Jornal PANROTAS 1210

Page 1

www.panrotas.com.br

R$ 11,00 - Ano 23 - nº 1.210 23 a 29 de março de 2016

Arena Fórum PANROTAS

A indústria de Viagens e Turismo debatida em diversas formas e plataformas


02

23 a 29 de março de 2016 JORNAL PANROTAS

Check-IN LEIA NESTA EDIÇÃO Páginas 06 e 08 Pesquisa do Data Popular mostra caminhos e oportunidades para o Turismo

Podemos esperar mais aquisições neste ano. É o que espero

Página 17 Maior do mundo, Expedia apresenta diferenciais e estratégias Página 19 Presidentes de empresas aéreas falam de momento difícil e das alternativas

Página 20 Líderes da indústria comentam momentos de transformação por que passam suas empresas Página 21 VP da Universal dá dicas de como vender na crise Página 22 Guru explica revolução digital da Accor Hotels Página 24 O que vem por aí na nova Tap, segundo Luiz Mór

Henrique Eduardo Alves, ministro do Turismo, durante pronunciamento inflamado e repleto de analogias

É fácil subir um pouco quando se está no fundo da piscina

Eduardo Kina, CEO da Alatur JTB, ao ser questionado sobre novas compras do grupo

Páginas 11 a 13 Ministros do Brasil, Argentina e Chile compartilham experiências

Não podemos ser o primo pobre da Esplanada

Não quero robôs operando nossos hotéis

Vivek Badrinath, vicepresidente global de Marketing, Soluções Digitais, Distribuição e Sistemas de Informação da Accor

Fabiana D’Atri, economista do Bradesco, nos lembrando que a retomada econômica será lenta

Estamos vivenciando um resgate de valores que deixaram de ser praticados por aqueles que tinham a obrigação de fazê-lo

Guillermo Alcorta, na abertura do evento. Boa parte do discurso foi dedicada à redução do IRRF para remessas ao Exterior, que teve a união de diversas entidades, e aos diferenciais da PANROTAS como líder há 42 anos em produção de conhecimento para a indústria

Dar viagens é melhor do que dinheiro

Sonia Hess, presidente do Conselho da Dudalina. A empresária falou sobre a história da marca de roupas e como o Turismo influencia no bem-estar de seus funcionários

E d i t o r i a l > Artur Luiz Andrade > artur@panrotas.com.br

Não se sinta velho Tecnologia e inovação. Disrupção. Jovens com ideias na cabeça querendo seu lugar ao sol. Mais rapidamente, porém da mesma forma que você, anos ou décadas atrás. Não se sinta velho ou ultrapassado, o segredo é não envelhecer nas ideias, não se isolar, não se deslocar da realidade em que todos vivemos e não apenas quem tem menos de 30 anos. O Fórum PANROTAS 2016 juntou, no mesmo espaço, com ideias às vezes opostas, outras vezes complementares, e sempre coexistindo de forma construtiva, gerações e visões diferentes do Turismo. Em vez de virar as costas é preciso ouvir, entender e analisar o outro. Até para podermos ter certeza de nossas escolhas. Olhar para frente, como já disseram várias lideranças aqui nessas páginas.

Para termos a coragem para dizermos em alto e bom som: é por aqui e com essas companhias que vou seguir. Para termos quase certezas, já que o 100% é perigoso e pedante demais. A arena do Fórum PANROTAS 2016, e nela incluímos todos os espaços de networking do evento, foi feita para quem quer dialogar, e não ficar arrogante e/ou medroso, falsamente protegido atrás de sua mesa de trabalho, sua workstation , suas telas cheias de gráficos e repletas de uma nomenclatura que não olha no olho, não sente cheiros e sabores, não viaja. Não seguir indiferente é o que queremos dos mais de 1,4 mil participantes do fórum e dos outros milhares que nos acompanharam via redes sociais, notícias do portal e agora aqui, na plataforma impressa,

que alguns chamam de old fashioned , démodé , ultrapassada, mas que tem como objetivo iluminar alguns caminhos. Dialogar com toda a indústria. Ser a continuação de algo que nunca para: contar histórias boas, ouvidas de todos vocês, reinterpretadas para quem não participou delas e documentá-las para a história. Não se sinta velho ou novo demais. Olhe para trás como quem consulta referências úteis e preciosas; compartilhe seu presente com quem vale a pena; olhe para frente de mãos dadas com todas as gerações com quem se identifica, com quem quer construir um mundo melhor. Obrigado a todos os que fizeram o Fórum PANROTAS 2016, a todos os que constroem as Tendências do Turismo e a todos os que são, e não apenas estão.


03

23 a 29 de março de 2016 JORNAL PANROTAS

Expediente PRESIDENTE José Guillermo Condomí Alcorta DIRETOR EXECUTIVO José Guilherme Condomí Alcorta DIRETORA INTERNACIONAL Marianna C. Alcorta DIRETORA DE MARKETING Heloísa Prass

S

E U Q A DEST >

DIRETOR DE TI Ricardo Jun Iti Tsugawa

DO PORTAL

PANROTAS

10/3 a 16/3

1 CVC anuncia volta de câmbio reduzido e congela dólar – em 11/3

2 Avião do Iron Maiden sofre acidente

REDAÇÃO Editor-chefe: Artur Luiz Andrade (artur@panrotas.com.br) Editor: Renê Castro (rcastro@panrotas.com.br) Editor Rio de Janeiro: Diego Verticchio (diego@

e não virá ao Brasil – em 14/3

3 Conheça as próximas novidades dos parques Disney – em 14/3

panrotas.com.br) Coordenador: Danilo Alves Reportagens: Henrique Santiago, Rodrigo Vieira, Hugo Okada, Karina Cedeño, Rafael Faustino, Fernanda Cordeiro (estagiária) e Roberta Queiroz (estagiária) Fotógrafos: Emerson de Souza e Marluce Balbino MARKETING Assistente: Erica Venturim Marketing Digital: Sandra Gonçalves PRODUÇÃO Gerente de Produção: Newton dos Santos (newton@panrotas.com.br) Diagramação e tratamento de imagens: Kátia Alessandra, Pedro Moreno e Thalya Brito Projeto Gráfico: Graph-In Comunicações COMERCIAL Executivos: Flávio Sica (sica@panrotas.com.br) Paula Monasque (paula@panrotas.com.br) Priscilla Ponce (priscilla@panrotas.com.br) Ricardo Sidaras (rsidaras@panrotas.com.br) Tais Ballestero de Moura (tais@panrotas.com.br) EXECUTIVO SÊNIOR DE RP Antonio Jorge Filho (jorge@panrotas.com.br) FALE CONOSCO Matriz: Avenida Jabaquara, 1761 – Saúde São Paulo - Cep: 04045-901 Tel.: (11) 2764-4800 Brasilia: Flavio Trombieri (new.cast@panrotas.com.br) New Cast Publicidade Ltda SRTVS - QD 701 - BL. k - Sala 624 Ed. Embassy Tower - Cep: 70340-908 | Tel : (61) 3224-9565 Rio de Janeiro: Simone Lara (sblara@seasoneventos.tur.br) Season Turismo e Marketing e Esportes Ltda R. Gal. Severiano, 40/613 - Botafogo | Cep: 22290-040 - Rio de Janeiro - RJ Tel: (21) 2529-2415 / 8873-2415 ASSINATURAS Chefe de Assinaturas: Valderez Wallner O Jornal PANROTAS é vendido somente por assinatura. Para assinar, ligue no (11) 2764-4816 ou acesse o site www.panrotas.com.br Assinatura anual: R$ 468 Impresso na Lis Gráfica e Editora Ltda. (Guarulhos/SP)

PARCEIRAS ESTRATÉGICAS

MEDIA PARTNER

LACTE 11 LATIN AMERICAN CORPORATE TRAVEL & Events E XPERIENCE

ASSOCIAÇÕES

4 Cresce número de brasileiros barrados na Europa – em 11/3

5 Anac propõe cancelamento de

bilhete sem custo até 24h – em 10/3

6 Veja os uniformes mais inusitados já usados por aeromoças – em 11/3

7 Anac: revisão prevê cobrança de despacho de bagagens – em 11/3

8 CVC implanta atendimento 24 horas para clientes – em 15/3

9 Azul vai repassar pilotos à HNA para cortar custos – 10/3

10 Cinco motivos para fazer um intercâmbio mesmo na crise – em 11/3

11 Presidente da Embratur pede demissão; saiba mais – em 15/3

12 Conheça as melhores party hostels do mundo – em 11/3

13 Universal terá restaurante especializado em chocolate – em 15/3

14 Agência “fake” faz roteiro por obras irregulares – em 14/3

15 Casamento de Valter Patriani reúne mais de 500 em SP – em 13/3


04 Eventos

>

23 a 29 de março de 2016 JORNAL PANROTAS

Artur Luiz Andrade

Disruptura e oportunidades

O presidente da PANROTAS, Guillermo Alcorta

O CASE DA 99 TÁXIS PODE SER EMBLEMÁTICO PARA A INDÚSTRIA DE VIAGENS E TURISMO. O EMPREENDEDOR JULIANO FATIO LARGOU TUDO, RO-

Formato inovador marcou o evento

dou o mundo, inspirou-se, voltou ao Brasil, ajudou a fundar a 99 Táxis, causando disruptura no combalido sistema de corporativas e taxistas mal-humorados, conquistou clientes individuais e empresas e dois anos depois já sofria a primeira disruptura com a chegada do Uber ao Brasil. “Há mercado para todos. Apenas 10% das corridas de táxi são feitas via aplicativo”, disse ele. Ou seja, as mudanças têm sido sim cada vez mais rápidas, a tecnologia atropela quem não está preparado, mas há oportunidades mesmo nas mais agudas crises, como mostrou a pesquisa feita pelo Data Popular para o Fórum PANROTAS 2016, que ocorreu na semana passada, na capital paulista, levando aos cerca de 1,4 mil participantes cases como o da 99 Táxis, o gás e a inquietude dos jovens empreendedores e suas startups, a visão de líderes mundiais, como a Accor, Expedia e Google, as estratégias dos maiores do Brasil, como Alatur JTB, Rextur Advance e CVC e muitas ideias, debates e inspirações para que a indústria de Viagens e Turismo no Brasil e na América Latina não apenas deixe a crise para trás, mas dê saltos de qualidade e inovação. O ministro do Turismo, Henrique Alves, esteve no palco do evento e debateu o futuro da pasta e o impacto da política no empresariado do setor. Criticou a pouca verba do ministério, posicionou-se sobre diversos entraves (do visto aos cassinos) e interagiu com Magda Nassar, Luiz Eduardo Falco, Marco Ferraz e Edmar Bull. Os ministros de Turismo da Argentina, Gustavo Santos, e do Chile, Javiera Montes, também defenderam suas causas no evento, entre elas a integração dos países da região. Facilitar esse fluxo de turistas, como ocorre na Europa, por exemplo, é algo fundamental para eles. Entre um debate e outro, jovens com ideias na cabeça e pouco


05

23 a 29 de março de 2016 JORNAL PANROTAS

Guillermo Alcorta recebe o ministro Henrique Alves no evento

dinheiro no bolso subiam na arena montada no Golden Hall do WTC Events Center, para apresentar suas ideias e oxigenar a indústria. Sua interação com os players do Turismo e a montagem do espaço em formato arena foram dois dos pontos mais elogiados do evento, além das dicas e números de Renato Meirelles, do Data Popular, as histórias de vida de Sonia Hess e Eduardo Kobra, a visão internacional da Euromonitor, do Sabre e da Expedia, e a revolução digital apresentada por Vivek Badrinath, da Accor Hotels. Ah sim, e o networking intenso, que gerou reuniões, reencontros, promessas de muitas parcerias e negócios entre os líderes presentes. Criador do evento, cuja primeira edição ocorreu em 2013, o presidente da PANROTAS, Guillermo Alcorta, pediu coragem aos empresários da indústria nesse momento difícil do País, já sabedor de que é esse empresariado que toma à frente e faz o País se mover. Ao falar da PANROTAS, Alcorta destacou os números que colocam o Portal PANROTAS na liderança absoluta e inquestionável na indústria do Turismo, com média de 16 mil visitantes únicos por dia e dos pioneirismos da editora (dos 40 anos de publicações diárias na Feira da Abav aos 24 anos do único jornal semanal do setor). Também destacou os conteúdos exclusivos produzidos para os assinantes do Jornal PANROTAS, as parcerias com a Abav, Avirrp, Aviesp e Alagev, o conteúdo do próprio fórum e a qualidade de sua equipe na PANROTAS, incluindo os filhos, José Guilherme e Marianna. Disse ainda que a plateia qualificada e lotada de líderes do evento era o grande reconhecimento de todo esse trabalho e que a PANROTAS sempre esteve e estará lado a lado com os empresários do Turismo por um Brasil e uma indústria melhores. “Já vemos um momento muito mais profissional e promissor nas entidades e nos trabalhadores do Turismo. Há muito o que fazer e vejo as pessoas certas tomando iniciati-

vas”, concluiu, dando as boas-vindas ao ano de 2016 e ao evento, que é praticamente o cartão de visitas da PANROTAS para o ano – muitas novidades e projetos sairão do forno brevemente. Confira nas próximas páginas e também no Portal PANROTAS o que apontam os líderes do Turismo no Brasil e no mundo.

O Fórum PANROTAS 2016 ocorreu nos dias 15 e 16 de março, no Golden Hall do WTC Events Center, na capital paulista. Em sua 14ª edição, o evento teve aliança institucional com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo — CNC, Sesc e Senac, o apoio institucional do Ministério do Turismo e do Sebrae e patrocínio do Turismo do Chile, CVC, Air France-KLM, Delta Air Lines, Gol Linhas Aéreas, Best Western Hotels & Resorts, GJP Hotels & Resorts, HRS Global Hotel Solutions, Turismo do México, Turismo de Pernambuco, R1 Soluções Audiovisuais, Sabre, Tap, Beto Carrero World, Esferatur Orinter, GTA Global Travel Assistance, Localiza Rent a Car, Omnibees, Reserve, Visit Orlando, B4T Comm, Cep Transportes e Vice Versa Traduções, programa carbono neutro pela Tour House. A Alatur JTB e o Sebrae apoiaram, ainda, o projeto de apresentação e interação com as startups selecionadas para o evento.


