R$ 11,00 - Ano 25 - nº 1.259
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8 a 14 de março de 2017
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Voilá! Francesa Accor não para de mostrar trunfos e armas para crescer globalmente e em diversos nichos. A mais recente é a compra, por R$ 200 milhões, de 26 contratos de administração da BHG no Brasil
> Páginas 16 e 17
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BRASIL NO TOP 10 Check-IN LEIA NESTA EDIÇÃO Páginas 04 a 11 Carnaval 2017 tem campeãs inesperadas e um desfile de bons resultados no Turismo
Páginas 14 e 15 Tudo sobre a PCI DSS, nova regulamentação obrigatória da Iata
Páginas 18 e 19 Novo evento de aviação, Ibas vem para ser a boa notícia que o setor precisa Páginas 20 e 21 Delta garante que projeto na América Latina foi um acerto Páginas 22 e 23 Surface com os destaques da semana e PANROTAS Corporativo
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> Uma nova classe de viajantes está sendo impulsionada no mundo
por duas grandes forças: a expansão significativa da classe média e seu maior poder de consumo, além de tarifas mais acessíveis graças a evolução tecnológica e a alta competitividade entre os players do Turismo. O estudo da bandeira de cartões Visa mostra os mercados que mais gastarão na indústria de viagens em 2025. O gráfico mostra um comparativo do quanto esses mesmos países gastaram em 2015:
*Gastos de famílias com ganhos anuais de mais de US$ 20 mil em produtos e serviços de Turismo
Editorial
> Artur Luiz Andrade > artur@panrotas.com.br
Os opostos se distraem No Rio, o prefeito Marcelo Crivella não foi ao carnaval por motivos religiosos. Não pôde ver como a Liga das Escolas de Samba usa o dinheiro público (afinal, o evento é uma parceria), se os visitantes e moradores são bem recebidos, se há estrutura confortável e segura, como foram os acidentes com os componentes de cinco escolas, como agiram as autoridades e as escolas nesses acidentes, como está sua popularidade, enfim... como um dos eventos mais importantes para a economia (= dinheiro nos cofres públicos) do município que governa funciona. Crivella chegou a dizer que não é obrigado a ir ao carnaval. Há controvérsias em relação a essa afirmação. O cidadão não precisa mesmo, deve até fazer campanha contra se achar que carnaval é desperdício de tempo. Democracia é isso. Mas o governante não pode ignorar um dos maiores eventos de sua cidade. Isso é business. É geração de emprego e renda em um momento tão delicado do País e do próprio Rio. Será que o prefeito também vai ignorar o Rock in Rio, a Parada Gay (provavelmente), os congressos médicos mais polêmicos, a próxima visita do papa Francisco, as festas católicas... Não que a presença dele como autoridade seja fundamental para os eventos. É apenas e tão somente a
questão do olho do dono no local. Ele é o “dono” da cidade neste momento e por mais que tenha assessores e olheiros nos eventos, nunca terá uma noção do que realmente é. Em São Paulo, é o oposto. O prefeito é onipresente. Beira o exagero? Talvez. Mas das cinco da manhã às dez da noite está pela cidade, com seu estilo inconfundível. Sua marca de realizador. Nas ruas. Sendo aplaudido e vaiado, dando a cara a tapa e checando se o seu modelo de gestão está sendo aplicado. Sim, tem o lado marqueteiro, mas vejam, no carnaval, onde varreu a avenida, o custo do camarote da prefeitura caiu de R$ 1,2 milhão para R$ 120 mil. Chega a ser inacreditável que alguém tenha apostado no fim da boca livre. Os convidados podiam comprar comida e assistir aos desfiles de local privilegiado. As privatizações também estão na sua agenda e João Doria esteve em Dubai para negociar algumas delas. Mas mesmo que o Anhembi e Interlagos deixem de ser equipamentos públicos, dificilmente o prefeito gestor deixará de ir à Fórmula 1, ao carnaval ou aos shows e feiras, exatamente para ver, fiscalizar e estar perto de todos os moradores e visitantes. Ouvindo queixas e elogios, vaias e aplausos. A perfeição deve estar no meio termo entre um e outro e vale registrar que
qualidades e defeitos ambos possuem. No caso do Turismo, queremos ver resultados e ações práticas. Os presidentes da SP Turis, David Barioni, e da Riotur, Marcelo Alves, estão nos lugares certos e o trade está cheio de expectativas em relação a ambos. A única diferença é que na formação dos conselhos de Turismo das duas cidades um incluiu empresários do setor e outro não convidou pessoas ligadas ao Turismo. Escolhas que gerarão resultados, que serão avaliados e julgados. Nem São Paulo e muito menos o Rio podem se dar ao luxo de perder turistas, eventos, voos e investimentos ligados à nossa indústria nesse momento. Por isso, toda ação em prol do Turismo deve ser amplificada. A hotelaria carioca sofre com uma oferta bem maior que a demanda e se houvesse três carnavais por ano, com ou sem prefeito, seria ótimo. Somente um Turismo sem fronteiras (geográficas, religiosas, sexistas, sociais, financeiras, raciais...) colocará o Brasil no lugar que merece: entre as nações que realmente levam essa indústria a sério e, mais que isso, são exemplos a serem seguidos. Ainda estamos longe, mas se os governantes ouvirem e olharem mais para nossos empresários... já será um grande avanço.
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PANROTAS — Versão digital das publicações da editora
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PRESIDENTE José Guillermo Condomí Alcorta CHIEF EXECUTIVE OFFICER (CEO) José Guilherme Condomí Alcorta (guilherme@panrotas.com.br) CHIEF INTERNATIONAL OFFICER (CINO) Marianna C. Alcorta CHIEF EVENTS OFFICER (CEVO) Heloisa Prass CHIEF TECHNOLOGY OFFICER (CTO) Ricardo Jun Iti Tsugawa REDAÇÃO
CHIEF COMMUNICATION OFFICER (CCO) E EDITOR-CHEFE: Artur Luiz Andrade (artur@panrotas.com.br) EDITOR: Renê Castro (rcastro@panrotas.com.br) Coordenadores: Rafael Faustino e Rodrigo Vieira Reportagens: Beatrice Teizen, Brunna Castro, Henrique Santiago, Karina Cedeño e Renato Machado
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S
E U Q A DEST
DO PORTAL
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PANROTAS
23/2 a 1/3
1 Miami ganha centro de compras bilionário; conheça o BCC – em 23/2
2 Guilherme Paulus: dicas para ganhar dinheiro no Turismo – em 24/2
3 Passageiro terá de pegar ônibus após trem para Guarulhos – em 24/2
4 Gol terá tarifa mais baixa para quem não despachar malas – em 1/3
5 Vídeo: aviões caça interceptam voo da Jet Airways – em 23/2
6 Veja os promovidos e contratados da semana no Turismo – em 24/2
7 Aeroportos de SP retomam atividades após incidentes; veja – em 23/2
8 Flot Viagens anuncia novo posicionamento de marca – em 1/3
9 Scanner de calçado é novidade no aeroporto de Amsterdã – em 1/3
10 Guarulhos deixa de ser o maior aeroporto latino-americano – em 1/3
11 Rumo ao carnaval, Celebrity Infinity recebe agentes; fotos – em 23/2
12 UE: órgão cobra que aéreas indenizem paxs por atrasos – em 23/2
13 Austrália elege suas 10 mais belas praias; veja vencedoras – em 24/2
14 Latam vai arrendar 4 novos A350 para Qatar Airways – em 24/2
15 Praia em Noronha (PE) é eleita a melhor do mundo – em 23/2
Estagiários: Bruna Murback, Janize Viana e Leonardo Ramos Fotógrafos: Emerson de Souza, Jhonatan Soares e Marluce Balbino (RJ) MARKETING Analista: Erica Venturim Marketing Digital: Sandra Gonçalves PRODUÇÃO Gerente de Produção: Newton dos Santos (newton@panrotas.com.br) Diagramação e tratamento de imagens: Katia Alessandra, Pedro Moreno e Thalya Brito Projeto Gráfico: Graph-In Comunicações COMERCIAL Gerente Comercial: Francisco Barbeiro Neto (kiko@panrotas.com.br) Executivos: Flávio Sica (sica@panrotas.com.br) Paula Monasque (paula@panrotas.com.br) Priscilla Ponce (priscilla@panrotas.com.br) Rene Amorim (rene@panrotas.com.br) Ricardo Sidaras (rsidaras@panrotas.com.br) Tais Ballestero de Moura (tais@panrotas.com.br) FALE CONOSCO Matriz: Avenida Jabaquara, 1.761 – Saúde São Paulo - Cep: 04045-901 Tel.: (11) 2764-4800 Brasilia: Flavio Trombieri (new.cast@panrotas.com.br) Tel : (61) 3224-9565 Rio de Janeiro: Simone Lara (sblara@seasoneventos.tur.br) Tel: (21) 2529-2415/8873-2415 MARKETING DE DESTINOS Pires e Associados (jeanine@pireseassociados.com.br) ASSINATURAS Chefe de Assinaturas: Valderez Wallner Para assinar, ligue no (11) 2764-4816 ou acesse o site www.panrotas.com.br Assinatura anual: R$ 468 Impresso na Referência Gráfica (São Paulo/SP)
