PANROTAS 1.418

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Edição nº 1.418 - Ano 28 | 15 a 21 de abril de 2020 | www.panrotas.com.br

R$ 11,00


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PRESIDENTE

José Guillermo Condomí Alcorta

ÍNDICE nº 1.418 | 15 a 21 de abril de 2020 | www.panrotas.com.br

CHIEF EXECUTIVE OFFICER (CEO) José Guilherme Condomí Alcorta (guilherme@panrotas.com.br)

DIRETORA DE MARKETING E EVENTOS Heloisa Prass

CHIEF TECHNOLOGY OFFICER (CTO) Ricardo Jun Iti Tsugawa

REDAÇÃO (redacao@panrotas.com.br)

EDITOR-CHEFE E CHIEF COMMUNICATION OFFICER: Artur Luiz Andrade

(artur@panrotas.com.br) Coordenador de Redação: Rodrigo Vieira (rodrigo@panrotas.com.br) Coordenador Web: Danilo Alves (danilo@panrotas.com.br) Pancorp/Viagens Corporativas: Beatrice Teizen Conteúdo para marcas: Vinicius Novaes e Beatriz Contelli (estagiária) Reportagem: Filip Calixto, Juliana Monaco, Victor Fernandes Fotógrafo: Emerson de Souza (São Paulo) MARKETING Analista: Erica Venturim (erica@panrotas.com.br) CRIAÇÃO Fernanda Souza (fernanda@panrotas.com.br) Pedro Moreno (pedro@panrotas.com.br) COMERCIAL Gerente: Ricardo Sidaras (rsidaras@panrotas.com.br)

Página 04 Editorial - Crise não aceitará memória curta

Página 08 TRVL LAB - 7 conclusões do primeiro estudo sobre Turismo e covid-19

Página 12 Pesquisa - ensaio sobre a retomada (Estados Unidos)

Página 16 Famtour - Agentes viajam de motorhome no Sul dos Estados Unidos

Executivos: Flávio Sica (sica@panrotas.com.br) João Felipe Santana (joaosantana@panrotas.com.br) Renato Sousa (rsousa@panrotas.com.br) Rene Amorim (rene@panrotas.com.br) Sônia Fonseca (sonia@panrotas.com.br) Big Data: Igor Vianna (igorvianna@panrotas.com.br) Jéssica Andrade (jessica@panrotas.com.br) Assistentes: Ítalo Henrique (italo@panrotas.com.br) Rafaela Aragão (rafaela@panrotas.com.br) FALE CONOSCO Matriz: Avenida Jabaquara, 1.761 – Saúde São Paulo - Cep: 04045-901 Tel.: (11) 2764-4800 Brasília: Flavio Trombieri (flavio@panrotas.com.br) Tel: (61) 3224-9565 Rio de Janeiro: Simone Lara (simone@panrotas.com.br) Tel: (21) 2529-2415/98873-2415 Estados Unidos: Helene Chalvire (helene@panrotas.com.br) ASSINATURAS Chefe de Assinaturas: Valderez Wallner Para assinar, ligue no (11) 2764-4816 ou acesse o site www.panrotas.com.br Assinatura anual: R$ 468 Impresso na Referência Gráfica (São Paulo/SP)

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Parceria Estratégica


Editorial

NÃO QUEREMOS (E NÃO TEREMOS) O MESMO MUNDO DE VOLTA

O

que não pode acontecer após a pandemia do novo coronavírus: nos esquecermos do que aprendemos durante esse período; incentivarmos preconceitos; tolerarmos governos que não investem em ciência, segurança, educação, tecnologia, entre outras áreas fundamentais para um país sólido poder passar por crises; não retomar as rédeas da economia; criarmos barreiras desnecessárias para investimentos, empresários, geração de empregos; confundirmos um Turismo seguro e saudável com mais restrições e muros erguidos. Não queremos voltar a um mundo que demorou ou não soube reagir a uma epidemia, que depois virou pandemia. Onde estavam a tecnologia, o monitoramento sanitário, as recomendações logo no início dos casos na China? Até meados de março, no Brasil, nos Estados Unidos e em diversos países, sequer havia controle nos aeroportos e fronteiras. Otimistas que somos, achamos que o problema não chegaria aqui e a ficha só caiu quando, na mesma semana, a OMS declarou que era sim uma pandemia (e por que demorou tanto?) e os Estados Unidos proibiram os voos para a Europa. Não queremos voltar para um mundo fragmentado, repleto de divisões, de desempregados, de falidos... Queremos que a crise nos faça fortes. Mais fortes. E isso se faz com união, trocas, mudanças e investimentos de todos. Queremos governos saudáveis e fortes,

pois nessa crise o papel de cada nação, de cada Estado, de cada autoridade se mostrou fundamental. Com receita zero em diversos setores, o governo teve de agir. Alguns com mais pressa, outros com mais assertividade. Mas todos viram que há momentos em que esse Estado precisa realmente liderar e ser de todos. Não queremos voltar para filas de hospitais, do seguro-desemprego ou para a espera por facilidades que deveriam ser o padrão em uma nação. Não queremos que tenhamos de convencer a todos que o Turismo pode contribuir com uma recuperação mais rápida da economia, e para isso precisa da ajuda dos governos. Não queremos mais do mesmo, pois muito se perdeu com esse mesmo. Queremos construir, do ponto de vista pessoal, as relações do dia a dia com mais empatia e menos estresse com o que não vale a pena. No meio empresarial com mais comunidades trabalhando juntas, com mais soma que divisão, com ambientes mais propícios ao novo mundo. Nem tão novo assim, mas bem diferente do antigo. Quando acabar a pandemia e a crise, vamos querer muita coisa. Muitas dependem de nós. Outras de convencermos os demais. Sim, alguns logo esquecerão de tudo e voltarão a nos olhar de cima. Mas esses não passarão de reincidentes (não fizeram o mesmo na última crise?), de repetentes, de recalcados. E simplesmente não passarão.n

Artur Luiz Andrade Editor-chefe e Chief Communication Officer da PANROTAS artur@panrotas.com.br

