PANROTAS 1.401

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Edição nº 1.401 - Ano 27 | 4 a 10 de dezembro de 2019 | www.panrotas.com.br

R$ 11,00

MP 907, assinada na última semana, tem más e boas notícias ao trazer de volta o fantasma do IRRF sobre remessas ao Exterior, ao mesmo tempo em que atende reivindicações antigas do setor, como a transformação da Embratur em agência de fomento

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PRESIDENTE

José Guillermo Condomí Alcorta CHIEF EXECUTIVE OFFICER (CEO) José Guilherme Condomí Alcorta (guilherme@panrotas.com.br)

DIRETORA DE MARKETING E EVENTOS Heloisa Prass

CHIEF TECHNOLOGY OFFICER (CTO) Ricardo Jun Iti Tsugawa

REDAÇÃO (redacao@panrotas.com.br)

EDITOR-CHEFE E CHIEF COMMUNICATION OFFICER: Artur Luiz Andrade

(artur@panrotas.com.br) Coordenador de Redação: Rodrigo Vieira (rodrigo@panrotas.com.br) Coordenador Web: Danilo Alves (danilo@panrotas.com.br) Pancorp/Viagens Corporativas: Beatrice Teizen Conteúdo para marcas: Vinicius Novaes e Beatriz Contelli (estagiária) Reportagem: Filip Calixto, Marcel Buono, Marcos Martins, Isabella Tagliapietra (estagiária-SP) e Juliana Monaco (estagiária-SP) Fotógrafos: Emerson de Souza (São Paulo) e Marluce Balbino (Rio de Janeiro) MARKETING Analista: Erica Venturim (erica@panrotas.com.br) CRIAÇÃO Aline Monteiro (aline@panrotas.com.br) Fernanda Souza (fernanda@panrotas.com.br) Pedro Moreno (pedro@panrotas.com.br) COMERCIAL Gerente: Ricardo Sidaras (rsidaras@panrotas.com.br) Executivos: Flávio Sica (sica@panrotas.com.br) João Felipe Santana (joaosantana@panrotas.com.br) Renato Sousa (rsousa@panrotas.com.br) Rene Amorim (rene@panrotas.com.br) Sônia Fonseca (sonia@panrotas.com.br) Big Data: Igor Vianna (igorvianna@panrotas.com.br) Jéssica Andrade (jessica@panrotas.com.br) Assistentes: Ítalo Henrique (italo@panrotas.com.br) Rafaela Aragão (rafaela@panrotas.com.br) FALE CONOSCO Matriz: Avenida Jabaquara, 1.761 – Saúde São Paulo - Cep: 04045-901 Tel.: (11) 2764-4800 Brasília: Flavio Trombieri (flavio@panrotas.com.br) Tel: (61) 3224-9565 Rio de Janeiro: Simone Lara (simone@panrotas.com.br) Tel: (21) 2529-2415/98873-2415 Estados Unidos: Helene Chalvire (helene@panrotas.com.br) ASSINATURAS Chefe de Assinaturas: Valderez Wallner Para assinar, ligue no (11) 2764-4816 ou acesse o site www.panrotas.com.br Assinatura anual: R$ 468 Impresso na Referência Gráfica (São Paulo/SP)

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ÍNDICE

nº 1.401 | 4 a 10 de dezembro de 2019 | www.panrotas.com.br

SEÇÕES 04 Editorial

Não adianta passar pano

08 Check-in

Entrevista com a CEO do WTTC, Gloria Guevara – Parte 2

12 Infográfico

Veja quem são os presidentes das Abavs 2019-2021

38 Memória

A primeira grande briga pelo fim do IRRF sobre remessas ao Exterior

39 LGBTravel

São Francisco e sua icônica parada

40 Espaço Alagev

Atender no corporativo é para poucos

42 Follow

Rio Quente Resorts, da Aviva, nas redes sociais

16 Phocuswright Conference

Cobrimos um dos melhores eventos de Tecnologia para o Turismo

26 AMResorts

Reflect Nuevo Vallarta, resort com alma mexicana

32 Test Drive

Testamos a classe Premier da Aeromexico

34 MP 907

A opinião do trade sobre IRRF, Embratur e Ecad

Associações

Parceria Estratégica

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Editorial

E

NÃO ADIANTA PASSAR PANO

ste ano comemoramos 45 anos da PANROTAS e a marca também poderia ser de luta pelo reconhecimento do Turismo. Muito do trabalho dos empresários e das entidades do setor é para apagar incêndios criados pela ignorância (por parte de autoridades, legisladores e julgadores) do que seja a indústria de Viagens e Turismo. De sua importância e contribuição para o País. É claro que pagar por direito autoral no quarto de um hotel é um absurdo. Não tem show nos quartos de hotel, nem DJ, nem uma caixa de som tocando pagode para um grupo animado de turistas. E se há consumo de arte em TVs ou streaming, a arrecadação de direitos autorais já é feita pelas emissoras e a cobrança, eliminada com a MP 907, nada mais seria que bitributação, enfiar a mão no bolso de empresários e consumidores. Outra distorção é o pagamento de imposto de renda sobre remessas ao Exterior. Mais um caso de bitributação, pois o imposto de renda é pago por quem recebe o dinheiro no outro país (imposto de renda...entendem?) e também uma distorção, pois as empresas que vendem produtos e serviços turísticos, como todas do País, já pagam tributos em excesso, muitos dos quais escoam pelos ralos da corrupção, da ineficiência administrativa de órgãos públicos e da má administração do dinheiro vindo dos impostos. Mas o tal do imposto passou pelos governos do PT (Lula e Dilma, sendo que essa última determinou o “benefício” de 6%, em vez dos 25%, até 2019), do Michel Temer e pelo primeiro ano do governo Bolsonaro, que prometeu destravar, desburocratizar e desobstruir qualquer entrave aos investimentos e desenvolvimento da iniciativa privada. Qualquer distorção que a máquina criou e que não faça sentido algum, como o caso do imposto. O atual governo teve sua primeira chance para talvez uma outra interpretação da LDO 2019 (de Michel Temer), mas o Ministério da Economia preferiu manter o que estava previsto e o imposto vai subir sim, de 6% para 7,9%. Ah, mas se não fosse 7,9% seria 25%, pelo menos está menor. Não é bem assim. Nos últimos anos, o imposto foi de 6% (antes ele sequer existia), e o Turismo queria a extinção do mesmo. A manutenção dos 6% já seria uma perda, já que se trata de bitributação e de um imposto considerado

indevido pelo setor. Se sobe de 6% para 7,9%, além de diminuição do “benefício”, há aumento de imposto sim. O ministro do Turismo se empenhou, ok. Mas não fez mais que sua obrigação em defesa do setor. Espera-se o que de um titular do MTur? Que brigue pelo que achar justo nas reivindicações dos empresários e associações. Pelo que ouvimos, ele comprou essa briga. Mas ainda não levou a melhor. As entidades gastaram o que têm e não têm em verba, tempo e lobby em Brasília. Mais uma vez, desempenharam muito bem o seu...papel. Seus líderes foram eleitos para esse fim e não esperávamos menos de nomes como Magda Nassar e Marco Ferraz, cada vez mais presentes em Brasília. Mas também não venceram a batalha (esperamos que “ainda”). No entanto, se esbarramos no Ministério da Economia, continuamos a não ser vistos como vetor de desenvolvimento. O destravamento não chegou ao Turismo. Ao menos não em sua totalidade. Vai ser ótimo ver uma Embratur mais ágil e com dinheiro (que virá do sistema S), foi muito bom ver a hotelaria ouvida. Mas o imposto, por ora, aumentou sim. Muitos lutaram? Sim. A guerra está perdida? Não, apenas essa batalha. Portanto, nesse aspecto, não há o que comemorar, a não ser ficar mais atento e preocupado. Se a Abav acha que o setor fica menos competitivo com 6% imaginem com 15,5% em 2024. Sim, o imposto estará maior em 2020 (pode ser que não no ano todo, caso o lobby do Turismo vença), o que mostra que a luta pelo prestígio da indústria continua. Deve ser insistente, consistente e presente em Brasília, com dados, argumentos e números bem claros. Não adianta achar culpados pontuais para a questão. Nem desmerecer as outras vitórias (como a isenção de vistos para alguns países, outra reivindicação do Turismo atendida pelo atual governo). O Turismo precisa de uma voz forte, e única, como são suas empresas e seus números para o País. O imposto aumentou. E agora? Agora, é continuar a luta com a união de todos os profissionais e empresários do Turismo. Não custa repetir: #SomosTodosTurismo. E isso não é pouco.n

Artur Luiz Andrade Editor-chefe e Chief Communication Officer da PANROTAS artur@panrotas.com.br 4 4.indd 4

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Check-in

+Lidas da semana Portal PANROTAS 1 Sua chance de aprender sobre

storytelling com a Disney chegou

2 10 Tendências em Tecnologia e

Entrevista (Parte 2)

O setor da transformação

Digital para Viagens e Turismo

3 MTur nega aumento de IRRF e diz que pretende eliminar imposto

4 Virgin se aproxima de

consolidadores e promete match perfeito

5 MP aumenta IR de remessas ao Exterior para 7,9% em 2020, e 15,5% em 2024

6 CVC Corp conclui incorporação do grupo Almundo

7 CEO da Decolar/Despegar revela prioridades da OTA para 2020

8 Latam deixa a Oneworld em 1º de outubro de 2020

9 MP de Bolsonaro extingue

cobrança de Ecad em quartos de hotel e cabines

10 Consolidadoras recebem aéreas

Glória Guevara

para almoço de fim de ano em São Paulo

Fonte: Portal PANROTAS

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Em curva ascendente, a indústria de Viagens e Turismo passa por inúmeras mudanças, mas como os destinos, governos e empresas devem se preparar para esta nova realidade? Confira a seguir a segunda parte da entrevista exclusiva com a presidente e CEO do World Travel & Tourism Council (WTTC), Glória Guevara. A primeira parte, em que ela fala sobre a contribuição do setor para o PIB mundial e a geração de empregos, está na Revista PANROTAS 1.400, publicada na semana passada. Ela aborda cases de sucesso, tendências e o que está por vir no setor. REVISTA PANROTAS – Quais são os países emergentes que implementaram estratégias e planos bem-sucedidos para o Turismo? Quais são os bons exemplos do mundo? GLÓRIA GUEVARA – Na área de facilitação e segurança de viagens,

o governo do meu país, o México, estendeu seu programa de isenção de visto em 2010 e 2011 para viajantes que já obtiveram um visto dos Estados Unidos ou Schengen. Dado o alto nível de verificações de segurança realizadas pelos EUA e a União Europeia, o governo confia que os indivíduos aprovados que utilizam esses vistos podem visitar o México com segurança. Isso, juntamente com outras isenções de visto para cidadãos dos EUA e dos países da Aliança do Pacífico, contribuiu para que as chegadas internacionais aumentassem de 23,3 milhões para 32,1 milhões entre 2010 e 2015. Quanto à preparação, gerenciamento e recuperação de crises, a Tailândia lançou uma cobertura de seguro especial conhecida como “Thailand Travel Shield”, após a agitação civil em 2014, para incentivar os viajantes a voltar ao desti-

