PANROTAS 1.438

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Edição nº 1.438 - Ano 28 | 2 a 8 de setembro | www.panrotas.com.br

ACCOR E O NOVO NORMAL

A rede com o maior número de hotéis no Brasil acredita que o pior já passou, mostra o status da retomada e as tendências da hotelaria e do Turismo. Veja entrevista exclusiva com o CEO Patrick Mendes

Secretário do MTur mapeia a situação do acesso às linhas de crédito do Fungetur Lucas Fiuza


Em tempos de pandemia, segurança é tudo. Por isso, os protocolos adotados pelas companhias aéreas, hotéis, resorts, pousadas, bares, restaurantes e espaços para eventos são seguidos com rigor. Tudo para garantir o bem-estar e a segurança


RINO COM

O ESTADO DE SÃO PAULO ESTÁ PREPARADO PARA RECEBER TODO MUNDO.

de nossos visitantes e de todos os colaboradores. Siga os protocolos e conte sempre com a gente. Assista aos vídeos que preparamos para você e saiba mais em visitsp.tur.br/protocolos.

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ÍNDICE nº 1.438 | 2 a 8 de setembro de 2020 | www.panrotas.com.br

Página 05 Editorial - As boas notícias nas quais podemos nos focar

Página 06 Check-in - Grupo Royal Palm mostra sua reabertura gradual

Página 12 Patrick Mendes - Segundo CEO, o pior já passou para a Accor

Página 22 MTur - Tire todas suas dúvidas sobre os créditos do Fungetur

Página 30 Espaço Alagev - Criatividade para retomar hotéis e eventos

PRESIDENTE

José Guillermo Condomí Alcorta GESTÃO

José Guilherme Condomí Alcorta

TECNOLOGIA Ricardo Jun Iti Tsugawa

EDITORIAL

Artur Luiz Andrade

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Editorial

ENTRE FLORES E ESPINHOS Não bastasse uma pandemia e uma crise econômica, ainda temos de acompanhar, estupefatos e boquiabertos, as novelas macabras e de baixíssimo nível da senhora Flordelis e do padre Robson, exemplos claros de como política e religião (juntas ou separadas) podem ser usadas para o que há de mais cruel, vil e falso. Como parar para respirar, planejar, recomeçar? O Brasil definitivamente não é para amadores. Mas, como o show tem de continuar e ninguém quer a morte (só saúde e sorte), seguimos buscando saídas, luzes no fim de túneis que se entrelaçam, transformar notícias ruins em alavancas para uma virada. Na China, a previsão é de que a aviação doméstica volte aos níveis pré-pandemia em setembro. De 2020. Sim, daqui a alguns dias. Ou seja, prova de que estratégia, os gastos certos e coordenação política são fundamentais para o gerenciamento de crises, mesmo a maior de todas elas. Mas para não dar gatilho e aumentar nossa ansiedade, não vamos comparar o Brasil com a China. Nos Estados Unidos, a hotelaria chega aos 50% de ocupação. Um bom sinal. Tudo bem que hotéis fecharam (para sempre) e que as tarifas ainda estão aquém da média de 2019, mas é um sinal claro de retomada. No setor aéreo americano, que pressiona o governo para estender a ajuda oficial, há sinalização de que a demanda desacelerou. Mas as viagens de carro, olha a boa notícia, voltaram a patamares de fevereiro, antes da pandemia. Uma comparação injusta

