R$ 11,00 - Ano 25 - nº 1.269
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17 a 23 de maio de 2017
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O EFEITO CVC Compra do Grupo Trend pela já gigantesca CVC desencadeia mais um movimento transformador na indústria e decreta: o Turismo brasileiro é de todos, mas será dominado por poucos. Especialistas comentam a transação, arriscam palpites sobre o futuro da Trend, repensam o papel dos agentes de viagens e dão dicas sobre como os pequenos empresários devem encarar esse momento estratégico do Grupo CVC.
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20 anos
Alcance: 1,3 mil aeroportos em 191 países 680 milhões de passageiros por ano 2,5 bilhões de viajantes conectados em 20 anos
A primeira aliança global de empresas aéreas a oferecer alcance mundial acaba de fazer duas décadas
Fundação: 14/05/1997
Lounges próprios no mundo: 6 Participações brasileiras: Varig (que ingressou em 1997), Tam (hoje Latam, na Oneworld) e Avianca Brasil (desde 2015)
Companhias fundadoras: Lufthansa, United, Air Canada, Scandinavian Airlines e Thai Airways Principais: Air Canada, Air China, Air India, Air New Zealand, Ana, Avianca, Avianca Brasil, Copa Airlines, Ethiopian Airlines, Lufthansa, Singapore, South African Airways, Swiss, Tap Portugal, Turkish e United Airlines
Responsável por 42% do tráfego de GRU
Membros: 28, dos seis continentes
440 mil profissionais
LEIA NESTA EDIÇÃO Página 04 MMTGapnet busca reconhecimento no nacional Páginas 10 e 11 Sabre apresenta base no Uruguai para atender América do Sul Páginas 14 a 18 Brasília e Goiânia recebem primeiras edições do Next; confira cobertura Páginas 21 a 25 Especial férias de julho: dicas de especialistas para vender mais e melhor
Editorial
Frota: 4,6 mil aeronaves 18,5 mil voos diários
> Artur Luiz Andrade > artur@panrotas.com.br
Sua estratégia pode dar errado Então, se isso ocorrer, é preciso rapidez, clareza de pensamentos (especialmente sobre para onde anda o mercado) e ter não um plano B mas todo um alfabeto para se trabalhar no momento de alterar o percurso. Não é todo mundo que tem um governo (no caso italiano) que salva sua maior companhia aérea com um empréstimo de US$ 655 milhões, depois de a companhia ter dito não à gestão da Etihad Airways, que, por sua vez, amargará prejuízo de cerca de US$ 2 bilhões desde que resolveu invadir a Europa via Roma. Tida como a companhia aérea mais estrategista do planeta, com um líder (James Hogan) na lista dos mais inovadores e ousados da galáxia, e acusada (como todas as árabes) por europeus e americanos de receber subsídios do governo dos Emirados Árabes e, assim, concorrer de forma desleal com as empresas privadas, a Etihad tomou um tombo dos mais surpreenden-
tes na indústria. Um tombo que inclui mais prejuízos, agora com a Air Berlin, e a “humilhação” de ter de negociar com a mega inimiga e concorrente Lufthansa para achar uma solução para a companhia sediada em Berlim. E a solução pode ser vender a Air Berlin para a Lufthansa. Quem diria... Vale destacar que o case Etihad não é apenas feito de insucessos, já que outros investimentos, como na indiana Jet Airways, vão bem, obrigado. A saída da companhia do Brasil, portanto, ganha contornos diferentes depois de todo esse show de notícias escandalosas: fim do projeto Alitalia, prejuízos com Air Berlin e com a empresa italiana, mudança de CEO... Sair do Brasil “é pinto” perto de tanta tempestade. Melhor para suas concorrentes, que seguem firmes e fortes na América do Sul. Há agora uma grande expectativa em relação aos planos da Etihad, já sob nova direção e digerindo os
prejuízos com as duas europeias. Estamos falando, afinal, da companhia de bandeira dos Emirados Árabes Unidos, com duas outras gigantes prontas para reagir a qualquer novo passo em falso da companhia da capital. Aqui na América do Sul, por exemplo, Qatar Airways e Emirates souberam aproveitar o momento estranho da concorrente. O case Etihad mostra que nem tudo que parecia perfeito e excepcionalmente inteligente acontecerá como o esperado. Isso vale para empresas de qualquer tamanho. Se uma gigante milionária que pode ter os melhores consultores e executivos do planeta dá passos em falso... que diremos nós, pobres mortais, acostumados a correr contra a ventania e sob chuva de granizo. Para onde estamos indo? Para onde podemos ir? Em tempos em que até os poderosos tropeçam, vale perder algum tempo para refletir. E apostar.
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PANROTAS — Versão digital das publicações da editora
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DO PORTAL
MEDIA PARTNER
> PANROTAS
4 a 10/5
1 Internet vai à loucura com compra da Trend pela CVC – em 04/5
2 Nova companhia aérea vai iniciar operações em MG – em 10/5
10 Azul terá novos mercados domésticos na alta temporada – em 09/5
11 Gol reduzirá tarifa de quem não despachar bagagem – em 08/5
12 Air Tkt perde segunda associada; entenda – em 05/5
3 Luppa garante: Trend não vai 13 Veja os promovidos e deixar o agente de viagens – em 04/5
4 CVC, Flytour, Latam Travel e IE contratam; veja as vagas – em 08/5
5 Fairmont chega a Copacabana para ser referência em luxo – em 08/5
contratados da semana no Turismo – em 05/5
14 MMTGapnet reúne trade para fortalecer produto Brasil – em 05/5
PARCERIA ESTRATÉGICA
ASSOCIAÇÕES
15 Após pedido de recuperação, Alitalia deve ser colocada à venda – em 04/5
6 Turismo está matando cidades, diz Marketing de Amsterdã – em 09/5
7 Agaxtur ressalta importância do agente em nova campanha – em 04/5
8 Presidente de aérea leva torta na cara durante debate – em 09/5
9 Varig 90 anos: saudades e nostalgia para passageiros – em 08/5
PRESIDENTE José Guillermo Condomí Alcorta CHIEF EXECUTIVE OFFICER (CEO) José Guilherme Condomí Alcorta (guilherme@panrotas.com.br) CHIEF INTERNATIONAL OFFICER (CINO) Marianna C. Alcorta CHIEF EVENTS OFFICER (CEVO) Heloisa Prass CHIEF TECHNOLOGY OFFICER (CTO) Ricardo Jun Iti Tsugawa REDAÇÃO
CHIEF COMMUNICATION OFFICER (CCO) E EDITOR-CHEFE: Artur Luiz Andrade (artur@panrotas.com.br) EDITOR: Renê Castro (rcastro@panrotas.com.br) Coordenadores: Rafael Faustino e Rodrigo Vieira Reportagens: Ana Luiza Tieghi, Beatrice Teizen, Brunna Castro, Henrique Santiago, Karina Cedeño e Renato Machado Estagiários: Bruna Murback, Janize Viana e Leonardo Ramos Fotógrafos: Emerson de Souza, Jhonatan Soares e Marluce Balbino (RJ) MARKETING Analista: Erica Venturim Marketing Digital: Sandra Gonçalves PRODUÇÃO Diagramação e tratamento de imagens: Erick Motta, Katia Alessandra e Pedro Moreno COMERCIAL Gerente comercial: Francisco Barbeiro Neto (kiko@panrotas.com.br) Executivos: Flávio Sica (sica@panrotas.com.br) Paula Monasque (paula@panrotas.com.br) Priscilla Ponce (priscilla@panrotas.com.br) Rene Amorim (rene@panrotas.com.br) Ricardo Sidaras (rsidaras@panrotas.com.br) Tais Ballestero de Moura (tais@panrotas.com.br) FALE CONOSCO Matriz: Avenida Jabaquara, 1.761 – Saúde | São Paulo - Cep: 04045-901 Tel.: (11) 2764-4800 Brasilia: Flavio Trombieri (new.cast@panrotas.com.br) | Tel: (61) 3224-9565 Rio de Janeiro: Simone Lara (simone@panrotas.com.br) | Tel: (21) 2529-2415/98873-2415 MARKETING DE DESTINOS Pires e Associados (jeanine@pireseassociados.com.br) ASSINATURAS Chefe de Assinaturas: Valderez Wallner Para assinar, ligue no (11) 2764-4816 ou acesse o site www.panrotas.com.br Assinatura anual: R$ 468 Impresso na Referência Gráfica (São Paulo/SP)
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Eventos
Valorizando os produtos nacionais
FOI UM MARCO PARA A MMTGAPNET A REALIZAÇÃO DO PRIMEIRO WORKSHOP BRASIL. O EVENTO
promovido no hotel carioca Windsor Barra reuniu 260 agentes de viagens, sendo 160 de outros Estados, em uma série de capacitações e rodadas de negócios, que teve como intuito dinamizar o Turismo nacional. A ocasião segue novos investimentos da operadora em terras brasileiras. Como as casas-butique, produto lançado no início deste ano com casas luxuosas em resorts nordestinos e que, segundo a companhia, vem fazendo grande sucesso. Além de facilidades recentemente implementadas para o dia a dia dos agentes. O site da nossa empresa mudou e hoje o agente de viagens consegue fazer muitas tarefas on-line. Temos um modelo de carrinho de compras, agregando aéreo, hotel, traslado e passeios, que tem funcionado muito bem. Apesar das mudanças no mercado, com muitas empresas se fundindo, outras fechando, a forma de trabalho do agente de viagens também
Eventos
mudou, e para melhor. Estamos muito otimistas com a resposta que estamos recebendo no nacional”, destacou o gerente comercial da MMTGapnet, Hugo Lagares. Segundo ele, a empresa tem o objetivo de crescer 20% neste ano. O evento contou, em um dia, com 13 palestras acontecendo simultaneamente, que podiam ser acompanhadas via fone de ouvido enquanto os agentes circulavam pelas mesas nas rodadas de negócios. A ocasião ainda foi coroada com um famtur pela Cidade Maravilhosa durante o final de semana, com passeios mostrando as novidades da Barra da Tijuca, Porto Maravilha, Aqua Rio, Boulevard Olímpico e Museu do Amanhã.