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Pesquisas

7 CONCLUSÕES

DO PRIMEIRO ESTUDO DA TRVL LAB Um dia diferente do outro, com mudanças ocorrendo mais rapidamente que podemos imaginar. “Tudo muda a cada dia”. É o que mais ouvimos. É o que mais nos angustia. Pois, como fazer planos? Como se preparar para um cenário ainda indefinido? Uma das saídas é medir a temperatura do mercado (empresas, profissionais, investidores e consumidores) regularmente e acompanhar. Analisar. Rever projeções. E como se faz isso? Com pesquisas, com debates, selecionando lives para assistir, participando de grupos de discussão, trocando ideias com gente próxima ou distante, ver exemplos de outros mercados... fazer uma agenda selecionada de busca e compartilhamento de informações. E se elas estão em excesso, o que tem um lado bom, privilegie os especialistas, a informação série e embasada. É um trabalho cansativo, pois o acompanhamento é diário. Mas juntos chegaremos ao outro lado e com mais dados e certezas que perguntas. No lançamento do TRVL LAB, uma parceria da MAPIE com a PANROTAS, para levar dados e análises ao mercado, agregados a posicionamento de marca e divulgação inteligente, Tricia Neves e José Guilherme Alcorta esmiuçaram alguns dados da pesquisa PULSO Turismo e Covid-19, que pode ser baixada gratuitamente no site www.trvl.com.br. E dessa live tiramos 7 conclusões que ajudarão na preparação para a retomada, lembrando que cada uma depende da dinâmica do cenário global e das especificidades de sua empresa.

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1 PLANOS ADIADOS A campanha “Não cancele, adie”, que mobilizou a indústria desde o começo da pandemia, deu resultado. Segundo os viajantes pesquisados pelo TRVL LAB, cerca de 45% estão aguardando para tomar alguma decisão sobre a viagem; 32% consentiram em adiar; e apenas 22% já cancelaram. A pesquisa foi realizada no final de março. Esta semana o Ministério do Turismo também aderiu oficialmente à campanha de remarcação em suas redes sociais. DICA: Agora, com um panorama com mais informações, incluindo a MP do Consumo, os profissionais têm papel decisivo nas ações daqueles 45%, para que também adiem suas viagens.


2 REPUTAÇÃO NA CRISE Os clientes estão atentos ao que as marcas estão fazendo durante a crise – do relacionamento com os consumidores até o tratamento dos colaboradores. Eles sabem o que empresas aéreas, redes hoteleiras, hotéis, operadoras e agências de viagens estão fazendo, e se lembrarão disso no futuro. As empresas precisam se preparar para estarem perto do consumidor em cada momento da crise. No primeiro impacto, a mensagem era “Fique em casa”. E muitas empresas tomaram medidas para ajudar nisso, do delivery ao envio de vídeos e conteúdos para serem consumidos em casa. Também houve a solidariedade, com doação de alimentos, itens de saúde e recursos financeiros para combater a crise. DICA: Agora, na fase 2, qual a mensagem? Talvez inspirar e estimular a pensar no retorno à vida fora de casa, o que pode levar mais ou menos tempo, mas vai ocorrer. Ouça a voz das redes sociais, analise o que seu cliente está falando, converse com ele. E aí mande a mensagem certa, confirmando que está a seu lado.

3 É HORA DE PROMOÇÃO? Na pesquisa do TRVL LAB, 36,6% dos pesquisados dizem que estão de olho em oportunidades e promoção durante esse período de crise, em que muitos estão confinados em casa. Mas 27% consideram inadequado receber promoções comerciais nesse momento. Há uma linha tênue em que a oportunidade precisa ser adequada e personalizada e não uma mala direta para todos. Temos visto passagem aérea para Miami a US$ 140 e até a US$ 80 e pacote para Orlando a R$ 999. É o momento? É para todos? Por que não personalizar essas ofertas? DICA: Não foque no preço, na promoção, na oportunidade comercial. Comece falando em planos, a necessidade de viajar póscrise, o alívio do estresse que a viagem poderá trazer. E tenha regras flexíveis.

4 NÃO É HORA DE DESESPERO Cuidado com promoções e vouchers. A venda de um voucher pode aliviar o caixa imediato, mas ele gera a obrigação de uma entrega futura. Faça contas, coloque os pés no chão, aja com segurança e todo cuidado. DICA: Só venda aquilo que tem certeza que irá entregar e da melhor forma possível. Consumidores querem segurança para fazer planos.

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5 RELACIONAMENTO As pessoas em geral terão de economizar no pós-crise, mas preço não é tudo. Segurança, produtos adequados, facilidade na compra, relacionamento com as marcas... há muito mais na hora de decidir. Invista nesse relacionamento e em outras ações com os clientes, além do preço. DICA: Crie laços mais duradouros com os clientes, oferecendo conteúdo, assessoria, consultoria... Continue contando histórias e ao lado dos consumidores. No pós-crise, a confiança nas marcas será algo decisivo.

DICA BÔNUS

O papel dos líderes e dos gestores de Viagens, sejam eles consultores B2C ou profissionais dentro de empresas, será decisivo na retomada. Consumidores e colaboradores precisam estar seguros para viajar. Informação sobre fornecedores e suas medidas de segurança e sustentabilidade, dados sobre destinos, necessidade das viagens e indicações sobre o melhor para cada perfil fazem parte da nova matemática que gestores de todos os tipos precisarão aprender. Aproveite a quarentena para estudar, pesquisar, montar planos, conversar com clientes e liderar essa transformação também no seu trabalho como organizador e planejador de viagens. E quanto aos líderes, empatia, visão do todo e estratégias transformadoras estarão na pauta da retomada.n

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6 NAS EMPRESAS Demitir é muito caro no Brasil (e conseguir bons profissionais na retomada idem) e muitas empresas esperaram a MP do governo que flexibilizou as relações trabalhistas. A maioria das empresas já renegociou com seus colaboradores (da CVC Corp às pequenas empresas, houve corte de jornada e salários), mas muitos ainda não querem demitir, de olho na retomada. O home office também foi adotado e segundo Tricia Neves e Zé Guilherme Alcorta, isso vai mudar a forma como trabalhamos (e viajamos) na retomada. DICA: Aproveita a flexibilização das leis trabalhistas de acordo com o perfil da sua empresa e as perspectivas de retomada. Acreditamos que as viagens domésticas e próximas de casa, e as viagens de trabalho mais necessárias serão as primeiras a voltar. As viagens internacionais, especialmente de longa distância, estão longe ainda nos planos dos pesquisados (Ásia e África sequer foram citadas entre os destinos de retomada dos 300 viajantes ouvidos pelo TRVL LAB).