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>> Renato Machado e Artur Luiz Andrade
Voos e derrapadas ALTOS E BAIXOS MARCARAM O CARNAVAL DO RIO DE JANEIRO. A FESTA NA CAPITAL FLUMINENSE EM 2017 FICARÁ LEMBRADA, na Marquês de Sapucaí, por acidentes e também pela energia de Ivete Sangalo e pela vitória da Portela depois de 33 anos. Nas ruas, pelo grande número de foliões nos blocos. Levantamento da Riotur relata que a cidade recebeu, no período, 1,1 milhão de turistas. Apesar de rasgar elogios à condução da celebração, a presidente da Abav-RJ, Cristina Fritsch, acredita que os números da Riotur foram inflados. “Estamos vivendo sim um carnaval atípico, por conta, lógico, da crise que está acontecendo no País”, disse a dirigente ao Jornal PANROTAS. Mas as vendas não foram tudo isso. Para Cristina Fritsch, 2016 era o ano esperado para ser “crítico”. “Não foi, a crise bateu na porta da gente neste ano”, afirmou. A dirigente crê que o Rio de Janeiro, após as melhorias feitas para a realização dos Jogos Olímpicos, é um produto pronto, que só falta de impulso para ser vendido. “Precisamos principalmente que a Embratur e o Ministério do Turismo façam mais promoções no Exterior. Do Brasil como um todo, não só do Rio de Janeiro”, defendeu. “A cidade do Rio está linda, maravilhosa, foi totalmente repaginada, a gente tem que saber aproveitar todos estes novos equipamentos na cidade.” “Acho que todo visitante que chega aqui no Rio de Janeiro, das Olimpíadas para cá, está simplesmente encantado. O Rio é uma cidade encantadora, a população é extremamente agradável, é um povo prestativo que trata bem o turista”, comentou. Cristina não hesita ao dizer que “o carnaval do Rio de Janeiro tem que servir de exemplo para os outros Estados, a nível de organização, é pacífico. Por isso que o turista volta para nossa cidade”. Estudo divulgado pela Riotur comprova a fala da presidente da Abav-RJ. Dentre estrangeiros que estiveram no Sambódromo, 94,2% disseram que pretendem retornar ao Rio. Para os visitantes do Exterior, “diversão noturna” (nota 9,3), “hospedagem” (8,6), e “restaurantes” (8,3) foram os destaques da cidade. O prefeito da capital fluminense, Marcello Crivella, também foi um dos personagens do carnaval neste ano – na verdade, sua completa ausência de aparições foi o marco do feriado. A presidente da Abav-RJ rotulou de “desastrosa” a decisão de evitar, por questões que fogem ao âmbito político, o maior feriado da cidade que comanda. “Faz parte da cultura e da tradição. Independentemente da religião dele, ele hoje está prefeito da cidade, tem que ter as atitudes de um anfitrião”, criticou. O perfil do turista brasileiro que esteve no Rio foi alvo de um estudo da Associação dos Embaixadores de Turismo do Rio de Janeiro, da Fundação Cesgranrio e do Portal Consultoria em Turismo. No levantamento, que você pode conferir com detalhes no gráfico ao lado, foram ouvidas 1,5 mil pessoas vindas de outras regiões do Brasil, em visita à cidade entre 24 a 28 de fevereiro. O outro levantamento, feito pela Riotur/ESPM Rio, mostra que paulistas (31%) foram maioria dos turistas nacionais – seguidos por mineiros (11%) e gaúchos (8%). De acordo com o presidente da Riotur, Marcelo Alves, o carnaval gerou para a cidade aproximadamente R$ 3 bilhões, provando que “é o maior produto turístico do Rio”.p > Continua na pág. 06
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Fonte: Associação dos Embaixadores de Turismo
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Carnaval 2017 no Rio de Janeiro
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1 Em desfi le histórico, a Portela foi a campeão do carnaval carioca, encerrando um jejum de 33 anos. Em um enredo sobre as águas, o desfi le teve desde a exaltação dos seres marinhos e de estrelas da própria Portela, como Paulinho e Clara Nunes, até a denúncia da destruição do rio Doce, com o desastre de Mariana. Criatividade e alegorias com efeitos e muitas cores deram o tom. 2 Rosângela Gonçalves, da Rede Windsor, na tradicional feijoada carnavalesca do Windsor Barra, que este ano teve como tema as “Mulheres do Lan”, conhecidas com as “Irmãs Marinho”, Mary, Olivia e Norma. 3 Juliana Alves, rainha de bateria da Unidos da Tijuca, animou a feijoada do Windsor Barra 4 Iniciativa do Rio CVB em parceria com a rede Windsor e British Airways trouxe ao Brasil grupo de agentes britânicos que aumentou vendas na campanha de incentivos lançado durante 2016 5 Abav-RJ no espaço da entidade no Sambódromo: Vilma, Ana, Bob e Adriana 6 O presidente da Riotur, Marcelo Alves, foi um dos principais anfi triões do camarote da prefeitura do Rio de Janeiro. Evangélico, o prefeito da capital fl uminense, Marcelo Crivella, preferiu se ausentar da festa 7 Bob Campeas, da Abav-RJ, a medalhista olímpica Agatha Rippel, do vôlei de praia, e Simone Lara, da PANROTAS 8 Artur Andrade, CCO e editor-chefe da PANROTAS, e David Scowsill, da Embratur e do W TTC, durante o primeiro dia de desfi les na Sapucaí. Convidado, Scowsill fi cou no camarote da prefeitura do Rio 9 O secretário estadual de Turismo do Rio, Nilo Sérgio Felix, e Rosane Ventura, da Riotur 10 Todo charme da atriz Grazi Massafera na Sapucaí 11 Sergio Viana, da Abreu, Simone Lara, da PANROTAS, Adriana Sena, da Abav-RJ, e Tatiane Noubasque, da Formula Turismo 12 O portelense (e campeão) Artur Andrade com o torcedor da Unidos da Tijuca Mario Carvalho, da Tap Portugal 13 No camarote da Carnaval Turismo, Cristina Fritsch, diretora da agência e presidente da Abav-RJ, Sonia Chami, da ABIH-RJ, a passista RP do camarote, e Michael Nagy, do Rio CVB 14 Simone Lara, da PANROTAS, Cristina Fritsch, da Carnaval Turismo e Abav-RJ, Celeste Andrade e Edmar Bull, da Copastur e Abav Nacional, Margareth Carvalho, do Sebrae-RJ, e Fátima Facuri, da Abeoc-RJ
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Brunna Castro
Carnaval de
Resultados A MOVIMENTAÇÃO DE TURISTAS DURANTE OS DIAS DE CARNAVAL GARANTIU ao Estado da Bahia bons resultados. Com um número entre 1,5 e dois milhões de visitantes recebidos, o Turismo injetou um total de R$ 1,5 bilhão na economia baiana, de acordo com a Secretaria de Turismo do Estado. Entre os principais visitantes brasileiros na região se destacam paulistas, mineiros, cariocas e brasilienses. Os principais grupos de estrangeiros, por sua vez, vieram de Argentina, Espanha, Itália, França, Alemanha e Estados Unidos. O órgão estima que 600 mil turistas tenham visitado Salvador durante o carnaval — sendo 10% deles estrangeiros. O número é maior do que o do carnaval anterior, que foi de 550 mil aproximadamente. A hotelaria também comemorou bons resultados, uma vez que a taxa de ocupação em Salvador chegou a 95% no período, com a geração de 200 mil empregos temporários. Outros destinos baianos também tiveram taxas de ocupação elevadas, como Morro de São Paulo (88%), Praia do Forte (90%), Porto Seguro (95% na sede e 100% em Trancoso e Caraíva), Itacaré (100%) e Mucugê (100%). Entre folia e descanso, um dos destaques para o último estilo vai para a Chapada Diamantina. Neste Carnaval, hotéis e pousadas registram 80,46% de ocupação, segundo pesquisa da Secretaria Municipal de Turismo de Lençóis, sem contar as reservas de última hora. Entre os dias 23 de fevereiro e 2 de março, foram estimados 232 mil embarques e desembarques no Aeroporto Internacional de Salvador, de acordo com a Infraero. Pelo porto, 9,2 mil passageiros desembarcaram de cruzeiros marítimos em três navios vindos do Rio de Janeiro e de Santos (SP).