CAMPANHAS
O workshop marcou também o lançamento de campanhas promocionais da MMTGapnet para os agentes. Em uma delas, a operadora anunciou que os participantes do evento terão 15% de comissão em todos os pacotes nacionais adquiridos durante o mês de maio. A isso, soma-se ainda a possibi-
O Workshop Brasil da MMTGapnet teve casa cheia: 260 agentes de viagens presentes
lidade de 5% de desconto em pacotes com pagamento a vista. Outra ação vem em parceria com a Gol, que deu apoio oficial ao workshop. Ambas as empresas promovem o Viaje pelo Brasil e o acompanhante do pagante ganha 30% de desconto”, em parceria com a opera-
dora. São 20 destinos com o desconto no segundo passageiro nas compras de pacotes efetuadas até 26 de maio e com embarques ainda em 2017. Hoje, a MMTGapnet conta com quatro mil agentes de viagens cadastrados, 250 funcionários e 11 escritórios com atendimento ao profissional.p
>> Rodrigo Vieira
Aliança duradoura
OS 20 ANOS COMPLETADOS RECENTEMENTE PELA STAR ALLIANCE CONSTITUEM APENAS
o primeiro dos números que marcam a história da aliança aérea mais antiga do mundo. Hoje, uma rede de 28 empresas que transporta 680 milhões de passageiros por ano em 191 países e 1,3 mil aeroportos. E as duas décadas de história motivaram a realização de dois eventos comemorativos nos lounges da Star Alliance nos principais terminais de passageiros brasileiros: Guarulhos, em São Paulo, e Galeão, no Rio de Janeiro. As comemorações reuniram companhias aéreas e parceiros comerciais, como representantes dos próprios aeroportos e de consolidadoras. O principal motivo para celebrar? A robustez da aliança, cujas integrantes, segundo o diretor Ian Gillespie, detêm 42% de toda a movimentação do Aeroporto de Guarulhos. "Nada mau para o principal hub do continente", ponderou, lembrando de investimentos recentes das companhias da Star Alliance mesmo em tempos difíceis. "Resistimos à crise da melhor maneira possível. A Lufthansa opera no Brasil
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com o B747-800, a United renovou sua frota em território brasileiro, a South African Airways vem de bons resultados em seu novo horário de atuação, a Copa voltou com seu quarto voo diário, Air Canada e Air China voam com o moderno B787 Dreamliner, a Avianca Holdings mais do que duplicou sua oferta no Rio ao selecionar o A330 para voar a Bogotá, a Tap firmou sua segunda frequência diária a Lisboa... A Star Alliance aposta e sabe que o Brasil responde”, destacou Gillespie.
NO BRASIL
A entrada da Avianca Brasil para a Star Alliance, em 2015, aproximou ainda mais a aliança do mercado brasileiro, após o vazio deixado pelo fim da Varig e pela saída da Tam. E essa história pode ganhar um novo capítulo em breve, se as especulações sobre a possível chegada da Azul se concretizarem. A concorrência entre ambas não seria um problema, de acordo com Gillespie. "Eles já têm relacionamento mais do que consolidado com dois de nossos valorosos membros, que são United e Tap. Essa regra de que duas concor-
Ian Gillespie, da Avianca e Star Alliance, com representantes de algumas das aéreas na comemoração
rentes não podem conviver na aliança não existe”, comentou. Até o fim de maio, os lounges da Star Alliance em Guarulhos e no Galeão servirão lanches, aperitivos, sobremesas e refeições quentes típicas de países-sede das companhias aéreas membros que atuam no Brasil,
acompanhados das histórias sobre a origem dos pratos. As comemorações de 20 anos de aliança foram concluídas nos dias 13 e 14 – data exata do aniversário — com um novo evento no Aeroporto de Frankfurt, na Alemanha, tradicional hub da Lufthansa (leia mais sobre a aliança na página 2).p
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05 Hotelaria
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>> Ana Luiza Tieghi
Três vezes
maravilhosa NO ÚLTIMO DIA 9, A REDE DE HOTÉIS WINDSOR REALIZOU UM EVENTO EM São Paulo para o trade e outros convidados com o objetivo de mostrar a sua visão do Rio de Janeiro como uma cidade dividida em três categorias de destinos: contemporânea, tradicional e cultural. A Windsor possui 15 hotéis, sendo 13 deles na capital fluminense (os outros dois estão em Brasília). Na apresentação, conduzida pela coordenadora de vendas em São Paulo, Fernanda Martins, foram exaltadas as qualidades de cada categoria da cidade, nos quais também estão presentes os hotéis da rede. Contemporânea é a Barra da Tijuca, que tem três hotéis Windsor. A região é a casa do Windsor Expo Center, com para sete mil pessoas. O lado tradicional é representado pela zona sul, onde a rede tem sete propriedades e em breve terá outras duas: Windsor Califórnia, uma reforma do antigo Othon Califórnia, com previsão de entrega para o próximo verão; e Windsor Arpoador, construção da rede prevista para 2018. Foco do evento, o Rio cultural é o centro da cidade, que passou por transformações por causa da Olimpíada e ganhou novo fôlego. Na região, a Windsor tem três hotéis. Durante a apresentação, foi destacado que São Paulo é o “mercado mais importante” para a rede, de onde se origina a maior parte dos seus negócios.
dos olhos da hotelaria”. Porém, por enquanto não há nada concreto para a vinda da Windsor para a capital paulista.p Ivan Bonfim, gerente geral corporativo de Vendas da Windsor, deu início à apresentação da noite
NOVO GERENTE Ivan Bonfim assumiu em abril o cargo de Rosângela Gonçalves, como gerente geral corporativo de Vendas da Windsor. Para este ano, ele afirmou que o foco da sua atuação será revenue e distribuição, “hoje, os grandes desafios e oportunidades do mercado”. Com propriedades em duas das mais importantes cidades brasileiras, o gerente conta que a rede tem interesse em São Paulo, “a menina
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Mercado
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Renê Castro
Uma compra, muitos caminhos
MAIS UMA AQUISIÇÃO. E DAS GRANDES. A COMPRA DO GRUPO TREND PELA CVC, NO VALOR de R$ 258 milhões, ativou mais uma vez o sinal de atenção para o mercado. Nada que envolva os negócios da gigante da América Latina, claro, mas referente aos rumos que a indústria de viagens brasileira deve tomar daqui para frente. Por quê? Porque há um fato que ninguém mais pode negar: o mercado mudou. Ainda em dúvida? Vamos comprovar: Uber revolucionou o transporte terrestre de passageiros colocando pessoas normais para oferecerem “caronas remuneradas” via smartphone. O resultado está aí, para todos consultarem (e utilizarem). Na hotelaria, o Airbnb está vendendo mais reservas de quartos que grandes redes hoteleiras, com impostos ou não. Na gastronomia, restaurantes agora têm a competição de experiências caseiras compartilhadas arranjadas também via celular. Tudo em nome da exclusividade. As OTAs seguem desbravando mercados, crescendo (ainda não se sabe a que custo, é verdade) e dando muita dor de cabeça aos empresários, digamos, off-line. As redes sociais substituíram os panfletos, os clientes viraram fãs e Whatsapp é ferramenta de venda. Mas, afinal, o que a aquisição do Grupo CVC tem a ver com isso? A resposta, para a diretora da Mapie, Carolina Sass de Haro, é uma só: tudo. “O modelo de comercialização de
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viagens está mudando. A compra da Trend pela CVC mostra que a venda de massa ficará cada vez mais nas mãos das grandes corporações. Além disso, do ponto de vista do negócio CVC, faz todo o sentido esta transação, pois a Trend é uma empresa complementar e traz uma força da distribuição que torna este negócio altamente estratégico”, afirma ela, que completa: “vejo também como um passo claro da CVC para o on-line, já que as duas marcas têm boas ferramentas digitais e podem, unidas, criarem uma solução muito mais interessante.” As análises e tendências de mercado também caminham para esta direção, com a previsão de que, em 2020, cerca de 40% das vendas de viagens sejam feitas por meios digitais no mundo. Ou seja, uma nova trilha foi desenhada e, em especial os agentes de viagens, devem vislumbrá-la o quanto antes. O já conhecido discurso da especialização faz cada vez mais sentido e se torna necessário para sobrevivência deste profissional. Para Carolina, a saída para o agente de viagens é deixar de ser dependente do fornecedor e assumir, de fato, a função consultiva. Afinal, quem entrega o sucesso do próprio negócio a um terceiro? É evidente que uma mudança drástica para uma pequena agência nem sempre é bem aceita (ou possível), mas, segundo ela, deve ser feita logo. “É possível viajar apenas pesquisando na internet, mas o processo é confu-
so. Os millennials, por exemplo, estão voltando a procurar o agente de viagens, justamente para elaborar um roteiro especial. As viagens comuns estarão cada vez mais na internet (onde players como CVC e Expedia, por exemplo, serão território seguro e fértil para grandes investimentos). Já o exclusivo está nas mãos dos consultores. Agora, se você se considera um atendente genérico, que não consegue filtrar informações, o cliente vai buscar no Google. Procure um nicho, especialize-se e venda sua experiência, seja ela em forma de informação ou em uma versão premium, fazendo a emissão de todo o roteiro nessas grandes corporações.” Do ponto de vista técnico, o office managing partner da KPMG, Moacyr Humberto Piacenti, ressalta que o movimento de consolidação não é exclusividade do Turismo, mas ganha características interessantes pelas muitas possibilidades que envolvem uma aquisição. “No geral, essa consolidação se dá por busca de negócios complementares, por ampliação de atuação geográfica, por busca de sinergias e até para combater um terceiro concorrente. No setor do Turismo, a busca por volume de negócios aumenta essa lista de fatores, uma vez que as agências também são remuneradas pelos fornecedores com base no volume de reservas geradas. Naturalmente, tudo isso é feito com o objetivo de tornar a operação mais
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Carolina Sass de Haro, diretora da Mapie
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Moacyr Humberto Piacenti, office managing partner da KPMG
Rui Alves, vice-presidente do Grupo Flytour
eficiente e menos custosa, o que acaba sendo bom para o viajante, caso a agência repasse esses ganhos de eficiência para os preços dos serviços. Caso contrário, esse benefício fica no bolso do acionista.”
