Jornal PANROTAS 1226

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R$ 11,00 - Ano 24 - nº 1.226 13 a 19 de julho de 2016

TENDÊNCIAS DE TECNOLOGIA PARA VIAGENS

O presidente e CEO da Sabre Corporation, Tom Klein, comandou o Travel Technology Exhange, em Miami, na Flórida, evento que reuniu dicas, lançamentos e ferramentas para turbinar as vendas dos agentes de viagens, fornecedores e demais players da indústria > Páginas 04 a 13


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13 a 19 de julho de 2016 JORNAL PANROTAS

Check-IN 90% 78% 82%

dos viajantes escolhem sua língua nativa, quando disponível

LEIA NESTA EDIÇÃO Páginas 14 e 16 Flytour Gapnet conclui fusão na consolidação Página 17 Agentes independentes turbinam vendas da CVC

estão mais propensos a comprar se as instruções estiverem na sua língua

estão mais inclinados a comprar se os materiais promocionais estão em sua língua

60%

dos consumidores no Japão e na França não compram em sites que não estejam em sua língua

Fonte: Etoa

Páginas 18 a 24 PANROTAS Next inspira agentes de viagens de Goiânia

Estudo divulgado pela European Tourism Association (Etoa) mostra a importância da língua na promoção, compra e venda de viagens

TURISTAS NA EUROPA

A Etoa também divulgou estudo da European Travel Commission (Comissão Europeia de Turismo) com análise do comportamento digital dos destinos turísticos da Europa. Veja alguns resultados a seguir: - O apelo da marca Europa como destino turístico é o número um no mundo. A quantidade de turistas que fizem buscas on-line sobre destinos europeus chegou a 107,8 milhões em 2014. - No entanto, a relação buscas/visitas, de 0,21 buscas por turista, é mais baixo que de outros concorrentes da Europa enquanto destino turístico. - Os países que mais contribuíram por essa demanda digital em relação à Europa

foram a Turquia, Espanha, Itália, Reino Unido e Grécia. - Portugal, Croácia, Irlanda e Grécia são os países que recebem mais buscas on-line que visitantes. - França e Itália recebem mais visitantes que buscas na internet. - Gastronomia local e praias são os itens mais buscados. - As buscas por destinos europeus se concentram de janeiro a julho, com pico de chegada em agosto.

E d i t o r i a l > Artur Luiz Andrade > artur@panrotas.com.br

Você prefere não saber? Página 25 Rede Vivence, de Goiás, abre seus planos de expansão e renovação Página 26 Decolar.com tem novo country manager, que veio de fora do Turismo Página 28 Ricardo Amaral assume novo modelo de negócios da Royal Caribbean no Brasil Página 29 Ex-diretor da Gapnet é contratado pela Esferatur em São Paulo Páginas 30 e 31 Governo estuda pacote de medidas para aliviar companhias aéreas

Essa discussão é antiga: você, profissional do Turismo, prefere não saber de uma notícia ligada à venda direta (ao consumidor final) ou, como expert no setor, acha que tem de estar antenado e sabendo de tudo? Já abordamos esse tema diversas vezes e, em uma delas, uma rede hoteleira nos disse: isso não é notícia para a PANROTAS. Mas quem decide isso? Com certeza não é o “dono da notícia”. E sim, o leitor. Mas, claro, há uma edição, uma curadoria da editora. Ou seríamos um desfile de notícias sobre pacotes e promoções, o que a maioria das empresas quer divulgar. Se é uma notícia é ligada à indústria de Viagens e Turismo e está de acordo com nossa linha editorial, podemos dar. Analisamos a abrangência para o mercado, o interesse para a maioria dos leitores, a quantidade de leituras que irá gerar, a polêmica, a relevância... Se anunciamos a inauguração de um hotel, a renovação do mesmo, a chegada ou troca de um gerente... quando há mudanças polêmicas na administração, não podemos dar? E o cliente corporativo ou o agente de viagens que leram todas as notícias anteriores? Não merecem saber?

Claro, nenhuma empresa vai produzir um comunicado de imprensa para tratar de temas polêmicos, como demissões, desfalques, dívidas e danos causados. Geralmente, as companhias preparam notas oficiais e reagem aos pedidos da imprensa, que é o veículo, a janela que mostra a paisagem. Cada um vê como quer ou pode. Há uma certa influência do veículo: possivelmente, já que as palavras escolhidas, as fotos, os títulos partem de decisões editoriais de pessoas, e não são, nesses casos, o que a empresa gostaria de divulgar. Há bons cursos e treinamentos sobre gerenciamento de crises e quem tem seu Marketing e Comunicação profissionais sabe lidar com isso. Outra queixa vem por parte dos leitores. Em uma mídia segmentada como a PANROTAS, algumas notícias do B2C geram polêmica com os profissionais, como se eles não devessem saber o que fazem as OTAs, os apps, os sites dos fornecedores. Não saber o que seu concorrente faz, dizem os especialistas, é erro básico. E só jogar pedra nele, já sabemos, também não funciona. Na semana passada, publicamos no Portal PANROTAS uma notícia polêmica de um ex-agente que decidiu investir

nos erros de sistema para aproveitar promoções de viagens (aquelas em que em vez de digitar R$ 1.000 o funcionário de uma empresa aérea insere R$ 1 no sistema). O tema e a prática são altamente discutíveis, mas não a divulgação da prática. Você não quer saber mesmo para ter uma opinião contrária? Com certeza a maioria opta por saber, ter conhecimento e até lutar contra. Foi assim com as OTAs, com a abertura de lojas das operadoras (e nesta edição revelamos que foram os agentes independentes os responsáveis pelo crescimento da CVC no último trimestre), com as operadoras das empresas aéreas (e a Azul Viagens cresce em conflito com as demais empresas da Braztoa, por exemplo)... É óbvio que você precisa, quer e deve saber de tudo o que acontece no Turismo. E é esse o nosso papel. Mostrar sem julgamento. Ele fica para você. Quando quisermos opinar, defender ou acusar, usaremos as palavras certas e você sempre saberá disso. Informe-se, forme-se e aja em defesa do seu negócio. Nem que para isso, como também mostramos nesta edição, você tenha de dormir com o (ex) inimigo. Um bom segundo semestre a todos.

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PANROTAS — Versão digital das publicações da editora


03 Expediente PRESIDENTE José Guillermo Condomí Alcorta DIRETOR EXECUTIVO José Guilherme Condomí Alcorta

13 a 19 de julho de 2016 JORNAL PANROTAS

S E U AQ T S E D

DO PORTAL

DIRETORA INTERNACIONAL Marianna C. Alcorta

>

DIRETORA DE MARKETING Heloísa Prass DIRETOR DE TI Ricardo Jun Iti Tsugawa

PANROTAS

30/6 a 6/7

1 Avianca emite alerta sobre terrorista no Brasil; confira – em 4/7

2 Casa da Moeda paralisa produção de

REDAÇÃO Editor-chefe: Artur Luiz Andrade (artur@panrotas.com.br) Editor: Renê Castro (rcastro@panrotas.com.br) Editor Rio de Janeiro: Diego Verticchio (diego@ panrotas.com.br) Reportagens: Brunna Castro, Felippe Constancio, Henrique Santiago, Karina Cedeño, Rafael Faustino, Renato Machado, Roberta Queiroz, Rodrigo Vieira e Fernanda Cordeiro (estagiária) Fotógrafos: Emerson de Souza, Jhonatan Soares e Marluce Balbino (RJ) MARKETING Assistente: Erica Venturim Marketing Digital: Sandra Gonçalves PRODUÇÃO Gerente de Produção: Newton dos Santos (newton@panrotas.com.br) Diagramação e tratamento de imagens: Katia Alessandra, Pedro Moreno e Thalya Brito Projeto Gráfico: Graph-In Comunicações COMERCIAL Executivos: Flávio Sica (sica@panrotas.com.br) Paula Monasque (paula@panrotas.com.br) Priscilla Ponce (priscilla@panrotas.com.br) Rene Amorim (rene@panrotas.com.br) Ricardo Sidaras (rsidaras@panrotas.com.br) Tais Ballestero de Moura (tais@panrotas.com.br) EXECUTIVO SÊNIOR DE RP Antonio Jorge Filho (jorge@panrotas.com.br) FALE CONOSCO Matriz: Avenida Jabaquara, 1761 – Saúde São Paulo - Cep: 04045-901 Tel.: (11) 2764-4800 Brasilia: Flavio Trombieri (new.cast@panrotas.com.br) New Cast Publicidade Ltda SRTVS - QD 701 - BL. k - Sala 624 Ed. Embassy Tower - Cep: 70340-908 | Tel : (61) 3224-9565 Rio de Janeiro: Simone Lara (sblara@seasoneventos.tur.br) Season Turismo e Marketing e Esportes Ltda R. Gal. Severiano, 40/613 - Botafogo | Cep: 22290-040 - Rio de Janeiro - RJ Tel: (21) 2529-2415 / 8873-2415 ASSINATURAS Chefe de Assinaturas: Valderez Wallner O Jornal PANROTAS é vendido somente por assinatura. Para assinar, ligue no (11) 2764-4816 ou acesse o site www.panrotas.com.br Assinatura anual: R$ 468 Impresso na Lis Gráfica e Editora Ltda. (Guarulhos/SP)

PARCEIRAS ESTRATÉGICAS

MEDIA PARTNER

LACTE 11 LATIN AMERICAN CORPORATE TRAVEL & Events E XPERIENCE

ASSOCIAÇÕES

passaporte – em 30/6

3 Londres inaugura o maior tobogã do mundo; conheça – em 1/7

4 CVC fecha fretamento do Sovereign (Pullmantur) – em 1/7

5 Startup brasileira quer reinventar agentes de viagens – em 4/7

6 Air Canada cancela voos para Rio depois da Olimpíada – em 4/7

7 Saiba quais são as 10 cidades mais visitadas no mundo – em 1/7

8 Royal muda modelo e Amaral é representante na AL – em 4/7

9 Azul terá voos com A320neo em 14 destinos nacionais – em 6/7

10 Agentes independentes impulsionam resultados da CVC – em 5/7

11 Trabalho: 4 posturas que te colocam na “lista negra” – em 4/7

12 Norwegian Sun chegará ao Brasil no final do ano – em 5/7

13 Flytour Gapnet conclui fusão e lança sistema Maisfly – em 4/7

14 Ex-Soul Traveler cria site que ensina a hackear viagens – em 6/7

15 Polícia Federal começa a entregar passaportes em SP – em 6/7


04 Te c n o l o g i a

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>> Artur Luiz Andrade — Miami (Estados Unidos)

Plataforma

ampliada

Sean Menke, presidente do GDS Sabre: “não sou millennial, mas quero várias coisas atribuídas a ele”

Tom Klein, CEO e presidente da Sabre Corporation, deixa a empresa em dezembro e foi o responsável pela estratégia de crescimento e liderança da empresa nos Estados Unidos e no mundo

Brasileiros no Sabre TTX: Luciano Guimarães, da Rextur Advance, Alan Simon, da Customade Travel (de Miami), Romildo Silva, do Sabre Brasil, Monica Alves e Alexandre Xavier, do Sabre em Dallas, Ricardo Cano, do Sabre Brasil, Flávio Ayra, da Rextur Advance, e Sandro Magalhães, do Sabre Brasil

O EVENTO SABRE TRAVEL TECHNOLOGY EXCHANGE (TTX), QUE ACONTECEU NO FINAL DE junho, em Miami, na Flórida (Estados Unidos), reuniu clientes e parceiros do Sabre para uma imersão de três dias nas tendências e lançamentos tecnológicos, tendo o agente de viagens como foco, mas também a necessidade de aumentar a receita e as formas de expor produtos de todos os players envolvidos na venda de produtos e serviços de Turismo. Entre os movimentos e tendências

que têm de estar no radar da indústria estão: a mudança de comportamento do consumidor, seja ele corporativo (com a consolidação do bleisure e da atenção com seu bem-estar nas viagens) ou de outras orientações; a chegada da geração dos millennials ao comando do planeta em alguns anos (e no que isso impacta a forma de consumir viagens); o uso de dispositivos de realidade virtual e aumentada para vender e promover viagens; as ferramentas à disposição dos agentes

de viagens para concorrer com OTAs e a venda direta, e como precificar esses serviços não comissionados (como a comercialização de ancillaries); o desafio de personalizar a oferta turística, mas ao mesmo tempo controlar padrões e atender à diversidade de clientes; e como se manter conectado e ligado emocionalmente ao viajante, sem se tornar invasivo (com seus dados, especialmente) ou excessivo. O Sabre TTX também foi o local de diversos lançamentos da Sabre Corpo-

ration, como o novo ambiente do Sabre Red Workplace, que dá um passo além na tela de trabalho do agente de viagens, juntando na mesma plataforma os comandos a que o profissional está acostumado e as facilidade de um site B2C; uma maior oferta hoteleira no GDS; novidades do Get There, que passará a ter integração com o Trip Case; e um aplicativo que irá localizar viajantes em caso de acidentes naturais, ataques terroristas e emergências em geral. > Continua na pág. 06



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DEZ TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA PARA VIAGENS

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REALIDADE VIRTUAL E REALIDADE AUMENTADA