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no e se sentirem seguros. Esta iniciativa foi criada pela Autoridade de Turismo da Tailândia (TAT) em parceria com quatro companhias de seguros conhecidas, custando apenas US$ 13 por uma viagem de um a sete dias. A Costa Rica é um exemplo brilhante de um país que fez do Turismo sustentável parte do seu DNA. O governo priorizou a preservação de seus ativos naturais e o desenvolvimento de produtos e serviços sustentáveis com baixo impacto ambiental e impacto positivo no bem-estar de suas comunidades locais. Planos de gerenciamento são elaborados para as “áreas protegidas” da Costa Rica, que também são áreas turísticas, auxiliando destinos no desenvolvimento de padrões ambientais e planejando o fluxo de visitantes para evitar a superlotação. RP – E entre os países desenvolvidos? Quais estão se reinventando e mantendo suas posições como líderes? GLÓRIA – A Austrália é um dos países líderes em matéria de facilitação e segurança. Foi um dos primeiros a lançar vistos eletrônicos e pretende ser o primeiro a introduzir um sistema de processamento totalmente automático e contínuo para os passageiros aéreos que chegam. Essa tecnologia de imigração “sem contato” é baseada apenas em dados biométricos (impressões digitais, íris e reconhecimento facial), e o primeiro teste foi realizado em 2017 no Aeroporto Internacional de Canberra. O Japão é líder na implementação de iniciativas proativas de preparação, gerenciamento e recuperação de crises. Okinawa, por exemplo, desenvolveu um plano abrangente por meio da colaboração entre o governo local e as organizações do setor para garantir que elas estejam preparadas quando a próxima crise surgir. Há um guia de segurança para os visitantes, incluindo folhetos simples de comunicação para medidas em caso de tufão e uma ferramenta simples, em vários idiomas, com respostas para perguntas frequentes. Estamos satisfeitos que o foco da nova estratégia federal de crescimento do Turismo do Canadá seja o crescimento sustentável. Isso inclui um investimen-

to de 58,5 milhões dólares canadenses em produtos e experiências que trazem receita para as comunidades locais, especialmente em áreas rurais e remotas, apoiam o crescimento do Turismo indígena e dispersam os visitantes, além da alta temporada de verão e dos destinos habituais. RP – Quais são as tendências do Turismo internacional nos próximos cinco ou dez anos? Nichos como luxo, esportes e bem-estar são o futuro ou ainda há espaço para o Turismo de massa? GLÓRIA – A geração dos millennials já se tornou o maior segmento de viajantes e isso continuará em alta, principalmente em países com uma classe média crescente, como a China. De fato, metade de todas as viagens internacionais de luxo são feitas por millennials. Eles estão buscando experiências únicas e personalizadas com oportunidades de se conectar com comunidades e culturas de maneiras que pareçam imersivas, autênticas e humanas. Isso está relacionado ao crescimento previsto da economia global da experiência, que deverá atingir US$ 8,2 trilhões até 2028. Desse total, quase metade será gasta na economia global de bem-estar. À medida que o número de viajantes idosos continua a aumentar, esperamos ver um aumento no bem-estar e no Turismo médico, além de viagens acessíveis. Embora certos grupos de viajantes, principalmente os iniciantes, prefiram viagens em grupo, os dados nos mostram que os viajantes querem ser tratados como indivíduos e terem suas necessidades e interesses pessoais atendidos. Nesse contexto, as empresas estão encontrando maneiras inovadoras de personalizar o serviço e as experiências que podem oferecer em destinos criados propositadamente para o Turismo, enquanto outros destinos oferecem experiências mais personalizadas, culturais e autênticas. RP – Quais são seus destinos de férias favoritos? E quando a senhora viaja a negócios, quais destinos nunca decepcionam? E os lugares que a senhora deseja visitar em um futuro próximo?

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GLÓRIA – Tenho muita sorte de trabalhar em um setor que me permitiu viajar pelo mundo e conhecer alguns dos destinos mais incríveis. Quando viajo com minha família, gostamos de desfrutar de uma mistura de cidades vibrantes ao redor do mundo, a praias douradas em locais quentes como o Caribe, Sudeste Asiático, África e, claro, meu país natal, o México, que tento visitar com minha família sempre que possível. Viajar a negócios é, obviamente, sempre uma mistura de emoção e foco, e não há nada tão reconfortante quanto experimentar e ficar imerso na cultura do destino, mesmo em uma viagem de negócios. RP – As viagens em família continuarão a dominar o Turismo? Quais são as tendências? GLÓRIA – Segundo Virtuoso, uma das empresas membros do WTTC, as viagens multigeracionais continuam a ser tão populares quanto foram ao longo desta década. Isso pode se tornar ainda mais popular à medida que aumenta o número de avôs e avós ativos e saudáveis. As férias de várias gerações estão se tornando mais importantes como uma oportunidade para fazerem uma pausa em sua vida profissional ocupada e realmente passarem um tempo de qualidade juntos como uma família. Penso que, à medida que o nosso mundo continua a ficar mais acessível e a vida das pessoas continua atarefada, as viagens em família continuarão a ser uma opção atraente para ganhar tempo de qualidade entre si e, ao mesmo tempo, ter importantes experiências culturais. RP – Como o setor de Viagens & Turismo pode ajudar em questões globais como direitos humanos, proteção ambiental, desenvolvimento de tecnologia para segurança, conservação cultural e histórica, fim da pobreza e controle da fome e doenças? Às vezes, vemos o Turismo indo na direção oposta e colaborando com esses problemas. GLÓRIA – Viagens e Turismo trouxe enormes benefícios econômicos e sociais aos destinos, criando milhões de empregos, protegendo tesouros naturais e culturais, aumentando a prosperidade, reduzindo a pobreza e melhorando a educação. O setor desempenha um papel fundamental na percepção de um país e pode facilitar melhores relações diplomáticas e comerciais entre os países, promovendo um clima político mais tolerante. O

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desenvolvimento do Turismo pode ser uma tremenda força de apoio para tirar as pessoas da pobreza. Também cria incentivos para o desenvolvimento de habilidades, incluindo idiomas e gerenciamento de negócios. O impacto social do setor é tremendo e é por isso que devemos continuar priorizando a sustentabilidade e a inclusão, trabalhando em parceria com a comunidade local para garantir que o ecossistema, os locais culturais e históricos sejam protegidos e celebrados. Também podemos apoiar um destino na recuperação de uma crise. Nesse contexto, é fundamental que os setores público e privado disponham de planos de ação de emergência para diferentes tipos de crises e treinem para responder efetivamente nesses casos. A construção de coalizões público-privada-comunidade, comunicação transparente e oportuna e políticas facilitadoras também são fundamentais para mitigar o impacto de uma crise. Com efeito, o setor pode apoiar a nação e o destino na reconstrução de sua imagem. Por fim, para garantir o crescimento sustentável contínuo do setor e o impacto positivo duradouro dos destinos, é importante manter e aprimorar nosso diálogo e colaboração com os setores público e privado, bem como com os viajantes. RP – Uma mensagem final para a indústria brasileira de viagens e Turismo. GLÓRIA – O Brasil tem um enorme potencial para expandir no setor, graças ao seu povo acolhedor e ao seu incrível patrimônio natural e cultural. O que aprendi durante meu tempo como ministra de Turismo do México é que países ao redor do mundo implementaram grandes políticas e, muitas vezes, não há necessidade de reinventar a roda. No WTTC, estamos compilando essas melhores práticas para apoiar os governos, na medida em que se esforçam para permitir o crescimento sustentável e inclusivo de seu setor de Viagens e Turismo. Esperamos que, com a experiência de outros países, o Brasil possa colher todos os benefícios que o setor oferece e, no WTTC, estamos aqui para apoiar o País durante esse processo. O Brasil ainda é um diamante a ser descoberto por muitos e, ao aumentar ainda mais o setor de Viagens e Turismo, pode criar milhões de empregos e dar um impulso na economia.n

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Infográfico

Abavs

Andressa Guilherme

Abav-RR

Estaduais* 2019-2021

Roberto Tavares (reeleito)

Estão definidos os presidentes de quase todos os Estados da Associação Brasileira das Agências de Viagens para o próximo biênio. Eles atuarão até outubro de 2021. Veja os nomes:

Abav-AM

Getúlio Pinheiro (reeleito)

Abav-AC

Shirlene do Espírito Santo (reeleita)

Abav-RO

Omar Lins Canavarros Junior (reeleito)

Abav-MT

Magda Nassar,

da Abav Nacional, concorre a mais dois anos Ney Gonçalves

Abav-MS

Antonio Azevedo (reeleito)

Abav-PR

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Francisco Elder Lustosa Carvalho

Socorro Pereira (reeleita)

Abav-PI

Abav-AP

Michelle Pereira

Abav-RN Jansen Santos (reeleito)

Murilo Santa Cruz

Abav-MA

Rose Larrat

Abav-PA

Breno Mesquita

Abav-PB

Abav-CE

Marcelo Waked

Abav-PE Maria Angela de Carvalho (reeleita)

Marcelo Perim (reeleito)

Carlos Palmeira

Abav-AL

Abav-BA

Abav-TO

Katia Pimentel

Abav-SE

Hugney Velozo (reeleito)

