria outro olhar para o setor, que seria liderado internacionalmente por um cidadão brasileiro”, defendeu Beltrão. Segundo Favilla, a OMT nunca foi comandada por um secretário da América do Sul. “O atual secretário é da Jordânia e já tivemos dois franceses, um austríaco e um mexicano”, contou. “Mais do que uma decisão de governo, a candidatura é uma decisão de Estado. Acho que o grande número de concorrentes mostra a importância que as nações dão ao Turismo como motor econômico”, defendeu Favilla. Por enquanto, a disputa tem as candidaturas do Zimbábue, da Georgia, das Seychelles e da Coreia do Sul. As candidaturas podem ser apresentadas até março e, em maio, os 33 membros do Conselho Executivo da OMT escolhem o nome do futuro secretário. O nome selecionado será levado para ratificação na assembleia geral da organização, que ocorre em setembro, na China.p
Participação da Argentina na feira foi além dos pavilhões, com espaço montado na Plaza Mayor, um dos cartões postais de Madri
muitos profissionais estranharam a nova localização do Brasil aqui na feira, mas ainda assim vieram procurar o estande, porque de fato têm interesse em negócios no País”, analisou.
FORA DOS PAVILHÕES Pela primeira vez, a Fitur contou com a participação de um “parceiro preferencial”, posição ocupada pela Argentina. Além do estande de 760 metros qua-
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drados na feira, a Argentina teve sua marca divulgada em toda a comunicação da Fitur, inclusive pelas ruas de Madri. “A Espanha é o principal mercado emissor europeu para a Argentina, então ter protagonismo na Fitur é fundamental para o Turismo do nosso país”, afirmou o ministro do Turismo da Argentina, Gustavo Santos. Além da movimentação na Fitur, a Argentina participou também como país convidado no festival Madrid Fusion, um > Continua na pág. 06
O presidente da Embratur, Vinícius Lummertz, o ministro Marx Beltrão e o candidato do Brasil à secretaria geral da OMT, Márcio Favilla
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dos principais eventos gastronômicos da Espanha. Outra ação para os consumidores movimentou a Plaza Mayor, um dos principais cartões postais de Madri. Ali, a Argentina montou estrutura para oferecer aos visitantes iguarias preparadas por chefs argentinos. A Colômbia também montou estande em plena Gran Via, uma das principais avenidas de Madri, apresentando música e oferecendo cafés colombianos. Da capital espanhola, a província de Alicante apostou em seu carnaval, levando para a Puerta del Sol, o coração da cidade, parte dos desfiles que é realizada no destino.
RECORDES
Segundo a Ifema, que organiza a Fitur, a 37ª edição da feira teve aumento de 6% no total de estandes, somando 755 espaços que reuniram 9.672 empresas, de 165 países. A área da feira esteve 10% maior que em 2016, alcançando 62,5 mil metros quadrados. A Fitur 2017 registrou ainda aumento de 9% entre os expositores internacionais, na comparação com a edição anterior, e as Américas são o principal responsável por isso, com incremento de 17%, seguidas pela Ásia/Pacífico, com 12%. Divulgado logo após o encerramento da feira, o número prévio apontou para o recorde de 245 mil participantes, 6% mais que em 2016. Aberta exclusivamente para o trade entre quarta e sexta-feira, o evento recebeu 135.838 visitantes profissionais, ou 9% mais que na edição anterior. A Ifema comemorou também o número recorde de reuniões realizadas dentro do programa de compradores internacionais, com 6,8 mil encontros, ou 10% mais que no ano passado. Entre os números destacados pelos organizadores está ainda o aumento de 23% na participação de empresas de tecnologia entre os expositores. Entre as novidades para 2018, a Fitur mantém sua aposta na segmentação do Turismo. Além de contar com salões paralelos, como o Fitur Green, para aventuras e ecoturismo, do Fitur Saúde, para Turismo médico e de bem-estar, e da Fitur Tech, para as inovações tecnológicas que apoiam o desenvolvimento do setor, a próxima edição a Fitur terá um novo salão. Trata-se do Fitur Festivais, um espaço para o Turismo associado principalmente a grandes eventos musicais. “O novo espaço enfatiza a dinâmica segmentação e profissionalização da Fitur, atenta à demanda”, afirmou o diretor geral da Ifema, Eduardo López Puertas. “O novo projeto tem apoio da Associação de Turismo Musical da Espanha, a Spain Live Music”, acrescentou, destacando que 22 milhões de pessoas participaram de festivais na Espanha no ano passado, número 12% superior ao de 2015. O impacto econômico do segmento é estimado em 194 milhões de euros. Em 2018, a 38ª edição da Fitur ocorre de 17 a 21 de janeiro.p
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Estandes dos destinos espanhóis foram destaque, com espaços para tudo, inclusive aula sobre vinhos, na província de La Rioja
ANO INTERNACIONAL DO
T UR ISMO SUSTENT Á V EL
Autoridades internacionais no lançamento do Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento, promovido pela OMT dentro da Fitur
O SECRETÁRIO GERAL DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO (OMT), TALEB RIFAI, FOI O ANFITRIÃO DA
cerimônia de lançamento do Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento, realizada logo após a abertura da Fitur, dia 18. O lançamento, que contou inclusive com contagem regressiva, foi marcado por discursos de autoridades como o primeiro-ministro da Georgia, o vice-presidente de Honduras, o ministro de Assuntos Exteriores da Espanha, representantes da Comissão Europeia, e da Unesco, também agência da Organização das Nações Unidas, que elegeu o turismo sustentável como tema para o ano de 2017. A representante da Comissão Europeia, Elzbieta Bienkovska, fez questão
de ressaltar que sua participação no evento tinha o objetivo de enfatizar a importância do Turismo para a União Europeia. “Quero dizer que o Turismo conta. O setor responde por 26 milhões de empregos na União Europeia e projetamos a criação de outros cinco milhões de empregos no Turismo nos próximos dez anos”, disse. O ministro espanhol de Relações Exteriores destacou os números do país – que recebeu a cifra recorde de 75,3 milhões de turistas internacionais no ano passado. “Também é importante dizer que o Turismo somente pode ser sustentável. A Espanha foi um dos primeiros países a criar áreas naturais protegidas e, no ano passado, celebramos o primeiro centenário da lei de parques nacionais. Hoje temos 42 áreas protegidas”, contou.
O secretário geral da OMT destacou os eventos e as ações da organização para a comemoração do ano do turismo sustentável. Com audiência de mais de 65 ministros, Taleb Rifai destacou o exemplo da Costa Rica no desenvolvimento do turismo sustentável. Ele anunciou ainda a lista de embaixadores do Ano do Turismo Sustentável, com representantes de destinos e empresários de diferentes segmentos. Rifai também listou as principais áreas em que o desenvolvimento do turismo sustentável deverá atuar: expansão de economia inclusiva e sustentável; redução da pobreza e desigualdades sociais; melhor eficiência energética e proteção ambiental; valorização da diversidade e dos patrimônios; e paz e segurança.p
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DE EMBRATUR A ABRATUR EM SUA PRIMEIRA PARTICIPAÇÃO NA FITUR, O MINISTRO DO TURISMO, MARX BELTRÃO, TEVE agenda cheia. Na véspera da abertura da feira, participou da Conferência Ibero-americana de Ministros e Empresários de Turismo (Cimet). Aos empresários e autoridades políticas participantes, o ministro destacou o número recorde de turistas estrangeiros que estiveram no Brasil em 2016 e a receita movimentada pelos viajantes. “O Brasil talvez seja o país com a maior diferença entre o potencial e o realizado. O governo está atento e, para melhor aproveitar este diferencial, está fazendo concessões. Esta é uma oportunidade concreta que apresento aos senhores", disse aos empresários. Beltrão destacou também os atrativos brasileiros no ecoturismo, lembrando que o País lidera o ranking em atrativos naturais no estudo elaborado pelo Fórum Econômico Mundial, destacando ainda que 2017 foi escolhido como o Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento pela ONU. Entre reuniões com os ministros de Turismo da Argentina e outros países da América do Sul, Marx Beltrão falou ainda sobre o orçamento de alguns deles para a promoção do Turismo e os poucos recursos da Embratur, que totalizaram US$ 16 milhões em 2016, frente os US$ 60 milhões da Argentina, US$ 90 milhões da Colômbia ou os US$ 490 milhões do México. O ministro assegurou que ainda neste mês será apresentado ao presidente Michel Temer o programa de transformação da Embratur em agência, aos moldes da Agência Brasil de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). “Sei que é uma demanda antiga mas, para mim, é uma questão prioritária”, disse.
