Jornal PANROTAS 1.159 - Fórum PANROTAS 2015

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Edição 1159 - Ano 22 25 a 31 de março de 2015



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25 a 31 de março de 2015 JORNAL PANROTAS

DESTAQUES DA EDIÇÃO

Páginas 12 a 18

ENTREVISTA: Sylvio Ferraz e seus sócios na MMTGapnet

Páginas 20 a 41

Turismo ainda atrai jovens empreendedores? Leia e confira Páginas 54 a 63

ESTUDO: O potencial brasileiro, segundo o WTTC

Páginas 68 a 72

Gol, Delta e Air FranceKLM. Como funciona a sinergia na área comercial Páginas 90 a 92

PORTAS ABERTAS: Tap Portugal em São Paulo Páginas 107 a 109

CEO vem ao Brasil e explica a Nova Alitalia

Páginas 123 a 130


04 Editorial

25 a 31 de março de 2015 JORNAL PANROTAS

> Artur Luiz Andrade > artur@panrotas.com.br

Assista ao editorial comentado na versão digital do JP

Olhe p a ra to do s o s l a d o s A edição especial do Jornal PANROTAS para o Fórum PANROTAS 2015, em formato de revista, e o próprio evento são oportunidades de debate, inspiração, reflexão, análise, constatação e até de deixar as dúvidas chegarem para posterior tomada de decisão. Mais que tudo são boas janelas para observar. Tanto aqui no papel quanto no palco, nossas escolhas foram para empresas, profissionais e cases que movimentam o turismo. Para frente. Não importa o tamanho. Não importa o segmento, importa a ação, a intenção, a estratégia. Não é fácil olhar para o lado de forma neutra, e ao mesmo tempo canalizando as boas ideias para o seu negócio. Sem inveja (seja ela branca, vermelha ou amarela), sem complexos (de inferioridade, de feiura,

de pobreza), sem querer copiar e fazer tudo igual ao outro, quando adaptações são necessárias ao nos inspirarmos em boas ideias. Então o exercício mais adequado é deixar as ideias entrarem e se embaralharem no cérebro, depois pesquisar, tirar dúvidas, pedir conselhos até... amadurecer a decisão... e então agir. Mas, vale dizer, isso tudo hoje em dia em pouquíssimo tempo. Em um clique. Para não dar tempo de outro chegar na frente. Do cliente achar outras alternativas. Olhem para todos os lados. Leiam com calma as reportagens especiais. Estudem os cases. Pode estar aqui uma das respostas que você procura. Ou no palco do Fórum PANROTAS. Nos corredores. No cafezinho. No assento ao lado do seu no avião.

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Check-IN

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Joe D’Alessandro,, presidente e CEO da San Francisco Travel Association, durante uma série de eventos promovidos pelo destino em São Paulo.

PANROTAS

1 Hotel Urbano e ROD2

DO PORTAL 12 a 18/3

não pagam e Avianca não embarca – em 18/3

Apesar do esforço do Ministério do Turismo, o fluxo de estrangeiros em nosso país ainda é absolutamente incompatível com nosso potencial. Depois de passar quase uma década congelado na marca de cinco milhões de turistas por ano, conseguimos atingir os seis milhões no ano passado, mas é um número ainda vexatório

Os brasileiros ficam cinco dias na cidade e já são o nono mercado para nós. Eles visitam não apenas os cartões-postais, mas percorrem várias regiões, saem para jantar fora, usam nosso sistema de transporte, fazem compras nos shoppings tradicionais e nas lojas de especialidade... Ou seja, são os turistas perfeitos

S

QUE A T S DE

Carlos Eduardo Cadoca, deputado do PCdoBPE, ao cobrar agilidade do Itamaraty para o processo de regulamentação da emissão de visto para turistas pela internet. A medida foi instituída em 14 de maio do ano passado, mas ainda não entrou em vigor.

2 Disney vai mudar nome de parque em Orlando – em 13/3 3 Schultz: como ganhar “dinheiro de verdade” sendo agente – em 18/3 4 Que alternativas têm os agentes contra alta do dólar? – em 13/3 5 CVC reúne 1,2 mil líderes de vendas em convenção – em 16/3 6 Ex-Queensberry, Artur Rufino busca nova oportunidade – em 13/3 7 Convenção CVC termina em instantes; confira mais fotos – em 16/3 8 Tam reforça rota SP Madri e inicia vendas de Barcelona – em 16/3

9 Azul Viagens inaugura primeira loja em São Paulo – em 12/3

10 Tam inicia certificação

A Avianca Internacional vem a público informar que a agência de turismo ROD2, também conhecida como Time Brazil, muito embora ostente selo de idoneidade Iata, não efetuou o pagamento de mais de 1,7 mil reservas de bilhetes aéreos para transporte com esta companhia, referentes a voos partindo de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo, com destino a Miami, Orlando, Lima e San José, com conexão ou escala em Bogotá ou Lima, todos a partir de 8 de março do ano corrente

comunicado da aérea sobre a polêmica envolvendo a Time Brazil e a Hotel Urbano. A companhia cancelou todas as reservas não pagas após recorrer de uma liminar da OTA que mantinha o embarque dos passageiros.

de seu primeiro Airbus 350 XWB – em 13/3

11 Nicole Kidman é nova garota propaganda da Etihad – em 16/3

12 Veja as primeiras fotos da convenção da CVC – em 16/3

13 Hotel Urbano abrirá loja física em Gramado (RS) – em 13/3

14 Tam premia as 10 agências de elite do Rio de Janeiro

15 Governo estuda concessão de aeroportos de três capitais – em 12/3


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#FICADICA PORTAL PANROTAS

CONECTE-SE COM A PANROTAS

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Novo blogueiro O gerente de Compras e Viagens e Eventos nas Américas para os grupos Ambev e Souza Cruz, Fernão Loureiro Tanaka, é o novo blogueiro do Portal PANROTAS. No blog.panrotas. com.br/gestordeviagens, ele trará o olhar do gestor de viagens e eventos de empresas. Fernão, que também integra o TMG e a GBTA, junta-se a outros quatro blogueiros que já escrevem sobre viagens corporativas: Edmar Bull, no Espaço Abracorp; Eduardo Murad, da Alagev, no Viagens Corporativas; Luis Vabo, no Distribuindo Viagens; e Viviânne Martins, no Inteligência em Viagens. “Esse conjunto de excelentes profissionais, todos referência no mercado, demonstram a importância que a PANROTAS dá ao setor de viagens corporativas”, comenta o editor-chefe Artur Luiz Andrade.

PANROTAS Notícias — app do Portal PANROTAS (na App Store e na Google Play) PANROTAS — app com versão digital das publicações da editora (somente para tablets, na App Store e na Google Play)

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Operadoras

Hiper Feirão de viagens

O 1º Hiper Feirão Flytour Viagens, que acontece entre 2 e 4 de outubro, em Santos (SP), contará com a participação de 140 fornecedores, 350 marcas, 12 secretarias de Turismo, atrações para crianças e famílias e 84 agências de viagens que efetuarão as vendas na hora para os dez mil visitantes que são esperados. Serão escolhidas as agências campeãs de vendas da operadora no Estado de São Paulo até julho. Cerca de 140 expositores poderão participar, promovendo seus produtos e distribuindo cupons de desconto que os clientes devem usar para fazer compras na feira, nas mesas dos agentes de viagens. “A Flytour inova mais uma vez. É um ano difícil, mas temos de acreditar em nós mesmos”, destaca o presidente do Grupo Flytour, Elói de Oliveira. O presidente da Flytour Viagens, Michael Barkoczy, disse que é um formato de evento que vai mudar a forma como fornecedores e agências apresentam e vendem seus produtos aos

Elói de Oliveira e Michel Barkoczy

clientes finais. “Modelo de feiras em que se passa recolhendo folhetos ou brindes não dá mais. Teremos uma feira vendedora, com promoções e produtos para todo tipo de cliente, que também encontrará atrações no evento”, disse ele, garantindo que a Flytour continuará apoiando os principais eventos voltados ao trade na indústria. Os visitantes vão retirar uma senha e serão atendidos por ordem de chegada pelas agências que

vão ficando disponíveis. Os estandes dos fornecedores distribuirão cupons de desconto para serem usados nas mesas dos agentes. Bancos como o Santander e cartões de crédito estarão presentes para facilitar a forma de pagamento. “Haverá dois balcões da Flytour, com nossos departamentos nacional e internacional, somente para tirar dúvidas dos clientes sobre os roteiros e pacotes e encaminhá-los à área de agências”, continua

Barkoczy. “A sinergia entre fornecedores, clientes e agências é o grande diferencial do evento. Nunca houve algo parecido no turismo e temos certeza que a Flytour faz história mais uma vez, agora no lazer”, completou. O evento já tem o apoio da Prefeitura de Santos e do Mendes Convention Center, onde será realizada. Para mais informações: www.hiperfeiraoflytour. com.br.p





12 Operadoras

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> Artur Luiz Andrade

Maior e mais diversa

VEM AÍ UMA NOVA MMTGAPNET. AGORA COM SYLVIO FERRAZ NO POSTO NUNCA ANTES OCUPADO DE CEO DA OPERADORA DO GRUPO GAPNET. Ferraz já foi sócio de Ivo Lins e Rui Alves, acionistas da Gapnet, em 1998, na criação da Tam Via-

gens, onde ficou até este mês. A partir de 1º de abril, vai diversificar produtos, intensificar a parceria com as agências de viagens e continuar a evolução da operadora, que, segundo Rui Alves, está entre as três maiores do País.

Ivo Lins, Sylvio Ferraz, Rui Alves e Arnaldo Franken

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Entrevista O Jornal PANROTAS ouviu com exclusividade os três sócios, juntamente com o também sócio da operadora Arnaldo Franken. Confira a visão de mercado e os planos da empresa para os próximos meses.

JORNAL PANROTAS — Como vocês viraram sócios em 1998 para criar a Tam Viagens? RUI ALVES — Nós tínhamos um business plan para uma operadora de companhia aérea e apresentamos ao Falco (Luiz Eduardo, hoje presidente da CVC), que era vice-presidente da Tam. Coincidentemente o Sylvinho e seu pai, Sylvio Ferraz, falavam com o Rolim (Amaro, ex-presidente da companhia) sobre um projeto similar. E o Rolim aprovou a ideia. Em um almoço na Gapnet, acabamos falando sobre o tema e decidimos unir forças. O Falco e o Rolim aprovaram e assim nasceu a Tam Viagens, em 1998, abrindo a área de lazer para a empresa e ficando conosco até 2001, quando foi comprada pela aérea. O Sylvio virou diretor da Tam Viagens e nós, no ano seguinte, juntamos nossa operadora com a MMT, do Arnaldo (Franken), e criamos a MMTGapnet.

Sylvio Ferraz é a grande novidade da empresa

JP — E qual era a atuação da MMT na época? ARNALDO FRANKEN — Atuávamos em Campinas e São Paulo, com um pequeno movimento, mas muitos contatos lá fora. A

Gapnet tinha a distribuição da Liberty Travel, dos Estados Unidos, e decidimos unir forças e a MMTGapnet foi crescendo e virou essa empresa referência no mercado, sempre ven-

dendo exclusivamente aos agentes de viagens. Não temos franquias, lojas próprias ou outra coisa. Nossa parceria está no DNA, é com as agências. > Continua na pág. 16



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JP — Nesse momento da criação da MMTGapnet a consolidadora Gapnet já estava em franca expansão pelo País? IVO LINS — Começando, mas a operadora e a consolidadora sempre tiveram estruturas separadas. A Gapnet se nacionalizou primeiro e hoje conta com 18 filiais. A MMT tem 14. São 360 funcionários na operadora e 330 na consolidadora. JP — Sylvio, o que é fundamental hoje para uma operadora do porte da MMTGapnet fazer sucesso? SYLVIO FERRAZ — Hoje uma operadora como a nossa precisa de escala. Para lidar com o mundo corporativo, ter sistema, falar bem com o fornecedor, ter um bom quadro de funcionários... Fazer tudo para que as agências fiquem com tempo para falar com seus clientes. Temos no mercado uma líder com uma escala absurda, mas a MMT já tem um nível bem significativo e já conseguimos usar os benefícios dessa escala. FRANKEN — Mas se formos olhar somente a venda para agências, não é tão grande a diferença da CVC (as vendas da CVC via agências multimarcas representam menos de 20% do faturamento de R$ 5 bilhões em 2014). JP — Qual a principal força da MMTGapnet? ALVES — O suporte que o

Rui Alves, Ivo Lins e Sylvio Ferraz, no lançamento da Tam Viagens, em 1998

agente de viagens precisa. Essa é nossa força. Nunca iremos concorrer com os agentes e lhe damos todo o apoio, como o Sylvio mencionou, para que as agências só tenham um foco: atender bem seus passageiros. E ainda temos a expertise da consolidadora, que atende uma rede pulverizada de agentes e sabe de suas necessidades reais.

JP — O operador vive um momento de fragilidade na cadeia produtiva do turismo? FERRAZ — Alguns sim, outros pelo contrário. Os que não se mexem, se preocupam com as OTAs e não agem, esses podem estar fragilizados. Os operadores têm de vender valor agregado, produtos personalizados. Tanto que a maior venda na MMTGapnet é o FIT, o tailor made, o monte sua viagem.

Temos tecnologia, profissionais e produtos para prestar esse serviço às agências.

JP — E qualquer tipo de produto se adapta ao tailor made? FERRAZ — Sim. Claro que para a Flórida e Nova York é mais fácil e temos produtos mais formatados, mas há destinos menos triviais, mesmo nos Estados Unidos, que requerem a expertise do operador e sentimos crescimento nessa venda. O perfil do que se vende mudou e não o trabalho do operador. E o agente, com nossa ajuda, pode conhecer mais seus clientes e antecipar necessidades, culminando em viagens inesquecíveis. JP — A ida ao cliente final é inevitável? FERRAZ — Os operadores estão virando on-line tour operators (OTO) em alguns

casos e isso reduz suas margens. Mas não quer dizer que só há o caminho do público final. Essa diminuição de margens nos força a buscar novos canais, tendo as agências como parceiras. Mas a questão não é apenas ser B2B ou B2C. O operador sofreu muito com as mudanças na distribuição, talvez porque não tenha acreditado que elas o impactariam. Mas impactaram. E quem não investiu cedo em integração com fornecedores, aumento de produtividade e tomou outras medidas sofreu impacto maior. Um dos grandes diferenciais dos operadores são os funcionários, a expertise deles. Quem não investe em treinamento, e isso a MMTGapnet e a Tam Viagens fazem muito bem, está em perigo. Assim, você vende bem e entrega adequadamente. Nessas em> Continua na pág. 18



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Sylvio Ferraz na empresa do pai, a Monark

presas, como CVC, Tam Viagens, MMTGapnet, o agente compra de olhos fechados, pois sabe que houve um investimento para se adaptar aos novos tempos.

JP — Uma operadora com o tamanho da MMT consegue atuar em nichos? FERRAZ — Consegue e deve. Mas é preciso conhecer bem sua rede de distribuição, para oferecer o nicho certo para as agências certas. Os nichos, assim como os destinos, exigem capacitação constante dos agentes, pois o cliente está muito bem informado hoje.

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Nesta imagem, como um dos sócios da PTO

Ele até pode chegar sabendo mais que o agente, mas o agente tem de ter o dom de transformar a viagem do cliente em um processo mais fácil, com valor agregado. É bem mais conveniente e confiável ter um agente de viagens, isso que o cliente tem de perceber. O conteúdo da internet não é necessariamente confiável. ALVES — Os próprios millennials, que todo mundo achou que desprezariam os agentes, passaram a considerar a compra de viagens com esses profissionais. A viagem assistida não vai acabar nunca. Ain-

da há muito espaço para crescer na venda indireta. Vamos trabalhar cada vez mais perto dos agentes.

JP — Você vai fazer alguma mudança na equipe, Sylvio? FERRAZ — Olha, até onde sei herdo uma equipe muitíssimo bem montada pela Ana Maria (Berto) e não vejo porque mexer no time. Voltei para empreender, diversificar e continuar o crescimento da MMT. É como voltar para casa, só não é mais porque não estou voltando para a Monark (operadora de seu pai). LINS — Sylvio veio para

implantar novos destinos, como o doméstico, novos nichos, novos projetos. Mas vale dizer que em cima de uma empresa consolidada. A MMTGapnet é uma referência para as agências de viagens. FRANKEN — Pela primeira vez teremos um executivo completo, que entende de finanças, vendas, tecnologia, administrativo. Isso será muito bom para a MMTgapnet. FERRAZ — Podem esperar muitas novidades, como o novo site, que a operadora lança nos próximos dias. Mas não posso falar. Por enquanto.p



20 Mercado

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> Danilo Alves

Sangue novo

A nova geração não quer apenas trabalhar em empresas promissoras, com melhores condições de trabalho e que proporcionem uma re-

lação sadia com a vida pessoal. Os jovens querem também apostar nos próprios sonhos. Querem fazer diferente. Foi para conhecer esta onda de empreendedoris-

mo que o Jornal PANROTAS encontrou seis profissionais que escolheram a indústria turística para escrever a própria história. São casos de amor, vislumbre e até mesmo pura

oportunidade que o segmento de viagens foi capaz de inspirar em cabeças que, definitivamente, tem outra visão de futuro.p > Continua na pág. 22



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O GDS do rodoviário

Cesário Martins investiu em tecnologia para o segmento rodoviário

Foi na manhã de uma segunda-feira que o co-fundador e co-CEO da Clickbus, Cesário Martins, recebeu a reportagem para contar um pouco da trajetória da empresa que está revolucionando a venda de passagens rodoviárias pela internet. Formado em Engenharia da Computação pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (Ita), o empresário de 29 anos afirma que a empresa nasceu com o objetivo de trazer tecnologia para o segmento. “Toda a indústria turística entrou para o mercado digital, exceto as empresas de ônibus. Segundo pesquisas, menos de 1% das passagens das viações são vendidas pela internet.

Nossa missão é reverter esse dado”, disse. Fundada em agosto de 2013, a Clickbus começou com cinco colaboradores no Brasil. Hoje são mais de 120, e com filiais no México, na Alemanha, Polônia, Turquia, Tailândia, nas Filipinas e no Paquistão. “Quando percebemos a distância que existe entre o digital e o rodoviário, vimos que isso não é apenas uma característica brasileira, mas que acontece também em países em desenvolvimento. E quando estudamos o motivo dessa distância, chegamos à conclusão que a causa é a tecnologia. Nós estamos

levando a nossa expertise para as empresas rodoviárias e mostrando a elas que é possível vender por meio de um aplicativo”, disse. Antes de fundar a Clickbus, Cesário trabalhou em outras empresas de e-commerce. “Acompanhei toda a mudança na produção e no consumo do mercado digital. Vi paradigmas serem quebrados e, a partir daí, comecei a discutir o projeto da Clickbus. Foi a vontade de fazer o cliente deixar de ter a necessidade de ir à rodoviária comprar bilhete que me fez empreender nesse negócio”, revelou. O fundador não está sozinho

na jogada. Ele conta com mais dois sócios: Fernando Prado, que responde pelo comercial, e Ricardo Contrucci, que cuida de toda a tecnologia. “A Clickbus é uma empresa brasileira que cresceu e foi levada para fora. Estamos exportando o nosso negócio e transformando outros mercados.” Atualmente, o portal de vendas de passagens de ônibus anunciou a integração de mais 13 viações à plataforma, contabilizando 44 das maiores companhias de ônibus do País. As novas parcerias fazem parte do plano de expansão nacional, com passagens para mais de 15 mil


23 rotas, atingindo três mil destinos. “Estamos focados em crescer e ganhar mercado. Se daqui cinco anos o comércio de passagens da indústria rodoviária vai superar o atual 1%? Vai sim, só não posso especificar quanto vai ser. Temos um espaço enorme para aumentar as nossas operações e vamos fazer isso”, garante. Apesar de ter trabalhado em empresas de outros ramos, Cesário garante que é com a Clickbus que ele se sente completamente realizado. Para ele, seu trabalho está dando força a um segmento e ajudando diversas empresas a se atualizarem tecnologicamente. “Quero ser o elo

de conexão entre as companhias rodoviárias e o passageiro de ônibus. No próximo Fórum PANROTAS eu quero estar palestrando sobre o crescimento do meu mercado.” De acordo com o executivo, a tecnologia está provocando uma renovação em todas as indústrias, inclusive no turismo. “É difícil mudar o jeito que as viações trabalham. Hoje, o passageiro, seja de avião ou de ônibus, está cada vez mais ligado à internet. Ele vai pesquisar preço, comparar uma coisa com outra e decidir o que vai comprar. Ou o mercado se adapta a esta tendência, ou sofrerá grandes consequências”, concluiu.p

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S a ib a m a is Cinco rotas mais vendidas pela Clickbus São Paulo (Tietê) — Rio de Janeiro Rio de Janeiro — São Paulo (Tietê) Rio de Janeiro — Belo Horizonte Belo Horizonte — Rio de Janeiro São Paulo (Tietê) — Curitiba Número de passageiros embarcados via Clickbus desde 2013: 650 mil Número de colaboradores no Brasil e no mundo: 132 funcionários, sendo 98 no Brasil Metas para 2015: continuar a expansão no mercado nacional e migrar cada vez mais o processo de compra off-line para o mundo on-line, além de aumentar o portfólio de empresas de ônibus na plataforma e se tornar um GDS do setor rodoviário.p Cesário Martins entre os sócios Fernando Prado e Ricardo Contrucci

