R$ 11,00 - Ano 25 - nº 1.285
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6 a 12 de setembro de 2017
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A Copa do Mundo, a Olimpíada e seus esperados legados foram ofuscados por um mar revolto de lama e violência na Cidade Maravilhosa. As consequências para a indústria de Viagens e Turismo foram reversas: hotéis com baixíssima ocupação, imagem desgastada no Brasil e no Exterior, patrocinadores fugindo dos grandes eventos, o Rio nas páginas policiais. Um jornal carioca chegou a criar uma editoria “Guerra do Rio”. Exagero? Realidade? Fato é que não há Turismo sem uma cidade que seja boa para seu cidadão. Não há atividade turística que resista à falta de planejamento e verbas, à insegurança para moradores e visitantes, a um prefeito que não entende a vocação da cidade que governa, a roubos e desvio de verbas de setores fundamentais, como educação e saúde, e à falta de comando para combater o crime. E agora, Rio? É o que perguntamos às principais lideranças do destino. Que caminhos devem ser seguidos rumo à recuperação? Afinal, se o Rio sofre, o País inteiro também é penalizado. Mas não é que ainda há quem ache que a culpa é da imprensa...
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PERNAMBUCO 1 – Esferatur: US$ 1,4 milhão (+120%) 2 – Sky Team: US$ 571 mil (+104%)
CAMPEÃS ESTADUAIS
3 – GS Travel: US$ 479 mil (-42%)
As consolidadoras aéreas brasileiras totalizaram US$ 180 milhões em vendas de passagens internacionais em julho, aumento de 47,29% sobre o mesmo mês de 2016. O número representa mais da metade dos US$ 337 milhões vendidos pela indústria no período.
5 – High Light: US$ 333 mil (+34%)
4 – Flytour Gapnet: US$ 346 mil (+61%)
Confira o resultado por Estado: MINAS GERAIS SÃO PAULO
1 – Picchioni/PVT: US$ 6,6 milhões (+97%)
1 – Rextur Advance: US$ 24 milhões (+32%)
2 – Rextur Advance: US$ 2,6 milhões (-2%)
2 – Sakuratur: US$ 23 milhões (+345%)
3 – Esferatur: US$ 1,3 milhão (+67%)
3 – Esferatur: US$ 13 milhões (+72%)
4 – Flytour Gapnet: US$ 995 mil (+ 23%)
4 – Flytour Gapnet: US$ 12 milhões (+21%)
5 – Confiança: US$ 139 mil (-19%)
5 – Ancoradouro: US$ 8,5 milhões (+31%) São Paulo responde por quase US$ 100 milhões do total de US$ 180 milhões vendidos pelos consolidadores.
RIO DE JANEIRO 1 – High Light: US$ 5 milhões (sem crescimento) 2 – Rextur Advance: US$ 3 milhões (+89%)
PARANÁ
3 – FlytourGapnet: US$ 2 milhões (+24%)
1 – Esferatur: US$ 4 milhões (+45%)
4 –Esferatur: US$ 2 milhões (+63%)
2 – Rextur Advance: US$ 2,4 milhões (+36%)
5 – ITS: US$ 983 mil (+14%)
3 – Brementur/BRT: US$ 2,3 milhões (+43%) 4 –Frontur: US$ 1,9 milhão (+16%)
RANKING NACIONAL
5 – Flytour Gapnet: US$ 784 mil (+6%)
Fonte: Relatório ESmash /Julho de 2017
RIO GRANDE DO SUL
SANTA CATARINA
1 – Sky Team: US$ 5 milhões (+11%)
1 – Esferatur: US$ 7 milhões (-12%)
2 – Flytour Gapnet: US$ 2 milhões (+32%)
2 – Rextur Advance: US$ 1,4 milhão (+156%)
3 – Esferatur: US$ 798 mil (+ 1%)
3 – Sky Team: US$ 1 milhão (-6%)
4 – Confiança: US$ 781 mil (-46%)
4 – Brementur/BRT: US$ 689 mil (+46%)
5 – High Light: US$ 127 mil (+25%)
5 – Flytour Gapnet: US$ 322 mil (+242%)
LEIA NESTA EDIÇÃO Páginas 10 e 11 Competitividade dos receptivos e DMCs resulta em maior profissionalização do setor Página 12 Aeroportos devem ser a segunda maior fonte de receita da Amadeus Página 16 a 19 O que faz de Jericoacoara a nova queridinha do Turismo nacional Páginas 22 a 24 Corporativo: quatro dicas para se aperfeiçoar em revenue management
Página 26 Testamos o Staybridge Suites São Paulo Página 28 e 29 Club Med com nova diretora e as agências corporativas campeãs no aéreo internacional
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Editorial
1º lugar: Rextur Advance, com US$ 37 milhões, crescimento de 33% 2º lugar: Esferatur, com US$ 31 milhões e aumento de 37% 3º lugar: Sakuratur, com US$ 23 milhões e incremento de 350%. 4º lugar: Flytour Gapnet, com US$ 21,6 milhões, aumento de 30% 5º lugar: Sky Team, com US$ 10 milhões e aumento de 37% 6º lugar: Ancoradouro, com US$ 9,8 milhões, incremento de26% 7º lugar: Princess Travel, com US$ 7 milhões, crescimento de 434% 8º lugar: Picchioni/PVT: US$ 6,6 milhões, aumento de quase 100% 9º lugar: High Light, com US$ 6,5 milhões, e pequeno incremento de 7% 10º lugar: Confiança, com US$ 6 milhões e queda de 6%
> Artur Luiz Andrade > artur@panrotas.com.br
O mês dos eventos Setembro chegou e com ele a Abav Expo e todos os eventos-satélite que orbitam a seu redor, mesmo que as empresas organizadoras não estejam expondo na feira das agências de viagens. Trata-se de um fenômeno que se acelerou nos últimos anos: companhias preferem eventos individuais, próprios, em que convidam uma quantidade limitada de clientes. Às vezes são eventos de relacionamento comercial puro, disfarçados como debates edificantes, workshops com conteúdo elevado, algo nunca antes feito na indústria. Culpa das grandes feiras, como a Abav, que encareceu bastante o custo para os participantes. Culpa do modelo das mesmas grandes feiras. Culpa do mundo on-line, que cria às vezes uma falsa impressão de personalização, o que guia ações no universo físico de eventos e promoções, quando, na verdade, é mais massa do que uma feira ou
exposição. Culpa da preguiça de algumas empresas, que precisam justificar verbas alocadas para ações de relacionamento e, com isso, acabam, sem estratégia, poluindo o calendário do Turismo. Culpa também da falta de união do setor e também da desunião forçada, para que cada quinhão (financeiro mesmo) seja resguardado. Um dos setores mais desunidos e competitivos e que pode ilustrar essas práticas é o de representações de destinos e empresas internacionais no Brasil. Em uma semana podemos ter um workshop sobre Estados Unidos, outro sobre Nova York e Miami, outro sobre Orlando, uma quarta ação com Las Vegas e uma quinta, inovadora, com a Pensilvânia. Mas não é tudo Estados Unidos? Precisam mesmo dividir as atenções do trade na mesma semana? A passagem aérea estava barata naquela semana? Querem
aproveitar a força que ainda há nas grandes feiras e participar delas sem estar nelas? É muito evento se vendendo por mais do que vale (em preço e conteúdo). Muita agenda fake. Muito recurso dispendido sem planejamento e estratégia. Muita entidade vivendo de eventos. Muitas ações se justificando com posts em redes sociais e notinhas na imprensa setorizada. Os gringos não conhecem as ferramentas do Google? Do translate ao analytics? Vamos debater seriamente esse assunto? Como o Turismo está gastando seu dinheiro? Como está se relacionando? Como as grandes feiras devem se posicionar? Por que todo mundo quer apenas São Paulo se o Brasil tem um potencial tão grande em todas as regiões? São Paulo precisa de uma grande feira B2B? De duas? Três? Nenhuma? Com a palavra, vocês, especialistas. E investidores.
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S
UE Q A T DES
DO PORTAL
PANROTAS
de 24/08 a 30/08
1 Decolar.com vende quase o
dobro da CVC no internacional – em 29/08
2 Cruzeiros e aéreas se
preparam para furacão nos EUA – em 25/08
3 Rextur Ad., Esfera e Sakura
lideram vendas internacionais – em 24/08
4 Quais as maiores vendedoras de internacional por Estado? – em 28/08
5 Primeiro A380 a voar está ‘’parado’’ há três meses; entenda – em 24/08
6 CVC vende + de 50%
10 Trend segmenta marcas em
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MEDIA PARTNER
Lazer e Corporativo; confira – em 25/08
11 Veja os promovidos e
contratados da semana no Turismo – em 25/08
12 Certificação para A320neo deve beneficiar Avianca e Azul – em 28/08
13 Orinter fará workshop para 200 agentes focado em EUA – em 25/08
14 Saiba como a Teresa Perez se
defendeu da crise em 2016 – em 25/08
PARCERIA ESTRATÉGICA
ASSOCIAÇÕES
15 Por que você deve destruir seu tíquete após concluir o voo? – em 28/08
do internacional entre operadoras – em 29/08
7 De rejeitada aos 600 mil paxs: 20 anos de Forma Turismo – em 25/08
8 Conheça 6 lugares feitos para aparecer no Instagram – em 25/08
9 Agaxtur, Trend, CVC e muitas
outras contratam; veja vagas – em 28/08
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PRESIDENTE
José Guillermo Condomí Alcorta CHIEF EXECUTIVE OFFICER (CEO) José Guilherme Condomí Alcorta (guilherme@panrotas.com.br)
CHIEF EVENTS OFFICER (CEVO) Heloisa Prass
CHIEF TECHNOLOGY OFFICER (CTO) Ricardo Jun Iti Tsugawa REDAÇÃO
CHIEF COMMUNICATION OFFICER (CCO) E EDITOR-CHEFE: Artur Luiz Andrade (artur@panrotas.com.br) EDITOR: Renê Castro (rcastro@panrotas.com.br) Coordenadores: Rafael Faustino e Rodrigo Vieira Projetos especiais: Eduarda Chagas Reportagens: Beatrice Teizen, Brunna Castro, Henrique Santiago, Karina Cedeño, Raphael Silva e Renato Machado Estagiários: Janize Viana, Leonardo Ramos, Marcos Martins, Marina Marcondes (RJ) e Victor Fernandes Fotógrafos: Emerson de Souza, Jhonatan Soares e Marluce Balbino (RJ) MARKETING Analista: Erica Venturim Marketing Digital: Sandra Gonçalves DIREÇÃO DE ARTE Diagramação e tratamento de imagens: Erick Motta, Pedro Moreno e William Martins COMERCIAL Executivos: Flávio Sica (sica@panrotas.com.br) Paula Monasque (paula@panrotas.com.br) Priscilla Ponce (priscilla@panrotas.com.br) Rene Amorim (rene@panrotas.com.br) Ricardo Sidaras (rsidaras@panrotas.com.br) Tais Ballestero de Moura (tais@panrotas.com.br) Assistente Comercial: Ítalo Henrique (italo@panrotas.com.br) Novos Negócios: Francisco Barbeiro Neto FALE CONOSCO Matriz: Avenida Jabaquara, 1.761 – Saúde | São Paulo - Cep: 04045-901 Tel.: (11) 2764-4800 Brasília: Flavio Trombieri (flavio@panrotas.com.br) | Tel: (61) 3224-9565 Rio de Janeiro: Simone Lara (simone@panrotas.com.br) | Tel: (21) 2529-2415/98873-2415 MARKETING DE DESTINOS Pires e Associados (jeanine@pireseassociados.com.br) ASSINATURAS Chefe de Assinaturas: Valderez Wallner Para assinar, ligue no (11) 2764-4816 ou acesse o site www.panrotas.com.br Assinatura anual: R$ 468 Impresso na Referência Gráfica (São Paulo/SP)
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04 > Renato Machado
Tempos difíceis para o Rio ERA 21 DE AGOSTO DE 2016, QUANDO O MUNDO ASSISTIU À CERIMÔNIA QUE ENCERRAVA OS
Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Bilhões de pessoas viram por plataformas diversas o que foi uma das edições mais belas do grande evento esportivo. “Valor incalculável”, diziam sobre a exposição positiva da cidade e do Brasil perante o mercado internacional. O futuro mais atrelado ao Turismo era dado como consequência natural para o Rio de Janeiro. Um ano depois e a capital fluminense volta ao noticiário estrangeiro, desta vez com confrontos entre facções e o exército nas ruas e intimando cidadãos inocentes. As imagens de violência rodam o mundo enquanto Estado e País enfrentam uma de suas mais profundas crises financeiras e políticas (vale lembrar que o ex-governa-
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dor Sérgio Cabral está preso, acusado de roubo e desvio de dinheiro público, e outras autoridades do Estado e do município aparecem diariamente em escândalos que explicam por que o Rio está sem dinheiro e sem recursos para investir em segurança, saúde, educação e outras áreas que afetam moradores e turistas). Ingredientes que afastam o potencial visitante daquele que poderia ser o destino a elevar o Brasil de patamar na indústria de viagens mundial. Afinal, décadas se passaram e o Rio de Janeiro ainda é a imagem mais forte do Brasil enquanto destino turístico para estrangeiros. Diante de um cenário de impotência das autoridades estaduais e municipais, desde o final de julho o governo federal colocou à disposição da cidade efetivos das Forças Armadas, da Força Nacional de Segurança e da
Tomaz Silva/AgÍncia Brasil
Destinos
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Polícia Rodoviária Federal. “Defender a integridade da população, preservar a ordem pública e garantir o funcionamento das instituições” foram à época as justificativas do presidente Michel Temer parar colocar o plano em ação. A operação confirmava que a situação no Rio de Janeiro fugira do controle. O cenário que ainda persiste na cidade (com 100 policias mortos só este ano, a maioria à paisana) cerceia a liberdade, principalmente, de sua população. A consequência direta se reflete nos mais diversos segmentos que movem a economia fluminense, dentre eles o Turismo. “Isso é extremamente negativo para qualquer cidade, para qualquer País”, afirma a presidente da Abav-RJ, Cristina Fritsch. “Uma sociedade civil em que, para se andar na rua, tem que ter exército, isso não é normal.”