Abav-DF

Alexandre Brandão Fernando Santos

Abav-MG

Abav-SP

Rodrigo Stange Guimarães

Abav-ES

Luiz Strauss

Abav-RJ

Conceição Junckes Lucia Hoffmann Bentz

Abav-RS

Abav-SC

* Até o fechamento dessa edição, Goiás ainda não havia finalizado sua eleição

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PATROCINADO

COSTA SMERALDA SERÁ NOVO FLAGSHIP DA COSTA CRUZEIROS O primeiro navio da Costa Cruzeiros movido a Gás Natural Liquefeito (GNL) inicia oficialmente sua operação no dia 21 de dezembro deste ano. O Costa Smeralda representa não apenas um importante avanço ambiental, mas também uma grande inovação para a indústria mundial de cruzeiros. Até abril de 2021, o Costa Smeralda proporcionará uma experiência de viagem única pelo Mediterrâneo em roteiros de uma semana. Entre os destinos visitados estão Marselha (França), Barcelona, Palma de Maiorca (Espanha), Savona, Civitavecchia/ Roma, La Spezia, Cagliari e Palermo (Itália). Se em terra as belezas naturais são os destaques, a bordo as atrações são de tirar o fôlego. O Costa Smeralda será um tributo ao melhor da Itália e terá o seu próprio museu, o CoDe (Costa Design Collection Museum), que exibirá a excelência do design italiano nas áreas de moda, transporte e cinema – tudo isso contado por meio de itens e objetos que simbolizam o conceito “Italy's finest”, o melhor da Itália em navegação. O museu ocupará 400 metros quadrados do Coliseu, área central do transatlântico. O estilo italiano circunda todos os ambientes – internos e externos. Os decks e as áreas públicas do Costa Smeralda são identificados com nomes de conhecidos destinos italianos, tais como Palermo, Bellagio, Capri, Roma, Veneza, Florença e Milão. As 2.612 cabines do Costa Smeralda

combinam o que há de mais sofisticado na cultura italiana. Painéis fotográficos captam o espírito das cidades italianas, oferecendo um espaço acolhedor, contemporâneo e relaxante. No Costa Smeralda, a companhia estreia a categoria de cabines com terraços sobre o mar, ideais para tomar um café da manhã. Ao todo, são 28 suítes, 106 cabines com terraço, 1.522 cabines com varanda, 168 cabines externas e 788 cabines internas. EMBAIXADOR DA GASTRONOMIA ITALIANA A gastronomia será o ponto alto do Costa Smeralda. O navio reunirá 11 restaurantes e 19 bares que, por sua vez, servirão mais de 500 receitas tradicionais de 18 regiões diferentes da Itália. O hóspede terá, inclusive, a oportunidade de degustar o menu do premiado chef italiano Bruno Barbieri, desenvolvido exclusivamente para a Costa Cruzeiros. Crianças com idades entre 3 e 6 anos terão o Tutti a Tavola, um bufê com refeições saudáveis e nutritivas. O Costa Smeralda também está pronto para atender os hóspedes vegetarianos e veganos, além dos passageiros que já têm intimidade com a cozinha. Isso porque, no Ristorante LAB, o hóspede poderá ter uma experiência na prática e cozinhar sob a supervisão do chef para a família e amigos. Além disso, o Costa Smeralda oferecerá a Pizzaria Pummid'oro; o restauran-

te asiático Teppanyaki; o Illy Caffè; o Campari Bar e o Spritz Bar, a Gelateria e Pasticceria Amarillo. ATRAÇÕES E DIVERSÃO PARA TODAS AS IDADES No novo flagship, adultos, adolescentes, crianças e até os bebês são bem-vindos. Uma equipe de entretenimento estará espalhada pelos clubes Mini (3 a 6 anos); Maxi (7 a 11 anos); Teen Junior (12 a 14 anos); Teen (15 a 17 anos), e no Baby Club, ambiente dedicado aos pequenos entre um e 3 anos. Enquanto as crianças são convidadas a brincar com dois dos personagens de desenho animado mais queridos, Peppa Pig e PJ Masks; os adolescentes terão oficinas de teatro, maquiagem e dança, e poderão participar do jogo interativo Digital Game, em que os competidores respondem às perguntas projetadas em uma tela. Já os adultos terão à disposição uma gama de atrações, como a competição musical The Voice of the Sea, os grupos de dança Quantum XXL e I.C.ACRO, na qual poderão participar de ensaios acrobáticos. Se a proposta for apreciar música ao vivo, o hóspede poderá assistir às performances no Beach Club, espaço inspirado em um resort à beira-mar. Agora se a ideia é emoção a bordo, o AquaPark Smeralda é o lugar certo. Instalado no deck mais alto do Costa Smeralda, o parque aquático conta com dois escorregadores de tirar o fôlego.n

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Tecnologia e Turismo Artur Luiz Andrade, Hollywood (FL)

SEGUNDO REVOLUÇÕES E ATO: PLOT TWISTS Tudo pode acontecer, e de forma ainda mais veloz, contundente e disruptiva que nos últimos 20 anos, na próxima “revolução industrial, social e tecnológica” que alguns gurus e especialistas dizem que estamos prestes a vivenciar. A tecnologia, movida principalmente pela inteligência artificial, realidade aumentada e ferramentas de análise de dados e marketing digital, vai promover um verdadeiro sacolejo, até mesmo em quem está liderando e comandando o planeta, ou parte dele, há alguns anos, como Google, Facebook, Amazon, Apple... A última Phocuswright Conference, que ocorreu em Fort Lauderdale, na Flórida, em novembro, deu um bom panorama sobre o que vem por aí e como os gigantes estão atropelando os demais, mas também investindo para serem líderes também nesse segundo ato. O evento mostrou ainda o outro lado da moeda, bem mais prosaico e que ainda é entrave no Turismo: hotéis com overbooking (e nítida má administração de seu inventário), empresas que enviam sugestões inadequadas aos clientes (por não os conhecerem e por não saberem analisar os dados de forma correta), empresários que só olham para o umbigo, startups que estão entre o prático e o inusitado, mas poucas com viabilidade comercial para os negócios propostos.

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OU SEJA, MUITA GENTE FICARÁ PELO CAMINHO Em parte bastante objetivo e técnico, em parte polêmico, em boa parte opinativo (em quem acreditar? Em que guru apostar? Como não ser surpreendido?), o evento da Phocuswright recebeu cerca de 1,7 mil delegados, representando 850 empresas e teve como pontos altos alguns palestrantes que se

destacaram dos demais; qualidade de players no palco e na plateia (mesmo quem não falou tão bem, tem posição incontestável de líder do mercado); e dois bons programas de discussão e inclusão – o de jovens líderes e o de mulheres na liderança. O evento foi encerrado com CEO do Kayak, Steve Hafner, veterano da indústria e que ainda guarda cer-

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to star power, longe porém do brilho do ex-presidente da Priceline, Darren Huston (afastado do cargo por envolvimento com uma funcionária há alguns anos) ou o ex-presidente da Expedia, Dara Khosrowshahi, hoje na Uber, onde enfrenta grandes desafios de gestão, sustentabilidade financeira e imagem do negócio. Além de Hafner passaram pelo evento líderes de empresas como AirB-

nb/Hotel Tonight, Amadeus, Amex GBT (Greg O’Hara, um dos pontos altos do palco central), Booking, CWT, Despegar (o argentino Damian Scokin, entrevistado pela brasileira Carolina Sass de Haro), Expedia, Foursquare, Google, IHG, Lufthansa, Marriott (explicando com clareza seu acordo com a Expedia, que surpreendeu quem apostava que a venda direta era o único foco das redes

1 - VAI PRA

CHINA, MAS OLHA PRA CÁ

A América Latina (e todo seu histórico de instabilidade política e econômica) continua sendo periférica (ou secundária) e uma das últimas fronteiras a serem desbravadas ou debatidas pelos grandes players. Basta ver como eles demoraram a chegar por aqui e mesmo assim são ofusca-

hoteleiras), Odigeo, Oyo (o polêmico CEO Ritesh Agarwal não deixou a plateia pensar, falando bem rapidamente, mas foi muito criticado e questionado por outros painelistas), Sabre, SkyScanner, TripAdvisor e Wyndham, além de 24 startups, investidores, jornalistas, analistas da Phocuswright e do mercado. Ouvir líderes mundiais, conhecer a nova geração de empresários, abrir a mente para novas ideias, comparar mudanças de comportamentos e estratégias... tudo isso, sob o filtro da experiência e conhecimento de cada um, é a garantia de estar mais antenado e alguns passos à frente dos concorrentes. A PANROTAS foi media partner do evento e acompanhou a delegação de cerca de 20 brasileiros, liderados por Carolina Haro e Tricia Neves, da Mapie (confira na página 24 o estudo sobre o Brasil lançado no evento). A seguir, selecionamos 10 tendências, entre os temas recorrentes nas apresentações (a ordem é aleatória e não por importância das tendências) ou aqueles com as previsões mais “assustadoras”.

dos em diversos momentos por representantes locais, casos da CVC Corp, no Brasil, e Despegar, em toda a região. Na Phocuswright Conference, pouco se falou da região e todo o destaque foi para a China, especialmente depois de movimentações recentes envolvendo associações e investimentos de players ocidentais na região (como TripAdvisor e cia.). Em algum momento olha-se para a América Latina, mas ela não tem o peso de mercados consolidados, como Es-

tados Unidos e Europa, e nem os desafios e tamanho de uma China. Mas ela está presente e no radar, e merece uma atenção maior. O que também não deixa de ser uma oportunidade para os locais crescerem e saírem na frente. Sobre a África e o Oriente Médio, muito menos se falou, mas são mercados e destinos que necessariamente passam pelo futuro do Turismo, da sustentabilidade do planeta e do consumo (de viagens a alimentos, de tecnologia a entretenimento).

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2 - CONTAGEM

REGRESSIVA

Algumas bolhas (que só crescem e recolhem dinheiro por onde passam) ou projetos superestimados (e sem viabilidade a longo prazo, depois que os investimentos à disposição cessarem) estão prestes a explodir, garantem alguns especialistas. Também grandes corporações estão sendo desafiadas a dar o próximo passo e apresentar seu segundo momento, sua segunda era. Empresas como Uber, Oyo, Rappi estão sendo pressionadas a dar resultados positivos, crescer com sustentabilidade. As duas primeiras, aliás, foram alvos de duras críticas de diversos palestrantes e debatedores. Uma das conclusões é que há muito (muito mesmo) dinheiro no mercado (o japonês Soft Bank uma das principais, mas não a única fonte), sendo usado para crescer, mas sem resultado garantido. Quando a fonte há de secar? Por outro lado, esses investimentos são necessários para que as novas tecnologias e empresas disruptivas sejam descobertas. E uma terceira leitura mostra que o hipercapitalismo está destruindo o planeta, criando mais divisão de classes, algo que é acirrado pelas redes sociais. Assustador, hein. Mas um tanto real. O presidente da Oyo, Ritesh Agarwal, foi questionado sobre as “desafiadoras resenhas” em sites como TripAdvisor e ele antecipou que só ficará na rede quem tiver no mínimo três estrelas. A Oyo é conhecida por reformar ou retocar hotéis independentes. Outros palestrantes, como a (brilhante) jornalista Kara Swisher, criticaram o modelo da Oyo (e o Uber). A rede hoteleira indiana (alvo de uma reportagem do New York Times sobre esses gigantescos investimentos que não dão frutos) cresceu muito rapidamente, acenando para pequenos empresários hoteleiros, mas, de acordo com o jornal, não vem cumprindo o prometido em contrato. A rede já está no Brasil e tem sofrido no TripAdvisor com as tais resenhas desafiadoras. A credibilidade do Facebook, a reinvenção do Google (esse com muito dinheiro para gastar e descobrir a fonte da juventude), a força da Amazon (uma das pou-

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Parte da delegação brasileira no evento

cas ou única gigante que não depende do Google para atrair seus clientes, mas que também precisa de seu segundo ato) e o papel das redes sociais também foram tema de discussões (essas últimas inspiram, mas não vendem, segundo pesquisa da Phocuswright, além de criarem cizânias prejudiciais à saúde do planeta, países, empresas e cidadãos). Chamath Palihapitiya, da Virgin Galactic e Social Capital, chegou a dizer que alguns gigantes estão com os dias contados, também por conta da futura regulação cada vez maior por parte dos políticos. “Isso porque os políticos querem garantir seus monopólios e não querem deixar marcas como Google e Facebook com tanto poder. Não querem um monopólio de outro país invadindo seus territórios (ou feudos)”. Os governos irão quebrar essas empresas em partes, para diminuir seu poder, mudar a legislação e criar regulações... não para dividirem o poder, e sim para que não haja um poder maior que os dos chefes das nações. Mas isso talvez já não seja tarde demais? Bem, podemos passar a noite debatendo o tema.