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Tour adocicado

Paulinha Castanho comanda o Sweet Flavor Tour

Explorar o lado doce da capital paulista por meio de um tour por docerias em um dos principais bairros da cidade, o Jardins. Essa foi a ideia que Paulinha Castanho, 23, Kyu Bill, 29, e Daniel Resende, 30, tiveram quando criaram o Sweet Flavor Tour. A proposta é levar os participantes para conhecerem e se envolverem de maneira intimista com os locais visitados, já que em cada parada todos podem interagir com os proprietários e/ou gerentes, além de, é claro, saborear alguns de seus produtos. São diversas docerias visitadas a pé, em cerca de três horas de passeio. Foi na principal doceria parceira, a Rock Candy, que a sócia do Savor São Paulo, empresa que promove o Sweet Flavor Tour, Paulinha Castanho, contou um pouco de sua história e do projeto. Única turismóloga entre os sócios (Kyu é formado em economia e Daniel em direito), ela afirmou que a ideia nasceu com a vontade de inovar o mercado de receptivo em São Paulo com um tour gastronômico. A jovem empreendedora garante que, há dois anos, ninguém trabalhava com esse tipo de produto na cidade mais populosa do País. Com a garra e vontade de ver o segmento que atua

crescer cada vez mais, a agora empresária diz que, desde o começo, quando o Sweet Flavor Tour ainda estava no papel, os donos de docerias já se mostravam empolgados com o negócio e estavam interessados em participar. Prova disso é que a maioria dos estabelecimentos presentes no passeio participa até hoje do projeto. Com um grande know-how no segmento — a empresa é a mesma que organiza o Pub Crawl São Paulo, o famoso tour de bares e baladas —, Paulinha sempre esteve à frente do Sweet Flavor Tour. “Eu cuidei da montagem do trajeto, dos parceiros, da divulgação e da promoção, ou seja, de tudo, basicamente”, afirma. Hoje, o passeio ocorre aos sábados, às 14h, ou sob demanda, e atende grupos corporativos e de incentivo com, no máximo, 15 participantes. “É uma coisa que está se consolidando. O Savor São Paulo, como empresa, vem ganhando espaço, mas ainda faltam alguns passos para chegar ao nível que queremos. Somos uma equipe bem pequena, e isso impossibilita fazer diversas coisas, como aumentar o número de passeios”, explica. Segundo Paulinha, a empresa deverá lançar nos próximos meses o Tour de Brasilidades,


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que, como o nome diz, apresentará a gastronomia do País. Uma das sugestões será visitar um boteco da Vila Madalena, beber caipirinha e terminar o dia em uma casa de MPB. Questionada sobre a importância da inovação dentro do turismo, principalmente no receptivo, a turismóloga diz que o setor ainda é muito conservador e quadrado. “Todos na indústria devem pensar fora da caixa e deixar

de temer a novidade. Já aconteceu de algumas pessoas se assustarem quando ficaram sabendo que eu era sócia da Savor São Paulo com 23 anos. Os jovens estão aí e trazendo ideias novas para o setor, contribuindo com a evolução do mercado. Por qual motivo essas propostas são um sucesso? Porque alguém foi capaz de inovar e lançar uma coisa que não existia antes”, afirma. Para ela, o receptivo ainda não rece-

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S a ib a m a is Número de clientes que já fizeram o passeio: 1,7 mil Preço do tour: R$ 50, em média Horário do passeio: às 14h, aos sábados Site: www.savorsaopaulo.com.brp be a atenção merecida. “Antes da Copa não tinha nem placa em inglês. O mundial serviu para nos

impulsionar e mostrar que a cidade é acolhedora e tem muito para mostrar”, concluiu.p Paulinha é também uma das sócias da doceria Savor São Paulo

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Pague o quanto quiser

Rafael Freitas trouxe para o Brasil o conceito Free Walking Tour

Motivado por um mochilão pela Europa, em 2008, e outro pela América do Sul, alguns anos depois, Rafael Freitas, 29, decidiu trazer o conceito de Free Walking Tour para o Brasil. Mas o que seria isso? Segundo ele mesmo explica, “é uma onda que nasceu em 2004 como alternativa do city tour tradicional, focado em turistas independentes, que não viajam com pacotes ou passeios fechados. “Eu me surpreendi quando conheci o Free Walking Tour pela primeira vez. Na minha segunda experiência, já o fiz com um olhar mais crítico, com o objetivo de entender como era o trabalho e a organização em geral”, disse. Formado em Comunicação Audiovisual e com pós-graduação em Marketing, o jovem decidiu montar sua própria empresa, que hoje ocupa um pequeno escritório na avenida Brigadeiro Faria Lima, na capital paulista. A fundação ocorreu em 2011, mas foi em 2013 que o negócio foi aberto ao público final. “No primeiro ano optei por fazer diversas pesquisas de mercado e regulamentação burocrática da atividade. Foi nesse período que também acabei abandonado minha área de formação, onde já acumulava passagens pelas mais importantes emissoras de televisão do País, para focar no meu projeto.” Oferecer um panorama

histórico, turístico e cultural é o principal objetivo de Freitas. Atualmente, a SP Free Walking Tour conta com dois roteiros: Old Downtown, focado no centro histórico, e Paulista Avenue, que mostra a modernidade e a importância econômica da capital paulista. Todos os passeios são realizados em inglês, já que o público-alvo é o estrangeiro que visita a cidade, não possuem preço fixo e têm uma duração média de três horas. “Trabalhamos com a filosofia ‘pague o quanto acha que vale’. Geralmente os clientes deixam US$ 7 ou US$ 8”, revela. Outro benefício exposto pelo empresário é a ausência total de burocracia. O interessado em fazer qualquer um dos passeios só precisa aparecer no ponto de encontro combinado. Não é necessário reservar ou ligar com antecedência. Para Rafael Freitas, assim como Paulinha, da Savor São Paulo, o segmento de receptivo ainda tem muito a melhorar. Apesar de receber uma atenção maior nos últimos meses da SP Turis, o principal entrave é que, na visão do jovem empreendedor, a cidade nunca foi vendida como um polo para lazer. A promoção da SP Free Walking Tour possui duas > Continua na pág. 30



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frentes de comunicação: internet, por meio de sites de busca e redes sociais, e impressa, com flyers distribuídos em meios de hospedagens. E como quebrar paradigmas em um mercado tão competitivo? “A nova geração está mais tecnológica e cresceu ouvindo ‘não trabalhe sempre na mesma empresa’. Eles têm, ainda, menos medo de perder e correm atrás do que desejam. E é isso que estava faltando, não só no turismo, mas no mercado de trabalho como um todo”, explica o empreendedor.

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“Há quatro ou cinco anos, o turismo tradicional não conhecia o Free Walking Tour, não existia tour gastronômico ou o Pub Crawl”, completou. Se sentindo completamente feliz na nova área, Freitas não se arrepende de ter perdido os finais de semana e de trabalhar em horário fixo. “Para tudo há os dois lados da moeda. Isso foi o que eu quis e estou realizado por tudo que vem acontecendo”. Ele diz também que a falta de uma formação superior em turismo nunca o prejudicou, como muitos acreditam.

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S a ib a m a is Número de clientes atendidos: mais de 18 mil Público: 80% estrangeiro Preço do tour: não há valor fixo, o cliente paga o quanto acha que vale Site: www.saopaulofreewalkingtour.com Página no Facebook: SP Free Walking Tourp “Eu sempre viajei com um olhar bem crítico para as coisas. Minha base de comunicação e marketing

pesou mais no andamento da minha empresa do que os conhecimentos técnicos de turismo”, pontuou.p

Freitas abandonou a carreira para investir no próprio negócio

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Investindo em redes sociais

Daniel Barros abriu a empresa nos fundos da casa da namorada

Formado em Hotelaria e com pós-graduação em Marketing, Daniel Barros, 25, é mais um jovem empreendedor do turismo que optou por abdicar de um emprego em uma multinacional, com todos os benefícios, para abrir o seu próprio negócio: a Sintonia Turismo. Em sociedade com Karen Akiko Mariano, também formada em Hotelaria, o empreendedor decidiu ter uma empresa para suprir a demanda de clientes que desejavam viajar, mas não encontravam um verdadeiro consultor de viagens — apenas tiradores de pe-

didos. “Quando abrimos a Sintonia Turismo, em julho de 2014, optamos por focar nossas operações no on-line, já que os viajantes de hoje trabalham 12 horas por dia e vão decidir o destino da viagem durante o jantar em família”, afirma. O início da divulgação da agência aconteceu no chamado “boca a boca” com amigos e familiares. Os clientes chegavam diariamente e com “sede de compras”, segundo ele. Tanto é que no primeiro mês de operação, Barros notou que o negócio já havia começado a se pagar. Hoje, oito

meses depois da abertura, a Sintonia Turismo já fatura 50% acima do esperado. Para garantir a promessa de ser um legítimo especialista em viagens, o jovem afirma que, antes de qualquer cotação, é detectado o perfil do cliente. E como ser diferente diante de dezenas de agências de viagens que são abertas diariamente? “O atendimento on-line. Nós temos um portal interativo e fácil de manusear. Atendemos também via Facebook, o que facilita conhecer melhor quem está cotando com a gente. Observamos o

que o passageiro curte, o que ele gosta e posta em suas redes sociais e para quais locais já viajou. Investimos muito na nossa página, local onde postamos dicas constantemente, com o simples objetivo de criar um laço com quem está do outro lado do computador”, explica. A percepção que ele tem do próprio negócio é algo totalmente prazeroso, apesar de ter uma rotina muito mais intensa hoje em dia. A sede da Sintonia Turismo fica em um cômodo da casa de Karen, situada no bairro Fundação, em São Caetano do > Continua na pág. 34



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Sul. “Resolvemos montar esse escritório porque, mesmo com um atendimento focado em on-line, muitos clientes ainda preferem vir até aqui”, comenta. Investir sempre esteve nos planos de Daniel Barros, que já pensou em ter restaurantes e deliveries em geral. Mas foi no turismo que vingou o desejo de empreender, movido, segundo ele, pela paixão que nutre pelo segmento. Para ele, a crise econômica que aflige o País e alguns empresários não vai fazer com que as pessoas deixem de viajar. “O brasileiro gosta

Daniel Barros quer transformar a Sintonia Turismo em uma agência-modelo

34 de investir em viagens”, afirma ele, que defende maior presença de jovens no mercado de trabalho. Segundo ele, o modo de fazer negócios mudou, se comparado a alguns anos atrás. “Os profissionais mais velhos têm mais dificuldades para se adaptar às mudanças. E isso tem feito com que muita gente nova se dê bem no seu ramo de atuação”, completa. O fundador da Sintonia Turismo acredita que sair da caixa é a melhor forma de se quebrar paradigmas em um setor tão dinâmico e competitivo como o turismo. “Pacote para Punta Cana

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S a ib a m a is Segmentação do faturamento: lazer — 80% / corporativo — 20% Redes sociais: crescimento semanal de até 57% em seguidores no Facebook Perspectiva e ações futuras: expandir atuação no ramo de eventos e corporativo até equilibrar faturamento em todos os segmentos e expansão do time de atendimento Site: www.sintoniaturismo.com.br.p (República Dominicana) todos vendem. O ideal é agregar valor e oferecer serviços que ele não encontrará no seu concorrente”. E o que fazer

para ser diferente? Buscar conhecimento, estar antenado e participar do maior número possível de eventos e palestras ligadas à empresa.p

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Cardápio traduzido

Por meio de um app, Melina Guelman ajuda estrangeiros a escolherem pratos em restaurantes brasileiros

Graduada em Comunicação Social, Melina Guelman, 27, montou o seu negócio a partir de uma ideia que teve durante a Copa das Confederações no Brasil, em 2013. O Menu for Tourist é um aplicativo criado para quebrar barreiras linguísticas e levar o estrangeiro até o restaurante desejado. Ele permite ainda que o consumidor compreenda o cardápio e faça os pedidos mesmo sem falar uma palavra em português. A sacada está em possibilitar ao turista a leitura do cardápio em seu idioma e, após escolhida a refeição, mostrá-la em português para o garçom. Após uma estada de dois meses em Tel Aviv (Israel), e sentir na pele o que é não entender um cardápio em um idioma que não domina, Melina voltou para o Rio de Janeiro pensando em desenvolver o Menu for Tourist para evitar esse tipo de constrangimento para os estrangeiros que visitariam o País durante a Copa do Mundo de futebol. “Fiz contato com o Sebrae, que me apresentou a Riotur, que sabia do problema, mas que achava que estava em cima da hora para desenvolver uma ferramenta focada no mundial”, disse A empreendedora então aproveitou o torneio para visitar os albergues, hotéis > Continua na pág. 38



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e restaurantes e entender as principais dificuldades dos turistas internacionais na cidade. E, novamente, a comunicação na área de A&B ficou entre as maiores queixas. Após a constatação, e com a parceria do Sebrae, Abrasel, SindRio e Riotur, o aplicativo foi lançado em dezembro do ano passado. O Menu for Tourist também tem um grande apelo ao usuário brasileiro, que pode acessar os cardápios completos dos restaurantes em qualquer lugar, ver informações detalhadas, como foto, uma breve descrição, telefone e endereço, preços dos produtos e localização do restaurante no mapa. Segundo Melina, até a última contagem, a ferramenta já contabilizava com mais de dois mil downloads. Para aderir, os restaurantes pagam uma taxa de adesão de R$290, que dá direito a um tablet grátis com o aplicativo e o cardápio traduzido para os idiomas escolhidos. As mensalidades são de R$20 por idioma (sendo R$40 o valor mínimo referente a inglês e espanhol, os dois idiomas obrigatórios). O dono do restaurante pode também optar pela tradução em francês, alemão, italiano, japonês, mandarim e russo. “Esses oito idiomas correspondem a mais de 90% de turistas que chegam no Rio de Janeiro”, afirma Melina. “O aplicativo é o oficial da Prefeitura do

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Rio de Janeiro para os Jogos Olimpícos de 2016 e a Riotur será responsável por fazer toda a divulgação nos aeroportos, guias e nas revistas oficiais. Ou seja, todo turista que procurar por informações nos canais de divulgação da cidade será direcionado automaticamente para o Menu for Tourist”, completa ela, que revela que o investimento na ferramenta foi de R$ 150 mil. “Eu sempre tive vontade de abrir a minha própria empresa, ser dona do meu negócio. Graças a um curso que fiz pelo Endeavor, o meu lado empreendedor foi despertado e resultou no Menu for Tourist”, comenta. Apesar da pouca idade, Melina diz que começou a trabalhar muito cedo, com 16 anos, e isso a ajudou bastante. “Hoje eu tenho uma bagagem profissional muito grande, além de

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ter uma gama de contatos excelentes. E foi graças a essas pessoas também que eu consegui lançar o meu aplicativo”, disse. A empresária acha que o turismo ainda sofre muito com o atraso tecnológico. “Alguns donos de restaurantes e hotéis são atrasados. Eles têm medo da novidade. Eu, por exemplo, já comecei uma reunião explicando o que é um aplicativo. Dá para acreditar?”, questiona. De acordo com ela, seu trabalho é muito

mais convencer o mercado que é necessário se modernizar do que fazer ele aderir ao Menu for Tourist. “Para dar certo hoje em dia, o jovem precisa dar a cara a tapa. Eu dei a minha e estou colhendo os frutos. O ‘não’ a gente já tem. É só achar uma lacuna que não tem concorrente e pensar fora da caixa. Eu identifiquei tudo isso, peguei todo o dinheiro que eu havia juntado e busquei os melhores sócios e parceiros”, finalizou.p

S a ib a m a is Site: www.menufortourist.com Telefone: (21) 2532-3627 Aplicativo disponivel gratuitamente para download na Apple Store e Google Playp

Reprodução do aplicativo Menu for Tourist

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Hospede-se por horas

Aos 23 anos, Max já acumula a fundação de duas startups

A Hotelquando.com, primeira plataforma brasileira que permite reservar um hotel por pacotes de três, seis, nove ou 12 horas, foi criada por Maximiller Campos Máximo, 23. Administrador por formação, Max, como prefere ser chamado, garante que o espírito empreendedor sempre correu em suas veias. Com 18 anos, ele criou a sua primeira startup, a Cajado Virtual, um portal que vendia livros, CD´s, bíblias e outros artigos evangélicos. Mas foi sua outra paixão, o turismo, que o fez criar a Hotelquando.com. Depois de algumas viagens pela Europa, ele foi apresentado a uma ferramenta que permitia reservar um hotel por algumas horas, o tempo que ele precisava para trocar de roupa e tomar banho. “Quando conheci essa plataforma, decidi trazer esta ideia para o Brasil”, explica. Foi em agosto de 2014, pós-Copa do Mundo de futebol, que a empresa nasceu de fato. Sua criação envolveu estudos de mercado que duraram aproximadamente seis meses. “Identifiquei a demanda e fui atrás do investimento. Consegui com um amigo do meu cunhado, que tem muita grana e investiu R$ 100 mil”, revelou. Hoje, o portal conta com 67 hotéis cadastrados em praças como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Goiânia

(GO) e Manaus (AM). “Estou trabalhando em algumas integrações que me permitirão, em breve, trazer redes para o nosso site”, adiantou. Sua meta é audaciosa: ter um porfólio de 300 empreendimentos hoteleiros até dezembro. Max garante que quebrou paradigmas ao vender horas em hotéis, e não diárias, como o mercado estava acostumado. “Já recebi feedbacks de diretores de redes de hotéis e agências de viagens corporativas elogiando a iniciativa.” Uma dessas ajudas, como ele mesmo classifica, foi de Danilo Gonçalves, do Reserve. “Ele me recebeu no escritório do Reserve, me ajudou a entender o mercado corporativo e a saber se o turismo estava pronto para aceitar o modelo de negócios que eu estava propondo”, disse. Recentemente, o empresário anunciou um aporte financeiro de R$ 300 mil. Quatro investidores-anjo associados à organização privada Gávea Angels são os responsáveis pelo valor. De acordo com Max, esse valor inicial será aplicado principalmente em publicidade e na criação de aplicativos para as plataformas IOS e Android, com conclusão prevista até o final de maio. “No começo, nosso foco estava em validar o modelo de negócio e garantir o perfeito funcionamento do sistema,


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o que foi feito com sucesso, considerando o apoio de 67 hotéis”, afirma. “Esses resultados foram o suficiente para atrair a atenção de investidores. O foco agora é gerar volume.” Essa foi a primeira rodada de investimento no Hotelquando.com, mas não foi a última. Campos afirma que um próximo aporte está previsto para daqui seis ou oito meses, conforme escolha dos investidores. O valor do próximo investimento não está definido.p Campos conseguiu o apoio de investidores para alavancar o próprio negócio

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S a ib a m a is Site: www.hotelquando.com Número de hotéis cadastrados: 67

60%, 55%, 35% e 30%, respectivamente Volume de vendas: 300 reservas nos seis primeiros meses de operação

Meta de hotéis cadastrados até dezembro: 300

70% das vendas = três e seis horas (check-in manhã ou tarde)

Número de clientes na sua base de dados: 300

30% das vendas = nove e 12 horas (check-in noite e madrugada)

Economia (em %) para hospedagens de três, seis, nove e 12 horas, em relação as diárias convencionais:

Três maiores mercados para Hotelquando.com: São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeirop




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A gê nc i as d e v i agen s o n -l i n e

Os destaques de 2014 A DECOLAR.COM ELABOROU UMA PESQUISA COMPLETA SOBRE O QUE DE MAIS RELEVANTE OCORREU NA OTA NO ANO PASSADO. SOB O COMANDO DO DIRETOR GERAL PARA O BRASIL, Alípio Camanzano, a empresa agora é um dos investimentos da Expedia Inc., em uma parceria de US$ 270 milhões que prevê ação minoritária da gigante estrangeira e ampliação da parceria na oferta de hotéis.

Alípio Camanzano, diretor geral para o Brasil da Decolar.com

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< Continuação da pág. 44

Segundo o levantamento, um dos destaques foram as compras geradas pelos canais móveis. Mobile site e aplicativos para smartphones e tablets já respondem por mais de 15% da receita da agência. Superando a marca de dez milhões de downloads (mais de quatro milhões só no Brasil), o app gratuito da Decolar.com também coloca a agência na posição de liderança entre os aplicativos móveis do segmento na região. A ampliação da oferta de novos produtos também gerou ótimos resultados para a operação brasileira em 2014. De acordo com o Camanzano e equipe, enquanto o mercado nacional de cruzeiros retraiu 15%, as vendas de viagens marítimas pela Decolar.com aumentaram em 10%. Aluguel de veículos foi ainda melhor, com crescimento acima dos 40%. E por falar em carros, uma das inovações que impulsionou os resultados do ano passado foi o desenvolvimento e a implantação de uma ferramenta que facilita a integração de novas locadoras à plataforma e agiliza o processo de publicação do inventário disponível. A Decolar.com adota agora um sistema semelhante ao utilizado

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Camanzano na sede da empresa, em São Paulo

em outros canais (hotéis, por exemplo), possibilitando que as próprias locadoras parceiras publiquem e administrem seus inventários na plataforma. Dessa forma, em menos de um ano, a Decolar. com incluiu cerca de 500 novas locadoras do Brasil, da Argentina, do Chile, do México e do Uruguai.

Vale ressaltar que essa plataforma dá a oportunidade de locadoras de menor porte (que muitas vezes não possuem capital para investir em uma plataforma de venda ou integração on-line) a estarem presentes na agência on-line. Já o canal de tickets e tours, com ingressos

para parques da Walt Disney e da Universal ou musicais da Broadway e passeios por cidades turísticas, por exemplo, ampliou, e muito, as vendas mensais, gerando uma estimativa de 150% de crescimento este ano, segundo a empresa.p > Continua na pág. 48



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HÁBITOS DE CONSUMO BOA PARTE DA PESQUISA DECOLAR.COM ANALISA RESULTADOS E comparativos capazes de revelar

TICKETS E TOURS

os hábitos de consumo dos brasileiros de acordo com o tipo de produto contratado em 2014. Confira abaixo algumas constatações.

HOTÉIS

A atuação da equipe de Hotéis da Decolar.com, junto à hotelaria nacional, impulsionou as vendas de hospedagens de pousadas mais modestas a hotéis de luxo. Do inventário brasileiro veio um crescimento de 9,3% em 2014. Os destinos domésticos e internacionais mais procurados ressaltaram o tradicional comportamento dos turistas nacionais, que efetuaram preferencialmente (58% das reservas) o pagamento parcelado. Dentro deste cenário, a opção mais escolhida foi em seis vezes.

