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16 Hotelaria

1 a 7 de março de 2017 JORNAL PANROTAS

>> Rafael Faustino

Mil e um estilos

DEZESSEIS MARCAS E SUBINDO. COM DIVERSAS AQUISIÇÕES E UM TRABALHO CRIATIVO INTERNO, A ACCOR HOTELS VEM APOSTANDO EM UMA DIVER-

Lideranças da Accor Hotels na América do Sul: acima, Abel Castro (Desenvolvimento de Novos Negócios), Paulo Mancio (Design e Implantação), Antonieta Varlese (Comunicação), Fernando Viriato de Medeiros (Talento e Cultura) e Philippe Trapp (Luxo e Upscale). Sentados, Patrick Mendes (CEO) e Roberta Vernaglia (Marketing)

sificação ainda maior de suas bandeiras e na constante remodelação de seus serviços: a hotelaria tradicional, engessada, dá lugar a um serviço centrado na experiência do cliente, mexendo até mesmo na composição física e no design dos hotéis. O número 16 ainda não inclui a recém-criada Jo&Joe, que estreia em breve na França, e casos pontuais como o Caesar Park operado pela Sofitel no Rio de Janeiro. Mas já dá conta, por exemplo, das marcas Raffles, Fairmont e Swissôtel, recém-adquiridas para complementar o portfólio de luxo da Accor – que, junto com os hotéis lifestyle, deverão ser o maior foco dos investimentos da companhia nos próximos anos. “O número de marcas em si não é um problema. O mais importante é que elas tenham uma identidade que as marque. A SO Sofitel tem apenas quatro hotéis no mundo todo, enquanto a Raffles tem 12. Acreditamos que é possível criar uma identidade forte mesmo com poucas unidades”, defendeu o CEO da Accor na América do Sul, Patrick Mendes. Ele conduziu o evento de divulgação dos resultados de 2016 da Accor e, junto com outras lideranças, comentou os principais insights da empresa para os próximos anos de atuação. Sobre a chegada ao Brasil das novas marcas de luxo, no entanto, a Accor é mais cautelosa. “Sabemos que, com 40 anos de Brasil, podemos ter a pretensão de orientar um pouco o mercado do País. E o Brasil ainda está um pouco na ‘infância’ do luxo. Queremos trazer essas novas marcas, sim, mas ainda estamos estudando a melhor forma”, avaliou Mendes. Algumas possibilidades, entretanto, já foram levantadas. São Paulo, maior cidade brasileira e que ainda não tem uma marca de luxo da empresa, é uma possibilidade óbvia. “Em São Paulo, só se quis construir prédios comerciais por um bom tempo, e hoje há uma super oferta nesse sentido. Com isso há a chance de alguns deles se transformarem em hotéis de luxo”, indicou o vice-presidente sênior de Desenvolvimento de Novos Negócios da Accor Hotels na América do Sul, Abel Castro. No caso do Rio, onde as novas bandeiras lifestyle Mama Shelter e MGallery by Sofitel foram inauguradas, o próximo passo será a reforma do Sofitel Copacabana, em maio, que levará mais de um ano. Segundo Patrick Mendes, ainda não foi definido como ele será reaberto, mas especula-se que poderá ser convertido em uma das novas bandeiras da rede francesa.

NOVO DESIGN

Fato é que o foco na experiência é a bola da vez na Accor, mesmo nas marcas já consolidadas. Novas soluções, como o fim do lobby tradicional, dando lugar a uma recepção integrada ao bar, espaços abertos a visitantes não-hóspedes e restaurantes de composição mais flexível são algumas das ideias que já estão sendo implementadas em novos e antigos hotéis. “Todo novo projeto da Accor, mesmo em cidades pequenas, deverá ter algo exclusivo, especial. Podemos desmontar um restaurante e fazer uma balada ou um evento mais descolado. O hóspede pode chegar ao hotel e tomar um café enquanto faz o check-in. Sabemos que o consumidor pede coisas novas”, explicou, no evento, o vice-presidente sênior de Design e Implantação da Accor na América do Sul, Paulo Manso. Um exemplo citado por praticamente todas as lideranças presentes na ocasião foi o do Ibis Styles na avenida Faria Lima, em São Paulo, que terá sua reforma concluída em março e ganhou um mural do renomado artista Eduardo Kobra convidado pela própria Accor no ano passado ao Fórum PANROTAS. “É