O presidente da Embratur, Vinícius Lummertz, e o ministro do Turismo do Brasil, Marx Beltrão, em evento na Embaixada do Brasil na Espanha
Ao lado do presidente da Embratur, o ministro assegurou que um dos principais benefícios do novo modelo é a possibilidade de parcerias público-privadas, criando as bases para um novo orçamento para a Embratur. Ele anunciou ainda que o atual Instituto Brasileiro de Turismo passaria a ser conhecido como Agência Brasileira de Turismo – Abratur. “Estamos programando um encontro entre o presidente da OMT, Taleb Rifai, e o presidente Michel Temer, talvez em abril, se as agendas permitirem. Na ocasião, apresentaremos um pacote de benefícios para o Turismo brasileiro”, contou. Se a transformação da Embratur em agência não ocorrer ainda em fevereiro, após decisão do presidente Temer, o ministro do Turismo garante que poderia ser concretizada até abril, para ser apresentada dentro do pacote de benefícios. “O presidente Michel Temer decidirá como será feita essa mudança, qual caminho seguir. Pode ser por Medida Provisória”, antecipou.
EM BAIXA
A responsável pelo EBT da Espanha, Rosiane Rockenbach
Nem mesmo os duros anos da crise econômica espanhola foram tão difíceis para vender o Brasil na Espanha quanto o ano passado, segundo a responsável pelo EBT na Espanha, Rosiane Rockenbach. Para ela, a realização dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro fez do Brasil a grande vitrine, para o bem e para o mal. “Tivemos uma repercussão extremamente negativa quando o astro de basquete da Espanha, Pau Gasol, disse que não sabia se iria participar dos jogos por causa do vírus da Zika”, contou. Segundo ela, a ampla repercussão da declaração do atleta espanhol afetou fortemente a imagem do Brasil. “No dia seguinte, já tinha telefonemas de operadores preocupados com cancelamentos, e eles ocorreram”, disse. Além das declarações do principal jogador da seleção de basquete da Espanha e da veiculação de notícias negativas sobre o Brasil – como as reclamações dos primeiros atletas que chegaram à vila olímpica e casos de violência – Rosia-
ne contou que os operadores espanhóis também criaram expectativa de preços muito altos no País por causa dos jogos. “O Rio de Janeiro é a porta de entrada para o turista de lazer espanhol e ele ficou preocupado com a possibilidade do aumento grande nos preços da hotelaria e dos serviços em geral”, explicou. Ainda sem os números do emissivo espanhol, a diretora do EBT na Espanha espera redução em relação às cifras de 2015, quando o Brasil recebeu 150 mil turistas espanhóis. “Espero que não seja muito grande porque, na verdade, em novembro começamos a verificar uma retomada. Mais acentuada no interesse, ainda, que nos embarques”, destacou. Rosiane aponta a presença do EBT na capital espanhola como um dos pontos fortes do Brasil na concorrência com outros destinos, mais acirrada desde o início da recuperação da economia espanhola. “A Fitur já é um reflexo disso. Você vê estandes tradicionalmente pequenos ocupando mais espaço, como o Peru, a Venezuela e a aposta feita pela Argentina”, observou.p
R OTA JESU Í TA E V ISTOS O CAMINHO DAS MISSÕES, ROTEIRO TURÍSTICO INTEGRADO ENTRE BRASIL, ARGENTINA, PARAGUAI E URUGUAI, TEVE SEU LANÇAMENTO TAMBÉM NA FITUR, CONTANDO COM A PRESENÇA DO MINISTRO DO TURISMO DO BRASIL, MARX BELTRÃO. UM
dia antes do lançamento, ele reuniu-se também dentro da feira com o ministro argentino, Gustavo Santos, que comunicou a possibilidade de aceder a fundo de US$ 100 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bid) para projetos de turismo integrado. Os ministros acertaram ainda a intenção de agendar visita ao papa Francisco, no Vaticano, para convidá-lo a participar do lançamento oficial da rota, em 27 de setembro. “Como argentino, você poderia ‘provocar’ no papa uma reunião no Vaticano, para apresentação da rota e convite ao Papa Francisco, também jesuíta, a benzer seu lançamento”, propôs o ministro brasileiro. O produto baseia-se no percurso feito pelos padres jesuítas na América do Sul, sendo um roteiro de peregrinação. O trajeto completo poderá ser percorrido em cerca de um mês. Segundo o MTur, o trecho do Caminho das Missões no Brasil já funciona e recebe cerca de 50 mil visitantes internacionais a cada ano. A reunião entre os ministros do Brasil e da Argentina foi rica em propostas de ambos os lados. Além de definirem ações para a promoção do Caminho das Missões e de realizarem trabalho conjunto para alcançar os recursos do Bid para corredores turísticos integrados, Marx Beltrão e Gustavo Santos falaram da promoção em mercados distantes e dos vistos para turistas estrangeiros. “Devemos ter um acordo entre os dois países para que um turista com visto argentino possa entrar no Brasil e vice-versa. Queremos apresentar isso como
O presidente da Embratur, Vinícius Lummertz, os ministros do Brasil, Marx Beltrão, e da Argentina, Gustavo Santos, e o subsecretário da Presidência da Argentina, Valentin Díaz Gilligan
proposta ao Ministério de Relações Exteriores por ao menos dois anos, como um teste. Isso beneficiaria especialmente a China, que é hoje o maior exportador de turistas do mundo”, defendeu Beltrão. “Quero defender pessoalmente essa questão e levá-la ao presidente do Brasil”, assumiu. Gustavo Santos propôs ainda que Brasil e Argentina sejam os países convidados da edição 2018 do Global Tourism and Economy Forum, um dos maiores fóruns de investidores de Turismo, realizado anualmente em Macau. “Neste ano os países asiáticos são os destinos convidados. Na edição de 2016, foi a França. Quero propor que Brasil e Argentina sejam, juntos, os países convidados da edição 2018”, disse, recebendo apoio de Marx Beltrão para o prosseguimento das ações nesse sentido.p > Continua na pág. 08
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ESPANHA E O
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PELA FEIRA BAHIA
MUNDO
O secretário de Turismo da Bahia, José Alves, recebeu o prêmio Silvia Zorzanello in Memorian, entregue pelo Grupo Excelencia. A premiação é uma parceria entre o grupo turístico e os organizadores do Festival do Turismo de Gramado (Festuris). “O ganhador é selecionado por um júri de sete personalidades do Turismo, artes e gastronomia e conta ainda com votação popular pela internet para os destinos que se destacam”, comemorou o secretário baiano, que teve na feira reuniões com as alemãs Condor e Germanwings para garantir a operação de voos para a Bahia.p
REALIZADA NOVAMENTE PELOS REIS DA ESPANHA, FELIPE VI E LETIZIA, A FITUR FOI
marcada por um ambiente otimista, abrindo suas portas na semana em que foram divulgados os números recordes do Turismo espanhol. No ano passado, o país recebeu 75,3 milhões de turistas estrangeiros, alcançando receita de 77 bilhões de euros em gastos. Os números correspondem a aumento de 9,9% e 8,3%, respectivamente, em relação aos índices de 2015. Os principais destinos emissores para a Espanha são o Reino Unido, a Alemanha e a França. Na véspera da abertura da Fitur, o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, anunciou ainda que a Espanha deverá recuperar, neste ano, 10% do Produto Interno Bruto perdido nos últimos cinco anos, marcados pela crise econômica. A Organização Mundial do Turismo divulgou também uma prévia do número de chegadas internacionais em 2016. Segundo a OMT, foram 1,23 bilhão de chegadas, incremento de 3,9% em relação ao ano anterior – ou 46 milhões a mais de turistas. Por região, as Américas tiveram incremento de 4%, enquanto a Ásia/Pacífico foram as responsáveis pelo maior aumento, junto com a África, crescendo 8% cada uma das regiões em chegadas internacionais.p
A equipe da Flytour Viagens: Marcelo Paolillo, Barbara Picolo, Michael Barkoczy e Oscar Tejada
A baiana Marli, o secretário de Turismo José Alves, o diretor de Turismo da Secretaria de Turismo do Rio Grande do Sul, Abdon Barretto Filho, o presidente do Grupo Excelencia, José Carlos de Santiago, e a diretora da Bahiatursa, Regina Ahmet