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EXÉRCITO NAS RUAS Autoridades ouvidas pelo Jornal PANROTAS enxergam a ação (das Forças Armadas) como positiva, apesar de não ser a ideal. Em geral, o sentimento é de que a situação crítica dos últimos meses não deve persistir por muito tempo – os efeitos no Turismo, porém, precisam ser estudados e tratados com cautela. O olhar jurídico do presidente da Comissão de Turismo da OAB-RJ, Hamilton Vasconcellos, dá o panorama da ação federal. “A segurança pública é um direito fundamental do indivíduo e, dessa maneira, uma obrigação com a qual o Estado deve arcar. Diz-se isso, sobretudo, porque para o exercício dos demais direitos fundamentais, como o direito ao lazer e à educação, depende de um ambiente em que os cidadãos estejam seguros e possam se locomover com segurança”. Vasconcellos ainda faz um paralelo com a indústria de Viagens, afirmando que as obrigações acima citadas também valem para o turista: “para transitar, explorar e conhecer uma cidade é necessário um ambiente de sensação de segurança”. O secretário de Turismo do Estado do Rio de Janeiro, Nilo Sérgio Felix, acredita que em breve essa “segurança e sensação de segurança serão devolvidas à população carioca e fluminense". “Entendemos que isso é passageiro, mas neste momento precisamos de uma ação mais dura, mais pesada, que possa
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Hamilton Vasconcellos, presidente da Comissão de Turismo da OAB-JR
controlar esse banditismo”, completa. Antes de se comprometer com respostas mais assertivas como a de Felix, o presidente do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade da CNC, Alexandre Sampaio, diz estar na expectativa pelos resultados das operações conjuntas entre as esferas governamentais. “Eu espero que ela (a medida do governo federal) consiga, mesmo que sendo pontual e temporária, produzir os efeitos que eles imaginam que vão produzir.” “Não houve mais como varrer os problemas para debaixo do tapete”, critica o presidente da Embratur, Vinicius Lummertz: “acabou o tapete”. “O Governo Federal está ajudando na par-
ceria de segurança, mas existe muito trabalho pela frente. A crise é profunda”, atesta ele, que lançou programa de ajuda ao Rio (leia na página 08). À frente da ABIH-RJ, Alfredo Lopes prega o planejamento para ações como esta. “Não tem milagre, se quiser fazer uma coisa com profundidade e não só um patrulhamento como o da Olimpíada, vai levar algum tempo”, afirma, reconhecendo que este “é o início de um caminho que a gente precisa trilhar”. Caminho, no entanto, que poderia ter se iniciado antes, segundo Cristina Fritsch. “Essa ação acontece hoje, mas no começo do ano nós fizemos uma reunião na ABIH-RJ com ministros,
Cristina Fritsch, presidente da Abav-RJ
Embratur, autoridades do Turismo, preocupados com o carnaval”. “Naquela ocasião, as associações de Turismo pediram através do ministério que fosse feita uma intervenção ostensiva na cidade, nós pedíamos ainda que a Embratur e o ministério também fizessem uma promoção maior do Rio. E nada disso foi feito.” Pelo contrário, o atual prefeito do Rio, Marcelo Crivella, entrou em choque com a comunidade turística e do samba ao cortar a verba das escolas para o desfile. Para o réveillon, foram colocadas cotas de patrocínio para a festa dos fogos (estes pagos pela hotelaria) e nenhuma empresa se interessou. A crise do Rio afetou duramente sua imagem.
Vinicius Lummertz, presidente da Embratur
E O Q UE FA Z E R ? A NECESSIDADE DA PROMOÇÃO DO RIO DE JANEIRO COMO DESTINO PARECE SER O PEDIDO UNÂNIME. PARA O PRESIDENTE DA EMBRATUR, VINICIUS
Lummertz, “a iniciativa privada poderá ser mais solidária, mas é o Estado que precisa dar mais apoio e liberdade para os empresários trabalharem”. É este setor privado que ainda “salva” o Turismo no Rio, segundo a presidente da Abav-RJ, Cristina Fritsch. “Se não fosse a iniciativa privada nós não faríamos a metade do que tem sido feito. Graças à iniciativa privada, dos empresários do Turismo, seja hotelaria, bares, restaurantes, agentes de viagens de receptivo. Todo mundo faz a sua parte, mas o governo não tem feito a parte dele.” Pelo contrário, os últimos governantes e dirigentes estão sendo investigados por roubo e dilapidação do patrimônio público.
Sonia Chami, do Rio CVB, comenta sobre seu calendário de visitas a mercados emissores até o final do ano. “As notícias negativas é que afastam os turistas, então estamos indo para lá para gerar pautas positivas”, afirma, citando encontros a serem realizados com o trade de Goiânia, Brasília, São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre. Para o presidente da ABIH-RJ, Alfredo Lopes, “a iniciativa privada não tem recursos pra fazer ações de promoção de destino, isso é política de governo”. O hoteleiro defende um plano de eventos e a sua devida divulgação. Nominalmente, Lopes fala sobre o projeto “Rio de Janeiro a Janeiro”. Uma parceria entre as pastas do Turismo, Cultura e Esporte busca estruturar um calendário de eventos com o intuito de atrair mais turistas para a capital fluminense. A expectativa é que 150 eventos sejam realizados até dezembro de 2018. Para auxiliar essa atração, o gover-
no federal quer investir R$ 200 milhões – R$ 150 milhões em patrocínios e os outros R$ 50 milhões em promoção direta dos eventos. O “Rio de Janeiro a Janeiro” deve iniciar já na virada deste ano e, além do réveillon, engloba a promoção da maratona do Rio, abertura do campeonato brasileiro de futebol, Rio Montreux Jazz Festival, Rock in Rio e Comic Con. “O Rio de Janeiro possui infraestrutura para receber mais de um grande evento por mês e não pode desperdiçar essa oportunidade. A cidade não possui somente uma vocação e deve variar, pois o segmento Mice pode influenciar positivamente na retomada do Turismo”, defende Hamilton Vasconcellos. “Além disso, o interior do Rio de Janeiro possui uma cultura e atrativos turísticos variados e que atraem muitos turistas internacionais, como franceses e ingleses para Paraty e argentinos para Búzios", cita o presidente da Comissão de Turismo da OAB-RJ. Apesar de promessas como a do “Rio de Janeiro a Janeiro”, Cristina Fritsch, da Abav-RJ, ainda é reticente. “A gente não tem na verdade uma gestão séria de Turismo em nível federal. Como vai se fazer uma ação contínua trocando ministros a toda hora? O Turismo é a pasta mais menosprezada do governo”, desabafa. > Continua na pág. 06
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VENENO PARA UM DOS POSSÍVEIS RESPONSÁVEIS POR ESSA PROMOÇÃO INTERNACIONAL, IMPOTENTE PERANTE UM ORÇAMENTO CONTINGENCIADO DE US$ 15 milhões no ano, é Vinicius Lummertz. Ele mesmo concorda: “a imagem do Rio de Janeiro no Exterior piorou muito”. “Isto prejudica o Turismo internacional, prejudica também a imagem do País como um todo. É um veneno para a reputação do Brasil”, alerta o presidente da Embratur. Opinião que não é dividida com a da presidente do Rio Convention Bureau, Sonia Chami. A executiva reconhece o “momento sensível” da cidade, mas afirma que as imagens do exército nas ruas geram um efeito positivo no mercado internacional, que enxerga a preocupação do governo com a segurança. “Nos grandes eventos, as Forças Armadas sempre estiveram presentes, desde a Eco-92 na verdade”, relembra. “A crise não atinge apenas o Rio, mas o País. Essa falta de segurança e a crise econômica são nacionais. A diferença é o destaque que o Rio ganha por ser protagonista”, afirma Sonia Chami. Este foi um discurso também adotado pelo secretário
Alexandre Sampaio, presidente do Cetur-CNC
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Nilo Sérgio Felix e pelo presidente da ABIH-RJ, Alfredo Lopes. Com a ciência de que “segurança é um problema do Rio”, Felix lamentou “a dimensão que a mídia dá ao assunto segurança no Rio. As notícias positivas demoram e, às vezes, nem saem”. Na mesma toada, Lopes afirmou que, “o problema no Rio não é que a cidade é a mais violenta do
Brasil, mas porque parece ser a mais violenta do mundo”. “A realidade não é boa, mas não é tão ruim quanto parece”, complementou. Para Hamilton Vasconcellos, da OAB-RJ, “com as ações que estão sendo tomadas, acredito que a discussão da segurança passará para segundo plano e voltaremos a falar sobre a beleza e os encantos do Rio se Janeiro”.