MONOPÓLIO?
Para todas as fontes consultadas pelo Jornal PANROTAS, não é. “A CVC já mantém hoje uma posição de liderança bastante distante da empresa segunda colocada. Essa posição foi construída ao longo de muitos anos, com crescimento orgânico e através de aquisições. A transação com o Grupo Trend por si só, embora de bastante relevância, não altera a posição de sólida liderança que a CVC já tem no setor”, opinou Piacenti. O Grupo Flytour, ocupante desta chamada segunda posição (com R$ 5 bilhões de distância da CVC), também não acredita que esteja impedida de competir com a CVC após a compra do Grupo Trend. “O setor de Turismo é muito pulverizado, em especial na hotelaria, com muitos distribuidores. Hoje, em um primeiro momento, não temos ninguém com o mesmo tamanho deles [Grupo CVC], mas não vejo como concentração. Não há motivos para o Cade reprovar esta compra”, opinou o vice-presidente da companhia, Rui Alves, revelando ter duas visões sobre a compra. “Como brasileiro e interessado no desenvolvimento da nossa economia, é muito importante o Brasil ter uma empresa vencedora, de capital aberto, confiável, que leva a indústria a outros patamares. Por outro lado, como empresário, isso tem oportunidades e ameaças. Ameaças por ser um player ainda mais diversificado, e isso deve gerar incômodo para nós, na condição de concorrentes. > Continua na pág. 08
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< Continuação da pág. 07
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D A D OS O P ER A CI O N A IS FORAM DIVULGADOS NA ÚLTIMA SEMANA OS RESULTADOS OPERACIONAIS DO GRUPO CVC
Magda Nassar, presidente da Braztoa e diretora da operadora Soft Travel, e Edmar Bull, presidente da Abav Nacional e comandante da Copastur
Gustavo Syllos, CMO da Costa do Sauípe
Também vejo que uma empresa como a Trend tinha um caminho próprio, e a partir de agora ela terá de se adaptar a uma nova dinâmica, e essa adaptação abre espaço para nós”, acredita ele (basta analisar que hoje o Grupo CVC tem 50% de sua venda no B2C e 50% no B2B, para agências de viagens — e mais de 90% no off-line, já que todas as lojas CVC são, na prática, agências de viagens). Na visão da presidente da Braztoa e diretora da operadora Soft Travel, Magda Nassar, a nova compra da CVC reacende o sentimento de que a indústria deve voltar a se movimentar mais. “Não acho que a compra da CVC vá criar problemas, e sim fortalecer uma marca. Para as companhias menores, é um motivo a mais para ter um trabalho exclusivo, consultivo, de experiência. Esse é um momento crucial para fazer essa mudança. A CVC é uma grande corporação, assim como tantas outras que existem ao redor do globo. Nenhuma empresa desaparece por conta dessas grandes. Você desaparece quando não evolui, quando não se movimenta, não se especializa. A gente já passou por muita coisa no Turismo e temos o entendimento claro de quem somos e como vamos atuar. Nichos são importantes, assim como a venda em massa. O mercado está aberto e é
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nos primeiros três meses do ano. A análise dos dados revelou crescimento de 11,9% nas reservas confirmadas frente ao mesmo período do ano passado, alcançando R$ 2,2 bilhões. Este número considera todas as frentes do conglomerado (lazer, corporativo, intercâmbio e online). A performance teve como grandes protagonistas o lazer e a recuperação do corporativo, por meio da Rextur Advance (que não é uma TMC, mas atende agências de pequeno porte focadas em viagens corporativas). Com menor impacto para o grupo, a rede de lojas de intercâmbio Experimento entregou aumento acima de 30% nas reservas confirmadas, provando que, de fato, foi um investimento certeiro da companhia. O fator decisivo para a conquista do resultado foi a liberação de parcelamento das viagens em dez vezes sem juros. O modelo anterior previa parcelamento com
jutos e pagamento total do pacote antes da data do embarque. Outros dados interessantes do balanço foram o incremento de 8,1% do lucro líquido ajustado do grupo (R$ 68,5 milhões), de 4,7% na receita líquida (R$ 298 milhões) e 12% do EBITDA ajustado (R$ 166,5 milhões). Outro dado positivo foi a abertura de nove lojas, totalizando 97 nos últimos 12 meses. Em março, estavam em operação 1.104 unidades exclusivas CVC. Já o retorno sobre o capital investido (ROIC) nos últimos 12 meses (encerrado em 31 de março) foi de 24,6%, número inferior aos 32,4% registrados no fechamento de março de 2016. Fora isso, março foi considerado o melhor mês na série histórica para o Lazer (R$ 554 milhões), Rextur Advance (R$ 294 milhões) e Experimento (R$ 20 milhões) no quesito reservas confirmadas. As vendas on-line no cvc.com. br caíram 10,1% no trimestre e ainda são o grande desafio para o grupo.p
Peter Weber, da Skyteam Consolidadora
para todos”, conclui. Ralf Aasmann, diretor da Air Tkt, compartilha da mesma opinião, e vê com bons olhos “mais uma etapa no crescimento de um gigante”. O impacto para as agências de viagens, porém, é inegável, na opinião do CMO da Costa do Sauípe, Gustavo Syllos, considerado um dos experts da indústria quando o assunto é distribuição de produtos e serviços. “A CVC tem as vendas concentradas nas lojas próprias. Com a chegada da Trend, acredito que ela vai em busca da conquista definitiva das multimarcas. Para o setor hoteleiro, o cenário ainda é nebuloso, com uma aparente preocupação e também uma janela de oportunidade. Isso porque, caso a CVC imponha suas condições de negociação para a Trend, os hotéis terão de lidar com um cenário complicado. Contudo, se a Trend continuar fazendo o trabalho que vem desempenhando, com bons acordos e grande oferta de ferramentas tecnológicas – que, aliás, são muito mais evoluídas que as da CVC —, os hoteleiros têm muito a ganhar com essa transação”, considera Syllos. Com o aumento da capilaridade na distribuição dos inventários por meio dos organismos do Grupo CVC, a tendência é que os meios de hospe-
dagens parceiros tenham uma relação transparente e a noção exata de como o seu produto está sendo colocado na prateleira. Outras concorrentes diretas da Trend e do Grupo CVC, em especial Booking.com, Decolar.com e E-HTL, foram procuradas pelo Jornal PANROTAS para participar do debate, mas preferiram não se manifestar.
VAI TER BOICOTE?
Não se fala em outra coisa nas redes sociais. Em uma postagem feita na fanpage da PANROTAS no Facebook, que hoje conta com mais de 59 mil pessoas, agentes de viagens e profissionais da indústria mostraram-se insatisfeitos com a negociação. Ameaças de quebra de parceria e procura imediata por um novo fornecedor não são difíceis de encontrar nos comentários, bem como outras opiniões que só a internet pode proporcionar. Para conferir, basta acessar o facebook. com/portalpanrotas. Para o comandante da Skyteam Consolidadora, Peter Weber, é certo que essa insatisfação será pública. “Muitas agências passarão a procurar novos fornecedores de hotelaria, buscando se afastar do antigo parceiro, agora aliado ao maior concorrente. Há ainda a questão dos ho-
téis, que ao longo do tempo também buscarão novos parceiros para distribuição, tentando aumentar suas receitas e fugir de um canal único que vinha ditando o preço de suas pernoites”, considera ele, lembrando da aquisição da Rextur Advance, que, segundo ele, passou por situação semelhante quando foi adquirida, em 2015, e abriu espaço para o crescimento das concorrentes. Rui Alves, do Grupo Flytour, também acredita nesta teoria. “A CVC é muito agressiva no mercado B2C e passa essa visão [de concorrente direta] aos agentes de viagens. Quem não atua de forma tão incisiva com o consumidor ou é 100% B2B tem uma chance clara de ganhar mais negócios.” Na condição de presidente da Abav Nacional, Edmar Bull não acredita em um boicote, já que o mercado deve esperar mais aquisições, fusões e vendas de empresas. “Elas [CVC e Trend] vão trabalhar juntas, porém separadas, por isso não acredito em um motim por parte dos agentes de viagens”, ressalta, deixando claro, agora na condição de empresário, que também busca a ascensão de suas marcas. “Nós tivemos um movimento de IPO no passado que não deu certo (em 2012, com a holding Brasil Travel), mas estamos sempre conversando e negociando no mercado. Quando
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OS R$ 10 BILHÕES DO GRUPO CVC OPERADORA FATURAMENTO ANUAL:
R$ 5,5 bilhões R$ 4,4 bilhões de venda off-line,
via 1,1 mil agências de viagens próprias
R$ 919 milhões de venda off-line via
6,5 mil agências de viagens independentes
R$ 256 milhões de venda on-line EXPERIMENTO Faturamento anual:
SUBMARINO VIAGENS Faturamento anual:
R$ 100 milhões
R$ 300 milhões
REXTUR ADVANCE Faturamento anual:
GRUPO TREND Faturamento anual:
Venda de intercâmbio para consumidor final
R$ 2,9 bilhões
Venda exclusiva para agências de viagens de aéreo, hotel e aluguel de veículos
Venda on-line direta para consumidor final
R$ 1,2 bilhão
Venda exclusiva para agências de viagens de pacotes de lazer e hotelaria corporativa
Faturamento total B2C: R$
5 bilhões Faturamento total B2B: R$ 5 bilhões for bom para nós (Copastur), também faremos algo nesta linha.” Carolina Haro, da Mapie, reconhece a polêmica, mas não consegue ainda enxergar o que pode acontecer. “A Trend era o portal preferencial para agentes de viagens de pequeno porte terem acesso a inventários de hotéis. Existe essa nuvem de hipóteses sobre a postura que a empresa adotará, mas só saberemos com o passar do processo. De qualquer forma, acredito que a Trend tem total liberdade para seguir com a mesma linha de trabalho que fez dela um sucesso”, analisa. A discussão, aliás, vai ao encontro das poucas palavras que o presidente da CVC, Luiz Eduardo Falco, falou à reportagem sobre o tema. Como ainda aguarda uma decisão do Cade sobre a compra, o dirigente não pode comentar o caso. Regras envolvendo o relacionamento com investidores também o impedem de revelar projetos futuros, mas
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o dirigente garante que “nada vai mudar”. “Cada marca é e será tratada de forma separada. Já demos esse exemplo com a Rextur Advance. A gente acredita nesse modelo, não temos motivo para fazer diferente com a Trend.” Ao analisar toda a situação, Moacyr Humberto Piacenti, da KPMG, também não prevê uma grande mudança de comportamento do mercado em relação à CVC, justamente pela posição de liderança exercida pela marca. “Creio que o que o trade pode esperar é uma CVC com aumento da oferta e com apetite para novas aquisições.” Nos bastidores já é consenso que ainda este ano a gigante de R$ 10 bilhões em vendas anuncia pelo menos mais uma aquisição. Quem será o próximo? E o que farão concorrentes como Flytour, Esferatur, Booking, Decolar, Expedia, Tui, Alatur JTB, CWT... Somente assistirão a esse crescimento ou já estão fazendo suas movimentações?