CVC
O vice-presidente de Vendas e Marketing da CVC, Valter Patriani, considera a Fitur uma das principais feiras para a operadora. “Nossa central de operações de ônibus para a Europa está aqui em Madri, assim como a Special Tours, que tem os roteiros que oferecemos, além da Pullmantur, nossa parceira nos navios que levamos para a temporada de cruzeiros”, justificou. Segundo Patriani, em 2016 foram embarcados 30 mil turistas brasileiros nos 174 roteiros que a CVC oferece pela Europa.p
FLYTOUR VIAGENS
Na Espanha, a Flytour Viagens divulgou o endereço da segunda edição deste ano do Hiper Feirão. Entre 22 e 24 de setembro, o evento ocorre em Santos (SP); depois, entre 6 e 8 de outubro, será a vez de Campinas (SP) receber pela primeira vez o evento. “Para atender o público, que deverá ser superior às 27 mil pessoas que nos visitaram em Santos, vamos ter mais de 200 agentes”, contou o presidente da operadora, Michael Barkoczy, que comemorou o aumento de 36% no faturamento da empresa no ano passado.p
O VP da CVC, Valter Patriani
TAP
A companhia aérea portuguesa levou para a feira o mockup do Airbus 330-900neo. A empresa será a primeira a utilizar o conceito Airspace nas cabines das novas aeronaves. Na feira, anunciou ainda as novas rotas, todas com início em 10 de junho: Gran Canaria e Alicante, na Espanha; Budapeste e Bucareste, na Europa, e Toronto, no Canadá.p
O brasileiro Paulo Henrique Cunha, diretor da Tap para a Espanha
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F órum PANROTAS 2 0 1 7
Discussões necessárias
A 15ª EDIÇÃO DO FÓRUM PANROTAS – TENDÊNCIAS DO TURISMO, MARCADA PARA 13 E 14 DE MARÇO, NO GRAND HYATT SÃO PAULO, NA CAPITAL PAULISTA, SERÁ CARREGADA DE PAINÉIS, DEBATES E palestras no mais alto nível sobre a nossa indústria. Viagens corporativas, consolidação, tecnologia, mercado, aviação e outros segmentos serão destaque desse evento que é um dos protagonistas do calendário do Turismo no Brasil. Uma das discussões será sobre os metabuscadores, que cada vez mais vêm se tornando poderosas ferramentas de pesquisa de viagens, especialmente entre os consumidores. Agências, operadoras e OTAs criam campanhas promocionais periódicas para aumentar o volume de passageiros, mas, com os metabuscadores, a sensação é de participar de um leilão o ano inteiro. Como se desenvolver diante de tamanha concorrência? Quais os lados positivos e negativos dessa relação? Na próxima edição do Fórum PANROTAS, dois nomes de destaque participarão de um painel sobre o assunto: o vice-presidente do Kayak para a América Latina, Nicolas Scafuro, e o diretor executivo do Buscapé Company, Sandoval Martins. São empresas com conceitos distintos, porém ambas atra-
em clientes com o mesmo objetivo. A apresentação será em formato diferenciado, com intensa participação da plateia, na busca constante por ações que possam superar os desafios impostos por essas ferramentas. E já que o assunto é a relação entre tarifas, tecnologia e Turismo, uma polêmica que nunca sai de discussão é a disputa entre agências on-line e os hotéis pela receita de reservas. Este conflitou ganhou novos capítulos no ano passado, quando as plataformas
Luis Paulo Luppa, presidente do Grupo Trend
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on-line impuseram acordos e serviços que desagradaram as necessidades das redes hoteleiras. Entidades se mobilizaram no País, como a ABIH-RJ, que convocou as associadas a um boicote à Decolar.com, uma das principais OTAs no Brasil, ganhando apoio posterior da ABIH Nacional. Diante de tal cenário, o segundo dia do Fórum PANROTAS deste ano reunirá quatro especialistas para saber os rumos que essa questão deve tomar. Um deles é o presidente do Gru-
Rosangela Gonçalves, diretora da rede Windsor
Nicolas Scafuro, do Kayak, e Sandoval Martins, do Buscapé
po Trend, Luis Paulo Luppa, que terá a companhia do country manager da Decolar.com para o Brasil, André Alves, da diretora da rede Windsor, Rosangela Gonçalves, e do sócio-fundador da empresa de reservas e fidelização All Points, Marcelo Bicudo. Uma das discussões inéditas neste ano será a influência dos blogueiros de viagens no mercado. Em suas páginas e redes sociais, os blogueiros são poderosos formadores de opinião, alguns com status de celebridade entre o consumidor final. O crescimento do meio é tão significativo que hoje eles têm seus sites atualizados com frequência e produzem material elaborado para instigar o interesse dos usuários. Cientes disso, destinos do mundo todo convocam e bancam a visita de blogueiros para compartilhar o que têm de bom e despertar o interesse do consumidor. Renata Araújo, do You Must Go, Marcio Nel Cimatti, de A Janela Laranja, e Larissa Rabelo, autora do Lala Rabelo, serão os responsáveis por debater a relação entre suas dicas e a consultoria de um agente de viagens. Afinal, os agentes têm como “rebater” a fun-
ção desempenhada por blogueiros de viagens? É um cenário irreversível? Há espaço para os dois?
APOIO
O Fórum PANROTAS tem o patrocínio da Accor Hotels, Best Western Hotels & Resorts, Beto Carrero World, CEP Transportes, CNC Sesc Senac, CVC, Elo, Esferatur, Grand Hyatt São Paulo e Rio de Janeiro, GTA - Global Travel Assistance, México, Omnibees, R1 Soluções Audiovisuais, Reserve, Rio Galeão, Sabre e Sebrae. Para programação e outras informações, acesse www.panrotas.com. br/forum.
INSCRIÇÕES
Os interessados em participar do Fórum PANROTAS podem fazer inscrição on-line pelo http://eventos. panrotas.com.br/forum/inscricao. O valor da inscrição é R$ 1.490.
SERVIÇO
Evento: 15º Fórum PANROTAS Local: Grand Hyatt São Paulo Data: 13 e 14 de março Endereço: Av. das Nações Unidas, 13301 - Vila Cordeiro, São Paulo (SP) Site: www.panrotas.com.br/forump
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corporativo
www.pancorp.com.br
Mercado
>> Felippe Constancio
Fôlego para a
grande virada
Presidente da Abracorp, Rubens Schwartzmann observa melhora no segmento corporativo ao longo de 2016
O TÃO AGUARDADO BALANÇO GERAL DAS VIAGENS CORPORATIVAS EM 2016 FOI DIVULGADO pela Abracorp na semana passada. Ainda que os números negativos já fossem esperados pelo mercado de maneira geral, a expectativa é de melhora daqui para frente, já que os dados refletem uma desaceleração da retração do setor. "Começamos 2016 com as vendas a 12% abaixo do mesmo período de 2015 e chegamos ao final do ano com essa retração a 6%. Há, portanto, uma melhora", ressaltou o presidente da entidade, Rubens Schwartzmann, reiterando que o segmento segue pressionado pelos custos, e que por isso o ganho real (acima da inflação) deve ser tímido. Para a entidade, uma flexibilização nas leis trabalhistas e uma revisão da carga tributária que incide diversos elos da cadeia são medidas que poderiam
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favorecer o setor quanto aos custos. Enquanto algum alívio por parte da administração pública não chega, as associadas seguem no esforço de manter seus negócios com base na inovação e diversificação de produtos. No final de 2016, o presidente da Abracorp previu que 2017 poderia ser um momento de oxigenação do setor, em que união, planejamento e trabalho inteligente ajudariam a atravessar o ano. Como crise é um dos principais momentos de mudanças, conselheiros registraram o esforço das TMCs na busca de novos horizontes. "As agências podem e estão olhando para outros mercados. É uma alternativa. Temos visto matérias na imprensa, como o caso da Belvitur publicado no PANROTAS Corporativo, mostrando este empenho na diversificação, investindo mais em lazer e entrando
nos eventos. A procura por eventos e gestão de despesas são naturais em momentos como este." Conforme os dados, outros serviços relacionados a TMCs e players do segmento corporativo como cruzeiros, assistência, lazer e "demais" tiveram queda tanto no Brasil quanto no Exterior, mas, por sua vez, os eventos tiveram alta na categoria nacional e internacional, avançando 1,5% e nada menos que 196,4%, respectivamente.