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4 - RELAÇÃO DURADOURA. VOCÊ TEM?

3 – COMPRA 1, COMPRA 2, COMPRA 3 Falando em gigantes, a consolidação (e aí a América Latina entra no jogo) é crescente e virá com mais força na próxima onda. E também a invasão do espaço das demais empresas. Isso porque cresce a tendência de uma companhia ter todos os serviços em sua plataforma e não apenas vender um produto, seja ele hotel, cruzeiro, aéreo, comida ou busca de preços. Como a Booking já faz com o aéreo, por exemplo, ou o AirBnb com experiências e outros produtos e serviços. A Rappi é outra que está entrando no setor de viagens. Essas mega plataformas ou super apps são tendência e não adianta reclamar. Todo mundo pode e quer (e vai) vender de tudo. Qual sua estratégia para concorrer com esses gigantes?

A tendência anterior está ligada a uma outra, que é a busca de uma receita recorrente de produtos agregados/agrupados (ou o neologismo rundle, para recurring revenue bundle). Ou melhor, criar uma relação de longo prazo com o cliente, quase uma parceria. Nada de vender apenas um produto, ou uma assinatura. A jornalista (já dissemos que é brilhante?) Kara Swisher apontou que as empresas estão indo além disso, por meio de confiança, credibilidade, satisfação. Assim, a Apple vende telefone e computador, mas também música, séries produzidas com exclusividade e por que não planos de saúde? A AirBnb vai além do aluguel, com experiências, aéreo e até hotel, depois da compra da Hotel Tonight. “Em que empresa você confia para ter uma relação de longa duração e com múltiplos serviços e produtos?”, perguntou ela. Nesse ponto, o fator credibilidade afeta a relação com o Facebook, depois dos escândalos de vazamento de informações de usuários. Uma grande expectativa é em relação à atuação do Google na área de viagens. É só para pesquisa ou pode converter vendas para suas plataformas de viagens e não para as de terceiros? Pesquisa da Phocuswright mostra que, por enquanto, o Google é para buscar informação e não para comprar viagens (leia mais na página 23). Mas isso pode mudar, certo? Ainda mais com os investimentos que estão sendo feitos. Como esses terceiros (que pagam milhões e milhões de dólares ao Google para aparecem bem no buscador) vão reagir? Algumas empresas como TripAdvisor e Expedia já acusam e questionam a relação com o Google, devido a quedas em suas performances. Que grau de sofisticação um Google terá ao oferecer produtos e serviços de viagens para os clientes já que estamos falando do maior buscador do Ocidente, que tem a vida on-line de boa parte do planeta em seu (very) big (giant) data? Assustador, não é. Mas lembrem-se dos governantes ameaçados, das redes sociais ameaçadoras, do medo dos gigantes que leva a reações extremadas.

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5 – PURE TECH

O uso da tecnologia, claro, permeia todas as inovações, evoluções e mudanças em andamento. Algumas delas foram apontadas como decisivas nos próximos lançamentos e cases de sucesso: a realidade aumentada, para melhorar a experiência dos viajantes e a oferta das empresas para eles em diversos momentos da viagem; a tecnologia que permitirá tanto a viagem espacial de curta distância tanto a exploração do fundo dos oceanos por turistas (qual das duas experiências você prefere?); a adaptação da inteligência artificial e do machine learning à indústria de Viagens e Turismo (ou seja, criação de features específicos para o Turismo e não adaptados de outras indústrias ou segmentos); e a análise dados mais completa e complexa à medida em que o usuário fideliza com uma empresa e encontra “tudo” em um só lugar.

6 – NICHOS E EXPERIÊNCIAS Não é clichê e não é algo batido. O lado experiencial das viagens continua sendo algo que o viajante busca. Para Greg O’Hara, da Amex Global Business Travel, isso passa por wellness e ecoaventura (especialmente para os maiores de 55 anos e para os com menos de 30). Outros players citaram a gastronomia, a busca de opções de hospedagem melhores e mais autênticas e a facilitação de processos, como as formas ou meios de pagamento, como setores que terão investimentos e melhorarão a experiência das viagens. Ah sim, quando falamos em experiência, é bom não esquecer da experiência digital do consumidor, como ele se relaciona com as marcas para comprar, pesquisar, reclamar, pedir informações, ser reconhecido... A experiência tem de ser boa em todos os aspectos e não somente dentro do quarto do hotel. Um bom exemplo do uso de nichos é o mercado editorial nos Estados Unidos. A quantidade de títulos continua muito extensa (enquanto no Brasil as revistas e editoras fecham as portas), mas tem crescido a publicação dedicada a um só tema, nicho, filme, era, segmento... A educação, nesse caso, ou o investimento na mesma, faz uma boa diferença. Portanto, ofereça o nicho certo e adequado a seu cliente.

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7 – PREZADO ARTUR, Os dados mais acurados e a proximidade do viajante com as mais diversas empresas, por um longo tempo, permitirão maior conhecimento do perfil desse consumidor, que assim terá opções cada vez mais personalizadas, adequadas e que casam com seus gostos e necessidades. Não faz mais sentido oferecer produtos equivocados para os clientes. Os dados estão à disposição, muitos se prontificam a receber mensagens no WhatsApp e têm suas vidas expostas nas redes sociais. Enviar uma mensagem começando com “Prezado cliente” ou “Prezado associado” chega a ser um ultraje. O mesmo vale para a formatação de produtos. Os nichos estão muito bem definidos e os consumidores sabem o que querem. Basta ver o crescimento das indústrias veganas e de pets, para citarmos duas apenas.

8 – NÃO É MODA A preocupação com o meio ambiente, com o clima, com o bem estar dos funcionários, com o respeito e incentivo à inclusão, igualdade e representatividade, é algo que veio para ficar e que vai mudar o mundo e consequentemente a forma de viajar e de se relacionar com as empresas. Seu cliente ainda não escolhe o hotel sustentável e que respeita o meio ambiente? Ele vai escolher. Seu passageiro ainda não se preocupa se sua empresa valoriza a mão de obra e a cultura locais? Pois ele irá.

Pedro Nanni e Fillipi Nobre, da Elo, com Carolina de Haro e Tricia Neves, da Mapie

9 – ONDE O POVO ESTÁ A multicanalidade nem tendência mais é, e sim realidade e necessidade, já que a pesquisa e a compra se dão em diversos momentos e plataformas. Ser omnichannel é estar perto do cliente, e manter a relação mais longeva, próxima e confiável. Ele não pode mudar de plataforma e todo seu histórico de busca e reservas desaparecer.

10 – FIDELIZE O hotel tem de ser mais ligado à comunidade em que está (alguém viaja para ficar dentro do quarto de um hotel? Então dê dicas e integre o hotel a essa comunidade), de forma a ajudar o hóspede a encontrar boas experiências, realizar desejos, fazer negócios e ter uma experiência sem paradas, sem costuras, sem estresse. O programa de fidelidade das redes deve ser fácil, amplo (não se limitar ao acúmulo de pontos por hospedagem e sim agregar essas experiências únicas) e reconhecer e identificar o cliente (de que

adianta acumular pontos se vamos ser tratados como mais um?). Sobre a parceria com a Expedia, Alexander Pyhan, da Marriott, disse que o objetivo do acordo foi pensar além da distribuição e ir para a esfera da parceria. Pensar a distribuição para wholesalers de forma ousada e diferente, em uma parceria tecnológica e que não signifique, de forma alguma, que a Marriott esteja pisando no freio da venda direta. Ser transparente e mostrar o que quer aos parceiros também é fundamental.

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11 – TENDÊNCIA BÔNUS

Damian Scokin, da Despegar, e Carolina Sass de Haro

As startups já estão além das ideias sobre processos de reserva e gestão, e embarcaram na busca por melhores experiências dos clientes, como aplicativos e empresas que ajudam o viajante a guardar sua mala enquanto não vai para o aeroporto ou a que reserva a espreguiçadeira e o guarda-sol no resort ou na praia que irá frequentar nas férias (confira em www.panrotas.com.br, um resumo das apresentações das startups na Conferência da Phocuswright, e também como foi a participação da Despegar no evento (foto ao lado), além de ver mais fotos do encontro. A PANROTAS é media partner da Phocuswright Conference e viajou com proteção GTA.