EFEITO NEGATIVO
Alexandre Sampaio crê que o Rio de Janeiro como produto está “deteriorado”. “Talvez não adiante fazer uma promoção agora, com a falta de recursos do governo federal via Embratur para poder promover”, opina. “À iniciativa privada cabe, como a CNC fez, divulgar o impacto.” O presidente do Cetur-CNC cita um estudo da entidade realizado recentemente e que estimou que o Turismo do Estado do Rio de Janeiro perdeu, em 2017, com o aumento da violência, R$ 320,8 milhões – valor que representa 42% das perdas do ano até maio (R$ 768,5 milhões). Uma queda que equivale ao faturamento de quatro dias e meio do Turismo local. A CNC afirma no estudo que, “para cada aumento de 10% na criminalidade, a receita bruta das empresas que compõem a atividade turística do Estado recua, em média, 1,8%”. A presidente da Abav-RJ, Cristina Fritsch, defende que o impacto negativo é nacional. “A questão de segurança e a imagem do Rio impactam no País todo. O noticiário que hoje fala do Brasil é mostrando essa situação
atual do Rio de Janeiro.” Cristina Fritsch vai além e critica o atual prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella. “Apesar do esforço do pessoal da Riotur em buscar patrocínios nos eventos, réveillon e carnaval, na minha visão a nova administração não é sensível ao Turismo”, opina. “Em nível de prefeitura, de prefeito em si, não me parece que o foco seja o Turismo, embora o Rio seja evidentemente uma cidade turística.” “Obviamente que qualquer situação que passe pela segurança abala diretamente o Turismo”, afirmou Nilo Sérgio Felix. “Isso é em tudo quanto é lugar do mundo, no Rio não é diferente.” Na opinião do secretário de Turismo do Estado, toda a indústria perde em meio a crises como esta. “É hotel, restaurante, agências, locadoras. Quando você tem problema de segurança, você não afeta um, afeta vários setores. O Turismo impacta 52 setores da economia”, conta. Já para Alfredo Lopes, da ABIH-RJ, é o seu segmento, a hotelaria, o mais afetado. “Porque é onde tem maior capital investido. Quando não há turistas, o avião voa para outro lugar, o agente vende outro bilhete, mas o hotel não pode mudar de lugar, está atrelado ao destino.”
TURISMO EM BAIXA Independentemente da crise de segurança, o Turismo na cidade do Rio de Janeiro vem sofrendo baixas seguidas desde o fim da Olimpíada. A hote-
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O BRASIL PORCENTAGEM DAS PERDAS DE RECEITA NO TURISMO DO RIO POR SEGMENTO – 1º tri/17
laria, citada por Lopes, viu sua rede na cidade praticamente dobrar e não ser acompanhada pela demanda. Só na capital, levantamento da Sindhotéis Rio mostra que a hotelaria da cidade é composta hoje por 855 estabelecimentos de hospedagem – divididos entre 45,4 mil quartos em hotéis, flats e motéis; e 15,3 mil leitos em pousadas, pensões, albergues e outros. Os resultados acumulados do ano quantificam estas baixas. Levantamento interno da ABIH-RJ mostra que a ocupação dos hotéis da cidade, entre janeiro e junho, caiu de 60,67% para 51,33%. Segundo relatório do Fohb, a cidade do Rio de Janeiro lidera as quedas no Brasil em ocupação, diária média e Revpar
Sonia Chami, presidenteexecutiva do Rio Convention & Visitors Bureau
(receita por quarto disponível). É evidente que se deve levar em conta que o comparativo é feito com o ano anterior, que foi de resultados fora da curva diante da realização dos Jogos Olímpicos. Mesmo assim, casos de hotéis fechados ou com ocupação de menos de 10% se tornaram rotina. Somando números de janeiro a julho, a taxa de ocupação na cidade ficou em 50,19%, contra 58,83% do mesmo período de 2016, segundo o Fohb. A diária média caiu 16,5%, de R$ 346,69 para R$ 289,32. Já a receita por quarto disponível foi o dado com maior baixa: 28,8% — o Revpar foi de R$ 203,95 para R$ 145,22. Na prática, a derrocada é ilustra-
Fonte: CNC
da em medidas como as adotadas pela Accor Hotels em suas unidades vizinhas Ibis Rio de Janeiro Porto Atlântico e Novotel Rio de Janeiro Porto Atlântico, inauguradas no ano passado. Com queda acentuada na demanda, os hóspedes do Ibis (255 quartos) têm sido direcionados para o Novotel (195 apartamentos), enquanto o primeiro é mantido inoperante e em “stand-by”. Um porta-voz da companhia afirma que se trata de uma “readaptação meramente operacional, tanto de hóspedes quanto de funcionários”. “O Rio de Janeiro poderia estar crescendo 20% ao ano no Turismo”, lamenta o presidente da Embratur, Vinicius Lummertz. “Os investimentos de mais de R$ 30 bilhões, entre os maiores da história no mundo, poderiam estar retornando. Não estão. O efeito, ao contrário, está sendo perverso, com o dobro de apartamentos de hotéis, a taxa de ocupação caiu. Isto é o oposto do que aconteceu em Barcelona.” Além disso, diversos escândalos envolvendo a Olimpíada começam a pipocar, de superfaturamentos e acordos escusos com autoridades ao não plantio das mudas levadas pelos atletas na abertura do evento, por falta de dinheiro. Mais uma vez, a presidente do Rio Convention Bureau, Sonia Chami, prefere ver o cenário de forma diferente. “Eu tenho escutado das grandes redes hoteleiras a intenção deles de continuar investindo no Rio de Janeiro. É impressionante como eles acreditam e acham que é um momento passageiro”, afirma, para completar: “quem entende do negó-
cio está investindo e se mantendo no Rio”. Exemplo disso foi a Rede Hilton, que comprou uma unidade da rede Windsor, que por sua vez teve de vender o hotel que era “a joia de sua coroa”, para fazer caixa frente aos baixos resultados do destino. “Nós estamos muito otimistas, eu nunca vi uma fase em que todos estivessem juntos trabalhando, a iniciativa privada e todas as esferas do governo, com objetivos concretos. Isso que está levantando muito a autoestima do carioca”, continua.
PROJEÇÕES
Uma coisa é certa nas previsões de resultados daqui para frente: os números da Olimpíada perseguirão a indústria no Rio de Janeiro. Mesmo assim, o mercado tenta se adaptar à nova realidade, que já mostra seu perfil para os próximos grande eventos da cidade: mais brasileiros, menos estrangeiros. A presidente da Abav-RJ, Cristina Fritsch, afirma que procura e reserva, tanto para réveillon quanto para carnaval, estão 50% abaixo do esperado para agosto (em comparação com 2016). Mas ainda assim ela faz um adendo, lembrando que, “no ano passado, a gente estava apenas um pouco melhor e ainda assim chegamos a uma média na taxa de ocupação dos hotéis de 80%”. “A nossa maior procedência é de brasileiros e, como eles deixam para o último momento, a gente vai ver esses números crescerem”, aposta Sonia Chami. “Ainda estamos longe, mas a gente está bem otimista com a ocupação.” Alfredo Lopes cita outro evento, lembrando que “mesmo com todos esses problemas, o Rock in Rio vendeu 600 mil ingressos”. p > Continua na pág. 08
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RIO QUER AJUDA PRIVADA EMPRESA MUNICIPAL RESPONSÁVEL PELO TURISMO DO RIO DE JANEIRO, A RIOTUR GARANTE ESTAR FAZENDO O POSSÍVEL PARA MINImizar o impacto da violência na cidade. O presidente Marcelo Alves reconhece que a situação é crítica, mas crê que a sensação de insegurança esteja sendo dissipada após a chegada das Forças Armadas, embora “esse seja um processo de inteligência, que requer um longo prazo”. Ciente de que essa mazela afeta a chegada de turistas do Brasil e do mundo ao Rio de Janeiro, Alves traça uma série de ações e medidas para amenizar o impacto na principal fonte econômica da cidade. Uma delas é a inclusão da guarda municipal nas ruas, já que essa é a esfera que cabe à Riotur como órgão municipal. “Onde há guarda, há força. Não existe essa questão de os agentes de segurança intimidarem os turistas. Quem eles intimidam são os bandidos. Basta ver em Nova York, onde adotaram tolerância zero com qualquer medida que fuja dos critérios de seguridade e resolveram os problemas quase em sua totalidade. É isso que queremos com as forças municipais, militares e agora federais. O lugar dessas tropas é nas ruas”, compara. Mas o principal foco da Riotur está na atração de parcerias público-privadas. Desta maneira, os Centros de Informação Turística do Rio de Janeiro, ou Ciats, espalhados em 18 pontos turísticos da cidade, estão sendo apresentados à iniciativa privada, para que ajudem, em parceria com o poder público, a administrá-los. Eles são compostos pelas guardas municipal, civil e polícia militar, além do departamento de conservação de patrimônio da prefeitura. “O Rio de Janeiro é a maior vitrine do Brasil e certamente a iniciativa privada tem interesse em nos
Marcelo Alves, presidente da Riotur
ajudar a custear esses e outros projetos para juntos modificarmos ao quadro. Esse é um projeto que parece simples, mas custa dezenas de milhões de reais para ser efetivo e precisamos dessas parcerias. O mesmo acontece com os programas Lapa Presente e Lagoa Presente.”