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Flickr Turismo Bahia/Tatiana Azeviche
Carnaval
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Circuito Osmar do Carnaval 2017
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>> Rodrigo Vieira
Deu Tatuapé... e
Turismo
No Sambódromo, deu Tatuapé, vencedora inédita do carnaval paulistano
SE NO RIO DE JANEIRO DEU UMA ESCOLA DE SAMBA QUE NÃO VENCIA HÁ 33 ANOS, EM São Paulo a campeã foi inédita. Acadêmicos do Tatuapé desbancou as tradicionalmente favoritas levando a África para a avenida. O tema Mãe África conta sua história: do berço sagrado da humanidade ao abençoado menino da terra de ouro não deixou ninguém parado
na madrugada de sexta para sábado. “Bate o tambor, deixa girar para exaltar meus orixás. Um canto livre de amor. Na fé e na religião somos todos irmãos”, cantava uma das passagens de uma composição carregada de mística, paz, amor e... samba no pé. Mas a escola da Zona Leste não foi a única campeã do carnaval paulista. O Turismo também merecia o lugar Rovena Rosa/Agência Brasil
mais alto do pódio pelos resultados ostentados este ano. Quem esteve não só no Anhembi, mas principalmente nas ruas da cidade durante a grande festa popular, dificilmente acredita que um dia a metrópole foi comparada a um túmulo do samba. Das belas e antigas ruas do centro a largas e modernas avenidas como a Faria Lima, a folia, mais democrática do que nunca, bateu recorde em cifras e presenteou o paulistano com uma celebração jamais vista anteriormente. Visitantes brasileiros e estrangeiros levaram fantasias, confete, serpentina, purpurina e... dinheiro à capital financeira do País. O crescimento no número de visitantes no Sambódromo foi da ordem de 167% (passando de 7% para 20% do público) e no carnaval de rua o incremento foi de 203% (de 3% para quase 10% dos foliões). A estimativa de aumento inicial girava em torno de 30%. O gasto médio de cada visitante é de R$ 957 em cerca de três dias, alta de 55,1% em relação ao ano anterior. O levantamento do Observatório do Turismo e Eventos da SP Turis ainda é prévio (o final não foi lançado antes do fechamento desta matéria).
Outro ponto de destaque foi a quantidade de paulistanos que hospedaram parentes e amigos de fora da cidade em suas casas para curtir o carnaval: crescimento de 890% entre os que estiveram no Sambódromo e de 388% entre os foliões dos blocos. Ainda sobre o carnaval de rua, as parciais mostram que 77,6% elogiando a organização com “melhorou” ou “melhorou muito”. Este ano, 79,4% dos foliões na capital paulista eram locais, e 20,6% visitantes. Outro destaque vai para a queda drástica de investimento no camarote da prefeitura no Anhembi: de R$ 1,2 milhão no ano passado para R$ 120 mil este ano. Em vez de comida e bebida livres, cada visitante, incluindo o idealizador da ação, o prefeito João Doria, tiveram de arcar com o que consumiram. “O tempo da mordomia acabou, afirmou Doria, antes de confirmar que a privatização do complexo do Anhembi, onde o sambódromo é uma das estrelas, deve sair até o carnaval de 2019. “Ano que vem pode ser o último carnaval público da cidade.”p
Carnaval de rua foi um verdadeiro título para o Turismo de São Paulo
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Janize Viana, Pernambuco Divulgação/Prefeitura de Recife
Folia mais
democrática MAIS UMA VEZ, PERNAMBUCO SE MOSTROU PREPARADO PARA FAZER O QUE BEM SABE:
receber pessoas e esbanjar calor humano para a maior festa do Brasil, o carnaval. Em diferentes cidades do Estado, a folia foi considerada um sucesso — sobretudo a partir das estimativas da Empresa Pernambucana de Turismo (Empetur) de chegadas e estadas durante o feriado, de 1,7 milhão de turistas. A expectativa é correspondente a um
O palhaço Chocolate foi o homenageado do 30º Encontro dos Bonecos Gigantes
total de R$ 46 milhões investidos para a realização do festejo popular em todo território pernambucano, e neste ano a ideia foi expandir as fronteiras para além das já consagradas Olinda e Recife. Democratizar o que já é do povo. O objetivo do governo foi de des-
centralizar a folia da região metropolitana, onde se encontram a capital estadual e a vizinha Olinda, para promover também as cidades do interior. “Nazaré da Mata, Bezerros e Triunfo são apenas alguns exemplos de municípios em que o carnaval detém um grande apelo Divulgação/Prefeitura de Recife
turístico”, destacou o presidente da Empetur, Adailton Feitosa Filho, recém-empossado ao cargo. Composta por uma população calorosa e que por si só sabe vender o destino pernambucano, nove cidades receberam altos investimentos para a realização de atrações especiais – que além de blocos e grupos regionais, também contaram com artistas do Brasil inteiro. Em parceira com o governo estadual e com a iniciativa privada, somente a Empetur foi responsável pelo investimento de R$ 16 milhões. Artistas consagrados, infraestrutura, serviços, higiene... A folia dá trabalho e requer verba, mas tem seu retorno.
RAÍZES
Maracatu Cambinda Brasileira
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Ao Jornal PANROTAS, Adailton Feitosa Filho ainda destacou que a intenção dos investimentos também é de manter vivas as diferentes manifestações do carnaval pernambucano. “Cada cidade tem sua própria folia, e muito mais que buscar atrair os visitantes, também queremos auxiliar a sobrevivência de certas tradições.”
Com pouco mais de 30 mil habitantes, Nazaré da Mata é uma das cidades contempladas pela estratégia de descentralização. Com o famoso Encontro de Grupos de Maracatus Rurais, o pequeno município recebe cerca de 20 mil visitantes ao dia durante o festejo. Segundo o secretário de Cultura da cidade, Flávio Nicetas, mais de 60 grupos, alguns já próximos de completar 100 anos, conservam as suas origens – que mesclam tradições indígenas e africanas – e atraem inúmeros visitantes. Já a pequena cidade de Bezerros, no agreste pernambucano, com oito dias de folia, tem mantido a tradição dos chamados Papangus como o carro-chefe na atração de turistas. O prefeito do município, Branquinho, revelou que cerca de 300 mil visitantes eram esperados durante toda a festividade. “Um número bastante significativo é o de municípios vizinhos, porém existe também o interesse de turistas de Estados vizinhos.” > Continua na pág. 10
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RECIFE E OLINDA
Os festejos mais populares do Estado igualmente tiveram sucesso de público. Com mais de duas mil atrações, a capital também apostou alto em polos descentralizados — shows de grandes artistas em diferentes bairros da cidade. A proposta da prefeitura, de tal modo, não poderia ter um resultado diferente: 1,3 milhão de foliões. Com um investimento total de R$ 30 milhões para o carnaval, somente a prefeitura de Recife desembolsou cerca de R$ 23 milhões. “É um investimento importante, visto que é nítido o resultado expressivo para a cidade”, crava o prefeito de Recife, Geraldo Júlio. Segundo ele, a movimentação será fonte de renda para hotéis, restaurantes, serviços e até mesmo aos comerciantes ambulantes, na informalidade. Ao todo, foram 47 polos espalhados pela cidade, com direito a atrações como Lirinha, André Rio, Orquestra Contemporânea de Olinda, Antônio Nóbrega, Nena Queiroga, Marrom Brasileiro, Maestro Duda, Forró e Formiga, entre outros nomes da música popular pernambucana. Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Alceu Valença, Vanessa da Mata, Titãs, Jota Quest também se juntaram à programação e fizeram grandes apresentações. Além disso, o popular Galo da Madrugada, que aconteceu no sábado de carnaval, teve novamente um enorme público. Confirmado pela prefeitura, dois milhões de foliões percorreram as ruas dos bairros São José até o Recife Antigo nesse que é o maior bloco carnavalesco do mundo (ao menos é o que considera o governo local). Apesar das ruas estreitas, para quem esteve no meio da multi-
Adailton Filho, presidente da Empetur
dão foi praticamente impossível não se contagiar com o clima, embalado com os 30 trios-elétricos sobre os quais desfilaram artistas como Fafá de Belém, Gabi Amarantos e Toni Garrido.