Guilherme Alcorta, da PANROTAS, entre Carolina Sass de Haro e Trícia Neves, da Mapie

7 O NOVO TURISMO Muitas empresas ficarão pelo caminho, como em qualquer crise, mas o Turismo sairá transformado e reinventado. Novos modelos de negócio, novas formas de distribuição, novas visões para nossa indústria. “Quem ficar vai ajudar a reinventar a indústria de Viagens e Turismo”, finalizou Tricia Neves. DICA: Como você vai contribuir para esse novo Turismo? Que ideias teve nesse período? O que deu certo nas mudanças que fez em sua empresa? O que pode ser adaptado? Como as relações da indústria podem mudar? Qual o papel de cada um? Compartilhe ideias e ajude essa nova indústria de Viagens e Turismo. n


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Covid-19

ENSAIO SOBRE A RETOMADA O mercado está ficando resiliente a más notícias. Vivendo o que antes da crise certamente seria considerado o pior dos cenários, vivendo o que a maioria das grandes empresas, inclusive norte-americanas, consideram a pior de todas as recessões, pior do que vários 11 de setembro... O Turismo não sabe exatamente em que patamar se encontra e não tem conhecimento sobre a data em que voltará à normalidade. E apesar desta imprevisibilidade temporal, existe uma ansiedade natural em querer saber o que acontecerá no pós-crise. Isto é, não sabemos quando vai passar, mas estamos buscando saber o que fazer no momento em que isso acontecer. Ávidos por voltar, trabalhar, se recuperar, e isso é uma boa notícia em meio ao caos. Nos Estados Unidos, a consultoria especializada em Turismo MMGY Travel Intelligence, em parceria com a US Travel Association, dá alguns indícios do que pode ser o cenário no início da retomada. O estudo tem tom sóbrio mas aponta elementos suficientes pra enviar a mensagem de que “a luz permanece no fim do túnel apesar das demissões e reestruturações e as companhias de Turismo têm de se preparar para otimizar seus esforços e traçar a estratégia para quando a retomada voltar”.

2. VIAGENS AINDA INSPIRAM AS PESSOAS

O prazer de viajar talvez esteja sendo mais almejado do que nunca. Em tempos de isolamento, as viagens continuam desempenhando o papel de inspirar as pessoas. Segundo o estudo, houve um aumento de 57% dos consumidores falando nas redes sociais sobre seus sonhos de viajar de férias nos últimos 30 dias comparado com o mesmo período em 2019.

3. CRENÇA NAS ENTIDADES E NOS PROFISSIONAIS

As organizações de Turismo, em particular as dos destinos, têm demonstrado suporte ao setor e às comunidades locais, despertando nas pessoas a sua

4. PÉ NA ESTRADA

Assim como é previsto no Brasil, o doméstico deve marcar o pontapé inicial

Viajantes que dizem estar seguros nas atrações e locais listados (%) Voos internacionais Cruzeiros

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*Pesquisa realizada na última semana de março pela US Travel Associatione MMGY Travel Intelligence

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Trens

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Cinema/Teatro

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Shows e festivais em salão

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Conferências e convenções

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Escolas

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Voos domésticos

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Eventos esportivos em salão

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Shopping Center

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Bares e restaurantes

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Shows e festivais ao ar livre

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Reuniões de trabalho externas

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1. DE OLHO NA CHINA

As viagens domésticas começam a demonstrar retomada na China. Mais de mil pontos turísticos do país reabriram suas portas e portões no final de março e começo de abril.

Locais de culto Eventos esportivos ao ar livre Hotéis/resorts Casas de aluguel/ condomínios Supermercados Parques Carros próprios

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relevância e importância para quando as viagens voltarem. Profissionais de Turismo também podem entrar nessa conta. Durante as primeiras semanas de crise, remarcações, reembolsos e cancelamentos tiraram vários consumidores do sério, mas foram bem menos atingidos aqueles que adquiriram seus pacotes com agentes de viagens tradicionais. Quem precisou entrar em contato direto com os grandes fornecedores precisou e ainda está precisando de muita paciência para conseguir resolver seus problemas, até porque geralmente há mais de uma empresa envolvida em uma grande viagem: modais de transporte, hotéis, passeios...

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da retomada nos Estados Unidos. A pesquisa da MMGY Research com a US Travel Association prevê que seu próprio carro será o lugar preferido do viajante em termos de segurança para viajar. Dos 1,2 mil respondentes, 68% optarão pelos seus próprios veículos, o que mostra que as viagens domésticas de curta distância, por rodovias, devem ser as primeiras a retomarem a movimentação. Parques nacionais ou estaduais vêm segundo lugar com 40% (geralmente são locais sem muita aglomeração e ao ar livre). E em terceiro lugar estão as casas e condomínios de aluguel, com 25%.

5. TRABALHO ANTES DE LAZER

Caiu pela metade a probabilidade de os viajantes norte-americanos embarcarem em uma viagem a lazer nos próximos seis meses, na comparação com quando o consumidor foi consultado em fevereiro. A pesquisa também mostrou que os viajantes a negócios se sentem mais seguros e engajados em atividades nas possíveis viagens pós-crise, apesar de a intenção (de viajar) ser menor que a dos viajantes a lazer (26%). Pode ser que no pós-crise algumas viagens a trabalho voltem antes que o lazer. De zero a cinco, a pesquisa perguntou qual a probabilidade de os pesquisados fazerem algumas atividades nas viagens pós-crise. Ir a bar e restaurantes (3,36), ficar em hotéis (3,14), voos domésticos (3,09) e viagens de lazer domésticas (3,01) foram as que receberam notas acima de 3. Na base dessa tabela, com notas abaixo de 2, estavam viagens em grupo (1,98), viagens de ônibus (1,94), cruzeiros (1,93) e viagens 14

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Impacto para voltar a viajar a lazer (%) Disponibilidade dos navios de cruzeiros

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Preocupação com a manutenção de emprego

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Amenização das restrições de viagens internacionais

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Disponibilidade de voos

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Preocupação com finanças pessoais

43

Boas ofertas em viagem

45

Amenização das restrições de viagens domésticas

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Autoridade médica reduzir o risco de alerta

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Diminuição da covid-19 nos Estados Unidos

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Diminuição da covid-19 mundialmente

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Impacto para voltar a viajar a trabalho (%) Preocupações com a segurança no trabalho Amenização das restrições de viagens internacionais Preocupação com as finanças do meu empregador Boas ofertas em viagem Disponibilidade de voos Amenização das restrições de viagens domésticas

29 31 32 33 35 36

Autoridade médica reduzir o risco de alerta

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Diminuição da covid-19 mundialmente

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Diminuição da covid-19 nos Estados Unidos

internacionais a trabalho (1,85) – os voos internacionais ficaram com 2,15.

