PANROTAS 1.433

Page 1

Edição nº 1.433 - Ano 28 | 29 de julho a 4 de agosto | www.panrotas.com.br

R$ 11,00

As medidas e recomendações do maior aeroporto do País para quem viaja na pandemia


6

PANROTAS — 29 de julho a 4 de agosto de 2020


29 de julho a 4 de agosto de 2020 — PANROTAS

7


PRESIDENTE

José Guillermo Condomí Alcorta

ÍNDICE

nº 1.433 | 29 de julho a 4 de agosto de 2020 | www.panrotas.com.br

CHIEF EXECUTIVE OFFICER (CEO) José Guilherme Condomí Alcorta (guilherme@panrotas.com.br)

DIRETORA DE MARKETING E EVENTOS Heloisa Prass

Página 06 Editorial - Sair da bolha é vital nos negócios

CHIEF TECHNOLOGY OFFICER (CTO) Ricardo Jun Iti Tsugawa

REDAÇÃO (redacao@panrotas.com.br)

Página 07

EDITOR-CHEFE E CHIEF COMMUNICATION OFFICER:

Check-in - Parques aquáticos brasileiros voltam

(artur@panrotas.com.br)

a ser destaque; a importância da meditação nas

Artur Luiz Andrade

Coordenador de Redação: Rodrigo Vieira (rodrigo@panrotas.com.br) Coordenador Web: Danilo Alves (danilo@panrotas.com.br) Pancorp/Viagens Corporativas: Beatrice Teizen Conteúdo para marcas: Vinicius Novaes e Beatriz Contelli (estagiária) Reportagem: Filip Calixto, Juliana Monaco, Victor Fernandes Fotógrafo: Emerson de Souza (São Paulo) MARKETING Analista: Erica Venturim (erica@panrotas.com.br) CRIAÇÃO Fernanda Souza (fernanda@panrotas.com.br) Pedro Moreno (pedro@panrotas.com.br) COMERCIAL Gerente: Ricardo Sidaras (rsidaras@panrotas.com.br) Executivos: Flávio Sica (sica@panrotas.com.br) João Felipe Santana (joaosantana@panrotas.com.br) Renato Sousa (rsousa@panrotas.com.br) Rene Amorim (rene@panrotas.com.br) Sônia Fonseca (sonia@panrotas.com.br) Big Data: Igor Vianna (igorvianna@panrotas.com.br) Jéssica Andrade (jessica@panrotas.com.br)

empresas; e os números do Grupo Arbaitman

Página 16 Protocolos na aviação - A referência vem de GRU

Página 24 Aviação - Companhias aéreas da Europa detalham a volta ao Brasil

Página 33 Artigo - A Recuperação hoteleira no Brasil já começou?

Assistentes: Ítalo Henrique (italo@panrotas.com.br) Rafaela Aragão (rafaela@panrotas.com.br) FALE CONOSCO Matriz: Avenida Jabaquara, 1.761 – Saúde São Paulo - Cep: 04045-901 Tel.: (11) 2764-4800 Brasília: Flavio Trombieri (flavio@panrotas.com.br) Tel: (61) 3224-9565 Rio de Janeiro: Simone Lara (simone@panrotas.com.br) Tel: (21) 2529-2415/98873-2415 Estados Unidos: Helene Chalvire (helene@panrotas.com.br) ASSINATURAS Chefe de Assinaturas: Valderez Wallner Para assinar, ligue no (11) 2764-4816 ou acesse o site www.panrotas.com.br Assinatura anual: R$ 468 Impresso na Referência Gráfica (São Paulo/SP)

Quer ler a revista PANROTAS pelo celular? Manda um WhatsApp pra gente (11 95609-1507) ou use o QR Code ao lado. Media Partner

Associações

Parceria Estratégica


6

PANROTAS — 29 de julho a 4 de agosto de 2020


Editorial

BOLHAS DE SABÃO A pandemia e suas restrições físicas aumentaram nossa presença nas redes sociais e reforçaram nossas bolhas de convivência e conhecimento, representando um perigo em nossa evolução como pessoas, profissionais e seres curiosos e desbravadores. Se mesmo no mundo físico a criação de bolhas é algo natural (vou às festas de amigos, convivo mais com quem tenho afinidade e assisto ao jogo do meu time ao lado da torcida da qual faço parte), ele não impede que esbarremos em moradores de outras bolhas e convivamos com civilidade, respeito e busca de aprendizado com os habitantes das bolhas vizinhas. No ambiente de trabalho, nos eventos dos quais participamos, no transporte, no aeroporto, nos bares da vida... estamos sempre interagindo naturalmente com pessoas que pensam até o oposto da gente. Claro, não vamos convidar esses seres diferentes de nós para padrinho de casamento, mas também sabemos, no mundo real de outrora, que essa convivência nos faz bem, aumenta nossa consciência sobre outras partes do mundo e nos faz termos mais conhecimento, respeito, horizontes, repertório. Com a obrigatoriedade de ficarmos apenas no mundo virtual não é bem assim. Em nossas redes sociais seguimos apenas aqueles com quem temos afinidade ou quem admiramos. Não nos abrimos a vozes discordantes. Escolhemos as lives que nos interessam e sobre os assuntos que queremos, e sem esbarrar em ninguém nos corredores, no cafezinho ou na sala do evento. Temos o olhar apenas para as opiniões que convergem com a nossa e até nos sentimos representados quando lemos algo que gostaríamos de dizer. E em vez de dizer, vamos lá e damos um like. Um “gostei disso” bem impessoal e automático. Se algo de uma bolha vizinha aparece em nos-

sas timelines, protestamos, cancelamos, criticamos, deletamos... Como alguém ousa pensar diferente? Atrapalhar minha bolha tão segura e confortável? E assim vamos nos fechando ao mundo, criando uma realidade paralela, emburrecendo, ficando mais intolerantes, olhando o mundo como olhamos a nossa rua ou o nosso prédio, no piloto automático, quase sem relativização ou subjetividade. Na área profissional, temos sim de saber o foco de nossos negócios, investir em uma estratégia e planejamento baseados no que sabemos de nossos clientes, mas não podemos nos fechar para o que os ventos de mudança nos sopram gentilmente nos ouvidos. Ou ignorarmos os concorrentes e apenas vê-los como demônios. Essa pandemia tem mostrado muitos concorrentes conversando, tentando se complementar e aprender uns com os outros. Pode ser que no final cada um continue em sua raia (e não bolha), mas temos de saber e entender quem está correndo ao nosso lado - concorrendo pelo mesmo prêmio ou tentando alcançar outros objetivos. O que não pode é queremos abrir os olhos e estudar o mundo no meio da ventania e do vendaval. Quando a bolha, que se revelará de sabão, estourar, apenas nos deixará mais desprotegidos e desorientados. E mais irritados, culpando quem pensa diferente de nós. Abra sua bolha, sua mente, seu coração. Saiba defender seus interesses e negócios, mas também fazer parcerias, aprender com os diferentes, estimular o debate. Use o mundo digital como se estivesse na rua, experimentando cheiros, sabores e todas as cores... não fica só no seu mundinho, porque o mundo real é muito maior, mais complexo e dinâmico, e... melhor. #SomosTodosTurismo n

Artur Luiz Andrade Editor-chefe e Chief Communication Officer da PANROTAS artur@panrotas.com.br

6

PANROTAS — 29 de julho a 4 de agosto de 2020


Check-in

Mercado

Disney no topo e Brasil destaque aquático

O ano de 2019 foi considerado de performance moderada para parques aquáticos, temáticos e museus em todo o mundo, segundo o mais recente estudo da TEA/AECOM, que lista os mais visitados do planeta. Obviamente quando for comparado a 2020, 2019 tem as marcas a serem retomadas e batidas nos próximos anos, mas na prática registrou um crescimento de apenas 4% sobre 2018, levando-se em consideração os dez maiores grupos do mundo. Os 4% de crescimento levaram a visitação dos dez maiores grupos de parques temáticos e aquáticos a 521,2 milhões de pessoas. O vice-presidente da AE-