Hannah Howeel e Mark McSpadden, do Sabre Labs, demonstram a realidade aumentada

Esse é o momento da realidade virtual, garantem os especialistas do Sabre, como o diretor do Sabre Labs (o departamento de inovação do Sabre), Mark McSpadden. O divisor de águas para os dispositivos de RV (ou VR em inglês) será o lançamento da versão com realidade virtual do Playstation 4, prevista para este ano. Com a massificação (os 40 milhões de usuários do PS4 ajudarão nisso), em 2018 a tecnologia já estará acessível aos usuários e mais barata para a produção de conteúdo (hoje a parte mais cara). Redes hoteleiras como a Marriott e a Best Western já usam a realidade virtual para promover seus produtos e mostrar com precisão ao futuro hóspede o que ele encontrará. O Cirque du Soleil já tem um de seus shows gravado para os óculos de RV e o resultado é impressionante. Já há testes em companhias aéreas (entretenimento de bordo que leva o passageiro para outra realidade, ideal para os que temem voar), agências de viagens (que podem mostrar ao cliente os produtos de todos os ângulos), destinos e outras empresas de Turismo. Quem não quiser perder esse trem (ou foguete), precisa preparar conteúdo até 2017, pois a previsão é que 2018 será o grande ano da realidade virtual. A Samsung já está popularizando os óculos e câmeras em 360 graus estão barateando. O conteúdo profissional, no entanto, ainda é bastante caro (US$ 150 mil por três minutos), mas já há uma biblioteca disponível à disposição dos usuários. Já a realidade aumentada (cuja versão mais conhecida foi o Google Glass) coloca uma tela na frente dos olhos do viajante (ou consumidor de qualquer área). O relativo fracasso do projeto do Google com certeza trouxe ensinamentos, já há lançamentos experimentais, mas é algo que também veio para ficar. Alguns aplicativos já permitem que você teste a realidade aumentada com seu celular. A câmera do celular ao focar um objeto, código ou folheto acaba desenca-

Daniel Duarte, do Sabre, experimenta a realidade virtual


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PERSONALIZAÇÃO

deando a abertura de novos conteúdos. A aposta do Sabre é que ambas as tecnologias vão ter impacto direto na indústria de viagens. Se isso irá substituir uma viagem no futuro, como mostram os filmes de ficção? O tempo dirá. E o consumidor também. Por enquanto, elas estão sendo usadas como inspiração.

Mark McSpadden, diretor do Sabre Labs, onde são experimentadas as novas tecnologias que serão usadas em produtos Sabre no futuro

Um dos casos mais evidentes da personalização de uma viagem são os ancillaries das empresas aéreas ou as famílias de tarifas (bundled ou branded fares). O passageiro paga pelo que quer e vai usar, seja separadamente ou em um grupo de tarifas e a companhia aérea, além de vender uma experiência mais personalizada (há até embarque preferencial entre as ofertas), aumenta sua receita. Não vai demorar muito para a hotelaria aderir a esse sistema,

mas a personalização na viagem envolve também o máximo conhecimento sobre o passageiro por parte do agente de viagens. Já há ferramentas que permitem que ele armazene informações e gostos do cliente e direcione produtos e sugestões. Mesmo dentro de uma geração (os millennials vão dos 18 aos 35 anos) há diferenças, então a regra hoje é não padronizar, e sim individualizar. “Eu não sou millennial e quero consumir várias coisas atribuídas a essa ge-

ração”, alerta Sean Menke. Personalizar, destacou o presidente e CEO da Sabre Holdings, Tom Klein, não é oferecer ao hóspede que chega no concierge pedindo dica de um restaurante o número um ou dois do Tripadvisor. “Para isso ele não precisa do concierge. Ele não quer mais as dicas da massa, e sim algo especial, único, que requer conhecimento de um profissional. Recomendações são para as massas”. > Continua na pág. 08


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< Continuação da pág. 07

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PREOCUPAÇÃO COM O VIAJANTE CORPORATIVO

Independentemente se a viagem é 100% corporativa ou bleisure (que envolve business e leisure), as corporações hoje estão com foco não apenas nos custos, mas também no bem-estar e na segurança dos funcionários que viajam. A melhor tarifa não é mais (ou nunca foi) a menor tarifa e o profissional de viagens sabe isso. “O controle de custos é uma parte do processo de viagens. As organizações estão focadas também em atrair talentos e cuidar deles. Em ter informações sobre seus funcionários para poderem mantê-los eficientes, seguros e satisfeitos em uma viagem a trabalho”, disse Tom Klein em seu discurso de abertura do Sabre TTX. Houve (ou há) uma transição nas empresas, que passam de cost centered para trip centered.

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TECNOLOGIA INTELIGENTE

Uma empresa de tecnologia voltada para o segmento de Viagens e Turismo, como o próprio Sabre, precisa ter em mente que seus produtos vão, além de resolver necessidades e problemas, trazer insights aos negócios dos clientes. O CEO do Sabre, Tom Klein, diz que não quer ter “empresas aéreas participantes (no Sabre)” e sim parceiras, vencedoras.

Tom Klein destacou a importância que as empresas estão dando ao bem estar dos viajantes e não somente a quanto sua viagem custa

TECNOLOGIA SELF-SERVICE

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EXPERIÊNCIA DO USUÁRIO

O viajante quer ter uma experiência única durante a viagem, mas também um processo fácil, agradável, não invasivo e amigável na pesquisa, reserva, compra e demais etapas “burocráticas”. Sempre conectado, ele pula de um dispositivo para outro (é multitela) e mesmo de um canal a outro. Os fornecedores têm de ter um processo fácil e integrado entre as diversas telas e até canais. Investir no design avançado, tecnologia de ponta (especialmente os grandes players) e na experiência do usuário é algo crucial para conquistar o cliente conectado e exigente dos dias atuais. E mesmo o processo de entrar em uma agência, ser atendido e ter suas necessidades atendidas precisa ser pensado como uma experiência, e não como uma transação

comercial, onde “sai um, vêm mil”. Também em relação aos GDSs, já há uma transformação visando a uma melhor experiência do agente de viagens e dele para o cliente final. O agente de viagens não quer deixar de usar seus códigos, e isso pode estar ok, mas, para alguns produtos, como as famílias de tarifas aéreas e a hotelaria, e para competir com as OTAs ou a venda direta de fornecedores, algumas formas de vender precisam de atualizações. Não dá para mostrar códigos aos passageiros. E uma nova geração, acostumada a essas novas formas, está chegando ao mercado de trabalho com força. Portanto, abra a mente para as mudanças, preservando sua expertise.

Sean Menke diz que a venda direta estabilizou em 50% e que há muitas oportunidades para os intermediários

Como mostramos na edição passada, em pesquisa realizada pelo Sabre e pela GBTA, e lançada no evento TTX, em Miami, o viajante quer cada vez mais ter independência no processo de viagem. O viajante corporativo quer fazer reservas em on-line booking tools, seguindo a política da empresa, mas também resolver problemas de imediato em seu smartphone e não ter de chamar seu agente de viagens para remarcar um voo. Por isso o Sabre está lançando a integração do Get There, sua OBT, com o Trip Case, seu app de gerenciamento de itinerários (leia mais na página 12). No lazer, o viajante também quer independência, tendo todo o controle e documentos em seu celular. O papel do agente de viagens não é eliminado por essa nova tecnologia, e sim transformado. A curadoria de conteúdo, a expertise em todo o processo de viagem, os diferenciais competitivos em tarifas e benefícios, a confiança nas indicações (inclusive das ferramentas) e o gerenciamento e a produção

de relatórios (caso do corporativo) são algumas funções do novo consultor de viagens. Uma pesquisa recente divulgada pelo Sabre mostra que os millennials não abrem mão da expertise humana e que são a geração que mais usa esse profissional, de olho no valor agregado, economia de tempo (e até dinheiro) e em ter uma viagem sem problemas do início ao fim. Cabe ao agente conhecer esse cliente e saber o que ele precisa ou quer: se ter uma experiência como um local ou usufruir ao máximo de atrações, sem perder tempo no quarto comparando preços e tentando fazer reservas. O presidente do Sabre Travel Network, Sean Menke, acredita que a relação entre venda direta e indireta está estabilizada hoje nos grandes mercados, com cerca de 50% para cada lado. A receita estável ou até em queda de muitos players significará uma migração novamente para alguns canais indiretos, especialmente na hotelaria e na venda para o corporativo pelas aéreas.

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MOBILE

Precisa explicar? Mais de 60% dos passageiros corporativos viaja com três aparelhos conectáveis à internet (smartphone, tablet e laptop). A prioridade para 80% dos viajantes, segundo pesquisa do Sabre, é com a mobilidade. Hoje, estar conectado e ter seu smartphone à mão (de preferência junto ao coração) é mais

importante que ganhar café da manhã grátis ou levar a escova de dentes na mala. Quem não está com todos os seus processos no mundo mobile, está passos atrás dos concorrentes e outros players, mesmo que a finalização da compra seja feita em outras plataformas, como o desktop, ainda a preferida nas vendas on-line.


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BRIGA PELO PASSAGEIRO VAI AUMENTAR

Lealdade? Reconhecimento? Pontos e bônus? Wi-fi grátis? Produtos de parceiros? Preço? O cliente final é quem faz suas escolhas, muitas vezes sem se dar conta de todas as ofertas. E muitas vezes sem saber a quantidade de dados que está disponibilizando voluntariamente. Não importa o tamanho da empresa (quer dizer, em

alguns aspectos, sim, importa) ou a quantidade de mimos oferecidos... no fim das contas a experiência do usuário, do comprador, em todo o processo é que vai valer a pena. Não se assuste com os bilhões de dólares gastos pelos gigantes. Viajar hoje é algo complexo (principalmente pelo excesso de ofertas). O agente de viagens que

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VIVENDO COM PRESSÃO

As OTAs são definidas por Tom Klein como máquinas de marketing digital e não como agências de viagens on-line. Segundo ele, elas gastam 15 vezes mais que as marcas hoteleiras no Google e vão conhecer o cliente (das marcas) muito bem (ou até melhor). Essa pressão sobre a hotelaria as faz investir em outros canais, como as agências e TMCs. Esse tipo de pressão está por todos os lados, e players diversos se beneficiam e são prejudicados. As OTAs estão sendo pressionadas pelo Google, pela Apple, pelo Alibaba... A saída? A especialização. O aprofundamento no seu negócio. Isso vale para aéreas, agências, intermediários diversos e fornecedores da cadeia produtiva. A pressão é cada vez mais “natural” e intensa e não vai diminuir. Sempre haverá fornecedores e clientes e no meio uma série de prestadores de serviço.

--- O Jornal PANROTAS viajou a convite do Sabre, voando United Airlines e com proteção GTA > Continua na pág. 10

oferece serviço e valor agregado aos clientes (mesmo sem ganhar comissão, como a venda de ancillaries e o gerenciamento de milhas), estará nessa briga pelo passageiro. Escolha (bem) seu nicho, suas armas e boa batalha. E sim, use os dados analíticos e ferramentas disponíveis para conhecer bem seu cliente.

MULTITELA, MULTICANAL, MULTICONTEÚDO, MAS...

Sim, isso tudo já é realidade. Mas é preciso de estratégia, saber o que sua empresa quer e o que oferece em cada canal e como atua em cada tela do cliente,

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que está conectado o tempo todo. Mesmo o viajante corporativo está mudando com a entrada dos millennials no mercado de trabalho (até 2020 eles se-

rão 50% da força de trabalho) e passa a poder ser contatado via redes sociais e aplicativos não necessariamente de negócios durante as viagens.


< Continuação da pág. 09

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NOVA PLATAFORMA SABRE

Wade Jones mostra que o novo ambiente do Sabre Red Workspace integra comandos e novidades como dados analíticos e conteúdo gráfico. O agente pode trabalhar nas duas telas, usar seus códigos e ainda oferecer novos produtos aos clientes

A SABRE CORPORATION APRESENTOU AOS 900 PARTICIPANTES DO TTX, EM MIAMI, NA FLÓrida, a nova versão do Sabre Red Workspace, o ambiente de trabalho usado hoje por 47 mil agentes de viagens (de um total de 67 mil agentes clientes do Sabre em todo o mundo). Com o novo design, arquitetura e novas funcionalidades da plataforma, os fornecedores de serviços turísticos, como empresas aéreas, hotéis e locadoras, poderão oferecer seus produtos para que as agências de viagens que usam o Sabre os vendam com os benefícios e recursos dos sites de venda para o consumidor (B2C), sem perder os comandos tradicionais do GDS (para os agentes aficionados por códigos e entradas cifradas) e ainda agregando ao ponto de venda dados analíticos que ajudarão o profissio-

Confira no topo, à esquerda, alguns dados analíticos que ajudam o agente na venda

nal a atender melhor o cliente e obter mais receitas. É o que garante o Sabre, que deve começar a fazer o upgrade da plataforma em janeiro de 2017, depois de testes e mudanças desses usuários beta até o final do ano. “A nova plataforma e sua arquitetura flexível permitem que qualquer player a utilize para expor seus produtos (das mais diversas formas e não apenas na sugerida pelo Sabre Red Workspace) e venda serviços extras via agências de viagens, e empodera os agentes com uma ferramenta capaz de concorrer com a venda direta dos fornecedores ou OTAs, com ambiente amigável e que integra os códigos que os profissionais pioneiros estão acostumados a usar com a nova forma de fazer reserva das gerações mais jovens”, diz o vice-presidente de Marketing do Sabre, Wade Jones.