AÉREO
No aéreo nacional, as agências associadas registraram queda de 6% nas vendas de bilhetes em 2016, para R$ 4,05 bilhões. Em 2015, o volume foi de R$ 4,3 bilhões. De acordo com os dados, a maior variação positiva por associada foi da Azul, que avançou 5,7% na comparação anual, para R$ 1,18 bilhão. Já a maior queda foi da Latam,
de 13,3%, para R$ 1,19 bilhão. Os dados contemplam Avianca Brasil, Azul, Gol e Latam, mas apontam que "demais" linhas aéreas registraram juntas uma baixa de 59% de 2015 para 2016, de R$ 102 milhões para R$ 41,8 milhões. Trata-se da soma de companhias regionais. Em termos de bilhetes, a queda geral das associadas foi de 4,7%, para 7,06 milhões emissões no doméstico. A companhia com maior aumento de bilhetes emitidos foi a Avianca Brasil, com um incremento de 1,1% no volume, para 856 mil, enquanto Azul (-3,9%), Gol (-2,5%), Latam (-4,6%) tiveram desempenho negativo. As “demais” tiveram queda de 59,7%. Em market share, a Gol foi ficou com a maior porção, com 30,5% em volume de vendas, seguida por Latam (29,5%), Azul (29,2%) e Avianca (9,7%) e "demais" (1%).
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corporativo
www.pancorp.com.br
HOTELARIA
Já na hotelaria, os dados apontam para uma queda brusca. No nacional, em 2016, o volume em vendas chegou a R$ 1,9 bilhão, o que expressa uma queda de 12,6% em relação a 2015. Hotéis independentes e "outras redes", que contam pela maior parcela do mercado, com 37,1% e 23,4%, respectivamente, registraram baixa de 12,3% e 18%. Em vendas, os independentes acumularam R$ 726 milhões e "outras redes" R$ 457,5 milhões. Das hoteleiras, a Accor Hotels, que conta com o maior market share em hotelaria nacional, registrou avanço de 0,5%, para R$ 257 milhões em 2016, enquanto que Atlantica, segundo maior market share, viu uma baixa de 17%, para R$ 154,1 milhões. O pior desempenho em termos de avanço percentual ficou com os brokers, com queda de 22,6% para R$ 56,2 milhões. Em diárias, a queda geral foi de 12,3%, para 8,8 milhões no ano. Apenas a Blue Tree cresceu, à taxa de 0,4%, a 213,6 mil, com as demais redes e os hotéis independentes e "outras redes" em queda. A diária média registrada pela Abracorp foi de R$ 222, sendo a mais alta da Windsor, de R$ 414, e os hotéis independentes com as diárias mais em conta, de R$ 185 na média. Na hotelaria internacional, o desempenho em 2016 caiu 6,3% em vendas em relação a 2015, a R$ 412 milhões, enquanto as diárias aumentaram 6,7%, para 775,3 mil. "Outras redes" e "independentes", que juntos contam com pouco mais de 70% do mercado, mostraram resultados opostos, com os independentes retraindo 23,7%, para R$ 149 milhões, e as "outras redes" avançando 21,7%, para R$ 118 milhões. Em diárias, "independentes" caíram 24%, para 284 mil, e "outras redes" tiveram incremento de quase 40% ante 2015, para 267 mil. Das grandes hoteleiras, Hilton avançou 42,2% em vendas, para R$ 35,7 milhões.
TRANSFERS
No segmento de transfers, a Shift foi a empresa que mais vendeu tanto em vendas domésticas quanto internacionais em 2016. Ao responder por quase 25% do mercado, a empresa viu suas vendas avançarem 67,9% no ano, para R$ 7,4 milhões. O maior crescimento percentual foi da Cep, de 98,3%, para R$ 2,9 milhões. A maior baixa foi da Masters, de 53,7%, para R$ 405 mil. "Outras", que correspondem a 65% do mercado, tiveram retração de 7,4%, para R$ 19,9 milhões. No total, as associadas tiveram variação positiva de 21,2%, subindo de R$ 25,3 milhões para R$ 30,7 milhões.
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PERFORMANCE EM BILHETES EMITIDOS E VENDAS CIA AÉREA
QTDE BILHETES 2015 2016 VAR(%)
VENDAS (R$) 2016
2015
VAR(%)
Avianca Brasil Azul Gol Tam Demais
47.130 1.794.017 2.342.249 2.218.609 209.030
856.400 1.723.559 2.284.170 2.117.127 84.327
1,1% -3,9% -2,5% -4,6% -59,7%
423.216.354 1.119.082.215 1.289.383.489 1.377.908.452 102.071.642
394.718.475 1.183.018.777 1.237.775.536 1.195.023.451 41.890.260
-6,7% 5,7% -4,0% -13,3% -59,0%
TOTAL
7.411.035
7.065.583
-4,7%
4.311.662.152
4.052.426.498
-6,0%
AÉREO INTERNACIONAL (BILHETES) CIA AÉREA
QTDE BILHETES 2015 2016 VAR(%)
2015
VENDAS (R$) 2016
VAR(%)
Tam American Air France/KLM Lufthansa/Swiss United
148.640 101.682 61.619 51.702 46.013
148.459 87.949 56.475 43.715 47.389
-0,1% -13,5% -8,3% -15,4% 3,0%
526.732.832 396.515.369 278.499.722 306.364.552 204.411.265
505.406.241 374.308.680 244.695.987 243.105.751 240.733.603
-4,0% -5,6% -12,1% -20,6% 17,8%
Delta
44.549
43.389
-2,6%
180.618.495
188.424.550
4,3%
British/Iberia
45.944
34.087
-25,8%
206.517.331
149.566.100
-27,6%
Tap
43.911
42.062
-4,2%
152.726.712
141.609.154
-7,3%
Copa
42.767
44.041
3,0%
117.690.751
136.160.167
15,7%
Avianca
42.565
48.131
13,1%
99.013.073
115.947.637
17,1%
Emirates
18.504
17.985
-2,8%
104.685.127
103.521.814
-1,1%
Lan
36.485
33.472
-8,3%
82.089.546
84.939.210
3,5%
Aeroméxico
19.551
18.356
-6,1%
74.517.278
76.931.350
3,2%
Gol
42.284
44.183
4,5%
54.284.725
58.563.181
7,9%
Demais
167.146
150.339
-10,1%
448.958.177
404.168.667
-10,0%
TOTAL
913.362
860.032
-5,8%
3.233.624.955
3.068.082.091
-5,1%
HOTELARIA NACIONAL HOTÉIS Independentes Outras redes Accor Atlantica BHG/Solare
ROOM NIGHTS 2015 2016 VAR(%)
2015
VENDAS (R$) 2016
VAR(%)
4.436.250 2.217.925 1.133.058 710.257 254.844
3.920.753 1.877.207 1.049.722 634.018 253.540
-11,6% -15,4% -7,4% -10,7% -0,5%
827.669.717 557.792.516 255.813.573 185.702.108 61.130.199
726.090.464 457.523.402 257.078.793 154.180.380 58.122.495
-12,3% -18,0% 0,5% -17,0% -4,9%
Blue Tree
212.833
213.727
0,4%
61.334.312
57.544.746
-6,2%
Brokers
333.847
226.182
-32,2%
72.622.819
56.209.578
-22,6%
Windsor
188.783
132.541
-29,8%
58.048.273
54.905.782
-5,4%
Intercity
231.030
222.561
-3,7%
52.357.682
47.780.048
-8,7%
Meliá
123.382
112.675
-8,7%
42.855.182
39.088.700
-8,8%
Bourbon
95.330
73.734
-22,7%
30.185.675
23.444.206
-22,3
Transamerica
95.641
86.440
-9,6%
31.294.142
23.411.606
-25,2%
TOTAL HOTÉIS
10.033.180
8.803.100
-12,3%
2.236.806.198
1.955.380.200
-12,6%
HOTELARIA INTERNACIONAL (DIÁRIAS E VENDAS) HOTÉIS
ROOM NIGHTS 2015 2016 VAR(%)
2015
(EM R$) 2016
VAR(%)
Independentes Outras redes Hilton IHG Accor
374.511 191.112 47.340 45.167 46.892
284.687 267.126 55.098 74.934 53.665
-24,0% 39,8% 16,4% 65,9% 14,4%
195.197.043 118.047.988 25.133.632 27.761.878 41.483.468
149.008.332 143.661.686 35.740.384 30.396.109 30.255.215
-23,7% 21,7% 42,2% 9,5% -27,1%
Brokers
21.441
39.794
85,6%
16.701.692
22.976.436
37,6%
726.463
775.304
6,7%
439.689.131
412.038.161
-6,3%
TOTAL HOTÉIS
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14 Especial
1 a 7 de fevereiro de 2017 JORNAL PANROTAS
>> Henrique Santiago
Pop e promissor
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O ENTRETENIMENTO NO BRASIL GERALMENTE ESTÁ LIGADO A GRANDES FESTAS. NÃO É DE hoje que o mundo nos reconhece pela tradição do carnaval e suas suntuosidades. Mas desde a época das celebrações de rua dos anos 1900, as quais se transformaram de pequenos blocos para desfiles luxuosos, o País produzia arte com um nível de acessibilidade, pode-se dizer, baixo para a grande massa. A partir dos anos 1980, com o fim da ditadura militar, o Brasil e os brasileiros abriram as portas para a realização de grandes eventos. Foi em janeiro de 1985, depois de megaconcertos de Queen, Kiss e Van Halen, que aconteceu o primeiro Rock in Rio. Idealizado pelo empresário Roberto Medina, o festival reuniu em duas semanas nomes de gigantes da música como o próprio Queen, AC/DC, Iron Maiden e mais uma dezena. Naquele momento, fãs do rock e do pop se deslocaram pelas estradas e pelos céus de todo o País para assistir a seus artistas favoritos nos famosos “bate-volta”. Nascia ali uma vertente de relevância para o Turismo doméstico. A moda pegou, a globalização começou a dar as caras, e artistas do quilate de Michael Jackson, Guns n’ Roses e U2 colocaram o Brasil no