COM, John Robinett, destacou o crescimento dos grupos asiáticos, como OCT, Chimelong e Fantawild. Alguns chegaram a crescer dois dígitos, enquanto os parques americanos, por exemplo, tiveram aumentos bem próximos de 1% ou menos. Globalmente, a Disney permanece como maior operador de parques temáticos. Entre os 25 parques mais visitados do mundo, nove estão nos Estados Unidos (seis na Flórida e três na Califórnia), quatro no Japão, quatro na China, dois na Coréia do Sul, dois em Hong Kong, dois na França, um na Holanda e um na Alemanha. 29 de julho a 4 de agosto de 2020 — PANROTAS

7


25 PARQUES MAIS VISITADOS 1. Magic Kingdom, Disney World, Orlando: 20,9 milhões (+0,5%) 2. Disneyland, Anaheim: 18,6 milhões (0%) 3. Tokyo Disneyland, Japão: 17,9 milhões (0%) 4. Tokyo DisneySea, Japão: 14,6 milhões (0%) 5. Universal Studios Japan, Japão: 14,5 milhões (+1,4%) 6. Disney’s Animal Kingdom, Disney World, Orlando: 13,9 milhões (+1%) 7. Epcot, Disney World, Orlando: 12,4 milhões (0%) 8. Chimelong Ocean Kingdom, Hengqin, China: 11,7 milhões (+8,4%) 9. Disney’s Hollywood Studios, Disney World, Orlando: 11,5 milhões (+2%) 10. Shanghai Disneyland, China: 11,2 milhões (-5%) 11. Universal Studios Florida, Orlando: 10,9 milhões (+2%) 12. Universal’s Islands of Adventure, Orlando: 10,4 milhões (+6%) 13. Disney California Adventure, Anaheim, Califórnia: 9,8 milhões (0%) 14. Disneyland Park, Disneyland Paris, França: 9,7 milhões (-1%) 15. Universal Studios Hollywood, Califórnia: 9,1 milhões (0%) 16. Everland, Seul, Coreia do Sul: 6,6 milhões (+12,9%) 17. Lotte World, Seul, Coreia do Sul, 5,9 milhões (-0,1%) 18. Nagashima Spa Land, Kuwana, Japão: 5,9 milhões (+0,5%) 19. Europa-Park, Rust, Alemanha: 5,7 milhões (+0,2%) 20. Ocean Park, Hong Kong: 5,7 milhões (-1,7%) 21. Hong Kong Disneyland, Hong Kong: 5,7 milhões (-15%) 22. De Efteling, Kaatsheuvel, Holanda: 5,4 milhões (0%) 23. Walt Disney Studios Park, Disneyland Paris, França: 5,2 milhões (-1%) 24. OCR Happy Valley, Beijing, China: 5,1 milhões (+29,6%) 25. Chimelong Paradise, Guangzhou, China: 4,9 milhões (+4,8%) TOP 25: 253,86 milhões (+0,7%)

8

PANROTAS — 29 de julho a 4 de agosto de 2020


6

PANROTAS — 29 de julho a 4 de agosto de 2020


BRASIL Pelo segundo ano consecutivo, os parques aquáticos brasileiros se destacaram entre as atrações mais visitadas no mundo. De acordo com a pesquisa da TEA/AECOM de 2019, o Thermas dos Laranjais (SP) ocupou a quinta posição entre os dez parques aquáticos mais visitados, com 1,84 milhão de visitantes. Também na lista mundial, o Hot Park Rio Quente, na Pousada do Rio Quente (GO), permaneceu em nono lugar, com 1,46 milhão de visitantes. Já no ranking da América Latina, o Brasil aparece em seis posições com os parques Thermas dos Laranjais (SP) em primeiro, Hot Park Rio Quente (GO) em terceiro, Beach Park (CE) em quinto, Magic City Water Park (SP) em sétimo, Thermas Water Park (SP) em oitavo e Hot Beach (SP) na nona colocação. Embora bem representado no segmento de parques aquáticos, o Brasil só conta com o Beto Carrero World no top 10 de parques temáticos/de diversão, 10

sendo o segundo parque mais visitado da América Latina. Os pouco mais de 2,4 milhões de visitantes no complexo catarinense no ano passado representaram aumento de 1,9% em relação a 2018, deixando o Beto Carrero World atrás apenas do Six Flags Mexico, na Cidade do México, que abriu as portas para 2,8 milhões.

PANROTAS — 29 de julho a 4 de agosto de 2020

O Hopi Hari, em São Paulo, não figurou entre os dez, mas mereceu destaque do estudo, ao ter um público 32% maior em 2019 do que em 2018. "O parque está se recuperando, demonstrando boas soluções para crises administrativas e de segurança, além de ter se beneficiado de condições de mercado", aponta a Aecom. Fonte: TEA/AECOM


+Lidas da semana Portal PANROTAS

Meditação corporativa

1 Setor de viagens corporativas precisa de mudanças urgentes

2 A recuperação hoteleira

já começou? Saiba em 8 oportunidades e desafios

3 Latam aumenta malha

doméstica e volta a NY, México e Lima

4 Gol e Latam transferem voos para Guarulhos durante 1 mês

5 Tumlare fecha escritório físico no Brasil e faz atendimento via EUA

6 Azul ultrapassa Gol e Latam e

lidera mercado doméstico em junho

7 Pista principal do Aeroporto de Congonhas será reformada

8 Hoteis.com revela como e

para onde brasileiros querem viajar

Tati Isler, empresária da indústria de Viagens e Turismo, com sua TI Comunicações, é bastante conhecida no mercado pelo trabalho à frente do Turismo da África do Sul, destino que representa no Brasil e na América do Sul. Mas além da África do Sul, a TI Comunicações tem outros clientes e produtos. Além disso, Tati Isler é professora de meditação e monja Ishaya e durante a pandemia vem produzindo vários vídeos em seu Instagram (@tatiisler) para ajudar pessoas de todos os segmentos, especialmente do Turismo, a passar por essa fase difícil e cheia de desafios com a ajuda da meditação. Analisando o comportamento das pessoas durante a crise, os diversos pedidos e consultas que recebeu e as oportunidades de novos ciclos que esse momento traz, ela criou a Ti Transforma. As viagens propostas por Tati e seu time na Ti Transforma são para dentro, com a missão de “levar consciência para o universo corporativo, por meio da meditação”.

“Há seis anos levei a meditação para a empresa e a partir daí tudo se transformou. O que não sabíamos é que uma nova empresa nasceria da quarentena, período de renovação do nosso planeta e de tantas outras coisas”, conta ela na carta de apresentação da Ti Transforma. “As empresas não são apenas máquinas de fazer dinheiro a qualquer custo. Deveriam ser ambientes de acolhimento, transformação, descobertas e relacionamentos humanos, já que para muitos é o lugar onde se passa a maior parte do tempo”, continua Tati Isler, que escreve o blog O Mundo por elas no Portal PANROTAS. A Ti Transforma oferece às empresas “prática de meditação fácil, amorosa, gentil e acessível a qualquer pessoa”, impactando no bemestar e rendimento de gestores e colaboradores. “É uma ferramenta que também desenvolve intuição e paixão na sua forma mais ampla”, diz a empresa em sua apresentação.

9 CVC Corp unifica plataforma de capacitação a agentes

10 United acertou ao manter seus voos ao Brasil na pandemia?

Fonte: Portal PANROTAS

29 de julho a 4 de agosto de 2020 — PANROTAS

11


Cruzeiros marítimos

Em busca de políticas unificadas tes necessários e entregar viagens com segurança”, afirmou.