Vendas de diárias na Decolar.com

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Nacional 2014 São Paulo Rio de Janeiro Brasília Fortaleza Curitiba Foz do Iguaçu Salvador Natal Recife Belo Horizonte

Nacional 2013 Rio de Janeiro São Paulo Fortaleza Natal Salvador Brasília Foz do Iguaçu Curitiba Recife Florianópolis

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Internacional 2014 Orlando Buenos Aires Miami Nova York Santiago Miami Beach Montevidéu Las Vegas Paris Lisboa

Internacional 2013 Buenos Aires Orlando Miami Nova York Cancun Santiago Cidade do México Cartagena Las Vegas Bogotá

Disney segue no topo do ranking dos mais procurados

Em 2014, as principais vendas para viagens domésticas ocorreram em: Gramado (RS), Foz do Iguaçu (PR), Rio de Janeiro, Nata (RN)l, Maceió (AL), Fortaleza (CE), Salvador (BA), Recife (PE), Porto de Galinhas (PE) e São Paulo. No Exterior, os ingressos para os parques temáticos fazem cada vez mais sucesso e, no ano passado, os mais vendidos foram: Tickets Disney, Tickets Universal, Parques Seaworld, Legoland e Busch Gardens. Em relação aos traslados e city tours internacionais, as maiores demandas foram em Orlando e Nova York (Estados Unidos), Buenos Aires (Argentina), Cancun (México) e Santiago (Chile).

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Vendas de passagens aéreas na Decolar.com

PASSAGENS Os dez destinos nacionais preferidos em 2014 foram os mesmos do ano anterior, porém, com algumas alterações de posição dentro do ranking. Já no internacional, Lisboa (Portugal) e Montevidéu (Uruguai) entraram para o Top 10 de 2014 no lugar, respectivamente, de Londres (Reuno Unido) e Las Vegas (Estados Unidos). De acordo com as vendas de passagens aéreas, o tempo médio de permanência no destino visitado foi de quatro dias nas cidades brasileiras e 17 dias fora do País. As vendas à vista representam 22% do nacional e 29% do internacional. Quando as compras são parceladas, as opções mais selecionadas foram em dez vezes para viagens dentro do Brasil (20%) e em cinco vezes para o Exterior (30%).

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Nacional 2014

Nacional 2013

1

São Paulo

São Paulo

2

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro

3

Salvador

Salvador

4

Brasília

Recife

5

Recife

Brasília

6

Fortaleza

Fortaleza

7

Porto Alegre

Belo Horizonte

8

Belo Horizonte

Porto Alegre

9

Curitiba

Curitiba

10

Florianópolis

Florianópolis

Internacional 2014

Internacional 2013

1

Buenos Aires

Buenos Aires

2

Orlando

Orlando

3

Nova York

Miami

4

Santiago

Nova York

5

Miami

Santiago

6

Cancun

Cancun

7

Paris

Paris

8

Los Angeles

Los Angeles

9

Lisboa

Londres

10

Montevidéu

Las Vegas

CARROS No ano passado, os modelos econômicos e médios responderam por mais de 50% das vendas da OTA. O tempo médio de locação foi de três dias, dentro do Brasil, ou sete dias, fora do País. Para

Locações de veículos também estão em alta na OTA

retirada e uso do veículo em destinos nacionais, 70% dos clientes preferiram efetuar o pagamento no local – diferente dos casos internacionais, que derrubam esse índice para 33%.

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PACOTES

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CRUZEIROS

Em 2014, a área de pacotes apresentou aumento de 15%, em comparação aos resultados do ano anterior. Em média, os brasileiros optaram por roteiros com cinco dias (pacotes nacionais) ou dez dias (internacional) de duração. Ao contrário de hotéis e passagens, a compra parcelada em seis prestações foi a opção mais utilizada de pagamento. Para 2015, como mencionado anteriormente, aposta-se no crescimento dos pacotes nacionais. Mesmo assim, Buenos Aires (Argentina) e Orlando (Estados Unidos) deverão continuar no topo do ranking geral.

Vendas de pacotes na Decolar.com Nacional 2014

Nacional 2013

1

Natal

Natal

2

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro

3

Foz do Iguaçu

Fortaleza

4

Maceió

Salvador

5

Porto Seguro

Maceió

6

Fortaleza

Foz do Iguaçu

7

Salvador

Porto Seguro

8

Recife

Recife

9

Florianópolis

Florianópolis

10

Porto Alegre

Porto Alegre

Internacional 2014

Internacional 2013

1

Orlando

Orlando

2

Buenos Aires

Buenos Aires

3

Cancun

Cancun

4

Santiago

Nova York

5

Nova York

Santiago

6

Punta Cana

Punta Cana

7

Miami

Las Vegas

8

Las Vegas

Miami

9

Bariloche

Bariloche

10

Montevidéu

Montevidéu

Roteiros internacionais são tendência

No ano passado, a área observou um crescimento de 15% na participação dos itinerários internacionais. Para a empresa, apesar da grande maioria dos clientes optar pelos cruzeiros nacionais, as estimativas apontam para mais um ano de crescimento dos passeios marítimos realizados no Exterior, que contam com uma oferta maior de opções. Cerca de 60% das vendas totais foram feitas com pagamento parcelado em dez vezes. Santos (SP), Rio de Janeiro e Salvador (BA) foram os portos mais utilizados para o embarque dos brasileiros que, via mar, conheceram principalmente Ilha Bela (SP), Búzios (RJ), Buenos Aires (Argentina), Rio de Janeiro e Punta Del Este (Uruguai). Já no Exterior, os portos mais utilizados pelos clientes da Decolar.com foram Miami e Fort Lauderdale (Estados Unidos), Civitavecchia (Itália) e Porto Canaveral (Estados Unidos). Os cruzeiros internacionais preferidos passavam por Bahamas, Cozumel (México), Saint Martin, Barcelona (Espanha) e Key West (Estados Unidos). O tempo médio de viagem variou entre cinco e sete dias de duração. 



54 Mercado

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> Renê Castro

O potencial brasileiro

O crescimento da indústria de viagens no Brasil terá ritmo reduzido este ano, depois de um 2014 marcado pela euforia da Copa do Mundo de futebol. Essa é a análise do World Travel & Tourism Council

(WTTC), que apresentou uma pesquisa inédita sobre o mercado nacional e que você, leitor, confere com exclusividade a seguir. No ano passado, segundo a entidade, o mundial de seleções foi importante para a indústria movimentar R$ 492,4

bilhões no Produto Interno Bruto (PIB), além de gerar e/ou manter 8,8 milhões de empregos na economia. Para 2015, a previsão é que o PIB do turismo brasileiro cresça 1,9%, com geração de emprego com aumento de 2,8%, com relação a 2014.

A expectativa positiva mostra que o setor está fortalecido e capaz de contribuir com o crescimento econômico e a criação de empregos em ritmo mais rápido que a própria economia do País. Vale lembrar, porém, que o resul> Continua na pág. 56



< Continuação da pág. 54

tado poderia ser melhor, já que o crescimento do Brasil está previsto para apenas 0,1% este ano. Em números, a indústria de viagens deve contribuir com R$ 501,8 bilhões, quase 10% do PIB brasileiro e 9,1 milhões de empregos (9% do total de geração no País), entre contratações diretas e indiretas. Para o presidente e CEO do WTTC, David Scowsill, o Brasil é uma das maiores economias de turismo e viagens do planeta, com contribuição significativa para o desempenho da indústria. “Nosso setor cresceu em 2014 e o Brasil aproveitou o momento para se colocar nos holofotes da indústria global, apoiandose na realização da Copa do Mundo. E mais: já mostrou que crescerá em 2015, embora em um ritmo mais lento. Enquanto a taxa de câmbio estiver beneficiando visitar o Brasil, é preciso aumentar a importância na continuação das obras de infraestrutura. O investi-

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mento para a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos de 2016 deve conduzir melhorias para anos, não meses. Só assim o turismo no Brasil terá sucesso. Trata-se de um país com um potencial fantástico, que não pode ser desperdiçado”

PODE SER MELHOR Scowsill segue o discurso afirmando que, de acordo com a pesquisa, a indústria turística no Brasil tem a capacidade de gerar 10,3 milhões de empregos e representar 10,2% do PIB até 2025. “De qualquer forma, esse crescimento não acontecerá por si só. É preciso ter uma política progressiva de investimentos por parte do governo em infraestrutura, conectividade e marketing para explorar todo esse potencial”, considerou ele. O alerta é estendido à geração de empregos, que pode ser impactada em cerca de 500 mil vagas se o poder

David Scowsill, presidente e CEO do WTTC

público e a iniciativa privada não agirem para criar espaços para os talentos que estão surgindo. O levantamento coordenado pelo WTTC vislumbrou também uma contribuição de R$ 44,6 bilhões menor nos próximos dez anos, caso não haja pró-atividade na gestão dessa nova geração.

NO MUNDO A pesquisa anual do WTTC sobre o impacto

ÁREAS PRIORITÁRIAS O WTTC identificou três áreas que devem ser priorizadas pelo Brasil.

1 2 3

Continuação no processo de melhorias de capacidade e qualidade dos maiores aeroportos do País. A Copa do Mundo e a preparação para os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, resultaram em uma grande mudança estrutural nos equipamentos, especialmente em Brasília (DF); Melhorar a malha aérea com os maiores mercados do turismo para garantir a competitividade do Brasil como destino desejado; Incrementar o marketing destinado a visitantes estrangeiros, para reduzir a dependência do mercado interno e estimular as exportações. p

na economia do setor de viagens e turismo analisa mais de 180 países e 24 regiões. Para 2015, o levantamento mostra um setor cada vez mais forte, com altas taxas de crescimento e geração de empregos. Até o final deste ano, o Produto Interno Bruto global de viagens deve registrar crescimento de 3,7% e alcançar cerca de 284 milhões de empregos, 1/11 de todos os empregos no planeta, diretos e indiretos. “É um momento de desafios econômicos em todo o mundo, e o segmento de viagens continua crescendo mais rapidamente que os próprios países, em um ritmo consistente de criação de emprego. A indústria turística é hoje o motor de desenvolvendo em qualquer parte do mundo”, afirmou David Scowsill.p > Continua na pág. 58



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RESULTADOS DETALHADOS eMPREGOS A indústria de viagens e turismo no Brasil gerou 3,1 milhões de empregos diretos em 2014 (3,1% do total de empregos criados) e, dentro dos parâmetros da pesquisa, deve crescer 2,5% em 2015 e chegar a 3,2 milhões (3,2% do total). O gráfico abaixo considera empregos em hotéis, agências de viagens, companhias aéreas e outros serviços de transporte de passageiros (excluindo serviços suburbanos). Inclui também, por exemplo, atividades de restaurantes e outras áreas abastecidas diretamente pelo turismo de lazer. Para 2025, a previsão é que a indústria alcance 3,7 milhões de empregos diretos.

Contribuição direta da indústria de viagens para a geração de empregos no Brasil '000 empregos

Previsão do Brasil no Ranking mundial (de 184 países): Importância relativa do turismo na contribuição total para o PIB

9o

absoluto tamanho em 2014

88o

tamanho relativo

4,000.0

contribuição para o PIB em 2014

3,500.0 3,000.0

140o

2,500.0

crescimento

2,000.0

previsão para 2015

1,500.0

162o

1,000.0

crescimento no longo prazo 2025

2015

2014

2013

2012

2011

2010

2009

2008

2007

2006

0.0

2005

500.0

previsão 2015-2025


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Lazer x corporativo em 2014

lazer Lazer x corporativo em 2014

x corporativo em 2014

Os gastos dos viajantes de lazer geraram 85,8% do Lazer x corporativo em 2014 PIB da indústria de viagens no Brasil em 2014 (R$ 277,7 bilhões). Já o mercado corporativo foi responsável por 14,2% do PIB, totalizando R$ 45,9 bilhões. Para 2015, a expectativa é que os gastos dos viajantes a negócios cresçam 1,4% e, para 2025, alcancem R$ 61,3 bilhões. No caso dos gastos dos turistas a lazer, a previsão para este ano é que haja crescimento menor, de 0,9%, mas incremento até 2025, podendo chegar a R$ 398,7 bilhões.

Gastos do lazer 85,8% Gastos do lazer 85,8%

Gastos do corporativo 14,2%

Gastos do corporativo 14,2%

Gastos do lazer 85,8%

Gastos do estrangeiro x viajantes domésticos

Gastos do corporativo 14,2%

Gastos de estrangeiros x viajantes domésticos Gastos do estrangeiro x viajantes domésticos

Os gastos dos viajantes domésticos geraram 94,7% do PIB direto da indústria em 2014, ficando apenas 5,3% para os visitantes internacionais. A previsão para o ano é que o gasto do brasileiro em viagens pelo próprio País cresça 0,7% e alcance R$ 308,8 bilhões. Para 2025, esse número deve chegar a R$ 423 bilhões. No caso dos estrangeiros que visitam o Brasil, o crescimento também está previsto, e ainda maior: 5,3% em 2015 (R$ 18 bilhões), com projeção para 2025 de R$ 36,9 bilhões.

Gastos de visitantes estrangeiros 5,3% Gastos de visitantes estrangeiros 5,3%

Gastos do estrangeiro x viajantes domésticos

Gastos de viajantes domésticos 94,7%

Gastos de viajantes domésticos 94,7% > Continua na pág. 60

Gastos de visitantes

Gastos de viajantes


60

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RANKING DE CONTRIBUIÇÃO ABSOLUTA DO TURISMO EM 2014 Contribuição do turismo para o PIB

2014 (US$bi)

Contribuição total da indústria para o emprego

2014 ‘000 empregos

9 Brasil

209,2

5 Brasil

8.828,9

10 México

189,0

6 México

7.857,1

Média mundial

58,3

Média mundial

2.076,6

55,9

26 Argentina

1.686,1

47,6

33 Peru

1.247,2

28 Venezuela

43,7

39 Venezuela

41 Chile

24,6

48 Peru

20,1

44 Chile

720,9

67 Cuba

8,2

60 Cuba

494,6

77 Costa Rica

6,2

61 Guatemala

488,8

79 Equador

5,7

72 Equador

369,5

80 Guatemala

5,7

94 Costa Rica

247,3

22 Argentina Média Américas

Investimento de capital no turismo

2014 (US$bi)

7 Brasil

25,3

19 México

8,0

22 Argentina

6,3

27 Chile

5,7

Média Américas

Média Américas

Exportação de visitantes

27 México Média mundial 42 Brasil Média Américas

967,0 943,1

2014 (US$bi)

16,4 7,5 7,2 6,6

4,9

54 Argentina

5,3

4,7

57 Peru

4,0

4,5

61 Chile

3,1

49 Peru

2,7

65 Costa Rica

2,8

61 Cuba

1,2

67 Cuba

2,7

65 Equador

1,0

92 Guatemala

1,6

77 Guatemala

0,7

94 Equador

1,4

97 Costa Rica

0,4

103 Venezuela

1,2

30 Venezuela Média mundial

> Continua na pág. 62



62

< Continuação da pág. 60

25 a 31 de março de 2015 JORNAL PANROTAS

CONTRIBUIÇÃO ECONÔMICA DA INDÚSTRIA EM 2014 EM PREÇOS REAIS Brasil (em bilhões de R$)

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2025

1. Exportações de visitantes

15,8

13,3

13,6

15,2

15,9

17,1

18,0

36,9

2. Despesas no doméstico (inclui gastos públicos individuais)

251,9

258,4

270,8

289,0

299,6

306,6

308,8

423,1

3. Consumo do turismo interno (=1+2)

267,5

271,8

284,3

304,2

315,5

323,6

326,8

460,0

4. Compras via prestadores de turismo, incluindo bens importados (cadeia de -114,7 suprimentos)

-117,6

-124,2

-133,1

-138,4

-141,5

-142,5

-206,6

5. Contribuição direta da indústria turística para o PIB (=3+4)

152,8

154,2

180,1

171,1

177,1

182,1

184,3

253,4

6. Outros impactos (indiretos e induzidos) da cadeia de abastecimento doméstico

108,5

107,4

111,8

119,2

123,4

128,9

128,4

178,5

7. Investimento de capital

48,2

50,0

50,0

49,9

54,6

59,6

62,9

116,7

8. Despesas coletivas do governo

23,5

25,3

25,4

26,5

28,1

28,6

28,5

37,3

9. Mercadorias importadas de gastos indiretos

-12,7

-11,8

-12,1

-14,6

-15,0

-14,9

-14,5

-34,4

10. Induzido

94,8

96,3

98,5

102,3

106,1

110,1

111,9

146,5

11. Contribuição total do turismo para o PIB (=5+6+7+8+9+10)

413,1

421,3

433,5

454,4

474,2

492,4

501,5

696,0

12. Impactos no emprego (‘000) e contribuição direta do segmento para o emprego

2.636,0 2.617,6 2.722,9 2.955,2 3.032,4 3.140,7 3.219,0 3.692,8

13. Contribuição total de para o emprego

7.575,0 7.556,4 7.755,8 8.227,6 8.474,5 8.828,9 9.077,0 10.295

14. Outros indicadores Despesas com viagens ao Exterior

35,6

42,9

49,5

57,6

66,2

70,1

73,7

120,2


63

25 a 31 de março de 2015 JORNAL PANROTAS

ESTIMATIVAS E PREVISÕES 2014 US$mi¹

2014 - % do total

2015 - crescimento²

US$mi¹

2025 - % do total

Crescimento³

Contribuição direta para o PIB

Brasil

77.370,1

3,5

1,2

107.655,0

3,7

3,2

Total da contribuição para o PIB

209.209,0

9,6

1,9

274.924,0

10,2

2,6

Contribuição direta para o emprego4

3.140,7

3,1

2,5

3.692,8

3,4

1,4

Total das contribuições para o emprego4

8.828,9

8,8

2,8

10.295,2

9,4

1,3

Exportação de visitantes

7.247,5

2,7

5,3

15.696,6

2,4

7,5

Gastos domésticos

130.257,0

6,0

0,7

179.755,0

6,2

3,2

Gastos viajantes domésticos

117.985,0

3,0

0,9

169.407,0

3,2

3,6

Gastos do corporativo

19.985,0

3,0

0,9

169.407,0

3,2

3,6

Investimento de capital

25.316,8

6,8

5,6

49.584,5

9,1

6,4

2014 US$mi¹

2014 - % do total

2015 - crescimento²

US$mi¹

2025 - % do total

Crescimento³

2.364,8

3,1

3,7

3.593,2

3,3

3,9

Mundial Contribuição direta para o PIB Total da contribuição para o PIB

7.580,9

9,8

3,7

11.381,9

10,5

3,8

Contribuição direta para o emprego4

105.408

3,6

2,0

130.694

3,9

2,0

Total das contribuições para o emprego4

276.845

9,4

2,6

356.911

10,7

2,3

Exportação de visitantes

1.383,8

5,7

2,8

2.140,1

5,6

4,2

Gastos domésticos

3.642,1

4,7

3,7

5.465,0

5,0

3,8

Gastos viajantes domésticos

3.850,2

2,3

3,3

5.928,8

2,5

4,1

Gastos do corporativo

1.175,7

0,7

4,0

1.679,0

0,7

3,2

814,4

4,3

4,8

1.336,4

4,9

4,6

Investimento de capital

¹2014 preços e taxas de câmbio constantes; ²2015 crescimento real ajustado pela inflação (%); ³2015-2025 crescimento real ajustado pela inflação (%); 4’000 empregos


64 Política

25 a 31 de março de 2015 JORNAL PANROTAS

> Artur Luiz Andrade

Pé no chão,

cabeça no amanhã

O ministro do Turismo, Vinicius Lages, tem um ano desafiador pela frente. O Brasil passa por uma crise econômica, mas ele tem de fazer jus aos elogios que todo o trade lhe fazem desde o ano

Vinicius Lages, ministro do Turismo

passado, com uma campanha para que ficasse no cargo, e transformar em ações os diálogos setoriais que tem tido com sucesso. O orçamento dos ministérios está reduzido, mas há projetos e ações que não podem ir para a gaveta, ainda mais em um ano desafiador e às vésperas de uma Olimpíada. O ministro quer lançar novas campa-


65

25 a 31 de março de 2015 JORNAL PANROTAS

Lages em entrevista ao Jornal PANROTAS

nhas de marketing e ações em feiras no Brasil e no Exterior, mas precisa alinhar sua estratégia com a de Estados e municípios, em um esforço suprapartidário para que os esforços se somem e não anulem uns aos outros. Também vai precisar mostrar força e influência política para fazer andar a agenda prioritária do setor no Legislativo. Já fez, inclusive, um levantamento dos projetos e revisões que são prioridade. Com tantos desafios, poucos recursos, mas muitas oportunidades de interlocução e parcerias, Vinicius Lages estabeleceu os eixos de atuação do ministério e promete uma nova era

para a pasta, focada na inteligência de mercado, boa relação com o Legislativo e outros ministérios, aumento da competitividade e a formatação de produtos e destinos. O ministro falou com o Jornal PANROTAS sobre este momento do Ministério do Turismo e sobre o que vem por aí.

JORNAL PANROTAS — Como o senhor estruturou a atuação política do MTur este ano? VINICIUS LAGES — Fizemos uma agenda de projetos e ações com o Legislativo, para que alguns temas importantes ganhem a atenção dos parlamentares

e para que o uso das emendas dos deputados e senadores seja efetivamente utilizada para fins turísticos. Vamos antecipar a revisão do Plano Nacional do Turismo, que estava prevista para o próximo ano, mas queremos ter metas mais realistas usando a inteligência de mercado. Nossa agenda legislativa tem projetos como o do Ecad, a legislação trabalhista, a desoneração que está sendo revertida, a obrigatoriedade de leitos acessíveis nos hotéis... entre outros temas importantes, que seguram o desenvolvimento do turismo. Queremos que o turismo no País seja tratado em um ambiente de negó-

cios. Não adianta termos vantagens comparativas, como belezas naturais, e sim competitivas (produtos acessíveis na prateleira), e a legislação pode ajudar nisso.