6. ANTES DE MAIS NADA...

O novo coronavírus precisa deixar de ser uma pandemia para que a retomada apareça palpavelmente. O

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medo de sair de casa e contrair covid-19 e os anseios pela própria crise em si afastam os consumidores da ideia de deixar seus lares. A diminuição dos casos registrados e da mortalidade doméstica e internacionalmente é apontada pelos viajantes corporativos e de lazer como principais motivos para poderem voltar a viajar. n


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Destinos

Marcel Buono, Estados Unidos

DE MOTORHOME PELA ROTA DA MÚSICA No início de março, antes de todas as restrições causadas pela pandemia, 11 brasileiros embarcaram em São Paulo com destino a Nova Orleans, nos Estados Unidos, para experimentar um estilo de viagem que vem ganhando cada vez mais espaço no mercado brasileiro, a roadtrip a bordo de um motorhome. Em uma parceria entre Best Western Hotels, Cruise America e Copa Airlines, o grupo formado por profissionais do Turismo percorreu cerca de 2,5 mil quilômetros por cinco Estados norte-americanos e teve a história da música como guia de uma aventura com cada vez mais potencial de exploração entre turistas brasileiros, sejam eles fãs de rock, jazz, blues, soul, country ou apenas de experiências únicas e inesquecíveis. "Temos que eliminar um receio inicial do agente de viagens em oferecer uma opção de motorhome, mostrando que ela pode ser realizada de maneira combinada com a hotelaria tradicional, permitindo que o cliente tenha uma experiencia ampla durante suas férias”, indicou o gerente de Vendas e Marketing da Cruise America na América do Sul, Eduardo Genekian. “Ainda existe uma falsa ideia de que esse estilo de viagem é apenas para aventureiros ou para os mais privilegiados financeiramente, mas vejo muitos clientes que já realizaram quase todo tipo de Turismo e, após viajarem de motorhome, acabam repetindo e gerando mais oportunidades de vendas para os agentes", completou Genekian.

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Brasileiros retiraram e devolveram os motorhomes no escritório recém-inaugurado da Cruise America em Baton Rouge, na Louisiana (EUA)

Além da maior cidade da Louisiana, os operadores também visitaram Baton Rouge, capital do mesmo Estado; Jackson, Flowood e Tupelo, no Missis-

sippi; Memphis e Nashville, no Tennessee; Florence e Muscle Shoals, no Alabama; e Marion, no Arkansas. Cada cidade com suas particularidades, atrativos


e opções de hospedagem, afinal, o famtour foi dividido entre dias de estrada e noites em diferentes hotéis da Best Western na região Sul do país.

“O roteiro foi pensado para termos a oportunidade de mostrar o melhor possível do Sul dos Estados Unidos, com destaque para sua importância em rela-

ção à história da música, em uma experiência feita para realmente completar o portfólio das operadoras de viagens participantes”, explicou a diretora associada da Best Western Hotels & Resorts, Karen Schmidt. “Conhecemos opções de marcas como Sure Stay Plus, Best Western Plus, Executive Residency e BW Premier Collection, indo das três estrelas ao luxo em uma missão de nos solidificar em todos os níveis da hotelaria”, completou Karen. Com o volume e o potencial de vendas de produtos da Best Western, da Cruise America e da Copa Airlines como fatores de seleção, foram convidados representantes da CVC, Europlus, Flytour Viagens, FRT Operadora, Orinter, Grupo Trend e Visual

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Turismo. Executivo de Vendas da Copa Airlines no Brasil, João Gabriel Chagas representou a companhia aérea panamenha que voa do Brasil para Nova Orleans com uma rápida conexão no Aeroporto Internacional de Tocumen, no Panamá. "Notamos um expressivo crescimento do interesse do brasileiro neste tipo de viagem ao longo dos últimos seis anos e os agentes de viagens estão percebendo isso, tanto que cerca de 80% das nossas vendas eram diretas e agora já estamos na casa dos 50%. O último dado que temos mostra que o Brasil já é um dos dez maiores mercados para a Cruise America, chegando neste patamar mais rapidamente que todos os países europeus, onde tradicionalmente existe uma cultura de campismo. Agora, a expectativa é que possamos alcançar as cinco primeiras posições nos próximos anos", comentou Eduardo Genekian. De acordo com o gerente de Vendas e Marketing da empresa, o ideal é que a reserva do motorhome seja feita de seis a oito meses antes da viagem, uma vez que tal antecipação permite descontos e facilidades, principalmente caso o viajante queira alugar o veículo em uma cidade e devolvê-lo em outra. No total, a Cruise America conta com 38 lojas espalhadas pelos territórios dos Estados Unidos e do Canadá, além de três modelos de motorhomes que podem comportar de duas a sete pessoas, todos pet friendly. CAINDO NA ESTRADA Sem necessidade de uma carteira de habilitação especial além da categoria B brasileira, o processo para alugar um motorhome nos Estados Unidos é surpreendentemente simples, havendo apenas a necessidade da contratação de um seguro para retirar o veículo da garagem e colocá-lo na estrada. Deste modo, o famtour optou por dois Ford E-450 C30, maior opção da frota da Cruise America,

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Com capacidade para até sete pessoas, maior modelo da frota da Cruise America foi escolhido para famtour com operadores de viagens

e iniciou a exploração a partir do escritório de Baton Rouge, a cerca de uma hora do Aeroporto Internacional Louis Armstrong, em Nova Orleans. “Para a primeira noite do famtour, escolhemos nos hospedar

no Sure Stay Plus de Baton Rouge para logo mostrar que temos uma marca que sempre possibilita aos hóspedes um ótimo custo-benefício, principalmente durante uma viagem de estrada como a que realizamos”, comentou a diretora