Afetada fortemente desde o início da pandemia do novo coronavírus, a indústria de cruzeiros vem encontrando maneiras de continuar resiliente e mitigar os impactos causados pela crise. Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) anunciou uma extensão adicional à sua "ordem de não-embarque" – que estava prevista para expirar em 24 de julho – até o dia 30 de setembro. A Clia, por sua vez, havia estendido voluntariamente a suspensão das operações nos portos norte-americanos até 15 de setembro. Já na Alemanha, por exemplo, cruzeiros bastante restritivos, saindo e voltando para o país, sem paradas e aceitando somente alemães, retornaram, assim como na Noruega, mostrando um grande avanço no setor, mesmo que existam ainda diversas limitações. Na França, também já há sinal verde para os cruzeiros fluviais e mais à frente para os demais. “A União Europeia tem trabalhado com regulamentações, há muito diálogo na Europa, com isso estamos otimistas que os países europeus vão iniciar os cruzeiros limitados. Eles começarão de uma maneira sequencial, diferente-

12

mente em cada região, com velocidades diversificadas, enquanto cada região do mundo se torna mais confiante, mas vão recomeçar”, disse o presidente da Clia Global, Adam Goldstein, em uma live da associação. De acordo com Goldstein, a entidade espera nas próximas semanas criar políticas unificadas e consistentes para todas as armadoras membros da associação, assim como para a indústria. A Clia está também tentando engajar em nível estratégico com o CDC para que as empresas voltem a operar assim que for possível e o presidente global acredita que na data estipulada pelo órgão (30 de setembro) a retomada com segurança poderá ser feita. “Este é um fenômeno e desafio global, cruzeiros não são a fonte nem a causa da covid-19. No entanto, essa modalidade reúne pessoas em um local, um espaço. Por isso, o que precisamos fazer é saber os protocolos e medidas e criar técnicas para diminuir a exposição do vírus e entregar a melhor experiência possível para passageiros e tripulação. Agora que sabemos muito mais do que sabíamos em março, estou confiante de que a indústria conseguirá fazer os ajus-

PANROTAS — 29 de julho a 4 de agosto de 2020

BRASIL Quanto ao Brasil, a Clia enfatizou a importância do mercado como portão de entrada para a América do Sul e que está analisando e entendendo como a pandemia de covid-19 está sendo gerenciada no País para que a temporada de cruzeiros possa acontecer. “Estamos muito orgulhosos do trabalho que está sendo feito pela Clia Brasil. E estamos trabalhando por lá para sermos capazes de mostrar a confiança que a indústria tem de colocar a saúde pública como prioridade principal. Haverá muitas mudanças e sei que eles estão engajados nessa discussão assim como o resto do mundo”, pontuou a presidente e CEO da entidade, Kelly Craighead. PORTOS E DESTINOS Segundo a associação, portos e destinos são dois componentes críticos para o setor. Assim como todas as outras indústrias, o aprendizado está acontecendo ao mesmo tempo e não há como ter previsibilidade. O que a Clia está fazendo na Europa, Caribe, Ásia e América do Norte é se comunicar com os portos sobre o que sabem de recomendações, mantendo uma troca de ambos os lados e engajamento para trabalhar em conjunto. “Há vários aspectos em relação ao destino. As instalações, processo de embarcar e desembarcar passageiros, o entendimento médico e como o destino será capaz de responder, as operações governamentais... Há múltiplos aspectos diferentes entre o relacionamento de navios com portos e destinos e precisamos trabalhar juntos para operar no retorno seguro”, explicou Goldstein.


6

PANROTAS — 29 de julho a 4 de agosto de 2020


Viagens Corporativas

Retornando aos poucos

Marcos Arbaitman

Atuando no Turismo brasileiro há mais de 50 anos, o Grupo Arbaitman – Maringá Turismo, Central de Eventos e Lemontech – está, aos poucos, retomando operação e vendas. Como parte de um setor atingido frontalmente pela pandemia de covid-19, a companhia começa a trazer alguns colaboradores de volta aos escritórios e anotar números encorajadores para o momento. Nos primeiros 15 dias de julho, as vendas realizadas já representam 21% do registrado no mesmo período no ano passado. Delas, 92% estão relacionadas ao mercado de viagens corporativas. O índice aparece como um alento para a liderança da empresa, que vê a retomada cada vez mais próxima e tem boas perspectivas para o setor na volta. "Acredito que vamos recuperar todo o tempo perdido", aponta o presidente da companhia, Marcos Arbaitman. O empresário lembra que há cerca de 130 dias colocou mais de 400 colaboradores para trabalhar em home office e, sem dispensar nenhum deles, começa a ver as salas

14

preenchidas novamente. "Nenhum desses funcionários tem culpa por uma pandemia ter nos alcançado. Por isso mantivemos todos e agora começamos a ter alguns sinais de volta", diz. O projeto de regresso está sendo gradual e começou pelos líderes de setor do grupo. São eles que irão definir, em reuniões, que áreas restabelecem antes suas rotinas. Por ora, o que há de certo é que os colaboradores com mais de 60 anos, as mães que ainda não têm as escolas para os filhos de volta e as pessoas com sintomas de doenças respiratórias ainda não voltam. Os demais serão acionados conforme as decisões forem sendo tomadas. "Para os que já estão de volta, tivemos o cuidado de montar uma rotina de protocolos com distanciamento, utilização de máscaras, fornecimento de álcool em gel, tapetes desinfectantes e exames. Tudo seguindo recomendações de instituições médicas", afirma Arbaitman. TENDÊNCIA DE VOLTA Para o presidente do grupo, o mapa

PANROTAS — 29 de julho a 4 de agosto de 2020

da volta do mercado também está claro, com as viagens domésticas restabelecidas antes e as internacionais como realidade a partir da criação de uma vacina anticovid-19. "Hoje sabemos que há projetos avançando no sentido da criação de uma vacina e projeções dizendo que ela vem até o final do ano. Com ela, voltaremos a ter tranquilidade”, anima-se o executivo. Como fato que sustenta sua confiança, Arbaitman cita o movimento de retomada de voos das companhias aéreas e reabertura dos hotéis. RECADO AOS AGENTES Marcos Arbaitman ainda faz questão de registrar uma mensagem direcionada aos agentes de viagens, que são a ponta que lida diretamente com o cliente. "Tenha certeza de que vamos voltar a crescer e ser rentáveis. Hoje, no ramo mais atingido de todos pela pandemia, que caiu a zero durante a crise, vivemos um recomeço e peço que acreditem: fiquem firmes e vamos recuperar todo o tempo perdido.”


+Lidas da semana PANCORP

Retomada dos eventos

1 Setor de viagens corporativas precisa de mudanças urgentes

2 A recuperação hoteleira

já começou? Saiba em 8 oportunidades e desafios

3 CVC Corp unifica plataforma de capacitação a agentes

4 United acertou ao manter seus voos ao Brasil na pandemia?

5 VoePass vai operar ponte São Paulo-Rio durante obras em Congonhas

6 75% dos meeting planners já

têm eventos contratados para 2020

7 SAP Concur Show terá Zeca

Camargo e Maurício Meirelles

8 Sabre lança chatbot para

automatizar atendimento ao cliente

9 Demanda por voos

domésticos cai 85% em junho

Uma pesquisa da i-Meet – comunidade mundial para profissionais da área de eventos –, que é feita semanalmente com executivos do setor, revela que, com os resultados obtidos na semana terminada em 19 de julho, 75% dos meeting planners têm eventos reservados e contratados em 2020 e/ou 2021. Já 27% responderam que retomarão os eventos face to face antes do final do ano e 63% farão em algum momento do próximo ano. As principais respostas para a retomada dos eventos F2F são para o primeiro semestre de 2021, com 55%, sendo 26% para o primeiro trimestre e 29% para o segundo. O retorno no quarto trimestre é de 15% para a semana considerada, abaixo dos 18% da semana anterior. De acordo com o levantamento,

agora, a retomada dos encontros presenciais antes do final de 2020 está em 27%, abaixo dos 30% registrados na semana anteriormente analisada. A incerteza em torno do tempo para retomar os eventos F2F aumentou para 10% (antes, era de 8%). No período analisado, foi possível observar ainda uma intenção de mudança das reuniões para 2021 em 63% das respostas (acima dos 62% na semana anterior). A decisão de adiar os eventos para o ano que vem atingiu seu pico em 28 de junho. Sobre os tipos de eventos que os entrevistados esperam operar inicialmente, 68% responderam que planejam retomar encontros pequenos e diretos, 68% híbridos e os menos prováveis a serem realizados são os internacionais e em cruzeiros.n