06 Pesquisa nacional

>

23 a 29 de março de 2016 JORNAL PANROTAS

Danilo Alves

Otimistas viajam mais A PESQUISA “UMA ATUALIZAÇÃO SOBRE OS HÁBITOS DE CONSUMO E O EFEITO NO MERCADO DE VIAGENS”, ENCOMENdada pela PANROTAS Editora e realizada pelo Data Popular, foi um dos destaques do Fórum PANROTAS, na apresentação dinâmica e consistente do CEO do instituto, Renato Meirelles. A pesquisa apontou que 71% dos entrevistados nunca utilizaram os serviços de uma agência de viagens e que apenas 13% usam as agências como principal fonte de informação. O destaque é que a avaliação das agências foi positiva por aqueles que já usaram esse serviço. Um total de 74% deu nota de oito a dez para o atendimento da loja física e 62% para a loja on-line. “Com esse número alto de pessoas que nunca usaram os serviços de viagens, podemos ver o tamanho do potencial que vocês ainda têm para crescer”, destacou Meirelles. Durante 30 minutos, o executivo fez um painel otimista, com uma visão calcada nas oportunidades e nas brechas que os números mostram, indo além da crise mais visível. Meirelles pediu aos participantes cautela e menos pessimismo. “Não podemos deixar o nosso desânimo afetar o nosso relacionamento com os clientes. Apesar da crise, muita gente quer viajar em 2016. Temos que ser mais relevantes na decisão dos brasileiros, mostrar as vantagens que uma viagem traz para a vida do cidadão”, disse. “Ouvimos no Data Popular que muitas empresas são aquele tipo de pessoa que empresta o guarda-chuva em dias de sol e que tiram quando chove. O Turismo não pode ser conhecido dessa forma”, completou. Para ele, agregar valor às viagens é fundamental, sair do chavão “vender sonhos”. Quem viaja para o Exterior, por exemplo, tem melhor resultado em entrevistas de emprego, ganha em cultura e experiência de vida, vê iniciativas que não existem no País, se inspira e se modifica.

PIOR CRISE

Mais da metade da população, segundo o estudo, acredita que o País está sem rumo e 94% dos brasileiros afirmaram que o momento econômico que ele enfrenta é ruim. A maioria (55%) dos entrevistados disse que esta é a pior crise

Consumo de viagens: 71% dos entrevistados nunca usaram serviço de agências, constatou Renato Meirelles

que já viveram. Meirelles garantiu que não. “Já passamos por momentos mais críticos em nossa política e economia. Há duas décadas, nós tínhamos uma inflação de 80% e a taxa de desemprego batia os 25%. Muitos acham que é a pior crise porque é uma geração que viu o poder de consumo aumentar consideravelmente e agora sente pela primeira vez sente a dor da perda. É muito difícil trocar o champanhe por cidra. Quem faz São Paulo-Fortaleza em três horas não quer voltar ao ônibus e levar três dias para chegar”. Para o CEO do instituto, 2015 ficou marcado como “o ano caça-bônus”. A inflação voltou, o número de desempregados aumentou e a cada quatro pessoas, três conheciam alguém que perdeu o emprego no ano passado. “O pessimismo tomou conta do Brasil e ele é muito ruim para o nosso negócio. Estudos apontam que pessoas pessimistas viajam 32% menos que otimistas”, velou. Ainda de acordo com Meirelles, o problema não está na crise econômica, está na ausência de luz no final do túnel.

OPORTUNIDADES

Para manter o seu padrão de vida e as conquistas dos últimos anos, os bra-

sileiros estão fazendo o seu próprio ajuste fiscal doméstico. Eles não aceitam apenas se adaptar ao momento econômico atual, procuram formas de enfrentá-los. A perspectiva em relação aos próximos seis meses é de diminuição do consumo. Alimentação fora do lar, viagens, lazer e cultura são os mais cortados das despesas. Sete a cada dez brasileiros disseram que gostam de viajar, mas seis a cada dez entrevistados viajam menos do que gostariam. “Esse cara é o cliente que não podemos perder. Quase 70% falou que a falta de dinheiro é a principal barreira para fazer turismo”, revelou Meirelles. “O efeito da crise é a oportunidade para o mercado de viagens. Precisamos estar ao lado dos nossos clientes e não permitir um retrocesso em suas viagens. Uma das saídas é investir em serviços com mais qualidade. As pessoas que viajam a lazer são otimistas. Não se trata de dizer que é a favor ou contra o governo A, B ou C. É necessário vender otimismo e o Turismo precisa entender isso, assim como o varejo entendeu”, concluiu. De acordo com o executivo do Data Popular, existem 30 milhões de brasileiros que nunca viajaram de avião e estão com vontade de usufruir de uma

viagem diferenciada. Há uma demanda mais do que reprimida para ser explorada. Em outro dado, a pesquisa mostrou que 13% dos trabalhadores, ou sete milhões de pessoas, vão vender suas férias e usar o dinheiro em outros projetos. São sete milhões de consumidores que a indústria de Viagens e Turismo perdeu, que não conseguiu convencer de que viajar era o melhor negócio. “Em São Paulo, há 5,7 milhões de nordestinos que migraram para a cidade, ou seja, não são os filhos e sim os que vieram eles mesmos, e eles gostariam de viajar para visitar os parentes, mas sem ficar na casa daquela tia chata”, exemplificou. São números gigantescos que mostram o potencial da indústria de Viagens e Turismo. “Viajar não é algo supérfluo. Nós sabemos disso. Mas vocês [agentes de viagens] precisam mostrar as vantagens que isso traz para a vida, para a qualidade de vida e as oportunidades para esse público. O clientes precisa e quer curadoria, alguém do lado dele que traga uma notícia boa”, disse. “Ao invés de chorar é preciso entender as mudanças. As empresas que se colocarem como aliadas de seus clientes, conseguirão transformar o limão em uma limonada”. > Continua na pág. 08



08

23 a 29 de março de 2016 JORNAL PANROTAS

< Continuação da pág. 06

INFORMAÇÕES QUE MAIS BUSCAM SÃO SOBRE O LUGAR E SOBRE OS CUSTOS DE VIAGENS A LAZER

DE RENATO MEIRELLES PARA VOCÊ VENDER MAIS VIAGENS

(em %)

31

28 21

20

9

6

lu ga cu S r st ob os re de pr So vi eço br ag s e po en e nt s os tu rí st ic os So So br br e e m ho ei os So té is br de e t en ra ns tr et po en rt im e en to no So lo ca br l e re st N au ão ra bu nt es sc o in fo rm aç õe s

o br e So

1

Otimistas viajam mais. Pessimistas viajam 32% menos.

2

É preciso ir além da venda de sonhos. É preciso vender utilidade, valor agregado. Quem viaja ao Exterior, por exemplo, amplia a cultura, tem ideias e pode empreender, se inspira, se sai melhor nas entrevistas de emprego.

3

Viajar significa passar mais tempo com a família.

4

O consumidor está mais exigente, escolarizado, conectado e ciente de seus direitos. Não o subestime ou o engane com falsas promoções ou informações superficiais.

5

Os brasileiros estão se adaptando aos novos tempos, cortando gastos. Quem se situar no campo da relevância vai escapar da guilhotina dos ajustes fiscais domésticos.

6

Sete entre dez brasileiros dizem que gostam de viajar: 79% na classe alta, 80% entre os com carteira assinada (e, portanto, com direito a férias), 82% entre os que têm entre 18 e 25 anos, e 88% entre os com curso superior. E ainda: 60% dos entrevistados viajam menos do que gostariam e 73% dos brasileiros valorizam as viagens de lazer. Falta, portanto: estímulo.

7

Ao planejarem uma viagem o principal item pesquisado não é o preço, e sim o destino, com 40% das respostas, contra 28% que responderam que buscam primeiro o valor da viagem.

8

O boca a boca é a principal fonte de informação para planejar as viagens (38%). Mais que a internet (29%). Portanto, incentive o compartilhamento de fotos e opiniões durante a viagem. São os amigos que serão usados como referência.

9

57% dos entrevistados planejam a viagem juntamente com a família e 71% acham que os familiares são as melhores companhias em uma viagem.

10

Apenas 30% dos brasileiros já viajaram de avião. Essa e outras oportunidades estão à frente da indústria, como também os trabalhadores que preferiram vender as férias (sete milhões de pessoas), os nordestinos que moram em São Paulo (5,7 milhões) e outros potenciais viajantes que podem estar do seu lado.

11

19% dos entrevistados comprou viagens em uma agência física, 3% em uma OTA e 7% em ambas. Os que usaram agências físicas avaliaram essas empresas com notas maiores que os que compraram pela internet...

12

O Brasil tem 30 milhões de pessoas que nunca viajaram, mas que pretendem fazêlo. Você está no caminho certo para captar esses clientes?

3 tr o( *)

10

Ou

40

12 D I C A S

MEIOS EM QUE SE INFORMAM ANTES DE VIAGENS A LAZER (em %)

38 29

29

13

in Não fo s rm e a

Ou

tr os

(*

)

Po r de ag vi ênc ag ia en s s

Pe l

a

in

te r

ne

t

Em am co ig nve os r /p sa ar s c en om te s

6

Renato Meirelles apresenta os dados do estudo

UTILIZAÇÃO DE AGÊNCIA DE VIAGENS

AVALIAÇÃO DAS AGÊNCIAS DE VIAGENS

74 Loja Física

71

19 j

Lo

a sic

í aF

3 ne

ja

Lo

-li On

7 s

ba

Am

o

62

On-line

1

NR

/ NS

5

13

Notas de 0 a 5

21

25

Notas de 6 a 7

Notas de 8 a 10

Fonte: Data Popular/Fórum PANROTAS


09

23 a 29 de março de 2016 JORNAL PANROTAS

1

Flashes

2

Fórum PANROTAS 2016

3

4 6

5

7 1 Patrick Mendes e Vivek Badrinath, da Accor 2 Alberto Martins, da B4T Comm, e Rafaelle Cecere, da R1 Soluções Audiovisuais 3 Karen Schmidt, Viviane Amadei e Tatiane Ferreira, da Best Western 4 Neto Fernandes e Claudia Lobo, do Visit Orlando, Marianna Alcorta, da PANROTAS, e Jorge Souza, da MMTGapnet 5 Marcia Alves e Eraldo Alves da Cruz, da CNC 6 Fernando Cavalheiro e Dayse Taiar, da Cep Transportes 7 Fabiola Paes Leme, Taisa Cancela, Hirlene Pereira e Ana Paula Flavio, todas do Sebrae-BA

8

10

9 11

8 Rogério Siqueira, do Beto Carrero World, Renato Meire-

12

lles, do Data Popular, e Guillermo Alcorta, presidente da PANROTAS 9 Ricardo Ferreira, da Alatur JTB, Heloísa Prass, da PANROTAS, Gabriella Carpinelli, da Alatur JTB, e Luis Paulo Luppa, do Grupo Trend 10 Fabricio Geronimo e Juliane Castiglione, da Gol 11 Jan Von Bahr e Marco Aurelio, da GJP 12 Celso Guelfi e Agenor Bertoni, da GTA 13 Paulo Lobao, Felipe Lopes, Helen Assis, Denis Ribeiro, Anna Homen e Anderson Salvá, da Air France-KLM 14 Giovana Maschietto, da Delta Air Lines. A aérea norteamericana, a Gol e a Air France-KLM patrocinaram a área de carregamento para celular 15 Leonor Bernhoeft, da LTN, com Carlos Vazquez, da Esferatur

13

14

15


10 Pesquisa Internacional

23 a 29 de março de 2016 JORNAL PANROTAS

> Diego Verticchio

A força do digital ESTADOS UNIDOS, CANADÁ E AUSTRÁLIA TÊM MUITO MAIS EM COMUM DO QUE PERTENCEREM AO PRIMEIRO MUNDO. Segundo a empresa especializada em pesquisas de mercado Euromonitor, as três nações caminham para chegar à saturação da internet com praticamente todos os moradores tendo acesso à rede até 2030. Já em mercados como América Latina e África a situação se inverte. Enquanto no continente americano cerca de 60% das pessoas terão acesso à internet em 2030, na África esse percentual não chega aos 40%. Os dados foram apresentados pela diretora de Pesquisa em Viagens e Turismo da Euromonitor International, Caroline Bremner, que em sua palestra “Pesquisa Euromonitor – Disrupção e mudanças no futuro das reservas de viagens”, realizada no primeiro dia do Fórum PANROTAS, falou sobre tendências futuras, novos modelos de negócios e o “disruptivo” mercado digital. Segundo ela, em cidades como Nova York e São Francisco o uso do smar-

Caroline Bremner, da Euromonitor: 1,6 bilhão de smartphones até 2020

tphone chega quase à totalidade. “Essas duas cidades e Toronto são as que mais registram presença de aparelhos digitais na América do Norte. Dubai e Coreia também têm grande presença de smartphones”, afirmou a diretora, lembrando que a tendência é recente, a partir de 2007, quando o primeiro iPhone foi lançado. “São Paulo

tem grande penetração também. Há dois anos cerca de 50% da população usava smartphone”, concluiu. Segundo pesquisa da Euromonitor, enquanto o uso de desktop cai progressivamente desde 2010 (a previsão é chegar em 2020 com menos de 100 milhões de desktops), o uso de smartphones cresce em ritmo chinês. Em 2015, o número de aparelhos smartphones era de 1,2 bilhão e a previsão é chegar em 2020 com 1,6 bilhão. “Na América Latina esse número deverá chegar a 160 milhões em 2020”, disse Caroline Bremner. Para ela, o futuro está na combinação do mundo físico – que não perderá importância – com o virtual, em especial o mobile.

BRASIL O número de turistas internacionais deverá aumentar no Brasil este ano, segundo previsão da Euromonitor. No pior cenário, a empresa estima um crescimento de 5% no número de chegadas internacionais, percentual obtido graças aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, realizados no Rio de Janeiro em agosto. “Este percentual será maior, mas problemas, como zika vírus, podem atrapalhar a vinda de turistas para o Brasil”, avaliou a diretora da Euromonitor. Ainda sobre o mercado brasileiro, a pesquisa feita pela empresa revelou que o número de compras de viagens on-line irá crescer até 2019, mas ainda muito longe do Reino Unido. “No Reino Unido a previsão é que até 2019 cerca de 70% das viagens sejam compradas pela internet”, revelou. Para a Euromonitor, no entanto, o brasileiro ainda encontra resistência em fazer algumas ações on-line, como pagamento. De acordo com a pesquisa, o pagamento mais usado ainda é o boleto bancário. “A preferência da maioria dos brasileiros ainda será comprar viagens com agentes de viagens, por outro lado eles vão chegar às agências mais bem informados, com todos os detalhes em mãos”. A dirigente citou ainda a presença massiva nas redes sociais, ferramenta que conta com dois bilhões de usuários no mundo nos dois principais canais: Facebook e Twitter. Segundo ela, ambas as redes sociais estão fazendo movimentos para s-commerce, a versão de e-commerce para as redes sociais. “Em 2014, o Brasil era o sexto país que mais comercializava produtos pelas redes sociais e tem crescido. Produtos ligados a viagem podem se beneficiar desta tendência”, concluiu. 