“Criamos polos descentralizados e colocamos mais orquestras nas ruas. Aconteceram diversas ações em conjunto com todas as secretarias para que tudo ocorresse bem”, explicou o vice-prefeito de Olinda, Márcio Botelho. Também caracterizada por suas ruas estreitas, cerca de dois milhões de foliões tiveram de se espremer — o que não necessariamente tenha sido uma queixa, pelo que a reportagem ouviu. O número é comemorado pelo vice-prefeito, visto que a gestão tomou posse há pouco mais de um mês. “Tivemos atrações de peso e descentralizadas, assim como Recife, porém conseguimos gastar menos e pretendemos arrecadar mais neste ano”, comparou Botelho.
METROPOLITANO, MAS TRADICIONAL É impossível ignorar Olinda em seu festejo mais popular. A terra dos bonecos gigantes, assim como a sua vizinha Recife, também descentralizou as suas atrações. Além dos bonecos, a cidade contou este ano com nove polos, sendo um infantil, e um total de 192 atrações. É cultura carnavalesca e brasileira latente.
NOS COFRES PÚBLICOS
Embora apenas a prefeitura de Recife tenha o balanço do carnaval, consultadas pelo Jornal PANROTAS, as principais entidades turísticas do Estado dão como certos os resultados positivos do feriado. Segundo o presidente da Empetur, o evento deverá contribuir com R$ 1,2 bilhão no crescimento econômico de Pernambuco — um aumento de 6% em relação ao mesmo período do ano passado. Já com o fim deste carnaval, que para algumas cidades se estendeu até sábado (4), a folia termina com um gosto de quero mais. Aos turistas mais “festeiros”, como diria alguns pernambucanos, as entidades turísticas do Estado deixam o lembrete: ainda haverá São João.p --- O Jornal PANROTAS viajou a convite da Empetur
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Divulgação/Foto Leo Mota Seturel PE
Divulgação/Foto Hesiodo Goes Seturel PE
Desfile dos Bonecos Gigantes de Olinda
Recife Antigo
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Carnaval 2017 em Pernambuco
1 Branquinho, prefeito de Bezerros, e Paulo Camara, governador de Pernambuco 2 Titãs 3 Lia de Itamaracá 4 Alceu Valença 5 Vanessa da Mata 6 Gabi Amarantos 7 Nana Queiroga 8 Geraldo Azevedo 9 Lenine 10 Antonio Nóbrega 11 Elba Ramalho
Fotos: Divulgação/Empetur
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>> Henrique Santiago
Segurança na venda on-line UMA NOVA RESPOSTA CONTRA FRAUDES EM PAGAMENTOS VIRTUAIS DEVE FACILITAR O trabalho do trade. A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, da sigla em inglês), implementará, a partir de 1º de junho, a obrigatoriedade da certificação do Payment Card Industry Data Security Standard, ou apenas PCI DSS, aos seus associados. A complexa sigla exige que toda e qualquer transação feita por meio de cartão de crédito ou débito operado via sistema BSP deve passar pelo padrão de dados da medida em questão. Não se trata de uma exclusividade do Turismo, pois o conselho do PCI DSS foi desenvolvido em 2006 por bancos e operadores cartões de crédito como American Express, Discover Financial Services, JCB Internacional, Mastercard e Visa. Em nota, a Iata afirma que a indústria em geral perde com as irregularidades feitas por hackers e, em razão disso, pessoas e empresas saem lesadas. Portanto, a certificação vem para tranquilizar o setor. “Vendedores e instituições financeiras perdem credibilidade e, consequentemente, negócios [...] E a conformidade do PCI DSS é exigida nos esquemas internacionais de pagamento com cartões de crédito em todo mundo”, comunicou. A solução é encarada como necessária para o Turismo, uma vez que a indústria sofre diariamente com fraudes em razão de crimes on-line. O associado, seja
O PCI DSS entra em vigor no Brasil a partir de 1º de junho deste ano
agente de viagens, hoteleiro, locador, entre outros, tem de entrar em contato com uma empresa de documentação e, em seguida, esta enviará os papéis para uma certificadora. São 12 requerimentos necessários (veja a tabela na página seguinte) e a aprovação pode ser, diga-se, um tanto demorada. O tempo, aliás, pode trazer dor de cabeça para o trade como um todo. Empre-
sa especializada em marketing digital, a CNTec, comandada pelo sócio-diretor Wender Souza, esclareceu à reportagem que agências de viagens de pequeno porte (com até 300 mil transações ao ano) levam até três meses para receber o certificado nível dois, enquanto os estabelecimentos de médio e grande porte (com mais de 300 mil transações ao ano) chegam a esperar até um ano pela
NEM T Ã O B OM
QUANTO PARECE
A APROVAÇÃO DO TRADE PARECE SER GERAL, MAS O TEMPO É A MAIOR PREOCUPAÇÃO DAS EMPRESAS, SOBRETUDO DAS consolidadoras, principais envolvidas em casos de fraude com a venda on-line de bilhetes. O diretor executivo da Air Tkt, Ralf Aasmann, entidade que reúne dez associados, pretende fazer vista grossa ao “prazo impositivo” da Iata. À reportagem, o executivo revelou esperar uma resposta da associação para discutir o limite. As consolidadoras associadas aprovam a medida com unanimidade, mas pedem um tempo mais flexível. Embora não tenha números, ele tem uma percepção de que os casos fraudulentos cresceram no segmento em 2016. “Para nós é totalmente impossível [que a certificação] fique pronta antes de 1º de junho. É algo que envolve a participação de departamento de TI e os associados têm outros projetos do dia a dia. Mesmo
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Ralf Aasmann, da Air Tkt
se fosse possível parar tudo e fazer esse processo em dois ou três meses, é uma imposição sem pensar na consequência”, criticou. Em relação às consequências da não adoção, em que a Iata se resume a dizer que irá tomar medidas punitivas em casos de “irregularidade”, a Air Tkt promete reforçar o seu posicionamento contrário à data de 1º de junho. “Não aceitamos sanções na impossibilidade de cumprir algo que está sendo exigido. Vamos buscar meios alternativos para resolver”, sugeriu.p
certificação nível um. A CNTec, no caso, é a única no momento a trabalhar diretamente com o trade. A empresa parceira na certificação não pode ser revelada, pois, segundo eles, questões contratuais estão para ser fechadas. Essa segunda companhia, no caso, tem até dois meses para analisar os gaps do associado que, por sua vez, tem até seis meses para resolver. Por fim, a auditoria e certificação duram cerca de três meses. A agência de viagens deve estar em conformidade com os requisitos para os processos de dados funcionarem corretamente, segundo a associação de transporte aéreo. A Iata aponta que os associados que não apresentarem tais evidências terão registrados “dois casos de irregularidades”. “A Iata estabelece padrões em que cartões de pagamento são usados como formas de identificação ou como formas de pagamento em terminais de autoatendimento de uso comum, como quiosques de check-in. Exigimos que todos os seus prestadores de serviços estejam em conformidade com o PCI DSS e forneçam atualmente evidências de conformidade válidas”, prosseguiu, em nota, a entidade. O trabalho da CNTec, como resumiu Souza, é como o de um consulado na solicitação de um visto. Ele acredita
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que as empresas serão aprovadas de primeira, mas os requerimentos são um tanto rígidos. Inicialmente, o diretor espera trabalhar com cerca de 1,5 mil a duas mil agências de viagens em todo o Brasil. Nesses primeiros passos, a empresa espera ter trabalho em dobro para lidar com os associados e espera a concretização do negócio somente ao fim de 2018. “Na Europa e nos Estados Unidos, as empresas já aderiram ao PCI. Aqui ainda está começando. As agências aqui nunca se preocuparam porque nunca foram exigidas”, destacou. "Esses requerimentos são ‘complicados’ e as agências vão precisar de nós. É uma pena que esse prazo será difícil para os de grande porte. O prazo de um ano de Iata é um pouco impraticável”, completou. Mas não apenas agências e consolidadoras têm que se adequar. Também as aéreas, OTAs e qualquer vendedor de bilhetes aéreos on-line que utilizarem o BSP terão de ter a certificação. As fraudes eletrônicas são hoje uma das maiores dores de cabeça de empresas aéreas e consolidadoras no País. A certificação ajuda, mas não resolve o problema em definitivo, pois o investimento em aparatos anti-fraude é uma constante nas empresas que vendem via internet. Há casos de empresas de Turismo que levaram golpes de milhões de reais, entre elas consolidadoras, TMCs e, claro, companhias aéreas. A Expedia, inclusive, demorou a vender todas as companhias nacionais devido a problemas nos sistemas de nossas aéreas. Com a resolução da Iata, todas terão que dar esse passo a mais em direção a mais segurança de dados. Em uma eventual violação de dados e, consequentemente, divulgação indevida de dados do cliente, o acionamento jurídico será feito e a CNTec garante prejuízos mínimos. “Todo o mercado de Turismo ganha com isso. Se todo mundo executar boas práticas, a certificação vai minimizar as fraudes que afetam toda a indústria, desde a agência ao consolidado, do hoteleiro à locação de carro”, declarou. Para mais informações, acesse o site www.certificacaopci.com.br O Jornal PANROTAS entrou em contato com a Iata, mas não conseguiu até a publicação desta matéria.