mapa dos shows desde então. E nunca mais parou. Junto com shows e festivais, as demais ramificações do entretenimento se movimentaram nas últimas décadas, como cinema, teatro e exposições. Foi questão de tempo para o nosso turista pegar gosto e consumir esse tipo de produto também no Exterior. Em 2017, o Rock in Rio chega à sétima edição em solo brasileiro. E as expectativas não poderiam ser melhores, segundo o CEO do festival, Luis Justo. O diretor tem a expectativa de uma presença ainda maior de participantes de outras regiões. “Trazemos um impacto econômico da ordem de R$ 500 milhões ao País”, destacou, com base no ano de 2015. “Além da receita de hotel e restaurante, quem vem para um grande evento aproveita para visitar outros pontos turísticos do Rio de Janeiro. Trazemos também um impacto direto, pois investimos em uma campanha de um festival que acontece no Rio. Isto é, promovemos e divulgamos a cidade para o mundo”, continuou. Sua confiança pode ser comprovada em números. Luis Justo, que está no cargo desde 2011 e participará do Fórum PANROTAS este ano, viu o número de visitantes crescer vertiginosamente. Na última edição, mais de 700 mil pessoas compareceram à Cidade do Rock. Este ano, o palco será novo: o Parque Olímpico. A pré-venda do chamado Rock in Rio Card esgotou em pouco mais de duas
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Perfil de quem busca entretenimento em São Paulo
67%
46% 41%
Atrativos visitados homem
Avenida Paulista Parque do Ibirapuera
25 de Março
Masp Mercado Municipal
assalariado com registro
Divulgação/ SPTuris
12,8%
idade entre 18 e 29 anos
Divulgação/ SPTuris
18% 15,4%
Divulgação/ SPTuris
Divulgação/ SPTuris
46,2% 30,8% 26,9%
possui ensino superior ou pós-graduação
Estação da Luz
2,5 dias
A média de pernoites é de Divulgação/ SPTuris
12,8%
A média de gasto total individual durante a estada em São Paulo é de
Atividades Vila Madalena além dos shows realizadas durante a permanência
46,2% 23,1%
O gasto médio diário é de
Compras Transporte Visita a parentes/ amigos
> Continua na pág. 16
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308
15,38%
Alimentação Bares e casas noturnas
11,5% horas. Foram 120 mil ingressos vendidos on-line – dos quais 60% representam consumidores de outros Estados. Para este ano, o CEO projeta um aumento significativo de visitantes, embora não tenha compartilhado números. Mas a ideia é trazer mais turistas de fora da capital fluminense. Após a Olimpíada, é certo que o Rio passou no teste e está mais do que apto a receber qualquer grande evento, e a cidade está mais atraente. Entre os 700 mil visitantes de 2015, 50% foram de outros Estados, com destaque para São Paulo, Minas Gerais e Brasília. A ideia para 2017 é “desequilibrar” um pouco mais, deixando a divisão entre 60% para quem é de fora e 40% do Rio de Janeiro. “A capacidade do Parque Olímpico é bem maior. Vamos desenvolver estudos para saber quanto o Rock in Rio pode e deve crescer em número de ingressos”, destacou. “Temos um plano de marketing e comunicação mais agressivo para fora do Rio de Janeiro, a fim de ampliar a proporção de pessoas de outras cidades.”
R$
770
A maior parte dos gastos é destinada a
Gastronomia
16,7%
R$
25,64%
Lazer
34,62%
FONTE: Pesquisa de Demanda Turística Doméstica e Internacional de São Paulo, realizada pelo Observatório de Turismo e Eventos da SPTuris (OTE-SP) em 2015
EU QUERO
É SHOW O BRASILEIRO ASSISTE EM MÉDIA A QUATRO SHOWS POR ANO. O DADO PARTE DE UM LEVANTAMENTO FEITO
pela Eventbrite, plataforma global de tecnologia para eventos, no qual consultou um time de mais de 200 integrantes do mercado da música para compreender o ano de 2017 nessa seção do entretenimento. Esses consumidores se mostram resilientes às dificuldades econômicas do Brasil. Tal como o Turismo, a cultura parece ter virado item de cesta básica para muitos brasileiros. Segundo a empresa, 90% pretendem aumentar ou manter a frequência de shows ao longo deste ano. “As pessoas viajam por todo o País para os festivais. Hoje em dia, não é mais uma barreira. As pessoas procuram algo novo a todo tempo. É um público muito grande”, detalhou o country manager da Eventbrite, Hugo Bernardo.
Hugo Bernardo, da Eventbrite
Os festivais de música atraem mais atenção desse público. Cerca de 66% dos entrevistados convidam amigos para irem ao mesmo evento. Uma vez lá, 72% utilizam as redes sociais para compartilhar as experiências. Embora seja o país do festival que leva o rock no nome, é o sertanejo é o gênero que lidera a preferência dos respondentes, com 28% do total. O rock aparece na sequência com 13% e a MPB encerra com 12%.
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< Continuação da pág. 15
FÁCIL, MAS NEM TANTO
Segundo a diretora da Brasil Experts Bureau, representante da Broadway Inbound e Broadway Collection, Julienne Gananian, o viajante desse nicho quer viver um sonho, e por isso se prepara para evitar surpresas ruins, ainda mais quando envolve musicais em Nova York. Ao trabalhar com operadoras e agências de viagens, a empresa de Julienne e sua sócia, Silvia Hackmann, disponibiliza ingressos diretamente das bilheterias com tarifa neto e, com isso, garante um desconto maior para os fornecedores. “É como se comprasse lá, mas com a grande vantagem de ser em real e ainda poder parcelar”, afirmou. Julienne, representante também da Circle Line Sightseeing, que promove passeios de barco e jantares em visita à Estátua da Liberdade, atesta que o entretenimento deixou de ser opcional. Seja a lazer ou a negócios, os brasileiros querem embarcar já com ingresso na mão. “Antes, eram poucas as operadoras e agências que tinham no próprio site
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Albertina Cabral, da Viagens World
um espaço só para ingresso. Era basicamente hotelaria e avião. De dois anos para cá, elas passaram a investir, como vem fazendo RCA, CVC, Flytour, Trend, entre outras. O passageiro pesquisa muito pela internet. Ele já tem os melhores preços e quer serviço do agente, tanto da indicação de bons hotéis quanto ingressos”, completou, sugerindo que a margem de lucro com os tíquetes de atrações e exposições é “boa”. Nas agências de viagens, até mesmo as mais tradicionais, o conhecido “boca a boca” dita a regra de vendas desse tipo de produto. Especialista em Orlando, Albertina Cabral, da Viagens World, de São Paulo, afirma que a parte de ingressos é o investimento mais alto de uma viagem ao destino norte-americano. O pacote básico “Disney, Universal e Sea World” está na programação até do visitante mais experiente, mas a busca por algo novo tem despontado na preferência. “Sempre damos como sugestão shows do Cirque du Soleil ou Blue Man Group e os clientes encaixam no roteiro. Particularmente, considero Orlando uma das cidades mais completas do mundo em entretenimento. Se a pessoa gosta de parque, volta ao menos duas vezes. E nesse retorno, ela acaba querendo vivenciar nossas experiências.” Mas trabalhar com esse entreteni-
Bia Bianco, da Biatour
Silze Exposto, da Sigtur
Arquivo Pessoal
A Cidade Maravilhosa catalisou a chegada de bandas e cantores que o brasileiro dificilmente imaginaria se apresentar no País, mas foi em São Paulo que festivais, exposições e atrações se estabeleceram. De acordo com a SP Turis, empresa da prefeitura responsável pelo Turismo municipal, novembro de 2016 registrou a maior taxa de ocupação hoteleira em 15 meses, com 70,11%. O alto índice para a baixa temporada não foi registrado à toa. A capital brasileira do Turismo de negócios sediou dois grandes eventos em novembro: o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, em Interlagos, e o Salão do Automóvel, no São Paulo Expo. Segundo os números mais recentes, São Paulo recebeu 12,9 milhões de visitantes em 2015, dos quais 3,9% foram à cidade em busca de entretenimento (confira no infográfico da pág. 15).