10 Líder Corp anuncia

contratações e manual de boas práticas

Fonte: PANCORP

29 de julho a 4 de agosto de 2020 — PANROTAS

15


Covid-19

Victor Fernandes

SAÚDE E SEGURANÇA NO GRU AIRPORT – VEJA O QUE MUDOU

O Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, ou GRU Airport, é o mais movimentado do Brasil, com 42,8 milhões de passageiros transportados em 2019. Com a pandemia do coronavírus, o bloqueio de fronteiras e a suspensão das operações, o aeroporto deixou de ver seus saguões cheios e passou a focar em novos protocolos de saúde e segurança. Agora que está retomando seu movimento, chegando em torno de 35 mil passageiros por dia, conversamos com Miguel Dau, veterano da aviação brasileira e atual diretor de Operações do GRU Airport. Nesta época do ano, normalmente, transitavam pelo aeroporto cerca de 135 mil pessoas diariamente. Atualmente, o terminal 1 está fechado, o terminal 2 concentra voos domésticos e o terminal 3 está direcionado às operações internacionais, bem limitadas, diga-se.

16

PANROTAS — 29 de julho a 4 de agosto de 2020


"O aeroporto, desde o primeiro momento em que a humanidade foi impactada pelo vírus, imediatamente tomou uma série de ações. Em primeiro lugar, protegendo funcionários, porque sem os colaboradores não podemos proteger passageiros, e tivemos sucesso nisso. Buscamos procedimentos que visassem à segurança e conforto do passageiro. Procedimentos que fazem uso de tecnologia e fornecem confiança ao viajante. Entramos em um grupo de trabalho coordenado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), com diversas empresas e órgãos do setor, e começamos a estabelecer uma série de pontos que se tornaram exigências. Outra preocupação era que os demais aeroportos seguissem os mesmos protocolos, até porque a malha é sistêmica e o passageiro precisa encontrar os mesmos procedimentos no embarque e na chegada ao destino", explicou o comandante Miguel Dau. O agora executivo de GRU afirmou que, "entre os transportes coletivos, o aéreo é o que fornece menor risco de contaminação”. “Durante o voo, as aeronaves mais modernas possuem o filtro HEPA, que faz com que o avião seja tão limpo ou mais que um centro cirúrgico." Portanto, já que a segurança a bordo é muito eficiente ao combater o novo coronavírus e outras partículas e germes, a atenção se volta à higiene e precauções no aeroporto, ao embarcar e desembarcar. Além dos protocolos, Dau afirma que é muito importante a colaboração dos passageiros ao usar as máscaras de pro-

teção facial, respeitar o distanciamento social necessário, e, principalmente, lavar as mãos com frequência. "Sobre a ação junto ao passageiro, dividimos em três partes: informação, sanitização do aeroporto, e comportamental, que inclui a colaboração do passageiro no distanciamento social e uso de máscaras. Em relação ao comportamental, as empresas aéreas vêm trabalhando no sentido de fornecer ao passageiro a capacidade de manter o distanciamento necessário. Estando todos com máscaras, o risco de contaminação é muito pequeno. Então, essa questão comportamental é muito importante e dependemos do passageiro também. Tem alguns passageiros que não vêm seguindo esses protocolos, principalmente na saída da aeronave, que é feita por fileiras e quem está no fundo quer sair logo, causando aglomeração no corredor", alertou o diretor. O aeroporto espera um aumento para 50 mil passageiros diários até 10 de agosto, se as companhias mantiverem suas operações, e prevê para o final do ano entre 60% e 70% do movimento doméstico e entre 30% e 40% nas operações internacionais. Os protocolos e medidas acompanharão essa retomada do movimento em Guarulhos e devem permanecer após a pandemia. Miguel Dau esmiuçou à Revista PANROTAS as medidas adotadas pelo aeroporto e os cuidados que passageiros e profissionais precisam ter ao utilizar e circular pelo espaço.

29 de julho a 4 de agosto de 2020 — PANROTAS

17


LIMPEZA DE ÁREAS PÚBLICAS 1 – A limpeza do terminal, incluin-

Miguel Dau, diretor de Operações do GRU Airport

do assentos, ar condicionado, bandejas e todas áreas comuns, tem sido feita com maior frequência.

2–

Os terminais têm sido higienizados com aproximadamente o dobro da frequência de antes da covid-19. “Mas, entendemos que, se o passageiro usar máscara e lavar as mãos, o risco de contaminação é baixo.”.

3 – Os banheiros são higienizados

com maior frequência, que é ditada pela movimentação do aeroporto e não por horário como anteriormente. Há medidores de movimento que acionam a equipe de limpeza quando atingir número X de pessoas e a limpeza for necessária.

4 – “Colocamos dispensers de ál-

cool em gel em todos os locais em que passam passageiros, para que não faltem opções para higienizar as mãos."

5 –

“Também estamos avaliando um tecido para antiviral a ser aplicado em diversas áreas do aeroporto. Muitas das medidas sanitárias que a covid-19 trouxe serão permanentes, evitando contaminações por outras doenças também no futuro”, garante Miguel Dau.

CHECAGEM DE TEMPERATURA 6 – O aeroporto adotou controle de

temperatura por câmeras, devido ao aumento do movimento, principalmente no terminal 2, para fazer esse controle sem atrapalhar o fluxo dos passageiros.

7 – No terminal 3, que tem menos

movimento, está sendo utilizada a medição por termômetro infravermelho. Caso um passageiro seja identificado com febre superior a 37,8oC,

18

ele é convidado a ir para o posto médico para fazer uma avaliação e se suspeitaram de contaminação por covid-19, ele será encaminhado para o hospital referência em Guarulhos.

ELEVADORES 8 – Nos elevadores, há sensores

de aproximação para não precisar apertar o botão de chamada. Também é preciso respeitar o distanciamento social. Dependendo do elevador, podem entrar até quatro pessoas. Existe uma marcação no piso para indicar o limite.

PANROTAS — 29 de julho a 4 de agosto de 2020


27 de maio a 2 de junho de 2020 — PANROTAS

41


SEM TOQUE 9 – “Colocamos QR codes em vá-

rios pontos do aeroporto para evitar aglomeração em frente às televisões, assim o passageiro acompanha o status do seu voo pelo celular”.

10 – O diretor de Operações ga-

rante que tudo que pode ser feito na filosofia do touchless (sem contato), está sendo implementado ou estudado.

BEBEDOUROS 11 – Os bebedouros estão fun-

cionando. Já aqueles que obrigam a colocar a boca foram desligados e seus bicos estão sendo trocados por outros que permitem colocar água em copos ou garrafas. Esse processo de troca ainda levará cerca de 30 dias.

SERVIÇOS SUSPENSOS 12 – Segundo Miguel Dau, ne-

nhum serviço do aeroporto foi suspenso, mas se o passageiro utilizar um caixa eletrônico ou tocar em qualquer superfície, ele precisa saber que deve lavar a mão e que não deve levar as mãos à boca, olhos e nariz sem antes lavá-las ou higienizá-las.

13 –

O aeroporto também incentivou e orientou aos cessionários comerciantes a vender e dispor itens como máscaras e álcool gel aos passageiros. E eles aceitaram.