Primeiro hotel da rede Best Western conhecido pelos operadores de viagens foi o Sure Stay Plus de Baton Rouge, na Louisiana (EUA)

associada da Best Western Hotels, Karen Schmidt. A primeira perna da viagem cruzou três Estados norte-americanos antes de chegar a Memphis, cidade mais populosa do Tennessee, e, apesar dos cerca de 650 quilômetros percorridos, a distância parece mais curta quando se está a bordo de um espaçoso e confortável veículo que, apesar do tamanho, é muito simples de dirigir. Antes do primeiro destino rodoviário, o grupo ainda parou em Jackson, no Mississippi, para um almoço no Hickory Pit, típico restaurante da cidade mundialmente conhecida pelas vozes de Johnny Cash e June Carter. Já em Memphis, os operadores de viagens foram recebidos pela gerente internacional de Vendas do Turismo local, Lisa Catron, para um jantar no Gus’s World Famous Fried Chicken, restaurante que, como o nome já diz, se vangloria por sua principal especialidade: o

frango frito, servido como um verdadeiro banquete ao lado de outras guarnições. “Memphis é uma cidade que exala receptividade. Temos a música em nossa alma e o calor humano para receber visitantes de todas as partes do mundo em busca de experiências autênticas nesta região dos Estados Unidos. Estamos de braços abertos para o Turismo”, declarou Lisa em alto e bom som no salão do estabelecimento, dando as boas-vindas aos brasileiros participantes do famtour. ELVIS NÃO MORREU Com 650 mil habitantes e localizada às margens do gigantesco rio Mississippi, Memphis fica em uma encruzilhada entre os Estados do Tennessee, Arkansas e

Eduardo Genekia n (Cruise João Ch America agas ), Catron (T (Copa Airlines), u ri s m o de Mem Lisa Karen Sc ph hmidt (B frente ao est Weste is) e Gus’s W orld Fam rn) em o Chicken, em Mem us Fried phis (EU A)

Mississippi, tendo como um dos principais atrativos a famosa Graceland, casa na qual Elvis Presley morou por mais de 20 anos. A facilidade de deslocamento é tanta que o hotel escolhido para a noite foi o Best Western Plus Executive Residency, situado no município de Marion, já no Arkansas. “Além da proximidade com Graceland, o Executive Residency fica a apenas 15 minutos da Beale Street, que é o coração musical de Memphis. O hotel está novinho, uma vez que foi inaugurado em novembro do ano passado, e permite desde

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apenas um pernoite até longas estadas, sendo uma ótima opção para quem é adepto do modelo AirBnb. Além de quartos espaçosos, a propriedade ainda conta com piscina aquecida e academia dentro das suas instalações”, comentou Karen Schmidt. Cerca de 30 minutos distante da residência do Rei do Rock, o hotel serviu como base para explorar a região, e engana-se quem pensa que Graceland é apenas uma casa na qual a maior celebridade da história dos Estados Unidos passou grande parte da sua vida. Além de conhecer os cômodos e a decoração preservada da época, o local ainda conta com um surpreendente museu com milhares de objetos pertencentes a Elvis, desde suas inconfundíveis roupas até sua coleção de carros, motos e até aviões. Sim, duas de suas aeronaves estão estacionadas no quintal e permitem a entrada de turistas. Ao todo, mais de 500 mil pessoas passam pelo complexo anualmente, sendo possível também almoçar em um dos seus restaurantes. Graceland é tão grande que é recomendado reservar boas horas de um dia para ver todos os detalhes que cercaram a vida do cantor que segue cativando milhões de fãs mundo afora mesmo após mais de 40 anos de sua morte (ou não). E até quem não é um grande admirador da lenda da música pode se deliciar com a história envolvida em todas as peças expostas, que incluem até outros artistas declaradamente fãs de Elvis, como John Lennon, Elton John, James Brown, Bruce Springsteen, Johnny Cash, Post Malone, Taylor Swift, entre dezenas de outros. Além da sua atração mais famosa, Memphis ainda se destaca pela vida noturna agitada, principalmente em Beale Street, rua na qual dezenas de estabelecimentos homenageiam a história que segue fortemente enraizada na cidade e artistas de ritmos variados se apresentam ao ar livre. O Rock 'n' Soul Museum, o Blues Hall of Fame e o Stax Museum of Ame20

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Best Western Plus Executive Residency, em Marion (EUA), foi inaugurado no final do ano passado

Graceland, em Memphis (EUA), foi uma das primeiras paradas da viagem de motorhome pela Rota da Música norte-americana

Casa de Elvis Presley, em Memphis (EUA), permite visita aos cômodos preservados ainda ao estilo do Rei do Rock


Há 20 anos pensando a mobilidade no Turismo e nos guiando para o FUTURO

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Convair 880 de Elvis Presley batizado em homenagem a sua filha, Lisa Marie

Museu de Graceland conta com centenas de trajes utilizados por Elvis Presley nos palcos, em filmes e também no exército dos Estados Unidos

rican Soul Music também podem ser incluídos em uma vista ao destino, assim como uma partida de NBA, uma vez que o Memphis Grizzlies representa o basquete da região. UM CAMPING A QUALQUER HORA Como uma das propostas do famtour foi mostrar como é possível e prazeroso aliar a hotelaria tradicional a uma viagem de motorhome, o grupo deixou Memphis para passar uma noite no camping Koa Buffalo Journey, no caminho para o próximo destino da viagem: Nashville. Ao todo, a rede possui mais de 500 locais para paradas de motorhomes espalhadas pelo território norte-americano, podendo ser facilmente aproveitada por quem desbrava as estradas do país e busca mais experiências em meio à natureza. Diferentemente da imagem que grande parte dos brasileiros tem em relação aos campings, as opções disponíveis nos Estados Unidos oferecem os mais variados tipos de estrutura, não se tratando apenas de um grande terreno repleto de barracas, alguns chuveiros e talvez uma churrasqueira. No caso da opção escolhida pelos organizadores da viagem, o local oferece tanto cabanas simples, de madeira e com acesso aos banheiros externos, como de luxo, com sala, cozinha,