JP — O senhor falou em usar as emendas estritamente para turismo. Isso não pode diminuir o interesse dos parlamentares pelo setor, ao substituir obras por sinalização, por exemplo? LAGES — É claro que se as emendas diminuírem pode haver certo prejuízo, mas nossa ideia é trabalhar também com outros ministérios, que podem > Continua na pág. 66


< Continuação da pág. 65

66

25 a 31 de março de 2015 JORNAL PANROTAS

tocar obras de infraestrutura no lugar do MTur e tentarmos focar nas questões ligadas diretamente ao turismo. A Frente Parlamentar e as novas comissões de Turismo, na Câmara e no Senado, vão ajudar nisso. Queremos que o MTur faça menos pontes e asfalto e mais ações de mercado. Em dez anos, fizemos 16 mil obras de infraestrutura, muitas sem acompanhamento, o que também vai mudar. Vamos poder localizar exatamente onde estão as obras de turismo, como centros de convenções, por exemplo.

JP — Isso tudo coordenado pela Secretaria de Políticas de Turismo e pelo senhor? LAGES — A interlocução com os demais ministérios, com o Planalto e os parlamentares ficam diretamente comigo. Vamos refundar as relações do sistema nacional de políticas do turismo e buscar alianças com municípios e governos estaduais. Qualificar gestores públicos é outra prioridade, o que vai demandar que nós tenhamos um quadro de gestores para dar conta dessa política em caráter permanente. A relação com os municípios é fundamental. E o papel do Governo Federal é induzir, é mostrar caminhos. Não é possível que minha cidade, Maceió (AL), não tenha entrado

ainda para o mundo digital e que não tenha um site para falar com turistas do Brasil e do mundo. Queremos criar uma Frente Nacional de Municípios Turísticos ou Indutores, e o papel da Anseditur, com o secretário Luiz Fernando à frente, será fundamental. O turismo precisa de lobby forte, pesado, e ele começa no município. Precisamos mostrar a capacidade do turismo. Fazemos um mea culpa e prometemos sair do faz de conta e termos realmente uma política de turismo. Inclusive para revermos a Lei Geral do Turismo, termos uma agenda matriciada, para prestar contas...

JP — O seu segundo foco é a competitividade. Então chegamos à conclusão que só termos belezas na-

turais não adianta? LAGES — Claro que não. Temos florestas, forró, praias, cultura. Mas e daí? Qual nosso diferencial competitivo? Temos que ter produtos desenvolvidos e na prateleira, inovar na oferta. Sim, temos avançado nos últimos anos, vejam o Paço do Frevo, o Museu Pelé, o Museu da Língua Portuguesa, as dezenas de Vilas Madalena que temos pelo País... Nosso entretenimento urbano é de qualidade, avançamos no turismo de aventura, mas precisamos avançar mais. Por que não avançamos mais? Um dos motivos é a burocracia e a impossibilidade de usar os recursos naturais para termos resorts paradisíacos, cassinos, atrações, píeres, marinas... Precisamos inovar e diversificar.

JP — E depois promover... LAGES — Claro. Já temos um bom nível de produtos e destinos de luxo, por exemplo, mas nem o brasileiro sabe. Não precisamos vender o luxo para o estrangeiro. No Brasil há ricos suficientes para consumir esses produtos e saírem satisfeitos com o que encontrarão. Não vai ser alemão que vai vir comprar, é brasileiro mesmo. JP — Que trabalho precisa ser feito com os destinos? LAGES — É onde talvez tenhamos a maior ruptura. Além do uso de emendas parlamentares para atender as necessidades do turismo em destinos turísticos de verdade, precisamos olhar para os destinos de forma mais integrada. É o destino que consolida


67

a experiência da viagem. A questão da orientação do que fazer ou do que deveria ser feito tem de partir do MTur. Não podemos mais construir elefantes brancos, como alguns estádios para a Copa ou centros de convenções que sabemos que não terão ocupação. Há obras prioritárias que trazem retorno certo, como o Aeroporto de Canela, a estrada entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, o centro de convenções na zona sul do Rio, novos centros de eventos em Salvador e Recife, que têm estruturas ultrapassadas, obras na Estrada Real... Há uma lista que já analisamos.

JP — Dá para definir uma prioridade? LAGES — Digo aos destinos: tornem-se digitais, instalem banda larga e

wi-fi gratuito, coloquem totens inteligentes para dar informações... O turista precisa se informar e compartilhar durante a viagem e não depois que volta. Estamos refazendo o site do MTur e trazendo 184 destinos, vamos colocar vídeos de experiências e atrações... Queremos um site vibrante e interativo.

JP — Alguma mudança na participação em eventos? LAGES — Sim, e não apenas eventos de turismo. Veja a agricultura, que já tem uma estrutura de relacionamento no mundo todo. Por que não irmos juntos. Na Imex e na WTM Latin America já mostraremos novos estandes, exibindo o Brasil que queremos que o mundo veja. Vamos usar a inteligência de mercado, as parce-

25 a 31 de março de 2015 JORNAL PANROTAS

rias com o setor privado, aproveitar o gás dos novos secretários de Turismo e mudar nossa forma de estar presentes. Chega de saudosismo, o Salão do Turismo não existe mais, o tempo é outro. Queremos estar de forma inteligente e diferente em cada evento, como a WTM ou Avirrp, Aviesp... Também está no nosso radar um evento de receptivo internacional.

JP — Como este ano de desafios afetará o turismo? LAGES — A desaceleração econômica deve sim afetar nossas taxas de crescimento, mas não os investimentos programados. Nesses momentos não há outra sugestão: ou se inova ou se inova. Temos de olhar as oportunidades e fazer eventos para vender

e movimentar a economia, o setor. As empresas devem cortar custo, o que vai afetar as viagens corporativas, mas no lazer continua o desejo de viajar. Quem tem dinheiro viaja com o dólar a R$ 3,30, R$ 4 ou R$ 5. Vamos criar campanha nova de estímulo às viagens nacionais, para mostrar as opções e também que planejamento é fundamental para aproveitar bons preços. É preciso refazer a conta e mostrar que o pacote nacional não é mais caro que o internacional. Se o atrativo dos Estados Unidos é fazer compras, vamos instalar zonas livres no Brasil... Tenho certeza que nesse ano de desafios o turismo vai trazer uma agenda positiva para o País. Estamos rearrumando o tabuleiro do MTur com esse objetivo.p


68 Aviação

25 a 31 de março de 2015 JORNAL PANROTAS

> Artur Luiz Andrade

Contratos cinco em um A parceria da Gol Linhas Aéreas com a Delta Air Lines e a Air France-KLM (aéreas que têm participação acionária minoritária na empresa brasileira) tem gerado ações de sinergia em diversas áreas, do planejamento a tecnologia. O Jornal PANROTAS reuniu Fábio Mader, diretor de Vendas da Gol, Adriana Cavalcanti, da Air France-KLM, e Luciano Macagno, da Delta Air Lines, para saber o que mudou na área comercial das três empresas no Brasil. “Passamos 2014 focados em como melhorar a experiência do cliente e isso inclui ter melhores processos comerciais. A grande novidade que nasceu,

Luciano Macagno, Adriana Cavalcanti e Fábio Mader


69

em vendas, é o acordo 5 ways, contrato com contas globais, incluindo Gol, Air France, KLM, Alitalia e Gol”, disse Mader. Quando há uma negociação dessas, há uma reunião do cliente com os representantes de cada empresa, e geralmente a companhia mais utilizada pela conta lidera o projeto. No dia a dia, cada executivo atende as demandas do cliente. “É uma experiência que já temos, com a Delta, nos voos entre a Europa e os Estados Unidos e está funcionando muito bem no Brasil com a Gol. Já tínhamos também esse tipo de acordo com a Alitalia no Brasil, há cerca de quatro

anos, e com isso o contrato de cinco empresas foi formado”, conta Adriana Cavalcanti. Toda a equipe de vendas de Delta (30), Air France-KLM (20) e Gol (84, contando apenas quem está na linha de frente) passou por vários treinamentos, para que todos saibam sobre os processos e modelos de cada empresa. “Tenho aprendido muito com a Delta e a Air France e é muito importante essa troca de experiências e os treinamentos, que nunca param”, diz Mader. A Delta e a Gol estão um passo adiante na parceria e, inclusive, iniciaram uma troca de funcionários. “É diferente

25 a 31 de março de 2015 JORNAL PANROTAS

Fábio Mader, da Gol

> Continua na pág. 70


< Continuação da pág. 69

70

Luciano Macagno, da Delta

quando se senta na cadeira do colega de outra empresa e vemos o mercado e como tudo acontece com os olhos do outro. Tem sido uma ótima experiência”. Há também um sistema em que os contratos podem ser vistos por todos, inclusive no Exterior, para que o acompanhamento do que foi acordado seja feito em todos os níveis. Mas o contrato 5-ways chegou a gerar um processo único de contratos? “Praticamente”, disse Adriana. “Nós, Air France-KLM e Delta, investimos muito no

25 a 31 de março de 2015 JORNAL PANROTAS

Adriana Cavalcanti da Air France-KLM

Brasil e expandir parcerias como a com a Gol é algo que traz resultados muito bons para todos”, acrescenta. “Pegamos o melhor de cada empresa para o cliente corporativo, que recebe benefícios completos, tem sua viagem facilitada, um só contrato para gerenciar e pode melhorar suas condições em uma empresa em que ainda não tem muita venda devido a sua força com uma outra das cinco”, disse Luciano Macagno. “O cliente economiza tempo, tem o atendimento de um especialista depois do con-

trato assinado e se beneficia dessa aliança comercial entre cinco empresas com forte atuação no Brasil. E quando há qualquer mudança, as cinco empresas mudam em conjunto”. Fábio Mader promete ainda participação das cinco empresas em conjunto em feiras, eventos e ações no mercado brasileiro. “A parceria vai ficar cada vez mais evidente para o trade, como já ocorreu no Lacte, conosco e a Delta, ou no Fórum PANROTAS”. Tanto ele quanto Luciano e Adriana garantem ainda

que as melhorias baseadas no feedback dessas trocas de experiências e nos pedidos dos clientes continuarão acontecendo, de forma dinâmica. “Mais importante que um sistema único, é termos a mesma metodologia. Por exemplo, vamos tentar implantar o fare share, em substituição ao share por receita. Também já fizemos mudanças estruturais, como a criação da posição de key account, baseados no modelo da Delta... Essa evolução existe, é real e vai continuar”, finaliza Mader.p


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25 a 31 de março de 2015 JORNAL PANROTAS

O QUE VEM POR AÍ Air France-KLM

A parceria da AF-KLM com a Gol oferece code-share (sempre com conexões em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília) para as cidades de Belém, Belo Horizonte, Campinas, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Foz do Iguaçu, Londrina, Manaus, Natal, Palmas, Porto Alegre, Recife, Salvador e Vitória. A Air France já vende voos da Gol no seu sistema, mas o oposto ainda não ocorre. Isso demanda uma adaptação do sistema Naviterre, como ocorreu para que a Gol

vendesse Delta. Segundo Adriana Cavalcanti, este ano a Air France-KLM trará ao Brasil seus novos produtos. Em São Paulo, com o 777-200 e 300, já há voos com as novas configurações em quatro classes (primeira, executiva, plus e econômica). Seis dos 14 voos semanais entre São Paulo e Paris já contam com a nova configuração. Até o final do ano a meta é que os 14 voos já estejam operando com as novas poltronas. Já a KLM levará aos voos

Classe executiva da Air France

do Rio de Janeiro, no segundo semestre, sua nova World Business. O voo da Air France entre Brasília

e Paris completa um ano este mês e segundo Adriana com bom aproveitamento. > Continua na pág. 72


72

< Continuação da pág. 71

25 a 31 de março de 2015 JORNAL PANROTAS

DELTA AIR LINES

Delta One, nova executiva da Delta

No ano passado a Delta Air Lines aumentou sua oferta em 20% no Brasil e este ano, segundo Luciano Macagno, diretor para o País, a meta é consolidar esse crescimento. A empresa também terá um novo produto, Delta One (novo nome da Business Elite), mas ainda não se sabe a data em que chegará ao Brasil. Também haverá mudança nas demais cabines. A Delta também já está quase finalizando a contratação de novos executivos. Segundo Macagno, 90% do time está contratado. Ele destaca, ainda, a proximidade com o trade, que é uma marca da companhia e que foi intensificada com o início da parceria com

a Gol. “Falo com o Fábio (Mader) como se fosse parte da empresa e isso se reflete nos negócios”. A empresa americana tem novidades também no programa de milhagens, o Sky Miles. A melhoria no resgate dos prêmios é uma delas, com a expansão do número de companhias aéreas parceiras que os associados Sky Miles podem selecionar para resgatar prêmios de viagem no site delta.com. Recentemente, a Delta atualizou o aplicativo Fly Delta para fornecer aos clientes a capacidade de reservar uma viagem-prêmio, incluindo os parceiros Aeroméxico e Gol, a partir de dispositivos móveis.

Gol investe em rotas

GOL PARA NATAL A Gol solicitou à Anac autorização para voar entre Natal (RN) e Ezeiza, em Buenos Aires (Argentina). Com uma frequência semanal, sempre aos sábados, a expectativa é que a nova rota tenha início a partir do segundo semestre deste ano. Segundo Fábio Mader, a diminuição do ICMS pelos Estados do Nordeste, como o Rio Grande do Norte e o Maranhão, é um grande incentivo para que as companhias criem novas ligações. A Gol está, de acordo com ele, sempre analisando

boas oportunidades, inclusive regionalmente. “Dos 69 destinos da empresa, 23 são regionais. No ano passado começamos Altamira e Carajás, no Pará, voo que virou diário, este ano já implantamos nova base em Juiz de Fora (MG) e começamos a voar de Ribeirão Preto para Congonhas (SP). “No internacional a grande mudança foi a troca de base na República Dominicana. Saímos de Santo Domingo e agora voamos para Punta Cana, devido ao grande volume turístico”. p


73 Mercado

25 a 31 de março de 2015 JORNAL PANROTAS

> Artur Luiz Andrade

SAI ANO, ENTRA ANO, E A INDÚSTRIA TURÍSTICA BRASILEIRA CONTINUA POUCO TRANSPARENTE EM RELAÇÃO A FATURAMENTO, CRESCIMENTO, LUCRO... Parece que ganhar dinheiro é pecado (perder é, nós sabemos). Há o time dos que crescem de 15% a 20%. Outros que aumentam as vendas “em dois dígitos”. Os que empataram o ano. E até os ousados, que crescem > Continua na pág. 74


< Continuação da pág. 73

30%, 40%, 50%... É verdade? Não é? Em todas as edições, e no dia a dia do Portal PANROTAS, nós acreditamos na palavra de nossos interlocutores. Mas não temos como provar. No ano passado, a Decolar. com encabeçou nosso ranking, com R$ 5,5 bilhões em vendas. Mas agora a mesma Decolar informa oficialmente que o grupo na América Latina tem vendas de US$ 4 bilhões. Fiquemos com esse dado. De certo sabemos que, entre os distribuidores de viagens e serviços (e esse é o nosso ranking), a CVC teve faturamento de R$ 5 bilhões no ano passado. Outros dados confiáveis são dos relatórios Smash, que usam números consolidados pelo BSP. O Jornal PANROTAS mais uma vez teve acesso a esse relatório, mas há ressalvas a serem feitas. Em primeiro lugar, ele registra as vendas apenas das empresas aéreas internacionais que operam no Brasil e de parte da venda internacional da Tam. Ou seja, parte da Tam e todo o seu doméstico e toda a venda internacional e doméstica de Gol, Azul e Avianca estão fora desses dados. Outra observação: cada companhia aérea consolida dados de acordo com uma classificação própria. Uma empresa pode ter condição

74

de consolidadora com uma aérea, mas ser considerada agência por outra. Não é algo que mude o topo da pirâmide, mas que tem de ser destacado. E mais: a dinâmica do mercado brasileiro permite variações que podem afetar alguns rankings. Uma OTA ou TMC que emite com uma consolidadora; ou uma OTA que deixou de emitir lá; uma operadora que, devido à falta de competitividade das condições para seu segmento, acaba emitindo na consolidadora do grupo; uma conta perdida; um Iata diferente; uma aquisição... Mesmo assim a gente não desiste e publica a edição 2015 do ranking dos maiores distribuidores, baseados somente e tão somente no Smash. E continuamos com nossa

25 a 31 de março de 2015 JORNAL PANROTAS

estimativa de mercado, baseada em conversas e análises de especialistas do setor. Acompanhe a conta com a gente.

SMASH

Segundo o Smash, a indústria de vendas indiretas de passagens aéreas (consolidadores, TMCs, operadores, OTAs, agências de viagens) vendeu, em 2014, US$ 4,6 bilhões, uma queda de 4% em relação a 2013 (US$ 4,8 bilhões). A maior fatia ficou com o canal consolidação, responsável por 48,58% das vendas indiretas internacionais, registrando uma diminuição de 4,9%. Em segundo lugar vêm as TMCs, com 19,22% de market-share (crescimento em relação aos 18,98% de share em 2013), mas com vendas 2,8% meno-

res em relação ao ano passado. Com 12,84% de participação de mercado e queda de 1,85% em vendas, as operadoras estão em terceiro lugar, seguidas pelas OTAs, com 11,60% de share e único canal a crescer no Smash em 2014: +4%. Tanto operadoras quanto OTAs aumentaram seu share ligeiramente. As agências de viagens que não são TMCs e que compram diretamente com as aéreas ficaram com share de 6,67% (contra 7,53%) e um declínio de 15% nas vendas. Estimando em 10% as vendas de Tam fora do BSP e contando as vendas internacionais indiretas da Gol, chegamos a uma estimativa de US$ 5 bilhões em vendas indiretas de passagens aéreas. Com a venda


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direta das empresas isso chegaria a US% 6 bilhões e, usando a média de R$ 2,34 (dólar em 2014), atingimos a cifra de R$ 14 bilhões na venda de bilhetes aéreos internacionais, R$ 11,7 bilhões em canais indiretos e R$ 2,3 bilhões nos diretos. Em outra estimativa, usando dados de grandes empresas e seus shares nas aéreas nacionais, calculase que R$ 15 bilhões são as vendas de bilhetes nacionais nos canais indiretos. Em uma conta conservadora (mais favorável ao canal indireto), estimamos em 30% a venda direta doméstica, ou R$ 6,4 bilhões.

25 a 31 de março de 2015 JORNAL PANROTAS

VENDA DE BILHETES AÉREOS NA INDÚSTRIA (2014) Consolidadores

US$ 2,27 bilhões (-4,9%)

Corporativo

US$ 881 milhões (-2,77%)

Operadores

US$ 588 milhões (-1,85%)

OTAs

US$ 532 milhões (+3,99%)

Agências

US$ 305 milhões (-14,99%)

Total

US$ 4,585 bilhões (-4%) Fonte: relatório Smash; apenas empresas estrangeiras que operam no Brasil e parte das vendas internacionais da Tam via BSP.

O total doméstico (R$ 21,4 bilhões) mais o internacional (R$ 14 bilhões) geram um montante de R$ 35,4 bilhões, que seria o total de produção aérea da indústria em 2014. Em 2013, essa mesma conta havia chega-

do a cerca de R$ 35 bilhões. O que estaria condizente com a indústria, que acusou um ano difícil em 2014. Ainda a se destacar no ano passado, uma queda de pelo menos 10% na média dos bilhetes aéreos internacionais.

Algo que, em 2015, já fica entre 15% e 20% em janeiro e fevereiro. Com o dólar a mais de R$ 3,20, todas as aéreas fazem promoções para o Exterior, para tentar que o passageiro continue pagando o mesmo valor em reais. > Continua na pág. 76


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AS DEZ MAIORES POR CANAL

(segundo relatório Smash de Vendas Internacionais)

1

2

3

4

US$ 555,3 MILHÕES (-1,4%)

US$ 392 MILHÕES (+ 10,95%)

US$ 377 MILHÕES (-1,9%)

CONSOLIDADORA

Em 2013, a estimativa da empresa era de vendas totais de US$ 3 bilhões. Apesar da queda no internacional, as vendas totais de 2014 cresceram entre 5% e 10% (estimativas de mercado).

5 US$ 226,3 MILHÕES

Com faturamento de R$ 5 bilhões, a empresa comprou, no final de 2014, 51% da Rextur Advance, com opção de compra total em três anos. O grupo chegaria a quase R$ 10 bilhões em vendas e não é segredo que vem analisando oportunidades de comprar outras empresas no turismo.

As vendas da Esferatur incluíram, pela primeira vez, as da Portofino/ Mix Tour, incorporada há dois anos. Isso explica, em parte, o crescimento, mas não há como negar que é uma grande força de vendas – e que incomoda muita gente.

A OTA dá ou não dá dinheiro? A Expedia investiu US$ 270 milhões no grupo na América Latina porque os resultados são animadores ou para fincar bandeira antes da Priceline? O tempo dirá, mas que o investimento foi um golaço e mexeu com negociações outras em andamento, ah isso foi.

6

7

US$ 221,1 MILHÕES (-14,77%)

O grupo no ano de 2013 estimou vendas de R$ 1,8 bilhão. Passou recentemente por uma reestruturação, incluindo mudança de comando em sua operadora (veja na página 12).

US$ 152,7 MILHÕES (-1,64%) Pelo Smash, é a maior TMC do País. Trocou o comando recentemente e é grande a expectativa em relação a 2015.

US$ 272 MILHÕES (-9,26%) O grupo faturou em 2013 R$ 4 bilhões, incluindo corporativo, consolidadora e operadora. A expectativa era chegar entre R$ 4,4 bilhões e R$ 4,8 bilhões em 2014, mas como este ranking prioriza os resultados do Smash (exceção da CVC, que tem balanço aberto na bolsa), ficamos com os US$ 272 bilhões, apenas uma pequena parte do real potencial do grupo (veja sétima colocação).