DEMANDA X OFERTA A queda no número de turistas para Alves não é tão drástica quanto apontam alguns. Acontece que, em sua opinião, a diminuição neste índice é agravada pelo aumento repentino no número de quartos (por repentino leia-se o incentivo da Prefeitura do Rio para construção
de hotéis para a Copa e a Olimpíada). “Um ano atrás tínhamos 20 mil quartos, número que hoje é de 58 mil”, afirma o presidente da Riotur. “O número de visitantes caiu pouco, mas não estamos conseguindo preencher essa alta oferta hoteleira”, reconhece, não sem otimismo. “Precisamos de notícias boas e elas chegarão conforme a segurança na cidade é intensificada. Temos hoje a maior e melhor oferta hoteleira da América do Sul e estou seguro de que vamos aumentar a demanda.” Para ele, o Rio de Janeiro continua lindo e cheio de vocação para bem receber o visitante, faltam alguns ajustes, “que chegarão em breve”. “Em 2018 teremos um grande evento por mês. Estamos potencializando esses grandes acontecimentos para
MAIS RIO,
M A IS B R A SIL A EMBRATUR, RESPONSÁVEL PELA PROMOÇÃO DO PAÍS NO EXTERIOR, APRESENTOU NO FIM DA SEMANA PASSADA O programa "Mais Rio, Mais Brasil", que prevê a “priorização de ações voltadas para o Rio de Janeiro em todas as ferramentas de promoção e apoio à comercialização organizadas pelo instituto”. O objetivo é claro: amenizar o impacto da repercussão negativa que a imagem do Rio de Janeiro, principal portão de en-
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trada do Turismo internacional, vem sofrendo “por conta da violência urbana e do momento econômico difícil da cidade e do Estado”. Afinal, qualquer arranhão na imagem do Rio ganha uma dimensão maior pelo status do destino, o que acaba afetando todo o País. “O Rio atravessa uma fase difícil. Uma realidade que se revela nas páginas dos jornais e nos sites de notícias do Brasil e do mundo. São em momentos como este que devemos unir forças
que as empresas privadas tenham a sensibilidade de que é importante apostar na maior vitrine do País. Elas têm resultado quando usam o Rio como marketing.” Por falar em evento, o “afastamento” da prefeitura municipal dos maiores chamarizes do Rio de Janeiro, carnaval e réveillon, é inexistente, na visão de Marcelo Alves. “O fato de não podermos investir com dinheiro público é pela crise na qual a cidade e o Estado se encontram, não porque desejamos. Todos os municípios fluminenses estão com problemas em todas as esferas. Até onde cabe a nós, o trabalho de marketing está sendo feito e reitero aqui a importância do setor privado participar. É o que estamos buscando.” (Rodrigo Vieira)p
– governo, sociedade civil e iniciativa privada – para redesenhar o futuro. O Turismo é a saída que o Rio de Janeiro tem de sustentabilidade econômica para se reerguer”, destaca o presidente da Embratur, Vinicius Lummertz. No Brasil, um a cada três turistas estrangeiros visita o Rio de Janeiro, deixando na cidade R$ 3,5 bilhões. De acordo com a Secretaria de Turismo do Estado, cerca de 200 mil empregos diretos e 600 mil indiretos são ligados ao setor. “O Estado investiu R$ 30 bilhões para sediar os grandes eventos dos últimos anos na capital. O Rio está preparado para ser a sede da mudança do panorama do Turismo no País”, afirma Lummertz. Ele destaca ainda a capacidade da capital fluminense em atrair e sediar grandes atrações culturais, esportivas e, principalmente, turísticas, com grande capacidade de impulsionar a economia local. p
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10 Receptivos
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>> Rodrigo Vieira
Outros tempos OS DIAS EM QUE OS RECEPTIVOS ERAM TAXADOS PELO MERCADO COMO “TODOS IGUAIS” FICARAM NO PASSADO. ESTE elo da indústria vem deixando o amadorismo de lado e a competitividade entre os players aumenta conforme crescem os investimentos em produtos, marketing, tecnologia, infraestrutura e serviços. Ainda assim, este é um dos setores do Turismo com maior espaço para crescer no Brasil (tanto inbound quanto outbound), e vai ganhar a concorrência quem oferecer a combinação perfeita entre bom atendimento, transporte de qualidade, expertise no destino e inovação. Prova de que o terreno ainda é grande para crescer é a TPI, um dos braços da JTB Americas, holding da gigante japonesa JTB Corporation. No final de 2015, a empresa contratou o Oswaldo Freitas para dirigir suas ações no Brasil. “Começou do zero em 2016”, como classifica o diretor de Vendas, que já cresceu 150% e deve fechar 2017 com o faturamento previsto para 2018. “Os operadores brasileiros acreditaram em nosso trabalho”, comemora o executivo, que tem em seu currículo mais de duas décadas em tradicionais operadoras do País. Uma das empresas que “acreditou” no trabalho da TPI foi nada mais nada menos do que a maior operadora brasileira. Certamente a CVC representa o maior impulso para essa antecipação das metas do receptivo da JTB Americas nos Estados Unidos, no Canadá e no Havaí. Todo passageiro CVC em Nova York, Flórida e Califórnia agora é recebido por profissionais TPI. “Padrão de qualidade, preços e prestação de serviços recomendados Equipe completa da TPI no Brasil. Atrás estão Paula Azeredo, Simone Santos, Nathalia Pizzotti, Mariana Sylos, Marilia Oliveira, Rita Guimarães, Elcio Cattin; e sentadas, à frente, estão Vitória Neves, Camila Trajano e Mariana Ignati
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Oswaldo Freitas, diretor de Vendas da TPI para o Brasil: “receptivos e DMCs não são todos iguais. Essa generalização foge do que entendo como prestação de serviço”
foram os trunfos do receptivo para vencer a concorrência”, segundo o diretor de Produtos Internacionais da CVC, Fábio Mader. A TPI tem 22 escritórios próprios na América do Norte: 14 nos Estados Unidos, cinco no Canadá e três no Havaí, que é tratado à parte dos Estados Unidos por ter operação robusta no arquipélago e ligação latente entre os japoneses e o destino. No Brasil, seu escritório próprio tem dez colaboradores, de Vendas a Operações, e Freitas garante que o trade nacional tem todas as informações necessárias nesta base paulista. São quatro linhas de atendimento: Tour Series, similar ao clássico produto da “irmã” europeia Tumlare, isto é, com guias brasileiros acompanhando grupos desde o aeroporto
de origem, além de atendimento 24 horas; City Escape, uma linha mais flexível para o passageiro de lazer tomar suas próprias decisões, sem pacotes engessados, e para isso conta com a consultoria TPI; Mice, que trabalha com agentes e casas de incentivo e “que esse ano vem muito bem”, segundo Freitas; e Fit, também individual, “em que se busca um diferencial, para tirar um pouco do valor de concorrência com as OTAs e com o mercado geral”, ilustra o dirigente. Este último é similar aos conhecidos city packages, uma linha de pacote com duas ou três opções de hotéis por categoria, dando ao cliente a possibilidade de fazer a combinação das várias cidades em que a TPI possui escritório. “O segredo por trás de tudo é o idio-
ma. O brasileiro que viaja ao Exterior atingiu tal nível de exigência que não suporta mais ruídos na comunicação com seus guias. Hoje, a TPI garante 100% de atendimento em português onde atua, seja em Honolulu, Montreal, Toronto, Quebec, São Francisco, Los Angeles... Isso faz parte do nosso DNA. Assim competimos por tarifas hoteleiras e linhas de serviço com as OTAs e o mercado como um todo. Para isso utilizamos sistema”, revela o diretor de Vendas regional. “Receptivos e DMCs não são todos iguais. Essa generalização foge do que entendo como prestação de serviço. O grande diferencial é a forma com que se trata o cliente. Quando eu buscava um receptivo, minha preocupação era como o cliente final seria tratado no local, e isso não mudou. Hoje, do lado de cá, a única coisa que mudou é a percepção de como enxergar as coisas. Se naquela época eu cobrava o fornecedor, hoje eu cobro do meu colaborador o que esperava quando era cliente: alto padrão de serviço, capacitação constante e atenção a cada turista”, conclui o ex-Nascimento e Soletur. Se nos Estados Unidos, um dos principais destinos de brasileiros no Exterior, o trabalho é complexo, o que se pode dizer dos chamados exóticos? Walter Soares, diretor da Mondo Travel Marketing, que representa aproximadamente 20 DMCs com foco em sudeste asiático, Índia, Egito e Emirados Árabes, reconhece a dificuldade, mas concorda com Oswaldo Freitas quando o assunto é profissionalização deste mercado. “Os países com que trabalho têm de-
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manda mais específica. Cada viagem tem de ser trabalhada de uma maneira, pois não são destinos usuais. A boa notícia é que existe uma profissionalização grande neste mercado. As DMCs estão investindo forte para responder à demanda de tecnologia. Normalmente cada DMC cria sua própria plataforma, pois os trabalhos são muito específicos, e a plataforma de um receptivo nem sempre serve aos outros”, aponta Soares, cujas DMCs representadas atingem principalmente grupos de incentivo. “O nível está tão personalizado que algumas de nossas parceiras já têm plataformas white label para as agências corporativas.” Para ele, as DMCs estão acompanhando o movimento da própria indústria do Turismo, isto é, se tornando mais dinâmicas, personalizadas e ágeis. Em relação ao idioma, Walter Soares alerta que nos destinos exóticos a qualidade pode ser comprometida na escolha de guias brasileiros. “São países em que o know how do habitante local é fundamental, e como o passageiro de incentivo geralmente tem alto nível de educação, ele consegue lidar bem com uma língua estrangeira como inglês ou espanhol.” Para o operador, a evolução dos DMCs e receptivos mais do que bem-vinda, era essencial, “pois esse elo da indústria representa 70% na venda de um pacote”, avalia o diretor de Produtos Nacionais da Flytour Viagens, Daniel Firmino. “A concorrência entre os receptivos de alguns anos para cá fez o serviço dessas empresas prosperar em uma série de aspectos. Elas não podem ficar mais restritas ao in and out. Por exemplo, alguns anos atrás pouquíssimos ofereciam atendimento 24 horas. Era muito limitado. Evoluíram também em tecnologia, capacitação dos guias e na parte informativa, não só sobre o destino, mas também suporte às necessidades do passageiro.” Acima de tudo, a maior importância está na documentação desses terceiros, na visão do presidente da mesma operadora, Michael Barkoczy. “Nem prosseguimos com o diálogo se a empresa não tiver todas as apólices dos carros, seguros, entre outras medidas preventivas”, aponta. “Depois disso os critérios são, além da expertise no
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destino, a pontualidade, a apresentação dos guias e dos carros, desde os trajes até o nível de educação, de tratamento ao cliente. Nossos diretores checam item por item, in loco. Quando se trata de destinos internacionais, falar o português deixou de ser diferencial para ser requisito básico. É obrigação.” Exemplo de como os receptivos evoluíram no doméstico é a Atalaia, de Fernando de Noronha, que completa 25 anos em 2017. A empresa criou uma linha de luxo, Atalaia Unique, voltada a passageiros que demandam discrição, experiências particulares, serviços especiais e dedicação total de seus guias bilíngues. A Atalaia é do grupo Luck Receptivos, líder do setor no Nordeste, que, em mais uma prova da profissio-
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Daniel Firmino, da Flytour Viagens. “Os receptivos representam 70% na venda de um pacote nacional”
nalização do setor, vai atacar de franqueadora para além de seus cinco Estados de atuação. "Estamos terminando todo o processo com uma consultoria especializada em
franchising, e a ideia é abrir unidades em todo Brasil, sem restrições. Já temos propostas de vários interessados em abrir franquia conosco", afirma o diretor Gustavo Luck. p
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O próximo
grande negócio SEU PASSAGEIRO TEM UM VOO NO FIM DA TARDE PARA MADRI. ESTÁ TRABALHANDO QUANDO RECEBE A MENSAGEM COM
seu bilhete eletrônico, poltrona e as condições de trânsito rumo a Guarulhos. O check-in foi feito automaticamente com base em seu perfil de viajante. Em breve, um carro da própria companhia aérea (ou aeroporto) estará à espera. O futuro é door to door. Caso haja atraso previsto, ele também terá conhecimento para aproveitar o horário da melhor maneira possível. Chegando no aeroporto, encosta o smartphone em um terminal de atendimento, que imediatamente reconhece os dados e entrega o caminho mais fácil ao portão de embarque, não sem antes recomendar um restaurante ou loja com base em suas preferências. Para despachar a bagagem, não é necessário falar com ninguém. É só deixar no autoatendimento e a partir daquele momento o usuário saberá exatamente onde estão suas malas até chegar no destino. O futuro é self. As palavras para avaliar como será a experiência do passageiro são grafadas em inglês porque grande parte dessas etapas já é realidade lá fora. Vão chegando à América Latina conforme o sistema aeroportuário da região, puxado pelo Brasil, se inclina às privatizações. Quem está de olho nessas oportunidades são as (poucas) empresas de tecnologia para a indústria da aviação, como a Amadeus, que, conforme os terminais vão sendo privatizados, enxerga a possibilidade de colocar sua divisão de infraestrutura aeroportuária como a segunda maior fonte de receita da empresa no Brasil, atrás apenas da distribuição, ou GDS. “Por toda engenharia de dados e expertise que temos no setor, há evidências
de que daremos um salto gigantesco na agregação de sistemas de aeroportos. Depois do GDS, que decolou no passado, o sistema de aeroportos é a nova área de maior possibilidade de negócios na Amadeus”, avalia o diretor de Vendas de Airline para a América Latina e Caribe da companhia, Gustavo Murad. Em 2000, o Brasil contava com 0,23 passageiro aéreo per capita, número que hoje triplicou para 0,6, enquanto nos Estados Unidos é acima de três passageiros por habitante.
PRIVATIZAÇÃO
Ciente de que nossa região representa um modelo de mercado diferente do restante do mundo, os trabalhos vão prosperando no Brasil à medida em que os aeroportos começam a ser privatizados. No final de agosto, uma boa notícia para a Amadeus: mais 14 terminais brasileiros passarão de público para privado no ano que vem, dentre os quais unidades em São Paulo (Congonhas), Recife, Maceió, Cuiabá (Várzea Grande) e Vitória. A companhia mantém diálogo próximo com a Infraero e Secretaria de Aviação Civil para saber quem são as favoritas a ganhar as concessões, além de estar em contato com as atuais administradoras dos aeroportos privados. “Esse é nosso estágio atual. Saber quem vai privatizar o que, como se desenvolve uma licitação. Estamos de olho nessa lista. Como havia poucos players neste mercado, a maneira de desenvolver uma licitação estava muito limitada em um determinado fluxo. O Brasil está vivendo este momento agora e precisa pensar 20, 30 anos adiante, tem de usar tecnologia inovadora para que o terminal não se encontre defasado em cinco anos”, avalia Gustavo Murad.