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OS 12 PASSOS PARA CONSEGUIR O PCI DSS ● Instalar e manter uma configuração de firewall para proteger os dados do titular do cartão; ● Não usar senhas nem parâmetros de segurança fornecidos pelos fabricantes; ● Proteger os dados de armazenamento do titular do cartão; ● Criptografar a transmissão de dados do portador do cartão por meio de redes públicas abertas; ● Utilizar e atualizar regularmente o antivírus; ● Desenvolver e manter aplicações e sistemas seguros; ● Restringir acesso aos dados do titular do cartão em negócios mais sigilosos; ● Atribuir um único ID para cada pessoa com acesso ao computador; ● Restringir acesso físico aos dados do portador do cartão;
Novidade para o Turismo brasileiro, o PCI é realidade nos Estados Unidos e na Europa, informou a CNTec
● Rastrear e monitorar todo acesso aos recursos da rede e dados do titular do cartão; ● Testar regularmente os processos e sistemas de segurança; ● Manter uma política que aborde a segurança da informação.
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>> Renê Castro
Sob nova direção NO ÚLTIMO DIA 2, ACCOR HOTELS E BRAZIL HOSPITALITY GROUP (BHG) ANUNCIARAM UM ACORDO de cerca de R$ 200 milhões para que a rede francesa assuma a administração de 26 hotéis do grupo brasileiro. O acordo de longo prazo, que agora passa pela aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), deve ser fechado no quarto trimestre e abrange cerca de 4,4 mil quartos. O portfólio (que só pode ser divulgado após a aprovação do Cade) inclui hotéis econômicos, midscale e upper upscale nos principais mercados do Brasil, como Rio de Janeiro, São Paulo, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Mato Grosso, Bahia, Minas Gerais e Maranhão. Segundo a Accor, os hotéis serão submetidos a “importantes obras de renovação e reposição e serão progressivamente renovados sob as marcas Accor Hotels até o final de 2019”. A expectativa é que os hotéis sejam repaginados sob as marcas Ibis, Ibis Styles, Ibis Budget, Mercure, Novotel, Mama Shelter, MGallery e Pullman. Em entrevista ao Jornal PANROTAS, o CEO da Accor na América do Sul, Patrick Mendes, revelou que já tem planos para implementar em um dos empreendimentos paulistanos a bandeira Mama Shelter, configurando-se como a segunda unidade do quatro estrelas butique da Accor no País. “Vamos destinar absolutamente todo o valor da transação em melhorias para os hotéis. É importante ressaltar que a BHG e os fundos administrados pela GP Investments e GTIS Partners continuam sendo os proprietários dos empreendimentos. Nosso papel será
Patrick Mendes, CEO da Accor na América do Sul
administrar, implementar o nosso modelo de trabalho e vender os hotéis dentro do nosso sistema de distribuição”, afirmou ele, ressaltando que “não deve haver grandes mudanças no quadro atual de funcionários dos empreendimentos” por conta disso. Já o CEO da BHG, Alexandre Solleiro, mostrou-se entusiasmado com a transação. “Seremos capazes agora de acelerar o reposicionamento e o desempenho da BHG como um dos principais proprietários de hotéis no Brasil. Ao mesmo tempo, também poderemos focar melhor nossos recursos e equipes de gerenciamento
no desenvolvimento de nosso negócio de gerenciamento de hotéis de terceiros através de nossas marcas próprias (Soft Inn, Solare e The Capital) e licenciadas (Royal Tulip, Golden Tulip e Tulip Inn)."
A NEGOCIAÇÃO
Perguntado sobre os bastidores da negociação, Patrick Mendes ressaltou que tudo foi muito rápido e tranquilo, “acertado em poucos meses”. “Temos um relacionamento muito bom com os proprietários da BHG, e o interesse na parceria foi mútuo. Nós queremos consolidar a nossa liderança no Brasil
com uma carteira de hotéis cada vez mais diversificada. A BHG, por outro lado, considera interessante ter a expertise da Accor aplicada nesses empreendimentos. Os dois lados estão muito satisfeitos com a transação.” O início das conversas, porém, teve uma motivação: no final do ano passado, segundo Alexandre Solleiro, a BHG abriu um request for proposal (RFP) para seis hotéis. O dirigente lembra que a resposta do mercado foi surpreendente, o que resultou na abertura de diálogo com várias empresas. “A Accor mostrou-se interessada não só nesses edifícios, como também em outras propriedades que estavam sob uma mesma plataforma. A ideia nos agradou e avançamos até a conclusão do acordo.” A duração do acordo para 17 dos 26 hotéis será de 20 anos, já que são de propriedade BHG. Os outros nove empreendimentos que possuem outros sócios terão os contratos respeitados de acordo com os prazos anteriormente estabelecidos.
LUXO E LIFESTYLE
Alexandre Solleiro, CEO da BHG
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No último balanço da Accor, a cúpula da companhia já dava sinais de que iniciaria um intenso trabalho de diversificação de suas marcas. Bandeiras como Mama Shelter, MGallery e Joe&Joe representam não só novidades, mas um novo momento da rede. “Durante dez ou 15 anos, investimos muito na expansão do segmento econômico, e hoje o Ibis é considerado um sinônimo disso. Não deixaremos esses hotéis de lado, mas
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F Ó R U M P A N R OTA S PRESENÇA CONFIRMADA NO FÓRUM PANROTAS, O COMANDANTE DO GLOBAL MARKETING INNOVATION LAB DA ACCOR HOTELS, FREDERIC FONTAINE, TERÁ UMA OPORTUNIDADE ÚNICA DE MOSTRAR
aos líderes do setor como o Brasil será posicionado dentro da nova estratégia da marca, focada na criação de novas formas de atender aos clientes. O Fórum PANROTAS Tendências do Turismo ocorre em 13 e 14 de março, no Grand Hyatt, em São Paulo. O evento tem a aliança institucional da CNC Sesc Senac e patrocínio Accor Hotels, Air France-KLM, Bahiatursa, Best Western Hotels & Resorts, Beto Carrero World, Cep Transportes, CVC, Delta Air Lines, Elo, Esferatur, Gol Linhas Aéreas Inteligentes, GJP Hotels & Resorts, Grand Hyatt São Paulo e Rio de Janeiro, Grupo Trend, GTA - Global Travel Assistance, HRS - Hotel Global Solutions, Localiza, México, Omnibees, R1 Soluções Audiovisuais, Reserve, Rio Galeão, Sabre, Sebrae, Tap Portugal, Tes Cenografia, Vice Versa Interpretação e Visit Orlando. Mais informações no www.panrotas.com.br/forum.p
Frederic Fontaine, do Global Marketing Innovation Lab da Accor Hotels
agora teremos um foco maior em produtos de luxo, upscale e lifestyle, seja por conversões ou novos hotéis”, afirmou Mendes à época. Hoje, a Accor Hotels conta com 252 hotéis no Brasil e 289 na América do Sul. A meta até 2020 é de elevar este último número a 500. Com a recente transação, esta meta fica ainda mais próxima de tornar-se realidade.