ALIMENTAÇÃO 14 – O serviço de bufês em restau-

rantes está suspenso e algumas empresas estão fazendo pratos feitos e entregando nas mesas. Também está sendo aplicado distanciamento entre as mesas e foram colocados dispensers de álcool em gel nas praças de alimentação. Todos os funcionários estão trabalhando com toucas, luvas e máscaras.

20

PANROTAS — 29 de julho a 4 de agosto de 2020


TRANSPORTE TERRESTRE 15 – “Nós recomendamos o

distanciamento com indicações visuais. Também fizemos alterações na área de meio fio para que as empresas de transporte terrestre não se acumulem em uma mesma área.”

CARRINHOS DE BAGAGEM 16 – Segundo o GRU Airport

os carrinhos de bagagem continuam à disposição e estão sendo limpos com maior frequência. “Mas sugerimos que o próprio passageiro higienize suas mãos após o uso. Estamos pensando uma série de tecnologias para fornecer mais tranquilidade ao passageiro nesse quesito.” 29 de julho a 4 de agosto de 2020 — PANROTAS

21


EMBARQUE REMOTO 17 – Os embarques remo-

tos, que não são via ponte de embarque e o passageiro precisa se deslocar até a aeronave em ônibus ou vans, ainda estão acontecendo, mesmo com a quantidade de voos menor. Segundo Miguel Dau, os ônibus estão circulando com apenas 50% da capacidade normal.

SINALIZAÇÃO 18 – “Estamos trabalhando

com mensagens em audiovisual. A parte de áudio é feita em três idiomas e transmitimos um vídeo com o dr. David Uip com recomendações no intervalo dos programas de voos. Várias mensagens escritas também foram aplicadas nas paredes, colunas, piso e cadeiras, recomendando o uso de máscaras e respeito ao distanciamento social”, explica o gestor do aeroporto.

PASSAGEIROS 19 – Qual a recomendação

para check-in e antecedência de embarque? De acordo com Miguel Dau, o aeroporto prefere que cada empresa aérea aplique suas próprias orientações de acordo com os destinos que opera. “Nós atrapalharíamos se fizéssemos isso também. O passageiro internacional precisa saber com antecedência toda a documentação necessária para o embarque e horário recomendado pela companhia, alguns países já solicitam certificado de exame para covid-19 na chegada. Já o passageiro doméstico precisa chegar com uma hora de antecedência, já é mais que suficiente para fazer o check-in”.

22

20 –

Não houve mudanças nos itens que podem ser levados a bordo. “Quanto ao álcool em gel, não há restrições em voos domésticos, mas álcool líquido é proibido. Para voos internacionais, o limite é de 100 mililitros, incluindo o álcool em gel”.

PANROTAS — 29 de julho a 4 de agosto de 2020

DESEMBARQUE 21 – Não é feito teste na chegada de qualquer voo. Em situações de casos suspeitos, o procedimento é o mesmo do embarque: o passageiro é convidado a ir para o posto médico para fazer uma avaliação e se suspeitaram de contaminação por covid-19, ele será encaminhado para o hospital referência em Guarulhos.n


6

PANROTAS — 29 de julho a 4 de agosto de 2020


Aviação

Rodrigo Vieira e Beatrice Teizen

RETOMADA

EUROPA-BRASIL-EUROPA Turbinas voltam a se aquecer após meses paradas. As principais companhias europeias que atuam no Brasil já começaram ou já têm data para voltar a operar no País. O volume de voos ainda está consideravelmente abaixo dos níveis pré-pandemia, visto que as fronteiras europeias estão fechadas para visitantes brasileiros e os serviços atuais são de repatriação ou exceções permitidas por lei. De qualquer maneira, os planos estão sobre a mesa. Líderes de Air Europa, Air France-KLM, Alitalia e Lufthansa Group no mercado brasileiro falam sobre como será a evolução da malha pós-pandemia, os voos internacionais e domésticos já retomados, o “novo normal” na experiência de voo, o compromisso com o Brasil, a importância do trade quando as fronteiras se reabrirem, entre outros temas pertinentes. Nas próximas edições traremos o panorama de outras aéreas europeias que operam no Brasil.

26

PANROTAS — 29 de julho a 4 de agosto de 2020


AIR EUROPA A Air Europa reiniciou suas operações ao Brasil no dia 16 de julho. O country manager da aérea no País, Gonzalo Romero, lamenta que a pandemia tenha ocorrido em um ano tão cheio de boas perspectivas para a companhia: 2020 tinha tudo para ser o melhor ano em posicionamento de marca, ocupação e market share no Brasil. REVISTA PANROTAS – Como o Brasil estava posicionado antes da pandemia para a Air Europa e como estará nesta retomada? GONZALO ROMERO – Estávamos entrando em nosso melhor ano em market share, posicionamento de marca e ocupação no Brasil. Em dezembro lançamos a rota Fortaleza-Madri, que iniciou com uma ocupação muito boa, e logo na sequência veio a covid-19 e todos já sabem o quanto o setor aéreo foi enfraquecido. Contudo, estou orgulhoso do nosso trabalho pré e durante a pandemia. Vínhamos conquistando um market share muito bom, uma taxa de ocupação muito positiva nas quatro operações. Estamos cada vez mais presentes na consciência do consumidor brasileiro com nossas quatro operações: Guarulhos, Salvador, Fortaleza e Recife. RP – Como está sendo realizada a aplicação dos protocolos de segurança e saúde? ROMERO – Desde que o coronavírus foi decretado como pandemia,

Gonzalo Romero

a Air Europa trabalhou muito forte em dar suporte aos passageiros em curso e aos agentes de viagens. Procuramos entender do que se tratava a doença e alinhar protocolos. Estamos totalmente em ordem com as exigências das agências europeias de regulamentação aérea e de saúde, além

das exigências dos destinos para os quais operamos, como a Anvisa no Brasil. Trabalhamos muito focados, e assim continuamos, em aplicar e transmitir esse protocolo para agentes e clientes, pois ter segurança e higiene não basta. Temos de comunicá-la de maneira eficiente também.

29 de julho a 4 de agosto de 2020 — PANROTAS

25


RP – Como será a retomada dos voos internacionais? A malha estará menor no "novo normal"? ROMERO – Já retomamos os voos na Europa toda. Desde 15 de julho já voamos a mercados chave como Paris, Porto, Lisboa, Milão, Bruxelas, Veneza, Munique, entre outros destinos. Já são 15 cidades europeias e 20 domésticas (Espanha). Esse é um importante passo na retomada e no início das operações. Além de São Paulo, também retomamos Montevidéu e Santo Domingo... Em agosto devemos retomar outros voos internacionais, como Tel Aviv e Túnis. Tudo depende da atualização dos países em relação ao status da pandemia. Por exemplo, estamos prontos para voar a Buenos Aires, Bogotá e Assunção, mas dependemos do sinal verde dos governos locais para iniciarmos a operação. A previsão para a capital argentina é setembro. RP – A Air Europa está voando a Guarulhos com uma frequência semanal. Quando essa malha será reforçada? E em relação às cidades nordestinas? ROMERO – Precisamos entender a demanda. Estudá-la, senti-la. Agora, o segmento de passageiros que está voando é de viajantes étnicos, que consigam se transportar, com a documentação necessária para ingresso no Brasil ou na Europa. Iniciamos recentemente em Guarulhos com uma frequência semanal, e assim ficará durante agosto inteiro. Em relação ao Nordeste, os planos são de voltar a Fortaleza, Recife e Salvador com dois voos semanais a partir de novembro. Mas é importante deixar claro que esses são os projetos da Air Europa e são altamente sensíveis às condições da pandemia. RP – Como a experiência a bordo e nos aeroportos foi impactada? Em detalhes, o que a companhia faz para tornar essa experiência mais agradável e segura? ROMERO – Reitero a importância da informação. Realizar protocolos é o mínimo, é o básico, mas é fundamental que se informe o passagei-