11

Política

>

23 a 29 de março de 2016 JORNAL PANROTAS

Maria Izabel Reigada

Tra b a l h o conjunto ATIVAR O MERCOSUL NO ÂMBITO TURÍSTICO É O OBJETIVO DOS LÍDERES DOS MINISTÉRIOS DE Turismo de Brasil, Argentina e Chile. Para a subsecretária de Turismo do Chile, Javiera Montes, a disposição política para isso deve ser aproveitada. No Fórum PANROTAS, ela e o ministro do Turismo da Argentina, Gustavo Santos, apresentaram números e dados sobre seus países, ressaltando a importância do turista brasileiro para ambos. Antes disso, o Fórum foi o ponto de encontro para a reunião entre o ministro argentino e seu par brasileiro, Henrique Alves. “Ao contrário da Comunidade Andina, que cresceu muito, o Mercosul vive uma certa paralisia, com desenvolvimento mais lento”, disse Gustavo Santos, que apresentou ao ministro brasileiro três linhas centrais de ação: a unificação dos postos de fronteira; a redução ou eliminação de tarifas para turistas brasileiros e argentinos; e a promoção conjunta em mercados internacionais. “É absurdo que tenhamos filas nas fronteiras terrestres entre Brasil e Argentina... E filas dos dois lados”, disse Santos. Segundo o ministro argentino, a isenção do IVA nos meios de hospedagem argentinos para brasileiros poderia representar redução de 21% no preço dos hotéis. “O que vivemos hoje é uma situação em que o fluxo de turistas entre Brasil e Argentina flutua com o câmbio. Quando o real está valorizado, os brasileiros lotam a Argentina. Quando é o peso, os argentinos enchem os destinos brasileiros”, disse. Para ele, a isenção ou redução de impostos e tarifas entre Brasil e Argentina possibilitaria maior estabilidade no fluxo de visitantes entre os destinos.

Argentina e Chile dividiram painel no fórum. Affonso Nina, da CWT, o ministro de Turismo da Argentina, Gustavo Santos, Guillermo Alcorta, da PANROTAS, Javiera Montes, subsecretária de Turismo do Chile, e Bob Rossato, da Viajanet

Informal, a reunião entre os dois ministros levou o representante argentino a externar seu real desejo: de que o Brasil fosse um “mercado doméstico” para argentinos – e vice-versa. “É uma lástima que não tenhamos a mesma moeda, mas poderíamos esperar que houvesse mecanismos inclusive para facilitar os pagamentos com uma e outra moeda. Nas cidades de fronteira, informalmente, isso já acontece”, lembrou.

FEDERAÇÃO DE ASSOCIAÇÕES Mas a ação proposta pelo ministro

argentino que mais agradou a Henrique Alves foi a promoção internacional conjunta. Santos contou que, em visita à ITB Berlim, viu que Austrália e Nova Zelândia dividiam o mesmo estande na feira. “Essa é uma iniciativa excelente e que pode ser seguida por Brasil e Argentina”, disse. “Sem dúvida é uma ação muito boa para a promoção em mercados distantes. Além de dividir custos, maximizamos a utilização dos recursos”, observou Alves. Como a promoção internacional é acompanhada pela iniciativa privada, Santos propôs ainda que se apresentasse às associações de operadores

N O CHILE COM GASTO DIÁRIO MÉDIO DE US$ 152 QUANDO VIAJAM AO CHILE, OS BRASILEIROS NÃO SÃO A PRIMEIRA

nacionalidade entre os turistas estrangeiros no país, mas lideram o ranking dos que mais gastam. Por isso o Brasil está no centro dos investimentos que a Subsecretaria de Turismo do Chile, abaixo do Ministério de Economia, Fomento e Turismo, deve fazer neste ano. “Temos US$ 16 milhões para promoção e R$ 2 milhões serão para divulgação aqui no Brasil”, garantiu a subsecretária chilena, Javiera Montes. Entre 2011 e 2015, os brasileiros vi-

sitando o Chile tiveram crescimento médio anual de 9,1%. “O aumento da capacidade aérea que tivemos entre Brasil e Chile fez crescer o número de brasileiros no ano passado, apesar dos últimos quatro meses de redução”, contou a subsecretária, lamentando o cenário econômico vivido pelo Brasil. Ela lembrou que no próximo mês deve ser concluído o processo para definição da estratégia chilena no País, apesar do orçamento pré-definido. Em 2015, o Chile recebeu 4,5 milhões de turistas estrangeiros, sendo 450 mil brasileiros. O nú-

mero representou crescimento de 11,9% em relação aos brasileiros no Chile em 2014. Em média, o gasto total do brasileiro na viagem foi de US$ 1.073. “Vamos trabalhar para ampliar a estada dos brasileiros e diversificar a oferta. São as principais linhas de frente”, disse a subsecretária. Parques nacionais, destinos como Chiloé, a Patagônia e o Atacama devem ser foco da promoção que o Chile fará por aqui, de acordo com o Javiera. “Sem esquecer os lagos andinos e as vinícolas, já conhecidos pelos brasileiros”, completou.

de cada país – a Braztoa, no caso brasileiro –, a ideia de criação de uma Federação de Operadoras Bilateral, agregando empresas brasileiras e argentinas. “Permitiríamos que se somassem operadoras uruguaias e paraguaias, mas sob a liderança de Brasil e Argentina”, explicou Santos. Ainda para atrair mais visitantes estrangeiros, Gustavo Santos ressaltou que turistas com vistos para o Brasil deveriam ser aceitos também na Argentina, assim como aqueles com vistos para a Argentina poderiam entrar imediatamente no Brasil. “É um absurdo que um turista chinês que visita as Cataratas do Iguaçu precise de dois vistos para conhecer essa que é uma das maravilhas que Brasil e Argentina compartilham”, analisou, destacando ainda que a promoção em mercados distantes deveria levar em conta a marca “América do Sul”. O ministro brasileiro mostrou-se favorável a todas as proposições e solicitou um memorando para o encaminhamento das ações, que será elaborado por Acyr Pimenta Madeira Filho, do MTur, com acompanhamento de Marcela Cuesta, diretora de Mercados do Instituto Nacional de Promoção Turística da Argentina. No final do mês, na WTM Latin America, os ministros voltam a se encontrar para alinhamento das ações e definição de prioridades  > Continua na pág. 12


12

23 a 29 de março de 2016 JORNAL PANROTAS

< Continuação da pág. 11

LIDERANÇAS QUESTIONAM MINISTRO

O ministro do Turismo, Henrique Alves, respondeu às perguntas de Magda Nassar (Braztoa), Luiz Eduardo Falco (CVC), Marco Ferraz (Clia Abremar) e Edmar Bull (Abav)

NO PALCO DO FÓRUM PANROTAS, O MINISTRO DO TURISMO, HENRIQUE ALVES, FOI ENTREvistado pela presidente da Braztoa, Magda Nassar, por Marco Ferraz (Clia Abremar) e por Edmar Bull (Abav), com mediação de Luiz Eduardo Falco, da CVC. As perguntas foram feitas logo após apresentação do ministro, que se desculpou com o trade pela demora na redução do Imposto de Renda Retido na Fonte de 25% para 6%, como acordado no final do ano passado. Ele voltou a falar da liberação do jogo no Brasil, bandeira que defende no Congresso. “Os destinos desenvolvidos têm legislações para gerir os jogos, fonte de receita. São 196 países na

Onu e 172 têm jogos legalizados. Dos que não têm, a maioria é formada por países islâmicos. O que o Brasil está fazendo nesse contingente?”, questionou, sendo aplaudido pela plateia. Sobre a redução do IRRF, Alves fez elogios ao presidente da PANROTAS, Guillermo Alcorta, e ao acompanhamento que a editora realizou dos processos para a redução, bem como ao trabalho próximo dos líderes das associações, destacando Marco Ferraz. “Essa redução foi o possível”, afirmou. A promoção internacional — e Henrique Alves anunciou aos participantes a demissão do presidente da Embratur (leia no box) — também foi destacada pelo ministro. “Enquanto México e Argentina gastam

US$ 400 milhões e US$ 58 milhões, respectivamente, com promoção, o Brasil tem apenas US$ 20 milhões”, comparou, defendendo a transformação da Embratur em agência, no modelo da Apex.

ATÉ QUANDO?

Questionado por Marco Ferraz sobre a situação dos cruzeiros marítimos, diante da redução de 20 navios pela costa brasileira, em 2010, para apenas cinco embarcações confirmadas para o próximo verão, o representante da Clia Abremar ouviu do ministro sobre a necessidade de trabalhar a legislação e a infraestrutura portuária, simultaneamente. Foi também Ferraz que fez a pergunta mais “polêmica” ao ministro: “Acom-

O B R A SIL EVITANDO TEMAS POLÍTICOS, O MINISTRO DO TURISMO DO BRASIL, HENRIQUE ALVES, NÃO QUIS COMENTAR SOBRE A CONVENÇÃO QUE O PMDB, SEU PARTIDO, REALI-

zou no fim de semana anterior ao Fórum PANROTAS. Mas confirmou a entrega do cargo do ex-presidente da Embratur, Vinícius Lummertz, por conta do rompimento do PMDB de Santa Catarina com o governo. Ele esclareceu, no entanto, que a questão do rompimento do partido com o governo não era parte da pauta da convenção, por isso nem deveria ser avaliada. No segundo dia do evento, o nome do ex-deputado federal Sérgio Reis, de Sergipe, já era cogitado para assumir a autarquia. “O momento do Brasil é de aproveitar a Olímpiada e a visibilidade que ela nos trará. É hora de ser ou ser”, disse, lamentando, no entanto, que o Ministério do Turismo ainda seja o “primo pobre na Esplanada”. Em entrevista ao Jornal PANROTAS, disse ainda que apesar do esforço de captação de visitantes estrangeiros, 2016 também deve ser o ano de estímulo ao turismo doméstico. “Temos uma ampla oferta de destinos e um mercado doméstico invejável, com concorrência aérea capaz de deixar os voos com preços atrativos”, disse. “Além disso, a qualidade do produto turístico já melhorou muito, mas sabemos que ainda temos muito trabalho a fazer.”

“Brasil vive momento para ser ou ser”, segundo ministro

panhamos o resultado da convenção do PMDB, seu partido, no último sábado e gostaria de saber, ministro, se vão tirar o senhor da gente?”, disse, sobre o possível rompimento do PMDB com o governo federal e a consequente renúncia de Henrique Alves. “Não é hora de vaidades, egoísmos ou ambições. É hora de união em prol do País”, esquivou-se. Segundo a convenção, até o final de abril o PMDB definiria a questão. Antes disso, o partido havia se comprometido a não assumir novos cargos. Na quinta-feira, dia 17, no entanto, Mauro Lopes, do PMDB-MG, foi confirmado pela presidente Dilma Rousseff como novo ministro da Secretaria de Aviação Civil. 


13 Destinos

23 a 29 de março de 2016 JORNAL PANROTAS

> Maria Izabel Reigada, Diego Verticchio, Henrique Santiago e Rodrigo Vieira

Apresentações bilaterais VOCÊ ACHA QUE CONHECE A ARGENTINA? A DIRETORA DE MERCADOS DO INSTITUTO NACIONAL DE PROMOÇÃO TURÍS-

tica da Argentina (Inprotur), Marcela Cuesta, garante que... “mais ou menos”. Para ela, os brasileiros ainda têm muito a conhecer dos destinos e atrativos turísticos argentinos, inclusive os profissionais de Turismo. “Alguns destinos são velhos conhecidos do brasileiro, como Buenos Aires e Bariloche, mas há outros que são completamente estranhos, como boa parte da região norte”, contou a diretora, que fala com o conhecimento de quem já representou o Inprotur aqui no Brasil. Marcela liderou a delegação de secretários de Turismo da Argentina no 14º Fórum PANROTAS, na semana passada, e a editora os reuniu em um almoço no dia anterior ao evento. O encontro teve o objetivo de estreitar o relacionamento entre a PANROTAS e os novos nomes que comandam o turismo regional argentino, além do novo comando nacional, a cargo do ministro Gustavo Santos, que foi um dos keynote speakers do fórum. “É um prazer oferecer a vocês neste encontro informações sobre a indústria de Viagens e Turismo do Brasil e o trabalho desenvolvido pela PANROTAS, há 42 anos”, disse o presidente da editora, Guillermo Alcorta. “Queremos mostrar algumas oportunidades de negócios aqui no mercado brasileiro”, acrescentou. O almoço contou com a participação da presidente da Braztoa, Magda Nassar. Segundo ela, a Argentina é o principal mercado internacional em volume de vendas para os seus associados. De acordo com Magda, os nossos vizinhos foram por muito tempo como os Estados Unidos e Orlando para o brasileiro, ou seja, apenas Buenos Aires era a porta de entrada para a Argentina. Mas isto mudou, sobretudo com a exposição de El Calafate, Mendoza e Ushuaia. E a diretora de Mercados do Inprotur vislumbra oportunidades. Para ela, que tem o Brasil entre os mercados que comandará a partir de Buenos Aires, é hora de criar demanda para os operadores. Com Marcela em Buenos Aires, o mercado brasileiro terá como coordenadora Natália Pissoni, que já atuava no Inprotur no Brasil. Junto às operadoras, o trabalho do Inprotur será diversificar a oferta argentina. “Acredito que temos hoje 50% das possibilidades argentinas nos catálogos das operadoras. Isso quer dizer que há metade da oferta ainda para ser conhecida e

O diretor executivo da PANROTAS, José Guilherme Alcorta, Monica Samia (Braztoa), Ramiro Alem (Cidade de Buenos Aires), Luis Castelli (Terra do Fogo), Estanislao Villanueva (Salta), Patricia Durán (Iguazú), Marcelo Montenegro (Mendoza), o anfitrião Guillermo Alcorta, presidente da PANROTAS, Alejandro Strumia (Córdoba), a diretora de Mercados do Inprotur, Marcela Cuesta, Claudia Gonzalez (Ladevi), Marianna Alcorta (diretora da PANROTAS), Diego Noia (Terra do Fogo), Magda Nassar (presidente da Braztoa), José Maria Arrua e Oscar Degiusti, ambos de Misiones

explorada.” Com as novidades, Marcela espera começar a recuperar, neste ano, o número de visitantes brasileiros. “Foram pouco mais de 900 mil brasileiros no ano passado, mas queremos recuperar o número recorde de quase 1,5 milhão de turistas do Brasil que a Argentina já recebeu”, disse, contando que essa é a meta do Ministério do Turismo da Argentina para 2019. Confira os participantes:

CIDADE DE BUENOS AIRES O Ente de Turismo da Cidade de Buenos Aires tem um objetivo bastante ambicioso: colocar a cidade entre as dez mais atrativas do mundo quando o tema é turismo. Segundo o presidente interino do órgão, Ramiro Alem, o plano estratégico tem entre suas metas a ampliação da oferta, levando turistas para os 48 bairros portenhos. Outro dos eixos de promoção é o Centro de Convenções da Cidade de Buenos Aires, investimento de 600 milhões de pesos argentinos. Previsto para o primeiro semestre de 2017, o centro dobra a capacidade de oferta do maior espaço de eventos em funcionamento hoje na cidade.