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Cabanas disponibilizadas pelo camping Koa Buffalo Journey, no Tennessee

quarto com cama de casal e banheiro privativo, sempre com água quente. “Boa parte dos campings dos Estados Unidos oferece excelente infraestrutura para quem está viajando pelo país. Além de estacionar o motorhome com tranquilidade, é possível conectá-lo à energia elétrica, esvaziar o tanque de dejetos da maneira correta e ainda desfrutar de um churrasco em meio à natureza. É sempre uma ótima opção para quem quer se sentar ao redor de uma fogueira e se aproximar das demais pessoas de uma viagem”, comentou o gerente de Vendas e Marketing da Cruise America, Eduardo Genekian. Apesar de toda a estrutura dis-

ponível do camping, a maior parte do grupo preferiu dormir nos próprios motorhomes, experimentando a sensação de passar a noite dentro do veículo que disponibiliza camas de casal e de solteiro, cozinha, banheiro e chuveiro com água aquecida pelos geradores elétricos que podem ser solicitados no momento da reserva. NA CIDADE DA MÚSICA Após amanhecer no cenário bucólico do Koa Buffalo Journey, repleto de árvores desfolhadas pelo inverno da região, o famtour seguiu para o ponto mais ao norte da jornada, a apenas uma hora de distância, e talvez um dos mais agitados dos Esta-


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dos Unidos: Nashville, capital do Tennessee. Com cerca de 700 mil habitantes, a cidade havia sofrido com um forte tornado poucos dias antes, porém, a resiliência e a força de reconstrução local tornaram a destruição quase que imperceptível aos olhos de seus visitantes. “Ficamos orgulhosos e emocionados ao ver a rápida e intensa mobilização pela recuperação de Nashville. Recebemos ajuda de diferentes partes do país, incluindo grandes nomes da música, para agilizar a reconstrução das casas afetadas e manter a cidade viva tanto para seus moradores como para os milhões de turistas que nos visitam anualmente”, contou a vice-presidente de Vendas do Turismo de Nashville, Laurel Bennett. Sede de alguns dos principais estúdios de gravação dos Estados Unidos, a cidade é um prato cheio não só para quem é apaixonado pela história da música, mas também por quem busca conhecer a cultura dos Estados Unidos mais a fundo, sendo um destino de grande apelo para tais nichos turísticos cada vez mais ascendentes entre os brasileiros. Na primeira parada em Nashville, por exemplo, os operadores de viagens puderam conhecer o lendário RCA Victor Studio B, onde mais de 350 mil músicas foram gravadas, incluindo cerca de 250 de Elvis Presley, e outras milhares de artistas como Willie Nelson, Roy Orbison, Dolly Parton, Jerry Reed, Chet Atkins, Jim Reeves e Conway Twitty. Com um tour aberto ao público, é possível escutar as autênticas gravações da época, incluindo erros e observações dos cantores, e ver com os próprios olhos alguns dos instrumentos utilizados por eles. Nashville não foi apelidada de Music City à toa. Seus visitantes também podem conhecer os diferentes estúdios por onde passaram tanto artistas e bandas do passado, como do presente. Bruce Springsteen, Earth, Wind &

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Nashville, capital do Tennessee (EUA), recebe o apelido de Music City

Fire, Lynyrd Skynyrd, Donna Summer, Miley Cyrus, White Stripes, Beck, Kings of Leon e Black Eyed Peas são apenas alguns exemplos que foram atraídos para gravações na cidade. O Museu de Johnny Cash e o enorme Hall da Fama da Música Country também devem ser destacados para clientes que buscam se aprofundar na temática. Mas nem só do passado vive Nashville, pelo contrário. Após se

Lendário

RCA Victo r Studio B, em Na foi um do shville (E s pontos UA de parad a do fam ), tour


Martin’s BBQ Joint, em Nashville (EUA)

Estúdio de gravação Fame, em Muscle Shoals (EUA), marcou passagem do famtour pelo Estado do Alabama

deliciarem no tradicional Martin’s BBQ Joint, os participantes do famtour ainda desbravaram a vida noturna local, que não para nunca e mostra as diferentes facetas da realidade norte-americana. Ao mesmo tempo em que centenas de bares, restaurantes e casas de shows, chamadas regionalmente de honky-tonks, oferecem opções de diversão baseadas no rock e no country, muitos moradores de rua abordam os transeuntes com as clássicas plaquinhas de papelão que revelam suas necessidades, algo que já podia ser bastante visto também em Memphis. Para aqueles que são fãs de esportes americanos, a cidade ainda permite aos seus visitantes assistirem aos jogos do Tennessee Titans, da NFL, e do Nashville Predators, da NHL. Neste ano, a capital do Estado também estreou no futebol com a entrada do Nashville SC na Major League Soccer, principal competição do país no esporte mais popular do mundo. DIRIGIR E APRECIAR Após uma noite hospedados no Best Western Plus Music Row de Nashville, os participantes do famtour iniciaram o trajeto de volta ao ponto de partida da aventura, em Nova Orleans, mas

dirigindo por outros caminhos. Entre o Tennessee e o Alabama, os motorhomes percorreram a histórica trilha Natchez, uma estrada cênica repleta de belas paisagens que foi criada pelos antigos povos indígenas da região e modernizada pelo Estado recentemente. Ao longo do caminho, diversos pontos de interesse são informados pela sinalização da via, indo desde trilhas que levam a cachoeiras e riachos até campos de antigas batalhas travadas pelos povos norte-americanos que habitaram a região em sécu-

los passados. Em uma delas, foi possível constatar que a estrada é muito bem cuidada, com espaços destinados a pequenos churrascos e banheiros incrivelmente limpos para um local público. No quinto Estado visitado pelos operadores de viagens brasileiros, os municípios vizinhos de Florence e Muscle Shoals mostraram mais uma vez o porquê de a região ser considerada parte da Rota da Música dos Estados Unidos. Apesar de parecer apenas uma pacata cidade do interior norte-americano em uma primeira vista, lá estão instala-