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Julienne Gananian, da Brazil Experts Bureau
João Roberto Valle, da Amplitur Operadora
mento paralelo não é das tarefas mais fáceis. Com mais de 25 anos de experiência e há 14 com sua agência em Alphaville, na Grande São Paulo, Bia Bianco, da Biatour, sente uma certa ausência por parte dos operadores nesse nicho. A RCA com seu portal de ingressos é, inclusive, é a única relembrada ao oferecer facilidades aos profissionais. “A Disney me dá 5% e a Universal 10% em comissão. É um valor baixo. O mais complicado é que as pessoas fecham tudo na internet e vêm pedir para nós o serviço. Eu escolho para quem vou vender ingresso. Se for um cliente antigo, eu vendo porque ele é meu”, destacou. Caso o fornecedor não tenha o tíquete disponível, cabe ao agente ir atrás do produto. Bia relata dificuldade no processo da compra direta em que erros não são aceitos na emissão. “Com clientes antigos, a responsabilidade é muito grande. É muito trabalho para pouco retorno.” Para Silze Exposto, da Sigtur, de Vinhedo (SP), o desinteresse da indústria por esse tipo de serviço se dá pela falta de lucratividade. “As operadoras colocam o mark up (margem de lucro) e acabam por vender um pouco mais caro do que é oferecido na bilheteria, mas o passageiro não entende muito bem essa diferença. É um serviço que tem dado muito problema”, lamentou.
Por outro lado, o fornecedor tem a sua parcela de “sofrimento” nessa relação. A Amplitur Operadora nasceu em Curitiba do acaso, em 1992, ano em que o Guns n’Roses veio ao Brasil, como recorda o seu fundador, João Roberto Valle. “Alguns amigos me procuraram, já que trabalhava com Turismo. Eu consegui acesso aos ingressos diretamente com a produtora e o que era para ser um pequeno grupo se transformou em dois ônibus lotados”, relembrou. Em 25 anos de atividade, a empresa se especializou na personalização aos amantes de música. Parceiro oficial de festivais de metal, como o Hellfest Open Air, na França, e Wacken Open Air, na Alemanha, Valle hoje atende uma clientela fiel no Brasil e no Exterior. Seu principal cliente? "É o fã", responde, sem titubear. “Antigamente trabalhávamos com pacotes comissionados para agências, mas a nossa demanda era 10% dos pacotes vendidos. Diante da concorrência, que devido à ineficiência dos órgãos reguladores e entidades de fiscalização permite que qualquer um possa organizar uma viagem, tivemos de cortar todo e qualquer tipo de remuneração e custo excedente”, criticou. Para o agente de viagens, o obstáculo para o acesso a ingressos é outro fator preocupante. Bia, por exemplo,
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nunca vendeu um pacote de carnaval por não confiar em fornecedores e temer eventuais problemas. Silze segue a mesma linha de pensamento, mas vê também o passageiro cada vez mais independente. Por outro lado, a área de entretenimento, de acordo com ela, impulsiona a possibilidade de vender um destino. “Eu nunca vendi um pacote para o Rock in Rio. Quem vai, acaba se virando, faz tudo sozinho. Se um cliente vai à minha agência, eu vou atrás para procurar. Ele se sente mais seguro em comprar comigo uma visita ao Museu do Louvre por um preço mais alto. No Rock in Rio não precisa de muita orientação. Ele está na 'zona de conforto'”. E por falar em Rock in Rio, o festival investirá em uma distribuição diferenciada de ingressos em 2017. Em edições anteriores, a CVC foi a agência exclusiva de vendas de pacotes. Para este ano, Luis Justo disse em primeira mão à reportagem, uma "grande empresa" tomará conta do produto, e, pela primeira vez, lançará uma ferramenta no próprio site em que os clientes poderão efetuar e reservas em um modelo similar ao de uma agência de viagens on-line. Com as novidades prestes a serem
lançadas nos próximos dias, o festival ainda terá 15 hotéis oficiais. As propriedades serão tematizadas e os hóspedes receberão um kit de boas-vindas, produtos licenciados da marca, terão transfer exclusivo e alguns até receberão exposições sobre a história do festival. A agência de viagens deve ter uma cota razoável para elaborar pacotes simples e mais completos. Ao se referir à estratégia on-line, o CEO assegura que o Rock in Rio não será uma plataforma de vendas independente. “Queremos atender aos clientes que não se planejaram a tempo. E vamos priorizar nesse projeto a possibilidade de eles terem acesso à experiência mais exclusiva dos hotéis oficiais”, sinalizou. Em um panorama em que a tecnologia esta cada vez mais presente, o trade ainda tropeça em alguns gargalos da indústria, como a falta de acesso a ingressos e a confiabilidade em empresas. Quando o cliente senta na cadeira com uma lista de preços à mão em busca de um show ou exposição, o agente de viagens tem de se desdobrar para efetuar uma venda. Ao que tudo indica, o atendimento personalizado será essencial para manter o entretenimento de pé. p
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EXISTE
B UR O CR A CI A A Q UI ? SÃO 32 ANOS DE FESTIVAL E COM A SÉTIMA EDIÇÃO A ACONTECER EM MENOS DE OITO MESES. LUIS JUSTO
foi um dos principais nomes a levar o Rock in Rio para os Estados Unidos pela primeira vez em 2015 (o festival também já passou por Madri e Lisboa). A naturalmente turística Las Vegas deu as boas-vindas a artistas como Metallica, No Doubt e Taylor Swift. Levar toda a estrutura de um evento legitimamente brasileiro para outro país trouxe dificuldades? O diretor responde: não. “Las Vegas é uma cidade que vive, sobrevive e respira turismo, e a intenção de levar o evento para lá foi natural. Apoio e interesse não faltam”, explicou, valorizando o apoio de entidades como o Las Vegas Convention & Visitors Authority (LVCVA) e da rede hoteleira MGM. Ao voltar os olhos para o Rio de Janeiro, o CEO enalteceu a parceria de órgãos locais, como a secretaria de
Luis Justo, CEO do Rock in Rio
Turismo, mas considera os Estados Unidos à frente para a organização de um festival. “Não podemos reclamar do Brasil, mas sistematicamente, de burocracia e governo, não especificamente o do Rio, as coisas fluem de maneira mais profissional nos Estados Unidos.”p
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O BRASIL DOS EVENTOS EM 2017 Carnaval Com celebrações por todo o Brasil, o carnaval chega entre fevereiro e março. Em Salvador, por exemplo, as festas duram mais de um mês. Os desfiles de escolas de samba em São Paulo (24 a 26) e Rio de Janeiro (24 a 27) são os mais tradicionais. O feriado cai no dia 28. QUANDO: 28 de fevereiro
Abril Pro Rock
O evento reúne anualmente dezenas de milhares de jovens que investem em tecnologia e dormem, literalmente, em barracas distribuídas pelo pavilhão. O festival trabalha sob os prismas de inovação, criatividade, ciências, empreendedorismo e inovação digital. Workshops e palestras integram a programação. QUANDO: 31 de janeiro a 5 de fevereiro ONDE: Anhembi — São Paulo www.brasil.campus-party.org
Flickr - Campus Party Brasil
Difusor do gênero no Nordeste, o Festival Abril Pro Rock chega à 25ª edição este ano. Com programação extensa ao longo do mês, que inclui diversos pontos de Recife e Olinda, como Chevrolet Classic Hall, Baile Perfumado e Centro Cultural dos Correios em shows de metal e MPB. O line-up ainda será divulgado por completo, mas a organização antecipou a presença confirmada das bandas Cockney Rejects e Angel Corpse. QUANDO: Abril (28 e 29 são os dias dos shows principais) ONDE: Recife e Olinda (PE) www.abrilprorock.com.br
Campus Party Brasil
Flickr - Expomusic
Dekmantel Festival
Nascido na cidade de Amsterdã, na Holanda, o festival abraça a música eletrônica e underground. Pela primeira vez fora da Europa, o evento desembarca na cidade de São Paulo com nomes como Jeff Mills, Hermeto Pascoal e Bixiga 70. QUANDO: 4 e 5 de fevereiro ONDE: Jóquei Clube — São Paulo www.dekmantelfestival.com.br
Expomusic Flickr-Lollapalooza-I Hate Flash
A feira reúne um público de todo Brasil em busca das novidades referentes à música, áudio e iluminação, entre outros. Além de expositores, o evento traz área de negócios, palestras, workshops, oficinas de música e a Arena Expomusic, palco de apresentações musicais brasileiras. QUANDO: 4 a 8 de outubro ONDE: Anhembi — São Paulo www.expomusic.com.br