POLÊMICA E HOTELARIA O CEO da Booking Holdings, Glenn Fogel, foi o palestrante mais polêmico do evento, e roubou a cena (para o bem e para o mal). Entrevistado por Lorraine Sileo, da Phocuswright, estava bravo e inflamado pois teve uma péssima experiência ao chegar ao Diplomat by Hilton, resort da conferência. O recepcionista disse que não havia quarto para ele (que havia feito a reserva do allotment do evento), que sentia muito e devolveria o dinheiro, e depois de muita confusão, um apartamento apareceu e Fogel se sentiu enganado. Só que ele disse tudo isso de forma bem agressiva e chegou a ser grosseiro com a representante da Phocuswright, não deixando ela falar em alguns momentos. A plateia se dividiu. O hotel, obviamente, errou com ele como hóspede e como parceiro que envia milhões de dólares de receita para a rede Hilton (e ele fez questão de frisar isso em vários momentos); a equipe da recepção podia se antecipar ao problema e oferecer a ele, antes de chegar ao hotel, outras opções de hospedagem e compensação, como fazem as aéreas; e houve um gerenciamento errado e desastroso das reservas. Ele também não foi re-

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conhecido como membro de alta categoria do programa de fidelidade e, não adianta chorar, como presidente da Booking. Por outro lado, alguns argumentaram que ele foi bastante arrogante e que não seria tão ríspido, talvez, se em vez de uma mulher, houvesse um homem no papel de entrevistador. Além do mais, expôs não apenas o evento, mas um parceiro da conferência e da própria Booking. Foi o assunto do evento e só mostra como a hotelaria ainda precisa evoluir e melhorar em aspectos como relação com o hóspede, reconhecimento de clientes fieis de alta categoria (e das demais) nos programas de fidelidade, antecipação de problemas e gerenciamento de reservas, especialmente em grandes eventos. Tanta tecnologia para esse vexame? Não dá, né rede Hilton... Por outro lado, o evento também apontou como os grandes executivos podem estar um pouco atrasados em temas como igualdade de gênero, respeito e uso do poder, e manifestações em público. O debate não acabou e a Phocuswright pode transformar um limão em limonada ao esmiuçar esses temas em eventos vindouros.n

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QUEM COMPRA VIAGENS NAS REDES SOCIAIS? Apresentada por Mark Blutstein, da Phocuswright, durante a conferência, a pesquisa sobre Tendências em Tecnologia de Viagens mostrou um panorama dos hábitos on-line e viagens nos Estados Unidos, Ásia e na Europa, chegando a conclusões mais ou menos conhecidas, como a força do mobile e o lado inspiracional das redes sociais, além da dependência do Google nas buscas. Segundo a pesquisa, a penetração on-line mundial do segmento de Viagens e Turismo está em 46%. E a relação on-line com pesquisa, reservas e compras de viagens é mobile. Isso já é norma e não mais tendência. Segundo dados apresentados por Blutstein, Indonésia e China têm índices de mais de 80% de compra e/ou reservas via smartphones, com Estados Unidos já nos 80%, e França, Reino Unido, Japão e Alemanha com índices entre 60% e 75%. Os viajantes mais jovens levaram a esse domínio do mobile em viagens e nos Estados Unidos 31% dos viajantes com esse engajamento on-line no processo de planejamento de viagens têm entre 18 e 34 anos, índice que quase chega a 60% na Ásia. O planejamento de viagens, claro, começa pelo Google. Nos Estados Unidos, dar um Google para buscar uma opção ou informação de viagem é o primei-

ONDE OS AMERICANOS BUSCAM AS PRIMEIRAS INFORMAÇÕES SOBRE VIAGENS Google

25%

Amigos e famílias

14%

TripAdvisor

13%

Sites de hoteis ou companhias aéreas

12%

Sites de destinos

8%

Agencias de viagens online Metasearch

6% 3%

Redes sociais

2%

Airbnb

2%

ro passo para 25% dos viajantes, mais que ouvir amigos e familiares (14%), ver as reviews do TripAdvisor (13%), pesquisar em sites de hotéis e companhias aéreas (12%), olhar sites de destinos (8%), entrar em OTAs (6%), sites de metabusca (3%), redes sociais (2%) e Airbnb (2%). GOOGLE NÃO VENDE Porém, o Google, segundo a pesquisa, continua sendo um “local para informação, mas não para comprar”. O que aumenta a ex-

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Brasileiros na Phocuswright: Bob Rossato, Francisco Neto, Alex Todres, José Guilherme Alcorta, Carolina Sass de Haro, Tarik Potthoff, Ana Fusquine, Tricia Neves, Fillipi Nobre, Luís Ferrinho, Sergio Assis e Paulo Nascimento

pectativa sobre a estratégia da Google para sua próxima era no mundo digital e para produtos como o Google Flights e o Google Hotels. Com outros players também ampliando suas estratégias (Booking vendendo aéreo, Rappi vendendo viagens, Amazon entrando em viagens, entre outros), pode não ser tão fácil transformar pesquisa em vendas. SOCIAL MEDIA É INSPIRAÇÃO A pesquisa também mostrou dados sobre como as redes sociais são fortes no estágio de inspiração para todo o processo de viagens, mas não na parte de comercialização das mesmas. A decisão da viagem é influenciada pelas redes sociais, com índices de cerca de 90% na China e Indonésia, e cerca de 40% nos países ocidentais pesquisados. Nos Estados Unidos, apenas

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15% dos pesquisados usam as redes sociais para escolher um destino de viagens, enquanto na China esse índice é de 44%. Você compraria viagens nas redes sociais?, perguntou a pesquisa: 1 em 3 americanos respondeu que sim, compraria viagens nas redes sociais, mesmo índice dos japoneses. Na França, 2 em 5 franceses disseram sim. E OS BRASILEIROS? Carolina Sass de Haro e Tricia Neves, da Mapie, representante da Phocuswright, aproveitaram a presença de 18 brasileiros na Phocuswright Conference, em Fort Lauderdale, na Flórida, para divulgar alguns dados de uma recente pesquisa global da empresa americana sobre hábitos de consumo em viagens. A pesquisa é global e está disponível apenas para assinantes, mas há um recorte sobre o Brasil. De acordo com os dados, 30% dos brasileiros pesquisam so-

bre viagens todos os meses. Outros dados exclusivos da pesquisa da Phocuswright sobre como os brasileiros planejam e compram suas viagens mostram que: 50% dos brasileiros começam a pesquisa com alguns destinos em mente. “Não necessariamente são os destinos que irão converter em vendas, mas eles têm algo em mente ao começar a pesquisa”, comenta a diretora da Mapie. Na hora de escolher 34% escolhem pelo custo/benefício, olhando o preço total da viagem; e 24% escolhem pelo preço da hospedagem (não importa se for hotel ou meios alternativos ou emergentes). Os brasileiros gostam de explorar. Apesar de a primeira viagem ser para destinos mais populares no Brasil, como Orlando e a Flórida em geral, 66% decidem por um destino que ainda não conhecem. “Esse índice é maior entre millennials”, conta Carolina.

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O planejamento da viagem dura uma semana (49%) nas viagens nacionais e média de três semanas nas internacionais. “Alimentação e tours e atividades são pesquisados antes das viagens, mas comprados apenas nos destinos”, adiciona Carolina de Haro. Por fim, a pesquisa mostra que o brasileiro gosta da curadoria, do filtro de produtos, já que há um excesso de informação e players on-line, mas se sente confortável em comprar de forma autônoma. “Ou seja, o agente de viagens é bem visto como um curador de produtos e opções”.n

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Carolina Sass de Haro e Tricia Neves, da Mapie

No Brasil, a Phocuswright é representada pela Mapie, de Tricia Neves e Carolina Sass de Haro. E-mail: carolina@mapie.com.br. No site www.phocuswire.com, você pode assistir às palestras e debates, além de conferir entrevistas da equipe da Phocuswright com os principais debatedores.n

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Hotelaria

Rodrigo Vieira – Nuevo Vallarta (México)

ALL-INCLUSIVE COM IDENTIDADE

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Vista aérea do Reflect Nuevo Vallarta, que é banhado pelo mar do Pacífico

Dentre as sete marcas da AMResorts, a Reflect é a única diretamente identificada com um país. “Sua proposta é levar o melhor da cultura mexicana ao hóspede. Seus gostos, sabores e costumes”, resume o gerente sênior de Marketing e Vendas da AMResorts no Brasil, Ney Huberto Neves, da Imaginadora. Um gesto de gratidão da rede norte-americana que escolheu o Caribe como sua casa e, como se sabe, poucos países sabem trabalhar melhor a região azul turquesa do que o México. A breve descrição pode ser interpretada de várias maneiras pelos agentes de viagens, mas a leitura mais sagaz a se fazer da marca Reflect é vendê-la a um cliente interessado em um resort e ao mesmo tempo a fim de conhecer algo legítimo, cultural, com raízes locais. Essa é a combinação entregue pelo Reflect Nuevo Vallarta. Exemplo para o mundo inteiro, a hospitalidade mexicana, o prazer autêntico em receber estrangeiros, que circula nas veias dos locais, está diariamente presente neste resort localizado na região de Puerto Vallarta. De quebra, não há um local que desconheça o slogan deste destino: o mais amigável do mundo. É duvidável se existe uma maneira fiel de se medir tal ranking, mas ao menos dentro do Reflect Nuevo Vallarta não há cara feia e tampouco serviço mal feito. Este é o grande trunfo do empreendimento.

Lobby e recepção do resort

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GRACIAS A TI O hotel sintetiza toda essa hospitalidade, do gerente geral ao atendente de balcão, do concierge ao segurança, do bar da piscina ao restaurante a la carte. Ouve-se mais gracias dos funcionários do que dos próprios hóspedes. E ao serviço se complementa à estrutura: 429 suítes, praticamente todas de frente para o mar, amenidades de boa qualidade, TV a cabo, ar condicionado, duas camas de casal ou uma king-size e frigobar abastecido diariamente (é all-inclusive como todos da AMResorts). Desse total de suítes, cerca de 250 têm apenas dois anos. Trata-se do novo prédio do Reflect Nuevo Vallarta Resort & Spa, que marcou a virada da propriedade. Todas suas suítes têm varanda e uma agradável vista para as piscinas, com a praia de fundo, mas bem próxima. Este novo complexo, onde fica o amplo lounge, conta ainda com a cafeteria Coco Cafe, o Sky Bar na cobertura, com seus gazebos e uma bela vista, além de um bar no primeiro piso. Para os hóspedes da categoria Altitude Club, o primeiro andar tem piscinas privativas e o último, uma vista impecável e varanda. Todos os clientes Altitude também têm máquinas de café expresso no apartamento, artigos de higiene pessoal de padrão superior e sala privativa. Das três piscinas, a mais ampla é dedicada a toda família, com espreguiçadeiras mergulhadas e atividades aquáticas durante o dia. A segunda é reservada para adultos, enquanto, a última, mais bonita e mais próxima da praia, tem borda infinita e é perfeita para o pôr do sol. Todas elas contam com bares e atencioso serviço do staff, oferecendo snacks, comidas e bebidas. Recomendamos os autênticos nachos, mas hambúrgueres, pizza e outras opções são servidas a qualquer hora enquanto houver luz do dia. No serviço de praia, a mesma coisa: das toalhas ao caiaque, do vôlei de praia à cerveja gelada... tudo incluído.

de AMResorts é que seu all-inclusive não é como qualquer um. Vai desde o room service completo 24 horas até produtos frescos e de alto padrão. O Reflect Nuevo Vallarta vai ao encontro dessa linha da AMResort, com o toque especial dos ingredientes mexicanos. O hóspede tem tudo à disposição, incluindo serviço de quarto diário, suco, refrigerante, cerveja e outras bebidas alcóolicas à vontade, acesso aos pratos à la carte sem necessidade de reserva.