Ou seja, a companhia aérea e o hotel alinham sua estratégia de vendas ao canal indireto, permitindo que eles vendam, por exemplo, ancillaries e serviços extras, em um ambiente amigável e visualmente rico. “E o profissional terá nas mãos uma ferramenta inteligente, que trará as melhores escolhas e todas as opções disponíveis para o agente de viagens vender bem", nas palavras do presidente do GDS, Sean Menke, que já foi CCO da Air Canada e da Hawaiian Airlines e presidente da low cost Frontier Airlines, e que está na presidência do Sabre desde outubro passado. "O GDS hoje é um parceiro fundamental dos dois lados, fornecedores, para ajudá-los a aumentar a receita de acordo com suas estratégias, e agências de viagens, oferecendo as melhores ferramentas e escolhas",

afirma. Ele exemplifica o caso das viagens corporativas: "ninguém melhor que uma TMC para vender famílias de tarifas (branded fares), uma tarifa com benefícios, pois ele conhece o negócio, conhece o cliente e qual a melhor tarifa para ele. Na venda direta o cliente pode achar que a tarifa de US$ 200, a menor disponível, é a melhor, mas o profissional pode provar a ele que a melhor pode ser a de US$ 350, pelos benefícios que oferece, pelo perfil do passageiro, pelo que está envolvido nela". "Os dados analíticos e os relatórios, a personalização e a tecnologia móvel são tendências na indústria há algum tempo e representam oportunidades para compradores e fornecedores se anteciparem e satisfazerem as preferências dos viajantes", afirmou Sean Menke. "Os viajantes esperam mais que um itinerário, querem ter a cer-

Um dos novos recursos abre uma tabela com datas alternativas para a viagem e seus respectivos preços


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teza de que, em cada compra de uma viagem, terão múltiplas opções que atendam e ultrapassem suas expectativas. Por estas razões, e também para otimizar a experiência de navegação, o nosso novo Sabre Red Workspace oferece aos consultores insights baseados em dados, serviços relevantes e transparência em preços. A tecnologia para análise de dados é crucial para maximizar a produtividade e eficiência em marketing e vendas, e, nesse sentido, os nossos dados serão úteis nas decisões de negócios para otimizar receita e criar uma verdadeira personalização".

BANCO DEDADOS RECURSOS DO NOVO SABRE RED

ll Dados analíticos com as tendências em aquisição de serviços de viagens (por exemplo, se há uma tendência de aumento ou queda do bilhete aéreo pedido nos últimos dias ou até no ano, em gráficos instantâneos, na tela da reserva) ll Design e interface intuitiva (quem quer usar os códigos de sempre pode, mas está tudo bastante claro na tela e não é preciso sair de um ambiente para outro para acessar mapas, fotos ou inserir códigos, tudo está integrado) ll Diferenciação do produto para os serviços extras ou complementares (ancillaries que as empresas aéreas querem colocar à venda) e as famílias de tarifa (onde cada uma tem uma lista de benefícios embutida) ll Funções de compra

inspiracional. Neste último caso, um passageiro pode pedir uma passagem aérea para o Caribe ou um destino de praia ou onde haja cassinos e o sistema oferecerá as opções para que o agente ofereça de imediato ao cliente.

ll Indicadores que informam

o consultor de viagens em todas as oportunidades de vendas ou comissões. Com o perfil do cliente, sabe-se onde ele tem milhas, que tarifa pode ser comissionada ou até onde o agente pode inserir um mark-up. O Sabre está presente em 67 mil agências de 144 países (das quais 47 mil usam o Sabre Red Workspace) e tem 46% de share entre agências de viagens, sendo mais de 50% entre TMCs e mais de 55% na América Latina.

> Continua na pág. 12

A hotelaria se beneficia do uso de imagens no novo ambiente do Sabre


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APOSTA NA FORÇA DE SUA OBT AINDA ESTE ANO, A DIVISÃO DE TRAVELER EXPERIENCE DO SABRE TRAVEL NETWORK LANÇArá pelo menos duas grandes novidades para os viajantes corporativos. A primeira é a integração do Get There com o Trip Case, permitindo que o viajante faça reservas (funcionalidade do Get There, a on-line booking tool do Sabre) dentro do gerenciador de itinerários (o Trip Case). Hoje as ferramentas atuam de forma separada e, se algo ocorre na viagem, como um atraso ou necessidade de cancelamento, o viajante recebe o alerta no Trip Case e faz a alteração necessária no Get There, com ou sem a ajuda de sua TMC. Essa flexibilidade e o poder de ter a marca Sabre por trás, segundo o vice-presidente sênior de Estratégias e Desenvolvimento de Negócios do Sabre, Clinton Anderson, são diferenciais que irão fazer uma seleção natural nesse mercado no futuro. Anderson disse que esses investimentos, para melhorias, como a integração anunciada, aumentarão cada vez mais nas próximas fases de produtos as on-line booking tools locais, como as que existem no Brasil, não conseguirão acompanhar a demanda necessária de aportes. "Nós temos o Sabre por trás e podemos trabalhar para um retorno no longo prazo. Esses players regionais fizeram um bom trabalho inicial, com foco nos mercados locais, mas

A FORÇA DA

mundo ao ano, de 400 grandes clientes (incluindo 40 das Top 100 empresas americanas). Já o Trip Case tem nove milhões de usuários ativos.

SEGURANÇA DO VIAJANTE

Clinton Anderson é responsável pelos produtos da divisão Travel Experience, que inclui o Get There e o Trip Case

não terão como investir o necessário nas próximas etapas e deverão ficar para trás", finalizou com essa previsão corajosa. Perguntado se o Sabre estaria comprando algum desses players locais, ele negou categoricamente. O Trip Case também ganhará integração do pagamento virtual, o que, segundo o Sabre, vai diminuir fraudes. A integração dos três produtos da Traveler Experience (Get There, Trip Case e pagamentos virtuais) deve gerar mais dados para o travel manager (ele saberá onde o funcionário está gastando fora da política da empresa, por exemplo) e

aumentar a adesão do viajante agir ao compliance. "Os viajantes poderão ser mais ativos nas viagens e poderão fazer novos pedidos, alterações e cancelamentos dentro do Trip Case, seguindo a política da empresa, mesmo em um momento de emergência", explica Para utilizar a integração, o viajante terá de ser usuário do Get There, mas o Sabre estuda estender o benefício para todas as reservas em 2017. Vale lembrar que as três ferramentas já estão disponíveis no Brasil e que o Get There é compatível com o Sabre, Amadeus e Travelport, processando 15 milhões de viagens pelo

O segundo grande lançamento dessa divisão do Sabre, que é focada em inovações e na experiência do viajante, será anunciado na convenção anual da GBTA, este mês, em Denver, e também deve estar no mercado até o final do ano. Trata-se de uma funcionalidade do Trip Case para a localização do viajante em casos de emergência (de uma greve de pilotos a um atentado, de um desastre natural a um acidente). O viajante que aceitar ser localizado receberá uma mensagem e acionará os botões "estou bem" ou "preciso de ajuda", para que a companhia tome as devidas providências. Segundo pesquisa feita nos Estados Unidos, a maioria dos viajantes (mais de 60%) está disposta a fornecer acesso a sua localização para casos de emergência. "Aumentamos em 40% nossos investimentos este ano, e um terço de nosso budget está voltado à busca de mais conteúdo para nossas ferramentas, de novas funcionalidades a mais produtos, como os ancillaries das empresas aéreas", informou o VP do Sabre.p

H OT E L A R I A

O SABRE TEM 750 MIL HOTÉIS EM SEU PORTFÓLIO, O SEGUNDO MAIOR DO MUNDO, SEGUNDO A VICE-PRE-

sidente de Soluções para Produtos de Viagens, Shelly Terry. “Não temos problema de conteúdo. Temos 236 mil hotéis com negociação própria, parcerias com agregadores e brokers, recentemente anunciamos acordos com a Expedia Affiliate e a HRS... agora nosso foco é a venda”, disse ela. Segundo Terry, o Sabre já é líder na venda de ancillaries aéreos (e este ano ganhará 35 empresas no portfólio), e agora quer mostrar aos agentes que a adesão à venda de hotéis também é algo importante e que traz receita extra e que está na mão de diversos players atualmente. Ainda assim, 50% das reservas hoteleiras em GDS já são feitas no Sabre, de acordo com a vice-presidente.

SEIS TENDÊNCIAS

A hotelaria precisa adaptar seus produtos ao mercado, de modo que eles ofereçam experiências que superem as expectativas dos clientes, construindo relacionamentos com os consumidores. Não à toa as chamadas soft brands de grandes redes hoteleiras nasceram para se conectar com os novos consumidores (parte dos millennials e parte da geração Z). A vice-presidente de Marketing Global para as

Soluções de Hospitalidade do Sabre, Sarah Kennedy Ellis, apontou, baseada em pesquisa do GDS, seis tendências para o setor de hospitalidade.

1) Personalizar produtos Com a ajuda da tecnologia, é preciso personalizar os produtos oferecidos, que devem se adaptar às exigências e necessidades dos clientes. Muitos consumidores, inclusive, esperam que as marcas os façam descobrir gostos e preferências que nem eles mesmos sabiam. Cerca de 53% dos consumidores, segundo a pesquisa, estão aptos a compartilhar seus dados pessoais com empresas, para que elas lhes ofereçam ferramentas que os ajudem a tomar decisões, indo além do fumante ou não fumante ou das restrições alimentares. 2) Facilitar a vida do cliente Desenvolver produtos que sejam simples de usar, agilizem processos e facilitem a vida do hóspede, fazendo-o economizar tempo e reduzir custos, fará com que ele se sinta valorizado pela marca. Os clientes não procuram por marcas que estejam com eles em todos os momentos, mas sim as que aparecem nos momentos e lugares certos. Saber usar as informações do big data ou da ficha de reserva é fundamental. Marcas inteligentes fazem

isso por meio de parcerias com empresas grandes, sem limitar os seus canais de distribuição, criando novos. 3) Agregar personalidade à marca Consumidores gostam de marcas que tenham personalidade, sejam transparentes, generosas e até bem–humoradas. Empresas que oferecem benefícios que vão além dos programas de fidelidade terão clientes muito mais fidelizados no final. Lembrando que, mas mais do que atrair novos clientes, as marcas devem se preocupar em manter os antigos (e sabendo, ainda, que vivemos um momento multigeracional, em que diversas gerações e subgrupos dentro delas são clientes em potencial, como nunca antes na história). De acordo com o estudo, 63% dos consumidores globais só irão comprar produtos se eles estiverem de acordo com suas crenças e ideais. 4) Abusar das novas tecnologias Atualmente a vida dos clientes está repleta de tecnologias por todos os lados. Cerca de 50% dos consumido-

res globais que usam smartphones acreditam que os aparelhos estarão ultrapassados daqui a cinco anos, na expectativa de que serviços de inteligência artificial desempenhem as suas funções. 5) Adaptar o significado de preço Hoje em dia, preço deve vir imbuído de valor, que é aquilo que produto agregará à vida do cliente. Isso significa que as marcas devem adaptar seus produtos à sociedade, evitando tradicionalismos e investindo em propagandas direcionadas a todos os tipos de orientação sexual e às novas maneiras de se organizar uma família. Na próxima semana, traremos um estudo exclusivo do Sabre sobre como os millennials estão impactando a hotelaria e demais meios de hospedagem.p


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BRASIL IMPACTA TODA GDS líder no Brasil e na América Latina (em volume de negócios), segundo seu vice-presidente para as Américas, Jay Jones, o Sabre Travel Network, depois de anos crescendo na região, teve uma queda de 2% no ano passado. Os 4% de diminuição de negócios no Brasil e o mergulho profundo de 40% nos resultados da Venezuela foram decisivos para o resultado. "A América Latina vive uma tempestade perfeita. Quando achamos que chegamos ao fundo do poço (na região) vem o zika vírus. Sabemos que, tendo tudo isso em vista, ainda é cedo para comemorar, mas em maio e junho de 2016, depois de um primeiro trimestre de nova queda, o Brasil cresceu 2%, comparado ao ano passado. Acho que vamos continuar vendo um crescimento como esse, devagar", revelou Jones. Mesmo a Venezuela, segundo ele, também já apresenta crescimento. Os maiores mercados da região são, pela ordem, Brasil, México e Colômbia. E o Brasil impacta imediatamente toda a performance da América Latina. Ao lado do México, é mercado-chave para o Sabre. Já os melhores países, neste momento, que apresentam crescimentos mais sustentáveis, são o Chile, Peru, América Central e Colômbia. A Argentina é uma aposta em potencial para os próximos anos, já que o novo governo trouxe um novo horizonte para a indústria do país. O presidente e CEO da Sabre Corporation, Tom Klein, disse que vê com tristeza e preocupação o atual momento do Brasil e da Venezuela. Segundo ele, os demais países da região seguem dentro do previsto, mas o tamanho do Brasil, que caiu mais de 20% no fluxo de viagens, e a evaporação do setor na Venezuela, atingiram em cheio a indústria, especialmente as companhias aéreas. "Quando um país como o Brasil cai mais de 20% é preocupante. Esperamos um pouco de recuperação a partir de 2017", disse ele. Para Klein, o acordo do Sabre com a Latam Airlines para migração de toda a plataforma tecnológica para produtos Sabre (hoje a parte brasileira está com a Amadeus) não deve ser atrasado por causa da crise. "Pelo contrário: a empresa precisa de melhor resultado e eficiência e ter um sistema único ajudará.