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9 US$ 115,4 BILHÕES (-6,64%)

AMEX BUSINESS TRAVEL

US$ 132,4 MILHÕES (-0,87%) É o braço corporativo do Grupo Flytour. A soma desse total com o da consolidação deixaria o grupo no terceiro lugar, segundo os dados do Smash. Como salientamos e reiteramos, é uma das grandes forças do turismo e que não aderiu ao assédio de compradores e investidores. Segue sozinho e com poder de comprar (como já o fez na sua história).

A empresa se associou ao grupo japonês e empatou em relação ao ano anterior em vendas gerais.

10 US$ 111,34 MILHÕES (+6,82%) A Submarino Viagens é a grande concorrente da Decolar.com no Brasil e apresentou bom crescimento no ano passado. Fonte: relatório Smash; apenas empresas estrangeiras que operam no Brasil e parte das vendas internacionais da Tam via BSP. Dólar: R$ 2,34 (média de 2014)

> Continua na pág.78


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< Continuação da pág. 77

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CONSOLIDADORAS 1

Rextur Advance

US$ 555,3 milhões (share de 24,93%, queda de 1,4%)

2

Esferatur

US$ 392,9 milhões (share de 17,64% e crescimento de 10,95%)

3

Flytour

US$ 272 milhões (share de 12,21% e queda de 9,26%)

4

Gapnet

US$ 221,1 milhões (share de 9,93% e queda de 14,77%)

5

Ancoradouro

US$ 111,26 milhões (share de 4,99% e queda de 7,97%)

6

Sky Team

US$ 106,1 milhões (share de 4,76% e crescimento de 5,1%)

7

High Light

US$ 79,2 milhões (share de 3,56% e crescimento de 1,49%)

8

Picchioni

US$ 63,9 milhões (share de 2,87% e crescimento de 27%)

9

Confiança

US$ 59,7 milhões (share de 2,68% e crescimento de 3,61%)

10

Sakura

US$ 52,7 milhões (share de 2,37% e crescimento de 10,24%) Fonte: relatório Smash; apenas empresas estrangeiras que operam no Brasil e parte das vendas internacionais da Tam via BSP. Dólar: R$ 2,34 (média de 2014). Cinco primeiras são membros fundadores da AirTkt, que tem 69,7% de share

TMCs 1

CWT

US$ 152,7 milhões (share de 17,33% e queda de 1,64%)

2

Flytour Amex Business Travel

US$ 132,4 milhões (share de 15,03% e queda de 0,87%)

3

Alatur JTB

US$ 115,4 milhões (share de 13,09% e queda de 6,64%)

4

Maringá

US$ 55,3 milhões (share de 6,28% e queda de 2,61%)

5

Transpac Travel*

US$ 43,8 milhões (share de 4,97% e crescimento de 7,21%)

6

Kontik

US$ 40 milhões (share de 4,55% e crescimento de 5,99%)

7

BCD Travel

US$ 32,8 milhões (share de 3,72% e crescimento de 8,2%)

8

Copastur

US$ 25,2 milhões (share de 2,86% e queda de 1,42%)

9

Avipam

US$ 19,6 milhões (share de 2,22% e queda de 4,24%)

10

Tour House

US$ 18,7 milhões (share de 2,12% e queda de 6,69%)

11

Mascaro

US$ 17,4 milhões (share de 2,03% e crescimento de 14,05%) Fonte: relatório Smash; apenas empresas estrangeiras que operam no Brasil e parte das vendas internacionais da Tam via BSP. Dólar: R$ 2,34 (média de 2014). * a Transpac é uma consolidadora para muitas aéreas, mas a companhia desse Smash a considera TMC. Por isso, vamos até a 11ª colocação neste ranking


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OTAs 1

Decolar.com

US$ 377 milhões (share de 70,87% e queda de 1,9%)

2

Submarino Viagens

US$ 111,3 milhões (share de 20,93% e crescimento de 6,82%)

3

Tour House/Expedia

US$ 26,8 milhões (share de 5,04%e crescimento de 37,13%)

4

Viajanet

US$ 7,7 milhões (share de 1,46%. Como deixou de emitir em uma consolidadora seu crescimento foi astronômico)

5

Best Day

US$ 5,2 milhões (share de 0,98% e crescimento de 166%) Fonte: relatório Smash; apenas empresas estrangeiras que operam no Brasil e parte das vendas internacionais da Tam via BSP. Dólar: R$ 2,34 (média de 2014)

> Continua na pág.80


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25 a 31 de março de 2015 JORNAL PANROTAS

OPERADORAS 1

CVC

US$ 226,3 milhões (38,45% de share e crescimento de 5,04%)

2

Nascimento Turismo

US$ 27,5 milhões (share de 4,67% e crescimento de 0,32%)

3

MMTGapnet

US$ 24,4 milhões (share de 4,15% e queda de 20,82%)

Flytour Viagens

US$ 19,8 milhões (share de 3,37% e crescimento de 52,37%)

5

AGÊNCIAS DE VIAGENS 1

Prudential

US$ 23,1 milhões (Minas Gerais)

Abreutur

US$ 18,4 milhões (share de 3,12% e queda de 6,17%)

2

Hang Tours

US$ 17,5 milhões (Rio de Janeiro)

6

Mondiale

US$ 13,4 milhões (share de 2,27% e crescimento de 32,3%)

3

Hallelujah

US$ 11,3 milhões (São Paulo)

7

Princess Travel

US$ 13,2 milhões (share de 2,24% e crescimento de 5.013%)

4

Trips

US$ 9,8 milhões (Distrito Federal)

8

Queensberry

US$ 12,9 milhões (share de 2,2% e queda de 19,89%)

5

All Viagens e Serviços

9

Agaxtur

US$ 12,6 milhões (share de 2,14% e crescimento de 9,22%)

US$ 9,7 milhões (São Paulo)

AGM

10

US$ 8,1 milhões (Distrito Federal)

ADV Operadora

US$ 12,4 milhões (share de 2,12% e crescimento de 17,53%)

6 7

Prudencial

Visual

US$ 9,4 milhões (share de 1,59% e crescimento de 8,52%)

US$ 8,7 milhões (Pernambuco)

8

Sanchat Tour

Interglobe

US$ 9,1 milhões (share de 1,55% e crescimento de 127,64%)

US$ 6,5 milhões (São Paulo)

9

Kangaroo Tours

US$ 6,4 milhões (São Paulo)

4

11 12 13

Teresa Perez

US$ 8,7 milhões (share de 1,48% e queda de 2,55%)

14

New It Club

US$ 7 milhões (share de 1,2% e queda de 12,61%)

10

Prudencial

US$ 5,4 milhões (Bahia)

15

New Age

US$ 6,6 milhões (share de 1,11% e queda de 11,48%)

11

Money

US$ 5,1 milhões (Distrito Federal)

16

STB

US$ 6,2 milhões (share de 1,06% e crescimento de 54,61%)

12

Sidon Tur

US$ US$ 3,5 milhões (São Paulo)

17

Esfera Operadora

US$ 6,1 milhões (share de 1,03% e queda de 10,08%)

13

Pontestur

18

H Silveira

US$ 4,8 milhões (share de 0,82% e queda de 6,71%)

US$ 3,5 milhões (Pernambuco)

Berlin

19

Maktour

US$ 4,8 milhões (share de 0,82% e queda de 16,09%)

14

US$ 3,4 milhões (Distrito Federal)

MGM

US$ 4,6 milhões (share de 0,78% e queda de 15,09%)

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Monumento Viagens

US$ 3,3 milhões (São Paulo)

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Fonte: relatório Smash; apenas empresas estrangeiras que operam no Brasil e parte das vendas internacionais da Tam via BSP. Dólar: R$ 2,34 (média de 2014)

Fonte: relatório Smash; apenas empresas estrangeiras que operam no Brasil e parte das vendas internacionais da Tam via BSP. Dólar: R$ 2,34 (média de 2014)


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> Alex Souza – Reino Unido

No mundo de

Harry Potter Você nem precisa ser fã da saga de Harry Potter para, uma vez em Londres, esticar até os estúdios onde foi gravada boa parte dos oito filmes protagonizados por Daniel Radcliffe. O Warner Bros Studio Tour London – The making of Harry Potter, a cerca de 20 minutos do centro da capital inglesa, ocupa área de 14 mil metros quadrados Beco Diagonal

> Continua na pág. 82


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e foi aberto à visitação em 2012 para mostrar o modo como a mágica foi trazida à vida. E acredite: a atração leva às lágrimas os aficionados, sendo capaz de impressionar, também, quem apenas superficialmente conhece a trama do bruxinho boa praça. No começo do tour, os visitantes são levados a uma sala de cinema para assistirem a um rápido vídeo. Nele, atores e produtores falam sobre o fato de terem passado ao menos dez anos de suas vidas entre o ir e vir ao estúdio durante o período das gravações. Radcliffe e seus parceiros na trama, por exemplo, passaram parte da infância e a adolescência toda entre a casa e o set de filmagem. Em seguida à apresentação, abre-se uma enorme porta que leva à primeira atração: o Salão Comunal, a sala de refeições da escola dos bruxos, com suas duas enormes mesas, onde ainda estão os pratos, copos, talhares e jarras. Ali, com o perdão do clichê, não há como não se sentir dentro do filme. Não há! Os visitantes seguem pelo tour e passam por uma série de cenários que incluem o quartinho de Harry embaixo da escada dos Dursley, a cabana de Hagrid, a Sala das Poções, O Ministério da Magia e o escritório do professor Dumbledore. Como se trata exatamente do local onde diversas cenas foram filmadas, os sets prendem demais a atenção dos visitantes, em função de to-

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A maquete do Castelo de Hogwarts

dos os detalhes do cenário. Para o fã, não há como não pensar: “Harry Potter sentou nesta poltrona, passou por estas escadas, comeu nestes pratos”. Parte dos figurinos dos personagens também está em exposição. Na sala do professor Severo Snape estão os recipientes de vidro, as garrafas nas prateleiras, as panelas e o turbante usado por ele. Na Cozinha dos Weasleys vê-se a mesa posta para a refeição, o grande relógio de parede, cadeiras, lampiões... Na área das maquiagens, é possível ver as máscaras de alguns dos personagens, perucas, a ave Bicuço e bonecos de cera em tamanho real, inclusive o de Harry Potter, que até assusta pela perfeição. Na parte externa estão atrações como o Night Bus, a ponte de Hogwarts e a casa dos tios de Harry. No Beco Diagonal, as diversas lojinhas com todos os detalhes nas vitrines, além do

Almoço com os Weasley

Sala Comunal


83 Banco Gringotts e a fábrica de varinhas de Ollivander. Do Beco Diagonal entra-se em uma espécie de galeria, com uma série de pinturas que retratam a história de J.K. Rowling. A última parte do tour leva ao castelo de Hogwarts, mas não àquela construção colossal que vemos nos filmes: o castelo, na verdade, é uma maquete inspirada na catedral de Durham e no castelo de Alnwick, na Inglaterra. No final, como não poderia deixar de ser, os visitantes são levados a uma grande loja com incontáveis produtos que remetem aos filmes, como varinhas mágicas, roupas iguais às dos personagens, brinquedos e mais um sem número de lembranças.

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HOGWARTS EXPRESS A mais recente novidade do Warner Bros Studio Tour London – The making of Harry Potter foi a inauguração do Hogwarts Express, uma recriação da Plataforma 9 ¾. A área, com 1,8 mil metros quadrados, será permanente e pretende proporcionar ao visitante um vislumbre de como algumas das cenas mais importantes do filme foram feitas. Também é possível subir no trem a vapor para tirar uma foto ao lado de um carrinho de bagagem enquanto o trem vai desaparecendo através de um túnel.

--- O Jornal PANROTAS viajou a convite do Visit Britain

Sala do Professor Snape

SERVIÇO

Como chegar: pegue um trem na estação Euston, em Londres, e, 20 minutos depois, desça na Watford Junction. De lá, siga em um ônibus especial voltado aos visitantes da atração. Horário de funcionamento: 10h às 16h (segunda à sexta) e 10h às 18h (sábado e domingo) Entradas: variam de 21 a 28 libras Site: www.wbstudiotour.co.uk


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Destinos

Bahia: planos e resultados Nelson Pelegrino tem vida política atuante no setor, acumulando a Secretaria de Turismo da Bahia, e as vices-presidências do Fornatur e da CTI Nordeste. Na entrevista a seguir, ele fala de seus desafios à frente dos cargos, dos resultados da Bahia em 2014, ano de Copa do Mundo, e as expectativas para 2015. Confira.

JORNAL PANROTAS – Quais os principais desafios como vice-presidente do Fornatur e do CTI Nordeste? NELSON PELEGRINO – Vou coordenador o grupo parlamentar responsável pelo diálogo com o Congresso Nacional e o governo federal. Defenderemos a implantação do PAC do Turismo, da lei de incentivo ao setor, assim como da lei de incentivo do ICMS de destinos turísticos. Vamos lutar pela redução de alíquotas e por financiamentos para incentivar cadeias produtivas do turismo náutico e para implantação de estrutura privadas.

Nelson Pelegrino

JP – Qual o balanço do turismo na Bahia em 2014, ano da Copa do Mundo? Que imagem o Estado imagina ter deixado aos turistas, principalmente estrangeiros? PELEGRINO – A Copa do Mundo deu grande visibilidade internacional ao nosso Estado. Os visitantes saíram encantados com a beleza natural, a cultura e o calor humano do nosso povo. Com certeza, ajudou a consolidar a Bahia como destino e esperamos fo-

mentar cada vez mais o turismo de longa distância. Em 2014, a movimentação nos três maiores aeroportos da Bahia (Salvador, Porto Seguro e Ilhéus) foi superior a 4,5 milhões de pessoas. Não se trata apenas de turistas, mas a grande demanda nos aeroportos também é fruto de trabalho articulado pelo governo estadual que inclui a captação de novos voos, promoção de eventos, qualificação da mão de obra e aperfeiçoamento dos servi-

ços prestados nas 13 zonas turísticas da Bahia.

JP – Quais as expectativas para 2015, ano com muitos feriados e que, em função da alta do dólar, deve estimular o turismo interno? PELEGRINO – Os seis feriados extras deste ano vão atrair mais de 800 mil turistas para a Bahia, principal destino do Nordeste. Eles injetarão na economia do estado cerca de R$ 1,2 bilhão. Com a


85 alta do dólar, a expectativa é que o turismo doméstico se fortaleça. Os turistas estrangeiros também serão atraídos com a desvalorização do real. A visibilidade que a Copa do Mundo deu ao Estado também ajudou a consolidá-lo como importante destino turístico.

JP – De que maneira o Estado pretende trabalhar a divulgação do São João? Quantos visitantes são esperados? PELEGRINO – O São João é a festa que mais atrai turistas para a Bahia. Há festejos em praticamente todos os municípios, alguns com grande progra-

mação de shows, outros marcados pela tradição. A Secretaria de Turismo investe diretamente na festa, além de promovê-la em outros Estados e no Exterior. Ano passado, o investimento foi de 20,3 milhões, referente a convênio da Bahiatursa com a Petrobras. Deste total, R$ 7,5 milhões foi para promover o São João do Pelourinho, em Salvador. Temos tradição forte também nas festas de Santo Antônio e São Pedro, que ajudam a impulsionar o turismo durante todo o mês de junho. Ano passado, a média de ocupação hoteleira em Salvador foi de 90% em junho, enquan-

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to a média geral nas 12 cidades-sede no País, segundo o Fohb, foi de 80%. Vamos fortalecer o São João em Salvador, com proposta de realizar grande festa no Parque de Exposições. Temos grandes destinos no interior do Estado já consolidado, como Amargosa, Senhor do Bonfim, Madre de Deus, São Francisco do Conde, Cruz das Almas, Santo Antônio entre outros.

JP – Como o Estado está atuando para ajustar as propostas do Prodetur? PELEGRINO – O Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur) Baía de Todos-os-San-

tos (BTS) visa fomentar o turismo náutico e cultural com qualificação profissional e melhorias em infraestrutura turística na Baía e na Costa do Cacau. O investimento total do projeto, que contemplará 20 municípios, será de U$ 84,7 milhões, sendo US$ 33,9 milhões de contrapartida do governo e o restante financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Realizamos reuniões com prefeitos, representantes do BID e outros órgãos do Governo do Estado, e já estamos finalizando os ajustes. A expectativa é começar a execução dos projetos em poucos meses. p


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Destinos

Aberta ao diálogo PRESIDENTE DA BAHIATURSA AOS 27 ANOS, DIOGO MEDRADO ESTÁ D E S E N V O LV E N D O UMA NOVA ESTRATÉGIA DE RELACIONAMENTO COM O TRADE TURÍSTICO BAIANO. No início de março, ele convidou os mais diversos segmentos do setor para um café da manhã no Centro de Convenções da Bahia, onde externou a abertura para o diálogo e mostrou alguns dos principais pontos do calendário de eventos Bahiatursa 2015, em que constam as ações promocionais na Bahia e nos mercados nacional e internacional. O lançamento será no Fórum PANROTAS – Tendências do Turismo, no qual a Bahia figura como destino patrono. No carnaval 2015, Diogo Medrado aumentou a participação do Estado e já está se mobilizando, com a prefeitura de Salvador, para ampliar os investimentos em 2016. Centra-se agora no São João da Bahia, que acontece em junho, no Festival do Interior e Salão Baiano de Turismo, em agosto. Na entrevista a seguir, ele fala sobre seus planos para este ano.

Diogo Medrado

JORNAL PANROTAS — O senhor assumiu a Bahiatursa em maio de 2014 praticamente um mês antes do Salão de Turismo e do São João. Como seu deu esse início de trabalho? DIOGO MEDRADO — Assumimos a uma semana para a realização do Salão Baiano de Turismo, o evento já estava estruturado, apenas gerenciamos. Para o São João, mesmo a 30 dias da realização, conseguimos fa-

zer um planejamento mais agressivo na divulgação da festa. Em nível internacional, conseguimos fazer o lançamento no Chile, que nos trouxe resultados.

JP — Em âmbito nacional e local, qual foi a estratégia para incrementar o São João do Pelourinho? MEDRADO — Diversificar foi a tônica do projeto. Saímos do tradicional forró e introduzimos o forró ele-

trônico, oferecendo ao público bons produtos como as bandas Aviões do Forró, Magníficos, Elba Ramalho e tantos outros. O dia 19 de junho foi o ápice da festa, com 100 mil pessoas no Pelourinho. Isso incrementou o a economia local, aumentando o movimento nos bares e restaurantes, além de outras atividades.

JP — Este ano, como será? MEDRADO — É propósito do


87 Governo do Estado transformar o São João em um produto nacional e internacional. No Fórum PANROTAS serão feitas essas ações. O São João este ano cai em uma data boa para se fazer esta programação de data e conteúdo, porque é de terça para quarta, 23 e 24 de junho. Então, de sábado, que é 20, até 24, que é quarta-feira, a gente vai fazer em um ponto da cidade, que é o Parque de Exposições. De 23 até o dia 28, domingo, vai permanecer o forró do São João do Centro Histórico, que é uma tradição. É uma festa da família baiana e de turistas. Com isso estamos procurando manter o turista na rede hoteleira.

JP — A Bahia é o destino-patrono do 13º Fórum PANROTAS. O que significa isso para o Turismo da Bahia e o que levou o senhor a tomar essa decisão? MEDRADO — O Fórum PANROTAS a gente elegeu como primeiro evento nacional em que a Bahiatursa abre o calendário de ações nacionais e internacionais. Vamos apresentar o calendário definitivo de ações promocionais em que a Bahiatursa vai participar – feiras, workshops, roadshows, enfim, todas as ações que vamos fazer nos mercados nacional e internacional. O fórum empresarial PANROTAS a gente entende que é um

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dos maiores encontros da América Latina, senão o maior, então a gente não poderia estar de fora nem participar discretamente. Procuramos a direção da editora, conseguimos ser o Estado patrono do evento. Então, cabe à Bahiatursa e ao Governo do Estado captar da melhor forma possível este investimento que está fazendo. É uma satisfação muito grande participar deste fórum. Vão estar lá os representantes vip do turismo nacional. A Bahiatursa não poderia ficar fora desse contexto.

JP — Em uma atitude quase inédita, no início de março, o senhor reuniu, em

um café da manhã, o trade turístico de Salvador para apresentar e discutir o calendário de eventos e ações promocionais da Bahiatursa para 2015. O que o levou a essa decisão? MEDRADO — A partir de agora, a Bahiatursa tem dois momentos em sua história. Antes e depois desse encontro. As ações do turismo não serão mais traçadas por uma única via. A Bahiatursa está aberta para o diálogo, para sugestões porque o trade depende de nós e nós passamos a depender dele, porque temos um único objetivo – o sucesso do segmento. Trata-se de uma relação de respeito mútuo.p


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Operadoras

Os planos da Orinter Confira a seguir uma entrevista exclusiva com o diretor comercial e sócio da Orinter Tour & Travel, Roberto Sanches. Após a comemorada chegada de Ana Maria Berto, o dirigente conta detalhes da estratégia da empresa para este ano. Sempre atento ao mercado, Sanches opina também sobre tendências, crise no Brasil e a relação que quer ter com os agentes de viagens.

JORNAL PANROTAS - Como foi a aceitação da Orinter Tour & Travel em São Paulo? ROBERTO SANCHES - A aceitação foi fantástica, não só pelos agentes de viagens, mas também pelos fornecedores e parceiros. O carinho foi tremendo. Todos estão endossando nosso projeto e nos dando a força necessária neste momento. O mercado está entendendo que o modelo de trabalho voltado para a prestação de serviço, e não simplesmente ao repasse de commodities, é a saída para a diferenciação e fidelização do cliente. JP - Em que produtos aposta para este ano? SANCHES - O momento que o mercado vive está proporcionando diversas oportunidades em todos os produtos e destinos, sejam eles de linha doméstica ou internacional. A proposta da Orinter Tour & Travel

é e será levar essas oportunidades aos agentes de viagens de forma rápida, ágil e competitiva.