ALL-INCLUSIVE Ney Huberto Neves aponta que um dos principais argumentos de venda

BARES E RESTAURANTES Coco Cafe: assim como o serviço de quarto, a cafeteria localizada no

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Café da manhã é servido no buffet O

Hacienda El Motero, restaurante de gastronomia mexicana

prédio principal funciona durante 24 horas; Ayami Restaurant: cozinha pan-asiática; Barefoot Grill: lanches grelhados à beira da piscina; Hacienda El Motero: gastronomia mexicana; O: culinária internacional servida em estilo bufê para café da manhã (das 7h ao meio dia), almoço (do meio dia às 17h) e jantar (das 18h às 23h;. Risotto Restaurant: cozinha italiana; Surfo's Snack Bar: Bar de piscina ao ar livre e The Grill: Churrascaria e gastronomia internacional.

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Spa oferece uma oferta diversa de tratamento e uma atmosfera perfeita para o relaxamento

REFLECT SPA E ACADEMIA O Reflect Spa merece um destaque à parte. O bom serviço mexicano é acentuado nesse espaço de 850 metros quadrados, e a infraestrutura do local é de classe mundial. Antes das massagens, recomenda-se investir tempo nos vários mimos oferecidos, como jacuzzis, sauna, esfoliação e duchas de alta vazão, um refresco para o calor local. Os tratamentos são pagos à parte. No mesmo local, funciona uma academia 24 horas com estrutura para cardio e musculação. PARA TODA FAMÍLIA Acima de tudo, o Reflect Nuevo Vallarta é pensado para toda família. Crianças e adolescentes têm seus espaços exclusivos enquanto os pais relaxam. O Explorers Club é destinado aos pequenos de três a 12 anos. Ao levar suas crianças, os pais ganham um sinalizador para serem chamados pelo resort caso algo aconteça. Já para os adolescentes, o espaço exclusivo é o Core Club, onde há videogames, jogos e várias outras

atividades que todo jovem de 13 a 17 anos gosta. Mas dentro ou fora desses espaços, o hóspede que não quiser ficar no ócio tem ampla oferta no Reflect Nuevo Vallarta. Ioga, pilates, ginástica, bike, jogos, vôlei de piscina, futebol e vôlei de praia, caiaque, arco e flecha, sessões de cinema, bar para assistir a jogos na TV, karaokê, música ao vivo, noites temáticas e muito mais... Tudo liderado por guias extremamente simpáticos, solícitos e competentes. O hotel ainda tem dois DMCs locais

para passeios na região e atividades extras como jetski e outros. Esses serviços são pagos à parte. MICE E CASAMENTOS A oferta para reuniões, incentivos, congressos e eventos do hotel se concentra principalmente no centro de convenções. Há uma equipe de vendas dedicada ao segmento, tal como há profissionais responsáveis por casamentos e bodas, assim como toda uma estrutura para os noivos e seus convidados.

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NOVO NOME O Reflect Nuevo Vallarta teve seu nome trocado recentemente. Isso porque o resort, que se chamava Reflect Krystal Grand Nuevo Vallarta, foi comprado pela AMResorts há pouco mais de um ano. Apenas uma questão de marca, como explica o gerente geral do hotel, Alexis Marques. A AMResorts comprou a propriedade há cerca de um ano do grupo local Santa Fe, e desde então vem gradualmente dando sua cara à propriedade pé na areia. Desde 1º de novembro, a mudança foi oficializada retirando "Krystal Grand" do nome. A propriedade abriu as portas há mais de uma década, com um condo-hotel de 180 habitações. Em 2016, o Santa Fe Grupo Hotelero fez uma oferta para comprar a propriedade e a transformou completamente. Construiu um novo prédio e o resort ultrapassou os 400 apartamentos. Ao seu redor, trocou o que era estacionamento para um novo complexo de lazer com piscinas, bares, restaurantes e atrativos para crianças e adultos, além do segundo maior centro de convenções do destino, para 1,2 mil pessoas e possibilidade de dividir em oito salas. Eis que os norte-americanos da AMResorts enxergaram valor na propriedade e bateram o martelo em sua compra. "Há um ano, a rede trouxe toda sua expertise, capacitação e outros fatores que fizeram o resort melhorar muito e crescer em ocupação", conclui Marques. NUEVO VALLARTA Embora seja considerado um destino por si só, Nuevo Vallarta é, na verdade, um condomínio de resorts localizado no Estado de Nayarit. É vizinha ao destino de Puerto Vallarta, que fica no Estado de Jalisco. Esta proximidade garante ao viajante ainda mais legitimidade ao destino, que, diferentemente de Cancun, tem um povoado histórico e uma atividade econômica que vai além do Turismo. Puerto Vallarta conta com 110 quilômetros de praia e uma rica programação em eventos culturais.

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Alexis Marques, gerente geral do resort

"Puerto Vallarta oferece ao turista uma verdadeira experiência sobre o México. Nós temos a cultura local muito enraizada, o Turismo cresceu depois de já termos nos consolidados, ele tem se adaptado a nós e não o contrário" afirmou o diretor de Promoção de Puerto Vallarta, Luis Villaseñor. Ao contrário de outros destinos que são banhados pelo Pacífico, Puerto Vallarta tem águas quentes, com temperatura média de 25°C. O clima local também é um

atrativo para os turistas, sendo 360 dias de sol e temperatura ambiente média de 25°C. "Estamos a cinco horas de carro de Guadalajara e a uma hora do maior circuito de tequila do país, considerado patrimônio da Unesco desde 2006. E para completar estamos cercados por montanhas, o que impede que eventos como furacões nos atinjam", finalizou o diretor. O resort fica a pouco mais de 15 minutos de distância do aeroporto de Puerto Vallarta, de carro.

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Puerto Vallarta, vizinha de Nuevo Vallarta, tem identidade da cultura mexicana

AMRESORTS NO BRASIL No Brasil, a AMResort é representada pela Imaginadora, que tem dois executivos de Vendas e Marketing no Brasil, são eles Daniel Rocha (São Paulo) e Ney Neves (Rio de Janeiro). O grupo tem mais de 60 hotéis em sete marcas: Zoëtry Wellness & Spa Resorts, no estilo boutique; Secrets Resorts & Spas e Breathless Resorts & Spas, resorts exclusivos para adultos; Dreams; Reflect; Now Resorts & Spas, ideal para casais, famílias e grupos de amigos; e Sunscape Resorts & Spas, empreendimentos desenhados para a diversão. Entre em contato pelo (11) 3171-3899, e-mail neyneves@imaginadora.com.br, facebook.com/AMResortsBrasil ou @AMResorts.Brasil no Instagram.

TORNE-SE UM EXPERT PANROTAS e AMResorts prepararam um material focado para operadores e agentes de viagens brasileiros que pretendem turbinar as vendas de AMResorts. Um E-Book completíssimo, com todos os destinos e os 60 resorts que a companhia oferece. Dos campeões de vendas Dreams Sands Cancun, Now Larimar Punta Cana e Sunscape Curaçao, que brilham no mercado brasileiro, até destinos como Jamaica, Costa Rica e outras pérolas caribenhas ainda desconhecidas para nosso público, confira o E-Book e não deixe de oferecer AMResorts a seu passageiro. Baixe já, gratuitamente: http://bit.ly/ebookAMResorts e veja a oferta de lazer, diversão, gastronomia e infraestrutura de cada empreendimento.

Embora seja no Pacífico, mar em frente ao resort tem água quente

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Rodrigo Vieira

VOAMOS NA CLASSE PREMIER DA AEROMEXICO ENTRE SÃO PAULO E CIDADE DO MÉXICO Desde 2018, é o Boeing 787-9 Dreamliner que opera a rota diária da Aeromexico entre São Paulo e seu hub na Cidade do México. Uma aeronave de ponta que merece uma classe executiva à altura... e tem. O voo AM15 sai às 10h15 de Guarulhos. Embarquei depois de ter passado algumas horinhas no lounge vip da Gol, com quem a Aeromexico tem parceria, no terminal 2. O lounge está cada vez mais completo e tem um bom tamanho. Opções de bebidas frias e quentes de qualidade e comidas saborosas, diferentemente de muitas salas vips que vemos por aí com quitutes e pratos sem gosto. O Dreamliner tem sistema de pressurização com maior oxigenação de cabine, além do serviço de iluminação inteligente Sky Interiors. Ambos elementos são feitos para diminuir a sensação de jet lag. As janelas escureceram automaticamente e a luz se modifica em cada etapa do voo. Eu estava sem sono e confesso que senti um pouco de falta da luz. Não pude abrir a janela porque nem todos no voo tinham acesso ao corredor nesta configuração 2-2-2. Eu estava em uma das pontas, no assento 6C, que dá acesso ao corredor e não à janela. A executiva, com capacidade para 36 passageiros, estava cheia e não tive outra opção. Sem sono... mas não sem distração. O sistema de entretenimento era bem completo, com filmes de Hollywood recém-saídos do cinema, séries variadas e TV ao vivo. Fã de futebol, pude desfrutar de um domingo de esportes neste voo de cerca de nove horas. Passou bem mais rápido. O assento se torna uma cama de 180 graus, mas infelizmente o apoio dos pés afunila, o que prejudica um 32 32 e 33.indd 32

pouco do conforto na hora de dormir. Sim, o sono veio do meio para o final do voo, principalmente depois da refeição principal e de tomar uma ou outra taça de vinho. O travesseiro e os cobertores tinham bom tamanho e me deixaram bem mais confortável. O Dreamliner promete um voo com 60% menos ruído do que a média do mercado e entrega. De qualquer maneira, o fone de ouvido oferecido pela Aeromexico desempenhava um excelente papel nesta função. Me chamando pelo nome a todo tempo, o comissário de bordo não me atendeu com sorriso, como o serviço mexicano costuma ser, mas tampouco estava carrancudo. Durante o trajeto ele começou a fazer uma brincadeira ou outra, uma piada ou outra e então notei que era apenas o jeito dele. Uma

pessoa eficiente e brincalhona. Me senti no México antes de tocar o solo no país. Fui tradicionalmente recebido com uma taça de espumante e um suco de laranja. Tiragostos também foram oferecidos, mas o lounge da Gol já havia matado minha fome. A tripulação não me perguntava a todo momento o que eu gostaria, mas se colocaram plenamente à disposição para que eu pedisse. Quando pedi, fui atendido: café, água e vinho para assistir à TV. A tela tinha um tamanho bom. Suficiente. A necessáire era da italiana Boggi. Bem completa, com o que deve ter, e com a vantagem de ter um belo design para uso posterior. Tapaolhos, par de meias, kit higiene e cremes e perfumes que me acolheram.

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Necessáire da Boggi me atendeu bem

Entrada de alcachofra com queijo foi o ponto alto da gastronomia a bordo

Passageiros da Premier têm acesso ao lounge Gol

O ponto alto da comida a bordo foi a entrada. A alcachofra com lascas de queijo parmesão estava divina. Perfeita combinação. Na mesma entrada veio um prato com outros queijos e uvas verdes sem caroço bem docinhas. O prato principal, porém, deixou a desejar. Como não sou muito fã de frango, pedi o penne ao sugo, que vejo com algumas bolinhas de muçarela derretidas. Senti falta de sabor. Fresquinha, a salada de folhas verdes foi temperada com azeite e balsâmico. Estava melhor do que o prato quente. Também senti falta de sobremesa. Doce nenhum me foi servido e tive de me contentar com o chocolate que comprei no Duty Free.