Luiz Eduardo Falco, presidente da CVC
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>> Henrique Santiago — Montevidéu (Uruguai)
Talento uruguaio
Ricardo Carreón, Alfred de Cardenas, Eduardo Diaz e Jay Jones, do Sabre Travel Network
O SABRE INICIOU UM NOVO CAPÍTULO EM SUA HISTÓRIA DE TRÊS DÉCADAS NA AMÉRICA LATINA E CARIBE. A EMpresa de tecnologia inaugurou na quarta-feira (10), em Montevidéu, seu centro de operações para a região, com enfoque nas atividades do Sabre Travel Network, principal divisão de negócios, que atende soluções para companhias aéreas, agências de viagens, operadores, entre outros players . A abertura do escritório no extenso parque empresarial Zonamerica com cerca de 100 colaboradores, onde também está localizado o Centro de Serviços e Suporte Global do Sabre, que contabiliza cerca de 900 funcionários, acontece em um momento no qual a economia da América Latina, principalmente do Brasil e México, inicia uma tímida recuperação. Mas isso não preocupa a companhia, que criou esse projeto no começo de 2016, período ainda mais nebuloso para a região. A nova matriz irá dar apoio direto
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aos demais escritórios distribuídos pela América do Sul. São eles: São Paulo, Buenos Aires, Santiago, Peru, Bogotá e Cidade do México. Essas cidades, aliás, são algumas das responsáveis pelo aumento de 8% em volume de transações no primeiro trimestre deste ano em relação a 2016, maior índice desde 2013. Os tempos difíceis, como indicam os números, aos poucos ficam para trás. Mas em um país com apenas 3,4 milhões de habitantes, um território pequeno e sem a mesma relevância para a indústria de viagens de São Paulo, Buenos Aires ou México, por que investir tanto no Uruguai? Custo não é a resposta mais indicada. O destino vizinho tem suas muitas facilidades que o colocaram em vantagem diante dos demais. Essa relação, hoje mais fortalecida, foi iniciada em 2004 com a abertura da filial uruguaia, seguida anos mais tarde com um escritório no centro de Montevidéu. “O ponto principal é ter o talento do povo uruguaio. A infraes-
Alfred Cardenas, a embaixadora dos Estados Unidos no Uruguai, Kelly Keiderling, Ricardo Carreón e Jay Jones, do Sabre, abrem oficialmente a nova sede
trutura obviamente é importante para apoiar nossos clientes. Tem de ter também uma boa capacidade de rede de telefonia, de dados. As regulações e leis que viabilizam essa operação também facilitam”, justificou o vice-presidente do Sabre Travel Network para América Latina e Caribe, Ricardo Carreón, responsável pelo novo escri-
tório Principal mercado da região, o Brasil deverá ter o atendimento da operação comercial em português, a partir do centro em Montevidéu. Carreón assinala que essa mudança deverá acontecer nos próximos meses, ainda sem data previst, mas destaca que o prédio global tem suporte na nossa língua.
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“A tendência é continuar fortalecendo essa operação em ambos os mercados com comunicação e trabalho intensos”, continuou o vice-presidente. Ao se distanciar do Uruguai e olhar para o Brasil, o executivo vê sinais de melhora. Ele, que recentemente visitou o País junto com o diretor comercial, Alfred de Cardenas, recebeu dos empresários daqui um termômetro um tanto otimista. Puxado pelo crescimento trimestral, o Sabre tem notado uma alta em viagens, sobretudo com destino ao Exterior. Para Carreón, o Brasil é um “cliente” diferenciado dos demais, pois se desenvolveu com forte apelo à tecnologia, não apenas no suporte tradicional e, com isso, se torna um dos maiores do mundo. Embora não revele números específicos do mercado, o vice-presidente aponta uma retomada no setor. O responsável pelo Sabre no Brasil é o vice-presidente Luiz Ambar, que fica em São Paulo.
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Ricardo Carreón, responsável por tocar a matriz para América Latina e Caribe
O terceiro escritório do Sabre no Uruguai
“Há muito otimismo em relação a viagens internacionais. O internacional cresce mais que doméstico. Ter essa perspectiva de Brasil é superimportante depois de dois anos de uma contração. Claro que estamos longe dos anos dourados, mas é o caminho certo a ser seguido”, comentou. Essa tecnologia citada por Carreón está relacionada ao desenvolvimento de ferramentas e soluções não só para agências de viagens on-line (OTAs), como também para empresas mais tradicionais. Um dos maiores clientes para o Sabre no Brasil, a CVC, é prova disso. A aquisição do Grupo Trend por R$ 258 milhões movimentou a indústria de viagens e chegou ao Uruguai. O vice-presidente aposta que as fusões e aquisições serão uma realidade maior nos próximos anos. E, em razão isso, o Sabre tem de estar preparado para entregar soluções mais efetivas e otimizadas. “Quando pensamos que termina um capítulo, começa outro. É isso que nos mantém ocupados todos os dias”, finalizou.p --- O Jornal PANROTAS viajou a convite do Sabre
A nova matriz do Sabre tem cerca de 100 funcionários
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> Henrique Santiago
No centro da
discussão
Evento reuniu em Goiânia e Brasília cerca de 170 participantes
EM 2016, A PANROTAS EDITORA INICIOU UM NOVO CAPÍTULO EM SEUS 43 ANOS DE HISTÓRIA. O PANROTAS NEXT FOI CRIADO COM O OBJETIVO DE OFERECER EM CIDADES DE TODO O BRASIL conteúdo relevante e prático sobre o andamento da indústria de Viagens e Turismo, baseado no que é debatido, apresentado e lançado no Fórum PANROTAS, evento que chegou à 15ª edição em 2017. O encontro percorreu oito cidades no ano passado, do Sul ao Nordeste, com o compartilhamento de informações de peso para cerca de 650 profissionais do trade. Para este ano, o evento foi rebatizado e agora se chama apenas Next, com assinatura da PANROTAS. Até dezembro, mais oito cidades receberão atualizações do mercado e perspectivas para o breve futuro. Aliás, serão seis destinos, pois Goiânia e Brasília iniciaram a bateria de eventos na quarta (3) e quinta-feira (4), respectivamente. A capital de Goiás deu as boas-vindas ao Next pela segunda vez em menos de um ano. O início do segundo ano trouxe a abordagem da tecnologia e inovação e a fidelização do cliente por meio de um serviço personalizado. Para falar do primeiro tema, o fundador da Travel Tech Hub, Alexandre Cordeiro, que passou mais de dez anos no Sabre, desmistificou a ideia de que inovar depende do investimento de milhões de reais.
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É claro que se a pequena agência ou um hotel tivesse um montante considerável à disposição seria bom para todos os lados, mas Cordeiro desconstrói tal necessidade. De acordo com ele, chegar a esse resultado é possível ao ajustar o olhar para a oportunidade e não para um eventual problema. Com uma rotina repleta de atrasos de voos, overbooking, comparação de preços, entre tantos outros, não faltam “pepinos” de clientes para serem resolvidos na indústria. A partir disso, deve-se ter empatia, ou seja, colocar-se no lugar do cliente, vivenciar o seu problema e ter conhecimento das reais necessidades. Por fim, o palestrante, que direcionou boa parte de sua apresentação aos agentes de viagens, acredita que o profissional não deve ter medo de perguntar e ouvir as respostas por mais dolorosas que sejam — por exemplo, por que o viajante comprou com a concorrência? “Não é preciso ter milhões de reais ou ir ao Vale do Silício. A gente pode inovar aqui dentro, temos a nossa indústria”, pontuou.
ESQUEÇA OS MILHÕES
Mostrar interesse com seu cliente é tão básico como abrir a porta da agência. Cordeiro reflete que deve se criar valor nos momentos pré e pós-compra ao atrair esse potencial cliente, oferecer seu produto e manter o contato após a viagem para saber o feedback e, posteriormente, oferecer condições especiais. “Fique longe do balcão de vendas. Quanto mais preço for oferecido, menos valor vai conseguir gerar. Menos fidelização e menos
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Alexandre Cordeiro, da Travel Tech Hub
compra. Oferecer preço é muito caro. Você vai ter menos recompra e irá dizer ‘oi cliente novo’ toda vez”, sintetizou. Na mesma linha de raciocínio, a diretora da Ideas4Brand, Maria Camilla Alcorta, representante do Cirque du Soleil e da operadora de Orlando Pegasus, subiu ao palco do Next para falar da criação de valor com os clientes. No caso do brasileiro, especificamente falando, seguimos todos aqueles clichês tão falados: otimista, sonhador, adora novidades e, claro, adere ao “jeitinho” sempre quando possível. Mas traçar esse perfil é uma estratégia muito ampla.