JP - Quais destinos você recomendaria aos agentes de viagens para se capacitar e vender? SANCHES - Todos. Sai na frente quem conhece mais. Vale lembrar que as tendências são cíclicas e se reinventam, e essa será também uma de nossas missões junto ao mercado. Estamos planejando diversos treinamentos e capacitações que não se resumirão apenas em informações técnicas. Agregaremos informações de como se vender o mesmo produto de formas diferentes. JP - Já dá para apontar produtos campeões de venda? SANCHES - Sim, até mesmo pelo DNA das empresas que se uniram, podemos falar que o carro-chefe da operadora é América do

Roberto Sanches

Norte, porém, com as oportunidades que estão surgindo para Caribe, Europa e América do Sul, acreditamos que este cenário possa ser equalizado em um curto espaço de tempo.

JP - Do que os agentes mais precisam? Suporte? Variedade? Sistema? Preço? SANCHES - Sem dúvida o suporte e o atendimento são o diferencial na cadeia que estamos apostamos. É fato que não podemos deixar de lado os outros pontos, porém sabemos que preço, sistema e variedade todos podem e deverão ter,

e isso não será um diferencial a médio e longo prazo. Aliás, vale lembrar: “nossa gente, nossa tecnologia”.

JP - Como foi o processo de seleção de funcionários? Já está todo mundo contratado? SANCHES - As contratações estão acontecendo e ainda temos postos a serem preenchidos. Diariamente recebemos diversas propostas de excelentes profissionais para ingressarem em nosso time, que, aliás, já possuía um alto reconhecimento do mercado. O que está se formando


89 é uma verdadeira equipe vencedora, com todos acreditando no projeto, sejam eles de linha de frente ou não. Nossa proposta é servir cada vez melhor nosso maior bem: nossos clientes, os agentes de viagens.

JP - A crise assusta ou obriga a buscar mais oportunidades? SANCHES - Acreditamos que a palavra crise não seria a mais ideal para aplicarmos ao momento. Acreditamos, sim, em adversidades, as quais já vivemos em outros momentos e talvez até com maior intensidade. Em situações como esta um grande inimigo pode ser o pessimismo, e todas as ações devem ser bem pensadas, porém as demandas

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batem em nossas portas, os bons profissionais sabem como agarrá-las. Os voos continuam com alta ocupação, os hotéis continuam enviando pedidos de “stop sale” e notificações de “over booking”, ou seja, vale a pena refletirmos. Crise?

JP - Qual o papel de uma operadora na indústria? SANCHES - Excelente questão. Em nossa visão, não podemos dizer que uma operadora se resume a um simples atacadista. Este conceito faz parte de um passado e a melhor definição para nós seria de uma matriz catalizadora de demandas, que tem por papel entender o seu mercado, interpretar seus anseios e entregar seus desejos.

Sanches vê oportunidades no que o mercado chama de crise

JP - A venda direta é uma tendência inevitável? SANCHES - A venda direta é uma tendência e ponto. Muitos já a seguem e outros vão seguir no futuro, porém, não é inevitável. Existem modelos e modelos que podem respeitar a cadeia de distribuição e preservar o forne-

cedor. A operadora e o agente de viagens, por exemplo. É nisso que acreditamos, por isso é fundamental também abandonarmos certos conceitos e paradigmas e nos abrir para negociações dinâmicas que podem ser aplicadas no microuniverso de cada venda.p


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Quem é quem na

Tap Brasil

A Tap não é uma empresa que necessariamente precisa de apresentações. Com forte participação no mercado nacional, a companhia aérea portuguesa já está inserida no dia a dia do mercado. O que poucos sabem, porém, é como funciona a estrutura da empresa no Brasil. Quem são os responsáveis por fazer dessa aérea uma verdadeira parceira de agentes, operadores e consolidadores de viagens. Você os conhece? Se a resposta foi negativa, seja bem-vindo a este Portas Abertas mais que especial!p

O diretor geral da Tap, Mário Carvalho


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ll Nome: Tap Portugal ll Endereço: avenida Paulista, 453 – 14º andar Telefone: 0300-210-6060 ll Site: www.flytap.com ll E-mail para contato dos agentes:

O departamento de Marketing tem como diretor para o Brasil Francisco Guarisa e conta também com as assistentes Adriana Okuno e Cristina Anfimovas

tapbrasil@tap.pt

ll Número de funcionários: 145 no Brasil ll Diretora: Mário Carvalho (diretor geral da Tap para América do Sul) ll Aeroportos com voos no Brasil: 12. São eles:

Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Campinas (SP), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro, Salvador (BA) e São Paulo. Departamento de Inteligência de Mercado: Tatiana Inoue, Ari de Souza Jr., Vitor Shida, Thadeu de Barros e Cláudia Marinaro

ll

Número de executivos para relacionamento com trade: 20, divididos em Belém (1), Belo Horizonte (2), Brasília (2), Fortaleza (1), Manaus (1), Porto Alegre (1), Recife (1), Rio de Janeiro (3), Salvador (2), São Paulo (5) e Natal (1).

ll

Rota mais utilizada pelos consumidores: “temos excelente fluxo nas 12 cidades que operamos no Brasil, e por isso fica difícil eleger apenas uma rota, já que cada mercado tem seu potencial”, afirma Carvalho. Departamento de Vendas São Paulo: Ulysses Cortez, Christina Iseri, Adriana Tolentino, Raquel Gomes, Luis Quaggio, Renata Di Bernardo e Mônica Leal (Karen)

A assistente da diretoria, Ruth Nappi

ll Vantagens de se trabalhar na aviação: para o

diretor, o universo da aviação é fascinante, até mesmo quando não se está voando. “Poder fazer parte dessa história é muito gratificante. Olhar pela perspectiva de quão extraordinário é o fato de podermos chegar a tantos lugares do mundo de maneira tão rápida, segura e eficiente, além de contribuir de alguma forma para o crescimento socioeconômico e cultural de toda uma região é muito envolvente”, afirma ele, completando que uma companhia aérea “é um catalisador na realização do sonho de viajar. A aviação é efetivamente uma paixão. > Continua na pág. 92


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ll Como cativar clientes e parceiros de mercado: a receita do dirigente é básica, ou seja, basta atuar de forma justa, transparente e responsável perante todas as partes interessadas ao negócio. Atender expectativas e necessidades é outra dica importante e mostra o comprometimento da empresa com o público-alvo. ll O que faz diferença em um serviço de bordo: além

Departamento de Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC): Núbia Rabello, Carolina Candido, Mylenna Lirio, Nathalia Marins e Bruna Escrich

de um notável serviço de catering, uma qualificada carta de vinhos e um entretenimento de bordo atual e diversificado, Mário Carvalho elege o bom atendimento ao cliente como diferencial para uma empresa aérea. “É imprescindível acolher, ser prestativo e gentil com os passageiros.”

ll

Departamento de Contabilidade: Vagner Andrade, Marcio Florentino, Elaine Viana, do RH, Elaine Ferreira, Daniela Andrade e Antonio Alex Silva

Departamento Jurídico: Natasha Alves, Domingos Pereira e Rosana Delicato

Pré-requisito para quem quer seguir carreira em uma companhia aérea: entender que esse segmento é muito mais que um mero vendedor de bilhetes aéreos, e que ele contribui de forma efetiva para o desenvolvimento da cadeia produtiva do negócio de turismo.

ll O que não pode faltar em um aeroporto: infraestrutura adequada tanto para os passageiros, como para os prestadores de serviços. ll Operação que deseja ter no futuro: “na verdade, a Tap está sempre pensando e avaliando novas possibilidades e oportunidades, mas para que possa ampliar sua rede, além de ter que dispor de mais aeronaves, o mercado deve sustentar a ocupação média desses voos para tornarem-se viáveis. A companhia sempre olha com muita atenção o Brasil, mas não há nenhuma previsão no momento”, informou o dirigente. ll Um conselho aos agentes de viagens: Carvalho con-

Philipe Menezes, responsável pelo departamento de Tecnologia da Informação

sidera o agente de viagens fundamental para o mercado. É ele quem conhece o consumidor e orienta-o com presteza a partir do conhecimento das ofertas existentes. Dessa forma, o trabalho desse profissional não deve ser apenas vender, mas atender bem o cliente e observar as mudanças do mercado e o comportamento do consumidor. “A venda ocorrerá como resultado dessa troca produtiva de experiências de valor, pois sem a percepção e valor por parte do cliente, não se estabelece negócios.”


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Destinos

Novos voos em Pernambuco Pernambuco é o Estado nordestino que apresenta o maior crescimento no desembarque de passageiros nacionais e internacionais. No ano passado, foi registrado um acréscimo de 17% na chegada de turistas estrangeiros no Aeroporto Internacional do Recife, o

que significa, em números, mais de 150 mil pessoas. “Esses números tendem a aumentar, visto que, em 2015, Recife já contabiliza a chegada de dois novos voos diretos: para Buenos Aires, que começou a operar no final de janeiro, e para Cabo Verde, que terá início em junho, fazendo conexão direta com Lisboa, > Continua na pág. 94


< Continuação da pág. 93

ROTAS

INTENSIFICADAS

Para este ano, ainda estão previstas outras ações que visam incrementar o turismo pernambucano. “Iremos intensificar as rotas turísticas já existentes e criar novas, como a do Turismo de Aventura. Intensificaremos também a atração de novos

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Divulgação: Hesíodo Góes

Amsterdã e Paris. Além dessas novas operações, a capital pernambucana possui outros quatro voos para destinos internacionais: Lisboa, operado pela Tap; Miami com a American Airlines; Cidade do Panamá (Panamá), por meio da Copa Airlines; e Frankfurt, pela Condor”, elencou o secretário de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco, Felipe Carreras. Além das novas rotas aéreas, o Estado também aposta no turismo marítimo como atrativo para os visitantes: “Dentre a série de ações que realizaremos para trazer ainda mais turistas a Pernambuco, estão os novos cruzeiros marítimos. Recife receberá, este ano, um pouco mais de 30 embarcações, e a nossa meta para a próxima temporada é aumentar este número para 50”, complementa Carreras. Com o intuito de atrair mais cruzeiros para o novo Terminal Marítimo de Passageiros do Recife, a secretaria participou, de 17 a 19 de março, pela primeira vez, da Feira Cruise Shipping, em Miami.

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Felipe Carreras, secretário de Turismo de Pernambuco

voos internacionais e consolidaremos os que captamos recentemente. Também temos, como perspectiva de ação, a requalificação do Bairro do Recife e da área portuária, com os Armazéns do Porto, além do início de melhorias no Centro de Convenções de Pernambuco”, diz Carreras.

AÇÕES COM TRADE

As ações do Estado para os agentes de viagens são re-

alizadas por meio das participações em workshops, feiras de turismos, capacitações promovidas em eventos do segmento, além de famtours, levando agentes de diversas cidades e países para conhecer o destino Pernambuco in loco. Neste ano, o Estado já está no calendário oficial das feiras e eventos do segmento, tais como: Convenção CVC, Abav e workshops internacionais, além do Fórum PANROTAS.

Neste último, a participação da Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco está sendo feita por meio de um lounge ambientado com imagens dos destinos do Estado. “Traremos cardápio local, além da degustação do nosso famoso bolo de rolo. Acreditamos no fórum por ele realizar debates com profissionais qualificados, o que contribui para desenvolver novas ações e aprimorar conhecimentos”, conclui Carreras.p


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Mercado

Apoio ao

empresário

OS DONOS DE NEGÓCIOS QUE ATUAM NO SEGMENTO DO TURISMO E BUSCAM INCLUIR PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS EM SEU DIA A DIA, PODEM ENCONTRAR APOIO E ORIENTAÇÃO NO SEBRAE. Além de todo o suporte para a obtenção da certificação como meio de hospedagem sustentável, cujos requisitos foram Luiz Barretto, presidente do Sebrae

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estabelecidos pela norma ABNT NBR 15401, a instituição está desenvolvendo uma solução nacional para ensinar aos empresários como se tornarem sustentáveis, social, ambiental e economicamente. Desenvolvido como piloto no Rio de Janeiro, o projeto “Gestão Turística Sustentável para Meios de Hospedagens” capacitou, em 2014, cerca de 40 empresas nos segmentos cama e café, hostels e pequenas pousadas em três municípios fluminenses: Rio de Janeiro, Búzios e Ilha Grande. Agora, segundo o presidente do Sebrae, Luiz Barretto, essa solução será replicada para todo o Brasil ao longo de 2015. “Nossa ideia é que as primeiras

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turmas sejam formadas no início do segundo semestre”, afirma Barretto. A capacitação, com duração de três a seis meses, tem como referência a norma ABNT NBR 15401. Os empresários são divididos em grupos, fazem um diagnóstico da empresa, participam de oficinas coletivas e de consultorias individuais. Nos encontros em sala de aula, eles aprendem conceitos e fundamentos da sustentabilidade, são orientados sobre como podem implementar práticas sustentáveis, como devem comunicá-las para os clientes e quais os benefícios o negócio alcança depois disso. “Os empresários que optarem por adotar as ações sustentáveis estarão apos-

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tando em um diferencial de mercado. O conjunto de práticas adotadas pode gerar redução de custos — em função do uso adequado e racional de insumos — e melhoria da imagem do estabelecimento junto ao mercado, pois a sustentabilidade é cada vez mais valorizada pelos turistas”, ressalta o presidente do Sebrae. “Além disso, eles podem ampliar a colaboração com parceiros locais, conquistar novos clientes e, consequentemente, incrementar o faturamento da empresa”, completa.

EXEMPLO

Depois de receber as consultorias e participar das oficinas, Guilherme Carames Beskow, proprietário

do Hostel Maraca, no Rio de Janeiro, adotou a reutilização da água em seu estabelecimento e conseguiu reduzir o consumo em cerca de 50%. “Nossa conta, que costumava ser de R$ 600, subiu para R$ 1,5 mil. Depois disso, espalhamos cartazes de conscientização pela casa, passamos a recolher a água da chuva, da máquina de lavar e até do ar-condicionado para usar na limpeza e na piscina, depois de um tratamento com cloro. Assim, conseguimos reduzir nosso consumo de cinco metros cúbicos por dia para dois metros cúbicos”, conta. Guilherme também passou a fazer controles diários do consumo, o que permitiu


97 que ele identificasse rapidamente um vazamento ocorrido em janeiro em um dos banheiros usado pelos funcionários. “Uma descarga ficou presa a noite toda e percebemos nossa média de consumo subir muito. Assim, conseguimos notar o problema rapidamente”, afirma o empresário que pretende, até o meio do ano, fazer um projeto para instalação de placas de energia solar para aquecimento da água no hostel, inaugurado há um ano e meio e que tem 95% das lâmpadas de LED para economizar energia.

FAÇA PARTE

Ao participar do projeto, os empresários também ficam mais perto de cum-

prir os requisitos exigidos para a certificação como meio de hospedagem sustentável, realizada por organismos de certificação acreditados pelo Inmetro. A norma técnica da ABNT foi lançada em 2006 e atualizada ano passado com a ajuda do Sebrae, que incluiu um anexo com exemplos de boas práticas que devem ser adotadas no turismo sustentável. Ela está disponível, juntamente com o anexo de exemplos de práticas sustentáveis, no link portalmpe.abnt.org.br. É necessário que o empresário faça o cadastro de sua empresa para ter acesso ao material gratuitamente. A adoção dos estabelecimentos à norma técnica é

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Hostel Maraca: empreendimento sustentável

voluntária. Além disso, o Sebrae apoia os pequenos negócios com consultorias técnicas para implementa-

ção da norma por meio do Programa Sebraetec, arcando com 80% dos custos desses serviços. p


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Operadoras

CVC investe em locação

Como parte da estratégia para conquistar participação em segmentos promissores do mercado de viagens, a CVC tem investido na diversificação de produtos. Apesar de ser reconhecida pela oferta de pacotes já montados, atualmente quase 70% das vendas da operadora é formada por pacotes customizados pelos agentes de viagens de acordo com as preferências do cliente, o que garante maior flexibilidade na hora de planejar as férias e a viagem dos sonhos. Para ampliar ainda mais a liberdade de ir e vir do consumidor e, ainda, oferecer novas oportunidades de vendas aos agentes de viagens, a CVC dá mais um importante passo com a reformulação da área de locação de carros. A operadora continua a oferecer diárias de locação aos seus clientes, em viagens pelo Brasil e Ex-


99 terior. No entanto, agora passa a contar com uma equipe comercial dedicada a esse novo negócio. Sob o comando de Ricardo Kaiser (ex-Hertz), o departamento de Locação de Carros foi criada há dois meses e já atua de forma integrada com as áreas de Produtos Nacionais e Internacionais, combinando a locação com a formatação de roteiros em conjunto. “Passaremos a estimular o consumo deste serviço entre os viajantes brasileiros e, para tornar o serviço ainda mais atrativo, acabamos de concluir uma renegociação com nossos principais parceiros estratégicos

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lo ca ç ões no br a sil Segundo dados da Associação Brasileira de Locação de Automóveis (Abla), o

segmento

movimenta

R$ 1,8 bilhão no mercado de viagens de lazer no Brasil. Somando os segmentos de locação para o lazer e o corporativo, o setor movimenta, ainda, US$ 10 bilhões no mercado americano, e outros US$ 7 bilhões no mercado europeu. p

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e, com isso, a operadora garante tarifas competitivas no Brasil inteiro, em sua rede de agências franqueadas e multimarcas credenciadas, com diárias a partir de R$ 99, já com proteções inclusas e quilometragem livre”, adianta Ricardo Kaiser, citando que entre os principais parceiros da CVC estão Localiza, Hertz e Movida (nos destinos nacionais, sendo que a Hertz também é parceira da CVC em destinos internacionais) e Avis, Dollar e

Alamo (nos destinos internacionais).

NOVOS CANAIS O executivo também destaca que, historicamente, as empresas de locação mantém seus pontos de venda em aeroportos e, a partir de agora, considerando o acordo estratégico com a CVC, as locadoras passam a ampliar seus canais de vendas, ao comercializar seus produtos na maior

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rede de varejo do turismo, com 915 lojas franqueadas CVC e 6,5 mil agências multimarcas credenciadas no Brasil.

SISTEMA

Outra medida adotada pela CVC diz respeito à melhoria da plataforma de vendas para o segmento de locação. Já está em fase de implementação o sistema de locação de carros que fará parte do Centro de Serviços Compartilhados (CSC), nova tecnologia da CVC que

já vem integrando o fluxo dos processos financeiros e de vendas da CVC em uma única plataforma, o que também tornará a venda deste produto mais fácil e rápida, junto a agentes de viagens credenciados e da rede franqueada. Até o final deste mês, o sistema estará no ar, coincidindo com o lançamento do “Completão” de Carros, um guia completo de informações para apoiar a venda do agente de viagem e a escolha do consumidor.p


1,2 MIL

V END ED O R E S

Luiz Eduardo Falco e Valter Patriani

A CONVENÇÃO DE VENDAS DA CVC, QUE NÃO ERA REALIZADA HÁ ALGUNS ANOS, VOLTOU COM FORÇA EM 2015, REUNINDO 1,2 MIL LÍDERES NO BOURBON ATIBAIA, EM SÃO PAULO. Participaram todos os diretores, geren-

tes corporativos e gerentes de Vendas das 915 lojas exclusivas da CVC no Brasil, além dos líderes que atendem o canal multimarca em todo o País. O vicepresidente de Vendas, Produtos e Marketing da companhia, Valter Patriani, liderou o encontro, que contou com a presença do fundador e presidente do Conselho de Administração, Guilherme Paulus, e do presidente executivo, Luiz Eduardo Falco. “Vivemos um momento histórico, em que investimos fortemente em produtos e anunciamos as novidades aos nossos líderes, que hoje comandam nossa super equipe de quase oito mil vendedores em todo o Brasil”, afirmou Patriani. Um dos destaques foi a apresentação do departamento de Cursos no Exterior, cujos produtos começam a ser comercializadas a partir do final deste mês. E ainda a nova Plataforma de Carros. p


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Te c n o l o g i a

Pagamentos virtuais em parceria com a Conferma, especializada em serviços de pagamento, o sabre anunciou o lançamento do Sabre Virtual Payments no Brasil. Trata-se de uma solução em software com possibilidade de customização desenvolvida, segundo as parceiras, com a tecnologia mais segura para pagamentos com cartões de crédito disponível no País. A novidade está prevista para abril e, em sua primeira fase, aperfeiçoará as reservas de hotéis com foco no corporativo. Disponível para usuários Get There, este software também processa transações em reais, uma vantagem significativa para evitar as taxas de conversão que seriam cobradas com o uso cartões emitidos no Exterior. O Sabre Virtual Payments oferece um meio de pagamento direto que permite às agências de viagens, TMCs e corporações programarem um cartão de crédito

virtual, seguro e pré-pago para cada viagem de negócios on-line e off-line. Cada cartão possui um número de identificação único que serve apenas para uma transação, oferece maior proteção contra fraudes e atende a padrões internacionais para pagamentos eletrônicos, além de oferecer controle da despesa para cada transação. “Esta tecnologia virtual foi desenvolvida especificamente para pagamentos na indústria de viagens e, portanto, também amplia as oportunidades de negócios para hoteleiros, pois suas tarifas e serviços estarão disponíveis em uma plataforma de reservas confiável impulsionada pelo Sabre”, explicou o vice-presidente do Sabre para o Brasil e Sul da América Latina, Luiz Âmbar.

PARA AS AÉREAS O Sabre anunciou também o lançamento de três soluções de software que in-

Luiz Ambar, VP do Sabre

teragem com dados para personalizar serviços das companhias aéreas. São elas: Dynamic Retailer, Customer Data Hub e Customer Experience Manager. Cada uma foi projetada como fon-

te de informação e análise de dados sobre as preferências dos passageiros em suas múltiplas consultas com as companhias aéreas. O conjunto de software também possibilita criar servi-


103 ços personalizados para os viajantes e um modelo de serviço inteligente para as companhias aéreas. Além disso, o Dynamic Retailer contribui na oferta e estratégia de serviços adicionais das companhias aéreas, oferecendo uma plataforma dinâmica para disponibilizar voos e serviços extras a partir de relatórios personalizados de cada passageiro. Assim, a solução permite às companhias aéreas identificar e fornecer serviços e pacotes de produtos para os viajantes. A Virgin América é a primeira companhia aérea a implementar as soluções Customer Data Hub, Customer Experience Manager e Dynamic Retailer do Sabre.