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Cozinha aberta, ambiente descolado: o Mama Shelter no Rio de Janeiro é um exemplo do novo conceito de lifestyle em que a Accor quer investir cada vez mais

o maior exemplo dessa marca, que une o econômico ao estilizado. Em diferentes escalas, podemos fazer isso em outras bandeiras”, sugere o vice-presidente executivo de Operação de Marcas Econômicas na América do Sul, Frank Pruvost.

DESTAQUES DO ANO

Embora haja planos ambiciosos no horizonte, a Accor teve de se contentar com um 2016 de desempenho negativo no Brasil, assim como a média do mercado hoteleiro em geral. A receita no País caiu 1,3% no ano passado, considerando os mesmos hotéis já em operação em 2015. Número que deixa bastante a desejar considerando o resultado na região das Américas (crescimento de 4,7%) e global (2,2%). Um cenário que, na análise de Patrick Mendes, não deverá se repetir em 2017. “Com a inflação controlada e os juros caindo, todos se animam mais a investir, e esperamos um 2017 de retomada”, concorda Abel Castro, repetindo um discurso bastante comum no Turismo atual. A melhor notícia ficou por conta da marca Adagio, de apart hotéis, que teve a maior taxa de ocupação da companhia em 2016, segundo Mendes. E é outro modelo que vem passando por reformulação em seu design, com expectativa de 25 novas aberturas no País até 2020. E, mesmo em um ano difícil, foram assinados mais nove contratos para hotéis no Brasil em 2016, o maior número em todo continente por parte da Accor, que opera no País 252 dos seus 289 hotéis sul-americanos. “Se o cenário continuar melhorando, como já observamos que melhorou no início deste ano, esperamos em breve voltar ao ritmo de 20 a 25 contratos assinados por ano”, destaca o VP de Desenvolvimento.

O mural de Eduardo Kobra no Ibis Styles em São Paulo. Mesmo as bandeiras econômicas da empresa passam por redefinições

FUTURO

Não são apenas as bandeiras hoteleiras da Accor que estão se diversificando. O próprio negócio já não se resume mais a um grupo hoteleiro. Um dos pontos destacados durante a coletiva foi o crescimento da Fastbooking – empresa de soluções digitais para hotéis independentes adquirida em 2016 que, na Accor, é responsável por trazer esses empreendimentos ao market place da empresa, o portal accorhotels. com e o app Accor Hotels. Já são 42 hotéis sul-americanos incluídos nesse modelo, incluindo o Ca'd'oro, reaberto em São Paulo, e as unidades Grande Hotel, do Senac. Além disso, o grupo vai dar, em breve, tratamento diferenciado à Hotel Invest, que passará a ser operada separadamente em julho e vai buscar investidores internacionais para compor o capital da empresa, responsável pela administração dos imóveis da Accor e de terceiros. Do total, 60% da posse ficará a investidores terceiros, com a Accor cuidando dos 40% restantes. Com isso, a companhia francesa espera ter ainda mais recursos para acelerar seus projetos de expansão futuros. Outro ponto são os serviços de aluguel de residências de luxo. Após seguidas aquisições, a Accor já lidera esse segmento, com marcas como Onefinestay, Travel Keys, Banyan Tree, Square Break e Oasis Collection – apenas a última tem unidades disponíveis no Brasil. Ao todo, a Accor Hotels disponibiliza mais de 4,5 mil hotéis e 2,5 mil residências em todo o mundo.p

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Patrick Mendes, Roberta Vernaglia e Abel Castro na coletiva da Accor Hotels em São Paulo

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