Gustavo Murad, diretor de Vendas de Airline para a América Latina e Caribe da Amadeus
PRODUTOS
Mas no que consiste a tal integração da tecnologia aeroportuária? Enquanto a demanda de uma companhia aérea gira em torno de sistemas de precificação, estruturação, rotas, equipamentos e distribuição de assentos, a de aeroportos é um pouco diferente. Um terminal internacional tem em média 400 contratos para gerir, e este é um dos pontos mais críticos. Serviços, estabelecimentos comerciais, restaurantes, caterings, limpeza, manutenção, publicidade... há todo um universo aeroportuário antes de se chegar aos contratos com as protagonistas, isto é, as próprias aéreas. Administrar todos esses itens já seria uma tarefa desafiadora, se não fosse o gerenciamento de infraestrutura, utilização de pista, quantidade de ônibus para embarque remoto, pontos de check-in, segurança, fingers, displays de informação... “A Amadeus oferece não só o software, mas a aplicação em si. Esse é nosso core, embora também ofereçamos con-
sultoria aos interessados”, explica Murad. Dito desta maneira, e com o avanço tecnológico notório nos dias atuais, pode parecer simples conciliar todos esses itens em uma só solução, mas “hoje identificamos uma falta de integração gritante entre tecnologia de aeroportos e os agentes que ali operam, pois tudo isso é uma cadeia de processos e as informações não são devidamente compartilhadas”, completa. Um exemplo desta falta de integração: os aeroportos têm informação muito limitada sobre os passageiros que vão utilizá-lo. Os terminais sabem exatamente os voos que operam, mas mais importante do que saber quantos passageiros são, é fundamental saber quantos homens, mulheres, crianças, poder aquisitivo, preferências, perfil de cada cliente. Gustavo Murad lamenta que isso fique limitado ao banco de dados das aéreas. “Todos os estudos da Amadeus a respeito do tema mostram que hoje o fator mais importante para os passageiros aéreos é a experiência de viagens. Como ele se sente durante toda jornada. É o que todos buscam, e é algo intrinsicamente ligado com a integração entre companhia aérea e aeroporto", analisa o diretor de Vendas de Airline para a América Latina e Caribe.
BAGAGENS
A cobrança pelo despacho de bagagens iniciada no País há mais de três meses foi natural para a Amadeus, pois essa é uma prática aplicada no mundo todo, com a qual a companhia já trabalhava. Murad garante que a companhia domina a gestão Airline no País, com duas aéreas utilizando Navitaire e duas Altéa. Acima de tudo, a Amadeus defende a prática, tal como defende a livre tarifa no setor e vê como urgente um trabalho para a queda no imposto sobre o querosene de aviação. p
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Aviação
App da GOL garante agilidade aos clientes TIRE UMA SELFIE E PRONTO! CHECK-IN REALIZADO. PARECE FICÇÃO CIENTÍFICA, MAS ESSA É A REALIDADE DO APLICATIVO
da GOL. Disponível para dispositivos com sistema operacional iOS e Android, o app tem diversas funcionalidades, como o Selfie Check-in, um recurso pioneiro no mundo que usa o reconhecimento facial para a realização do check-in. Com a ferramenta, o usuário pode fazer a gestão completa de seu voo pelo celular ou tablet. “Todas as funcionalidades do nosso aplicativo fazem parte de um novo momento da GOL. Nosso objetivo é otimizar o tempo das pessoas, inovando sempre para trazer praticidade e agilidade em todas as etapas de sua experiência conosco, seja com o uso da tecnologia ou repensando processos”, explica a gerente de Canais Digitais e E-commerce da GOL, Lilian Santos Faria.
GESTÃO DO VOO
Para começar, o usuário pode comprar as passagens pelo próprio aplicativo. Basta apontar a câmera para o cartão de crédito e pronto. Após a compra, é possível realizar o check-in pelo app com até sete dias de antecedência da data do voo. Agora ainda mais simples, o check-in pode ser feito com a foto do rosto do passageiro. O cartão de embarque fica salvo no próprio celular e pode ser apresentado no aeroporto. No app, o usuário pode ainda acompanhar o status do voo e é informado caso haja alguma alteração. A função ajuda a manter o passageiro sempre informado sobre a sua viagem. Caso o viajante precise antecipar o horário do voo, o aplicativo também oferece essa opção. A alteração pode ser feita gratuitamente a partir de seis horas antes da decolagem. Para clientes Smiles Diamante o voo pode ser antecipado para qualquer horário do mesmo dia.
GEOLOCALIZAÇÃO
O aplicativo traz ainda a funcionalidade Trânsito até o aeroporto. Com um sistema de geolocalização, ele indica o tempo estimado de deslocamento até o local. A partir de quatro horas antes do voo, o usuário recebe notificações do trânsito. A ideia é justamente ajudar os passageiros a não perderem a viagem, mas no caso de imprevistos, com o app é possível adiar ou antecipar o voo conforme disponibilidade. Para clientes que estacionam no aeroporto, o aplicativo também pode
ser uma boa ferramenta. Se solicitado, ele salva a localização aproximada do carro. Assim, na volta, fica fácil saber onde está o veículo.
CONSULTAS
Com informações claras e objetivas, o aplicativo responde perguntas frequentes dos passageiros na opção Viaje sem dúvidas. Lá está explicado, por exemplo, qual é o limite de bagagens, os procedimentos de check-in e como viajar com animais. Caso ainda haja dúvidas, os contatos de atendimento da GOL estão disponíveis no app.
No app, também é possível consultar o extrato de saldo de milhas do programa de fidelidade Smiles. Além disso, a ferramenta traz informações sobre a sua categoria no programa. Por fim, o aplicativo traz a função Voe junto , importante para os pais de crianças que viajam desacompanhadas. Por meio de notificações, os responsáveis conseguem acompanhar todas as etapas da viagem do menor. Tudo pensado para oferecer mais tranquilidade aos clientes da GOL.
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EM MINAS GERAIS, A GASTRONOMIA É MAIS DO QUE ARTE. É A MELHOR PARTE DA VIAGEM.
A mistura de cores, aromas e temperos. A criatividade dos pratos. A dedicação dos cozinheiros. Em Minas Gerais, a gastronomia surpreende os paladares mais exigentes do planeta. Não é à toa que nossos queijos estão entre os melhores do mundo. Nossas cachaças e cafés são premiados dentro e fora do país. E os pratos da nossa culinária atraem cada vez mais turistas. Acesse minasgerais.com.br/maisgastronomia e venha se encantar com os nossos sabores.
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> Karina Cedeño - Jericoacoara (CE)
Vocação para
paraíso
A Lagoa do Paraíso, em Jeri, faz jus ao nome
ENQUANTO ALGUNS BRASILEIROS ATRAVESSAM OCEANOS E LEVAM MAIS DE UMA DEZENA DE HORAS DE VOO
para visitar destinos paradisíacos ao redor do mundo, outros preferem ir mais perto para encontrar lugares repletos de belezas naturais e cenários de tirar o fôlego. Afinal, no Brasil há inúmeros lugares cujo nome poderia facilmente ser substituído por “paraíso”. Um deles é Jijoca de Jericoacoara, no Ceará. O município de nome difícil está mais acessível aos turistas por meio de voos diretos da Gol (fretados pela CVC e regulares) e da Azul. Mas nem sempre foi assim. Até junho deste ano, apenas os mais aventureiros conseguiam chegar ao destino, após encararem 300 quilômetros de estrada desde Fortaleza.
Jericoacoara (conhecida carinhosamente por Jeri), que há 20 anos era uma pequena vila de pescadores sem energia elétrica, hoje é um dos principais destinos turísticos do litoral brasileiro, sendo considerado o número um da América Latina e o terceiro melhor do mundo pela mais recente edição do prêmio Travelers’ Choice - Destinos em Alta do Tripadvisor. Mas o que faz desse lugar tão incrível? Para os que chegam de regiões agitadas e grandes cidades como São Paulo ou Rio de Janeiro, Jeri é outro Brasil: sem prédios, trânsito, asfalto e postes nas ruas (toda rede elétrica é subterrânea), o destino chama a atenção logo nos primeiros minutos pelo silêncio, paz e simplicidade que transmite. As casas com redes penduradas na entrada e as crianças brincando nas ruas de areia mostram as raízes de nosso País que foram soterradas A areia branca em contraste com o céu azul é um dos cenários mais bonitos de Jeri
Mesmo sem postes, as ruas de areia são bem iluminadas durante a noite
pelo ritmo louco dos grandes centros urbanos e pela correia do cotidiano. Para muitos, esse é o novo luxo. Ao chegar em Jeri, a primeira coisa a se fazer é trocar o tênis pelo chinelo, já que a vila é totalmente pé na areia. E mesmo que as ruas não tenham postes, o visitante logo descobre que a iluminação pública não deixa a desejar, principalmente em noites de lua cheia, sem contar as luzes das inúmeras lojas, barraquinhas, restaurantes (veja no box), bares e supermercados, tudo embalado por um clima noturno bastante animado, mesmo durante a semana. Jericoacoara pulsa no ritmo do forró, e há até uma rua que leva o estilo musical no nome. É na rua do Forró que turistas e moradores se unem por meio da dança, e um dos locais mais frequentados é o Forró Dona Amélia. Com show ao vivo e um arrasta-pé que anima a pista, o turista ainda pode dar a sorte de participar de uma quadrilha de festa junina se for a época. Os dias são repletos de opções de passeios, e as dunas sem dúvida estão entre os mais convidativos. A areia branca e macia em contraste com o
azul do céu resulta em uma das mais belas paisagens brasileiras, e a adrenalina e os gritos ao descer as dunas em um bugue ou um 4x4 são equilibrados pela imensidão silenciosa do local. Aqui e ali avistam-se algumas lagoas formadas pela água da chuva, e é possível alugar pranchas para descer os 30 metros de altura da Duna do Funil e deslizar até uma pequena lagoa, colocando à prova suas habilidades físicas para subir de volta ao topo da duna. Para completar o passeio, dê um pulo até as lagoas Azul e do Paraíso, que são próximas e dividem a mesma areia. Naquelas águas cristalinas é possível relaxar nas redes parcialmente mergulhadas ou tomar um drinque nos restaurantes que ficam à margem e oferecem frutos do mar frescos. Se o objetivo é relaxar em um lugar mais privado, o Alchymist Beach Club, localizado na Lagoa do Paraíso, oferece um cenário digno de filme, com diversos bangalôs brancos em meio à praia e uma piscina privada com vista para o mar. Os que buscam uma opção completamente diferente de atividade irão se encantar com uma visita ao berçário > Continua na pág. 18
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No final do dia é tradição reunir-se na Duna do Pôr do Sol
O Mangue Seco
Camarão no abacaxi é especialidade do Rústico e Acústico
O ND E C O MER AS OPÇÕES DE RESTAURANTES EM JERI SEMPRE POSSUEM ALGUM DIFERENCIAL. CONFIRA ALGUMAS DAS MAIS INTERESSANTES:
RÚSTICO E ACÚSTICO
O local faz jus ao nome com suas mesas de madeira e toalhas de crochê colorido, trazendo um cardápio que é um verdadeiro menu musical, com pratos levam nomes como o Salmão Canto de Ossanha e Camarão Águas de Março. Vale a pena provar o camarão no abacaxi e o crepe de Nutella com morango.