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Virgin America implementou as soluções Customer Data Hub, Customer Experience Manager e Dynamic Retailer

As soluções foram desenvolvidas pelo Sabre para identificar a diferença entre a percepção que os passageiros têm sobre o serviço das aéreas e as iniciativas de marketing das transpor-

tadoras que oferecem um serviço personalizado. “Hoje, os passageiros esperam mais e melhores serviços. No Sabre temos identificado estratégias para que as mesmas possam otimi-

zar seu padrão de serviço, utilizando tecnologia que já está disponível em outras indústrias voltadas para o consumidor”, disse o presidente do Sabre Airline Solutions, Hugh Jones.p


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Aviação

Brasileiros em Dallas

O aeroporto da cidade norte-americana

O aeroporto internacional de Dallas (DFW), nos Estados Unidos, apresentou, ao longo dos últimos cinco anos, crescimento significativo nas rotas internacionais, com diversos voos diretos para a Ásia, Austrália, o México e a América do Sul — incluindo o Brasil —, de acordo com o vice-presidente de Estratégias Globais e Desenvolvimento do equipamento, John Ackerman. O dirigente afirma que o mercado brasileiro ocupa o terceiro lugar quando o assunto são os gastos no aero-

porto. “Um estudo realizado pelo DFW, em setembro do ano passado, com cidadãos brasileiros, mostrou que eles gastaram, em média, US$ 49,87 em alimentos, bebidas e produtos de varejo ou de serviços no aeroporto, ficando atrás apenas dos australianos e coreanos”, informou. O número total de passageiros do DFW também registrou aumento, totalizando 63 milhões por ano. No seu conjunto, o aeroporto contribui anualmente com US$ 31,6 bilhões para a economia do Norte do Texas, incluindo gastos de viajantes em negócios.


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PARCERIAS

Durante o Fórum PANROTAS 2015, um dos objetivos de Ackerman é fortalecer os laços com os sul-americanos. “O evento é importante para o DFW à medida que construímos e fortalecemos nossos relacionamentos no Brasil e na América do Sul, sem contar que o evento também nos proporciona a possibilidade de interagir e compartilhar informações sobre o que o aeroporto oferece, especialmente para os viajantes brasileiros”, avaliou, citando como exemplo um programa de concierges brasileiros, que disponibiliza funcionários falando português para recepcionar e orientar os passageiros na chegada de voos do Brasil. “O apoio ao Fórum PANROTAS demonstra o comprometimento do DFW com o Brasil, assim como os benefícios exclusivos aos viajantes brasileiros. Além do programa de concierges, temos nosso sistema de sinalização digital e aplicativo para celular, ambos disponíveis em português”, completou ele.

ALGUNS NÚMEROS

Ligando os cinco continentes, o aeroporto totaliza, anualmente, cerca de 60 milhões de passageiros transportados, sendo

Aeroporto tem movimento de 60 milhões de passageiros por ano

uma média de 165,5 mil por dia, em 17 mil voos. Isso faz com que o DFW seja considerado, mundialmente, o terceiro maior em número de operações e o décimo em passageiros. Localizado a menos de quatro horas das principais cidades dos Estados Unidos, o aeroporto opera desde 1974 em uma área de quase 27 mil metros quadrados, com 155 portões de embarque para 214 destinos diferentes.p


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Destinos

Austrália

mais próxima Brasileiros que ainda não conhecem a Austrália podem agora aproveitar uma série de facilidades implementadas pelo destino, como o processo de visto oninteiramente -line e uma oferta de voos satisfatória. Em 2014, 42 mil brasileiros visitaram o destino – 22% a mais que no ano anterior -, mas os aussies quer mais. Para isso, o Tourism Australia (TA), órgão de promoção do país, oferece programas voltados ao trade e ao consumidor final com o objetivo de apresentar todas as potencialidades da terra dos cangurus. Um dos programas é o “Aussie Specialist”, existente há cinco anos e sucesso entre os agentes de viagens. Trata-se de uma plataforma em português que permite o treinamento para a venda do destino.

ATRATIVOS

Em Sydney, um dos passeios mais interessantes

para todos os estilos, há uma trilha épica para se escolher, seja uma mais curta e fácil por entre os arbustos, até aquelas mais intensas, que passam pelo deserto. As sete Great Walks of Australia passam pela natureza selvagem da Tasmânia e pelos planaltos vulcânicos de Queensland, e também pelo outback magnífico de South Australia ou de NorthernTerritory.

LODGES

Opera House, cartão postal de Sydney

é sobrevoar a Sydney Harbour em direção à Cottage Point Inn ou à Palm Beach em um hidroplano. Saindo da praia e indo para o deserto, a pedida é andar de camelo e jantar no Sounds of Silence, um restaurante montado sob a luz das estrelas com vista para o icônico Uluru. Também há a pos-

sibilidade de ir de balsa ou helicóptero para RottnestIsland, em Western Australia, e escolher uma ou algumas entre as 63 praias locais.

TRILHAS

Caminhar é uma das melhores maneiras de conhecer o ambiente natural da Austrália. Com opções

A Luxury Lodges of Australia é uma coleção de chalés e acampamentos que oferecem experiências inesquecíveis em algumas das paisagens mais inspiradoras da Austrália. Há acampamentos com estilo único, como o Longitude 131, no Red Centre, ou o Bamurru Plains, mais ao Norte no deserto. É possível ainda passar estadas em casas históricas, estações de castelo ou acomodações sustentáveis, cercadas por parques nacionais como Saffire Freycinet, na costa da Tasmânia.p


107 Aviação

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> Artur Luiz Andrade

Pronta para competir

Silvano Cassano, CEO da Alitalia

O novo CEO da Alitalia, Silvano Cassano, designado após a compra de 49% pela Etihad, escolheu o Brasil como sede de sua primeira viagem internacional na condição de líder da aérea italiana. Em entrevista exclusiva,

deverá receber já nos próximos meses, os planos para a América Latina e o resto do mundo. Segundo ele, o compromisso com o Brasil é de longo prazo e promete que nenhuma companhia vai tirar da Alitalia a liderança no transporte de passageiros entre os

o executivo comentou os investimentos que a empresa

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dois países. Só em 2014, a aérea embarcou 330 mil passageiros de/para o Brasil e, no primeiro bimestre de 2015, o share da empresa subiu de 23,8% para 24,7%. “Temos crescido dois dígitos e agora temos recursos para competir e investir em melhorias. Tivemos que reduzir tarifas nesse começo de ano por causa do câmbio, e mantivemos nossa liderança.” Cassano revela ainda que estuda aumentar a capacidade para o Brasil a partir do final deste ano, pois acredita que a declaração do ano Jubileu pelo papa Francisco vai atrair mais brasileiros católicos a Roma. O Ano Santo Jubilar da Misericórdia terá início com a abertura da Porta Santa na Basílica de S. Pedro em 8 de dezembro de 2015

(essa porta só é aberta em anos declarados Jubileu), dia de Nossa Senhora da Conceição, e será encerrado em 20 de novembro de 2016, na chamada Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. Hoje, a Alitalia tem um voo diário São Paulo-Roma (que dependendo da temporada chega a nove por semana) e outro Rio-Roma. A Alitalia voltou a estudar também a operação em Milão, a partir do Brasil. Na América do Sul, a aérea voa para Buenos Aires e Caracas e estuda a abertura de novas rotas envolvendo Bogotá e Santiago.

QUALIDADE Sobre os novos investimentos, o CEO da compa-

Cassano com a equipe brasileira no escritório de São Paulo

nhia italiana disse que a meta é transformar a Alitalia de empresa três estrelas para cinco estrelas. Para que isso ocorra, os investimentos terão duas frentes: o elemento passional que a companhia desperta (e isso inclui capacitação de funcionários, design, elegância, produtos sofisticados e também uma nova logomarca, a ser lançada em julho) e tecnologia (que abrange frota, canais de distribuição, conectividade para os passageiros, entre outros itens). Serão investidos 330 milhões de euros em frota, incluindo a chegada de novos A330 e 777 para o longo curso, uma das grandes apostas da Alitalia, e o upgrade nas cabines da frota atual. Além

dos voos para a América Latina, a empresa anuncia ligações diretas próprias de Roma e/ou Milão ao Japão, à China e Coreia do Sul e o acesso a toda a Ásia com a parceria com a Etihad, via o hub de Abu Dhabi. Veneza, Roma e Milão ganharão voos para Abu Dhabi este ano, Bolonha em 2016 e a Catânia em 2017. “A palavra-chave é conectividade”, afirma o executivo. O total de investimentos, em três anos, chega a 700 milhões de euros na companhia.

AGÊNCIAS: O MAIOR CANAL Acompanhando Cassado em sua viagem pelo Brasil, o chief comercial offi-


109 cer (CCO) da Alitalia, Ariodante Valeri, disse que as agências de viagens são o principal canal de vendas da companhia aérea. Na Europa, por exemplo, o percentual é de 65%. “Aqui no Brasil é bem mais”, afirmou. “Não podemos e não iremos ignorar os canais web, mas nosso objetivo é fortalecer as equipes comerciais no Brasil, para termos mais executivos dando suporte aos agentes em outras cidades além do eixo Rio-São Paulo”, anunciou o CCO. Segundo ele, a Alitalia está competitiva, tendo reduzido tarifas este ano por conta do câmbio e é uma das poucas a oferecer parcelamento em dez vezes sem juros. De acordo com Valeri, a intenção é fazer com que agentes de viagens e clientes continuem escolhendo a aérea como a melhor opção para voar até a Itália e de lá para o restante da Europa, Ásia e outros destinos, em parceria com a Air France-KLM, outros membros da Skyteam e a Etihad. A entrada da Etihad como dona de 49% da Alitalia, segundo Cassano, não afeta a relação da empresa com a Skyteam e a Air France-KLM. “No Brasil, já trabalhamos como um time só e vamos intensificar as sinergias com a Air France-KLM”, disse Ariodante Valeri.p

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Ariodante Valeri, CCO, Antonio Sgro, diretor Brasil, Cassano e o vice-presidente de Assuntos Corporativos, Clemente Senni

Por dentro da

“ n o v a ” A l i ta l i a : - O acionista majoritário, com 51%, é CAI SpA, em que estão presentes alguns dos principais personagens financeiros e industriais italianos - O acionista estratégico, com 49%, é a Etihad Airways. A Alitalia permanece membro da Skyteam e inicia também sua participação na Etihad Airways Partners -A Alitalia, juntamente com a Etihad Aiways, é a transportadora oficial da Expo Milano, que vai de maio a outubro - A aérea aposta ainda mais na qualidade do serviço com o objetivo de tornar-se rapidamente uma empresa global premium - A cultura da nova Alitalia é centrada no cliente, fazendo com que ele tenha a melhor experiência de viagem, em terra e no ar - A empresa deverá lançar, em julho, uma nova logomarca e renovação da pintura e do interior de seus aviões, além de novos uniformes de seus colaboradores - Inaugurará, em breve, uma Academia de Treinamento para a Excelência do Consumidor - Iniciou uma mudança em relação aos preços, com o intuito de ganhar mercado por meio de promoções agressivas - Em breve disponibilizará wifi em toda a sua frota


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Loc a doras d e veí cu l o s

Ano de desafios O ano de 2014 ainda nem havia acabado e 2015 já se mostrava desafiador. Durante a primeira teleconferência para analistas e investidores, o presidente da Localiza, Eugênio Mattar, afirmou que o ano será repleto de desafios e marcado por inflação, juros elevados, e, quem sabe, economia em recuperação. Por conta desta incerteza, a maior locadora de automóveis do País adotou uma estratégia mais conservadora e garante que está preparada para enfrentar um cenário adverso. “Ao mesmo tempo, estamos prontos para aproveitar qualquer oportunidade que surja”, afirmou Mattar. Segundo o último balanço da empresa, a Localiza lucrou mais de R$ 410,6 milhões em 2014, número 6,8% acima do registrado no ano retrasado. A receita em 2014 ficou em R$ 3,89 bilhões, 11% maior do que a de 2013. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) também subiu, chegando a R$ 969,8 milhões (+ 5,8%). Uma das estratégias apontadas pelo presidente da Localiza para manter o cresci-

Eugênio Mattar, presidente da Localiza

mento é buscar contratos mais longos no segmento de gestão de frota. Atualmente, os acordos têm vigência de dois a dois anos e meio. O objetivo é negociar para três anos. Segundo Mattar, a tarifa média nos contratos mais longos é mais baixa, porém a depreciação é menor, resultando em um efeito líquido positivo. Ainda para este ano, a empresa pretende adquirir cerca de 74 mil novos carros para renovação da frota das divisões de aluguel de carros e gestão de frotas, dos quais 7,6 mil foram adquiridos já em

dezembro de 2014 para aproveitar o desconto no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O investimento estimado apenas para a renovação da frota é de R$ 2,3 bilhões.

CARROS híbridos Uma das novidades apresentadas pela locadora este mês é o reforço dos carros ecológicos na frota. O modelo Ford Fusion Hybrid, que pode utilizar tanto eletricidade quanto combustível, chegou à empresa no início de março e já está disponível

em Belo Horizonte (MG), no Rio de Janeiro (RJ), em São Paulo (SP), e Brasília (DF). Além da economia de combustível, o modelo híbrido da Ford tem emissão de poluentes 60% menor que o limite exigido por lei, segundo o Inmetro. “O mercado e a sociedade estão se movimentando em busca de opções cada vez mais sustentáveis para o nosso planeta e a economia. Nós estamos atentos a este movimento, ampliando nossa oferta de produtos”, explica o diretor de Marketing da Localiza, Herbert Viana Andrade.p


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Mercado

Dois novos postos

Raffaele Cecere e Rodrigo Caetano, sócios na R1 Audiovisual

O Hotel Pullman Ibirapuera, em São Paulo, e o Pestana Curitiba, no Paraná, são os dois novos postos de atendimento em hotéis da R1 Soluções Audivisuais. As parcerias são fruto da estratégia de crescimento da empresa pelo Brasil. Segundo o sócio-diretor Raffaele Cecere, a R1 tem como meta estar presente em pelo menos 50 hotéis até o final de 2016. “Estamos sempre em busca de mais parceiros. Queremos continuar a oferecer a melhor experiência para os clientes dos empreendimentos, por isso investimos no que há de mais moderno e inovador disponível no mercado”, explica. Para atender o público corporativo dos

hotéis, a R1 investiu em equipamentos de tecnologia de última geração, como totens multimídia, televisores de LED de 75’ e 84’, vídeo walls, displays digitais, todos já instalados nas áreas sociais e de eventos dos parceiros. Além da presença em hotéis de São Paulo, do Rio de Janeiro, Paraná e de Pernambuco, a R1 atua também no planejamento audiovisual para eventos corporativos e sociais de pequeno, médio e grande portes em todo o território nacional. “Nosso foco continua sendo o atendimento eficaz de nossos parceiros, com o uso de ferramentas modernas e alta tecnologia, para que todos tenham um evento completo e sem margem para erros”, afirma Cecere.p


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Destinos

Verão no Chile O ministro da Economia, de Fomento e Turismo do Chile, Luis Felipe Céspedes, e a subsecretária de Turismo, Javiera Montes, apresentaram na semana o balanço da movimentação de turistas estrangeiros durante a temporada de verão no país. As autoridades informaram que em dezembro, janeiro e nos primeiros 20 dias de fevereiro houve um aumento de 18,7% na movimentação de visitantes, em relação ao mesmo período de 2014. Durante a temporada, 1,3 milhão de estrangeiros visitaram o destino. O principal mercado emissor foi a Argentina, que manteve o bom desempenho dos anos anteriores, registrando um incremento de 28,1%, com a emissão de 617,9 mil viajantes. Em relação à temporada passada, o número de brasileiros aumentou significativamente: 63,6%, representando 123,2 mil visitantes. Outro mercado prioritário, os Estados Unidos, também teve um

aumento importante, de 14%, seguindo nas primeiras colocações entre os países emissivos para o Chile. Céspedes destacou que o crescimento geral “é um bom exemplo do potencial que temos para o turismo, e também é resultado dos esforços para desenvolver o setor dentro de uma estrutura pública e privada”. O dirigente completou revelando que o poder

público vai duplicar os recursos para a promoção turística para chegar a nível semelhante ao dos países vizinhos. A autoridade disse ainda que “o turismo é um setor de alto dinamismo da nossa economia, e com um potencial alto de crescimento. Devemos seguir nos esforçando em termos de promoção, infraestrutura e também de capacitação para melhorar os ser-

viços”. Já Javiera Montes exaltou o mercado argentino, que sempre apresenta números positivos. Apenas em fevereiro, segundo a dirigente, o crescimento ficou próximo de 50%. “Esta é uma notícia muito boa para as economias locais das várias cidades e dos destinos de fronteira que têm relação com a Argentina “. O mercado europeu também mostrou bons índi-


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ces durante o período, apresentando aumento de 6,8%. O melhor desempenho foi da França (10%), seguida de perto pela Alemanha (9,3%). A Espanha aparece em terceiro lugar, com 4,8% de aumento no envio de turistas.

TAXA DE OCUPAÇÃO A subsecretária de Turismo informou também que o turismo interno foi responsável por 72,4% da ocupação hoteleira, mantendo-se no mesmo nível do ano passado. Entre os destinos que tiveram taxas de ocupação em torno de 90% em fevereiro estão Valdivia-Corral (região de Los Ríos), com 95,9%, Valle del Elqui (94,2%) e La Serena-Coquimbo (93,3%), ambos da região de Coquimbo. Saltos del Laja, na região de Biobío, registrou 92,6% e La Araucanía Lacustre (Araucanía) alcançou 92,5%. Dos 40 destinos que podem ser comparados com o mesmo período de 2014, 19 registraram aumento. Entre eles, destacam-se Osorno-Puyehue, na região de Los Lagos, com 81% de ocupação e um aumento de 12,4%; na sequência está Cuenca del Lago Ranco (Los Ríos), com uma taxa de 84,7% e um incremento de 9,1%. Já a região de Maule, com Talca e Valle del Río Mau-

A bela Santiago, cercada pelos Andes

le, alcançou ocupação de 69,4% e aumento de 8,9%.

COM O TRADE No Brasil, as ações para os agentes de viagens se baseiam em capacitações e workshops. Este ano, após a WTM Latin American, em abril, o destino promete um roadshow para visitar a agências e operadoras de Belo Horizonte (MG), Brasília (RJ) e do Rio de Janeiro. No segundo semestre haverá uma segunda edição da ação para percorrer as principais praças do País. “Trabalhamos de forma cooperada com as operadoras de viagens para incentivar as vendas do destino, e, entre as atividades, as principais estão

Vinícolas estão entre as preferências dos turistas

focadas no agente. São capacitações e entregas de material de qualidade que servem de suporte para as vendas”, informou o turismo chileno, via comunicado. Outra forma de apoiar o trade e se divulgar é por meio de participações em feiras e eventos. Segundo a pasta, o investimento em ações no mercado bra-

sileiro neste ano será de U$2 milhões. Vale destacar que o turismo do Chile é representado no Brasil pela Imaginadora. Os profissionais que precisam de informações sobre o destino podem entrar em contato com Maria Victoria Altez, por meio do tel.: (11) 3171-3899 ou pelo e-mail victoriaaltez@ imaginadora.com.br.p


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A

g rti

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Você sabe o que o cliente espera da sua agência?