CÓRDOBA Segunda maior cidade da Argentina, Córdoba ainda é uma grande desconhecida para os turistas brasileiros. A afirmação é do diretor de Promoção e Marketing da cidade, Alejandro Stru-

mia, que fez um “mea culpa”. “Embora sejamos um importante hub na Argentina, com dois voos diários do Brasil, não temos grande presença de brasileiros. Nosso forte é emissivo e não receptivo”, reconheceu.

são os trunfos em comparação com os demais componentes da fronteira. A presidente da Câmara de Turismo de Iguazú, Patricia Duran, também garante que o destino é um dos principais da Argentina quando o assunto é Mice.

MENDOZA

SALTA

Com mais de 1,2 mil vinícolas, Mendoza procura se destacar com um produto além do vinho. O novo diretor de promoção turística da província, Marcelo Montenegro, diz que a notória bebida e a neve são os dois principais facilitadores que motivam o brasileiro a escolher o destino. Mas o dirigente pontua duas tendências para o viajante que, graças ao voo direto da Gol implantado na segunda metade de 2015, impulsionou a presença de representantes do Brasil. “Temos oportunidades no turismo rural e no turismo de aventura, com a prática de esportes como rafting, caiaque e windsurfe”, recomendou o diretor da terra do Aconcágua.

Embora não seja a maior referência para brasileiros quando o assunto é Argentina, Salta não sentiu queda no número de visitantes do País no ano passado, segundo o secretário de Turismo da Província, Estanislao Villanueva. O destino atrai turistas de múltiplos perfis, com destaque aos fãs de vinho, além dos interessados em história e cultura, devido à influência colonial refletida em sua arquitetura e à localização, parte da rota do caminho inca (Chile, Bolívia e Peru fazem fronteira). Salta tem três centros de convenção e 20 mil leitos hoteleiros.

MISIONES

Um dos destinos mais austrais do mundo, a região da Terra do Fogo é o destino ideal para os brasileiros, na avaliação do presidente do Instituto Fueguino de Turismo, Luis Castelli. Segundo números apresentados por ele, 36 mil brasileiros estiveram em Ushuaia e região em 2015 e a expectativa é passar dos 40 mil visitantes. “O Brasil é o principal mercado internacional e estamos preparando uma ação de promoção junto às operadoras Braztoa”, enfatizou Castelli. 

Os destinos mais famosos da província de Misiones para os brasileiros são Posadas e Puerto Iguazú, este último na tríplice fronteira entre Brasil (Foz do Iguaçu) e Paraguai. A principal proposta é fazer suas rotas de ecoturismo e turismo de aventura serem reconhecidas no Exterior, e, pela proximidade, o turista brasileiro é crucial na estratégia. A autenticidade de Puerto Iguazú e seus lodges, chamados de “hoteles de selva”,

TERRA DO FOGO


14 Carreiras

23 a 29 de março de 2016 JORNAL PANROTAS

Te c n o l o g i a

> Diego Verticchio

Valorizando pessoas

Sônia Hess, presidente do Conselho da Dudalina

É POSSÍVEL CRIAR UM NEGÓCIO SUSTENTÁVEL SEM NUNCA DEIXAR DE RESPEITAR SEUS valores. A frase foi dita pela empresária Sônia Hess, presidente do Conselho da Dudalina, ao abrir seu painel “Sucessão e Inovação — Uma História sobre Quebra de Paradigmas e Criatividade”. Convidada pelo presidente da GJP Hotels & Resorts, Guilherme Paulus, que também compõe o Conselho Consultivo do Fórum PANROTAS, a empresária contou sua história

de vida e a forma como sua empresa, a Dudalina, valoriza a mão de obra. Apontada como uma das empresárias mais influentes do Brasil pela Forbes, Sônia Hess destacou em sua apresentação no Fórum PANROTAS o amor às pessoas, um dos slogans promocionais da empresa. Sonhe o sonho pronto. Não adianta sonhar com algo impossível. Eu costumo dizer aos meus colaboradores para sonhar com algo concreto, que já tenham visto ou experimentado. Se você já viveu ou vivenciou, fica mais fácil correr atrás do que deseja”, garante a empresária. Viajante por opção e profissão, Sônia Hess adotou a prática de viagens como premiação. “Poder oferecer viagens é muito mais enriquecedor do que oferecer dinheiro ou bônus. Dinheiro você gasta e acaba, viagem é uma experiência para a vida toda”, afirmou Sônia contando, na sequência, “causos” de viagens de alguns dos seus colaboradores. A dirigente ainda falou sobre ética e transparência, como essência do negócio, e pediu aos empresários coragem para poder inovar. “O propósito vem do coração. Seja protagonista da sua mudança”, concluiu.

> Diego Verticchio

Novo perfil do viajante

Monica de Carvalho, do Google

EM UM MUNDO CADA VEZ MAIS DIGITAL, FUGIR ÀS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS É REMAR CONTRA A MARÉ. A CONSTATAÇÃO foi feita na palestra “O Verdadeiro Valor do Digital”, realizada pela diretora de Negócios do Google Brasil, Monica de Carvalho. A dirigente explicou que embora as pessoas continuem tendo os mesmos interesses, o que na verdade mudou foi onde e como satisfazer as motivações e necessidades. “Hoje o deslocamento de um ponto ao outro é calculado pelo GPS do celular; o táxi ou Uber é solicitado via aplicativo; assim como a forma de gerenciar sua conta corrente, que você faz através de meios digitais”, afirmou, lembrando que mais de 50% das transações bancárias atualmente acontecem no ambiente virtual. Segundo dados apresentados pela dirigente, de cada quatro vendas, uma é feita de forma digital. “Se invertermos o olhar, vemos que 75% das vendas são feitas fora do digital. O que mudou? Mudou que agora o viajante vai muito mais informado e preparado ao visitar uma agência ou ao ligar para seu agente de viagens”, disse Monica. Para o Google, a tecnologia está trazendo uma nova percepção ao viajante. Ao chegar mais informado e ciente do que espera, a viagem passa a ser uma experiência. “Por exemplo, nós continuamos planejando nossas viagens, decidindo as datas de ida e volta, pontos turísticos que queremos visitar, restaurantes em que queremos comer etc. Mas, se antes nós não tínhamos muitas informações disponíveis, hoje já é possível ‘quase visitar’ o destino sem realmente estar lá. Se antes, a escolha de um hotel era uma coisa arriscada e com poucas informações, hoje com vídeos, imagens e reviews esse panorama mudou”, disse. 


15

Flashes

23 a 29 de março de 2016 JORNAL PANROTAS

1

Fórum PANROTAS 2016

1 Luiz Teixeira e Luciano Macagno, da Delta Air Lines, com Claudia Lobo e Neto Fernandes, do Visit Orlando, Gloria Cuarezma e Danillo Barbizan, da Delta Air Lines (com a placa do voo inaugural São Paulo-Orlando) 2 Luiz Ambar, do Sabre, com Adriana Cavalcanti, da Air France-KLM 3 Vanessa Garmes e Danielly Aguiar, da Empetur 4 Rodrigo Vaz Ribeiro, Luiz Eduardo Falco e Fabio Mader, da CVC, com dois dos acionistas da operadora, Rafael Estides, da BW Gestão, e Adriano Thiago, da Brasil Capital, com o presidente da PANROTAS, Guillermo Alcorta 5 Luis Vabo, do Reserve, Luis Ferrinho, da Omnibees, e Luís Paulo Luppa, da Trend 6 José Guilherme Alcorta, da PANROTAS, com Diana Pomar e o cônsul do México em São Paulo, José Gerardo Traslosheros Hernandez 7 Viviane Amadei, da Best Western. A rede hoteleira patrocinou o painel com os presidentes da Abear, Avianca, Azul e CVC: “Visão de Futuro e como irão inovar” 8 Paula Melo, da CMNet, Gisele Ruiz, do Sheraton São Paulo WTC, e Antonio Jorge, da PANROTAS 9 Carlos Prado, da Tour House, e Guillermo Alcorta, da PANROTAS: carbono neutralizado 10 Guilherme Paulus, da GJP, o deputado Herculano Passos, e Luiz Eduardo Falco, da CVC 11 Ana Clévia Guerreiro, da Sebrae 12 Francisco Guarisa, Mário Carvalho e Abilio Martins, da Tap 13 Guillermo Alcorta, da PANROTAS, com Solange Vabo, do Reserve 14 Otaviano Maroja, do Porto de Galinhas CVB, com Ana Paula Vilaça e Danielly Aguiar, da Empetur, Luis Eduardo Antunes, administrador de Fernando de Noronha, Felipe Carreras, secretário de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco, Claudio Borges, da Gol, e Camilo Simões, secretário de Turismo de Recife 2

3

5

9

4

6

7

10

12

8

11

13

14


16 Mercado on-line

23 a 29 de março de 2016 JORNAL PANROTAS

> Hugo Okada

Macro-tendências O SEGUNDO DIA DO FÓRUM PANROTAS 2016 RECEBEU A PALESTRA DO PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE Comércio Eletrônico (ABComm), Maurício Salvador, denominada “Macro-tendências em E-Commerce” Fazer compras utilizando a internet já é uma realidade em todo o mundo, e até mesmo o modelo já conhecido (cliente entra no site, escolhe o produto, a forma de pagamento e finaliza a compra), passa por constantes transformações, deixando a ideia de entrar no carro e dirigir até uma loja cada vez mais distante. Na sua apresentação, Salvador pontuou algumas características e ten-

Gestão

dências do e-commerce mundial, como a realidade virtual, que oferece novas oportunidades de interação e consumo; o aumento do tráfego mobile e criação de soluções móveis por meio de aplicativos; a exigência do mercado de trabalho por profissionais familiarizados com o ambiente virtual; a criação de novos modelos de compra como o click & collect (cliente escolhe os produtos e só passa no mercado para retirá-los); e as Mamas Shoppers – mulheres que são pagas para fazer compras, escolhendo pessoalmente os produtos mais frescos – finalizando com o delivery via drones, já utilizado nos Estados Unidos. 

Maurício Salvador, presidente da ABComm

> Diego Verticchio

Melhorando a gestão NO MUNDO DOS NEGÓCIOS, CAPTAR RECURSOS PARA DAR GÁS À EMPRESA, BUSCAR NOVOS PROJETOS DE EXPANSÃO E realizar um trabalho perene são três características presentes em quase todos os empresários. Esses fatores fazem parte do conceito de governança corporativa debatido no painel “Gestão em Tempos de Crise - O que todo o empreendedor deve saber. E fazer!”, realizado pelo presidente da KPMG no Brasil e América Latina, Pedro Melo, no primeiro dia do Fórum PANROTAS. Muito utilizado por empresas familiares, o conceito é o sistema pelo qual as companhias e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização, controle e demais partes interessadas. Na prática, o conceito tem por finalidade pre-

servar e otimizar o valor econômico (a longo prazo) da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão. Na avaliação do dirigente da KPMG, empresas que adotam este modelo tendem a atrair atenção dos investidores, que, segundo ele, adotam quatro critérios na hora de escolher como aplicar seus investimentos: informações disponíveis e confiáveis; garantia de que não ocorram conflitos familiares, plano estratégico definido, com visão de médio e longo prazos, existência de bons relatórios e indicadores financeiros. “Se você busca um sócio ou quer um investidor, conte a ele seus planos. Seja claro, abra o jogo”, afirmou o presidente da KPMG. Melo ainda falou sobre os aspectos de um bom investidor na visão do líder empresarial. Segundo ele, é preciso: ser paciente, com visão de lon-

Pedro Melo, da KPMG

go prazo e que não seja focado em estratégias de saída súbita; exercer confiabilidade, sigilo e discrição com as informações; ter experiência com

empresas familiares; e por fim ser capaz de realizar julgamentos com base em uma visão global do negócio em vez de focar em detalhes.