Tela e controle de entretenimento

O único ponto totalmente negativo que tenho de destacar é o wi-fi. A Aeromexico criou uma expectativa que não entregou em nenhum momento do voo. Embarquei contando com a internet que nem o whatsapp me entregou. O mexicano do meu lado, o da janela, estava mal-humorado pelo mesmo motivo. O comissário apenas lamentou. O desembarque no México foi preferencial, tal como o embarque em Guarulhos. A conexão no aeroporto da Cidade do México a Puerto Vallarta foi rápida, tal como a imigração.

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Política Danilo Alves

SOBE E DESCE GOVERNAMENTAL

Foto: Marcos Corrêa/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro assinou no último dia 26 a MP 907/2019 (popularmente batizada de “A Hora do Turismo"), que aumenta para 7,9% o imposto de renda retido na fonte (IRRF) sobre remessas ao Exterior para pagamento de contratação de serviços turísticos, isenta os hotéis do pagamento de direitos autorais por músicas executadas nos quartos dos estabelecimentos e transforma a Embratur em agência de promoção internacional. Com a MP assinada, a alíquota do IRRF vai para 7,9% em 2020, 9,8% em 2021, 11,7% em 2022, 13,6% em 2023 e 15,5% em 2024. A medida vai promover uma renúncia fiscal do governo de R$ 1,423 bilhão em 2020, R$ 1,316 bilhão em 2021 e R$ 1,191 bilhão em 2022, se considerarmos os 25% de um imposto que é considerado indevido pelo setor. Para o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, as ações representam mais um passo da pasta em busca de mercados mais atrativos e competitivos com intuito de beneficiar diretamente a população. “Como orientação do presidente Jair Bolsonaro estamos modernizando a gestão e tirando o Estado das costas dos em-

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presários e do povo. Todos ganham com isso”, discursa o político. Segundo ele, a nova Lei de Diretrizes Orçamentárias Anual (LDO), aprovada neste ano, permite que a MTur apresente nova proposta de incentivos fiscais para o setor turístico, o que já está em seus planos para 2020. “No ano que vem, quando as regras orçamentárias permitirem, lutaremos para reduzir – ou mesmo eliminar – esses e outros tributos, bem como a inserção de outras importantes inciativas do setor que geram empregos e movimentam bilhões na economia brasileira”, pontua Álvaro Antônio. Quem viver verá. DE 6% PARA 7,9% Em 2016, o presidente da República em exercício, Michel Temer, sancionou a lei que estipulava em 6% a alíquota do tributo. Essa, inclusive, foi uma das principais causas de mobilização da história do setor no Brasil, que envolveu importantes entidades, como Abav Nacional, Braztoa e Clia Abremar, em um lobby junto ao Ministério do Turismo.

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Uma das porta-vozes da cadeia no pleito do IRRF foi Magda Nassar, desde a época que ocupava a presidência da Braztoa. Em entrevista à PANROTAS, na semana passada, a presidente da Abav Nacional afirmou que a MP, do jeito que foi assinada, não a deixou feliz. “Mas por outro lado, não posso deixar de ver como positivos dois aspectos: não são 25%, que é o que determina essa lei que passou pelos governos do PT, do Temer e agora do Bolsonaro, sem ninguém entender o que é o Turismo; e temos o Ministério do Turismo, na figura do ministro Marcelo (Álvaro Antônio) do nosso lado”, analisa. O ministro do Turismo e o da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, se comprometeram a lutar pelo fim desse imposto ou sua redução, a partir da LDO-Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2020 (válida para 2021). “Temos o compromisso da Casa Civil e do MTur que essa luta é prioridade. Infelizmente começaremos o ano com 7,9%, mas nós, a Braztoa, a Clia, estamos trabalhando com o governo para reverter isso”, continuou Magda. As mesmas palavras saíram da boca do presidente da Clia Brasil, Marco Ferraz. “Foram 11 meses de diversas reuniões e idas a Brasília, e a gente já sabia que não tinha como fugir da LDO. Os ministros da Casa Civil e Turismo não mediram esforços para nos ajudar e para atender aos nossos pedidos”, elogiou Ferraz, creditando "o sucesso da assinatura da MP a todas as entidades de classe e associativas do Turismo". “O governo é claro ao promover medidas como essa e deixa o Turismo em evidência. O nosso setor está sendo tratado com prioridade, colocando o nosso País na mesa dos principais investidores”, também discursa Marco Ferraz. “É um excelente avanço e o principal ganho para o Turismo do Brasil”. Foi assim que Álvaro Antônio abriu a coletiva de imprensa que fez em Brasília para falar comemorar a assinatura da MP. Ainda segundo ele, todas as ações propostas no documento também têm como foco a redução do custo Brasil e o objetivo de atingir a meta de 100 de milhões de brasileiros viajando dentro do País em 2022 (e 12 milhões de turistas estrangeiros, quase dobrando os números atuais). “Viajar no Brasil não é barato. Em parceria

A presidente da Abav Nacional, Magda Nassar

Marcelo Álvaro Antônio, ministro do Turismo

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com as associações de empresas aéreas, cruzeiros, agências de viagens e hotelaria, temos pensado em conjunto como fazer o Turismo doméstico ser mais acessível a outros 40 milhões de brasileiros. É triste ver uma família perceber que uma viagem para Buenos Aires ou Miami é mais barata que um destino dentro do nosso País”, disse o ministro. “Neste primeiro ano de governo tivemos grandes medidas que mostraram a importância do setor para o presidente, como abertura do capital estrangeiro (nas empresas aéreas nacionais), mudança da Embratur para agência e outros itens que constam na MP. Qualquer um pode ver como o Turismo tem a sua devida importância dentro do Governo Bolsonaro”, continuou o ministro. Para o presidente da Braztoa, Roberto Nedelciu, a revisão prevista para 2020 fará com que o Turismo cresça e gere mais empregos. “É importante salientar que existem muitos países isentos dessa cobrança, como, por exemplo, a Argentina, Chile, Peru, uma grande parte da Europa, China, Índia, Rússia, entre outros”, disse ele.

O presidente da Braztoa, Roberto Nedelciu

“O nosso setor está sendo tratado com prioridade”, diz Marco Ferraz, da Clia Abremar

MAIS IMPOSTO A aviação também foi afetada com a MP 907, já que a medida determina alíquota gradual de 1,5% de IRRF sobre o leasing de aeronaves e motores. Segundo a Abear, a medida vai impactar o setor aéreo em R$ 79 milhões em 2020. “Trabalharemos com todos os interessados em uma aviação competitiva e cada vez mais acessível a todos para revermos a medida já em 2020”, disse a Abear, por meio de nota oficial.

EMBRATUR VIRA AGÊNCIA A MP 907 também transformou a Embratur na Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo, que contará com uma nova estrutura, composta por conselho deliberativo; conselho fiscal; e a diretoria-executiva, com um diretor-presidente e mais dois diretores. O Conselho Deliberativo será composto pelo ministro do Turismo, que o presidirá; pelo presidente da Diretoria-Executiva da Embratur - Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo; por cinco representantes do Poder Executivo federal; e por quatro representantes de entidades do setor privado do Turismo no País que sejam representadas no Conselho Nacional do Turismo. Cada membro do Conselho Deliberativo terá um suplente, que o substituirá em suas ausências e seus impedimentos. A falta de verba de promoção, para competir com desti-

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nos internacionais que investem milhões de dólares em ações nos principais mercados emissores, é uma das queixas do trade em relação ao atual modelo MTur/Embratur. Não adianta ter apenas uma pasta dedicada ao setor sem orçamento. Com o fim do instituto e criação da agência, a Embratur também tem seu orçamento ampliado, captando parte da verba paga como contribuição para o Sesi e Senai (e cujo maior beneficiário é o Sebrae atualmente, mas também a Apex – agora haverá uma divisão maior desses recursos). O Sebrae deve ficar com 70% dos recursos da contribuição para Sesi e Senai e a Embratur com 15,75%. O restante continua sendo distribuído para a Apex e a ABDI. Isso deve resultados em mais de R$ 600 milhões ao ano para a Embratur e se houver a extinção futura do MTur,

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MÚSICA NOS QUARTOS Além das medidas mencionadas anteriormente, a MP também acaba com a arrecadação de direitos autorais via Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), pela reprodução de obras artísticas em quartos de hotel e cabines de navio, um pleito do setor atendido pelo governo federal. A cobrança da taxa do Ecad nas músicas executadas em quartos de hotéis é questionada pela hotelaria desde o início, em 1975, quando foi instituída. “Essa antiga reivindicação da hotelaria sempre foi uma das metas principais de nossa gestão. A cobrança não fazia sentido pois esses locais são considerados residências tempo-

O presidente da FBHA, Alexandre Sampaio: “Enfim, feita justiça”

rárias. Já nos ambientes coletivos, como áreas de lazer, hall de entrada e restaurante, ela permanece. Outro ponto que sempre destacamos é que cobrar a taxa dos hotéis tratava-se de uma dupla tributação já que as rádios e TVs já pagam ao Ecad”, comentou o presidente da ABIH Nacional, Manoel Linhares. A Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), filiada à Confederação Nacional do Comércio (CNC), também celebrou a MP. “Enfim, feita justiça”, afirmou Alexandre Sampaio. O Ecad disse que a arrecadação afetada pela MP pode chegar a R$ 110 milhões.n

Manoel Linhares, da ABIH Nacional

os recursos poderão ser ainda mais otimizados. “É uma vitória para a Embratur, para o Turismo e para o Brasil, que ganham a possibilidade de competir de forma justa com outros grandes destinos do mundo”, afirmou o presidente da Embratur, Gilson Machado Neto. "Depois da isenção de vistos, da diminuição da violência no País e, agora, com a transformação da Embratur, o presidente Bolsonaro atesta seu compromisso com o setor que é um dos mais importantes para a geração de divisas. Por ora, precisamos do apoio do Congresso para a aprovação da MP." A medida provisória tem validade de 120 dias e precisa de aprovação do Congresso. Em nota, a Resorts Brasil afirmou que a nova agência poderá realizar um trabalho muito importante de divulgação do destino Brasil no Exterior, ampliando a exposição do País como destino turístico de relevância no cenário internacional do Turismo de lazer e de negócios. "O Brasil tem um potencial turístico que precisa se transformar em uma realidade presente e não em um futuro que nunca se alcança", afirma o presidente da Resorts Brasil, Sérgio Souza.n