ACELERADORA
Com cerca de R$ 1 bilhão em ativos imobiliários, a BHG afirma que está 100% dedicada em valorizar seu portfólio de acordo com as próprias expectativas e a dos investidores. O CEO do grupo revela que a companhia já tinha um plano estratégico de melhorias nos hotéis estimado em R$ 300 milhões, mas o acordo com a Accor mudou este cenário. “Vamos usar este investimento da Accor para melhorar os nossos produtos e redirecionar o nosso capital para acelerar a nossa operação. Não temos dúvidas de que somos capazes de gerir nossos hotéis. A questão é que, para nós, a conta foi simples, permitindo a liberação dos nossos recursos para acelerar a expansão da empresa”, afirmou Alexandre Solleiro, ressaltando que a BHG é, sobretudo, uma proprietária que opera com marcas. “Não existem hotéis com a bandeira BHG, e sim Royal Tulip, Golden Tulip, Tulip Inn, Soft Inn, Solare, Grand Solare... Ou seja, queremos que a nossa companhia cresça, e para isso temos um pipeline bastante volumoso. As marcas que serão colocadas nessas propriedades dependem dos acordos que iremos fazer. Estamos sempre abertos a este tipo de proposta.”p
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>> Rodrigo Vieira
Pronto para decolar
Paula Faria, diretora executiva do Grupo Sator, empresa idealizadora do evento
AJUSTE A POLTRONA, AFIVELE O CINTO E SE PREPARE. O SETOR DE AVIAÇÃO BRASILEIRO está prestes a decolar em um voo jamais tripulado em nossas fronteiras. De 29 de março a 2 de abril, o Aeroporto Internacional Tom Jobim, Rio Galeão, recebe o International Brazil Air Show (Ibas), evento de padrão internacional inédito em nosso País, inspirado nos consagrados Le Bourget, na França, e no chileno International Air & Space Fair (Fidae). Com a expectativa de gerar R$ 1 bilhão em negócios e receber mais de 80 mil visitantes, entre profissionais e amantes da aviação, o Ibas vem com status de “grande notícia para a indústria neste ano”, como cravou a diretora executiva da empresa que organiza o evento, o Grupo Sator, Paula Faria. Isso sem contar a evolução que setores como o da Aviação, do Turismo e correlatos podem ganhar a partir das discussões e do conteúdo ali apresentado.
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“Tudo o que for discutido no Ibas irá além do interesse de cada companhia aérea. É um plano maior, que compreende a infraestrutura aeroportuária do Brasil e sua urgência por mudança, tecnologia, malha aérea, destinos, governos e até o amante de aviação, que encontrará no evento muita coisa inédita no País”, avalia Paula, com destaque à quantidade de players envolvidos.
EVENTOS PARALELOS Os eventos paralelos serão os principais responsáveis por esse pacote de avanços e tendências que o setor urge. Um deles é o Landings Latin America, o maior reforço do Ibas para o setor de Turismo. Em parceria com a PANROTAS e mediação do CCO e editor-chefe Artur Andrade, o evento proporá discussões e alternativas para a integração aérea no continente e desenvolvimen-
to de novas rotas. Uma verdadeira promoção da aviação por meio do incentivo ao Turismo também está na pauta do seminário, que será focado principalmente nos CEOs das companhias aéreas, aeroportos, empresas de Turismo e autoridades do governo, reunindo alguns dos mais importantes influenciadores destes mercados. “O objetivo é levar toda a indústria para debater os temas e os aeroportos, companhias aéreas e destinos da América Latina para fazer negócios no Landings, a partir de oportunidades que serão levantadas no evento”, comentou Artur Andrade. “A agenda positiva da aviação na região começará com o Ibas e o Landings em 2017.” Para Paula Faria, o Landings será um teaser para entender o mercado e a partir disso discuti-los de maneira mais profunda. “Isso porque uma discussão dessa natureza é inédita no Brasil, pelo menos com esse viés. Todo mundo tem inte-
resse na evolução do setor no Brasil e na América do Sul, mas com ações avulsas ninguém consegue. Portanto vamos entender como definimos uma rota, um novo destino e unir as pontas federal, estadual, municipal e iniciativa privada. Isso tem impacto econômico e social, e é uma relação em que todos saem ganhando”, cravou a organizadora. Outra ação inédita será o Wings of Change (WOC). Organizado pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), ele reunirá líderes da indústria de transporte aéreo, autoridades aeronáuticas e representantes do setor público, além de executivos de companhias e aeroportos, órgãos reguladores, prestadores de serviços e autoridades de Turismo para discutir as oportunidades e desafios da indústria da aviação. “Um dos tópicos que mais pode agregar para o mercado de Turismo a partir do WOC será a questão de ground handling
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NEGÓCIOS
Segundo o Air Transport Action Group (Atag), um terço de todo o comércio global em valor é transportado por via área e a aviação é um componente-chave dos negócios globais. Para se ter uma ideia, em 2014 quase 120 milhões de passageiros foram transportados em
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Artur Andrade, José Guilherme e José Guillermo Alcorta, da PANROTAS, com Paula Faria, da Sator Eventos e Ibas
voos domésticos e internacionais. O setor aéreo e correlatos gera 1,2 milhão de empregos. Ao adicionar o Turismo nessa equação, o resultado ultrapassa 1,6 milhão. Para reforçar o promissor cenário brasileiro, o vice-reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (Ita), Claudio Jorge Pinto Alves, enfatiza que o País conta com 711 aeródromos públicos, mas apenas 120 operam aviação comercial regular. E para chegar aos R$ 1 bilhão esperados em negócios a partir do Ibas, a Sator pré-agendou reuniões entre os patrocinadores e seus possíveis clientes, mas também confia no networking dos mais de 10 mil profissionais para os três primeiros dias de evento, data em que o Ibas abrirá apenas ao público B2B. “A verdadeira retomada da aviação no Brasil é esperada em 2018, por isso essa cifra é considerada interessante, ainda mais por ser a estreia do nosso evento”, estimou Paula.
PÚBLICO FINAL
Amantes da aviação terão em 1o e 2 de abril um verdadeiro parque de diversões dos ares. O Grupo Sator pretende atrair o público final com shows aéreos em Copacabana ainda este mês. No Galeão, aproximadamente 20 aeronaves de todos os gêneros estarão expostas para deleite dos fãs desse meio de transporte. “Também contaremos com oficinas para crianças, simuladores de voo, escola de aviação, souvenires, venda de produtos relacionados ao tema e várias outras experiências, como entrar no avião e conversar com pilotos e comandantes”, concluiu Paula.p
Reprodução Facebook
no Brasil, que repercute muito no atraso de voos e consequentemente de passageiros”, crava a diretora executiva do Grupo Sator. Em âmbito político, a Comissão Latino Americana de Aviação Civil (Clac), realizará sua reunião anual no Ibas, com a brasileira Anac e as congêneres latinas. O Ecal abordará a lei relacionada à Under the Carbon Offsetting Scheme for International Aviation (Corsia), que passará a vigorar a partir de 2020, pela qual as companhias aéreas terão de compensar o crédito de carbono despejado na atmosfera. “Isso tem impacto muito grande para a cadeia, pois muda toda dinâmica de custo, frota, montagem, entre outros aspectos”, explica Paula. Entre as fabricantes, a Airbus lançará durante o Ibas o Global Market, que pela primeira vez traçou um estudo de mercado focado na aviação civil, se desprendendo da aviação geral. O Ibas também traz o seminário Women in Aviation com a finalidade de promover discussões a respeito do incentivo à participação das mulheres na aviação na América Latina e reconhecer as pioneiras que trouxeram contribuições históricas para o setor. A Secretaria de Aviação Civil brasileira escolheu o Ibas para sediar seu primeiro Seminário de Tecnologia e Inovação para Aeroportos, que busca debater e apresentar as últimas novidades tecnológicas para melhorar o desenvolvimento das operações aeroportuárias no Brasil. Entre esses e outros eventos, como o Flight Dech Matters, o Business Aviation Trends e o Aerospace Day, o Ibas promete cumprir o que propõe e, mais do que uma simples referência, pode ser a virada para a retomada do setor, pois “essas discussões farão o mercado entender que precisa se profissionalizar mais e dar um passo além. Isso tende a acontecer”, acredita Paula Farias. “É importante ressaltar que vamos criar um ambiente para negócios mais sólidos, pois no nosso País o setor vive de projetos que não conseguem ficar em pé por falta de união.”