17 A gê nc i as d e v i agen s o n -l i n e

23 a 29 de março de 2016 JORNAL PANROTAS

> Maria Izabel Reigada e Rodrigo Vieira

Particularidades brasileiras AS MAIS DE 20 VIAGENS AO BRASIL QUE A VICE-PRESIDENTE DE TRANSPORTES PARA AMÉRICAS, EUROPA, ÁFRICA E ORIENTE MÉDIO DA Expedia, Julie Kyse, já realizou fazem com que ela conheça bem o que classifica como “idiossincrasias do mercado brasileiro”. No Brasil desde outubro de 2012 com a marca Expedia – uma das muitas da Expedia Inc, dona de marcas como Trivago e Hotels.com –, a OTA contará agora um diretor geral baseado aqui. Além de ter São Paulo como base, o diretor que responderá pela América Latina deve ser brasileiro. Embora já tenha sido escolhido, o nome não podia ser revelado pelos executivos da empresa que participaram do 14º Fórum PANROTAS. Mas Julie Kyse, que fez palestra no segundo dia do evento, sobre o futuro da distribuição de viagens, revelou que são as idiossincrasias brasileiras que fazem necessário ter por aqui um profissional que conheça muito bem o mercado. “Assim que começamos, contratamos a Daniela (Bertollini), conosco desde o início, para termos essa aproximação com

Julie Kyse, VP de Transportes da Expedia

o mercado brasileiro e suas particularidades”, explicou Julie. “Chegamos a subestimar a importância de ter uma pessoa local em nosso escritório aqui, mas percebemos que isso é fundamental”, disse. “Na Expedia, não temos medo de errar, ad-

Da Expedia Brasil, Daniela Bertollini e Fernando Botelho

mitir o erro e voltar a fazer, de forma correta e segura”, disse. Entre o que considera particularidades brasileiras estão, especialmente, a legislação de defesa do consumidor. “Encontramos algumas dificuldades com regulações

OBSERVAR, DETECTAR,

D E S E N V O LV E R A EXPEDIA PASSA PELA MISSÃO DE DESMISTIFICAR A PERCEPÇÃO DO CLIENTE DE QUE OS SERVIÇOS AÉREOS SÃO TODOS IGUAIS E DE

que o ideal é sempre comprar com base nas tarifas. Segundo a VP de Transporte para Américas, Europa, Oriente Médio e África da OTA, Julie Kyse, a empresa tem sido religiosa com a transparência de tarifas mesmo em países como o Brasil, em que isso não é obrigatório por lei. “Isso ajuda o cliente a tomar as melhores decisões. Em termos de competitividade isso é um desafio, mas nosso consumidor merece saber de tudo isso.” Uma parceria com a empresa norte-americana Route Happy, agregadora de dados das companhias aéreas, envia para a Expedia informações como duração dos voos, amenidades, equipamentos

a bordo (entretenimento, wi-fi, entre outros), todos com uma nota de zero a dez, de acordo com a qualidade dos voos. “Com isso, podemos mostrar que muitas vezes os voos mais baratos merecem desconfiança, por seus horários ruins, escalas inviáveis. Desde que assumimos esse papel de não vender apenas pelo preço tivemos um feedback ótimo dos clientes”, explica Julie. “Sem contar que cada indivíduo tem suas necessidades, como mais espaço para pernas, ou participação do voo no programa de milhas. Isso pode parecer simples, mas requer um algoritmo muito apurado.” A executiva afirma que essa rotina de experimentação de seus consumidores consiste em observar e detectar necessidades, desenvolver hipóteses para, en-

tão, testá-las em grupos pequenos e, por fim, aplicar o que deu certo ou modificar o que deu errado. Cerca de 60% dessas tentativas acabam fracassando, o que é tão importante quanto o que dá certo, segundo Julie. “É muito melhor ter um resultado negativo do que inconclusivo.” De acordo com Julie, a metodologia não tem sido usada apenas em aviação, mas também nos outros produtos mais vendidos pela Expedia, como hospedagem. As viagens corporativas são outro ponto em que a OTA olha com muito interesse. “Estamos muito empolgados com nossa agência corporativa, que é a quinta maior do mundo e cresce 20% ao ano. É uma ótima oportunidade para nós”, disse na apresentação no Fórum PANROTAS. 

locais que não havíamos conhecido em outros mercados”, contou Julie. “Mas também podemos contar com facilidades de negociações que temos como empresa global. Afinal, não estamos começando. Já estamos estruturados aqui no Brasil e temos credibilidade no mundo para justificar nossos investimentos e expansão”, acrescentou a executiva. Segundo Daniela Bertollini, gerente da Expedia Brasil, o escritório em São Paulo já tem novo espaço aguardando os futuros funcionários que se somarão à equipe.

POTENCIAL E EXPANSÃO O gerente geral de Marketing da Expedia Brasil, Fernando Botelho, trabalha no desenvolvimento da marca e em sua expansão pelo País. “Estamos falando de crescimento de dois dígitos neste ano”, disse, defendendo os testes que a empresa realiza e sua capacidade de processar rapidamente respostas, adaptando-se em alta velocidade a cada mercado em que atua, tema aprofundado por Julie em sua apresentação no evento (leia no box). “Trabalhamos com a expectativa de dobrar os negócios no Brasil nos próximos três anos”, contou Julie. “O alto potencial do Brasil justifica os investimentos mesmo neste cenário”, considerou.


18 Te c n o l o g i a

23 a 29 de março de 2016 JORNAL PANROTAS

> Rodrigo Vieira

De olho nos millennials Wade Jones, vice-presidente de Marketing e estratégia do Sabre

POUCOS ESPERAM QUE O PRIMEIRO GDS DO MUNDO TENHA UM DISCURSO MODESTO OU SIMPLISTA DIANTE DOS MAIORES PLAYERS DO SETOR. NÃO

em aquisição de tecnologia, portanto, vamos precisar de novos talentos, trabalhar com fluxos de trabalhos mais amistosos", indicou Jones.

que um executivo do Sabre tenha de ser arrogante para posicionar a força de sua empresa, mas quase ninguém esperava que o vice-presidente sênior de Marketing e Estratégia, Wade Jones, em sua palestra, apontasse o Sabre como uma empresa mais de tecnologia do que de aviação, pronta para saltar para qualquer nicho em que encontre oportunidades, isto é, pronta para mudar. Na apresentação "A Transformação do Papel de um GDS", Jones garantiu que o Sabre é muito tenaz em termos de inovação, além de ser absolutamente disruptivo. "Somos a primeira no ramo a criar um sistema de reserva semi-automatizado, que veio de uma conversa informal entre executivos da IBM e American Airlines. Sete anos depois nascia o Sabre, que por natureza é uma empresa de tecnologia disposta a mudar quando vê necessário, haja vista a velocidade com que os millennials estão mudando o mundo", explicou. "Cerca de 8,4 milhões de mensagens são processadas por dia pelo Sabre. A velocidade da mudança é impressionante e é quase impossível gerenciar. Estamos cercados por disrupção de todas as formas – processos, indústrias e empresas", justificou, ainda apontando que o Sabre vende 200 mil bilhetes aéreos por minuto. "Quando a velocidade da mudança externa excede a da mudança interna, é porque o fim está próximo. Somos totalmente atentos a isso para criar ou entrar em parceria com novos produtos, se necessário." Segundo ele, até 2030 os millennials representarão um milhão de novos viajantes em sua rede, mas em 2017 eles já terão o maior poder aquisitivo que já existiu no planeta. "O dinheiro está cada vez mais na mão de pessoas imediatistas em sua forma de pensar,

DURANTE O executivo também apontou que o Sabre está de olho em captar recursos no período "durante a viagem", pois, segundo estudos do GDS, 58% do budget de uma viagem é gasto quando o passageiro já está no destino, e não no pré-embarque. "Precisamos pensar como capturar valor ao longo da viagem, de uma ponta a outra. Isso requer estratégias, estudo, personificação e marketing, além de dados e insights analíticos para oferecer a coisa certa, para a pessoa certa no contexto correto." Um dos exemplos é o Trip Case, cujo público sul-americano é um dos mais adeptos do mundo. Trata-se de um serviço de notificação de viagens em tempo real para que as coisas saiam de acordo com as preferências do viajante (ou do viajante millennial) enquanto ele está no destino. “Por meio dele, o passageiro melhora sua experiência porta a porta. Não seria ótimo ser notificado de que seu voo tem 70% de enfrentar chuva e 50% de chances de ser cancelado?”, questionou. Para concluir, o lado mais realista e pé no chão do discurso, que inclusive anda lado a lado com o que o CEO da Rextur Advance, Marcelo Sanovicz, comentou no painel do qual participou. "É importante ter consciência de que você não faz bem, para achar as melhores parcerias. E parcerias são fundamentais, essenciais para sua empresa não chegar ao fim em tempos de mudanças tão rápidas. É uma grande afirmação para o Sabre dizer que fomos os primeiros, mas ao mesmo tempo ter consciência de que não estamos bem. Fizemos isso ao vender a Travelocity, nossa OTA, para o Expedia." A venda aconteceu em janeiro de 2015 e o valor foi de US$ 280 milhões. 


19 Aviação

23 a 29 de março de 2016 JORNAL PANROTAS

> Henrique Santiago

Altos custos

Guillermo Alcorta, da PANROTAS, Luiz Eduardo Falco, da CVC, como moderador, José Efromovich, da Avianca, Eduardo Sanovicz, da Abear, e Antonoaldo Neves, da Azul

O CENÁRIO DA AVIAÇÃO BRASILEIRA É POUCO FAVORÁVEL. EM 2015, HOUVE UMA REDUÇÃO DE CERCA DE DEZ MILHÕES DE PASSAGEIROS (OU TRECHOS voados), de 100 para 90 milhões. Em um painel para discutir inovação para o setor, os presidentes da Abear, Eduardo Sanovicz, Avianca Brasil, José Efromovich, e Azul, Antonoaldo Neves, mostraram insatisfação com as políticas oferecidas para as companhias aéreas operarem no Brasil. Com mediação do presidente da CVC, Luiz Eduardo Falco, o debate ganhou tons de provocação moderada ao afirmar que a natural guerra tarifária transforma a indústria aérea em uma das mais competitivas do mercado. Mas Sanovicz deu enfoque a outro tema. Além de comemorar o aumento de participação de capital estrangeiro de 20% para 49% em companhias brasileiras, ele reforçou uma pauta que deve ser encaminhada. “As nossas condições de trabalho têm de estar alinhadas com as práticas internacionais. A nova lei do aeronauta está praticamente reformulada. Quanto mais próximos estivermos do padrão internacional, mais forte será para a cadeia produtiva e nos ajudará a sair desta crise”, opinou. Entre pedidos de rezas e velas acesas, Efromovich disse que as companhias aéreas têm sido criativas em identificar situações novas para o enfrentamento de problemas. Ele lembrou do período da Copa do Mundo, em que deveria ser a grande salvação, mas foi, nas suas palavras, um “desastre”, o início dos problemas na aviação. Em 2015, no entanto, o presidente da Avianca Brasil sentiu uma

melhora significativa. No primeiro semestre deste ano, a aérea receberia seis A320, mas os planos foram cancelados. “Foi o ano em que substituímos nossa frota. Não aumentamos o número de aviões, mas crescemos 14% em assentos”, disse ele, após a troca do modelo Fokker 100 pelo A320. O colapso econômico não atinge apenas quem está nos noticiários diariamente. Segundo o próprio Efromovich, a Avianca sofre com a instabilidade do público mais resistente à crise: o corporativo. “Os nossos maiores clientes são de óleo e gás, a Petrobrás e a Odebrecht [empresas investigadas na Operação Lava Jato]”, comentou. Em dias vermelhos, a Azul sente o impacto das perdas financeiras. A

empresa reduziu sua oferta com o envio de 19 aeronaves para a portuguesa Tap em seis meses, a partir de março. Mas Neves sabe que o brasileiro dificilmente deixará de viajar de avião. “2008 foi ontem e o Brasil transportou mais de 40 milhões de passageiros naquele ano. Não vamos voltar [a esse período]. Nós damos um passo para trás agora para seguirmos com dois para frente no futuro.” Após discussões sobre a barreira criada pelo alto imposto sobre o querosene de aviação, os presidentes concordam que o Brasil precisa pensar fora da caixa, ou melhor, fora do Brasil. Tanto para Efromovich quanto para Neves, é inaceitável que as aéreas tenham de arcar com a hospedagem de passageiros

"2008 foi ontem e o Brasil transportou 40 milhões de passageiros naquele ano. Não vamos voltar a isso", disse o presidente da Abear, lembrando que em 2015 foram transportados 90 milhões de passageiros

em casos de cancelamento do voo. “Isso não acontece em qualquer outro lugar do mundo”, afirmaram. Em outras palavras, Antonoaldo Neves lamenta que a Azul, bem como as outras empresas aéreas brasileiras, tenham custos altíssimos de concessionários e controladores de tráfego aéreo. O presidente exemplificou que a companhia gasta R$ 30 milhões mensais com o Departamento de Controle de Tráfego Aéreo (Decea). “Com o fechamento de pistas em Minas Gerais [Ipatinga e Pampulha], nós tivemos R$ 6 milhões de gastos em dois dias com queima de querosene e acomodação de passageiro. Apenas dois dias. Quem paga todos esses custos sou eu”, criticou. 


20 Mercado

23 a 29 de março de 2016 JORNAL PANROTAS

> Rodrigo Vieira

Compro, vendo, negocio A CADA FÓRUM PANROTAS NÃO SÓ O PRESENTE, MAS PRINCIPALMENTE O FUTURO DO TURISMO É DEBATIDO. NOVAS TENdências surgem no horizonte do setor ao longo dos anos para serem aproveitadas da melhor maneira pelos decision makers presentes no evento. Nas últimas edições, a maior parte dos participantes que subiam ao palco para falar sobre novos ciclos tinha como referência o avanço da tecnologia e suas disrupturas. Em 2016, porém, tecnologia dividiu espaço com a crise. Impossível não falar dos tremores que o Brasil vem sentindo desde o ano passado, dos quais o Turismo é uma das maiores vítimas, com quebras de nomes maduros da cadeia. A diretora de Vendas do Grupo Air France-KLM no Brasil, Adriana Cavalcanti, ficou incumbida de entrevistar CEOs de players notórios de viagens corporativas, de consolidação, de agência on-line e da hotelaria. Eles são, respectivamente, Eduardo Kina, da Alatur JTB; Marcelo Sanovicz, da Rextur Advance; Maurizio de Franciscis, do Hotel Urbano; e Patrick Mendes, da Accor Hotels na América do Sul. Afinal, quais são os novos ciclos começando em diversos segmentos do Turismo? Novas parcerias e aquisições são claramente impulsionadas pela crise, de acordo com os participantes. Muitas vezes, em épocas de vacas magras, a única saída para pequenas empresas é serem compradas pelas gigantes, que por sua vez têm interesse estratégico em juntar a estrutura, expertise e ganhar mais aliados contra a concorrência. “Dependendo do lado que você está, a crise pode ajudar ou atrapalhar em novas aquisições. Para a Accor, eu posso garantir que o cenário ajudou, pois muitas empresas estão em di-

Patrick Mendes, da Accor, Maurizio de Franciscis, do Hotel Urbano, Eduardo Kina, da Alatur JTB, Marcelo Sanovicz, da Rextur Advance, e Adriana Cavalcanti, da Air France-KLM, debateram os novos ciclos das empressas de Turismo

ficuldades financeiras no Brasil e na América do Sul, dessa maneira se sentem pressionadas e a negociação é facilitada tanto com os distribuidores, nas ações do dia a dia, quanto em acordos maiores, como aquisições”, explicou Patrick Mendes. “A situação cambial também é outra aliada para investidores externos como nós. O momento é propício para investimento estrangeiro. Fundos de investimentos, operadores e grandes redes de fora estão olhando para o Brasil sedentos por oportunidades”, completou o CEO da Accor no continente.