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A MÉR I C A L AT IN A

A Latam é a maior empresa da América Latina, uma dos principais do mundo e continuará sendo", afirmou. Sobre a relação com companhias aéreas em geral, ele se disse surpreso e satisfeito de ver alguns CEOs de grandes empresas americanas sentados à mesa com agências de viagens, para buscar parcerias que aumentem as receitas dos dois lados. "Não vou citar nomes, mas isso me impressionou muito positivamente. As discussões que temos hoje com as aéreas estão em um nível elevado e com foco que não passa mais pelos contratos. O contrato não deve mais virar manchetes,

e sim o que podemos fazer juntos". Segundo Jay Jones, as OTAs já respondem de 25% a 30% do volume de negócios do Sabre na América Latina, com taxa de crescimento maior que as agências tradicionais. Aeromexico, Aerolineas Argentinas, Latam e Copa são algumas das principais parceiras do Sabre na região e Jones acredita que o futuro continuará sendo muito bom para as viagens em todos os países latino-americanos, tendo o Sabre como liderança tanto no aéreo como na parte hoteleira, além da parceria com as agências e demais intermediários.

Jay Jones aponta a volta do crescimento no Brasil, no último trimestre


14 Consolidadoras

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Rafael Faustino

União

consolidada

ANUNCIADA NO FINAL DO ANO PASSADO, A FUSÃO ENTRE OS GRUPOS FLYTOUR E GAPNET, AINDA GERA ADAPTAÇÕES DE AMBOS OS LADOS. MAS AO ME-

nos em um dos ramos de atuação da nova companhia já há resultados concretos para apresentar: na consolidadora Flytour Gapnet, única das áreas que uniu as duas marcas originais em uma só, o processo de integração entre as equipes em uma só operação acaba de ser concluído. São Paulo, a maior e última das praças em que o processo ainda corria, teve a união entre as consolidadoras de Flytour e Gapnet terminada no final do mês de junho, como contou o CEO da Flytour Gapnet, Emerson Camilo, à equipe do Jornal PANROTAS em entrevista exclusiva na sede da empresa. Classificada como “mais rápida que o esperado” por Camilo, a integração entre os dois braços gerou uma em-

Rafael Gusson, Cleber Luciano, Joni Oliveira e Emerson Castanho, gerentes operacionais da consolidadora, com Emerson Camilo, (quarto da esq. para direita)

presa com 26 praças de atendimento aos agentes de viagens em todas as regiões do Brasil. E com suporte disponível 24 horas por dia, recurso

que antes só a Gapnet possuía. “Eram duas empresas com culturas diferentes, que você precisa olhar bem para criar uma sintonia

entre as estruturas. Mas dos quatro processos de fusão por que já passei, este está sendo o mais rápido”, comentou Camilo, que já era, antes da fusão, CEO da Flytour Consolidadora, e já trabalhou também na Rextur Advance, Advance e Alitalia. Juntar as empresas permitiu um “enxugamento” do quadro de funcionários, como admitiu Camilo, mas isso não significou demissão em massa. “Você encontra supervisores que tinham as mesmas funções nas duas empresas, por exemplo. Então readequamos e redirecionamos algumas pessoas para outras empresas do grupo”, disse. Também foram definidos quatro gerentes para as operações da consolidadora, todos lotados em São Paulo. São eles Cleber Luciano, ex-Rextur Advance, Joni Oliveira, que já era da Flytour, e Emerson Castanho e Rafael Gusson, oriundos da Gapnet. Gusson, aliás, centralizará também a gerência de Emissões. A cereja desse bolo será a mudança, em agosto, da Flytour Gapnet para um recém-construído edifício na Barra Funda. Com seis andares, o prédio disponibilizará cinco mil metros quadrados para acomodar 890 pessoas, incluindo também a Flytour Viagens.

MAISFLY

O maior símbolo dessa nova fase da consolidadora Flytour Gapnet é o portal Maisfly, nova ferramenta para os agentes de viagens buscarem, reservarem e emitirem não > Continua na pág. 16



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O CEO da Flytour Gapnet mostrou ao JP o funcionamento da nova ferramenta para os agentes de viagens, o Maisfly

O CEO da consolidadora Flytour Gapnet, Emerson Camilo

só passagens aéreas, mas também hospedagens e outros produtos. Lançado na semana passada para os cerca de seis mil clientes da consolidadora, o sistema (adquirido da Wooba e personalizado internamente) já traz mais de 60 companhias aéreas, dois mil hotéis nacionais e 150 mil internacionais. Travel Ace e Assist Card são os parceiros em assistência de viagens no portal, que também terá – em breve, segundo Camilo – locadoras de veículos. Produtos para a área corporativa também estão disponíveis na área Mais Corporate. A ideia é dar autonomia ao agente, que ganhará um ambiente eletrônico intuitivo e será auxiliado por um assistente virtual que o alertará das melhores tarifas e monitorará as filas para emissão. “Queremos deixar as pontas da operação mais soltas para venderem. Sem fazer todo o processo de emissão para o cliente, o agente vai ter mais tempo para atendê-lo de

forma eficiente”. Para isso, também irá ajudar o módulo Mais B2C do sistema. Nele, a Flytour Gapnet disponibiliza três modelos de white label para que o agente crie um site personalizado e possa acessar o Maisfly a partir dele. “Se o agente já tiver seu próprio site, podemos fornecer apenas o motor de busca”, ressalta Camilo. Segundo ele, foram investidos R$ 800 mil na montagem de toda a ferramenta, que em breve estará disponível também em aplicativo mobile. “A intenção é oferecer os produtos de todas as operadoras do grupo na consolidadora. E deixar o agente escolher em qual o ambiente ele fica mais confortável para vender”, diz Camilo. p

CENÁRIO

D IF Í CIL COM AS MUDANÇAS, A FLYTOUR GAPNET ESPERA CONSEGUIR REVERTER UM DIFÍCIL CENÁRIO QUE PREJUDICA AS VENDAS DE PASSAGENS AÉREAS JÁ HÁ ALGUM TEMPO. A consolidadora amarga, de janeiro a maio deste ano, uma queda de 42% nas vendas, em dólares, de bilhetes internacionais, sobre igual período do ano passado (um pouco acima da média do mercado, que também se retraiu). O número a que o Jornal PANROTAS teve acesso pertence ao relatório Smash, e foi confirmado por Camilo na entrevista. “Todo mundo enfrentou uma queda no internacional, mas é bom lembrar que há companhias que não estão no relatório, e muitos passageiros migram para o nacional”, ressaltou. Entretanto, a queda no valor das vendas vem lado a lado com uma boa notícia: a Flytour Gapnet estima ter alta de 7% a 10% nas emissões de bilhetes neste ano, comparando com os resultados individuais de cada empresa em 2015. Em muito, graças à nova ferramenta que acaba de ser lançada. “O Maisfly nos permite ser mais atuantes junto aos clientes, com um comportamento mais agressivo”, afirma, para justificar a aposta. A estimativa da consolidadora é fechar o ano com faturamento de R$ 2 bilhões, o que a confirmaria como uma das maiores do ramo no País. Um peso importante para o grupo como um todo, que, em 2015, gerou R$ 5,5 bilhões em vendas, incluindo operadoras, TMC e rede de lojas. E um bom primeiro sinal para o novo grupo, que mesmo não atuando com uma só marca nas outras áreas de atuação, deverá continuar gerando sinergias para crescer mesmo em cenários adversos. p


17 Operadoras

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>> Renê Castro

Multimarcas em alta

O RESULTADO OPERACIONAL DA CVC NO SEGUNDO TRIMESTRE DES-

te ano mostrou mais uma vez que os agentes independentes, ou multimarcas, são um canal importante para a operadora. A prova veio em números: 15% de crescimento frente ao segundo trimestre do ano passado, impulsionando um crescimento de 6,6% da empresa nas reservas confirmadas (excluindo Rextur Advance e Submarino Viagens, que integram o Grupo CVC) e 2,4% nas reservas embarcadas, na comparação com o mesmo período do ano passado. Em valores absolutos, as reservas confirmadas (vendas) chegaram a R$ 1,324 bilhão no segundo trimestre e a R$ 2,614 bilhões no primeiro semestre. Para o presidente da CVC, Luiz Eduardo Falco, o diagnóstico é de que os agentes independentes deixaram de ver a empresa como uma concorrente. “Hoje somos vistos como fornecedor, e um fornecedor que tem plataformas tecnológicas robustas, capazes de fidelizar o profissional. Nosso trabalho de campo também está melhorando o nosso desempenho neste canal”, afirmou. Hoje, a CVC conta com cerca de seis mil agentes independentes espalhados pelo Brasil. O principal produto do momento é o nacional, até por conta do momento vivido pela economia brasileira. Outro resultado que chamou a atenção no relatório foi o número de passageiros embarcados no segundo trimestre deste ano: 780,1 mil. O crescimento é de 1,4%, em comparação com o mesmo período do ano passado, quando 769,6 mil pessoas utilizaram os serviços da operadora. No acumulado do semestre, porém, foi registrada queda de 0,2%, já que, este ano, a empresa embarcou 1,79 milhão contra 1,8 milhão do ano passado. A empresa considera o resultado como “estável”. A receita gerada por esses clientes no segundo trimestre do ano foi de R$ 960,2 milhões, crescimento de 2,4% frente ao 2T15, quando foram registrados R$ 937,3 milhões. “É o decimo trimestre que apresentamos resultados positivos. Temos problemas

ainda, claro, como todos, mas nossas ações estão surtindo resultado rápido. O mercado está menos favorável, mas estamos buscando esse crescimento ao manter o crédito para nossas viagens. Essa é a principal necessidade do cliente em períodos desafiadores como o que estamos

passando”, afirmou Falco. A expansão da marca CVC também segue a todo vapor. No 2T16 foram adicionadas 20 lojas, de um total de 37 em 2016. No acumulado dos últimos 12 meses foram 107 aberturas. O interior das principais regiões do País segue no radar da companhia.p

Luiz Eduardo Falco, presidente da CVC


18 Eventos

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> Henrique Santiago — Goiânia

No centro das

atenções

PORTO ALEGRE, CAXIAS DO SUL (RS), SALVADOR E GOIÂNIA. O PANROTAS NEXT TEM PERCORrido o Brasil neste ano para discutir o que há de mais relevante em tendências e mostrar as melhores práticas de vendas à cadeia produtiva do Turismo. Após cumprir a primeira metade da rodada de oito eventos em 2016 – Cuiabá, Ribeirão Preto (SP), Porto Seguro (BA) e João Pessoa serão os próximos –, o evento em Goiânia deixou agentes de viagens e operadores com uma certeza em mente: mudar é preciso. “O PANROTAS Next é um evento para levar dicas práticas sobre o que é possível fazer agora para mudar. Não é um evento de distribuição de folhetos ou que fala de produtos, detalhando destinos ou serviços. Isso as operadoras e representantes de destinos fazem muito bem. O mercado está carente de conteúdo relevante em outros temas, de uma cartilha interativa que ajude na adaptação aos novos tempos. Temos obtido ótimos resultados com as plateias este ano, nas quatro cidades, e em Goiânia não foi diferente. Todos interessados, todos podendo falar e ser ouvidos, em favor de uma indústria mais profissional”, disse o diretor executivo da PANROTAS, Guilherme Alcorta. O Vivence Suítes, localizado na capital de Goiás, foi o ponto de encontro de aproximadamente 120 profissionais para uma manhã de imersão em debates e palestras na terça-feira (5). Guilherme Alcorta bem que avisou: o evento depende de interação e da ajuda do público. E foi exatamente isso que aconteceu. Percorrendo as regiões brasileiras com o Next, o diretor de Planejamento e Atendimento da Teresa Perez Tours, Erik Sadao, iniciou o ciclo de discussões com um assunto pertinente: a mudança do consumidor de luxo. Se você acha que uma empresa de alto padrão tem pouco a ensinar aos pro-

PANROTAS Next Goiânia reuniu lideranças nacionais e regionais no Vivence Suítes

fissionais locais, está enganado. Viajado, o executivo acredita que é necessário viver o momento. Não apenas nas viagens, mas ao conversar com um cliente. Os pés no chão, o olho no olho e a atenção são primordiais, segundo ele. A internet, encarada como um dificultador para vendas, mudou a forma do viajante ver o mundo. “Alguém aqui vive o momento? Na maioria das vezes estamos presos ao futuro ou ao passado”, disse ele, sugerindo a melhoria de práticas na comunicação dos profissionais. “Compartilhar é a palavra de ordem. Ficou fora de moda não compartilhar o que faz. Até soa mesquinho [não fazê-lo]”, disse, em alusão ao uso de ferramentas como Facebook, Twitter e Instagram. A internet e os meios de compartilhamento que sacodem a indústria tradi-

Erik Sadao, da Teresa Perez, compartilhou as tendências para o mercado de luxo

cional estão longe de ser os vilões que se pensam. Sadao, à frente de uma das operadoras referência em luxo, acredita que o Airbnb não é um concorrente direto por uma razão: o agente de viagens é o consultador.