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Evento francês Le Bourget é uma das inspirações do Ibas
BANCODEDADOS ll Quando: de 29/03 a 02/04 ll Onde: Aeroporto Rio Galeão, Rio de Janeiro ll Área: 40 mil m² ll Público estimado 10 mil profissionais e 70 mil visitantes ll Ingresso: R$ 50 (com meia entrada para estudantes,
idosos e aposentados – pilotos e crianças têm gratuidade) ll Investimento: mais de R$ 3 milhões ll Geração de negócios: mais de R$ 1 bilhão ll Aeronaves expostas: cerca de 20 ll Empresas expositoras: mais de 150 ll Eventos paralelos: mais de 10 Mais informações: www.internationalbrazilairshow.com.br
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>> Artur Luiz Andrade
Delta cada vez mais latina
Nicolas Ferri, de VP da Delta para América Latina e Caribe a VP para México e Assuntos Correlatos a Delta/Aeromexico, com o diretor da Delta no Brasil, Luciano Macagno
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HÁ SEIS ANOS NA DELTA AIR LINES, O VICE-PRESIDENTE PARA AMÉRICA LATINA E CARIBE DA companhia americana, Nicolas Ferri, esteve no Brasil na semana passada para iniciar sua mudança para a Cidade do México. Ferri é o novo vice-presidente para México e assuntos correlatos ao acordo Delta/Aeromexico, se reportando ao presidente internacional da Delta, Steve Sear. A aérea acertou na semana passada a compra de pelo menos 32% das ações da Aeromexico, podendo chegar a até 49% (segundo as limitações legais do México). Mas mais que um acerto financeiro, trata-se, segundo Nicolas Ferri, de mais um importante passo para fortalecer as duas companhias, que continuam a ter gestão independente e marcas separadas, mas uma operação forte e conjunta entre o México e os Estados Unidos. Ferri falou com exclusividade ao Jornal PANROTAS na sede da companhia em São Paulo, onde fez um balanço do crescimento da Delta na América Latina (por exemplo, 40% da oferta na região em seis anos) e analisou as perspectivas de negócios, incluindo o novo acordo com a Aeromexico. Segundo ele, a América Latina vem crescendo para a Delta a cada ano e o projeto da empresa por aqui está apenas começando. Sobre o Brasil, além de elogios à equipe de Luciano Macagno, diretor local, ele disse que as vendas voltaram e que haverá acréscimo de oferta. “Mesmo no auge da crise a região sempre foi importante. Nosso presidente deu orientação para investirmos mais e contratar os melhores no Brasil. Estamos colhendo os resultados.”p JORNAL PANROTAS — O crescimento da Delta na América Latina foi o que havia sido planejado seis anos atrás? NICOLAS FERRI — A história da Delta, desde a fusão com a Northwest, é um dos grandes cases da aviação mundial. E o projeto América Latina é um espelho dessa experiência. Crescemos mais de 40% em oferta e hoje chegamos a 53 cidades de 32 países. Somos a maior operadora entre os Estados Unidos e a América Latina, fora de Miami. Há alguns dias estava andando pelos terminais E e F em Atlanta, indo para Cuba, e foi com muita satisfação que vi em todos os portões voos saindo para Caribe, América Central e do Sul. Hoje o Caribe já responde por 30% de nossa capacidade na América Latina. Um ótimo começo.
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JP — Que participação as parceiras locais, como a Gol, no Brasil, e a Aeromexico, no México, têm nesse crescimento? FERRI — Não teríamos tido esse sucesso sem a expertise local e a parceria de Gol e Aeromexico. E mais, não é apenas uma questão financeira, mas por exemplo vemos que o Júnior [Constantino, fundador da Gol] e o Kakinoff [Paulo, presidente] compartilham dos mesmos valores que a Delta e o objetivo é que todos cresçam e sejam fortes. O fato de trabalharmos incrivelmente juntas [as três empresas] é um grande diferencial na indústria. Seria uma loucura tentarmos alcançar nossos objetivos ambiciosos sem nossos parceiros como a Gol e a Aeromexico. Todos nós devemos nos sentir orgulhosos com os resultados alcançados, todo o mercado. JP — E como você disse, tudo isso fora do hub de Miami. Como isso foi possível? FERRI — Quando eu era emissor no Uruguai provavelmente não saberia apontar Atlanta no mapa. Mas a Delta soube transformar seu hub na cidade em um aeroporto receptivo para a América Latina e muito fácil. Latinizamos o aeroporto com sinalização em espanhol e português, funcionários bilíngues e uma facilidade de conexão muito grande. JP — E como a Delta lida com a instabilidade econômica e política da América Latina? FERRI — Tendo pessoas perto do mercado, como o Luciano Macagno no
D E LTA
Brasil, tendo parceiros estratégicos e rapidez nas ações. Fomos os primeiros a cortar capacidade na crise brasileira e agora estamos colocando de volta com a mesma agilidade. A região como um todo nunca deixou de crescer e problemas pontuais nos países sempre vão existir. Hoje em dia, no geral, está muito bem. Fizemos uma aposta acertada. JP — A questão política nos Estados Unidos pode afugentar turistas da América Latina? FERRI — Esperamos que não. A atual administração dos Estados Unidos é uma das mais focadas em negócios na história. Eu particularmente não
acredito em construção de muros e sim em reunir as pessoas, que é o que fazemos. As relações entre a América Latina e os Estados Unidos nunca estiveram tão fortes. JP — Há planos de expandir os portões de entrada nos Estados Unidos? FERRI — Não há planos para isso. Atlanta está consolidada, Orlando foi uma decisão certeira, tanto que é um dos destinos mais pedidos para troca de milhas no Smiles, e Detroit é um acerto para os viajantes a negócios. JP — Nesse período a Delta conseguiu também tornar o Brasil mais popular nos Estados Unidos?