26

PANROTAS — 29 de julho a 4 de agosto de 2020

ro por meio dos canais digitais. Estamos fazendo isso. Também estamos incentivando o check-in digital para evitar contatos no aeroporto, aplicando política de distanciamento no terminal, oferecendo máscaras gratuitamente aos passageiros que por ventura precisem, embora a conscientização e as leis sobre esse item já deixem clara a importância do uso, álcool gel disponível em toda a jornada, embarque organizado por fileiras e solicitação para redução da bagagem de mão, inclusive com despacho gratuito das malas menores que possam viajar no porão. Tudo para minimizar o contato. É uma questão de detalhes, e também é crucial informar que o avião está entre os transportes coletivos mais seguros em transmissão de vírus a bordo. RP – Os preços dos bilhetes internacionais e domésticos estão menores em relação ao pré-pandemia? Como devem se comportar as tarifas? ROMERO – Estamos tentando estimular a demanda o máximo possível, oferecendo tarifas com descontos muito atrativos, além de uma flexibilidade alta para troca de datas sem encargos. RP – O que o trade brasileiro pode esperar da companhia nos próximos meses? ROMERO – A principal mensagem é que já retornamos. É muito importante para nós ter voltado a voar no Brasil. Nossa parceria com Azul e Gol permite alcance no Brasil inteiro. Estamos começando com saída de Guarulhos, mas o alcance é nacional. Temos compromisso com todo o País. Toda equipe Air Europa está muito engajada, muito motivada em fazer a retomada do Brasil ser forte, segura e confortável. A utilização do Dreamliner, a melhor aeronave de nossa frota, no voo a São Paulo, mostra a referência que o Brasil tem para a companhia. Por fim, gostaria de expressar nossa alegria em anunciar acordo com o Smiles, que facilitará a obtenção e troca de milhas entre a Gol e a Air Europa. Esse acordo, fechado em julho, vai nos impulsionar na retomada, certamente. n


AIR FRANCE-KLM Em outubro, a companhia aérea líder na ligação de passageiros entre Brasil e Europa durante a pandemia estará operando quase 60% do que costumava voar em níveis pré-covid-19. Esse programa acelerado por si só, na visão do diretor comercial da Air France-KLM para a América do Sul, Seth van Straten, demonstra compromisso com o trade e o viajante brasileiros, mas segundo ele há outras evidências notáveis, como por exemplo a ininterrupção de voos durante estes meses de crise.

Seth van Straten

REVISTA PANROTAS – Como o Brasil estava posicionado antes da pandemia para a AFKLM e como estará nesta retomada? SETH VAN STRATEN – Vínhamos aumentando constantemente a nossa presença entre o Brasil e a Europa desde o fim de 2016, quando tínhamos 31 voos por semana e então chegamos ao recorde de 45 voos semanais. Desde 2017 transportávamos mais de 1 milhão de passageiros por ano. Os voos eram para Fortaleza, Rio de Janeiro e São Paulo. RP – Já há um cronograma de voos para os próximos meses no Brasil? Acredita que a operação pré-pandemia voltará em quanto tempo? VAN STRATEN – Para a retomada, seguimos tendo cuidado reforçado nas operações, de acordo com as recomendações e regulações das autoridades. No fim de outubro já teremos 26 voos por semana combinados entre as duas companhias, o que representa 59% do que o grupo costumava voar semanalmente para o Brasil antes da crise do covid-19. Somos líderes de operação entre o Brasil e a Europa. E seguiremos ajustando o nosso programa com cautela e de acordo com o que a demanda indicar. A KLM terá operação diária em São Paulo (GRU) e quatro vezes por semana ao Rio de Janeiro (GIG). A Air France voará diariamente para São Paulo (GRU) e cinco vezes por semana para o Rio de Janeiro (GIG), e ainda planeja o retorno para Fortaleza em 10 de outubro, onde

seguirá com a operação anterior à crise de três vezes por semana. RP – Como foi a operação da companhia no Brasil durante a pandemia? VAN STRATEN – O Brasil sempre foi estratégico para a Air France e para a KLM. Por conta da importância do mercado, nunca paramos de voar para cá durante a pandemia e mantivemos a liderança da operação vindo da Europa. A Air France, inclusive, foi a única companhia aérea internacional a manter operação para o Rio de Janeiro. Repatriamos muitos cidadãos de volta às suas casas e transportamos cargas essenciais para o combate da pandemia. Lá no começo de abril tínhamos apenas seis voos por semana de Paris

e Amsterdã para São Paulo e Rio de Janeiro. Fomos evoluindo, semana a semana, e atualmente temos 19 frequências. Até o fim de outubro chegaremos a 26 voos por semana. RP – Como será a retomada de voos internacionais? A malha estará menor? VAN STRATEN – Globalmente, já retomamos as operações para muitos lugares, principalmente quando olhamos para a quantidade de destinos. Já são 170 destinos servidos pela Air France e mais de 140 pela KLM, o que representa 85% da malha aérea de cada companhia. Conforme as fronteiras forem sendo liberadas, voltaremos aonde estávamos antes da crise. A capacidade e frequência, no entanto, ainda estão consideravelmente

29 de julho a 4 de agosto de 2020 — PANROTAS

27


impactadas em relação ao nível que tínhamos antes da crise. E é nesse ponto que acredito que vai levar mais tempo para o grupo, e para a indústria, voltarem aos níveis de antes. O mais importante agora é seguir incrementando a oferta tendo em vista a segurança de nossos clientes e nossa equipe como prioridades absolutas. As restrições de muitos países do mundo também terão que ser levantadas primeiro. Será um movimento lento. Cobriremos a gama de destinos próxima à quantidade que tínhamos antes, mas a capacidade e frequência dependerão do reforço da demanda, o que enxergamos como algo que deverá retornar somente entre 2023 e 2024, assim como a Iata e outros especialistas.

entre tripulantes e clientes foi reduzido a bordo, assim como nos aeroportos, com a instalação de placas de acrílico nos check-in, e outras medidas a fim de minimizar os riscos. Também é obrigatório que o cliente tenha máscaras cirúrgicas em todo o trajeto, desde o aeroporto de origem, durante todo o voo, até a chegada no destino. As máscaras de tecido não são autorizadas pelo órgão de saúde francês. Controles de temperaturas são feitos no embarque de voos da Air France. A oferta gastronômica a bordo, tão reconhecida pelos clientes por conta da qualidade, também foi impactada. Mas recentemente, houve uma atualização que trouxe a experiência mais para perto da anterior à crise.

RP – Como está sendo realizada a implantação dos protocolos de saúde e segurança? VAN STRATEN – Estamos em estreita colaboração e consulta com todos os diferentes órgãos de saúde e governo do mundo, incluindo, é claro, o Brasil. Limpeza já era essencial e feita cuidadosamente, e agora virou protagonista. Reforçamos os procedimentos diários de limpeza de aeronaves, com a desinfecção de todas as superfícies em contato com clientes, como apoios de braços, mesas e telas; e introduzimos um procedimento específico de desinfecção periódica por pulverização das aeronaves com um produto virucida aprovado, que tem validade de dez dias, mas que é aplicado a cada cinco dias. Além disso, e isso já está amplamente divulgado, o ar na cabine é renovado a cada três minutos. Temos em nossas aeronaves um sistema de reciclagem de ar que está equipado com filtros “High Efficiency Particulate Air”’ ou HEPA, idênticos aos usados nas salas de operações de hospitais. Esses filtros extraem mais de 99,99% dos menores vírus, incluindo o novo coronavírus. E não é algo unilateral, e sim uma mobilização do setor para trazer confiança ao viajante. Recentemente as três alianças SkyTeam, Oneworld e Star Alliance se uniram para destacar as medidas que seus membros implementaram. Juntas as aéreas associadas representam mais da metade do tráfego aéreo mundial. É muito importante que elas destaquem o que estamos fazendo enquanto indústria.