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Blake Hotel, em Nova Orleans (EUA), faz parte do portfólio da Best Western

dos três renomados estúdios de gravação por onde já passaram Aretha Franklin, Rolling Stones, Bob Dylan, Eric Clapton, Rod Stewart, Cat Stevens e Black Keys, entre outros. Após uma parada no estúdio Fame, que oferece um tour aos seus visitantes, o grupo seguiu viagem até Flowood, já no Mississippi, onde ficaram hospedados no Best Western Plus Inn & Suites, mas não antes de uma passada obrigatória em Tupelo, cidade natal de Elvis Presley, onde é possível conhecer a pequena casa em que o Rei do Rock nasceu. DE VOLTA A NOVA ORLEANS Cerca de 2,5 mil quilômetros após o início da aventura pelo Sul dos Estados Unidos, os viajantes brasileiros terminaram a jornada novamente em Nova Orleans, um dos principais destinos atendidos pela Copa Airlines no país, onde puderam conhecer as instalações de uma das opções da BW Premier Collection, o charmoso Blake Hotel. Situado ao lado da histórica Praça Lafayette, a propriedade da rede hoteleira permite fácil acesso a pé aos principais pontos turísticos da cidade, como o Museu da Segunda Guerra Mundial, o Mercedes

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Benz Superdome, o Parque Louis Armstrong, o bairro francês (The French Quarter) e, claro, a Bourbon Street, rua na qual está concentrada a maior parte do agito noturno de Nova Orleans. Já para quem busca conhecer a noite local sem a presença de tantos turistas, a dica é explorar o entretenimento e a gastronomia da Frenchmen Street. Fundada no início do século 18, a maior cidade da Louisiana conta com uma história rica e cheia de particularidades, já tendo sido dominada por franceses, espanhóis e ingleses. Por isso mesmo, o grupo brasileiro foi guiado pela diretora de Turismo de Nova Orleans, Maria Manzella, e pelo historiador do Departamento de Cultura e Turismo de Louisiana, Robert Freeland. Ambos detalharam parte da história e transmitiram a essência local aos operadores de viagens. Pelo caminho, colares coloridos podiam ser vistos pendurados em postes de luz, placas de trânsito e em toldos de lojas, deixando claro que o Mardi Gras, famoso carnaval local, havia terminado há poucas semanas. “Com exceção de Salvador e Rio de Janeiro, nenhuma cidade pode dizer que tem um carnaval

Grupo brasileiro no Parque Louis Armstrong, em A) Nova Orleans (EU

Histórica Praça Congo está acoplada ao Parque Louis Armstrong, em Nova Orleans (EUA)


WWW.TRVL.COM.BR

Inteligência de Mercado para o Turismo As melhores análises para o seu negócio O TRVL LAB - Laboratório de Inteligência de Mercado em Viagens é uma parceria da PANROTAS com a MAPIE para levar às empresas e profissionais da indústria de Viagens e Turismo pesquisas, estudos, análises e eventos exclusivos, aliados à divulgação nas múltiplas plataformas PANROTAS (portal, publicações, redes sociais, ferramentas de marketing, eventos).

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melhor que o nosso”, brincou Freeland em português fluente. Para quem visita a cidade localizada no delta do rio Mississippi, assistir a uma apresentação de jazz é indispensável, afinal, foi lá que o gênero musical ganhou vida. A dica é reservar uma hora para o Preservation Hall, concorrida casa de shows que funciona desde os anos 1960 e preserva a identidade da época. Em uma sala pequena, é possível assistir a músicos locais de maneira intimista, sem microfones, e focada, sendo proibido registrar vídeos ou fotografias. Para o voo de volta, mais uma conexão na Cidade do Panamá, onde o portão de desembarque estava ao lado do portão de embarque para São Paulo, facilitando o processo de descida e subida nas diferentes aeronaves da companhia aérea que é considerada uma das mais pontuais do mundo, ou seja, que respeita os horários agendados dentro de apenas 15 minutos de margem.n

Museu Nacional da Segunda Guerra Mundial fica em Nova Orleans (EUA)

A PANROTAS viajou a convite da Best Western Hotels & Resorts, da Cruise America Motorhomes e da Copa Airlines com proteção da Travel Ace.

OPINIÃO DE QUEM EXPERIMENTOU Amanda Lima (Flytour Viagens) “Minha primeira experiência de motorhome foi incrível, tendo me surpreendido a união que uma viagem do tipo promove entre as pessoas envolvidas. Pudemos nos conhecer melhor e compartilhar cada momento, e isso é algo que faz toda a diferença em uma jornada. Conciliar a experiência do motorhome com hospedagens em hotéis torna a viagem ainda mais confortável, sendo recomendada tal opção principalmente para a primeira e para a última noite dos passageiros no destino. O brasileiro tem buscado cada dia mais novas experiências de viagem e já temos percebido maior interesse pelo alu-

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guel de motorhomes, por isso há grande potencial de vendas para este produto que é bastante democrático, atendendo tanto a viajantes solos como a casais, famílias e grupos de amigos. Tivemos um aumento de 150% nas vendas de viagens do tipo na Flytour Viagens, principalmente a partir da campanha de vendas realizada em 2019 em parceria com a Cruise America. Vejo como principais argumentos para vender motorhome no Brasil as promoções e os descontos para reservas antecipadas, o pagamento parcelado em reais, os modelos de veículos e os opcionais garantidos nos destinos, além do suporte e da assistência oferecida pelo agente de viagens”.


Thais Machado (Visual Turismo) “Na minha primeira vez de motorhome, o que mais me surpreendeu foi a facilidade de locomoção entre as cidades, além da infraestrutura do camping que visitamos. Os turistas buscam cada vez mais viver experiências diferentes durante suas férias e o público brasileiro gosta de novidades. Este mercado, aliado ao bom trabalho das operadoras de viagens junto com a Cruise America, ainda tende a crescer bastante nos próximos anos, principalmente entre famí-

lias e grupos de amigos. Viajar de motorhome proporciona ao viajante conhecer tanto os Estados Unidos como o Canadá com maior liberdade e flexibilidade na programação da viagem, e na Visual registramos um crescimento de 20% nas vendas entre 2018 e 2019. Além disso, vejo a união das hospedagens nos hotéis da Best Western como uma ótima maneira de equilibrar a experiência de liberdade com um maior conforto. Minha sugestão é que o cliente se hospede em alguma propriedade da rede na noite de chegada ao destino”.