SEM HERÓIS E VILÕES Usuário da plataforma, ele diz que o Airbnb peca em quesitos essenciais para o viajante de luxo: a roupa de cama e de banho não é trocada diariamente, a fronha e o lençol não têm o material adequado. Então, por que se preocupar quando seu público é exigente? Por que vender um produto sobre o qual não se tem controle, o que, para o viajante de luxo, tem um peso importante? O diretor garante que o diferencial do trade é prestar um serviço de maior qualidade. Para se colocar à frente da hospedagem alternativa, vale simplesmente tudo para concretizar uma venda. Mas Sadao indica a discrição e até um certo charme em tom de brincadeira na hora de desaconselhar o Airbnb. “A logística é poderosa na nossa área. Ninguém quer dormir em uma cama ‘não limpa’ e não arrumada”, opinou ele. “Se existe a tecnologia, por que as pessoas ainda compram de outras pessoas?”, questionou, em referência

a apps de viagens. “O agente de viagens nunca esteve tão preparado para atender. Ele tem de ser o curador de mostrar aos clientes [a relevância] de fazer isso aqui”, completou, citando a forma de trabalhar. Em outras palavras, empatia (se colocar no lugar do outro e entender suas necessidades) e conhecimento se colocam à frente daquilo que a internet não oferece. “Temos de ter empatia na nossa fala para nos conectarmos e vender o algo mais para chamarmos de serviço”, destacou Sadao. Ao falar diretamente sobre o luxo, o executivo da Teresa Perez trouxe o conceito de lowsumerism, no qual o excesso deu lugar a pequenas experiências. Um exemplo citado pelo próprio é a Shake Shack, rede de hambúrgueres dos Estados Unidos, que é um dos pontos altos em Nova York. Esse novo comportamento ensina, de acordo com ele, uma nova forma de agir. O cliente não deixou de ser exigente, portanto não tem interesse em saber dos percalços do operacional ou do número de profissionais atendidos pelo agente de viagens. Ele quer exclusividade. “É ‘obrigatório’ saber opções culturais e gastronômicas. O cliente de alto padrão não ouve apenas música clássica e come caviar”, recomendou.p > Continua na pág. 20



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CORPORATIVO: O QUE FAZER? A COCA-COLA ESTÁ CONSOLIDADA NO MERCADO DE BEBIDAS HÁ MAIS DE UM SÉCULO. O PRIVILÉGIO DE ESTAR NO TOPO FEZ COM QUE A MARCA INVESTISSE EM OUTROS REFRIGERANTES E SAÍSSE DA ZONA DE CONFORTO PARA INVESTIR EM ROUPAS e calçados. Mas o que isso tem a ver com as viagens corporativas? Segundo o diretor executivo da Alatur JTB, Eduardo Kina, o cenário é o oposto para esse segmento da cadeia de Viagens e Turismo. Em uma área com alta competividade, rivalidade e poder de barganha de ambos os lados, as agências de viagens corporativas (TMCs) têm de se remodelar. “Temos um baixo nível de entrada. Existe o mercado de capital intensivo, clientes aos quais as TMCs faturam serviços, apesar dos esforços de fazê-los migrarem para o cartão de crédito. Em outras palavras, nós financiamos nossos clientes”, disse, destacando uma das dificuldades. Como se a concorrência de TMCs e empresas sem agência para gerir viagens não fosse o suficiente, a Alatur JTB e tantas outras têm observado atentas a entrada de agências de viagens on-line (OTAs) nessa fatia. Segundo Kina, a concorrência interfere em uma oferta atrativa apenas em cifras. “Quando esse produto está minimizado por preço, você, em última instância, abaixa [o preço] e vende ou não abaixa e não vende”, disse. “A experiência vale mais de qualquer maneira. Nós mudamos a entrega de serviço, não entregamos mais um bilhete aéreo”, complementou, ressaltando que o relatório de gastos e economias auxiliam uma empresa. Há menos de um ano como presidente executivo da TMC, Kina avalia que o crescimento – a Alatur JTB projeta alta de 10% neste ano (apesar da queda de 12% nos mesmos clientes de 2015 para cá) – só vem com novas estratégias e a tecnologia, claro, vai ser o modelo ideal para o segmento. “Nós temos investido e provido tecnologia para que possamos navegar em um ‘oceano azul’. Temos trabalhado o movimento de consolidação de mercado. Acreditamos que o nosso negócio será menos intensivo em pessoas, mas elas ainda serão peça importante no atendimento”, apostou. O perfil do viajante corporativo também mudou. Para Kina, a diferença entre pessoa jurídica e pessoa física deixou de existir. Em sua empresa, por exemplo, é comum receber demandas que mesclam negócios e la-

Eduardo Kina, da Alatur JTB, aposta na inovação e na tecnologia

zer, tendência conhecida como bleisure. Esta é apenas uma das dicas que o dirigente tem para agentes de viagens, que, aliás, foram poucos os que levantaram as mãos quando perguntados se trabalham com esse nicho. Seja uma agência com cinco funcionários ou mais, ele pondera que todos estão no mesmo barco. Mas para uma empresa pequena, Kina considera o modelo de especialização em um segmento o ideal. “Vocês têm de se especializar e preparar para trabalhar dentro de novas tendências tecnológicas e operacionais e entender o segmento que poderiam atender”, concluiu. O PANROTAS Next Goiânia foi realizado pela PANROTAS Editora e a Imaginadora, e com o patrocínio da Iberostar Hotels & Resorts e do Turismo da Noruega, além do apoio do Grupo Confiança, da Abav-GO, da Visual Turismo e do Vivence Suítes Hotel.p

CONTORNAR O MAU

M O M E N TO TRINTA MILHÕES DE BRASILEIROS NUNCA VIAJARAM DE AVIÃO. O NÚMERO É CURIOSO, IMPRESSIONA, MAS É REAL. O EDITOR-CHEFE DA PANROTAS, ARTUR LUIZ ANDRADE,

levou os principais destaques da pesquisa desenvolvida pelo Data Popular sobre as oportunidades de negócios em viagens. O estudo “Efeitos da Crise Econômica e Oportunidades para o Mercado de Viagens”, apresentado com exclusividade no Fórum PANROTAS deste ano, destrincha o potencial de consumo da classe C. Sem perspectivas para encontrar um líder para tirar o Brasil deste show de horrores na política e economia, o nosso turista reduziu o consumo em 2015 em relação ao ano anterior (91%) e também passou a adiar seus planos de compra (60%). Com o freio no bolso, a “compra do sonho”, expressão saturada da indústria de viagens, o brasileiro tem cancelado seus planos de conhecer o País e o Exterior. Mas o simples fato de viajar, seja uma “escapada” de fim de semana ou um roteiro exótico na Ásia, é mais do que realidade. Quarenta e um por cento consideram necessário se desligar da rotina, enquanto 29% se deslocam sempre que podem. Após apontar que 67% da população não viaja por estar com os bolsos vazios, Andrade chamou atenção para o fato de que muitos colocaram as viagens em terceiro plano, priorizando o essencial, como alimentação e saúde. Entre quem pretende viajar no doméstico (36%) e quem irá vender as férias (13%), existe uma infinidade de oportunidades para os agentes de viagens. “Existe um desafio de tornar isso prioridade. Quem viaja, quem faz curso no Exterior tem mais chances em uma entrevista de emprego”, assinalou. A boa avaliação por quem compra em uma loja física também se destacou na pesquisa, mostrando que o atendimento pessoal faz a diferença na satisfação do cliente. As agências físicas foram mais bem avaliadas que as agências on-line na pesquisa.p


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ABAV

Q UEST I O N A D A O PAPEL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS AGÊNCIAS DE VIAGENS (ABAV) TEM SIDO

questionado em nível nacional há tempos. E com a entidade goiana não foi diferente. Entre os aproximados 40 agentes de viagens do Next, menos de cinco eram associados. Isso causou preocupação e até certa frustração por parte de Eliene Meireles, que preside em Goiás desde janeiro deste ano. A busca de soluções para os desafios e as oportunidades no Estado esbarrou, segundo a diretora da Ellystur, Elis Mendes, na falta de protagonismo da Abav-GO para auxiliar seus parceiros. Associada, ela se queixou dos problemas da entidade uma atuação individualista. A agente de viagens, no entanto, não fez referência à gestão de Eliene. “Existe uma panelinha de quem está no poder. Eu nunca recebi uma visita da Abav [de Goiás] na minha empresa. Quando eu tinha um problema, ninguém resolvia. Para que fazer parte de uma associação dessas?”, perguntou, arrancando aplausos da plateia. Mesmo assim, a Ellystur se mantém associada, vale ressaltar. E a agente também pediu mais presença de outros fornecedores em sua agência, como a própria Gol, que fez parte do painel, com Roberto Wagner. “Por isso acabamos comprando nas consolidadoras”, disseram Elis e Eliene. Em sua defesa, em relação às críticas à Abav, Eliene reconhece as falhas e esclareceu que quer implementar uma nova mentalidade na associação. “Quando abri minha empresa, a primeira coisa que fiz foi me associar à Abav e outras entidades. Mas a Abav é a nossa entidade, gente”, exclamou, dizendo que a LN Turismo, sua agência de viagens, tem três décadas de atuação. Para conquistar mais associados, porém, a Abav deve fazer mais do que capacitar. “Faltam visitas às agências”, reconheceu ela. “Os presidentes não têm só a Abav, temos nossas empresas. Queremos começar uma mudança para trazer novos agentes”, completou Eliene. A menos de três meses da Abav

Expo, a ser realizada em São Paulo de 28 a 30 de setembro, a presidente revela o diálogo com a Abav Nacional, de Edmar Bull, para levar 20 agentes de viagens via aéreo e, dependendo do interesse, acrescentar uma caravana de ônibus em um bate-volta. “É a maior da América Latina, tem tudo o que precisamos, de material a treinamento”. Diferente da pergunta inicial, mais da metade dos profissionais levantaram a mão alegando interesse em ir à feira, caso haja a facilidade da caravana. p > Continua na pág. 22

Elis Mendes e Eliene Meireles, da Ellystur e Abav-GO, respectivamente


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DISRUPÇÃO É REALIDADE PARCEIRO TECNOLÓGICO DO NEXT, O PALESTRANTE LUCAS FOSTER, FUNDADOR DA PROJECT HUB, TEM VIAJADO PELO BRASIL PARA DIZER AO TRADE QUE A TECNOLOGIA É UMA ALIADA. SEM NADA A TEMER, ELE DIZ COM TODAS AS LETRAS que a revolução digital tem modificado a nossa forma de pensar. E isso atinge também as empresas dos mais diversos setores. E com o Turismo não é diferente. Um exemplo mais do que real é o Airbnb: em apenas quatro anos, o meio de hospedagem alternativa em casas totalizou mais de 650 mil quartos de 192 países em sua plataforma, enquanto a rede hoteleira Hilton levou 93 anos para chegar a 610 mil

habitações em 88 nações. Com base em seis pilares – tempo, espaço, energia, sentido, emoções e propósito —, Foster acredita que a adoção dessas medidas torna uma agência de viagens relevante. “Tudo que uma pessoa faz leva isso tudo e, claro, precisa ser planejado”, argumentou. Para ele, isso significa que a venda de um pacote, por mais simples que seja, não termina aí. “Tudo começa com as redes sociais, da maneira que interage e se veste, por exemplo. Isso impacta na emoção das pessoas”, disse. “Elas vão até a agência de viagens com o propósito que a vida seja férias permanentes. Se você frustra essa expectativa, dificilmente voltarão até você. A ideia da comissão perde o

papel da relevância e o papel da curadoria e consultoria faz muito mais sentido e tem maior valor”, continuou.