MAIS AQUISIÇÕES O representante da Alatur JTB não só concordou com o da hoteleira como também revelou que o mercado pode esperar mais aquisições ainda neste ano. Para ele, porém, o senso comum de que o Brasil está barato não é totalmente verdade. “Considerando a questão do câmbio, nota-se que o real está enfraquecido e os preços dos ativos na moeda brasileira estão

Eduardo Kina, da Alatur JTB, Maurizio de Franciscis, do Hotel Urbano, Adriana Cavalcanti, da Air France-KLM, Marcelo Sanovicz, da Rextur Advance, e Patrick Mendes, da Accor

baratos, sim, mas a lucratividade gerada a partir desses targets também é em real, ou seja, o País está barato em termos. Essas transações trazem mais riscos”, analisou Eduardo Kina. “Contudo, pelo menos é o meu objetivo fazer com que a Alatur JTB faça mais aquisições este ano.” Marcelo Sanovicz incentivou os decision makers presentes ao 14º Fórum a buscar aquisições, parcerias e ganhar corpo. Segundo o CEO da Rextur Advance, a vaidade muitas vezes atrapalha essa movimentação no setor, mas é preciso se defender e rapidamente contra a possível entrada de jovens no mercado. Vale lembrar as mudanças de ciclo de sua carreira na consolidação: de Advance, que representava apenas uma aérea, para Rextur Advance, em fusão com a empresa de Goiaci Guimarães, e após isso, com a venda de 51% para a CVC. “Não é apenas a cadeia de viagens que está mudando. Está tudo mudando e em alta velocidade. Esse middle market corporativo não pode ser perdido. Todos que trabalham em distribuição têm de deixar a vaidade de lado e procurar parceiros”, afirmou Sanovicz, citando como exemplo a Innovation Travel Brasil, fruto da união entre Flytour e Gapnet, além de outras fusões como Esferatur e Mix Tour e a própria Alatur com a japonesa JTB. “Ainda é muito pouco. O que vejo é que estamos sentados assistindo aos nossos negócios piorarem a cada dia, tudo porque não conversamos uns com os outros. Temos que fazer mais parcerias, independentemente do tipo, pois isso aumenta a lucratividade e gera mais empregos. Espero que a gente chegue lá com esses players de hoje trabalhando e não com jovens antenados invadindo com seus negócios”, concluiu Sanovicz.

INVESTIMENTOS

Por falar em novos players, o Hotel Urbano, única OTA presente no painel, recebeu em 2015 um aporte de US$ 60 milhões da Priceline, maior grupo de viagens on-line do mundo, com faturamento anual acima dos US$ 50 bilhões. Segundo Maurizio de Franciscis, um investimento expressivo não significa muito se a empresa não souber se organizar e ter uma consultoria eficiente. “O Hotel Urbano tem visto um crescimento meteórico nesses cinco anos, com milhões de clientes, mas os processos de negócio da empresa não acompanharam esse crescimento. Era muita ousadia, criatividade, mas pouca organização. Nessa passagem de startup para grown up muitas vezes as empresas reagem ao problema contratando mais pessoas. Isso deu certo no começo, mas conforme fomos crescendo muito, algumas falhas começaram a aparecer”, analisou. Uma das metas nessa nova etapa do Hotel Urbano, segundo o CEO, é se diferenciar da concorrência por meio da consultoria, isto é, tentar ser cada vez menos um vendedor de preço para passar a ser vendedor de experiência. Franciscis ainda criticou a maneira com que o Brasil trabalha seus destinos internamente. “Claro que é importantíssimo para uma OTA ter preços menores, pois seu custo operacional é menor, mas o consumidor cada vez mais quer ter o controle de sua viagem, ver a gama de opções que ele tem. O Hotel Urbano está cada vez mais interessado em criar um funil on-line e guiar um pouco o consumidor como as agências tradicionais fazem há tanto tempo”, comparou.


21 Pa rques te mát i co s

23 a 29 de março de 2016 JORNAL PANROTAS

> Henrique Santiago

Vender na crise PASSAR PELA CRISE ECONÔMICA QUE DEVASTOU OS ESTADOS UNIDOS EM 2008 E, MELHOR AINda, superar este agravamento foi como navegar em mares tempestuosos sem mapa ou bússola e, mesmo assim, chegar ao seu objetivo: descobrir a América. Esta foi a analogia com Américo Vespúcio que encontrou o vice-presidente sênior de Gestão de Vendas e Marketing da Universal Orlando, Frank Belzer, para destacar os investimentos feitos pelo complexo naquela época. A Universal anunciou naquele ano a construção de uma área inteiramente dedicada a Harry Potter. Para Belzer, adiar os planos no boom do fechamento de bancos e do desemprego em massa seria um erro. “Acabou que este [Wizarding World of Harry Potter] se tornou o nosso melhor investimento de todos os tempos. Não se deve desistir de seus planos”, recomendou ele. Especialista em vendas, autor do livro Sales Shift, o executivo tem o produto e a estratégia ideais para trazer milhares de crianças, adultos e até idosos para o parque em Orlando. Ele comparou o momento atual do Brasil com o que os Estados Unidos passaram oito anos atrás. Mesmo sem um complexo da Universal em terras brasileiras, Belzer acredita que o momento de investir é agora. “Você deve criar valor e conhecimento durante uma conversa com cliente. É preciso explorá-lo, saber seus problemas e desafios quanto à sua decisão de fazer progresso”, contou à plateia de empresários, reafirmando que fechar negócios é um verdadeiro desafio.

TOQUE HUMANO Com sua experiência na Universal, Belzer acalmou os profissionais que pensam apenas em preço para concluir

Frank Belzer, vice-presidente sênior de Gestão de Vendas e Marketing, da Universal Orlando

uma venda. O preço, aliás, é um dos itens menos necessários. “O comprador pensa na experiência, ele quer ter algo de diferente. É preciso existir uma diferenciação de produtos”, afirmou. Como exemplo, o vice-presidente citou o e-commerce Amazon, afinal, a empresa se recorda de quem o consumidor é e personaliza sua experiência. E, com isso, os agentes de viagens, sobretudo, não devem acelerar uma venda. Quando se senta frente a frente com o consumidor, o profissional tem de entender o que ele quer. Aquele eterno clichê de “você vende um sonho” é mais do que aplicável, afinal, Belzer assinala que é necessário conversar com seu cliente, discutir como serão suas férias, saber sobre sua família, o que quer fazer e o que fizeram nas suas férias no passado. “Vamos aproveitar o relacionamento, é mais importante do que nunca”, disse, empolgado. Além das similaridades com suas respectivas crises, o executivo da Universal articula que, assim como no Brasil, o relacionamento pessoa a pessoa é importante nos Estados Unidos. Se por um lado a internet é o mecanismo de busca, os viajantes querem papear, conversar e rir, pontuou ao diretor geral da Delta Air

Lines no Brasil, Luciano Macagno, que fez as vezes de entrevistador. “Nós temos aplicativos, sites, endereços de comparação de preços, sites que comparam sites, mas ainda assim queremos um aperto de mão, um tapa nas costas, enfim, um conforto”, explicou Belzer.

CONHECER SEU PÚBLICO Seja criança ou adulto, a Universal gosta de surpreender crianças com seus personagens ou o viajante de negócios com a presença de um Minion durante uma reunião. Para conhecer os interesses

de seus hóspedes, a Universal fez uma pesquisa interna e descobriu que 30% das alegrias das férias surgem no próprio complexo, ou seja, Belzer pontua que a viagem começa antes mesmo do embarque no avião. E todo este engajamento, claro, só terá uma resposta efetiva com a abordagem certa para o cliente correto. “Uma menina de três anos e um outro de um ano não são o nosso alvo. Eles podem ir para o parque do outro lado da rua”, cutucou, sugerindo a Disney. “Não estamos atrás de todos os públicos”, complementou. Mas o desapontamento não escolhe pessoa nem idade. Um dos mitos desvendados por Belzer diz respeito à compra de ingressos no parque. É muito mais conveniente e econômico adquirir o tíquete com antecedência com o agente de viagens no Brasil. De acordo com ele, já foram relatados diversos casos de compras de bilhetes falsos, o que, claro, impossibilita a entrada no resort. E tristeza é completamente descartável quando se está em Orlando. O diretor da Delta, Luciano Macagno, aproveitou o momento e entregou uma placa celebrando o voo inaugural da companhia americana para Orlando, iniciado em dezembro passado.

Luciano Macagno, da Delta Air Lines entrevistou o VP da Universal Orlando


22 Hotelaria

23 a 29 de março de 2016 JORNAL PANROTAS

> Henrique Santiago

Olhar para frente COM A CHEGADA, CRESCIMENTO E AMPLIAÇÃO DE ÁREAS DE ATUAÇÃO DE PLAYERS como Expedia, Booking.com, Skyscanner, Airbnb e tantos outros, a hotelaria sentiu rapidamente o impacto das novas soluções. Para abrir o ciclo de palestras no Fórum PANROTAS, o vice-presidente global de Marketing, Soluções Digitais, Distribuição e Sistemas de Informação da Accor Hotels, Vivek Badrinath, veio dizer ao público que o grupo francês não vive preso ao passado. O “guru disruptivo” Badrinath viu na presença da “nova concorrência” a chance de aprender e crescer. E esse crescimento, claro, vem com a aquisição de companhias menores por parte do gigante europeu. Além de expandir mundialmente com a abertura de dois hotéis a cada três dias, a Accor tracejou há menos de dois anos um plano de investimento digital de quase R$ 1 bilhão, que deve surtir resultados positivos imediatos. Com foco nos seus hóspedes, funcionários e parceiros, os franceses buscam entender este novo mercado com a compra de empresas como Oasis Collections e Square Break e o lançamento de novas plataformas e serviços. Embora ainda sejam nomes pouco conhecidos do público em geral, a Accor pretende fazer frente à economia compartilhada com o aluguel de quartos privados e habitações de hotel. Outro investimento pesado destacado por Badrinath foi a compra da Fast Booking, serviço com foco em hotéis independentes. Segundo ele, a ferramenta agrega atualmente 900 hotéis à sua plataforma e pretende chegar a dez mil em poucos anos. “Nós apenas ajudamos a vender hotéis e colocamos o nosso nome nisso. Nenhuma companhia fez isso antes”, explicou, completando que o Tripadvisor é o termômetro para avaliação dos empreendimentos (se a média de reviews for negativa, o hotel é retirado do portfólio). Aliás, clicar em uma ou cinco estrelas para mostrar seu aborrecimento ou sua satisfação pode definir o rumo da viagem de um consumidor. Para Badrinath, a geração de millennials, de jovens com cerca de 15 e 35 anos, é o grande desafio para vender e trabalhar. Em sua equipe, por exemplo, o guru da Accor tem um comitê de executivos pertencente a este grupo. Cada vez mais adeptos à independência e ao planejamento próprio de suas viagens, esses jovens têm de

Vivek Badrinath, o "guru disruptivo" da Accor Hotels

pensar em hotéis quando trabalham, segundo o VP da Accor. Classificado como um dos grupos “esquecidos” pela Accor, Badrinath destaca que este consumidor busca hospedagens baratas. Outra classe injustiçada, as famílias, têm a oportunidade de passar seus fins de semana com atividades de lazer por meio de aluguéis privados com o Oasis Collections.

MUNDO ROBOTIZADO Com a aplicação de alguns milhões de euros em tecnologia, Badrinath classifica que o hóspede tem de ser acompanhado antes e depois de sua estada. O acompanhamento do check-in ao check-out já não é o bastante, destaca. Para ele, um “bom sorriso” é a recompensa de um trabalho bem feito. “Precisamos estar presentes desde o sonho com a viagem até o compartilhamento da experiência”, resumiu. Para fazer jus ao montante investido, a Accor atualiza seu aplicativo de reserva de hotéis a cada três semanas. Para o vice-presidente, dar voz ao seu cliente é tão importante quanto oferecer um bom serviço. A plataforma Voice of the guest é o lugar para elogiar, criticar e sugerir melhorias. “Nós queremos melhorar a experiência do nosso cliente. O nosso viajante fiel tem a oportunidade de selecionar mais hotéis”, afirmou. “Passamos a utilizá-lo para definir os bônus dados aos melhores hotéis”, complementou. Em contrapartida, a maior abertura tecnológica não significa necessariamente que a Accor se tornará uma empresa robotizada. Aliás, Badrinath acredita que uma maior

interferência deste meio só atrapalha os negócios. Ao ser questionado pelo editor-chefe da PANROTAS, Artur Luiz Andrade, o executivo disse que a presença de robôs como funcionários é descartável no momento. Mesmo com o check-in on-line pelo seu aplicativo, quem está por trás da operação é um profissional de carne e osso. A presença de androides caminhando por um lado e por outro nos corredores iria, segundo ele, trazer “clientes fantasmas”. “Eu não quero isso agora. É engraçado ver um robô entregando uma toalha no quarto uma vez ou outra. É uma boa distração”, respondeu ele, destacando que o toque humano na intermediação de qualquer processo se faz necessário.

PRA FRENTE, BRASIL Como habitual, a fala de um estrangeiro sobre o Brasil é diferente do que diria um nativo propriamente. Vivek Badrinath reconhece, como 99% da população brasileira [nota da redação: número apresentado na pesquisa exclusiva do Data Popular no Fórum PANROTAS], as agruras da crise política e econômica no País, mas aguarda uma recuperação rápida e sadia. Essencial para os franceses, o Brasil possui 233 dos 266 hotéis da Accor Hotels na América do Sul. Com presença forte em outros países como Chile e Peru e alta na Argentina e Colômbia, Badrinath acredita que o nosso mercado tem um futuro brilhante. “É um fator do nosso crescimento global. Qualquer dificuldade que acontecer, nós estaremos na longa caminhada com vocês. Estamos com o Brasil”, finalizou ele. 