Danielle Morales (FRT Operadora) “Viajar de motorhome foi realmente uma experiência surpreendente, única e cheia de momentos de interação incríveis, principalmente por todo o conforto que um carro desse pode ter e pelo seu layout, que promove a proximidade entre os viajantes. É um produto que tem muito potencial, tendo tudo pra ser um sucesso entre os brasileiros, mesmo ainda estando culturamente distantes desse estilo de viagem. Há um caminho de muito esclarecimento, muito treinamento e capacitação das pessoas que vendem, uma vez que o viajante precisa estar seguro. Com isso, certamente teremos uma curva ascendente em vendas no segmento, principalmente para quem vai em família ou com amigos. Na FRT, já há um aumento da procura, mesmo que de maneira lenta. Porém, se formos comparar com o ponto de partida, o crescimento é expressivo e já é muito comum ouvir as pessoas falarem que sonham

em fazer uma viagem como essa pelos Estados Unidos. O custo benefício, a estrutura dos campings, o aproveitamento máximo de cada destino, as novas experiências em cada ponto de parada e a interação interpessoal são os principais argumentos para vender o produto. Ao mesmo tempo, acredito que a união de duas opções de hospedagem é o ideal, uma vez que ter um conforto diferente ao longo dos dias é bom, mesmo com as opções fartas de campings, que contam com superestruturas. Por ser um produto bastante personalizado, é preciso entender bem qual o perfil do viajante antes de propor uma venda, encaixando de maneira adequada o produto de acordo com as necessidades de cada um”.

Vitor Santos (Orinter) “Três aspectos são os que mais me surpreendem em uma viagem de motorhome. Em primeiro lugar, a liberdade de poder ir ao seu tempo, podendo ficar um dia a mais ou a menos na cidade que desejar. Depois vem o contato com a natureza, podendo parar em campings e aproveitar tudo o que esses locais têm a oferecer. Por último, a união entre as pessoas que viajam, sejam amigos, familiares ou pessoas que nunca se viram na vida, como no nosso caso. As relações formadas nos dias de viagem são inesquecíveis e reforçam a experiência. Também vale destacar a facilidade do aluguel de um motorhome equipado com cozinha,

banheiro e camas, uma vez que não é necessária uma habilitação especial, apenas idade superior a 21 anos. É um mercado que está crescendo cada vez mais e há muito potencial. O trabalho que fazemos junto com a Cruise America, capacitando os agentes de viagens, vem gerando grandes resultados, tanto que o aumento da procura cresce, em média, de 10% a 15% de ano para ano. Recomendo que o viajante chegue um dia antes da retirada do motorhome e se hospede em um hotel, assim como na noite anterior ao retorno. Para mim, o ideal é acrescentar hospedagens tradicionais a cada três ou quatro noites, se possível, aproveitando ainda mais uma viagem desse tipo”. 15 a 21 de abril de 2020 — PANROTAS

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Adnan Jabor (CVC) “O espaço interno e a flexibilidade de opções que uma casa sobre rodas proporciona me chamou muito a atenção, como uma mesa rígida que pode ser transformada em cama, por exemplo. O conforto é outro ponto que me surpreendeu positivamente, além do tamanho dos móveis, como os armários, dos eletrodomésticos, como a geladeira e o fogão, e da cama de casal. É um produto que oferece liberdade, autonomia, aventura, aconchego e custo benefício a quem o escolhe, sendo, sem dúvidas, ideal para famílias e grupos de amigos. Vejo um potencial altíssimo de vendas entre o público brasileiro. O passageiro nacional está

surfando a onda incessante de buscar novas experiências, e viajar de motorhome é um nicho que ainda pode ser muito explorado. Entretanto, os agentes de viagens precisam se capacitar o quanto antes para oferecerem essa experiência aos seus passageiros, até mesmo porque muitos clientes não fazem ideia de que podem realizar tal viagem, seja por puro desconhecimento ou por preconceitos. Ao viajar de motorhome, a experiência de dormir no próprio veículo ou fazer um camping se torna algo imprescindível, porém, também pode ser cansativa. A possibilidade de alternância entre noites no motorhome (ou no camping) e noites em hotéis dá um gás a mais durante a viagem, sendo crucial para dias mais bem aproveitados”.

Viviany Felipazzi (Europlus) "Esta foi uma das melhores experiências da minha vida, e o que mais me surpreendeu foi a facilidade de dirigir no local. Tinha uma ideia de algo mais complicado, com necessidade de habilitação específica, por exemplo. E o legal não é somente o fato de dirigir nas estradas e cidades dos Estados Unidos, mas também ter que aprender a colocar a mão na massa no estilo americano. É um produto com o melhor custo-benefício, que oferece grande possibilidade de viver o local e conhecer com calma um roteiro bem elaborado. Acredito que o potencial de vendas no Brasil seja um caminho a ser traçado, pois precisa-

ria de uma mudança na cultura de viagens dos brasileiros. Ao mesmo tempo, isso já vem mudando com o tempo e, com uma divulgação assertiva focada na experiência mais intensa do local, sem dúvidas será possível atrair uma boa fatia do mercado. Ouço muitas pessoas, e até mesmo famílias, dizendo que sempre sonharam em fazer viagens assim. O motorhome não define um público específico, sendo bem democrático e atendendo a vários perfis de viajantes”.

Amanda Pires (Grupo Trend) “A facilidade nos processos de locação e o conforto que o motorhome oferece para o viajante me surpreenderam bastante. Sem dúvidas, é um produto com grande potencial para turistas brasileiros que já tiveram, ou não, experiências de viagens convencionais e estão à procura de opções com mais mobilidade, exclusividade e privacidade para roteiros padronizados. É ideal para aqueles que preferem traçar sua própria rota e se aventurar em novas descobertas. Ao mesmo tempo, é possível utilizar o motorhome para se locomover entre os destinos e ainda alugar um quarto de hotel em rotas que não possuem uma área adequada de camping, por exemplo. A união com a hotelaria convencional ainda pode ser encaixada para

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aqueles passageiros que querem ter a experiência do motorhome, mas não abrem mão de algumas noites de hospedagem em hotéis de sua preferência. Seja qual for a opção, acredito que todos deveriam vivenciar a experiência de uma viagem de motorhome. No Brasil, ainda não temos a cultura de utilizar o motorhome para viagens de longa ou curta duração. Por isso temos que investir em treinamentos e divulgação para mostrar ao público o quão simples e confortável é uma viagem do tipo. Além do excelente custo-benefício de associar o transporte com o meio de hospedagem. Na Trend, estamos investindo em treinamentos para as equipes de vendas internas e externas, assim como para os nossos agentes de viagens. Com a capacitação das equipes e a parceria da Cruise America, estamos no caminho certo para cada vez mais crescermos na quantidade e na qualidade das vendas”.n


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