É preciso, digamos, afunilar os gostos e as preferências do consumidor para estar a par de suas vontades enquanto viajante. Por isso, segundo apontou Maria Camilla, o customer relationship management (CRM) se torna uma ferramenta eficaz. Ao saber, por exemplo, quando o cliente tira férias, se viaja sozinho, se investe mais ou menos em amenities influencia diretamente em uma melhor oferta de serviço. Em suma, deve-se afastar do trabalho mecânico que uma ferramenta virtual como uma OTA faz. “Só fazer o que o cliente quer um botão também faz. Eles querem diferente, buscam
sua opinião e saber que a viagem deles será perfeita. A função de vocês é realizar o sonho do passageiro. Com isso tudo armado [o CRM], vocês terão base para fazer uma venda mais certa”, direcionou a executiva aos profissionais goianos e brasilienses. Com esse gerenciamento afiado, operadores, hoteleiros e, sobretudo, agentes de viagens, precisam aplicar à sua rotina mais duas palavras de origem inglesa: cross selling e upselling. Enquanto a definição do primeiro é oferecer produtos complementares aos já adquiridos ou prestes a ser, o segundo tem em seu DNA a disponibilização de upgrades, ou seja, elevar sua categoria com algo mais custoso e de mais qualidade. Ao vender uma viagem, deve-se pensar em promover uma experiência mais marcante para o seu cliente. É aí que entram esses dois conceitos, pois a consultoria é cada vez mais requisitada a agentes. Por isso, colocar na prateleira um passeio de submarino no Caribe, um roteiro de vinho no Chile ou um jogo da NBA nos Estados Unidos nunca é demais, pontuou a palestrante. E isso, vale destacar, os sites de venda já fazem, graças a programas, robôs e à evolução de inteligência artificial. Portanto, apresse-se e supere-se De acordo com pesquisa do Euromonitor, os maiores investimentos em atividades de brasileiros em 2015 foram relacionados a atrações e compras. “Vendam ingressos, passeios, city tours. O serviço é onde está a sua comissão. É o que faz a diferença”, frisou Maria Camilla. p
Maria Camilla Alcorta, da Ideas4Brand
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D E Z F E R R A M E N TA S PARA O SETOR DURANTE SUA APRESENTAÇÃO NO NEXT, O FUNDADOR DA TRAVEL TECH HUB, ALEXANDRE CORDEIRO, ELENCOU DEZ FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS QUE PODEM AUXILIAR E FACILITAR O TRABALHO DA CADEIA PRODUTIVA DO TURISMO. ALGUMAS DELAS SÃO ATÉ GRATUITAS. CONFIRA ABAIXO:
Software de vendas e inbound marketing para empresas atraírem visitantes converter leads e conquistar novos clientes. É gratuita.
Oferece pesquisas de mercado on-line e sem custo. É possível elaborar questionários, enviar a usuários e analisar os resultados. É gratuita.
Plataforma de e-mail marketing voltada para envio de arquivos eletrônicos automáticos e personalizados. É gratuita.
Endereço que permite criar seu próprio site a partir de um modelobase e alterar como bem desejar.
Modo pago de anunciar no Facebook. Por meio deste, empresas investem em uma campanha ou ação e têm alcance do público maior do que um post orgânico.
Site de empreendedores em contabilidade voltado para micro e pequenas empresas. O próprio escritório lida com as contas e entrega os resultados aos seus clientes.
Empresa de marketing de conteúdo que trabalha com geração de conteúdo para blogs corporativos, redes sociais e materiais para geração de leads.
Companhia destinada a buscar clientes interessados em crescer por meio do Marketing Digital. Possui um software próprio chamado de RD Station.
Sistema de controle financeiro para negócios com fluxo de caixa, relatórios financeiros, entre outros. Como o nome indica, não usa nada de papel. É gratuita.
Plataforma voltada ao Turismo na qual inovadores se conectam, discutem e elaboram na criação de melhores formas e práticas para a indústria de viagens. > Continua na pág. 16
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A B AV ?
Eliene Meireles preside a Abav-GO
A PRINCIPAL ENTIDADE DO SETOR DESPERTA A IRA DE ALGUNS AGENTES DE VIAGENS. Embora em âmbito nacional a Abav presidida por Edmar Bull venha recuperando a confiança, as presidências regionais deixam a desejar, de acordo com os participantes do Next. Os eventos de Goiânia e Brasília reuniram cerca de 170 pessoas, das quais metade era composta por agentes. Desse total, apenas sete eram associados da Abav. Como já virou tradição, o encontro trouxe a presidente da Abav-GO, Eliene Meireles, pela segunda vez no palco do Next. Houve agentes de viagens que aproveitaram o momento para lavar a roupa suja com a mandatária. Da plateia, saíram questionamentos sobre a falta de representatividade e de ações certeiras da entidade. Com um discurso ameno, Eliene recordou que, em meio à crise econômica, a Abav de Goiás foi a única a não aumentar o preço da mensalidade, atualmente em R$ 86. “Quem disse que Abav não abraça a causa do agente? O que acontece atrás do bastidor é um trabalho árduo em prol do agente de viagens”, disse, porém, sem elencar as propostas marcadas em seu plano. Em Brasília não foi diferente. A cadeira mais alta da Abav do Distrito Federal é ocupada por Carlos Vieira. Articulado e com fala um tanto provocadora, ele reverte o questionamento ao criticar o posicionamento de agentes que criticam a associação, mas “não contribuem em nada”. Segundo números apresentados por ele, o Distrito Federal tem 437 agências de viagens no Cadastur, das quais apenas
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60 integram a entidade. “Todo mundo quer falar da Abav, mas não pela Abav. Ao se associar vai te dar voz para você falar pela categoria e não da categoria. As Abavs têm trabalhado muito para ter respeito da categoria e dos segmentos e valorizando a mão de obra e qualidade do segmento econômico”, acredita ele. Antes de chegar à presidência em 2015, Vieira integrou a diretoria da Abav nos idos de 2009. De acordo com ele, a associação local era um “clubinho de pessoas” que se beneficiavam do nome e da relevância. Entre as medidas adotadas de 2010 até hoje, priorizou-se o pagamento de dívidas da antiga sede e a instalação em um novo prédio. “Fizemos cursos, convênios e contratamos um seguro de responsabilidade civil no qual demos a cada associado um seguro de até R$ 100 mil”, recordou.
A realidade é que os agentes estão se organizando em grupos informais, muitos via WhatsApp, ou acabam tendo um relacionamento mais próximo com consolidadores e operadoras que com entidades como a Abav. Sem falar em profissionais independentes totalmente marginalizados pelas associações... O discurso precisa não apenas ir à prática, mas estar alinhado com que possíveis associados gostariam ou precisam. E esta foi apenas a primeira rodada de discussões. O Next vai colocar o Turismo em foco em mais seis cidades pelo Brasil até o fim deste ano. O próximo evento acontecerá em Cuiabá, no dia 20 de junho.p --- O Next é realizado pela PANROTAS Editora, e contou com o apoio do Castro’s Park Hotel (Goiânia) e Hplus Cullinan (Brasília), Avianca, Cep Transportes, Hoteldo, Iberostar, Transamérica Hospitality Group e Turismo do Espírito Santo
O presidente da Abav-DF, Carlos Vieira
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1 Cinthia Marques, do Ministério do Turismo, com José Guilherme Alcorta e Artur Luiz Andrade, da PANROTAS 2 Bianca Marinho, Michelle Machado e Daniel Santos, do Meliá 3 Artur Luiz Andrade, da PANROTAS, e Maria Camilla Alcorta, da Ideas4Brand 4 Elisa Mendonça, da Cep Transportes 5 Maria Camilla Alcorta, da Ideas4Brand, e Débora Prass 6 Kiko Neto, da PANROTAS, e Lucas Barbosa, da Hoteldo 7 Danielli Burigo e Regina Soto, da Flytour Global Business Travel 8 Camila Nepomuceno, da Secretaria de Turismo do Espírito Santo, Nathalia Barbosa, do Iberostar, Priscyla Itokazo, do Transamérica, e Lucas Barbosa, do Hoteldo 9 Francisco Calvo, Alessandra Gaudio, Jamile Bertotti e Lucas Mendes, todos da Hplus 10 Joilson Soares e Filipe Gouveia, executivos da Avianca 11 Sérgio Reis, da Trend, Eleide Gomes, da Adrea Viagens, Liamar Constante, da Copa Airlines, e Pedro Gabriel, da Trend
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NEXT GOIÂNIA
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1 Olavo de Castro Araújo, do Castro's Park Hotel, e José Guilherme Alcorta, da PANROTAS 2 Alexandre Cordeiro, da Travel Tech Hub, Maria Camilla Alcorta, da Ideas4Brand, Flávio Marques, da Rextur Advance, e Eliene Meireles, da Abav-GO 3 Helena Medeiros, Natascha Campos e Olavo de Castro, do Castro’s Park 4 Jamile Dahás, da Ágatha Turismo, e Hermes Montenegro, da Quatro Estações Viagens 5 Nathalia Barbosa, do Iberostar 6 Meirielen Dias, da Esferatur, Paula Cássia, da Alsscor Turismo e Eventos, e Janaína Honorato, da Viagemtur 7 Juliana Simmonds e Alessandra de Sousa, ambas da 4Ever Turismo 8 Camila Nepomuceno e Carla Bastos, ambas da Secretaria de Turismo do Espírito Santo 9 Adélia Azevedo e Angela Almeida, da Rextur Advance 10 Ivanildo Marques e Giuliano Menegassi, ambos do Privé Hotéis 11 Lucirley Santos, da Show de Viagens, e Priscyla Itokazo, do Transamérica
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> Henrique Santiago
De Brasília para