23

Mercado

>

23 a 29 de março de 2016 JORNAL PANROTAS

Danilo Alves

Disrupção em debate OUSADIA, INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE FORAM AS TRÊS PALAVRAS DE ORDEM DA MANHÃ DO segundo dia de Fórum PANROTAS 2016, que trouxe jovens empreendedores do Turismo e de outros segmentos para inspirar os participantes e mostrar o que o nosso setor tem a aprender com eles. O fundador da Project Hub, rede internacional para empreendedores da economia criativa no Brasil, Lucas Foster, apontou que novidades tecnológicas competem pela experiência das pessoas e, em alguns casos, tiram espaço do Turismo tradicional. “Concorremos pelo tempo das pessoas. Cada vez mais, é preciso nos perguntar como vamos aproveitar o tempo dos usuários e tocar suas vidas”, afirmou. O painelista usou o Airbnb e o Tinder, plataformas de hospedagem e relacionamentos, respectivamente, como exemplos próximos do Turismo. O primeiro impactou diretamente a receita de hotéis e hospedagens e o segundo mexeu com a indústria de bares e restaurantes. “Essas tecnologias têm o argumento de gerar menos impacto ambiental nos lugares, algo que o Turismo tradicional precisa incorporar para si”, destacou. Para ele, o Turismo deve buscar incluir conceitos que tornem as novidades tecnológicas mais relevantes do ponto de vista do usuário. “Dois elementos que devem ser incorporados são o service design, que constrói soluções não só para viagens, mas para a jornada completa dos turistas, e o human centric design, que coloca no centro das prioridades a experiência humana e não o negócio em si”. E se fosse para dar uma dica para a nossa indústria, qual seria? “Invistam na contratação de designers de experiência do usuário. É natural

Painel mostrou que 58% dos gastos com a viagem são realizados localmente

que as mudanças gerem receio. Mas tragam a tecnologia para serem parceiras do setor de vocês. Os especialistas sabem deixar uma plataforma relevante a tal ponto de deixar o usuário dentro dela por bastante tempo”, opinou. Um dos alertas para a indústria foi feito por Juliano Fatio, que além de ser diretor B2B da 99 Táxis é um mochileiro de carteirinha e já viajou para mais de 60 países. “As empresas precisam ter em mente que as novas gerações buscam experiências mais próximas. Elas querem vivenciar o local e não cumprir uma programação fechada do primeiro ao último dia”, disse. “Quem compra uma viagem não quer ter um pacote enlatado. Eu, por exemplo, quando viajo quero conhecer a realidade local e não apenas um atrativo turístico”, completou o sócio da Red Point e também painelista, Marco Camhaji. Segundo ele, 58% dos gastos

com uma viagem ainda são realizados localmente, em restaurantes e serviços comprados no local. “Precisamos trazer soluções para customizar essa experiência das pessoas”. Por fim, para o gerente de Relações com startups e desenvolvedores do Google América Latina, José Papo, é preciso inovar e estar atento às constantes mudanças tecnológicas. “Inves-

timentos são necessários não só no campo turístico, mas em todas as indústrias. E investidores precisam saber que o retorno pode levar meses, um ou dez anos. O mercado carece de mais disruptores, temos um potencial muito grande de crescimento, finalizou. O painel teve ainda um debate, mediado por Ana Araújo, CEO do buscador Mundi.

S TA R T U P S

Lounge das startups, no foyer do evento

Juliano Fatio, da 99 Táxis, José Papo, do Google, Ana Araújo, do Mundi, Lucas Foster, do Project Hub, e Marcio Camhaji, da Red Point

ENTRE OS ELEMENTOS MAIS ELOGIADOS NO FÓRUM PANROTAS TENDÊNCIAS DO TURISMO 2016 ESTIVERAM AS STARTUPS, QUE MARCARAM PRESENÇA NO EVENTO, COM APOIO DA ALATUR JTB E DO SEBRAE. PARTICIPARAM DO ENcontro empresas que apostam na tecnologia e oferecem serviços associados ao Turismo tradicional, se apresentando e oferecendo a chance de novos negócios. Quinze “inovadores” tiveram a oportunidade de “vender seu negócio” no palco do evento, que trouxe ainda o Startups Lounge, espaço para o participante investir, conhecer e se inspirar em novas ideias e empreendimentos digitais no Turismo. A lista completa de participantes saiu na edição especial do Jornal PANROTAS para o Fórum PANROTAS 2016, a 1,209, disponivel também em versão digital no Portal PANROTAS.


24 Aviação

23 a 29 de março de 2016 JORNAL PANROTAS

> Maria Izabel Reigada

Tap e Azul: “2 + 2 = 5”

MATEMATICAMENTE, HÁ QUE SE DISCORDAR DO RESULTADO ACIMA. MAS, SEGUNDO O

vice-presidente da Tap, Luiz da Gama Mór, é essa a melhor definição para a atual parceria entre a companhia aérea portuguesa e a Azul, de David Neeleman, acionista da Tap. “No caso da Tap e da Azul, o resultado dessa parceria é mais que a soma das partes”, explicou o executivo. Ele foi entrevistado no palco do Fórum PANROTAS pelo editor-chefe Artur Luiz Andrade, da PANROTAS, e falou sobre as mudanças na Tap com a chegada dos novos acionistas, bem como sobre sua saída da aérea, programada para 31 de dezembro. Para o mercado brasileiro, Mór garante que só há benefícios, apesar da saída de Manaus do voo triangular Lisboa-Belém-Manaus. “Não vamos mais colocar voos triangulares. Manaus é um destino inevitável. A Tap certamente voltará a voar para lá, com um voo direto, quando houver demanda”, antecipou. Mór destacou que o trecho Manaus-Belém é realizado pela Azul e que sinergias entre as duas companhias serão buscadas, com novidades em CRM e nos programas de passageiros frequentes em breve. O VP da Tap afirmou que o governo português ainda detém 50% da Tap, embora a empresa seja privada. Os restantes 50% pertencem ao fundador da Azul, David Neeleman, e ao grupo português de Humberto Pedrosa. “Trata-se de um grande grupo do setor de transportes em Portugal, com investimentos em diferentes áreas, inclusive no metrô”, explicou Mór. Com isso, a nova estrutura da aérea tem agora um representante de cada acionista na Comissão Executiva, presidido por Fernando Pinto. “Temos Trey Urbahn indicado por David Neeleman e David Pedrosa, como indicação do Grupo Humberto Pedrosa”, contou. Abaixo do presidente da Tap, cinco vice-presidentes dividem os trabalhos na companhia, com as atribuições de Mór divididas agora com Abílio Martins, responsável por Marketing e Comunicação, e que participou do Fórum PANROTAS pela primeira vez. Além de Mór e Martins, as outras vice-presidências foram assumidas por Teresa Lopes, como VP financeira; Jason Ward, como VP operacional; e Elton

D´Souza, responsável pela vice-presidência de Planejamento e Revenue Management. “É preciso entender que a gestão empresarial portuguesa tem algumas particularidades. Os membros da Comissão Executiva têm um papel mais próximo ao dos diretores estatutários daqui”, esclareceu Mór.

BRASIL Sobre o mercado brasileiro, além de afirmar que não haverá saída da companhia aérea de qualquer destino por aqui – e tampouco novidades, diante do cenário de instabilidade política e eco-

nômica –, Mór contou que a Tap deverá trabalhar mais para o País. “A queda do poder aquisitivo e a diminuição da demanda para a Europa fazem com que tenhamos que trabalhar muito mais para manter os resultados por aqui”, disse Mór. O Brasil representa cerca de 60% dos resultados da Tap na média geral, de acordo com o executivo. Mesmo contando com a Avianca como parceira natural, por conta do ingresso da aérea na Star Alliance, a Tap deve seguir apostando na parceria com a Azul. “Com a Azul temos uma malha mais abrangente, trata-se de uma companhia maior, embora te-

Luiz da Gama Mór, VP da Tap, foi entrevistado pelo editor-chefe da PANROTAS, Artur Luiz Andrade

nhamos bom relacionamento com a Avianca”, disse. “Com a Azul, já devemos trabalhar em melhores conexões de Florianópolis e Curitiba para o Aeroporto de Viracopos”, acrescentou. “É preciso ressaltar que entre a Tap e a Azul temos afinidades, especialmente porque David Neeleman é acionista nas duas. Mas as empresas têm outros acionistas”, ressaltou.

INFRAESTRUTURA E RIO OLÍMPICO O vice-presidente da Tap lembrou ainda que o momento Olímpico do Rio de Janeiro não é necessariamente bom para a aviação. “Os grandes eventos reduzem o fluxo natural e não temos uma compensação no tráfego relacionado com o evento”, analisou. Mór fez elogios ao Aeroporto de Guarulhos, disse que o Aeroporto do Galeão ainda precisa de melhorias e criticou o Aeroporto de Viracopos. “É uma decepção. O projeto tem defeitos importantes, difíceis de sanar. A questão dos atrasos será difícil de resolver”, analisou. Mór criticou também o modelo de concessão dos aeroportos privatizados no País. “A preocupação é que o aumento de custos, para modernizar, continue sendo transferido para as empresas aéreas, que repassam isso ao passageiro.” 


25

Política

23 a 29 de março de 2016 JORNAL PANROTAS

>> Rodrigo Vieira

Encontro de líderes

Sentados: Marcelo Matera, Luis Vabo, Antonio Azevedo, Pedro Galvão e Afranio Lages. Em pé: Ney Gonçalves, Ronaldo Waltrick, Francisco Leme, Edmar Bull, Guilherme Paulus, João Roberto Sabino e Marcelo Gonçalves, em reunião que a Abav realizou dentro do Fórum PANROTAS

João Avila, da Abav-SE, com Joari Proença, da Abav-MT, Eduardo Loch, da Abav-SC, e Pedro Galvão, da Abav-BA

COMO COSTUMA FAZER TODOS OS ANOS, O FÓRUM PANROTAS DE 2016 CEDEU ESPAÇO A ALgumas das principais lideranças do Turismo brasileiro. Essa 14ª edição abriu as portas para um encontro informal entre membros da diretoria do Conselho da Abav Nacional. De acordo com o presidente da associação, Edmar Bull, o bate-papo teve o objetivo de preparar o terreno para a reunião oficial entre o próprio conselho e os presidentes das Abavs Estaduais, a terceira desde o início de sua gestão. Dos 50 pontos prioritários impostos pela gestão de Bull, 23 já estão em andamento, segundo o próprio. Na mesma semana, portanto, aconteceu a primeira reunião do conselho de Presidentes e Diretoria da Abav de 2016 para apresentar e repercutir esses

Edmar Bull, presidente da Abav Nacional, com Pedro Galvão, da Abav-BA, e Cristina Fritsch, da Abav-RJ

itens, dentre os quais estão a criação de e-mails personalizados, atualização do mailing de associados e a produção de relatórios e comunicados periódicos sobre atividades desenvolvidas. Os dirigentes também receberam detalhes sobre novidades do port-

Carlos Palmeira, presidente da Abav-AL, e Afrânio Lages Filho, da Abav Nacional

fólio de cursos do Iccabav. “Neste encontro pudemos apresentar as primeiras atividades já em desenvolvimento pela Abav Nacional e atualizar nossos presidentes e diretores sobre as diretrizes traçadas para os próximos dois anos”, apontou Bull.

“Recebemos retorno extremamente positivo e constatamos que estão todos motivados a participar ativamente na implantação de cada meta, com o intuito de proporcionar sempre as melhores oportunidades para nossos associados”, concluiu.p


26

Flashes

23 a 29 de março de 2016 JORNAL PANROTAS

1

Fórum PANROTAS 2016

1 Francisco Leiva, Maria Victoria Altez, Gonzalo Fernandez, Javiera Montes e Oscar Paez, do Turismo do Chile 2 Eduardo Gachido, do Hotel Direto, e Luis Ferrinho, da Omnibees 3 Mark Bryan e Paulo Henrique Pires, da Localiza 4 Carlos Vazquez, da Esferatur, Marcos Balsamão, da Alatur JTB, Bruna de Freitas, da Aeromexico, Pedro Sorrentino, da Avianca Brasil, Carlos Prado, da Tour House, e Eduardo Vasconcellos, da Kontik Franstur 5 Frank Belzer, da Universal Orlando Resort, entre Luiz Henrique Teixeira e Luciano Macagno, da Delta Air Lines 6 Sabrina Bull, da Copastur e blogueira PANROTAS, e Lilia Melo, da Gol 7 Fabíola Bemfeito, da Rio 2016, que levou a tocha olímpica para o estande do Ministério do Turismo, e Cynthia Marques, do MTur 8 Marcia Alves, da CNC, Alexandre Sampaio, da CNC e FBHA, e Aldo Siviero, do Sindetur-RJ 9 Eduardo Murad, da HRS 10 David Coles e Renata Laureano, da Vice-Versa 11 Anderson Marques e Gelson Popazoglo, da GTA 12 Francisco Carpinelli, Marcos Balsamão, Eduardo Kina, Tetsu Suzuki e Ricardo Ferreira, da Alatur JTB 13 Sandro Magalhães, Luiz Ambar, Elisa Carneiro e Alexandre Cordeiro, do Sabre 14 Stephan Almeida, Adriana Motta, Sérgio Rego, Roberto Wagner, Carolina Gaete e Marcos Almeida, da Gol