NA PALMA DA MÃO Foi-se o tempo em que o Whatsapp era apenas uma ferramenta de comunicação com família e amigos. Para Foster, o aplicativo coloca o agente de viagens frente a frente a uma venda por meio de mensagens. Envie áudios – nem tantos também —, explore as ligações e vídeos gratuitos e mantenha contato direto com o cliente. Confira abaixo outros apps que podem ser baixados e aproveitados no ambiente de trabalho. 99 Táxis – Sem duelar, tenha também o Uber e some mais opções de locomoção pelo Brasil afora; Apps de bancos – Pagamentos direto no caixa eletrônico demandam tempo. Facilite sua vida e baixe o da sua agência e faça transações on-line; Around me – Reúne locais importantes para o viajante, desde bancos, guias locais a hotéis; Climatempo – Faça chuva ou faça sol, tenha o app de meteorologia por perto. Buscar as melhores temperaturas para o cliente mostra seu comprometimento no serviço; Instagram – Selfies e vídeos de destinos podem ser usados para vender. A criação de um perfil para sua agência é mais que recomendável; Like a Local – Inovadora, a ferramenta faz você driblar das atrações de “turistão” e traz opções alternativas com dicas de destinos de todo mundo; Magisto – Que tal transformar seus arquivos em fotos e vídeos editados? A ferramenta edita todo o conteúdo em um material pronto e profissional; Pinterest – Pesquise imagens de destinos de seu interesse e dê um “pin”. O conteúdo do site auxilia na organização de seus arquivos; Scoop It – Apresenta facilidades

como curadoria de conteúdo, plataforma de compartilhamento de experiências e conhecimento e também tem facilidades para organizar informações de marketing; Shazam – Muito mais que um streaming de música, a funcionalidade te ajuda a descobrir aquela canção que você quer tanto lembrar o nome, mas não consegue; Swarm – “Vamos marcar, vamos combinar”. Essa ferramenta localiza os seus amigos que estão por perto e permite envio de mensagens para se encontrar; Tripadvisor – Acesse, avalie e opine sobre o destino que você visita. É uma ferramenta que auxilia na venda de um produto; Trip It – Organize sua viagem no aplicativo. Coloque todas suas informações – hotel, voos, aluguel de carros e restaurantes – e a empresa irá transformar tudo em um só itinerário. A versão paga ainda oferece opções alternativas de voos, alertas e avisa o melhor assento disponível; Waze – Amigo do motorista, o aplicativo encontra as melhores rotas e os caminhos para fugir do trânsito. Ter o Google Maps no seu dispositivo também é importante; World Mate – Coloque os “pingos nos is” e deixe sua viagem melhor. O app traz informações essenciais para administrar, planejar e organizar as viagens; Zero Paper – Como o nome indica, nada de papéis na mesa. O programa cria uma planilha financeira e a ajuda a aparelhar o fluxo de caixa do usuário. Com um feedback positivo dos participantes, o Next Goiânia plantou a semente da inovação e mudança nos agentes de viagens e operadoras. E nesta quinta-feira (14) será a vez da segunda cidade no Centro-Oeste. O evento desembarca em Cuiabá, no Transamérica Executive, para fortalecer cada vez mais o profissional de Turismo.p

Apps e mais apps para baixar no seu celular, segundo Lucas Foster

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Flashes

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1 Guillermo Alcor ta, presidente da PANROTAS, e Eliene Meireles, da Abav-GO 2 Karina Alvim e Anielle Bazi, da Specta Viagens 3 Jamile Dahás, da Agatha Turismo, Ivanildo Marques, do Grupo Privé, e Elisangela Ribeiro, da Elisangela Turismo 4 José Guilherme Alcor ta, da PANROTAS, com Jordana Morales e Fernando Schiavon, do Vivence Hotéis 5 Gisele Abrahão e Mara Pessoa, da GVA, com Ar tur Andrade e José Guilherme Alcor ta, da PANROTAS 6 Guillermo Alcor ta, da PANROTAS, entre Flavia Fernandes e Juliana Aranega, da Imaginadora 7 James Sousa e Alessandra Simmonds, da 4Ever Turismo 8 Alessandra Navega e Nathalia Barbosa, do Iberostar 9 Nilson Ferreira, da Destiny, representante da Confiança, e Marcelo Fonseca, da Visual Turismo 10 Kelly Rocco, da Gol, Sonia Mar tins, do Beach Park, Rober to Wagner, da Gol, Monica Trindade, da Contato Viagens, e Ana Tomaz, da FRT Operadora 11 Bruna Chaves e Pr yscilla Frota, da Voe Sempre 12 Patricia Freitas, da Fernandes e Silva, e João Luis Proto, da Flytour Gapnet.


25 Hotelaria

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>> Henrique Santiago — Goiânia

O primeiro de muitos

ESQUEÇA O VIVENCE SUÍTES DE HOJE. O HOTEL, LOCALIZADO NO CORAÇÃO DE GOIÂNIA, IRÁ passar por uma reformulação total. Os quartos, a recepção, as salas de eventos, enfim, tudo será parte de um “rebranding total”, como adiantou o gerente geral responsável pela expansão da rede, Fernando Schiavon, para este que é um endereço forte para o viajante corporativo. Ele – com passagens por redes como Atlantica, Blue Tree e Accor – assumiu o cargo em 1º de julho e já se mostra familiarizado com a casa nova. “Não é apenas o mobiliário ou piso novos. Nós vamos fazer uma mudança completa. Vai ter menos concreto e mais vidro no prédio”, adiantou o executivo. Diferente de hoje, o Vivence Suítes, o primeiro da rede, construído em 2008, quer se aproximar do seu hóspede por

Fernando Schiavon, gerente geral do Vivence

meio da experiência. Schiavon explica, em poucas palavras, que o seu cliente se identificará com um aroma único logo na recepção, com as roupas de cama escolhidas com cuidado, enfim, tem-se por trás um conceito que outras cadeias têm adotado após a chegada dos meios de hospedagem alternativa. Sem revelar detalhes sobre início e conclusão das obras, Schiavon busca incorporar no hotel de 107 quartos o “uau positivo”, como o próprio disse, e transformar o Vivence Suítes em referência da marca. Serão investidos alguns bons milhões de reais – pelo menos ainda se fala na moeda brasileira – para depois levar esse conceito aos demais empreendimentos. Até 2020, a Vivence irá abrir 19 hotéis em todo o Brasil, dos quais 11 serão próprios. Os grandes centros brasileiros

Hotel está localizado em área nobre de Goiânia

estão descartados, pois a empresa irá inaugurar unidades em Tocantins, no Paraná, em praticamente todo o Nordeste e, como disse o gerente geral, há um “namoro” com a região Sul. Em São Paulo, o interior está na mira, mais exatamente São José do Rio Preto. “Se você quer crescer, você abre espaço onde não existe ninguém. Quem for ao nosso hotel em Palmas e depois visitar São Paulo ou Curitiba, vai saber o que é a marca, quem somos nós”, explicou Schiavon. Não é apenas Brasil que está nos planos da Vivence. O gerente geral pretende expandir em mercados sul-americanos e africanos, a exemplo de Chile, Uruguai e África do Sul. Além disso, está concretizada a administração do Clube Jaó, resort na capital de Goiás. “Este é um pro-

jeto para 2018 de um hotel que já foi a essência do status de Goiânia”, disse. Motivado pela mudança, o gerente geral destaca o diferencial da rede Vivence. Segundo ele, o novo desafio o permite por a criatividade em prática. “As redes consolidadas têm o seu processo ‘engessado’. Eu conheço o conceito de grandes empresas da América do Sul nos quais concordamos com alguns e discordamos dos outros. Aqui [na Vivence] você pode inovar”, destacou. Ainda sobre o futuro, Schiavon acredita que uma expressão interna pode se tornar um slogan da marca: keep it simple, ou seja, crie e mantenha a simplicidade.p

INFORMAÇÕES www.vivencehoteis.com.br


26 Distribuição

13 a 19 de julho de 2016 JORNAL PANROTAS

>> Renê Castro

Novo comando Divulgação ABIH-RJ

DESDE A SAÍDA DE ALÍPIO CAMANZANO, EM MARÇO DESTE ANO, O CARGO DE LIDERANÇA da Decolar.com no Brasil estava vago. Estava. Na última semana André Alves foi anunciado como country manager da OTA. O recém-contratado desembarcou na empresa após passagens por companhias como a Drogaria Onofre, Grupo Renner e Saraiva & Siciliano, entre outras, e já deixou claro como vai atuar: acelerando a performance no ambiente digital, em especial no mobile. “Cerca de 50% das vendas da Decolar. com na América Latina são via mobile, por isso estamos sempre em busca de novas funcionalidades para este canal, alinhadas com as principais regras de experiência do usuário (UX) e oferecendo um ambiente cada vez mais amigável. O que o nosso cliente pode esperar é a incorporação de mais produtos e serviços e ações específicas para o mobile”, explicou ele, em entrevista ao Jornal PANROTAS. Mesmo sem experiência na indústria do Turismo, Alves afirma que trabalhar com e-commerce (sua expertise) exige o respeito a determinados conceitos que não podem ser deixados de lado em nenhum segmento, e isso será levado à risca pelo executivo. “Atuei em operações ainda mais complexas que a Decolar e sei o que é preciso para converter procuras em vendas, e em como tornar o ambiente digital inteligente e adaptado às muitas necessidades do consumidor.” É aí que entram em cena os chamados pacotes dinâmicos, produto em alta na empresa desde o ano passado, quando cresceu nada menos que 80%, na comparação com 2014. No primeiro semestre deste ano, o incremento foi

André Alves, do e-commerce para a indústria de Viagens

modesto (+3,3%), ante o resultado do mesmo período do ano passado, mas, dadas as circunstâncias econômicas, o resultado foi considerado satisfatório. “No comparativo de abril e maio, tivemos um salto de 22,5%, outro dado bastante relevante para nós. O grande desafio está em pulverizar a informação, já que o consumidor ainda carrega o conceito do pacote tradicional, com data para começar e terminar e todos os passeios pré-determinados antes de sair de casa. Esta história está acabando”, considera ele, completando que o cliente agora está cada vez mais "imediato e em locomoção". E a Decolar atua cada vez mais como uma operadora de viagens on-line. Oferecer conveniência, como o parcelamento do produto ou serviço, e personalização são duas investidas que geram resultado imediato, segundo o executivo. Uma informação interessante fornecida pela Decolar.com é

que o passageiro pode ter uma economia de até 35% se comprar um pacote dinâmico, frente ao valor de uma viagem, digamos, “convencional”.

PARCERIA X BOICOTE No dia da entrevista, André Alves foi perguntado sobre a relação delicada que a Decolar.com tem com os agentes de viagens. Ele se mostrou tranquilo, minimizando qualquer tipo de rispidez que os profissionais possam ter com a OTA. Para o country manager, esse período turbulento faz parte do passado. “Já está mais do que provado que a indústria de viagens tem de se reinventar, investir em tecnologia e aceitar os players que estão chegando, cada um com seu modelo de negócio. Prova disso é o nosso programa de parceiros, que possibilita aos agentes de viagens trabalharem com o nosso

Alfredo Lopes: hotéis do Rio descontentes com a Decolar.com

inventário”, reforçou. Poucas horas depois da declaração, porém, a hotelaria carioca, sob a coordenação da ABIH-RJ, anunciou a "Semana do Blackout Decolar", um boicote às vendas na maior OTA da América Latina. A infeliz coincidência mostra que nem tudo são flores para a companhia e que ainda há um caminho árduo a seguir. A notícia que se espalhou rapidamente pelo trade foi a de que os hotéis do Rio de Janeiro, segundo a ABIH-RJ, fecharam seus canais de vendas com a Decolar, por causa da decisão da empresa de aumentar "as já elevadas margens de comissionamento, que chegam a ultrapassar 20%". "Realizamos esta ação por sermos contrários ao aumento impositivo, que visa majorar as margens de lucro de forma unilateral e sem consentimento dos parceiros", disse o presidente da ABIH-RJ, Alfredo Lopes.p



28 Cruzeiros marítimos

13 a 19 de julho de 2016 JORNAL PANROTAS

>> Artur Luiz Andrade

Novo modelo

FOI A CRISE BRASILEIRA OU A FORÇA DA CHINA? TERIA SIDO A BUROCRACIA NO PAÍS E O DES-

caso com o segmento de cruzeiros ou uma decisão estratégica de investir mais fortemente em outros mercados? Tudo isso, com certeza, e a confiança em seu vice-presidente regional, Ricardo Amaral, fizeram a Royal Caribbean decidir, sete anos e meio depois de ter aberto escritório próprio no Brasil, passar toda a parte de Vendas e Marketing para um representante, em um modelo já usado por muitos anos, com a antiga Sun & Sea, onde o próprio Amaral trabalhou. A Royal pode voltar a ter navio no litoral brasileiro? Pode. O modelo de comercialização pode voltar a ser próprio? Também pode. Mas a partir de 1º de agosto é a Acqua Viagens, baseada em Santo André (SP), e sob a responsabilidade de Ricardo Amaral, que cuidará das vendas e do marketing da companhia do México para baixo no continente. “Não temos operação própria no País, com navios, mas vendemos mais que muitos países da Europa, por exemplo. As vendas estão boas, mas a situação do Brasil é delicada e faz os investidores repensarem seus modelos. A Royal estava correta quando deixou de ter representante no Brasil e passou a cuidar ela mesma das vendas. E agora também está certa. Uma empresa do porte da Royal, de capital aberto, tem de repensar sempre suas estratégias”, explicou Ricardo Amaral ao Jornal PANROTAS. A Royal manterá um escritório próprio por pelo menos mais dois anos em São Paulo (no centro da cidade), pois todas as vendas até 31 de julho são de responsabilidade dessa base. “E já temos cruzeiros vendidos até 2018”, lembra Amaral. A partir de 1º de agosto, é a equipe de Ricardo Amaral que cuidará de todos os representantes e das vendas no Brasil e demais países latinos (com a exceção do México, que continua com escritório Royal, sob a direção do brasileiro André Pousada). A Royal Caribbean convidou Ricardo Amaral para assumir uma vice-presidência em Miami, mas ele preferiu investir em seu próprio negócio e tocar a nova representação da empresa, com esse novo modelo. “Estou investindo bastante, conheço bem a empresa e seus produtos, todos os representantes. Já estive do outro lado e será bom fazer o negócio levantar ainda mais. O momento do Brasil é difícil, mas sou muito otimista. Adoro Miami, mas gosto muito mais do nosso País. Os brasileiros são fieis aos produtos da Royal Caribbean e a relação só tende a crescer”, emenda Amaral, que já está com sua nova equipe quase completa. Até a semana passada, dos 35 funcionários previstos nessa fase inicial,

Ricardo Amaral abriu empresa para cuidar de Vendas e Marketing da Royal Caribbean

faltavam dez posições para serem preenchidas, incluindo o cargo de gerente de Marketing.