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dos cavalos-marinhos. Basta um passeio de canoa pelo rio Guriú para ter a oportunidade de ver de perto esses adoráveis seres, além de caranguejos e outros animais. A fauna que vive neste mangue está bem preservada, já que os nativos são orientados a conservá-la pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). No final do dia, é tradição ir até a Duna do Pôr do Sol para observar o que o nome já diz. É lá que boa parte dos moradores e turistas se reúne para assistir aos últimos raios de sol e também às rodas de capoeira. Mas há também a opção de ver a despedida do astro rei bem próximo à Pedra Furada, um dos principiais cartões postais do destino. Para chegar lá, caminhe dois quilômetros pela Praia da Malhada (caso a maré esteja baixa) ou pela trilha do Serrote, lembrando que a grande atração dos meses de junho e julho é fotografar o pôr do sol através do arco formado pela pedra. Mas não só estes locais compõem as belezas do destino. Na parte oeste de Jeri está um dos mais bonitos cenários que o turista verá: o Man-
gue Seco. Após atravessar o rio Guriú, a mudança de vegetação revela árvores altíssimas com galhos alaranjados, dos quais pendem redes e balanços bastante convidativos, tendo como testemunha o mar em tons de verde e azul turquesa. Os mais corajosos podem subir ao topo das árvores para observarem a paisagem lá de cima, enquanto os que ficam lá embaixo matam a sede com água de coco e frutas regionais nas barracas próximas. Do topo de um mirante é possível avistar as distantes dunas de Tatajuba e a lagoa de mesmo nome que, além das redes mergulhadas e restaurantes às margens, revela um grande tesouro: a pequena barraca da dona Delmira Chagas. Por trás de todas as conchas, cocos e artesanatos à venda, estão histórias impagáveis que ela guarda na memória. Acompanhada por seu papagaio, dona Delmira se acomoda no vão do muro de tijolinhos, na pose das famosas namoradeiras de janela, para contar aos turistas os causos ocorridos em Tatajuba. Ela
As mesas da Barraca do Didi ficam dentro da lagoa
SERAFIM
O restaurante com nome de anjo traz menus criativos e com ingredientes bem harmonizados, oferecendo pratos como o Peixe no Coco e Sinfonia de Frutos do Mar. Também não deixe de provar os drinques da casa, elaborados com ingredientes diversificados.
BISTRÔ CAIÇARA
Com renomados chefs, o local se destaca pela qualidade dos pratos com frutos do mar e oferece um ambiente bastante acolhedor. No térreo há uma loja com artesanato local e souvenires.
BARRACA DO DIDI
Um dos grandes diferenciais do local é o fato de as mesas ficarem dentro da lagoa, e os peixes e lagostas oferecidos são frescos e temperados na medida certa. p
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acompanhou como ninguém a evolução da vila - e também sua ruína, quando na década de 1980 fortes ventos fizeram as dunas soterrarem 150 casas e igrejas da região. Até hoje é possível ver, sob as densas camadas de areia, partes de telhados e construções mais altas aparecendo discretamente, e Delmira expõe em sua barraca uma foto da igreja onde foi batizada, que hoje possui apenas duas paredes. Sua família foi uma das que resistiram fortemente às dunas, e teve de abandonar a casa assim que percebeu que não conseguiria mais abrir a porta de entrada. Desde então, os moradores passaram a construir a Nova Tatajuba, hoje composta por casas de pescadores. Mas as histórias de dona Delmira vão muito além, e envolvem ainda o naufrágio de um navio de contrabando em 1915, do qual ainda é possível avistar a carcaça. “É ao redor dele que muitos moradores veem luzes misteriosas durante a noite e ouvem ruídos de conversas e músicas, provenientes de possíveis fantasmas que rondam o local”, conta a moradora. E essa é apenas uma pequena parte de Jeri. A vila de histórias misteriosas e dunas brancas é também a das ruas com muros falantes que se comunicam por meio de frases, grafites e poemas que expõem a alma desse destino já tão poético em suas paisagens. O que resta ao turista é ir de olhos e mente bem abertos para captar todos esses detalhes, que só se revelam a um visitante mais atento. p
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Dona Delmira conta histórias de Tatajuba para os turistas
O ND E FI C A R OPÇÕES DE HOSPEDAGEM É O QUE NÃO FALTA, E UMA DELAS É O HOTEL JERI, LOCALIZADO NA RUA DAS DUNAS. COM 60 QUARTOS, SENDO TODOS EQUIPADOS com TV 42 polegadas, ducha quente, ar-condicionado split, cama box, wi-fi e frigobar, o local oferece piscina com bar molhado, piscina infantil e mirante. No café da manhã uma das opções mais pedidas são as tapiocas, e o cardápio também conta com frutas e receitas regionais. Entre um passeio e outro, dê uma relaxada na piscina do hotel. p --- O Jornal PANROTAS viajou a convite da CVC
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Aviação
KLM lança mapa do Aeroporto Amsterdam-Schiphol MUITOS PASSAGEIROS DA KLM FAZEM TRANSFERÊNCIA DE UM VOO PARA OUTRO NO AEROPORTO Amsterdam-Schiphol, o hub da empresa. Por conta disso, a companhia aérea lançou o Mapa do Aeroporto de Schiphol (Schiphol Airport Map), um mapa interativo que ajuda os passageiros a encontrar o seu caminho até o portão de embarque do voo seguinte. Este novo serviço pode ser acessado por meio do aplicativo KLM para dispositivos iOS e via a KLM no Facebook Messenger e Twitter.
AEROPORTO NAS MÃOS
O mapa interativo de Schiphol contém a planta de todos os andares do aeroporto, com os diferentes portões identificados no mapa. Todas as outras facilidades da KLM também estão marcadas, incluindo balcões de checkin, as salas vip KLM Crown Lounge, quiosques e balcões de transferência. Os passageiros também encontrarão marcações das facilidades do próprio aeroporto, como banheiros, lojas, cafés, restaurantes, espaços de trabalho e áreas de meditação.
COMO FUNCIONA?
A KLM tem como um de seus pilares estar onde os clientes estão, para otimizar a sua experiência desde a compra do bilhete até a conclusão da viagem. O serviço estará disponível inicialmente no aplicativo da KLM para dispositivos com sistema iOS, e também por meio do Facebook Messenger e Twitter (em algumas localidades). No aplicativo, depois de inserir a reserva, entre as opções apresentadas junto ao check-in, o passageiro encontrará o mapa de Schiphol. Estando no aeroporto, sua localização ficará marcada com um pontinho na planta, assim fica fácil perceber quão distante o usuário está do portão de embarque, por exemplo. O “pontinho no mapa” só fica visível para o passageiro e não é compartilhado nas redes sociais. Os usuários do sistema operacional Android podem usar a ferramenta por meio do Facebook Messenger, onde o mapa fica entre as opções do item Planeje e reserve no menu. O mapa do Aeroporto AmsterdamSchiphol dá uma mão aos passageiros da KLM durante sua viagem. Ao colocar esse serviço disponível no aplicativo da KLM e nas redes sociais, a KLM evolui em sua estratégia digital. O serviço está direcionado a passageiros viajando via Schiphol, mas outros aeroportos serão adicionados em breve.
Saiba mais sobre o mapa em airportmaps.klm.com. p
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corporativo
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Hotelaria
Sem chance para amadores
A presidente da HSMai Brasil, Gabriela Otto
NÃO HÁ MAIS ESPAÇO PARA AMADORES NAS DECISÕES ESTRATÉGICAS DA HOTELARIA. A FRASE DA PRESIDENTE DA
HSMai Brasil, Gabriela Otto, ganhou destaque durante a terceira edição da Revenue Optimization Conference (ROC), realizada no hotel Intercontinental São Paulo no final de agosto. “Muitos hotéis no Brasil se precificam e distribuem da mesma forma como faziam há décadas, e isso precisa mudar”, afirma Gabriela, que também ressaltou a necessidade de maior valorização da área de revenue management no Brasil. “Acho absurdo que ainda não tenha
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um curso de revenue management nas faculdades de Hotelaria no País, sendo que no Exterior isso já está bastante disseminado”, salienta Gabriela. “Os revenue managers precisam ser mais reconhecidos no País, tanto no que diz respeito aos salários quanto na formação. Eles só conseguem se especializar na área se forem ao Exterior.” Para empoderar ainda mais esses profissionais, a Revenue Optimization Conference da HSMai trouxe cinco revenue managers que deram dicas para os participantes otimizarem suas receitas hoteleiras (veja no box), além da VP sênior de Receitas
e Distribuição da Two Roads Hospitality, Kathleen Cullen, que também sugeriu alternativas para uma melhor estratégia de negócios. Uma delas é sempre comparar o seu desempenho com o dos outros players do mesmo segmento. “É muito importante entender o desempenho da concorrência para analisar o próprio desempenho. Pesquise o que estão dizendo sobre os concorrentes em sites em que os hóspedes fazem resenhas, como o Tripadvisor. Ao saber que tipo de público compra nossos concorrentes, saberemos que tipo de demanda existe
no mercado, podendo assim ajustar nossos preços”, indica Kathleen. Ainda segundo ela, o gerente geral, o diretor de Vendas e Marketing e o diretor de Estratégias de Revenue Management são profissionaischave que devem estar em todas as reuniões, mas é imprescindível incluir também outros funcionários do hotel, que têm contato direto com os clientes, como o gerente de Reservas e até o responsável pela área financeira do empreendimento. Afinal, é importante que este último entenda o que está gerando os resultados da empresa. p
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As dicas de quatro revenue managers para otimizar as receitas na hotelaria A N A LIS A R E S IMP LIFI C A R “É PRECISO ANALISAR OS CANAIS ONDE O HOTEL ESTÁ SENDO DISTRIBUÍDO E ENTENDER QUAIS AÇÕES DE VENDA ELE OFERECE. O canal comporta a estrutura tarifária do hotel? Permite que sejam feitas ações pré-determinadas ou tem alguma restrição? Outro ponto muito importante é simplificar o sistema de reservas do
hotel e a quantidade de tarifas que ele oferece, lembrando que uma estrutura simples tornará muito mais fácil o gerenciamento do hotel. Três opções de tarifas seria a quantidade ideal para que o cliente possa tomar decisões mais rápidas e não perder o timing da compra” (Luis Felipe Albuquerque – revenue manager Brasil da Vert Hotéis)
D IS S EMIN A R C O N H EC I M E N TO IN T ER N A MEN T E “APOSTE NO RELACIONAMENTO COM AS OUTRAS ÁREAS DO HOTEL, SABENDO DIFERENCIAR CONHECIMENTO DE SABEDORIA. Conhecimento o revenue manager já tem, por possuir o controle dos dados. O que falta muitas vezes é a sabedoria de agir com base nestes conhecimentos,
levando as informações a outras áreas. Ao ver que algum outro setor do hotel está perdendo oportunidades, leve o seu conhecimento para que ele seja transformado em novas estratégias de negócios” (Marina Julio, revenue manager da Atlantica Hotels International)
LEMB R A R D A S R E C E I TA S A D I CI O N A IS “AO FAZER REVENUE MANAGEMENT PARA GRUPOS E EVENTOS, É PRECISO LEVAR EM CONSIDERAÇÃO NÃO APENAS A QUANTIDADE mínima de apartamentos e o aluguel deles, mas também o aluguel nas salas de eventos e equipamentos. Um bom exemplo é o fato de que os banquetes
podem gerar uma receita maior do que os apartamentos e salas. É preciso também analisar quais receitas adicionais podem surgir, como a troca de um frigobar e outras questões” (Juliane Corredato, gerente de Revenue Management e Distribuição do Royal Palm Hotels & Resorts).
NI CH O S E EX P ER I Ê N CI A S “A HOTELARIA DE NICHOS É UMA GRANDE TENDÊNCIA NESTE MERCADO E O PROCESSO DE CONSOLIDAÇÃO DAS GRANDES redes, ao comprarem hotéis menores, tem como um dos objetivos oferecer várias opções diferentes dentro da mesma administração. Sendo assim, é preciso repensar a distribuição para a hotelaria de nicho, oferecendo uma precificação de best price e não apenas de low price. Isso porque low price pode não vender experiências que agreguem valor ao consumidor. Outro ponto que merece destaque é que a área de revenue management
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caminha cada vez mais próxima à área de marketing, ou seja, é preciso ter um plano de preços alinhado com o plano de comunicação para posicionar o produto da melhor forma. Ao saber quais campanhas serão feitas e quando serão publicadas, é possível definir estratégias de preços e repensar a distribuição com base no conceito de branding. Aposte também nas mídias sociais, medindo os investimentos feitos e cruzando estes dados com a origem de reservas. (Ricardo Souza, gerente de Revenue Management do Palácio Tangará).