o Brasil A HPLUS HOTELARIA USA COMO DIFERENCIAL O FATO DE SER A “MAIOR REDE DE HOSPEDAGEM do Centro-Oeste”. Em quase 15 anos de atuação, a empresa abriu 14 empreendimentos em Brasília, dos quais cinco hotéis e nove apart hotéis, esses últimos voltados para estadas acima de 30 dias. De fato, o setor hoteleiro da Asa Norte da capital federal abriga uma fileira de hotéis Hplus uns bem próximos aos outros, entre eles o Cullinan Hplus Premium, o único até o momento nessa categoria. A propriedade, localizada a cerca de 20 minutos do aeroporto, foi inaugurada em julho de 2014 e conta com 323 apartamentos divididos nas categorias superior e luxo. Ainda guardando aquele cheiro de novo, o hotel tem localização privilegiada, estando a poucos passos do Brasília Shopping, a 2,5 quilômetros
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da Esplanada dos Ministérios e 3,4 quilômetros do Congresso Nacional, por exemplo. A cerca de dois quilômetros do Estádio Mané Garrincha, abriu a tempo de receber hóspedas da Copa do Mundo da Fifa. As facilidades do hotel vão de café da manhã gratuito e wi-fi incluído na diária, que, segundo o CEO da rede, Francisco Calvo, é a “mais competitiva da região”. Estão classificados também como cortesia o uso da academia, piscina aquecida com borda infinita e sauna integrada com a piscina. O centro de eventos do Cullinan Hplus comporta até 284 pessoas. Além do Cullinan, a Hplus abriu as unidades Athos Bulcão Hplus Executive, Fusion Hplus Express+, Vision Hplus Express+ e Saint Moritz Hplus Express. Mas as intenções de expansão não param por aí. A rede irá sair um pouco do Centro-Oeste para con-
Francisco Calvo, da Hplus, fez rápida apresentação no Next Brasília
centrar a inauguração de cinco hotéis no Sudeste e Norte: São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas, Pará e Tocantins. Os projetos ainda não têm bandeira nem data de abertura definidas. Mas Calvo já adiantou que haverá mais novidades. À parte dos empreendi-
mentos já anunciados, a companhia irá anunciar em breve a chegada no Nordeste. “Será de frente para o mar”, prometeu o diretor executivo. Agora, resta apenas se instalar no Sul e fincar a bandeira da Hplus para ter ao menos um hotel em cada região do Brasil. p
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> Henrique Santiago — Goiânia
Ícone goiano A HISTÓRIA RECENTE DE GOIÂNIA CONFUNDE-SE COM A DO CASTRO’S PARK HOTEL. ÚNICO CINCO ESTRELAS DA CAPITAL DE Goiás, o empreendimento – independente, diga-se – foi inaugurado em novembro de 1986 após o empresário e agropecuarista Olavo de Castro tirar um antigo projeto do papel. Localizado em uma área privilegiada do setor oeste da cidade, o hotel era, à época, um dos poucos prédios erguidos na região. Goiânia cresceu nas últimas três décadas e foi apenas uma questão de tempo para marcas de fora se instalarem no local, acompanhando a bandeira fincada pelo Castro’s Park.. O uberlandense Castro deixou Minas Gerais ainda criança para fazer sua vida no Centro-Oeste. O fundador, aliás, morreu no início de 2017 aos 92 anos — Goiânia tem 83. Diz a lenda que ele decidiu abrir o novo negócio que leva o seu nome após ter sido mal atendido em um hotel. Apenas história, pois ele queria deixar mesmo um legado como retribuição. Mas é verdade que ele morou no Castro’s até os últimos dias de sua vida. A propriedade é comandada pelo neto, o empresário Olavo de Castro Araújo, desde 1996 – o seu avô permaneceu como presidente até falecer. O gerente geral explica por que o empreendimento é tão importante para Goiânia. “Naquela época [anos 1980] não havia hotéis de grande porte e com infraestrutura. O Castro’s ajudou a trazer os eventos para a cidade. Os principais congressos e artistas já passaram por aqui”, recordou, citando Paul McCartney, Roberto Carlos, Scorpions, a seleção brasileira de fute-
bol, entre outros. A chegada de bandeiras nacionais e internacionais nos últimos anos tornou difícil para o Castro’s Park bater de frente com a concorrência. Uma vez independente e de família, a propriedade tem no atendimento a resposta para angariar novos hóspedes e fidelizar os antigos. Junto com a instalação de novos players veio também a mudança no comportamento do consumidor. “Nossa estratégia é melhorar serviço. Se focássemos em infraestrutura, ficaríamos para trás. Os clientes estão mais exigentes hoje em dia. Querem mais por menos. A internet, para dar um exemplo, é essencial e temos de melhorar sempre”, suscitou. Investimentos e reparos têm de ser feitos em qualquer hotel, ainda mais com a concorrência ao redor. Um prédio com mais de 30 anos como o do Castro’s passa por “check-ups” frequentes, garante o gerente. O último deles, porém, teve de ser interrompido com o agravamento da crise econômica, em 2015. As banheiras começaram a ser retiradas dos 170 quartos, mas a reforma parou no meio do caminho. A iluminação mais clean e a troca de pisos dos corredores também estão fora do escopo, ao menos para este ano. Já a revitalização do centro de convenções, um dos chamarizes para atrair o viajante de negócios, é colocada para mais adiante. Embora tenha começado a enxergar a luz no fim do túnel, Castro Araújo se mostra mais para conservador para se arriscar em novos projetos. Em quase dois anos, o quadro de funcionários foi enxugado de 160 para os atuais 136.
Olavo de Castro Araújo, gerente da propriedade que leva o nome de seu avô
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Fachada do hotel que completa 31 anos em 2017
“Nós não reduzimos no atendimento. Cortamos sem prejudicar essa parte e tenho certeza que o nosso cliente não percebeu”, avaliou. Segundo ele, o planejamento estratégico do hotel ainda está em desenvolvimento após o faturamento de 2015 e 2016 fechar no vermelho. É certeza, no entanto, que entrará ainda este ano um programa de fidelidade para os hóspedes frequentes. Entre as facilidades, estão desenhados upgrades automáticos, pontos Multiplus e descontos em pacotes. Além da ameaça desses players por perto, o gerente acredita que o maior desafio de um hotel independente é lidar com os custos na calculadora. Por outro lado, tornou-se ainda mais difícil fazer frente aos competidores após os mesmos abaixarem exponencialmente o preço da diária média. Castro segurou os valores da propriedade até onde deu, mas cedeu no início deste ano. O fato de um Mercure ou Blue Tree terem maior alcance na distribuição de seu inventário não intimidou Castro a investir em seu próprio
canal de vendas. Em um ano, as reservas pelo site do hotel deram um salto de 1% para 8%. A central de atendimento permanece como o meio mais popular, seguido por agências de viagens on-line (OTAs) e GDS. Vender o hotel é uma possibilidade futura? “Nossa resposta sempre foi não, mas estamos sempre abertos. Ainda não houve uma proposta irrecusável, algo que envolva a nossa permanência na administração, sei lá. Mas vamos seguir trabalhando para nos mantermos como o hotel número um de Goiânia”, encerrou.p
BANCODEDADOS Castro’s Park Hotel: ll 170 quartos ll 11 salas de eventos ao total para até 700 pessoas ll 2 restaurantes ll Piscina, spa, academia, salão de jogos, business center e brinquedoteca Site – www.castrospark.com.br
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Férias
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Ana Luiza Tieghi
Fuga de
inverno FALTA POUCO MAIS DE UM MÊS PARA AS FÉRIAS DE JULHO E, COM A FAMA DOS BRASILEIROS DE DEIXAR TUDO PARA A ÚLTIMA HORA, é esperado que muitas pessoas ainda procurem as agências de viagens (e outros canais de venda) para garantir uma escapada durante o período de folga. Mês que já foi considerado de alta temporada, mas que para muitos destinos é apenas média, julho se caracteriza pelas ofertas de esqui na América do Sul, frio na Serra Gaúcha, famílias nos Estados Unidos, adultos na Europa e, claro, Nordeste sempre, para quem busca sol e praia a qualquer época do ano, Conversamos com especialistas das operadoras de viagens e associações do setor para entender o que os passageiros brasileiros estão buscando para essa época do ano, quais são os destinos que valem a pena ficar de olho e as dicas para vender mais e melhor. > Continua na pág. 22
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Mergulho no mar das Ilhas Caiman
Divulgação/Lawson Wood
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PERSPECTIVAS
Mesmo com o cenário ainda complicado na economia, a Abav segue a tendência do mercado em apostar em resultados positivos. “Esperamos um crescimento de dois dígitos nas vendas de julho em comparação com o mesmo mês no ano passado”, disse o presidente da associação, Edmar Bull. “Tem bastante brasileiro viajando, as empresas aéreas estão aumentando o número de assentos”, acrescenta. A Azul anunciou que vai operar cerca de mil voos extras em 19 aeroportos, com foco nas férias. “Estamos muito entusiasmados com a chegada da alta temporada de julho. Neste ano, apostamos em novos mercados e, logicamente, nas regiões mais procuradas pelos turistas”, comentou o diretor de Planejamento de Malha da Azul,
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Daniel Tkacz. O Nordeste receberá a maior parte dos voos extras. A opinião positiva é compartilhada pela Braztoa. “Temos a estimativa de que 2017 seja melhor do que 2016 e são vários fatores a favor, como a estabilidade do dólar e a procura ainda alta por destinos tradicionais da época, como Disney e Caribe”, afirma a presidente da associação, Magda Nassar.