RP – Os preços dos bilhetes internacionais e domésticos estão menores em relação ao pré-pandemia? Como devem se comportar? VAN STRATEN – Os preços finais continuam os mesmos em média aos níveis de antes da crise. Ainda não há oferta e demanda fortes para promoções de passagens aéreas, ao menos até que as fronteiras da Europa e do Brasil sejam liberadas. As viagens ainda continuam restritas, com condições especiais para acesso de brasileiros. Quando a situação for retornando aos níveis anteriores, naturalmente analisaremos a cenário para ter os preços competitivos que sempre tivemos. Fomos os primeiros a implementar tarifas “one-way” destinadas ao repatriamento de nossos clientes de e para o Brasil, e ainda temos tarifas como as mais baixas no mercado. Além disso, a política de flexibilidade continua vigente para permitir aos clientes remarcarem passagens aéreas compradas durante a pandemia sem a cobrança de multa e com prazo bastante alongado. Não vejo isso mudando, e ficando mais restritivo, tão cedo. Sermos flexíveis é fundamental para que a confiança das pessoas em viajar volte.

RP – Como a experiência a bordo e nos aeroportos foi impactada? O que a companhia fez para tornar essa experiência mais segura e também agradável? VAN STRATEN – De modo geral, o contato 30

PANROTAS — 29 de julho a 4 de agosto de 2020

RP – O que o trade brasileiro pode esperar da companhia nos próximos meses? VAN STRATEN – Estamos aqui por vocês, e queremos participar ativamente, junto com vocês, da retomada do Turismo. O trade brasileiro é de suma importância para o grupo, e de todos os lados seguimos disponíveis para informar sobre a nossa operação para o Brasil e ao redor do mundo. O AgentConnect, site dedicado a vocês, continua atualizado com o que há de mais recente em nossas políticas, e informações gerais. Por lá há também o chat, em que vocês poderão tirar as dúvidas com nosso time de especialistas.n


Obrigado, Turismo.

Já somos

K 0 +3

30 mil no Instagram Em busca de informação, serviço e os destinos mais incríveis

@portalpanrotas 6

PANROTAS — 29 de julho a 4 de agosto de 2020


ALITALIA TAI No início de julho, a Alitalia foi oficialmente relançada como Alitalia Tai (Trasporto Aereo Italiano), contando com nova administração e novas rotas. O governo italiano espera que tenha encerrado anos de turbulência financeira na companhia aérea, que agora é estatal e receberá um orçamento de US$ 3,4 bilhões e uma frota de 100 aeronaves, de acordo com a mídia local. Na prática, a Alitalia Tai é a empresa que vai herdar os ativos da antiga companhia e receber o aporte, enquanto a outra ficará com as dívidas. No Brasil, onde pretende voltar a operar em outubro, a companhia segue sob a liderança do country manager Nelson de Oliveira.

Nelson de Oliveira

RP – Como o Brasil estava posicionado antes da pandemia para a Alitalia e como estará nesta retomada? NELSON DE OLIVEIRA – Antes da pandemia tínhamos dois voos diários e diretos de Roma a São Paulo (GRU) e um voo diário e direto ao Rio de Janeiro (GIG). Estamos aguardando a atualização de nossa malha para início no próximo mês de outubro. RP – Como está sendo realizada a implantação dos protocolos de saúde e segurança? OLIVEIRA – Todos os protocolos de saúde e segurança já foram implementados em todos os voos regulares. Entre os principais, estão embarque no finger, e, quando é inevitável o embarque remoto, estabelecemos um limite de passageiros no ônibus. Para garantir o mais alto nível de segurança possível, todas os lounges (salas vips) Casa Alitalia estão temporariamente fechados; é obrigatório preencher os formulários de autodeclaração antes de embarcar para qualquer destino, certificando que o passageiro não teve contato com pessoas com sintomas de covid-19; assinatura de autodeclaração para justificar entrada no território italiano; higienização rigorosa das aeronaves e filtros Hepa que eliminam os vírus; obrigatoriedade no uso de máscaras, substituindo o equipamento a cada quatro horas; proibição no uso dos bagageiros a bordo para peças de roupa, deixando-os apenas para bagagem; serviço de bordo 30

em formato reduzido para minimizar a passagem da tripulação na cabine; alimentos e bebidas entregues selados e em uma única porção, de maneira a permitir a manutenção dos mais altos padrões de higiene; entre outras medidas não só para passageiros, como para funcionários. RP – Como será a retomada de voos internacionais? A malha estará menor? OLIVEIRA – A partir de agosto, voaremos para 20 destinos italianos, 20 destinos internacionais de curta distância, nove destinos sazonais de curta distância, além de Nova York, Boston e Tóquio. RP – Neste retorno previsto ao Brasil em outubro, qual deve ser a malha? OLIVEIRA – Estamos aguardando a confirmação de nossa malha de e para o Brasil para início no próximo mês de outubro, quando também te-

PANROTAS — 29 de julho a 4 de agosto de 2020

remos a confirmação das frequências dos voos. RP – Os preços dos bilhetes internacionais e domésticos estão menores em relação ao pré-pandemia? Como devem se comportar? OLIVEIRA – Os preços e condições que praticamos estarão sempre alinhados com o ambiente competitivo para que nossos serviços e produtos possuam total atratividade para todos os nossos clientes. RP – O que o trade brasileiro pode esperar da companhia nos próximos meses? OLIVEIRA – Em todas as ações comerciais e de marketing que estão programadas para serem implementadas até o final deste ano e para 2021, a Alitalia sempre reservará especial atenção para o mercado brasileiro por sua importância e relevância entre todas as rotas internacionais operadas pela empresa globalmente. n


LUFTHANSA GROUP Além de um retorno de 90% da oferta dos destinos continentais e 70% dos intercontinentais em setembro, o Lufthansa Group também voltará a operar no Rio de Janeiro, por meio da Edelweiss – subsidiária da Swiss, aérea pertencente ao grupo –, para Zurique, a partir de outubro, com dois voos semanais. “Há cinco meses, estávamos registrando os três melhores anos de resultados operacionais da nossa história. No Brasil, tínhamos acabado de lançar o voo entre São Paulo e Munique, mas com a chegada da covid-19, o setor aéreo acabou sendo o mais atingido. No auge da crise, tivemos de estacionar 700 aviões e operamos com 2% da nossa frota. Agora, queremos rapidamente possibilitar que os passageiros voem para os destinos que oferecíamos antes, com todos os protocolos necessários”, disse a diretora de Vendas Brasil do grupo, Annette Taeuber. Sem deixar de voar a rota São Paulo-Frankfurt, a Lufthansa aumentou sua frequência de três para cinco voos semanais no início de junho. Em julho, o serviço São Paulo-Zurique foi retomado, com três operações por semana pela Swiss e, a partir de 2 de setembro, esta frequência será aumentada para cinco.

RIO DE JANEIRO Por enquanto, a cidade do Rio de Janeiro será servida somente pela operação realizada pela Edelweiss a partir de outubro. O grupo analisará ainda a situação e o desenvolvimento da pandemia de covid-19 para entender se retornará com outros voos.