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Flashes 3º HSMAI ROC
1 Juliane Corredato (Royal Palm Hotels & Resorts), Marina Júlio (Atlantica Hotels International), Luiz Felipe Albuquerque (Vert Hotéis), Pilar Osório (Travelclick), Gabriela Otto (HSMai Brasil) e Ricardo Souza (Palácio Tangará) 2 Luiz Felipe Albuquerque (Vert Hotéis) e Ricardo Souza (Palácio Tangará) 3 Vanessa Esteves (Intercity) e David Pressler (IHG) 4 Denise Jammal (Estanplaza) e Pilar Osório (Travelclick) 5 Igor Castelo (Amarante Hospitalidade), Janaína Barbosa e Luís Vasconcelos (ambos do Beach Park) 6 Ana Paula Zogbi, Carla Peralta e Ana Luíza Mancuso (todas da Accor) 7 Felipe Campanha (Estanplaza) e Anelise Longo (Fohb) 8 Renato Montanari Filho (APP Sistemas), Daniel Costa (Grand Hotel Royal) e Cláudio Azevedo (APP Sistemas) 9 Fernanda Palhares (Accor) e Waléria Fenato (Mark Up Consult) 10 Luiz Felipe Albuquerque (Vert Hotéis) e Eduardo Bandini (Hyatt) 11 Fernando Santiago (Time), Cláudia Félix (Solutions Consultoria) e Luiz Felipe Albuquerque (Vert Hotéis) 12 Carolina Chang (PMWeb) e Gabriela Otto (HSMai Brasil) 13 Gabriela Otto (HSMai Brasil) e Pilar Osório (Travelclick) 14 O evento aconteceu em um formato dinâmico
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FIQUE POR DENTRO A menos de um mês para a maior feira de negócios do setor de Turismo, a 45ª Abav Expo Internacional de Turismo & 48º Encontro Comercial Braztoa está com o credenciamento a todo vapor. Se ainda não fez sua inscrição para o evento, lembre-se que ela é gratuita até o dia 22 de setembro. Basta acessar o site www.abavexpo.com.br/ credenciamento/ e preencher um formulário com seus dados. Com certeza, estar em contato direto com diferentes players do setor irá gerar oportunidades diversas para novos negócios!
www.abavexpo.com.br/ e inscreva-se gratuitamente para as que mais agregam ao seu negócio! Os lugares são limitados. Profissionais credenciados à Abav Expo antes do cronograma estar disponível podem voltar ao site da feira, acessar o campo restrito com seu login e senha e clicar na aba Vila do Saber para garantir seu lugar na atividade pretendida.
4.ENCONTROS
COMERCIAIS E RELACIONAMENTO Neste ano, a 45ª Abav Expo contará
com diversos espaços de relacionamento e encontros comerciais para estimular, simultaneamente, o networking e a geração de negócios entre as marcas expositoras e os visitantes da feira. Não deixe de conhecê-los: 48º Encontro Comercial Braztoa, Ilha Corporativa Abracorp, e os espaços de Turismo Luxo, Turismo Especializado, Clia Brasil, Air Tkt e Conexão Abav.
5.VALORIZE
O NETWORKING PARA A GERAÇÃO DE NEGÓCIOS
Aproveite a oportunidade de encontrar vários atores do segmento reunidos e se conecte a novas pessoas! Ao final do evento, não se esqueça dos prospects conquistados nos três dias de feira e mantenha relacionamento com eles. Cultivar o networking criado com os empreendimentos com que teve contato e que despertaram interesse para a sua empresa é fundamental para o desabrochar de propostas e novos negócios! Seja solícito, troque contatos e aposte em encontros pós-evento para selar parcerias duradouras.p
1.EXPOSITORES
Conheça os expositores que participarão da feira no site e redes sociais da Abav Expo. Então, veja o perfil das empresas de seu interesse e faça uma lista com clientes potenciais, fornecedores ou possíveis parceiros. Outra dica importante é começar o contato com as principais antecipadamente. Entre em contato por e-mail ou telefone, apresente-se e combine de conversarem melhor durante o evento. Um planejamento prévio para a 45ª Abav Expo Internacional de Turismo & 48º com certeza trará uma participação mais eficiente no evento.
2.PROGRAMAÇÃO
A Abav Expo ocorrerá nos dias 27, 28 e 29 de setembro, das 12h às 20h, no Expo Center Norte, em São Paulo (Pavilhões Vermelho e Verde). Dedique ao menos um dia específico para comparecer à feira. Considere tanto as reuniões com expositores, como as rodadas de negócios, palestras da Vila do Saber e visitação de espaços voltados ao networking. O Conexão Abav é a grande área de hospitalidade da feira. Não se esqueça de levar os cartões de visita atualizados.
3.VILA DO SABER A Vila do Saber é o espaço da feira voltado à capacitação e difusão do conhecimento, com atividades com especialistas do setor nos eixos Gestão, Inovação, Segmentação e Tecnologia, além de outras duas áreas: uma para realização de Debates e Mesas Redondas e outra dedicada ao tema Produtos e Destinos. Confira a grade completa de palestras no portal http://
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TESTAMOS O STAYBRIDGE SUITES SÃO PAULO A MAIORIA DOS TURISTAS QUE BUSCA SÃO PAULO A LAZER TEM NO STAYBRIDGE SUITES EXATAMENTE O QUE
deseja da capital paulista. O hotel da rede IHG entrega com maestria o que se propõe a fazer. Tem um atendimento profissional, é confortável, aconchegante e dispõe de um serviço impecável. Assinada pelo ex-jogador de vôlei Marcelo Negrão, sua academia não se vê em qualquer hotel: completa, com aparelhos modernos para nenhum atleta botar defeito. O complexo conta ainda com piscina, loja de conveniência 24 horas e apartamentos cuja arquitetura mais faz parecer a casa de um morador local (não à toa mais de 100 unidades do edifício têm função apart-hotel). Deixemos um parágrafo à parte para a localização. Esse certamente é o grande trunfo do Staybridge Suites São Paulo. No bairro Itaim Bibi, o empreendimento fica dentro do Kinoplex – Complexo Brascan, um dos mais importantes centros comerciais e empresariais da metrópole. São sete mil metros quadrados de escritórios, restaurantes, lojas, cinema e... um hotel. Um privilegiado hotel que fica próximo a algumas das mais importantes avenidas da cidade: Faria Lima, Paulista, 9 de Julho, Brigadeiro Luiz Antônio e Berrini. Como se não bastasse a variedade apresentada pelo próprio complexo Kinoplex, o Staybridge ainda dá fácil acesso a alguns dos mais importantes shoppings centers paulistanos, como o Iguatemi, e o JK, sem contar a distância a pé do Parque do Ibirapuera. Business center equipado, cinco salas de eventos em um piso exclusivo, proximidade de alguns dos mais importantes centros empresariais da capital paulista e o respaldo da bandeira IHG já seriam o suficiente para conquistar os hóspedes corporativos, mas eles ainda têm o reforço de estarem a poucas quadras de alguns dos melhores bares e restaurantes que a cena gastronômica de São Paulo pode oferecer, com casas de nível internacional, de alguns dos mais renomados chefs brasileiros. Isso sem contar, é claro, a possibilidade de escapar para uma sessão de cinema ou comer algo trivial no próprio Kinoplex, que ostenta desde os mais conhecidos fast foods internacionais até cafés, choperia e restaurantes saudáveis. Para os mais reservados, o Staybridge tem conveniência de room service com o Galeto’s e Casa do Pão de Queijo, além de seu próprio serviço de quarto. Com tanta
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conveniência não parece injustiça o fato de muitas companhias aéreas internacionais elegerem este hotel para acomodar suas equipes de bordo. Línguas estrangeiras são ouvidas o tempo todo pelos espaços em comum. Essa série de argumentos de vendas do Staybridge São Paulo acaba de ganhar um reforço importante. O que era bom ficou ainda melhor após a remodelação pela qual o hotel passa dez anos após sua inauguração. Trata-se de uma reforma total em seus 217 apartamentos, cujo objetivo principal é ficar ainda mais atrativo ao hóspede de longa estada. O desafio foi manter a principal característica do Staybridge Suites: ser um hotel com sensação de “lar”, e a meta foi alcançada. Os novíssimos móveis são funcionais e dão fluidez e mobilidade, além de suavizarem a integração entre cozinha, sala e quarto. A cozinha, aliás, foi um espaço que recebeu muita atenção, de acordo com a gerente geral, Daniela Pereira. “O ambiente ganhou novos armários e bancada. A mesa, antes redonda, foi substituída por uma retangular com capacidade para até quatro pessoas. Os hotéis com a bandeira Staybridge Suites têm uma identidade que faz com que os apartamentos estejam o mais próximo possível da casa de nossos hóspedes. Por isso, pensamos no conforto e na sensação de bem-estar”, completa a executiva. Pensando em mais espaço para acomodar roupas e objetos, o apartamento além do armário, conta também com um baú, no qual é possível guardar outros pertences. Bem planejados, os banheiros receberam novos revestimentos e box de abrir, no lugar de correr. As varandas e a incidência de luz natural nos apartamentos são diferenciais diante da concorrência paulistana. Outros itens acima da média é a internet sem fio, cuja conexão é estável e não perde a alta velocidade em nenhum cômodo. A vista para a parte business de São Paulo também é um atrativo, e o hotel fica próximo à rota aérea de Congonhas, para deleite dos fãs de aviação. Nos finais de semana, impecável para curtir São Paulo e sua pungência cultural e gastronômica. Nos dias de semana, estratégico para reuniões e trabalho sem abrir mão de conforto e do lazer da maior metrópole do País. p
NOTA: 9
Staybridge Suites São Paulo, do Intercontinental Hotel Group, passa por remodelação completa de seus 217 apartamentos.
Localização é o grande trunfo do hotel. Fica no Itaim Bibi, próximo aos principais centros empresariais de São Paulo
BANCODEDADOS ll Acomodações: Suíte Studio/
Parte do complexo Kinoplex, onde fica localizado o Staybridge
Plus. Suíte Superior Sky View, Suíte especial ll Eventos: Atende simultaneamente 220 pessoas com cinco salas com internet e estruturas audiovisuais em um andar exclusivo ll Conveniências: Academia, loja de conveniência, lavanderia, shuttle e heliponto ll Apartamentos: 217 em hotelaria e mais de 100 em apart-hotel
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Jay Santos deixa Trend
Jay Santos deixa a vice-presidência de Desenvolvimento de Negócios Internacionais do Grupo Trend após pouco mais de um ano no cargo. Também conhecido por seu período como vice-presidente do Visit Orlando, Santos foi chamado em maio de 2016 pelo presidente da Trend, Luis Paulo Luppa, para liderar a internacionalização do grupo. “Depois de uma excelente contribuição, Jay resolveu buscar novos desafios”, afirmou Luppa. Segundo ele, todo o time dos Estados Unidos passa a se reportar ao vice-presidente executivo da Trend, Leonardo Ortega. O e-mail de Jay Santos é jay-santos@live.com.
ABIH 2018/2019
Dilson Fonseca e Manoel Linhares
A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH Nacional) já tem a sua nova diretoria definida para o biênio de 2018/2019. Embora a eleição esteja prevista para o próximo dia 26, com a chapa única, os nomes de Manoel Linhares e Luciano Carneiro já estão definidos como presidente e vice-presidente, respectivamente.