Festival de Cinema de Gramado
Possivelmente o maior evento do cinema brasileiro e latinoamericano, o Festival de Gramado é considerado o “termômetro” da produção nacional. Este ano, a entrega do Kikito, nome que leva o prêmio, é ainda mais especial por se tratar da 45ª edição do evento. QUANDO: 18 a 26 de agosto ONDE: Palácio dos Festivais — Gramado (RS) www.festivaldegramado.net
São João de Campina Grande
Conhecido como o “Maior São João do Mundo”, o festival reúne em Campina Grande, na Paraíba, uma série de atrações ao longo de um mês inteiro. A celebração foi criada em 1983 e apresenta a identidade cultural nordestina em sua música, dança, gastronomia e artesanato. A programação deste ano ainda não foi anunciada QUANDO: 2 de junho a 2 de julho ONDE: Campina Grande (PB) www.saojoaodecampina.com.br
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Lollapalooza Brasil Cada vez mais estabelecido no calendário, a edição brasileira do Lollapalooza chega ao seu quarto ano com um line-up de bandas bem diversificado. As principais atrações são Metallica e The Strokes. Nomes como The Weeknd, The XX e os brasileiros Céu e Criolo também estão confirmados. QUANDO: 25 e 26 de março ONDE: Autódromo de Interlagos — São Paulo www.lollapaloozabr.com > Continua na pág. 20
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Maximus Music Festival Em sua segunda edição, o festival de música extrema reúne bandas consagradas do metal. Neste ano, os principais artistas que vão se apresentar são Linkin Park e Slayer. Os palcos terão outros pesos-pesados como Ghost e Prophets of Rage. Uma semana antes, no dia 6, a Buenos Aires também receberá o evento. QUANDO: 13 de maio ONDE: Autódromo de Interlagos — São Paulo www.maximusfestival.com.br
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Festival de Parintins
Facebook-Maximus Festival-Stephan Solon
Legitimamente brasileiro, o festival acontece a cerca de 400 quilômetros de Manaus. A celebração do folclore local ocorre há mais de 100 anos no destino com a apresentação de bois-bumbás em um desfile que esbanja o vermelho do Garantido e o azul do Caprichoso. QUANDO: 30 de junho a 2 de julho ONDE: Centro Cultural Amazonino Mendes — Parintins (AM) www.parintinsfestival.com.br
Facebook-Rock in Rio
Comic Con Experience CCXP Tour Nordeste
Depois de três anos em São Paulo, o Comic Con Experience desembarcará pela primeira vez no Nordeste para a alegria do público geek. O ator Alexander Björn, da série Vikings, é o primeiro nome confirmado. A organização promete revelar mais detalhes e atrações até dias antes do evento. QUANDO: 13 a 16 de abril ONDE: Centro de Convenções de Pernambuco - Recife www.ccxptour.com.br
Rock in Rio
Divulgação - Mario Miranda Filho - Agência Foto
Principal festival de música do Brasil, o Rock in Rio apostou em versões nas cidades de Lisboa, Madri e Las Vegas. Em 2015, completou 30 anos da histórica primeira edição, que apresentou Queen, Iron Maiden, AC/DC, entre outros. Em mais uma edição na capital fluminense, o encontro tem confirmado até o momento nomes como Aerosmith, Red Hot Chili Peppers, Bon Jovi, Billy Idol e Maroon 5. QUANDO: 15 a 24 de setembro ONDE: Parque Olímpico — Rio de Janeiro www.rockinrio.com
Salão Duas Rodas
Juntamente com o Salão do Automóvel, o Salão Duas Rodas é um dos principais eventos das Américas para os apaixonados por velocidade. O evento contempla setores como bicicletas, equipamentos, óleos lubrificantes, motociclos, scooters e motocicletas QUANDO: 14 a 19 de novembro LOCAL: São Paulo Expo www.salaoduasrodas.com.br
Mostra Internacional de Cinema
Comic Con Experience - CCXP
Principal evento da cultura pop no País, o CCXP tem em seu DNA a importância de trazer tendências relacionadas a filmes, quadrinhos, séries etc. Após a estreia em solo nordestino, o evento chegara à quarta edição em São Paulo no fim do ano. A edição brasileira do evento, original de San Diego, nos Estados Unidos, é a recordista em número de visitantes QUANDO: 7 a 10 de dezembro ONDE: São Paulo Expo — São Paulo www.ccxp.com.br
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Divulgação - Círio de Nazaré
A capital paulista respira cinema por cerca de duas semanas com a Mostra. Em 2016, cinemas, centros culturais, escolas e espaços públicos de toda a cidade receberam estreias, filmes nacionais e internacionais, clássicos exibidos com orquestra ao vivo, entre outros. Os detalhes do 41º ano devem ser divulgados em breve. QUANDO: Sem data definida ONDE: Em toda São Paulo www.40.mostra.org
Círio de Nazaré No segundo domingo de outubro, Belém reúne, anualmente, há mais de dois séculos, dois milhões de religiosos para celebrar o Círio de Nazaré. Os romeiros caminham pela rua da capital da Pará em celebração à Nossa Senhora de Nazaré. Alguns dos pontos turísticos incluem a Basílica de Nazaré, a Catedral Metropolitana, O Museu de Arte de Belém (Mabe), entre outros. QUANDO: 8 de outubro LOCAL: Belém www.ciriodenazare.com.br
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Receptivos
Interesse estrangeiro O OTIMISMO VOLTOU A BATER NA PORTA DO RECEPTIVO DA ARGENTINA. OS DADOS DE CHEGAdas internacionais no país dão vários motivos para que o mercado acredite em uma recuperação desse segmento. Pelo menos é o que indica a última atualização da Encuesta de Turismo Internacional, realizada em novembro do ano passado. Naquele mês, a chegada de estrangeiros na Argentina cresceu 9%, na comparação com novembro de 2015 (que foi particularmente mal, com uma queda de 13,8% ano após ano). Se no balanço anual de 2016 segue havendo uma retração acumulada de 2,5% contra um péssimo 2015, o certo é que após 17 meses no vermelho, os dados projetam, desde agosto, um tímido crescimento, acelerado em outubro e novembro. A alta representa a chegada de 17,5 mil turistas a mais do que o registrado em novembro de 2015 somente nos aeroportos de Ezeiza e Aeroparque, em Buenos Aires. Desses, quase 11 mil são brasileiros, ou seja, mais de seis de cada dez chegadas adicionais são de visitantes do Brasil. Efetivamente, o mercado brasileiro cresceu 27,8% no mês, se recuperando de uma queda de 35% um ano atrás. Ainda assim, o Brasil está longe do volume de emissões do começo da década, e o tempo de estada média dos brasileiros no país vizinho caiu 11,5% em novembro na comparação com 2015.
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Aeroparque, em Buenos Aires, é um dos principais portões de entrada da Argentina
A Europa, outro importante mercado emissor, também cresceu 4,2% em quantidade de emissões para a Argentina em novembro, além de os visitantes europeus elevarem em 7,5% seu tempo de estada médio. Embora não sejam protagonistas, o incremento de chegadas de visitantes de longa distância não é de se desdenhar. Foram 17,3% mais visitantes de Ásia, Oceania e África em
novembro do ano passado. O fato é que todos os mercados subiram em visitas à Argentina no penúltimo mês do ano: Estados Unidos, com 6,7%; Uruguai, com 8,9%; e Chile, com 1,6%. Chama atenção, por outro lado, que todos esses grandes emissores apresentaram queda de tempo de estada que vão de 15% a 20%. No mesmo mês, considerando Ezei-
za e Aeroparque saíram 2,7% mais argentinos, na comparação com novembro de 2015, marcando o 21º mês de aumento consecutivo. De todos os modos, a balança de novembro seguiu negativa, com 41,7 mil saídas a mais do que chegadas. No final das contas, o saldo entre emissivo e receptivo é desfavorável em mais de 1 milhão de turistas no acumulado de 2016.p
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Pedro Ribeiro/Royal Palm
SurFACE
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Manter a expansão
Delta e Aeromexico
O acordo de cooperação conjunta entre Delta Air Lines e Aeromexico tem promovido mudanças na estrutura executiva das aéreas. O vice-presidente da Delta para América Latina e Caribe, Nicolas Ferri, passa a ser o novo vice-presidente para México e será a principal figura nos assuntos envolvendo o acordo entre as companhias. Outra alteração é a respeito do até então VP de Operações Nova York da Delta, Mike Medeiros, que foi designado à chefia de Operações da Aeromexico, respondendo diretamente ao CEO da aérea latina, Andres Conesa.