Sérgio Souza, presidente da Resorts Brasil

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Memória

Danilo Alves

A UNIÃO FAZ A FORÇA

Pela primeira vez na história do Turismo, um trabalho intenso de lobby em Brasília surtiu um grande efeito para o setor. Em 2016, o grupo liderado por Marco Ferraz, que tinha acabado de assumir a presidência da Clia Abremar, Magda Nassar, na Braztoa, Edmar Bull, presidente da Abav Nacional, Guilherme Paulus, membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico da Presidência da República, Luiz Eduardo Falco, que ocupava a presidência da CVC, e outros importantes players, comemoravam os 6% de Imposto de Renda sobre a Remessa de Dinheiro ao Exterior (IRRF), tema este que voltou a ser notícia no Portal PANROTAS nos últimos dias. Há quatro anos, o governo olhava para o Turismo emissivo pela primeira vez como parte integrante da cadeia produtiva, e não como ameaça às viagens internas A vitória, em 2016, não era creditada a uma, duas ou várias entidades. O setor se empenhou e lutou pela MP 713. Empresários, em38 38.indd 38

presas, políticos, imprensa; todos de uma forma ou outra contribuíram para aquela conquista As lideranças que sentaram à mesa com o governo queriam o imposto zero, mas na negociação, demorada e tensa, de aprendizado para ambos os lados, o melhor resultado obtido foi a MP com os 6%, assinada pela presidente Dilma Rousseff, com aval do Ministério da Fazenda, Receita Federal e TCU. Uma vitória moderada, mas condizente com o momento do País naquele ano, segundo as lideranças. Muitos na época diziam que as entidades envolvidas no lobby teriam gastado cerca de R$ 2 milhões, números que nunca foram confirmados por elas. “O maior investimento foi nosso tempo, dedicado a viagens a Brasília, a reuniões e visitas para aprovar essa MP”, explicava o presidente da Abracorp em 2016, Edmar Bull. Para Magda Nassar, tratava-se “do maior investimento feito pelo Turismo por um pleito único”.

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PARADA HISTÓRICA

O destino de São Francisco, na Califórnia, segue como referência em diversidade e inicia agora uma forte campanha. Um dos destaques da promoção turística será a San Francisco Pride, parada que vai comemorar 50 anos em 2020 com o tema “Gerações de Esperança”, marcada para os dias 27 e 28 de junho. “Esta nova campanha terá como foco a extensa programação do próximo ano”, adianta o presidente e CEO da San Francisco Travel Association, Joe D’Alessandro. Sobre o mercado brasileiro, ele revela boas expectativas. “O Brasil é muito importante para nós e atualmente envia cerca de 100 mil turistas por ano, sendo o 13º maior mercado e um dos que crescem mais rapidamente. Acredito que nos próximos anos o Brasil entrará no top 10 de emissores internacionais”, ressalta.n

NOVO BANCO

Acaba de chegar ao mercado o Pride Bank, o primeiro banco digital LGBTI+ do mundo, que é brasileiro. Ainda em versão Beta, é possível abrir uma conta para realizar transferências, depósitos, pagamentos e recargas, com opção de pessoa física ou jurídica. Em breve haverá opção de cartão de crédito pré-pago internacional e maquininha. O diferencial é que a empresa tem propósito e já nasceu com o Instituto Pride. Toda vez que um correntista realiza uma transação, parte do valor das taxas é transferido ao instituto, que atua em parceria com a Welight. Dessa maneira, as quantias serão direcionadas a diversas causas relevantes para a comunidade. Mais informações em: contato@pridebank.com.br.n

LGBTravel

Marcos Martins

Cristina Rio Branco, da agência Palavra, Melissa Andretta, do San Francisco International Airport, Igor Romeu, da SMI, representante do destino, Joe D’Alessandro, Hubertus Funke e Daniel Schwartz, da San Francisco Travel Association

• A cantora Cyndi Lauper vai receber um prêmio da ONU por seus esforços no ativismo LGBT+ • França e Alemanha desenvolvem projetos para transformar em crime as terapias de “cura gay” • Gilmar Mendes, do STF, intimou o Itamaraty a fornecer dados sobre a posição do Brasil quanto a gênero, mulheres e LGBTsn

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EVENTOS E VIAGENS CORPORATIVAS

www.alagev.org | Edição 31 – 4 de dezembro de 2019 Parte integrante da Revista PANROTAS

MANTENEDORES ALAGEV

A ARTE DE ATENDER O PASSAGEIRO CORPORATIVO Por Beatrice Teizen

Uma viagem a negócios inclui uma série de etapas e uma das que fazem a maior diferença na jornada é a parte aérea. A partir do momento que o viajante corporativo pega um transporte a caminho do aeroporto até o seu retorno para casa, ele espera por um processo tranquilo, prático e sem grandes estresses. “Esse tipo de viajante é mais exigente, ele paga um pouco a mais que o a lazer, quer uma experiência e espera que tudo seja feito de maneira muito natural. Por isso, buscamos sempre por benefícios para que isso tudo seja mais fácil. Além disso, ele busca por produto e horário, não se preocupando em pagar um pouco mais quando recebe flexibilidade e pontualidade”, explica o diretor geral da Aerolíneas Argentinas no Brasil, Diógenes Toloni.

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Diante desse desafio que é atender as exigências do cliente corporativo, as companhias aéreas precisam trabalhar para oferecer serviços diferenciados. Seja em termos de frota, de frequência aérea, de aeronaves, programas de fidelidade ou no atendimento. Todos estes são quesitos importantes para quem viaja – e muito – a trabalho. “Olhando pelo ponto de vista do viajante, acredito que eles esperam que não ocorram atrasos, cancelamentos e nenhum outro problema que possa impactar o trajeto deles. Caso aconteça, é preciso ter em mãos as ferramentas que possam auxiliá-los. Por isso, do ponto de vista do gestor de viagens, é importante analisar estes índices no momento da avaliação e negociação com as compa-

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Diógenes Toloni, da Aerolíneas Argentinas

nhias”, afirma a gerente de Viagens e Eventos da Cargill, Julia Brito. Neste sentido, as companhias precisam buscar estar sempre se adaptando às necessidades do viajante corporativo. Ele quer toda a parte on-line, fazer tudo que for possível digitalmente. Realizar o check-in antes, em casa, chegar no aeroporto e ter seu embarque facilitado, pois ele não pode perder muito tempo. Elas devem estudar e antecipar as necessidades desses clientes. “A pessoa que viaja a trabalho é muito prática, geralmente não tem bagagem, já está com os assentos marcados. Se tiver wi-fi, esse público já vai trabalhando. Estão mais acostumados e, pelos benefícios que recebem, pagam mais. Por isso eles querem o processo feito da maneira mais rápida e eficiente possível”, conta Toloni. Entre as vantagens oferecidas ao mercado corporativo, o programa de fidelidade é essencial hoje em dia. Passando tanto tempo na estrada, longe de familiares e amigos, se beneficiar no âmbito pessoal com as milhas acumuladas em viagens a negócios, uma vez que podem ser bem estressantes, é imprescindível. Outro ponto positivo é também a possibilidade de se criar valor utilizando os status dos programas pessoais em prol das negociações corporativas. Do lado da aérea, fazer parte de uma aliança global é primordial, entregando um sistema de frequent flyer amplo e com diferentes opções ao viajante. Buscar associar-se a um

Julia Brito, da Cargill

cartão de crédito também pode ser interessante. Alinhar aspectos da vida profissional à pessoal para que o desempenho do trabalho no pré, durante e pós-deslocamento seja satisfatório para ambos os lados. Frequência de voos também tem papel importante. Com Custo e Savings sendo fatores que recebem enorme atenção das empresas e com as jornadas dos colaboradores cada vez mais cheias de compromissos, otimizar tempo e prioridades é fundamental. “O viajante corporativo acumula diversas funções, tem de estar conectado o tempo todo. Em certos casos, com a economia de gastos em evidência, não precisar pagar uma noite de hotel ou a mais com alimentação faz toda a diferença. Pela proximidade, como Buenos Aires, por exemplo, poder ir e voltar no mesmo dia às vezes é melhor para empresa e funcionário. Oferecer horários nobres e mais opções de voos é primordial para a agenda complicada desses executivos e executivas”, diz o diretor da Aerolíneas no Brasil. Frotas renovadas, compostas por equipamentos atualizados que oferecem classe executiva, entretenimento a bordo, wi-fi e tomadas disponíveis são características que o viajante a trabalho espera ao voar de um ponto para outro. Destacar-se entre diversas companhias aéreas exige muito trabalho e esforço, mas vale a pena conquistar esse cliente exigente e construir uma relação duradoura e de confiança. n

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Beatriz Contelli

RIO QUENTE RESORTS Localizado a 27 quilômetros de Caldas Novas, Goiás, o Rio Quente Resorts conta com seis hotéis e um parque aquático. Presente em algumas plataformas digitais, a rede hoteleira utiliza algumas de suas atribuições, como ter sido eleito o resort mais sustentável do Brasil e ter inúmeras piscinas de águas naturalmente quentes, para engajar os usuários a promoverem a marca. O público mostra-se bastante ativo e defensor da rede, que procura abastecer as plataformas com conteúdos bem produzidos.

O Instagram do Rio Quente não fica pra trás em questão de conteúdo bem produzido. Com bastantes stories nos “Destaques”, são mais de mil fotos e vídeos das principais atrações disponíveis, além de fotos dos próprios visitantes, sempre prezando pela diversidade e a diversão em família. A periodicidade das publicações varia muito, mas há um número expressivo de curtidas e comentários. A interação entre a rede e o público é menor quando comparada com o Facebook. A página inicial do Rio Quente Resorts no Facebook desperta atenção já no primeiro acesso. Chamativa, com o logo da rede como imagem de perfil e um vídeo institucional como capa, a página tem mais de duas mil fotos e mescla suas publicações entre fotos, gifs e vídeos bem produzidos, sempre utilizando uma linguagem informal e próxima do público frequentador. Apesar da periodicidade das postagens não ser muito respeitada, os usuários frequentemente elogiam os serviços da rede, que interage e responde às principais perguntas.

Facebook - @rioquenteresorts 641 mil curtidas

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Diferentemente das duas outras plataformas, o Twitter do Rio Quente Resorts não é atualizado frequentemente e tampouco há interação com os seguidores. Publicada em abril, a última postagem promove o feriado de Páscoa no resort, que não alcançou mais do que cinco curtidas. Todas as publicações contam com links que levam para a página do Facebook e hashtags em excesso. A logo não segue o padrão das duas plataformas e não há vídeos ou fotos publicadas, nem imagem de capa.

Instagram - @rioquenteresorts 375 mil seguidores

Twitter - @rioquenteresort 5 mil seguidores

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