EQUIPE

A empresa de Amaral também deverá representar a Pullmantur, que já estava sob a representação da Royal Caribbean, e a Acqua Viagens ganhará nome fantasia em breve. O call center da empresa continua no Brasil, sob a coordenação de Ricardo Amaral e com apoio da diretoria de Bob Tavadia, que fica na Royal em Miami. Alexander Haim, que já faz parte da equipe da Royal Caribbean, será o diretor de Vendas América Latina na nova estrutura, que conta ainda com Erika Aguilar, gerente de Vendas, Marcio Monte, diretor de Operações, e Diego Dantas, diretor de Planejamento e Mercado. “Também levei minha secretária, claro, a Paula Bottesini. Já o Alex Calábria e a Fernanda Dominicis são dois que deixam a Royal, por causa de projetos pessoais”, conta Amaral. “A mudança e o desafio são grandes, estou fazendo um investimento no meu negócio dessa vez e apostando em "comprar na baixa e fazer o negócio dar certo". Já tive momentos únicos na Royal, como a abertura dos escritórios no Brasil e no México, o case do Island Escape e esse é mais um, agora em novo modelo. As boas novidades da Royal continuarão”, finaliza Amaral.p

INFORMAÇÕES

Interessados podem enviar currículo para ddantas@rccl.com.br.

COMUNICADO

AO TR ADE A ROYAL CARIBBEAN ENVIOU COMUNICADO AO MERCADO, ANUNCIANDO A MUDANÇA DE ESTRUTURA NO BRASIL: “PREZADOS AGENTES DE VIAGENS,

Gostaríamos de comunicá-los sobre algumas decisões estratégicas, que mudarão o modelo de vendas e distribuição do grupo Royal Caribbean no Brasil. A partir de 1º de agosto, nossas marcas serão gerenciadas por um distribuidor exclusivo no Brasil, uma empresa de Ricardo Amaral. Como vocês sabem Ricardo atuou como vice-presidente regional para a América Latina e diretor geral Brasil, desde que abrimos nosso escritório corporativo em janeiro de 2009. Sob sua liderança, nossos escritórios do Brasil, México e representantes internacionais em vários países da América Latina atingiram sólidos resultados comerciais e um crescimento constante para nossos negócios. Desejamos ao Ricardo todo sucesso nessa transição que acontecerá ao fim de julho de 2016 em seu novo negócio como distribuidor exclusivo no Brasil e provendo serviços de Vendas e Marketing para a rede de representantes internacionais da América Latina. Nosso escritório no Brasil continuará aberto para atender todas as reservas existentes criadas até 31 de julho de 2016. A partir de 1º de agosto de 2016, todas as novas reservas serão feitas e gerenciadas por essa nova empresa em seu novo escritório. Os contatos serão providenciados separadamente. Nosso compromisso com os parceiros e hóspedes brasileiros continuará durante e após essa transição estratégica. Acreditamos que esse será o melhor modelo de distribuição para assegurar o melhor serviço e atenção aos nossos parceiros, e ao crescente número de hóspedes brasileiros viajando com nossas marcas em todo o mundo. Atenciosamente, Royal Caribbean Cruzeiros Brasil”


29 Consolidadoras

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>> Artur Luiz Andrade

Inimigos DESDE A FUSÃO DA REXTUR COM A ADVANCE, QUE, SE NO INÍCIO GEROU protestos e até revolta, depois virou case e inspiração, o setor de consolidação aérea não para de surpreender o mercado, mostrando que é preciso agilidade e flexibilidade nesses tempos desafiadores. Na semana passada a Esferatur, de Beto Santos e Carlos Vazquez, anunciou a contratação do antigo diretor de uma de suas concorrentes: Juca Lins, ex-Gapnet e irmão de um dos sócios da Flytour Gapnet, Ivo Lins, é o novo diretor São Paulo da Esferatur. Com a reestruturação na Flytour Gapnet, ficou decidida a saída de Juca Lins (leia mais sobre essa fusão nas páginas 14 e 16) e Beto e Vazquez acertaram em seguida sua contratação. "A chegada do Juca vai consolidar ainda mais nossa posição como segunda maior consolidadora do País e nos permitir expandir os negócios, também em outras frentes", disse Vazquez. Com a chegada de Lins, Juliana Abrantes, até então gerente da base São Paulo, passa a responder pela gerência nacional de Marketing e Relação com os Fornecedores, em promoção também decidida pelos dois sócios na semana passada. O case Juca Lins é apenas mais um nessa mexida de lideranças e executivos nas consolidadoras. Recentemente anunciamos Emerson Camilo trocando a Rextur Advance pela Flytour (hoje ele comanda a Flytour Gapnet); Cássio Oliveira saindo da Rextur Advance e ficando cerca de um ano na Air Tkt, para em seguida ser contratado pela Ancoradouro; Gustavo Adams deixando a Flytour e abrindo a Confiança em São Paulo; Charles Silva trocando a Sky Team pela Confiança no Rio Grande do Sul, entre outras movimentações. Nossa previsão é que essas novidades e mudanças se acelerarão. Há algumas aquisições sendo negociadas e fatalmente alguns executivos “sobrarão” e terão de achar novo rumo. Mesmo dentro

íntimos

da Air Tkt, o Jornal PANROTAS apurou que poderá haver a saída de um de seus fundadores (vale lembrar que a própria Esferatur já saiu e voltou à entidade). Uma carta enviada por um desses fundadores deflagrou

uma guerra de bastidores (e até comercial) que está longe de terminar. Juca Lins já tem e-mail na Esferatur (jucalins@esferatur. com.br) e seu celular é (11) 99996-7192.p

Juca Lins, novo diretor da Esferatur São Paulo


30 Aviação

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>> Maria Izabel Reigada – Brasília

Alerta

vermelho somar prejuízos de R$ 10 bilhões. O montante é o acumulado de sucessivos resultados negativos, diante do encolhimento da demanda aérea, acompanhando a economia nacional. Em maio último, as empresas aéreas registraram o décimo resultado mensal negativo consecutivo – e o pior em termos absolutos desde maio de 2012, segundo os dados da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). Entre janeiro e maio deste ano, Avianca, Azul, Gol e Latam transportaram 3,2 milhões de passageiros a menos que no mesmo período de 2015. O que parecia ser uma luz no fim do túnel, a Medida Provisória 714/16, que trata, entre outros temas, da ampliação do capital estrangeiro nas empresas aéreas domésticas, virou uma frustração. Originalmente, a MP propunha aumentar a participação do capital dos atuais 20% para até 49%, medida defendida pela Abear. O texto aprovado no Congresso, no entanto, elevou essa participação para 100%, fazendo com que o presidente interino Michel Temer garantisse que vetará esse ponto. Com o veto, nenhuma aérea brasileira receberá aporte maior que os 20% já permitidos hoje. Com os números vermelhos debaixo do braço, os presidentes da Tam, Gol, Avianca, Azul e Abear foram recebidos pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, na semana passada, exatamente um mês antes do início dos Jogos Olímpicos do Rio. “Fiz uma rápida síntese do momento vivido pela aviação e apresentamos os temas que hoje podem ter interferência do Executivo e do Legislativo, que dizem respeito à estrutura de custo do Brasil”, explicou ao Jornal PANROTAS o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz. Ex-ministro da Secretaria de Aviação Civil, o atual chefe da Casa Civil não ouviu muitas novidades. Um dos temas apresentados, a unificação da alíquota de ICMS do querosene de aviação (QAV) entre os Estados,

Divulgação/Câmara/Luis Macedo

ATÉ DEZEMBRO, AS QUATRO PRINCIPAIS COMPANHIAS AÉREAS BRASILEIRAS DEVEM

O deputado Giacobo (PR-PR), que presidiu a sessão da Câmara que aprovou a MP 714/16. Para o presidente da Abear, deputados interpretaram equivocadamente texto que tratava da tarifa de conexão

é uma das mais antigas demandas do setor, na pauta da Abear desde sua criação. “O que propomos é a unificação da alíquota com teto de 12%. Hoje temos 16 Estados que praticam esse índice ou alíquota menor, o que faz com que Estados percam competitividade, principalmente em relação aos destinos internacionais, onde esse imposto não existe”, explica o presidente da Abear. “Estamos propondo um valor médio.”

AS JABUTICABAS BRASILEIRAS Assim como o ICMS, cobrado no QAV apenas no Brasil, há uma série de particularidades na aviação brasileira – e o argumento mais utilizado pela Abear ao apresentar suas demandas é justamente o de igualar as condições de competitividade das aéreas brasileiras com as empresas internacionais. “Sabe quantos países, além do Brasil, não liberam a franquia de bagagem? Três. A Bolívia, a Venezuela e a Rússia”, lista Sanovicz. A Abear defende a liberação da franquia, o que “permite a prestação de um serviço mais customizado às necessidades de cada passageiro”, segundo a as-

sociação. Quem viaja apenas com bagagem de mão, assim, não pagaria o que não usa. “Hoje há uma injustiça tarifária”, define. O tema da liberação de franquia (com a cobrança à parte do despacho de bagagens, como fazem as empresas americanas em voos dentro dos Estados Unidos) faz parte da revisão das regras de condução do transporte aéreo, debatido até maio em audiências públicas promovidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Os institutos e órgãos de defesa do consumidor se opõem a essa mudança. Outro item em revisão trata da responsabilidade das empresas aéreas nos casos de atrasos e cancelamentos de voos por fatores climáticos. “É justo que a companhia aérea indenize o passageiro quando for responsável pelo cancelamento ou atraso do voo, mas queremos seguir as regras internacionais. Nenhuma companhia indeniza passageiro quando o aeroporto é fechado por uma nevasca”, defende o presidente da Abear. Segundo a Anac, as duas questões fazem parte da revisão das Condições Gerais do Transporte Aéreo (CGTA) e o setor técnico da agência analisa as cerca de 1,5 mil contribuições reunidas nas audiências. O


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resultado será a minuta de norma que deverá ser deliberada, em reunião de diretoria da Anac, para entrar em vigor. “Não existe um prazo regimental. No caso das CGTA, a minuta será finalizada após análise de todas as contribuições recebidas. A expectativa da agência é que a norma seja publicada ainda no segundo semestre deste ano”, disse a Anac, em nota.

Eduardo Sanovicz, presidente da Abear

MP 714/16

O aumento da participação do capital estrangeiro nas companhias aéreas não foi a única parte do texto da MP 714/16 que sofreu alterações para ser aprovado. A tarifa de conexão, outra questão defendida pelas companhias aéreas como necessária para assegurar a competitividade, foi barrada ainda no Plenário da Câmara. “Houve uma compreensão equivocada pelos deputados, que entenderam que estaria sendo criada uma tarifa de conexão. Na verdade, essa tarifa já existe desde 2012 e é paga por todos os passageiros, embora cerca de 35% dos passageiros façam voos com conexão no País”, esclarece o presidente da Abear. O que as empresas aéreas apresentaram ao ministro da Casa Civil foi o que classificam, novamente, como injustiça tarifária, diante da cobrança de passageiros que não fazem conexão. “Não se criaria uma nova tarifa,

mas a tarifa estipulada em 2012 seria reposicionada. A Abear defende que a cobrança da tarifa seja especificada no bilhete, assim como acontece com a tarifa de embarque há três décadas, sendo cobrada apenas daqueles que efetivamente fazem conexões”, defende, lembrando que o valor arrecadado não fica com as companhias aéreas, sendo repassado aos aeroportos, gerando, assim, bitributação. “São temas que conheço bem, porque vêm de longo debate”, disse o ministro da Casa Civil. “Sugeri às empresas o trabalho junto ao Legislativo e

ao Ministério dos Transportes e, no momento oportuno, a Casa Civil fará a intermediação desses interesses. O Código Brasileiro da Aeronáutica tramita no Senado e ainda neste ano será analisado”, afirmou, em nota. O trabalho vem sendo feito, continuamente. No dia do fechamento desta edição, na última quinta-feira (7), o presidente da Abear voltava a Brasília para audiência pública no Senado. O objetivo era debater o teto de 12% na alíquota de ICMS no querosene de aviação, entre os Estados. No mesmo dia, o Senado

EM C O N G O NH A S

marcou para 12 de julho o início dos trabalhos da Comissão Especial que examinará o PLS 258/2016, que institui o Código Brasileiro de Aeronáutica, no Senado. “O problema é que o que era urgente, agora é emergencial”, diz Sanovicz. Diante dos números, a emergência das soluções é evidente. Ou a antiga piada, que quem trabalha em aviação já ouviu – ou contou – em algum momento, será mais real do que nunca: “sabe o que é necessário para tornar-se um milionário da aviação? Ser bilionário”. p

BANCODEDADOS VOLUME DE PASSAGEIROS DOMÉSTICOS TRANSPORTADOS - 2016 (e a comparação com o mesmo mês do ano anterior) ll Maio – 6,8 milhões; - 9,9% ll Abril – 6,8 milhões; - 12% ll Março – 7,2 milhões; - 6,6% ll Fevereiro – 7,2 milhões; - 0,7% ll Janeiro – 9 milhões; - 2% VOLUME DE CARGAS DOMÉSTICAS TRANSPORTADAS – 2016 (e a comparação com o mesmo mês do ano anterior) ll Maio – 25,6 mil toneladas; - 14,6% ll Abril – 26,5 mil toneladas; - 6% ll Março – 26 mil toneladas; - 17% ll Fevereiro – 22,7 mil toneladas; - 7,8% ll Janeiro – 22,9 mil toneladas; - 15%