Annette Taeuber

“O Rio é um mercado muito interessante e importante para nós e um destino com grande potencial para lazer e negócios. No momento, estamos felizes com o serviço da Edelweiss e temos de ver se as coisas melhorarão. Mas acho que temos a oportunidade

29 de julho a 4 de agosto de 2020 — PANROTAS

31


de retornar, sim, com a Lufthansa na capital fluminense também”, afirmou o diretor de Vendas para América do Sul do grupo, Tom Maes. MUNIQUE Já sobre a rota de São Paulo para Munique, que foi retomada em dezembro do ano passado e estava sendo operada por um A350-900 três vezes por semana, a Lufthansa ainda não tem um retorno certo para confirmar. “Agora a situação está ainda muito difícil, com uma demanda mais fraca. Nosso foco, no momento, é reforçar nossa ponte aérea entre São Paulo, Frankfurt e Zurique, que é muito importante para a companhia. Depois vamos analisar mais oportunidades, como Munique. Ainda não temos uma data para voltar com essa rota”, explicou Maes. MEDIDAS E PROTOCOLOS Desde o início da pandemia, o grupo vem adotando medidas e seguido protocolos de higiene e desinfecção de suas aeronaves. Desde 4 de maio as companhias passaram a exigir que todos os passageiros e comissários de bordo usem uma máscara facial durante toda a viagem, recomendando a utilização do item no aeroporto antes e após o voo. Toda a frota de aviões do grupo está equipada também com filtros HEPA, que removem 99,9% de impurezas, como poeira, bactérias e vírus, igualando assim a qualidade do ar das aeronaves à das salas de cirurgia. Além disso, a Lufthansa está disponibilizando aos seus clientes, desde o final de junho, a possibilidade de realizar o teste rápido para a covid-19 nos hubs de Frankfurt e Munique, desobrigando assim que passageiros que testem negativo cumpram as medidas de quarentena de 14 dias impostas pelas autoridades sanitárias locais.

32

PANROTAS — 29 de julho a 4 de agosto de 2020

Passageiros em Frankfurt podem agendar o teste com antecedência por meio do site centogene.com/ corona ou se dirigir diretamente ao centro de testes no aeroporto, um dia antes da partida ou logo após a chegada. Em Munique, os viajantes devem solicitar o agendamento pelo e-mail: notfallambulanz@munich-airport.de e assim evitar espera no centro de exames.n


Artigo

A RECUPERAÇÃO HOTELEIRA NO BRASIL JÁ COMEÇOU? Divulgação

Pedro Cypriano, managing partner da HotelInvest

Depois da publicação do estudo “Recuperação da hotelaria urbana no Brasil”, em parceria com a Omnibees, a STR e o FOHB, divulgado no Portal PANROTAS, a HotelInvest discutiu os resultados da pesquisa com mais de 200 executivos, de aproximadamente 30 organizações, entre redes hoteleiras, investidores e incorporadoras. As trocas de percepções de mercado foram muito ricas e acredito ser relevante dividir publicamente algumas das principais reflexões. Entre os executivos consultados, algo parece predominante: a recuperação do setor hoteleiro está em curso, mas ainda não para todos. Entendamos como isso se reflete nos diferentes perfis de ativos, regiões e estratégias de investimento.

1

Em destinos regionais, a ocupação dos hotéis chega a 35% A tendência de início de recuperação por destinos regionais está se concretizando. 33

PANROTAS — 29 de julho a 4 de agosto de 2020

Entre os hotéis assessorados pela HotelInvest e os administrados pelos executivos consultados, a ocupação neste perfil de cidade varia entre 25% e 35%.

2

Na hotelaria regional de lazer, a demanda reprimida é maior Enquanto as empresas são mais cautelosas na volta das viagens (a trabalho), a propensão de consumo turístico a lazer pelas famílias parece mais imediata. Após a reabertura dos hotéis em Gramado (RS), rapidamente as ocupações bateram 50% nos dias de pico. Em outros destinos próximos a centros urbanos, a procura aos finais de semana chegam perto do limite dos apartamentos disponibilizados para venda. A resposta do mercado para esse perfil de destino tem sido positiva, mas ainda é preciso ter cautela. Muitos hotéis continuam fechados e outros, em regiões dependentes de acesso aéreo, os resultados não são tão animadores até o momento.


3

Expectativa de início de crescimento das viagens corporativas até setembro A ocupação dos hotéis urbanos segue baixa, mas as equipes comerciais continuam trabalhando bastante. E as consultas às empresas key accounts sinalizam a intensão de retomada das viagens até setembro. Esperemos em breve ver com mais clareza o crescimento das ocupações também dos hotéis urbanos no Brasil. E para isso, é importante que vejamos uma tendência imediata de queda do número de novos casos e de mortes pela covid-19 no País.

4

Aumento de casos da covid retarda a recuperação da hotelaria em curto prazo Até julho, as ocupações da hotelaria urbana continuam baixas, em especial as das grandes cidades. As empresas estão retomando os trabalhos e as intenções de viagem. O principal entrave é a insegurança sanitária. As curvas de contágio precisam cair, e em todo o País. Enquanto isso não acontecer, os resultados de desempenho dos hotéis estarão mais próximos ao do cenário conservador do estudo de Recuperação da Hotelaria Urbana, ao menos em curto prazo.

5

Setor evita guerras de preço, mas o risco de quedas tarifárias ainda existe Executivos de médias e grandes redes do setor têm evitado entrar em guerras tarifárias, pois isso retardaria ainda mais o horizonte de recuperação dos hotéis. Porém, em cidades e empresas menores, a visão de curto prazo ainda pode pressionar os preços para baixo. Até o momento, seguimos em um bom caminho, com quedas próximas a 10%. Prejuízo acumulado deve ser compensado entre o final de 2020 e o início de 2021 Análises de fluxo de caixa realizadas pela área de Asset Management da HotelInvest, sob a liderança da Thais Perfeito, indicam que os hotéis econômicos devem compensar os prejuízos acumulados em 2020 até o final do ano. E empreendimentos midmarket apenas no primeiro trimestre de 2021. As análises assumem as premissas de top line do cenário moderado do estudo de Recuperação da Hotelaria Urbana.

6

7

Investidores seguem cautelosos, mas continuam avaliando novos negócios no setor

As oportunidades de investimento em hotelaria continuam. Dos hotéis em desenvolvimento, apesar dos cronogramas revistos, a maioria segue em estruturação. Dos novos investimentos, a cautela é um pouco maior e são mais restritos. Enquanto o ritmo de recuperação não for claro, é natural que parte dos investidores permaneça em compasso de espera e tenha uma percepção de risco maior no momento.

8

Em médio prazo, confiança na recuperação do setor é alta As medidas de readequação operacional estão em implantação e, gradativamente, acredita-se na recuperação da hotelaria nacional. O risco de substituição parcial das viagens por reuniões virtuais, apesar de existir, parece ser menor em comparação com as oportunidades de crescimento de demanda potencial em longo prazo. O Brasil ainda é um país em desenvolvimento e a crise atual pode acelerar a aprovação de reformas que permitiriam um ambiente econômico mais favorável. Esta é a aposta de investidores que estão estruturando novos hotéis, para abertura em um momento mais positivo e diante de um setor que naturalmente “envelhecerá” em razão da utilização dos fundos de reserva e do caixa apertado em curto prazo. MINHA CONCLUSÃO SOBRE TUDO ISSO? Em longo prazo, acredito no potencial de recuperação dos hotéis, assim como no de desenvolvimento econômico do País. Em comparação com mercados maduros, o nosso setor ainda é pequeno e pode crescer imensamente, nas capitais e especialmente em regiões secundárias e terciárias. As sinalizações reformistas nos poderes Executivo e Legislativo alimentam a minha esperança de um novo Brasil em construção. E imagino que parte dessa crença também é compartilhada por inúmeras empresas e investidores. A volta ao patamar de 100 mil pontos do Ibovespa sinaliza parte desse otimismo. Em curto prazo, ainda recomendo muita cautela. A reabertura econômica é frágil e as curvas de contágio da covid-19 ainda são altas e não apresentam sinais claros de queda. Até o final do ano a nossa vida hoteleira não será fácil.” n 29 de julho a 4 de agosto de 2020 — PANROTAS

34


6

PANROTAS — 29 de julho a 4 de agosto de 2020


6

PANROTAS — 29 de julho a 4 de agosto de 2020


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.