Luís Vabo

Vice-presidente executivo do Reserve e blogueiro do Portal PANROTAS

Expectativa é uma palavra que encerra muitos significados, daquilo que se deseja, de esperança com alguma coisa ou de receber pelo que se pagou, por exemplo. Da mesma forma, conhecer a expectativa do cliente corporativo é tão importante para as agências de gestão de viagens (ou TMCs) que, por isso, costumam contratar pesquisas estruturadas, realizadas por empresas especializadas ou por meio de associações de classe. Usualmente, o resultado deste tipo de enquete é consumido pela própria agência que a contratou, sem agregar valor ao mercado de uma forma geral, ou apresentado de forma consolidada pela entidade, com os dados estatísticos compilados a partir das respostas de diversas empresas clientes, sem o detalhamento ou aprofundamento ideal. Mas qual será efetivamente a expectativa dos clientes corporativos em relação às agências de viagens, sobre seu atual escopo de atividades e sobre seu papel no futuro? Para conhecer verdadeiramente essas respostas, com apoio da PANROTAS entrevistamos pessoalmente (nada de pesquisa on-line nem perguntas por e-mail) alguns líderes de empresas forte consumidoras de viagens corporativas, que utilizam diferentes TMCs, grandes, médias ou pequenas, indistintamente, com o objetivo de fazer um retrato, tão claro e atualizado quanto possível, sobre a tendência dominante para este mercado. A esses líderes, fizemos três perguntas iguais, simples e objetivas, visando obter, diretamente de quem mais importa (o

cliente), a sua expectativa sobre os serviços das agências de viagens corporativas brasileiras: 1) O que você espera de uma agência de gestão de viagens corporativas? 2) Qual deve ser o escopo de uma agência de viagens para atender bem a sua empresa hoje? 3) Qual a sua visão sobre o papel das agências no futuro da gestão de viagens corporativas? As respostas apontam um caminho a seguir para os executivos das TMCs, notadamente por indicar que a demanda pela gestão de todas as despesas envolvidas em uma viagem (uma abordagem porta a porta para a gestão de viagens corporativas), é mais do que uma tendência, é uma oportunidade gigante para as agências de viagens e um caminho sem volta. Gravamos as entrevistas em vídeo para apresentá-las ao mercado e, assim, oferecer visões realistas, diretas, sem tortura de dados estatísticos, sem merchandising nas respostas, sem resumos ou conclusões, um quadro limpo e cristalino, que permite a análise e avaliação de todos. Alguns desses testemunhos inéditos serão vistos no telão do Fórum PANROTAS e outros serão divulgados mensalmente a partir de abril, por meio do link www.reserve. com.br/expectativas. Estou seguro de que, assim como aconteceu comigo, as respostas dos clientes corporativos surpreenderão você.p


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Hotelaria

Nova suíte master

O Mercure Vila da Serra, em Nova Lima (região metropolitana de Belo Horizonte), abriu recentemente a suíte master, que passou

por uma ampla reforma seguindo um projeto de arquitetura minimalista no espaço de 50 metros quadrados com tecnologia, design e sofisticação. O Escritório Piacesi de Arquitetura, responsável pela reforma, desenvolveu um projeto que integra os tradicionais cômodos em um ambiente homogêneo e espaçoso. Agora, a varanda que se estende ao quarto recebeu um pano de vidro por onde é possível observar as montanhas da cidade de Nova Lima em momentos de relaxamento, na cama, e em momentos de trabalho no espaço office. O televisor se faz presente em todo o ambiente, uma vez que está fixado em um suporte capaz de percorrer todo o espaço da suíte por trilhos. A iluminação indireta, que proporciona sensação de tranquilidade e aconchego, soma-se à moderna

banheira. A suíte pode ser ambientada para recém-casados. A Mercure é a marca midscale não padronizada da Accor. Os hotéis dessa bandeira têm como filosofia estar “enraizados nas comunidades locais”. A Accor possui 746 hotéis Mercure em 51 países. Site: www.mercure.com. p


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Hotelaria

GJP investe no golfe O Wish Resort Golf & Convention, localizado em Foz do Iguaçu (PR) e propriedade da GJP Hotels & Resorts, passou por uma grande reestruturação. Nesse processo, o destaque é o novíssimo campo de golfe profissional com 18 buracos, 80 hectares e assinatura do conceituado arquiteto norte-americano Erik Larsen. O hotel também oferece professor exclusivo do esporte, o espaço Golf Club, locação de equipamentos e loja para venda de produtos de golfe, além de estar preparado para atender os mais variados perfis de hóspedes com luxo e conforto da marca top da rede, a Wish. “O novo campo de golfe colocará o hotel no circuito dos principais campeonatos do esporte no Brasil, oferecendo toda a infraestrutura de hospedagem de um hotel cinco estrelas”, assegura o presidente da GJP Hotels & Resorts, Guilherme Paulus. “A nova marca Wish traz à tona o conceito de excelentes sensações ao hóspede durante a estada e a vontade de retornar ao hotel com

as melhores lembranças e uma nova experiência de viagem. Além de um upgrade estrutural em toda a área útil, inclusive nos apartamentos, o resort assumiu uma nova identidade visual, tanto em material gráfico, como em placas e sinalizações”, reforça Paulus. O Wish Resort Golf & Convention Foz do Iguaçu conta hoje com mais de 200 apartamentos, restaurantes, piscinas, trilhas, pista de cooper, parede de escalada, kid’s club e uma ampla área para a realização de eventos corporativos. O café da manhã

das unidades Wish também foi padronizado, a partir da criação do espaço “Brasilidades”, que valoriza a culinária regional, oferecendo delícias gastronômicas típicas dos Estados onde estão localizados os hotéis. O horário de funcionamento foi

estendido e já está em vigor: nos fins de semana, os hóspedes podem aproveitar o café até às 11h. O Wish Resort Golf & Convention fica a 15 minutos do aeroporto e conta com uma área total de 225 hectares. Site: www. wishgolfresort.com.br.p



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Hotelaria

Novas marcas A Best Western International lançou recentemente no The International Hotel Investment Forum (IHIF), em Berlim, na Alemanha, dois novos produtos: o Vib (de vibrante), um hotel butique de conceito urbano, e a BW Premier Collection, uma marca para hotéis independentes de luxo. O evento foi a primeira oportunidade para empresas de desenvolvimento e investidores internacionais conhecerem mais sobre os dois novos produtos da rede para o mercado hoteleiro. “Acreditamos que a marca Vib se adequa perfeitamente a grandes destinos europeus devido ao design e o modelo de negócio. Já a bandeira BW Premier Collection se alinha às necessidades de hotéis independentes que desejam diminuir a dependência de agências de viagens on-line a compromisso de longo prazo. A estrutura e taxa de remuneração por desempenho da BW Premier Collection é única e atraente para os hoteleiros independentes”, disse o presidente e CEO da Best Western, David Kong. O primeiro empreendimento a se juntar ao portfólio da BW Premier Collection foi o Master Johan, hotel butique de 68 apartamentos no coração de Malmö, na Suécia. Além do desenvolvimento das duas marcas, a Best Western está focada na manutenção da qualidade dos hotéis, bem como no desenvolvimento das marcas Best Western, Best Western Plus e Best Western Premier.

DESTINOS EM DESTAQUE

Atualmente, a Best Western possui 290 projetos em andamento com destaque no continente europeu, onde 35% dos projetos consistem em novas construções – 37% do total das marcas Best Western Plus e Best Western Premier. No Brasil, na Colômbia e Venezuela, as novas cons-

David Kong, presidente da BWI

truções representam 96% dos projetos em andamento, sendo 48% das marcas Best Western Plus e Best Western Premier. A carteira de hotéis em desenvolvimento na região Ásia-Pacífico é formada por 89% de novas construções, sendo 35% das marcas Best Western Plus e Best Western Premier. “O desenvolvimento na Europa ainda não é o que a rede gostaria mas, mesmo assim, estamos satisfeitos com as nossas oportunidades de crescimento em regiões como Polônia, França, Grã-Bretanha e Alemanha. Também vemos com bons olhos o forte crescimento e as perspectivas de futuro na África, América Latina e no Sudeste Asiático”, observa Kong. p


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Cartões de assistência

Ganhos, trabalho e aniversário Se 2014 registrou números relevantes para a GTA, este ano tem tudo para seguir a mesma linha, ou até mesmo superar as expectativas. A empresa de cartões de assistência, que cresceu 16% no último ano, participa da 13º edição do Fórum PANROTAS e, de quebra, planeja comemorar e premiar os profissionais que fazem história. Participante ativo do evento desde 2009, o presidente da empresa, Celso Guelfi, revela o que pretende para 2015. “Nós vamos dar início ao que intitulamos ‘Jantar Com as Estrelas’, que consiste em premiar com um jantar o agente de viagens que mais emitir cartões, conta, salientando que a ação teve início este mês e tem duração até dezembro. No ano passado, a companhia capacitou 6,6 mil agentes de viagens, quando o número previsto era de 6,2 mil. Para Guelfi, o agente é um colaborador importante “para fazer a GTA ser o que é no mercado”. “Nós entendemos que uma pessoa bem capacitada tem mais segurança para vender, sabe bem do que fala e consegue ter bons argumentos”, pontua. Ainda segundo ele, a relevância do agente se faz presente nos números. “Nós trabalhos com agências, operadoras, web e corporativo, e o agente de viagens é responsável por cerca de 32% a 35% das nossas vendas”, diz. Outra iniciativa que objetiva premiar o agente de viagens é a “Campanha do Seguro Premiado”. De abril até maio, o profissional que emitir seguros receberá prêmios. “Cada voucher que o agente vender será transformado em pontos, que valem um real cada, e esses pontos serão trocados por itens que vão de ingressos de cinema a motos e televisões”, afirma Guelfi. “É uma forma de mostrar gratidão a eles”, complementa.

MODÉSTIA É A PALAVRA

Para Celso Guelfi, 2014 “foi um ano bom”. Com a humildade na fala, o presidente da companhia expõe que “este

Celso Guelfi, presidente da GTA

ano as metas estabelecidas são mais modestas. Nós pretendemos crescer 5%, em relação ao ano passado”, acredita o presidente. Para alcançar esse valor, ele assegura que terá de enfrentar o pessimismo que assola a economia brasileira e o setor de turismo. “Nós temos que ser sólidos, vamos trabalhar muito, ganhar, organizar as despesas para ter a certeza de vencer em 2015”.p


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SurFACE

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Tradições alemãs A diretora do Centro de Turismo Alemão (DZT) para América do Sul, Margaret Grantham, revelou que o mote da promoção do destino Alemanha em 2015 será “tradições”. Nesse sentido, os temas “Culinária Alemã”, “Tradições Vivas” e “Arte e Artesanato” são os vértices desta ação que associa a imagem moderna da Alemanha atual com as tradições do país, mostrando como elas estão integradas à sociedade contemporânea.

Karen Baena Basulto, do Turismo da Nova Zelândia, entre Deusa Rodrigues e Olga Arima, da Designer Tours

Estreando no Brasil A Designer Tours, em parceria com a Nova Zelândia, promoveu o primeiro roadshow do destino da Oceania no Brasil. O evento passou por Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), São Paulo, Belo Horizonte (MG) e Campinas (SP) e capacitou aproximadamente 250 agentes de viagens nas praças. No total foram 11 parceiros, que atendiam os profissionais em formato de rodadas de negócios, com duração de 15 minutos cada.

O representante do Turismo de Munique, Giovanni Lenard, e a diretora do Centro de Turismo Alemão (DZT) para América do Sul, Margaret Grantham

Donizete da Silva e Luis Quintiliano, da Tam Cargo, inauguram o espaço

Terminal de cargas

Antonio Miguel Marques, diretor do GRU Airport, e Luis Quintiliano, diretor geral da Tam Cargo, durante a inauguração

A Tam Cargo inaugurou seu novo terminal de cargas domésticas no Aeroporto de Guarulhos (SP), o maior do Grupo Latam no Brasil, para o qual foram investidos R$ 38 milhões. O equipamento possui 15 mil metros quadrados, o equivalente a dois campos de futebol, e é bem maior quando comparado aos 9,8 mil metros quadrados do antigo terminal. O local tem capacidade para transportar uma média diária de 630 toneladas, verticalização de 11 metros de altura e 284 funcionários.


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Fátima Silva e Reginal Albuquerque assinam contrato que selou, a internacionalização da Globalis

Globalis em Lisboa Jennifer Sutcliffe e Kimberly Todd, representantes de Arizona, acreditam na autenticidade do destino

Confiando no mercado Representantes do turismo do Arizona, nos Estados Unidos, se encontraram com diversas operadoras para revelar as próximas ações de promoção do destino no País. Ainda que os números oficiais de 2014 não tenham sido divulgados, o destino salienta que, no ano anterior, foram registrados 28 mil turistas brasileiros no destino. Ainda que o dólar tenha ultrapassado os R$ 3, os representantes de Arizona confiam no mercado brasileiro para que os números sejam positivos.

Prestes a completar 13 anos de atividades, a agência corporativa Globalis, de São Paulo, anuncia que iniciou processo de internacionalização. O primeiro escritório fora do País será em Portugal. Quem vai cuidar da filial é Fátima Silva, que ocupava o cargo de diretora geral da Carlson Wagonlit Travel. Com mais de 20 anos de experiência na área, a dirigente assume o cargo de sócia e diretora geral da Globalis Portugal, ficando responsável por toda a gestão da operação da nova base.s.

Ponto a ponto A quinta edição do Workshop Visual será de 27 a 30 de junho, no Club Med Itaparica (BA). A Etihad Airway e a Universal Pictures lançaram o avião de passageiros de luxo Velozes e Furiosos 777. Rose Franchini não é mais gerente comercial da Turnet. A executiva estava no cargo desde julho de 2013. 

Thomas Rebergue, diretor de marketing da Tahiti Tourisme (esq.) e Jean-Philippe Pérol, diretor da Atout France para as Américas

Representação do Taiti A Tahiti Tourisme, em parceria com a Atout France, anunciou seu plano de ações para a divulgação do Taiti no Brasil. Uma equipe liderada pelo diretor da AF para as Américas, Jean-Philippe Peról, junto à gerente de promoções do órgão para a América do Sul, Amanda Barbosa, fará a representação oficial do destino para o País. De acordo com Jean Philippe Peról, o plano tem o foco de atingir o público final com a divulgação do destino, mas o trade é peça fundamental para que esse objetivo seja alcançado.

> Continua na pág. 122


< Continuação da pág. 121

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Premiação...

...e resultados O Grupo Latam anunciou lucro líquido de US$ 98,3 milhões no último trimestre do ano passado, um alívio para a conta final de 2014, que fechou com prejuízo líquido de US$ 109,8 milhões - em 2013, o prejuízo líquido foi de US$ 281,1 milhões. O quarto trimestre da holding no ano passado, aliás, foi bem superior ao mesmo período de 2013, quando fechou com déficit de US$ 46,1 milhões. Antes do quarto trimestre de 2014, o grupo havia reportado prejuízo de US$ 42,7 milhões no 1T14, US$ 58,9 milhões no 2T14 e US$ 107,8 milhões no 3T14. Além disso, houve US$ 130,2 milhões de prejuízo em 2014 devido a perdas cambiais, pela desvalorização do Real. A receita operacional do Grupo Latam em 2014 foi de US$ 12,47 bilhões, queda de 6% em relação ao ano anterior.p

Brasileiros: ótimos turistas O presidente e CEO da San Francisco Travel Association, Joe D´Alessandro, órgão que funciona como um CVB na promoção do destino e captação de eventos, esteve no Brasil para visitar as principais agências de viagens e operadoras, realizando eventos em São Paulo e Rio de Janeiro, de onde seguem para Buenos Aires. São 17 representantes da associação e de empresas, hotéis, atrações e prestadores de serviço de San Francisco.p

A Tam levou um grupo seleto de operadores, consolidadores e agências corporativas do Rio de Janeiro para o Porcão, uma das mais famosas churrascaria da cidade, com o objetivo de apresentar o novo gerente de Vendas para o Estado da companhia, Antenor Soares. O evento serviu também para fazer um reconhecimento as dez agências que mais se destacaram em 2014. As dez empresas premiadas foram: Abreu, Avipam, High Light, ITS Corporate, New It, Plantel, Promotional Travel, RBW, Riotravel e Wings Travel.p

Saída da High Light Leonardo de Oliveira Mignani, sócio do Grupo High Light, enviou comunicado ao mercado informando a saída da sociedade e do grupo. Segundo o empresário, a saída é amigável e trata-se do “fim de um ciclo”. Anote os novos contatos: lmignani@gmail.com e (21) 98866-4580.p


informe publicitário

ÍNDICE Sea World............................... pág. 124 Palm Beach............................. pág. 126 Loews Miami Beach................ pág. 128 Hertz International................. pág. 129 Foto: Visit Florida

Dollar Rent a Car.................... pág. 130


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informe publicitário

Pa rques te mát i co s

Ingressos especiais para brasileiros A Seaworld Parks & Entertainment lançou no Brasil uma oferta especial de ingressos para os parques do grupo na Flórida, nos Estados Unidos. As novas entradas apresentam características de utilização e valores diferentes dos ingressos convencionais, estando presente também em opções para um, dois ou três parques. A diretora sênior internacional de Vendas, Lisha Duarte, esteve no País para promover a campanha e participar de reuniões com os principais operadores de São Paulo. De acordo com o diretor de Marketing e Vendas do Seaworld Parks & Entertainment no Brasil, Mauricio Alexandre, o objetivo é manter os ótimos resultados observados nos anos anteriores, consolidando ainda mais o Brasil como um dos principais mercados para a companhia. Entre os benefícios da novidade está a tarifa, podendo ser até 30% menor, se comparada com a do ingresso comum, dependendo do tipo

escolhido. Além do preço, a principal diferença nas entradas individuais (Seaworld Orlando ou Busch Gardens Tampa) é a validade, sendo que o ingresso tradicional é válido por um ano a partir da data de emissão, enquanto o promocional vale até 31 de dezembro de 2015. Nos ingressos combinados, a maior mudança será a utilização. Os combos que unem Seaworld Orlando, Aquatica Orlando e Busch Gardens Tampa – em variações de dois ou três parques – na versão convencional podem ser usados por 14

dias consecutivos, contabilizados a partir da primeira visita, com entradas ilimitadas nesse período. Já na versão promocional, o visitante terá direito a um dia de visita para cada parque, durante o mesmo período de duas semanas.

CAPACITAÇÃO NO INTERIOR

Em 2014, a equipe brasileira do Seaworld Parks & Entertainment realizou treinamentos para mais de oito mil agentes no País, em cerca de 200 eventos em 50 cidades. Neste ano, o foco

será no interior de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, além de passar por dez capitais, do Paraná ao Amazonas. Durante os eventos de capacitação, que têm duração de 40 minutos, os agentes recebem informações sobre as novidades em produtos, serviços e atrações do Seaworld Parks & Entertainment. Também há um trabalho de reconhecimento das estruturas dos parques, com dicas de como agregar mais valor às vendas e quais os serviços disponíveis para comercialização no Brasil.p



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informe publicitário

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Destinos

Entre butiques e corredeiras A capital do golfe e da cultura também faz bonito em outras atividades. Os 12 distritos de Palm Beaches fazem do condado da Flórida o paraíso dos amantes de compras, misturando lojas de marcas famosas com restaurantes sofisticados e opções luxuosas de lazer. São mais de 200 butiques exclusivas, entre as galerias abertas de jardins tropicais da Worth Avenue e a arquitetura refinada do centro de West Palm Beach. Por outro lado, o Rapid Water Park reúne 35 atrações molhadas para todos os públicos, de crianças a adultos. O maior destino de compras para o mercado brasileiro inaugura neste ano o Palm Beach Outlets, com mais de 100 lojas das marcas mais famosas do país, com descontos de até 70%. Situado em West Palm Beach, o local conta com centenas de árvores que dão um aspecto de shopping a céu aberto, oferecendo ainda uma praça de alimentação com diferentes opções, de restaurantes gourmet a redes de fast food.

EAU PALM BEACH

Em processo de reformulação dos quartos, o resort cinco estrelas promove um estilo luxuoso de “casa na praia”, mantendo o estilo casual de alto padrão e o “fator wow”. As cores dos novos aposentos do hotel reúnem cores inspiradas na água e no sol, com tons de azul e amarelo, criando um receptivo sentimento de frescor ao entrar no quarto. Duas piscinas, três quadras de tênis, spa e atividades

específicas para crianças e famílias fazem parte das atrações, com atendimento impecável, digno do número de estrelas que o resort carrega.

RAPID WATER PARK O maior parque aquático da Flórida oferece atrações de todos os tipos aos visitantes. De tobogãs super rápidos

com quedas de sete andares a passeios calmos, o parque garante diversão e lazer durante dias. Ainda neste ano, os pequenos terão uma nova área exclusiva, onde um balde gigante derramará água de tempos em tempos, garantindo um banho daqueles. Enquanto isso, as cabanas privativas do Rapid Water Park acomodam até seis pessoas, dando mais privacidade a quem prefere relaxar. p



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informe publicitário

Hotelaria

Exhale no Loews Miami Beach Hotel O Loews Miami Beach Hotel anunciou o lançamento do Exhale Spa no resort, o 23º da renomada marca e segundo na cidade de Miami. São 16 salas de massagens, vestiá-

rios confortáveis com sala de vapores e banheira de hidromassagem, um lounge com manicures e pedicures, e uma academia com o famoso mind body studio, onde os visitantes podem experimentar a técnica Core Fusion e aulas de ioga. O programa Core Fusion do Exhale mistura atividades para o corpo e a mente, criando um plano de exercícios integrados, para os que buscam um relaxamento total. As aulas Flow Yoga, marca registrada da empresa, proporcionam atividades em todos os níveis, do iniciante ao expert. “A abertura de Exhale em South Beach oferece aos hós-

pedes a oportunidade de melhorar ainda mais sua experiência no resort, seja ele um viajante de longa distância ou um residente da região querendo visitar o spa”, afirmou o diretor de Operações do Loews Miami Beach Hotel, Alex Tonarelli. Site: exhalespa.com p


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INFORME PUBLICITÁRIO

L oc a do ras d e au t o mó ve i s

Hertz integra viajante com aplicativo A HERTZ, EM PARCERIA COM A NAVIGATION SOLUTIONS, ANUNCIOU O LANÇAMENTO DO HERTZ NEVERLOST COMPANION, primeiro aplicativo do segmento turístico conectado à central Neverlost GPS dos carros da locadora. O serviço facilita a integração do roteiro planejado pelo dispositivo – smartphone ou tablet -, tornando possível sincronizar os planos do viajante diretamente

com o sistema de GPS dos veículos locados. O aplicativo reúne mais de 40 guias de cidades pelos Estados Unidos, com detalhes específicos de cada destino, como restaurantes, eventos, atrações famosas e dicas locais, além de possuir um sistema de previsão do clima conectado à internet para informações em tempo real. Tudo isso é guardado pelo sistema de nuvem

do Hertz Neverlost, dando a possibilidade de acessar o serviço pelo smartphone de qualquer lugar e a qualquer momento. O Hertz

Neverlost Companion está disponível para download nas lojas de aplicativos dos sistemas IOS, da Apple, e Android, do Google. 


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25 a 31 de março de 2015 JORNAL PANROTAS

informe publicitário

Loc a doras d e au t o m ó ve i s

Tradição e confiança A Dollar Rent a Car ATUA COM serviços para turistas e viajantes corporativos desde 1965, oferecendo uma gama completa de veículos para aluguel, com PRODUTOS de alta qualidade a preços competitivos. A frota da empresa inclui modelos Ford, Chrysler, GM, Nissan, Hyundai, Kia e outras marcas, atendendo os mais variados perfis de consumo. Outro diferencial é a parceria com a Garmim para o oferecimento de aparelhos de GPS nas locações. Aplicativo mobile e o chamado Plate Pass, serviço para pagamento pré-pago em pedágios, são outros destaques da marca.

Vale ressaltar que a empresa mantém forte presença no mercado doméstico de lazer dos Estados Unidos e do Canadá por meio de unidades nos principais aeroportos dos países. Ao todo são cerca de 165 unidades de negócios na região, além de cerca de 390 franquias distribuídas por 55 países.p




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