DESTAQUES
Os destinos de neve na América do Sul são a estrela da temporada. “Bariloche é o destino queridinho dos brasileiros em julho e está voltando com tudo”, diz o diretor de Produtos Internacionais da CVC, Fábio Mader, que promoveu campanha nacional de vendas para o produto Argentina na semana passada, atingindo todas as lojas CVC. A Argentina, inclusive, é o país que mais recebeu brasileiros
que viajaram para o Exterior pela operadora. No ano passado, o país recebeu 888 mil brasileiros no total, e espera-se para 2017 mais de um milhão, com foco na retomada de Bariloche e na diversificação de produtos a partir de Buenos Aires. Diversas companhias, como Gol, Azul e Aerolíneas Argentinas já aumentaram a oferta entre o Brasil e a Argentina, esperando aumento do fluxo de passageiros nos dois sentidos. Especialista em esqui, Meg Raimondo, da Sete Mares, indica a estação chilena de Portillo como a ideal para férias em família, por combinar atividades nas pistas e também fora delas, “além do acesso ser ótimo: somente um voo até Santiago e transfer terrestre até a estação”. Com duas décadas de experiência em destinos de neve, Meg recomenda viagens do tipo para famílias. “Propicia um entrosamento grande entre pais e filhos, que ficam juntos nas refeições, na piscina, ao redor da lareira e também nas pistas, descobrindo novas experiências e desafios”. Julho também é um bom mês para realizar o sonho de estudar fora do País e aprimorar um idioma. Segundo a presidente da Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio (Belta), Maura Leão, o clima tem um peso importante na hora de optar por um programa mais curto. Por isso, julho leva vantagem no hemisfério norte, que se encontra no verão. “Às vezes, durante o inverno a pessoa tem rinite, precisa investir mais dinheiro em roupas, é nosso trabalho dar orientação sobre isso”. Ela conta que, entre os destinos de língua inglesa, os mais procurados para esse período são Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Nova Zelândia e África do Sul. Quem quer ir para os Estados Unidos, porém, precisa ficar atento ao visto, se decidir fazer a viagem de última hora. “Em maio ainda dá tempo de fazer o visto, caso contrário, podemos sugerir um
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Edmar Bull, presidente da Abav
Magda Nassar, presidente da Braztoa
Fábio Mader, diretor de Produtos Internacionais da CVC
Meg Raimondo, especialista em esqui da Sete Mares
Maura Leão, presidente da Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio (Belta)
Eby Piaskowy, diretora de Marketing da Queensberry
Cristina Krenke, gerente de Vendas da New Age
Zoe Baillargeon, da Cascada Expediciones
país que não tenha essa exigência ou até mesmo não peça passaporte”, explica. Ela lembra que a Europa não exige esse visto para até três meses de permanência, enquanto na Nova Zelândia o visto é emitido na entrada do país e, no Canadá, há a recente facilitação por meio do visto eletrônico para passageiros que já tiraram a permissão antes ou que possuam o visto americano. Se a ideia é embarcar adolescentes, os programas de férias que acontecem em julho nas escolas de idioma, e que unem aprendizado, lazer e acompanhamento, são sucesso garantido.
mudar de hábito e se planejar com mais antecedência, mas a crise econômica e as incertezas políticas reverteram esse processo. Para Eby, os pacotes da Contiki são ideais para as famílias que não conseguem viajar juntas nas férias, devido a conflito de datas no trabalho. Com eles, os jovens viajam com guias locais e outras pessoas da sua mesma faixa etária, de todas as partes do mundo. “É uma ótima opção de presente, os avós podem dar aos netos, os tios para
os sobrinhos, é um bom presente de formatura, por exemplo”, destaca. Na Queensberry, Eby afirma que os tours em geral estão “bastante lotados”, tanto para viagens em grupo, quanto individuais, de famílias que montam um pacote para contemplar várias gerações. Para esses viajantes, a Europa é o destino mais procurado, mas nem sempre do modo mais tradicional. “As pessoas também buscam pequenos vilarejos na França, Itália, Inglaterra ou Espanha, mais charmo-
sos, para fugir do turismo de massa”, conta. A influência dos adolescentes nesses grupos é clara. “Eles recebem muita informação de viagem pela internet, e já impõem uma ideia para a família, que acaba embarcando”, explica. “Não depende tanto do agente de viagens para aconselhar”. Na New Age, a grande procura no momento é por circuitos em Portugal, Londres e Paris. A gerente de Vendas Cristina Krenke também ressalta os circuitos para o Leste Europeu e viagens para Caribe e Orlando para essa época do ano. Orlando ganha destaque com a abertura de novos parques e atrações, como o aquático Volcano Bay, da Universal, e a terra de Avatar no Disney’s Animal Kingdom, em Walt Disney World. Também em junho o Sea World Orlando reinaugura sua famosa montanha-russa Kraken: agora o percurso é feito com o participante usando óculos de realidade virtual. Essas novidades se somam à abertura da atração Race Through New York Starring Jimmy Fallon, que abriu no Universal Studios. “Circuitos europeus são indicados para famílias com adolescentes, por ser algo mais cultural, enquanto Orlando e Caribe são para qualquer tipo de família”, afirma Cristina.
JOVENS TURISTAS
Falando em jovens, os pacotes da operadora internacional Contiki, também comercializados no Brasil pela operadora Queensberry, são focados nos millennials, as pessoas que têm entre 18 e 35 anos. Para esse público, os destinos mais requisitados são França, Itália e Croácia, assim como China e Sudeste Asiático, além de Austrália, Nova Zelândia e Califórnia. “Os jovens querem explorar o mundo”, diz a diretora de Marketing da Queensberry, Eby Piaskowy. Ela acredita que a procura por esses pacotes ainda vai se intensificar, pois os brasileiros estavam começando a
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Parque nacional de Torres del Paine, o Chile
DESTINOS PARA FICAR DE OLHO ALÉM DOS DESTINOS MAIS TRADICIONAIS, HÁ MUITAS NOVIDAdes e lugares ainda subestimados pelos viajantes, mas que possuem potencial para as férias de julho. No Chile, além das conhecidas estações de esqui, também é possível aproveitar o Deserto do Atacama, longe do calor e das aglomerações do verão. “Há muitas atividades adequadas para famílias, como caminhadas fáceis e observação de animais silvestres e de estrelas”, aponta a coordenadora de Mídia da Cascada Expediciones, Zoe Baillargeon, operadora chilena que também trabalha com o mercado brasileiro. Outra sugestão dela é o Parque Nacional de Torres del Paine, que abriu recentemente uma trilha para inverno, chamada Winter W Trek. “Ela está prometendo ser uma grande fonte de vendas, já percebemos muito interesse dos viajantes”, conta. Para férias mais calmas e relaxantes, a dica é a região vinícola do Chile, como o Vale do Colchagua. Fora da neve, duas profissionais entrevistadas citaram a África do Sul como aposta para a temporada. “Dá para levar jovens a partir de dez anos e as tarifas estão muito boas”, afirma Cristina, da New Age. O destino também é indicado pela Queensberry, apesar de frisarem que é um pouco frio em julho. “É muito bacana porque mistura lodges pequenos e aconchegantes, boa comida, bons vinhos e cultura”, conta Eby. “Agrada passageiros dos oito aos 80 anos”. Para os jovens, Eby destaca Galápagos e Peru como ótimos destinos para quem gosta de aventura. Para estudar, Maura Leão, da Belta, dá a dica de Malta, ilha europeia colonizada pelos ingleses e que atrai muitos jovens da Ásia e da Europa durante o verão local. “Tem um custo-benefício interessante”.