2

3

5

9

4

6

7

10

12

8

11

13

12

14


27 15

16

17

20

23 a 29 de março de 2016 JORNAL PANROTAS

18

19

21

22

24

23

25

15 Anderson Peirão, Rafaela Marques, Malu Barreto, Rogério Siqueira, Talita Cunha, Claciani Valgas e Alex Bonareti, do Beto Carrero World 16 Patricia Coutinho, da Abav-MG, Manoel Linhares, da FBHA, Vanessa Morale, da ABIH-GO, Eraldo Alves da Cruz, da CNC, Dilson Jatahy, da ABIH, Enry Falbo, da Fazenda Coronel Jacinto, e Luis Carlos Nigro, do Turismo de Mato Grosso 17 Ana Maria Donato e a equipe da Imaginadora, empresa responsável pela organização e curadoria do Fórum PANROTAS 18 Guillermo Alcorta, da PANROTAS, David Coles, da Vice-Versa, Marcos Balsamão, da Alatur JTB, Cristeny Benjamin, da Tour House, Heloisa Prass, da PANROTAS, e Alberto Martins, da B4TComm 19 Painel de boas-vindas do Beto Carrero World 20 O time da HRS Group 21 Os painéis das Gol, Air France-KLM e Delta Air Lines na área do almoço ressaltaram a malha aérea e as novidades de cada aérea 22 Luciano Macagno, da Delta Air Lines, Henrique Alves, do Ministério do Turismo, Eraldo Alves, da CNC, Ana Clévia, do Sebrae, Javiera Montes, do Turismo do Chile, Adriana Cavalcanti, da Air France-KLM, Luiz Eduardo Falco, da CVC, e Fabricio Jeronimo, da Gol 23 Eduardo Murad, da HRS, Viviane Amadei, da Best Western, Heloísa Prass, da PANROTAS, Guilherme Paulus, da GJP, Guillermo Alcorta, da PANROTAS, Diana Pomar, do Turismo do México, Luiz Ambar, do Sabre, Raffaele Cecere, da R1, e Mario Carvalho, da Tap 24 Guillermo Alcorta, da PANROTAS, Claudia Lobo, do Visit Orlando, Patrick Mendes, da Accor, Rogério Siqueira, do Beto Carrero World, Celso Guelfi, da GTA, Carlos Vazquez, da Esferatur, Paulo Henrique Pires, da Localiza, Luis Ferrinho, do Omnibees, Heloisa Prass, da PANROTAS, e Luis Vabo, do Reserve 25 Todos os equipamentos e soluções audiovisuais do Fórum PANROTAS foram da R1 Soluções Audiovisuais. Na foto, a equipe da empresa que trabalhou no evento, com o diretor Raffaele Cecere


28 Gente

23 a 29 de março de 2016 JORNAL PANROTAS

> Hugo Okada

Arte e superação O ARTISTA E GRAFITEIRO EDUARDO KOBRA, NASCIDO EM SÃO PAULO, COMEÇOU A PINTAR EM 1987. FILHO DE PAI TAPECEIRO e mãe dona de casa, resolveu seguir o caminho das artes, no bairro do Campo Limpo, na zona sul. Apesar do ambiente adverso, da falta de condições e da violência, Kobra permaneceu firme no objetivo, mesmo sem o apoio da família. Trabalhou no Parque de Diversões Playcenter, em São Paulo, onde assinava a decoração para as festas temáticas, como as Noites do Terror. “Me possibilitou continuar com meu trabalho, até chegar ao projeto Muro das Memórias. Um dos meus trabalhos está na 23 de maio em um muro de mil metros quadrados”. A partir daí, recebeu reconhecimento nacional e internacional, possibilitando a realização de outros trabalhos, como o mural Oscar Niemeyer, na avenida Paulista. “Esse trabalho marca a minha carreira, gerando grande repercussão internacional. Todos os

Economia

coloridos não são aleatórios, são realmente obras de Niemeyer que juntas, formam o rosto do arquiteto”, explicou. “Conhecer o mundo e poder deixar a minha marca nesses países, é um privilégio muito grande. Poder perceber que São Paulo e Brasil ocupam um lugar privilegiado na história da street art é muito bom, pois acompanhamos a evolução da arte de rua, e muitos artistas daqui também conseguem mostrar sua obra fora do País. Não estou curado (de uma intoxicação por metais pesados que adquiriu), mas me animo sempre que vejo a minha arte sendo reconhecida, isso é a colheita de um desafio muito importante. Mais tarde, encontrei na gaveta de meus pais, diversos recortes sobre meus trabalhos. Ai, eu cheguei onde eu queria”. Hoje, seus trabalhos podem ser vistos em cidades como Recife, São Paulo, San Miguel de Allende (México), Londres, Dubai, Brooklin, Califórnia, Minnesota, Miami (Estados Unidos), Tóquio e Moscou. 

Eduardo Kobra falou sobre dificuldades e superação

> Rodrigo Vieira

Nua e crua A COORDENADORA DO DEPARTAMENTO DE PESQUISAS E ESTUDOS ECONÔMICOS DO BRADESCO, FABIANA D’ATRI, FALOU AOS PARTICIPANTES DO FÓRUM PANROTAS poucas horas depois do noticiário apontar que o ex-presidente Lula seria o ministro da Casa Civil, portanto o discurso começou aí. “Infelizmente ninguém pode prever o futuro, e quem diz que sabe onde isso vai parar é por que não sabe nada, mas o que posso dar a vocês é uma reflexão do que é possível e do que não é no Brasil no cenário atual.” Quem esperava sair otimista da apresentação da especialista tomou um banho de água fria. Com os setores automotivo e têxtil e outros importantes segmentos da indústria pisando no freio, o desemprego aumenta e aí começa o efeito dominó. Com os componentes da indústria do Turismo, a preocupação é ainda maior, já que viajar é uma das últimas coisas com que pessoas desempregadas ou com medo de perder o emprego devem gastar. Após mencionar o agronegócio como um dos únicos segmentos que sobrevive, por conta de ser um setor exportador e se beneficiar da variação cambial, a economista citou a indústria e o setor de ser-

viços, no qual paira o Turismo, com viés pessimista. “A indústria, que já não vinha bem há muito tempo, não poderia se recuperar logo agora e deve cair mais 5% este ano, depois de ter caído mais de 6% ano passado”, apontou. Para os que creem nas viagens corporativas como o oásis no meio do árido 2016, também não devem escapar da crise. “As empresas estão cortando serviços de consultoria, de tradução. Cotam os investimentos mais minuciosamente, negociam pelo preço mais baixo possível, devem comprar passagens aéreas com maior antecedência”, analisou. “Esse tipo de comportamento afetou o setor de serviços no ano passado e deve continuar afetando este ano.” Por fim, ela citou os melhores destinos para o brasileiro viajar ao Exterior, isto é, os que têm o câmbio favorecido. “A realidade é que em minhas consultorias ou em conversas informais eu tenho dito que não é interessante viajar para fora tão cedo. Para os próximos anos os melhores destinos para ir são México, Colômbia, África do Sul e principalmente Argentina. São países que, tal como o Brasil, ficaram baratos, pois todas suas moedas perderam valor. É ilusão achar que só nosso destino está barato.”

Indústria do Turismo deve cair 5% neste ano, segundo economista

INDICADORES

Apesar desse cenário, a economista do Bradesco forneceu números que indicam a retomada de um leve crescimento a partir do ano que vem. O PIB nacional, que deve cair 3,5% neste ano, pode crescer 1,5% em 2017. Entretanto, ela lembrou que, com a retração prolongada que o País atravessa, isso ainda não significa a retomada dos níveis econômicos

que se via até o início da década. “É fácil subir um pouco quando se está no fundo da piscina”, comparou. O câmbio, entretanto, deverá continuar em níveis altos. Fabiana prevê cotação do dólar a R$ 4 neste ano, e R$ 4,20 em 2017. Se não fosse pela crise política, segundo ela, o “normal” do dólar seria estar a R$ 3,50. 


Hotelaria

Nova opção em Puerto Madero AADESA HOTEL MANAGEMENT COMPANY É A EMPRESA GESTORA DO NOVO HOTEL DA REDE CYAN, QUE OPERA no mercado com a marca CH Madero Urbano Suites. Instalado no elegante bairro de Buenos Aires do qual empresta o nome, o hotel de categoria quatro estrelas tem 100 apartamentos em operação desde 1º de março. Localizado em frente ao dique 2 de Puerto Madero, o hotel tem superfície de dez mil m² e consumiu investimentos de US$ 16 milhões. O presidente de Aadesa, Arturo Navarro, comentou a respeito: “O novo hotel, quinto da rede, conta com amplas e confortáveis suítes completamente equipadas, ideais para desfrutar estadas curtas, médias e longas. Os apartamentos têm vista para Puerto Madero e o rio e todos eles contam com wi-fi, televisor LED, cofre, ar condicionado, amplo box para a ducha, secador de cabelo, frigobar, microondas e louças, além de serviço de limpeza diário. Estacionamento no subsolo, com 230 vagas cobertas, e serviço de valet completam a oferta do hotel. A propriedade também conta com dois casarões que levam sofisticação ao edificio, tendo sido declarados de valor histórico. Um dos

A piscina tem 25 metros de cumprimento, além de um amplo deque-solarium

casarões conta com duas salas de reunião, auditório, pequeno cinema e um completo spa. O outro está dedicado à gastronomia, com um café e um restaurante com espaço ao ar livre, além de um salão para eventos sociais ou corporativos. “Escolher o CH Madero Urbano Suites significa oferecer aos clientes uma das melhoras localizações em Buenos Aires, a alguns metros do centro histórico de San Telmo e do centro da cidade, com acesso imediato às principais vias de acesso e estradas”, defendeu o diretor comercial da Aadesa, Iñaki González Arnejo. Informações: www.hotelescyan.com. p

Participação da Argentina na ITB, em Berlim – O ministro do Turismo da Argentina, Gustavo Santos, reuniu-se em Berlim com várias empresas aéreas e operadoras com o objetivo de aumentar o tráfego entre o país e a Europa. Além disso, os governos alemão e argentino anunciaram para 2017 a abertura de escritórios de promoção turística em ambos países. Um dos pontos de destaque da participação argentina na feira foi a transmissão ao vivo (e por streaming por meio dos canais oficiais do Youtube do Ministério do Turismo) do rompimento do glacial Perito Moreno.


30

SurFACE SurFACE

23 a 29 de março de 2016 JORNAL PANROTAS

Casa Corporativa

Após 28 anos de Maringá Turismo, a TMC esclareceu, após comentários de bastidor, que Reifer de Souza Jr. deixou a empresa. Seu último cargo era o de diretor comercial. Quem assume sua posição é o vice-presidente Siderley Santos e o gerente comercial Cláudio Alves dos Santos. O próximo destino de Reifer é a Alatur JTB. Seu cargo, no entanto, ainda não havia sido divulgado até o fechamento desta edição. Souza é o segundo alto executivo da Maringá contratado pela Alatur JTB (o primeiro foi Antonio Luiz Cubas).

Do aéreo para o terrestre

Diógenes Toloni se desligou da Copa Airlinese já assumiu como diretor da Hertz nacional. “O projeto que estou trilhando na Hertz é, ao mesmo tempo, profissional e pessoal. É um privilégio deixar uma empresa (Copa) sabendo que suas portas sempre estarão abertas e entrar em outra com tanto apoio”, revelou ele.

Chegar a 316 mil

Massimo Pellitteri (Hotel Armação), Otaviano Maroja e Brenda Silveira (Porto de Galinhas CVB) e Marcos Tiburtius (Associação de Hotéis)

Nordeste representado

No último dia 14 foi lançada em São Paulo a Destination Brazil Travel Market. Um nome novo no mercado de feiras, o evento substitui a BNTM, que acontece há 25 anos no Nordeste. Em seu primeiro ano, acontecerá no Hotel Armação, em Porto de Galinhas (PE), em 18 e 19 de maio. “O Destination Brazil Travel Market receberá 200 buyers oriundos de 20 países, 120 suppliers e aproximadamente 500 visitantes. Esperamos gerar cerca de R$ 200 milhões em negócios”, explicou o presidente do Porto de Galinhas CVB, Otaviano Maroja. A Bahia e o Ceará serão os próximos anfitriões, em 2017 e 2018, respectivamente.

Essa é a meta do Conselho de Promoção Turística do México para o número de visitantes brasileiros no país neste ano. Segundo a titular do CPTM aqui, Diana Pomar, o Brasil é o sétimo destino em emissão de turistas para o México, tendo enviado 304 mil visitantes no ano passado, queda de 1,8% em relação ao número de 2014. “Este ano vamos chegar a 316 mil brasileiros, porque faremos muitos investimentos”, disse a executiva, listando a participação no Fórum PANROTAS entre eles. “Vamos promover muito as regiões de Nayarit/Vallarta, Los Cabos, Cidade do México, Guanajuato e Yucatán”, listou, lembrando também dos carroschefe Cancun e Riviera Maya. Diana Pomar ciceroneou o cônsul do México em São Paulo, José Gerardo Traslosheros Hernandez, na visita que fez ao primeiro dia do evento.

Inovação tem nome

Nascer como uma empresa de transportes e crescer a ponto de organizar eventos, vender ingressos para os principais parques temáticos em Orlando e outros produtos. Isto foi necessário para a Pegasus Transportation, criada pelos brasileiros Claudia Menezes e Fernando Pereira na Flórida (Estados Unidos), receber o prêmio de empresa inovadora do ano no Bright House Network Awards. Além da inovação, os empresários se destacaram e receberam US$ 145 mil em dinheiro, ações comerciais e propaganda pelo engajamento nas redes sociais e relacionamento com a comunidade da região. A aposta no nicho de eventos esportivos foi um dos casos na vitória da Pegasus. Fernando e Cláudia, que também é blogueira PANROTAS

Parceiros de peso

A gerente do Departamento de Comércio e Consulado dos Estados Unidos e organizadora do Visit USA, Jussara Haddad, tem no associativismo brasileiro o apoio necessário para realizar o evento de promoção de destinos norte-americano. Durante o Fórum PANROTAS, ela encontrou os presidentes da Aviesp, Fernando Santos, Cristina Fritsch, da Abav-RJ, Marcos Balsamão, da Abav-SP e Edmar Bull, da Abav Nacional. O cônsul comercial do órgão, Steve Knode, também compareceu à 14º edição do fórum. O Visit USA será realizado no Rio de Janeiro (4 de abril), São Paulo (6 de abril) e em Campinas (8 de abril).


31

23 a 29 de março de 2016 JORNAL PANROTAS

Mão na massa

Confira abaixo os colaboradores da PANROTAS, comandada por Guillermo Alcorta, e Imaginadora, de Ana Maria Donato, que organizaram a 14a edição do Fórum PANROTAS.

José Guilherme, Maria Camila, José Guillermo, Marianna Alcorta e Ricardo Tsugawa

Alexandre Campbell, Guillermo Alcorta, Marluce Balbino e Emerson Souza – o presidente da empresa e os fotógrafos do evento

José Guillermo Alcorta com Izabella Camargo, apresentadora do evento Rick Still, do La Cita, com José Guillermo Alcorta, presidente da PANROTAS

Equipe PANROTAS que participou do Fórum 2016

Os organizadores: PANROTAS, Imaginadora e R1



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.