PARA AGENTES
O WEBSITE EXCLUSIVO DA DELTA AIR LINES PARA AGENTES DE VIAGENS, O DELTA PRO, ESTÁ AGORA DISPONÍVEL
em toda a América Latina. Segundo o diretor da Delta para o Brasil, Luciano Macagno, tudo o que o agente precisa de apoio em suas vendas está no site. “Nossas políticas, o suporte para as informações que precisam passar a seus clientes, está tudo lá”, diz. Notícias e procedimentos em tempo real também estão disponíveis. "Trabalhamos em um ambiente de ritmo acelerado e é essencial que os agentes tenham todas as informações que precisam para atender aos clientes com agilidade. O Delta Pro oferece acesso rápido e fácil a todas as informações que os agentes de viagens precisam ", continua Macagno. Lançado no México, no final de 2016, o Delta Pro já está disponível na América do Sul, América Central, Brasil e Caribe. O site para profissionais está disponível em inglês, espanhol e português. "Os agentes no México estão sempre à procura de informações adicionais sobre produto e serviço, e o Delta Pro ajudou a satisfazer essa necessidade", acrescentou Carlos E. Hernandez, di-
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retor da Delta para o México. "Constatamos que os agentes gostam de ter acesso a notícias locais da Delta que impactam seus mercados, bem como às mais recentes informações de políticas e procedimento." Como parte da próxima fase de globalização do Delta Pro, a companhia aérea possibilitará acesso a conteúdo seguro para agências de viagens, incluindo outras ferramentas de autoatendimento que apoiam ainda mais o objetivo da Delta de ser uma empresa com quem
é fácil fazer negócios. “Your Best Partner (Sua Melhor Parceira) é mais do que um slogan; é a forma como a Delta faz negócios com os seus agentes de viagens parceiros", afirmou Macagno. "As agências de viagens são um componente-chave de todas as nossas decisões, enquanto nos esforçamos todos os dias para ser a sua melhor parceira." O Delta Pro está disponível para a todas as agências de viagens na América Latina, que podem acessá-lo no https:// pro.delta.com.p
FERRI — Com certeza. Trabalhamos com os consulados nos Estados Unidos e buscamos otimizar nosso investimento na rota Brasil-Estados Unidos. Vender mais Brasil lá fora faz parte desse processo de otimização. Mas a questão do visto ainda é um entrave. Para os americanos, o processo de viajar tem de ser simples. Para você ter ideia, o Brasil é o único país onde a maior venda da Delta é no emissivo para os Estados Unidos. Nos demais, ou há equilíbrio, ou a venda é maior nos EUA, caso da Argentina, onde 70% da venda é lá fora, em direção a Buenos Aires. JP — O que podemos esperar dessa maior aproximação com a Aeromexico? A ideia é ter uma só empresa? FERRI — Não. Não há gestão única ou fusão. São duas empresas diferentes, com suas identidades, mas uniremos forças para termos o melhor e mais abrangente serviço entre México e Estados Unidos, com foco no cliente e nos funcionários. Ainda não podemos falar da malha e dos planos, pois a aprovação final dos governos ainda não saiu. Isso deve acontecer em breve, pois estamos finalizando os requisitos das autoridades para a aprovação do acordo, como a redistribuição de slots. Quando houver o ambiente legal, olharemos todas as oportunidades, inclusive o que essa parceria pode significar para o Brasil, por exemplo. Afinal, toda a costa oeste americana é facilmente acessada via México. JP — Já há um substituto para sua função de VP América Latina na Delta? FERRI — Ainda não. Estamos definindo ainda onde, como e quando isso será feito. Por enquanto, o diretor para a América Latina, Shane Spyak, que fica em Atlanta, assume interinamente e tocará o trabalho com os country managers. Estou muito entusiasmado com esse novo desafio e satisfeito com o que alcançamos na região.p
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SurFACE
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Os dez mais
Agora com representação da Cap Amazon, a companhia de cruzeiros em veleiros Star Clippers está em busca de parceiros para colocarem seu produto na prateleira. Em busca de um pool, a empresa selecionará dez operadoras ao longo deste mês. De acordo com o sócio-diretor da companhia, Jean Bruno Gillot, eles estão em busca de operadoras do Sudeste, Sul e Centro-Oeste, com destaque para São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre e Curitiba. Anteriormente, a Qualitours era responsável pela comercialização dos produtos Star Clippers.
No ritmo de Salvador
A Avianca Brasil levou sua marca ao carnaval de Salvador. Durante os dias de folia, a companhia aérea distribuiu viseiras e squeezes nos blocos Cerveja e Cia e Coruja e no Carnaval Pipoca, tradicionalmente sem cordas, ambos comandados pela cantora Ivete Sangalo. Na foto, ela aparece com o presidente da transportadora, Frederico Pereira, vestido a caráter para a celebração.
Tap registra lucro
Campeã
Os leitores do Tripadvisor escolheram a praia de Baía do Sancho, em Fernando de Noronha (PE), como a melhor do mundo. O destino brasileiro esteve à frente de Grace Bay (Turks & Caicos) e Eagle Beach (Aruba), respectivamente segunda e terceira colocadas. Para chegar ao resultado, o site analisou as avaliações em quantidade e qualidade nos últimos 12 meses. Outro ponto favorável é o interesse dos viajantes por reservas em cada destino. A praia de Fernando de Noronha também conquistou o prêmio em 2015, sendo superada no ano seguinte por Grace Bay.
No ano passado, a Tap alcançou a marca de 34 milhões de euros em lucro líquido. De acordo com o balanço divulgado pela companhia, o resultado foi possível apesar de uma queda na receita, compensada pela redução nos custos operacionais. A capitalização pelos novos acionistas permitiu que o ano fosse marcado por um forte investimento na companhia aérea, com destaque para a criação da Tap Express e a renovação completa da frota regional. A companhia também destacou, entre as ações de 2016, o lançamento da ponte aérea Lisboa-Porto, a transformação da frota Airbus, o lançamento de programas como o Stopover, mudanças no relacionamento digital com o cliente e o novo site da empresa. "Com uma frota renovada, uma nova estrutura tarifária, novas rotas e produtos e um maior foco sobre os clientes e suas necessidades, em 2016 a Tap transportou um recorde de 11,7 milhão de passageiros - 400 mil a mais que em 2015. E tudo isso em um ano em que a empresa reduziu o número de assentos disponíveis em 3%", destaca o comunicado.
Ponto a ponto ● A Sakuratur anunciou Claudia Chiozzi como a nova gerente de Vendas para o Norte do Brasil. Ela, que ficará baseada em Manaus, acumula experiência em companhias aéreas como Copa Airlines, American Airlines e Tap.
Básica, conforo e Deluxe
A Costa Cruzeiros implementou no Brasil na última semana um novo modelo de comissionamento aos agentes de viagens. As vendas de cabines da classe Basic, a mais econômica, receberão 8% sobre o valor e não mais 10%. A intermediária, chamada de Comfort, terá mantidos os 10% tradicionais. A Deluxe, que conta com um pacote de benefícios premium, como spa, restaurante exclusivo, além de suíte, terá a porcentagem elevada de 10% para 14% . Questionado pelo trade, o diretor geral da armadora para a América do Sul, Renê Hermann, garante que os agentes não terão queda na comissão, mas sim uma opção para vender mais e melhor. “O que priorizamos são os serviços oferecidos aos passageiros. Nossa intenção é fazer que eles vendam melhor e tenham melhor comissão. Quanto mais o agente vender tarifas altas, mais vai ganhar”, concluiu.
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● Desde 2012 como gerente comercial do La Torre Resort, de Porto Seguro (BA), Renata Righi foi promovida ao cargo de diretora comercial do empreendimento. Ela é a quarta membro integrante da diretoria liderada por, Luigi Rotunno. ● O ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, é o novo diretor do Conselho de Administração da Accor Hotels. Substituto de Nadra Moussalem, ele fica no cargo até 2018.
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8 a 14 de março de 2017 JORNAL PANROTAS
corporativo
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Priorizar o cliente
A Carlson Wagonlit Travel nomeou Jared Anderson a vice-presidente de Customer Experience. Ele trabalhará diretamente com as equipes de Experiência de Clientes, Tecnologia e Serviços aos Viajantes. “Jared possui um histórico de entrega de resultados e uma paixão por pesquisas e customer insights. Conforme nossa transformação digital é implementada, é fundamental ouvirmos nossos clientes e focarmos no sucesso deles”, elogiou o vicepresidente executivo e diretor de Estratégia e Comércio, Patrick Andersen. Com foco em clientes, Anderson atuou na vice-presidência da Sears e também na Best Buy.
Sob nova direção
O Curitiba Região e Litoral Convention & Visitors Bureau (CCVB) investiu na criação de um Departamento de Negócios para captar mais eventos do segmento Mice (Encontros, incentivos, congressos e feiras, do inglês). A equipe será gerenciada por Michele Oliveira. Outras mudanças também incluem o nome de Tatiane Fagundes como gerente da área de Eventos e o de Relacionamento com Mantenedores ficará sob responsabilidade de Natalia do Rocio. Números de 2016 da associação apontam que a cidade de Curitiba captou 157 eventos e trouxe mais de R$ 193 milhões para a economia local. Mais de 121 mil viajantes desembarcaram na capital paranaense e tiveram estada entre três e 17 dias.
Relógio atrasado
A Autoridade de Aviação Civil da União Europeia notificou cinco companhias de fora do continente – American Airlines, Etihad Airways, Emirates Airlines, Singapore Airlines e Turkish Airlines sobre uma possível indenização a passageiros lesados. De acordo com o órgão, a advertência veio após as empresas supostamente atrasarem voos dentro dos países da união econômica. Segundo o portal Travel Mole, as transportadoras poderão enfrentar multas ilimitadas em ações legais. A ação se torna efetiva no caso de o voo exceder mais de três horas do cronograma previsto.
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