Chile no Brasil
Azul cresce no Rio
A Imaginadora, que representa o Chile no Turismo brasileiro há três anos, tem nova equipe de Marketing para promoção do destino. Agora por meio do Serviço Nacional de Turismo (Sernatur), a equipe conta com Gabriela Doss (foto), que será responsável por gerenciar campanhas de marketing cooperado, realizar eventos e fazer a distribuição de material promocional. Ela integra a equipe da gerente de Marketing da Imaginadora, Daniela Bergamini. O e-mail da nova representante do Chile no País é gabrieladoss-chile@imaginadora.com.br e o telefone é (11) 3171-3899
Em novembro, a Azul iniciará duas novas operações a partir do Rio de Janeiro. Uma delas é para o Recife, a partir do aeroporto do Galeão, com duas saídas diárias. O outro voo acontecerá a partir de 11 de dezembro: decolará do aeroporto Santos Dumont com destino a Navegantes todos os dias. Outra novidade fica por conta da autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para incluir frequências na alta temporada de verão desde SDU para Ilhéus (BA), Florianópolis, Salvador e Porto Seguro (BA).
Ponto a ponto
FLN-MVD
A Latam Airlines já está vendendo bilhetes para a rota FlorianópolisMontevidéu, que será operado na próxima alta temporada, entre 6 de janeiro e 24 de fevereiro. As saídas do JJ9772 acontecerão aos sábados, às 22h50, da capital catarinense, com chegada em Montevidéu às 23h45. Já o percurso inverso, JJ9773, terá saídas aos domingos às 4h05, chegando às 6h50 em Florianópolis. A operação vai utilizar aeronaves A320, com capacidade para 174 passageiros em classe Economy.
• O Escritório de Turismo da Jamaica (JTB) não tem mais Paul Pennicook como diretor.
• Após 12 anos como CEO da Expedia, Dara Khosrowshahi, assume o mesmo cargo na Uber. Na OTA, o atual CFO e VP de Operações, Mark Okerstrom, preenche a lacuna. •
A Iata anuncia o CEO da Qatar Airways, Akbar Al Baker, como o novo presidente de seu Conselho de Governo. Ele assume em junho de 2018. •
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Luis Paulo Luppa e Jay Santos
Após anos no Royal Palm Plaza e curta passagem pela GJP, César Nunes assume diretoria de Marketing e Vendas na Atrio Hotéis, principal franqueada Accor no Brasil.
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Dyogo Schroeder e Cristiane Jayme
Fly to ur e CWT lideram
O segmento de Viagens Corporativas vendeu, segundo o relatório Smash, baseado apenas nas vendas via BSP, US$ 56 milhões em bilhetes aéreos internacionais em julho passado, uma alta de quase 20% frente as vendas de julho de 2016. O relatório leva em conta toda e qualquer venda aérea em companhias estrangeiras que operam no País, exceto a British/Iberia. Confira o ranking das 15 maiores TMCs em vendas internacionais:
Trend Corp
A Trend pretende personalizar o atendimento ao público corporativo. Mais reconhecida pelo lazer, a companhia adquirida este ano pelo Grupo CVC segmentou oficialmente seus negócios em Trend Corp e Trend Lazer em busca de maior atenção ao passageiro que viaja a trabalho, eventos e incentivos. No lazer, o comando segue com Cristiane Jayme, que já liderava a área. Já no corporativo, assume o até então diretor de Produtos Nacionais, Dyogo Schroeder. "Com a divisão dos segmentos conseguimos traçar novas metas, conquistar novos mercados e direcionar nossos serviços para os agentes de viagens”, prevê Schroeder. Com a mudança, a antes chamada Força Interna de Vendas (Five), que presta suporte às agências de viagens, fica incorporada ao Corporativo. Dyogo Schroeder e Cristiane Jayme responderão diretamente para Leonardo Ortega, vice-presidente executivo do grupo.
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Edição 17 – 12 de setembro de 2017
w w w. a l a g e v. o r g
Parte integrante do Jornal PANROTAS
MANTENEDORES ALAGEV
Em progresso Rodrigo Cezar, da Roche, novo presidente da Alagev: “empresas precisam de menos fazedores e mais planejadores de eventos e viagens”
A ALAGEV TEM NOVO PRESIDENTE: RODRIGO CEZAR, DA ROCHE, QUE JÁ INTEGRAVA O CONSELHO DA ENTIDADE. SUA META, NO MANDATO QUE VAI ATÉ ABRIL DE 2018, QUANDO HAVERÁ NOVAS ELEIÇÕES, É SIMPLIFICAR, DESBUROCRATIZAR E AGILIZAR A VIDA DOS ASSOCIADOS. RODRIGO CEZAR ASSUME NO LUGAR DE PATRICIA THOMAS, QUE RENUNCIOU NO FINAL DE JULHO, PARA SE DEDICAR INTEGRALMENTE A SUA EMPRESA, A ACADEMIA DE VIAGENS. O mesmo caminho foi seguido pela então presidente do Conselho (e uma das fundadoras), Viviânne Martins, substituída por João Bueno, diretor da Associação Brasileira de Resorts (ABR). No pouco tempo que tem nesse mandato, o presidente pretende “horizontalizar” ainda mais uma associação. “Hierarquias não fazem parte dos planos. Essa associação não será do Rodrigo, será de todos os gestores de viagens interessados em conduzir o setor adiante”, afirma o novo presidente. “Rodrigo estava no Conselho há muito tempo e sabe que nossos associados são ativos, diferentemente de entidades que têm membros distantes. O associado da Alagev é presente, por isso sempre buscamos eliminar as hierarquias ao máximo”, complementa a presidente anterior, acima de tudo simbolizando uma transição tranquila. Esse desejo de estruturar a Alagev horizontalmente, além de importante no sentido participativo, no senso de comunidade da entidade, também é estratégico por desafogar as funções de alguém que tem de
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NOVA REALIDADE
dividir um tempo tão concorrido entre empresa e associação. O grande receio em se ter um gestor à frente da Alagev é a provável falta de tempo em realizar as funções, afinal se trata de um órgão representativo no que se propõe a fazer, que demanda de um presidente. A falta de liberdade para comandar também preocupa, haja vista as políticas restritivas da maioria das empresas em relação a suas estratégias. Rodrigo Cezar admite que não pode abrir mão de sua carga horária na Roche, mas pretende estruturar a Alagev de tal maneira que a associação consiga caminhar sozinha e ele tenha de olhar a parte estratégica, “sem ter de colocar muito a mão na massa”. “Vou seguir um compliance restritivo. Não será o compliance de uma associação, e sim de uma empresa. Não vou comprometer minha carga horária em função da associação, mas estou seguro que terá como conciliar tudo. Pretendo agilizar e desburocratizar a Alagev para acompanhar um mercado que tem exatamente essas identidades: agilidade e simplicidade nos processos. Ouvir o associado, os comitês, o conselho, estimular o diálogo...” Ainda em relação à Roche, ele crê que a empresa também vê com bons olhos sua ascensão à mais alta cadeira da Alagev. “Um melhor profissional para o mercado automaticamente leva coisas interessantes a sua empresa, por estar em dia com a realidade e as tendências do setor.” A Alagev volta a seus tempos iniciais e passa a ser liderada por um gestor.
O associado pode esperar uma Alagev olhando bem à frente. Rodrigo Cezar garante que trabalhará para direcionar a entidade a uma nova realidade vigente no mercado. Eventos e viagens corporativos mudaram, e acompanhar a nova realidade é fundamental. “Quando falo de mudança, é relacionada ao papel dos gestores, e o quanto esses profissionais precisam se relacionar, independentemente do formato de diálogo. A ideia é valorizar cada vez mais o papel do gestor e a importância de ter esses profissionais dentro de uma corporação.” O presidente da Alagev se posiciona estritamente contra o improviso de cargos em viagens e eventos. “Precisamos de profissionais da área, e não de pessoas cuidando desse setor de forma transitória. Não podemos cobrir lacunas de uma posição de eventos com uma pessoa que fez uma reunião específica e já se considera especialista no assunto”, aponta. “Hoje, muito mais do que executores, precisamos de planejadores, de quem pensa mais amplamente do que o evento e a viagem em si. Mais do que
simplesmente entregar, é essencial ter profissionais que consigam ir além e fazer uma gestão efetiva. Só profissionais capacitados, especialistas mesmo, chegam para seu comitê executivo e mostram um balanço entre os gaps e o que deu certo, uma gestão de números, onde a empresa pode ser mais eficiente. Muitas empresas seguem sem nem saber o quanto estão gastando com viagens e eventos, e nem sequer fazem ideia do quanto poderiam economizar com uma gestão bem feita.” A Alagev acredita que as áreas de eventos e viagens estarão cada vez mais integradas, como uma coisa única, pois embora a linguagem e o produto sejam diferentes, os players são os mesmos. “Não faz sentido ficar separando as cadeiras para conversar com os mesmos fornecedores”, conclui Cezar. O novo presidente tem 20 anos de Turismo, dos quais 15 dedicados ao corporativo. Diz-se muito motivado por poder retribuir a uma associação que já deu muito a sua história profissional. Parcerias com outras associações e “órgãos fundamentais” devem ser mais vistas em sua gestão.
João Bueno, da ABR, novo presidente do Conselho da Alagev
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Desafios compartilhados A integração das economias compartilhadas como Airbnb e Uber nas viagens corporativas não é tão simples quanto parece e não depende apenas da aprovação e boa vontade dos gestores. Há muitos dilemas envolvidos neste processo, e um deles é a tecnologia. “Isso porque as economias compartilhadas são um gasto que ainda não está totalmente integrado aos OBTs, sendo necessário executar algumas conciliações de plataformas tecnológicas”, explica o comprador de Viagens Globais da BRF, Daniel Iacomini. Na opinião dele, não há uma rejeição e sim uma avaliação por parte dos gestores sobre o tema. “E essa avaliação é necessária e bem-vinda, afinal, antes de adotar as economias compartilhadas é preciso analisar as características individuais de cada empresa e também o cuidado com o viajante”, destaca Iacomini. Mas isso não significa que Airbnb e Uber sejam opções menos seguras. “Economia compartilhada não
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é sinônimo de falta de segurança. Nada garante que um hotel seja mais seguro que o Airbnb ou que um táxi seja mais seguro do que o Uber. A questão de segurança deve ser um ponto de atenção não apenas nas economias compartilhadas, mas em todos os casos envolvidos nas políticas de viagens”, salienta o comprador de Viagens Globais da BRF. De acordo com ele, cerca de 87% dos travel managers têm essa preocupação de segurança em relação ao Airbnb, mas 55% deles direcionam o mesmo tipo de preocupação para os hotéis. “Outro ponto importantíssimo é que o Airbnb não deve ser encarado como um produto que substituirá o hotel, mas sim uma opção adicional para o viajante, e que poderá também suprir a demanda das novas gerações, como os millennials, que buscam formas alternativas de hospedagem”, ressalta Iacomini. Optar por representantes da economia compartilhada pode, inclusive, resultar em alguns pontos
positivos, como o tempo de resposta menor, por exemplo. “Os canais de resposta de um Airbnb ou Uber no caso de algum problema pode ocorrer de forma mais rápida do que o de uma cadeia de hotel”, compara o executivo. E é claro que cada caso deve ser analisado de acordo com a política de viagens da empresa e com o perfil do viajante. “Quem está optando pela economia compartilhada tem que ter noção do que está contratando, da mesma forma que os viajantes também precisam estar cientes das características oferecidas por essas plataformas”, lembra Iacomini. Já o diretor de Vendas, Marketing e Distribuição da Meliá Hotels International, Fernando Gagliardi, defende a opinião de que no futuro a hotelaria e os meios alternativos de hospedagem poderão caminhar juntos. “O que impediria que a plataforma passasse a distribuir quartos de hotel? Isso agregaria valor para os players. Mais para frente pode ser
que haja a convergência desses dois serviços”, ressaltou o executivo. Iacomini concorda. “As economias compartilhadas são uma alternativa adicional para atender aos diferentes perfis que existem hoje dentro das empresas, tornando o processo de viagem mais amplo e com mais opções para o gestor, que deve estar sempre atento à tendências do mercado”, finaliza o executivo.
O comprador de Viagens Globais da BRF, Daniel Iacomini
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