O Royal Palm Hotels & Resorts tem uma nova diretora comercial. Ana Luiza Masagão (foto) foi chamada para assumir a posição, que vinha sob o comando interino do diretor Antonio Dias desde outubro, após a saída de Cesar Nunes, hoje na GJP. A contratada tem passagens por Estanplaza, Sheraton WTC, Transamérica São Paulo, Hilton, e, mais recentemente, Rio Quente Resorts, onde esteve à frente de 180 profissionais. Segundo Ana Luiza, seu papel será de manter a expansão da rede hoteleira, que atualmente conta com cinco hotéis e promete, para 2018, o Royal Palm Hall, o maior ballroom do País.
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Nicolas Ferri e Mike Medeiros, as novas caras da parceria Delta/Aeromexico
Divulgação / Alitalia
Compreensão
O CEO da Alitalia, Cramer Ball, pediu compreensão dos trabalhadores e principais parceiros da companhia, como fornecedores e sindicatos, com as mudanças a serem aplicadas pela aérea este ano, que o executivo classifica como “drásticas”. A Alitalia deve ter uma redução de custos na ordem de 160 milhões de euros em 2017. Isso estaria em linha com as previsões do plano de investimento e com as exigências do governo italiano para apoiar a recuperação da aérea. A Etihad, que tem 49% das ações da Alitalia, está agora trabalhando com credores, bancos e acionistas para encontrar um caminho de recuperação operativa.
James Hogan deixará o cargo no segundo semestre
De saída
O Etihad Aviation Group terá o desfalque do presidente e CEO James Hogan no segundo semestre deste ano. A diretoria da Etihad e Hogan iniciaram o processo de transição no ano passado, com a formação do Etihad Aviation Group. Na aérea desde 2006, Hogan provavelmente se juntará a uma empresa de investimento na companhia do diretor financeiro do Etihad Aviation Group, James Rigney, que também deixará o cargo ainda este ano.
Cramer Ball, CEO da Alitalia
Ponto a ponto ● Com mais de 15 anos de mercado, Carlos Silveira é o novo executivo de Vendas da Trend
Mais próximas
Parceiras de franquia desde 2012, a Enterprise Holdings e a Unidas modificaram seu contrato conjunto. Com a transação entre as companhias – que envolve a compra de 20% na participação na Unidas e uma posição na direção da companhia por parte da Enterprise –, toda a carteira de marcas de locação de carros da Enterprise Holdings será oferecida no País, incluindo a principal bandeira, Enterprise Rent-A-Car. Nos últimos quatro anos, a Unidas operou apenas as unidades da National e da Alamo nos aeroportos e cidades brasileiras.
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Operadora para Porto Alegre e região. ● Luciano de Camargo não é mais o gerente de Vendas Lazer da rede de hotéis Nacional Inn, onde ficou 11 meses. ● O grupo hoteleiro espanhol NH tem um novo CEO. Trata-se de Ramón Aragonés, que até então vinha atuando como diretor executivo de Negócios e Operações da companhia.
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corporativo
www.pancorp.com.br
Viage n s co rp o rat iva s
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Felippe Constancio
Nova cultura de pagamentos José Roberto Kracochansky, CEO da Wex na América Latina
DIVERSOS PLAYERS DO MERCADO DE VIAGENS CORPORATIVAS TENTAM A TODO MOMENTO romper padrões ou encontrar parceiros com medidas inovadoras para aplicá-las em suas empresas. Tudo em busca de otimização de logística, melhor prestação de contas e, principalmente, redução de custos. Entretanto, o rompimento no padrão de um segmento em específico promete impactar, direta ou indiretamente, todos os stakeholders desse mercado. Garantindo uma dinâmica mais simples, segura e transparente, a Wex anunciou recentemente novas soluções nos meios de pagamento que devem influenciar importantes empresas a optarem pela adoção dos cartões virtuais de uso único, conhecidos como VCN. É o caso das plataformas de gestão de reservas Argo Solutions, Lemontech e Cangooroo, além de OTAs como Decolar.com e Expedia e outros nomes como Flytour,
Maringá, Avipam e Ancoradouro. Essas soluções estão ganhando força agora muito por conta da crise econômica pela qual o Brasil passou no ano passado, explica o CEO da Wex na América Latina, José Roberto Kracochansky. O setor de viagens corporativas foi muito atingido pelo mau momento do País, o que tornou a manutenção dos atuais prazos de pagamentos concedidos aos seus clientes um grande desafio para as agências. Diante deste cenário econômico, as agências começaram a assimilar a necessidade de um alinhamento de papéis na indústria, deixando que empresas de pagamento assumam a frente nas transações. "As agências sofreram com a crise que se instalou no País a partir de 2015. Diversas redes hoteleiras começaram a exigir o pagamento através do cartão virtual, e foi assim que a Wex se posicionou no País, ofereceu seus serviços reconhecidos internacionalmente e passou a atender
Corporativo e algo mais
Marcelo Cohen, da Belvitur
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agências corporativas através de um sistema integrado", afirma José Roberto Kracochansky. “A gestão de pagamentos dos provedores de serviços como hotéis, passagens aéreas e reservas de carros é um dos grandes desafios das agências corporativas. A solução que a nossa ferramenta apresenta é a conciliação automática das despesas, além de integrar processos de pagamento com a gestão e geração de relatórios de despesas de viagens", completa.
VANTAGENS
A nova tecnologia de pagamento permite melhor rastreabilidade e conciliação com todas as operações por meio dos cartões virtuais, além de dar agilidade operacional e transparência. A Wex se espalha entre agências corporativas que buscam preservar equilíbrio financeiro, ajustando o prazo de pagamento com o reembolso dos prestadores de serviços.
Uma das agências de viagens corporativas mais tradicionais do Brasil, a Belvitur se tornou, no começo de janeiro, a agência oficial do Instituto Inhotim, em Brumadinho (MG), um dos mais importantes acervos de arte contemporânea no País. De acordo com o diretor da agência, Marcelo Cohen, trata-se de um passo importante rumo à diversificação de nichos, algo que muitos players do corporativo viram como solução para a baixa das viagens a negócios durante a crise. "A Belvitur vem se especializando em vários nichos de mercado, apesar de estar recebendo clientes novos no corporativo. Mas este está um pouco sucateado há um certo tempo", avaliou Marcelo Cohen. "Há cerca de cinco anos o corporativo correspondia por quase 90% da nossa receita. Hoje, com a expansão em novos nichos, ele corresponde a menos de 40%", completa o executivo, prevendo uma parcela de 33% em volume de receita por parte do corporativo para 2018.
"Os cartões virtuais são mais eficazes na prevenção de fraudes e agilizam os pagamentos. Quando a agência entra no software de gestão de viagens consegue visualizar a opção de pagamento via VCN. Para ativação do serviço, é preciso que o cliente entre em contato conosco previamente para aprovação do limite de crédito. Depois de aprovado, a geração do VCN é automática no processo de reserva e será facilmente identificada na conciliação, pois este é um número referente ao usuário único", explica o executivo. No começo desta semana, o Sabre anunciou uma parceria com a Wex que dá a possibilidade de TMCs e agências gerenciar pagamentos na plataforma Sabre Red, enquanto as corporações e os viajantes de negócios terão acesso por meio do Sabre Traveller Experience Platform. No final do ano passado, a empresa de pagamentos, sem um concorrente direto para seu serviço no Brasil, entrou no sistema da Argo.
Eventos na Europa
Londres, no Reino Unido, continua sendo o primeiro destino entre os mais cogitados da Europa para realizar reuniões e eventos corporativos, de acordo com dados fornecidos pelo AMEX's 2017 Global Meetings Forecast, realizado pela American Express Meetings & Events. Barcelona, Amsterdã, Paris e Berlim fecham o Top 5 do ranking.
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