NO AEROPORTO DE CONGONHAS, EM SÃO PAULO, AS COMPANHIAS AÉREAS PODERÃO TER MAIS FLE-

xibilidade em relação aos atrasos aéreos. O ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Mauricio Quintella, revogou na semana passada uma resolução de 2014 que fixava regras mais rígidas

para as aéreas com slots em Congonhas – sob pena de perdê-los. Pela regra, as companhias aéreas poderiam perder slots se tivessem mais de 10% de voos cancelados e 20% de atrasos em determinado período, nas operações em Congonhas. A nova regra, publicada no Diário Oficial da União no últi-

mo dia 5, aumenta para 20% o limite para cancelamentos de voos e para 25% os atrasos. Para revogar a regra, o ministro dos Transportes alegou que a maior rigidez em Congonhas tinha o objetivo de permitir a entrada de outras empresas aéreas no aeroporto, especialmente a Azul.p

OS RESULTADOS DE 2015 (NA COMPARAÇÃO COM 2014) ll Demanda: + 0,8% ll Oferta: - 0,7% ll Ocupação média: 79,95% ll 94, 3 milhões de viagens domésticas, ou queda de 0,4% ll Cargas: 333,9 mil tonedas, ou queda de 10,9%

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INFORME PUBLICITÁRIO

Viagens corporativas

Mice no México tem vantagens únicas

Já não é pouca coisa para o México ser lembrado por suas praias paradisíacas, povo festivo e história rica em valor cultural. Afinal, não há quem negue esses atributos. Mas há ainda muito mais no país: o México é cada vez mais um dos principais destinos de viagens Mice – reuniões, incentivos, conferências e exposições – do mundo, recebendo mais de 266 mil encontros nessas categorias todos os anos, segundo o Centro de Promoção Turística do México (CPTM). Os destinos possíveis são vários. Cidade do México, Guadalajara, Mérida, Cancún, Riviera Maya, Riviera Nayarit, Puerto Vallarta, Los Cabos, Monterrey e León são os locais mais procurados para eventos Mice no país, afirma o CPTM. Uns cosmopolitas, outros mais tradicionais, e muitos deles com belas praias e paisagens. Mas todos preparados para receber eventos de alto nível. Esse segmento é impulsionado por vantagens únicas oferecidas pelo governo mexicano. Além do incentivo fiscal de 16% para organizadores de eventos turísticos de reuniões, o México dá, desde 2004, isenção total de Imposto de Valor Agregado (IVA) sobre convenções, feiras e exposições realizadas no país por estrangeiros. O benefício vale tanto para os serviços dos eventos – montagem, alimentação, equi-

pamento audiovisual, tradução e outros – quanto para as hospedagens pagas pelos convidados que chegam.

ECONOMIA E CONECTIVIDADE

São pelo menos 30 espaços para grandes eventos internacionais no México, aproveitando-se de uma economia que vem crescendo impulsionada por setores estratégicos: produção de aeronaves, automóveis, componentes eletrônicos e ainda energia renovável são algumas das atividades que se destacam. O México é o quarto maior exportador global de automóveis, e o maior produtor na América Latina. Também é líder em exportação de aparelhos de TV de tela plana em todo o mundo, o quarto em computadores, e um dos países mais atrativos para investimento em produção de energia solar fotovoltaica. Além de gerar uma grande força de trabalho e multiplicar o número de setores que podem organizar reuniões e eventos no país, esse cenário leva o México a ter a segunda maior economia da América Latina – atrás apenas do Brasil – e a 14ª do mundo. E, com tanta desenvoltura em produtos eletrônicos, é claro que os organizadores mexicanos levam equipamentos e infraestrutura de primeira linha aos eventos realizados por

lá. Somando todos esses fatores, não chega a surpreender – a não ser para quem ainda acha que o país se resume a praias e tequila – que o Mice gere nada menos que 890 mil empregos no país, e represente 15% de toda a receita do setor turístico mexicano. Outro fator que torna o destino privilegiado é sua posição geográfica. Com larga extensão territorial, o México liga os oceanos Atlântico e Pacífico e se coloca como investimento mais barato que o vizinho Estados Unidos. Inclusive, é um mercado muito viável para os próprios norte-americanos: são nada menos que 113 mil voos anuais entre as duas nações, de acordo com o CPTM. Para os vizinhos do sul, também há facilidade: na América Latina, são 20 aeroportos com voos diretos para o território mexicano (Brasil incluso).

CONFORTO E GASTRONOMIA

Quer ainda mais argumentos? Que tal a história milenar do país, que foi casa de civilizações ancestrais e tem diversos sítios arqueológicos preservados? São milhares de museus espalhados pelo México, e 33 sítios culturais reconhecidos pela Unesco. Tudo isso contribui para criar um cenário interessante para eventos corporativos, e para que seus frequentadores possam, nas horas va-

gas, aproveitar para conhecer mais de algumas das civilizações mais antigas da história. Além, é claro, de hotelaria e gastronomia que correspondem à expectativa dos mais exigentes. Com uma das cozinhas mais marcantes da culinária global, o México tem três dos 50 restaurantes mais bem avaliados do mundo. E mais de 320 mil quartos em hotéis quatro e cinco estrelas, combinados com destinos que, além do trabalho, podem trazer belas paisagens, diversão, festas e muito mais. A pergunta que resta, se é que há alguma, é: por que não realizar seu evento no México?

BANCODEDADOS ll 266 mil eventos Mice por ano ll 30 locais para eventos internacionais ll 320 mil quartos em hotéis 4 e 5

estrelas ll 113 mil voos anuais ligando o México aos Estados Unidos ll 10,1 mil entre México e Canadá ll 6,5 mil entre México e Europa ll 152 mil quilômetros de estradas

Fonte: CPTM

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IVA de hotéis devolvido aos estrangeiros O MINISTÉRIO DO TURISMO DA ARGENTINA ASSEGUROU QUE EM BREVE SERÁ REGULAMENTADA A MEDIDA, CRIADA EM 2001, QUE DEVOLVE O IMPOSTO sobre Valor Agregado (IVA) aos turistas estrangeiros no hotéis. Os 21% cobrados atualmente na hospedagem seguirão sendo faturados, mas depois serão reembolsados ao consumidor por meio de seu cartão de crédito. Como disse o ministro do Turismo, Gustavo Santos, recentemente, no Brasil, a exclusão do IVA nesses casos permitirá aos estabelecimentos argentinos reduzir suas tarifas hoteleiras. A espera por essa medida, que já dura longos anos, está terminando, e ela será implementada “o quanto antes for possível”, segundo o ministro. “O objetivo da medida é ganhar em competitividade e gerar um impacto imediato no fluxo de turistas de países vizinhos, que são os que demoram mais para agendar as viagens e tiveram a maior queda nos últimos anos”, disse Santos, acrescentando que a renúncia fiscal do imposto será compensada pelos ingressos extras de turistas na Argentina. Ainda estão por se confirmar detalhes

do procedimento, mas sabe-se que o formato será o de seguir faturando o imposto, para depois devolvê-lo aos hóspedes estrangeiros. Assim, o impacto da decisão dependerá, principalmente, da comunicação da “real tarifa” do hotel aos consumidores. Sobre os outros pormenores do funcionamento da devolução, Gustavo Santos disse que “há um antecedente de uma lei que possibilitaria a aprovação mais rápida. Assim não seria necessário criar uma nova legislação, com todo o tempo que leva para ser elaborada”.

CRÍTICAS

A medida, da forma que está sendo planejada, sofreu críticas da Federação Argentina das Agências de Viagens e Turismo (Faevyt), pois o critério de devolução dos 21% dissolveria o impacto das tarifas menores na cadeia de comercialização. A isso, o ministro argentino garantiu que a lei representará uma “verdadeira vantagem comparativa” para todo o setor de Turismo, e não simplesmente um benefício extra a um segmento – no caso, a hotelaria. A Faevyt promete se apegar às pro-

Comercializar estadas em hotéis da Argentina vai ficar mais vantajoso com a devolução do IVA aos turistas

messas do ministro, de que a cadeia turística argentina não será excluída do raio de alcance da ação. “Confiamos e apostamos no compromisso do ministro Santos de que participaremos da iniciativa”, comentou o presidente da federação, Fabricio Di Giambattista. Segundo ele, as esquipes técnicas da entidade e do Ministério do Turismo estão trabalhando juntos para estudar como será essa integração. Para Giambattista, o efeito real e

significativo da isenção do IVA exige que as agências já possam, em suas ações, ofertar o valor final que turistas terão de pagar. “É fundamental que o desconto apareça claramente no valor da viagem cobrado do passageiro, pois de outro modo a iniciativa se dilui”, alertou. “Seguiremos trabalhando para que as agências possam mostrar ao cliente o preço final que irá pagar, sem que isso gere uma carga administrativa para cada empresa do setor”, prometeu. p


SurFACE

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Despedida

Aniversário

O Parque da Mônica comemorou um ano de funcionamento este mês. Localizado no shopping SP Market, na capital paulista, o espaço aproveitou a data para apresentar o musical Cadê o Sansão?. O responsável pela criação do espetáculo foi um dos filhos do criador da turma e diretor da Mauricio de Sousa Ao Vivo, Mauro de Sousa. "A atração foi criada especialmente para o aniversário do parque e conta com músicas inéditas e usa bastante da tecnologia e da interatividade com a plateia", afirmou o diretor. 

Nelson Oliveira deixou a Alatur JTB na última semana de junho. O executivo ocupava o cargo de diretor da Unidade de Viagens a Lazer. A mudança faz parte de uma reestruturação do setor, que passa a integrar a célula de viagens vip, sob a gestão do vice-presidente Gregório Polaino. Quem assume a unidade no dia a dia é o gerente geral Julio Cardoso, também responsável pelo atendimento dos clientes A+. O e-mail pessoal de Nelson Oliveira é ndo@uol.com.br. 

Cruzeiro com impacto social

Mais uma empresa da Carnival Corporation tem representação no Brasil. Trata-se da Fathom, representada no País pela Discover Cruises, com sede no Rio de Janeiro. A empresa tem cruzeiros com a proposta de contato aprofundado com as comunidades locais. A bordo do Adonia, para 704 passageiros, a empresa faz cruzeiros de sete noites partindo de Miami com destino a Cuba. “O produto Cuba está em alta e para a Discover Cruises é uma alegria poder representar mais uma empresa do grupo Carnival Corporation”, diz o diretor da Discover, Pablo Zabala. “A Fathom tem esta proposta de interação com as comunidades locais e pegada social. Acreditamos que o produto será bem aceito pelo consumidor e trará bons negócios para os agentes de viagens”, completou o diretor da Discover, que representa também a Princess Cruises; Cunard Line; Holland America Line; Uniworld Boutique River Cruises; e Hurtigruten. O site da Discover é o www.discovercruises.com.br. 

Carreta-cinema

O Turismo mexicano prepara uma nova campanha de promoção do país junto aos agentes de viagens brasileiros. E, dessa vez, preparou um equipamento especial. O Conselho de Promoção Turística do México (CPTM), junto com redes hoteleiras e companhias aéreas que atuam no destino e operadoras brasileiras, vai promover um roadshow no interior paulista com um caminhão que possui, dentro de sua carreta estilizada, um auditório e cinema para que os destinos e parceiros apresentem seus atrativos. A intenção, claro, é intensificar as viagens de turistas brasileiros para o México, que, de janeiro a abril de 2016, já contabilizam 91,4 mil pessoas. 

Adonia, navio da Fathom que faz cruzeiros para Cuba e República Dominicana, a partir de Miami

Ponto a ponto  León Hence é o novo comandante das Operações da Amadeus na América Latina e Caribe.  A Travel Ace anunciou Roberto Oliveira como novo diretor comercial.

 Vinícius Lummertz reassumiu o posto de presidente da Embratur. Margarita Perez Villaseñor, cônsul do México em São Paulo, e Diana Pomar, do Conselho de Promoção Turística do México


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Homenagem

No último dia 30, a cúpula do Skal Club São Paulo se reuniu para debater sobre a ONG Projeto Âncora, parceira da associação. Com a presença do presidente da Skal, Aristides Cury, e do presidente do Projeto Âncora, Walter Teixeira, o evento promoveu um debate muito rico sobre educação e as propostas de aprendizado trazidas pela ONG, que evita a reprodução da estrutura de ensino antiquada de via única, onde não há troca entre professores, alunos e colegas. Por ter disponibilizado a veiculação de uma campanha da ONG no Jornal PANROTAS, o presidente da editora Guillermo Alcorta foi homenageado por Walter Teixeira com uma obra da artista Luciana Mariano, reproduzindo um dos espaços mais característicos do projeto, o circo. p

Contratado

A Associação Internacional de Turismo LGBT (IGLTA) anunciou a contratação de Clovis Casemiro, para o cargo de coordenador da associação no Brasil. Com isso, Casemiro passa a integrar a equipe internacional da IGLTA. A posição dentro da associação é nova e foi criada para encorajar um maior envolvimento entre as empresas de Turismo e as que recebem e operam turistas LBGT no Brasil — um dos maiores mercados para o segmento na América do Sul.p

Nova diretora

A Atlantica Hotels anunciou Michele Tavares como nova diretora comercial. Na função, ela deverá elaborar estratégias para atrair demandas de hospedagens e de eventos para todos os hotéis da rede, além de aprimorar os padrões e modelos comerciais, mantendo contato diário com os departamentos de Business Intelligence, Revenue Management, escritórios comercias e também com a diretoria de Suporte à Implantação. Para entrar em contato com Michele, envie um e-mail para mitavares@atlanticahotels.com. br ou ligue no (11) 3531-4814.p



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