APROVEITE
Pacote escolhido e cuidados tomados. Agora é a hora de oferecer complementos para a viagem. Além do seguro de viagem, de saúde e do bilhete aéreo, as férias são um bom período para sugerir extensões dos pacotes, já que o viajante conta com mais dias de folga. “É possível pegar as pontas de entrada e saída e completar o roteiro só pagando as diárias de hotel, não é nada de outro mundo para o cliente”, aponta Eby. Zoe Baillargeon, da Cascada Expediciones, concorda que ao conhecer bem seus clientes, fica mais fácil sugerir day trips e outros programas adicionais para a viagem. Além disso, estar ligado nas ofertas para os destinos é outro fator que ajuda a vender mais. “Para este inverno, temos a promoção Descubra o Inverno no Chile, em que ao comprar de um dos nossos programas em Torres del Paine, Atacama, regiões vinícolas ou esqui nos Andes, o cliente poderá escolher entre uma noite grátis de hotel ou um tour Bike & Wine”, conta.p
África do Sul
ATENÇÕES NECESSÁRIAS Julho é sinônimo de férias em família, e para que tudo corra bem na viagem, o agente precisa estar atento aos detalhes. “É importante traçar o perfil do consumidor e buscar um destino que agrade a todos”, destaca Eby. Vale a pena gastar um tempo tentando conhecer seu cliente mais a fundo para poder indicar a melhor viagem para o perfil dele e de sua família. “Esse passageiro vai voltar feliz, ele sente uma confiança no trabalho do agente e não vai largar dele”, afirma a diretora de Marketing da Queensberry. Se a viagem é só para as crianças e adolescentes, é fundamental ter cuidado com as documentações exigidas. Como explica a presidente da Belta, menores de idade precisam de autorização dos dois pais para fazer viagens internacionais. Se um dos pais for falecido, é preciso embarcar com atestado de óbito. “São pequenas coisas que podem virar um pesadelo se você não for bem orien-
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tado”, afirma Maura. Aí reside a importância de um bom agente de viagens e uma empresa qualificada. “Às vezes a pessoa compra pela internet e não presta atenção nesses detalhes”. Verificar a exigência de vistos e certificados de vacinação também é essencial. Para intercâmbios, Maura explica que vale aconselhar os adultos a evitarem o período de julho para frequentar as escolas de idiomas, se possível, pois elas ficam repletas de adolescentes. “Em outros meses é mais tranquilo e as passagens ficam mais baratas”, destaca. Viagens para destinos de neve também precisam de atenção especial. Cada estação tem um perfil diferente, e o agente precisa conhecer seu cliente para indicar a melhor opção. “É comum o cliente pedir por Valle Nevado (Chile) acreditando que encontrará uma cidadezinha, por exemplo. Se o agente tivesse se informado e explicado como é Valle Nevado, o cliente provavelmente teria mudado o destino”, conta Meg, da Sete Mares. Segundo ela, outro erro comum é os agentes não repassarem aos clientes as informações que as operadoras dão sobre o estado da neve. “Quando o cliente chega no destino, fica frustrado. Se o agente tivesse avisado antes e preparado o cliente, tudo correria bem”, afirma.p
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Férias
As melhores opções
para a Europa
Museu do Louvre em Paris
A EUROPA É UM CONTINENTE DE DESEJO PARA MUITOS, E NÃO É POR ACASO. AS GRANDES CIDADES, QUE FORAM cenário para momentos históricos da civilização, as praias, as montanhas e tantos outros belos cenários, tudo isso continua presente na imaginação de todo tipo de viajante, desde os mais experientes até os iniciantes. Não é um sonho? E as melhores opções para chegar ao Velho Continente estão na Air France e na KLM, independentemente da classe em que o passageiro viaje. Ter maneiras ágeis de realizar o check-in e escolher o assento de preferência pode fazer toda a diferença na experiência de viagem. Ambas as companhias estão cientes disso e oferecem aplicativos incríveis para que o passageiro passe menos tempo checando e confirmando tais informações, guardando energia para planejar as atividades que vai realizar em seu destino final. O viajante pode, por exemplo, escanear seu passaporte para acelerar o preenchimento dos dados, já que
Um dos canais que cruzam a cidade de Amsterdã, na Holanda
as informações, que ficam protegidas em seu perfil, são memorizadas para as próximas reservas. Também fica disponível, mesmo off-line, o cartão virtual da conta no programa de fidelidade da Air France, Flying Blue, que também pode ter suas passagens-prêmio gerenciadas pela ferramenta. Os aplicativos permitem ainda comprar passagens, consultar e modificar reservas e desfrutar das ofertas de parceiros, como hospedagens, traslados, atividades e aluguel de carros. Além, é claro, do passageiro receber, em tempo real, notificações da sua viagem. Quanto maior o interesse do cliente por conectividade, maiores os benefícios que ele pode obter. Usuários de Iphone, por exemplo, podem instalar o aplicativo em seu celular e conectá-los ao seu relógio Apple Watch, permitindo todas as funções já mencionadas também nesse dispositivo, com a vantagem extra de ser avisado de qualquer alteração sem nem precisar pegar o celular, diretamente no seu pulso. E quem também pode contar com a Air France durante a viagem
são as crianças. O aplicativo Kids dá asas à imaginação dos pequenos, que podem até animar em três dimensões o desenho que coloriram, diretamente no smartphone ou tablet. Agora, no momento do embarque, o cliente já está envolto às identidades de Air France e KLM. Ambas são tradicionais, cada uma ao seu estilo particular. Enquanto a primeira traz os ideais franceses de liberdade e sofisticação à tona, a holandesa trata a tradicional receptividade holandesa de forma extremamente dedicada.
TRÊS DESTINOS, UM BILHETE
Tudo isso não faria muita diferença se não fosse aliado a uma excelente rede de conectividade aérea. E o grupo Air France-KLM oferece aos seus clientes dois hubs poderosos na chegada ou saída da Europa, seja no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, ou em Schiphol, em Amsterdã. Essa vantagem imbatível possibilita que o
passageiro visite até três destinos diferentes em um só bilhete. É possível fazer paradas nas capitais francesa e holandesa, tanto na ida quanto na volta, e ainda conhecer um terceiro país. São 328 destinos em 118 países, para que o passageiro escolha, com total liberdade, o lugar que quer conhecer nas suas férias.
CLIMA IDEAL
Esses benefícios são ainda mais importantes conforme chega a alta temporada europeia. Durante o verão no hemisfério norte, que vai de junho a setembro, a disposição e alegria são apresentadas diariamente a turistas e moradores, que aproveitam os parques e a natureza como em nenhuma outra estação. As ruas ficam movimentadas, o comércio se intensifica, as atrações culturais mudam de cara e se tornam mais alegres e vibrantes. Seja para qual cidade for, a Europa é sempre mágica para se visitar, e a melhor opção para chegar até lá é de Air France e KLM. Boa viagem!
INFORME PUBLICITÁRIO
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SurFACE
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Luxo em Copacabana
Copacabana voltou a protagonizar a cena hoteleira do Brasil. Depois da chegada do Hilton, em substituição do Windsor Atlântica, foi a vez da Accor Hotels fazer um grande anúncio nesta que é uma das mais nobres áreas do Rio de Janeiro. Trata-se da primeira bandeira Fairmont no País, no hotel que até então era Sofitel Copacabana. A propriedade de luxo será aberta em aproximadamente 14 meses e manterá os 400 quartos da Sofitel, além de centro de convenções de 800 lugares. Ele se diferenciará da concorrência, segundo a Accor, principalmente pelo design, gastronomia e lançamento de tendências. Serão investidos R$ 250 milhões na mudança de marca, prevista para outubro de 2018.
Rextur Goiânia
Todo o excesso de ligações de praças como Salvador, Recife, Fortaleza e Campo Grande da Rextur Advance, além de mercados servidos por profissionais em home-office, agora é atendido na central de atendimento da consolidadora em Aparecida de Goiânia, vizinha à capital do Estado. São 20 funcionários sob o comando de Angela Almeida na central que também concentra todas as emissões nacionais e internacionais. A meta é chegar a 50 funcionários no escritório em breve, e o espaço físico já foi planejado para isso. Fale com a Central de Aparecida de Goiânia pelo (62) 3878-2777, e com sua gerente pelo angela. almeida@rexturadvance.com.br.
De saída
Equipe da Rextur Advance na central de Aparecida de Goiânia
Nova aérea
Uma nova operadora de transporte aéreo de passageiros iniciará suas operações no próximo dia 15. Com base no Aeroporto da Pampulha, na cidade de Belo Horizonte, a Linha Aérea Redentora terá voos entre Brasília e Belo Horizonte, com escalas nas cidades de Paracatu e Patos de Minas (ambas em MG). Os voos serão operados com aviões EMB–110 Bandeirante.
A CNT foi a segunda consolidadora a deixar a Air TKT no espaço de uma semana. O presidente André Henry Khouri afirmou que sua saída não tem ligação com a da Rextur Advance, nem com questões comerciais, embora o empresário não tenha especificado a razão. Ele agradeceu o tempo passado na entidade especialmente pelo relacionamento e aproximação com os demais associados. Um dos aspectos que pesaram na decisão foi a guerra da Air Tkt contra consolidadoras que compram outras consolidadoras . "Eu cresci assim. Não posso concordar com isso", disse André Khouri.
Ponto a ponto ● A ex-Nascimento, Visual e Nova Operadora Janaina Pi é a nova executiva de Contas da MMTGapnet para Campinas (SP) e região. ● Richard Solomons vai se aposentar e deixar o cargo de CEO do Intercontinental Hotels Group (IHG) em 30 de agosto. Em seu lugar foi anunciado o atual COO, Keith Barr.
Nova gerente São Paulo
A Copa Airlines segue compondo seu quadro de executivos desde que o cargo de vice-presidente de Vendas foi assumido por Christophe Didier. Agora foi a vez da companhia panamenha anunciar Mariana Trevizan como nova gerente de Vendas para São Paulo e Interior. Com a contratação da ex-Etihad, SAA e British, Jacqueline Ledo passa a gerenciar a área de Vendas de Belo Horizonte, Brasília, Manaus, Rio de Janeiro, Recife e Porto Alegre, onde a Copa mantém operações. As duas executivas serão comandadas pelo gerente Brasil Emerson Sanglard.
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● O Etihad Aviation Group também está trocando de CEO. James Hogan está se despedindo da posição e dando lugar a Ray Gammel, que assume de forma interina a partir de 1º de julho. ● Ex-Cosmpolitan of Las Vegas e Exotics Racing, o brasileiro Al Santos agora é diretor de Vendas Internacionais e de Lazer da Sundance Helicopters, em Las Vegas. ● A rede Iberostar anunciou a contratação de uma nova gerente de Contas, Fernanda Belaunde, que atuará em São Paulo, e Mairileide Gama, que será assistente de Vendas em Manaus.
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corporativo
www.pancorp.com.br
Tarifa light
Os bilhetes emitidos a partir de 20 de junho com a Gol oferecerão tarifa mais baixa, chamada pela companhia de light , para quem não despachar bagagens. As atuais tarifas programada e flexível continuam a incluir uma bagagem de até 23 quilos e a classe Gol Premium, disponível nos voos internacionais, dois volumes do mesmo peso. A Gol também dá o direito de o cliente despachar a bagagem, mesmo com a tarifa light , caso mude de ideia. Esse serviço poderá ser contratado à parte por R$ 30 nos canais de venda e R$ 60 no balcão. p Rubens Schwartzmann, presidente da Abracorp
Em alta
O segmento de viagens corporativas demonstrou reaquecimento durante o primeiro trimestre de 2017, puxado principalmente pelos resultados do setor aéreo nacional e internacional. É o que indica a pesquisa de vendas realizada pela Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp) com suas 30 associadas. Segundo a entidade, o faturamento total do período teve alta de 10,2%. O aéreo internacional teve crescimento de 21,3% nas vendas no período, atingindo um faturamento de mais de R$ 876,3 milhões. A Abracorp destaca o desempenho positivo da Tap, com maior crescimento na rota para a Europa (72,5%), e da Delta (54,2%), por conta rota Brasil-Estados Unidos. O doméstico cresceu 13,1%, com mais de R$ 1 bilhão em vendas.p
Repaginada A Kontik Viagens lançou sua nova logomarca, com destaque para a retirada do nome Franstur. Após avanços em tecnologia, implementação de novas áreas e reorganizações internas, chegou o momento de criar um novo logo, segundo a empresa. Agora em vermelho e cinza claro, teve o nome Franstur e Turismo retirado e dá alusão a rotas e movimento. O objetivo da Kontik com a nova logomarca é trazer inovação e renovação a uma marca já tradicional no mercado.p
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