(pois julho e agosto seriam alta temporada por lá e fevereiro não), mas estamos nos agarrando a qualquer sinal positivo. No Brasil, as operadoras estão com vendas entre 30% e 50%, como a Schultz e a Orinter. A Accor já reabriu 80% de seus hotéis. O governo (olha ele aí) estendeu medidas provisórias importantes para o Turismo, como a dos empregos, e sancionou a lei que regulamenta reembolsos. Os túneis vão ficando mais curtos... Mas ainda há muitos deles a percorrer – e não queremos nos perder ou ficar pelo caminho. Um gargalo que precisa de mais atenção de todos, especialmente do governo, é em relação ao crédito para ajudar as empresas nessa retomada. Dos R$ 5 bilhões do Fungetur, apenas cerca de 15% já foram repassados aos bancos (confira matéria exclusiva nesta edição). Algo tem de ser feito para desentupir essa torneira. No BNDES, o socorro às aéreas demorou (o que alguns consideram bom, pois esse é o momento de investir), e agora precisa decolar. Todos nós precisamos. E na sua empresa, no seu segmento, na sua comunidade? Já consegue enxergar o lado bom, o fio de prata no meio da cortina de fumaça (e de horror) de Flordelis, padre Robson e covid-19? Isso, sem falar nos escandalosos e inadmissíveis casos de corrupção envolvendo os recursos para combater a pandemia. Uma verdadeira vergonha. #SomosTodosTurismo e não vamos deixar que estraguem o prazer e a satisfação de fazer parte da retomada, reconstrução, reconexão de nossos negócios, viagens, vidas... n

Artur Luiz Andrade Editor-chefe e Chief Communication Officer da PANROTAS artur@panrotas.com.br

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Check-in Mercado

Natal Luz remodelado Os espetáculos de Natal de Gramado (RS) estão cancelados neste ano. Toda atmosfera natalina do destino, as decorações de rua e a apresentação pública estão confirmadas a partir de 22 de outubro, mas os espetáculos pagos, que reúnem milhares de pessoas em arquibancadas, não acontecerão, devido à pandemia de covid-19. Vale lembrar que hotéis estão reabrindo gradualmente na Serra Gaúcha, tal como alguns dos principais receptivos da cidade, a exemplo de Brocker e Turistur, que já retomaram as atividades. As apresentações, no entanto, ficaram inviáveis.

"Infelizmente os espetáculos pagos foram cancelados. Mas o Natal Luz, com as apresentações públicas e as decorações estará mais lindo do que nunca", aponta Carlise Bianchi, da Brocker. "É importante esclarecer que o evento acontecerá, e será de 22 de outubro a 31 de janeiro, e todo o destino está engajado em oferecer uma experiência segura, confortável e agradável aos visitantes. O Bustour Illumination e o show Korvatunturi – A Origem do Natal seguem confirmados e serão opções incríveis para serem oferecidas aos nossos visitantes."

Noronha para quem já teve covid-19

Depois de cinco meses fechada para turistas, Fernando de Noronha (PE) será reaberta para visitantes em 1º de setembro, de forma gradual. No primeiro momento, apenas pessoas que já tiveram covid-19 vão poder desembarcar 6

no arquipélago. A comprovação de que o turista já teve a doença será feita durante o processo de pagamento da Taxa de Preservação Ambiental (TPA), que agora só poderá ser feito on-line, pelo site www.sounoronha.com.

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Retomada das viagens

Grandes operadoras de lazer entraram ao vivo no Portal PANROTAS na última quinta-feira para discutir o mercado nesta retomada. Os diretores James Giacomini, da Diversa Turismo, Ana Santana, da Schultz, Cleiton Feijó, da Visual Turismo, e Roberto Sanches, da Orinter, apresentaram suas apostas de produtos para que os agentes de viagens tenham oportunidades de reaquecer os negócios já a partir deste ano. Confira clicando no box acima ou em nossas páginas no Facebook e no Youtube como foi o bate papo na nova série de lives do Portal PANROTAS com o apoio da R1.


+Lidas da semana Portal PANROTAS

Receptivos

1 Criadora do grupo Go

Agentes mostra o caminho da reinvenção

2 Barkoczy e ex-diretores da

Flytour Viagens abrem nova empresa

3 Bolsonaro sanciona lei que

regulamenta reembolsos na pandemia

Chiara Gigliotti, gerente geral da Carrani Tours

A operadora italiana Carrani Tours vem retomando suas operações desde meados de julho no Turismo italiano. As operações do ônibus panorâmico Hop on Hop off, por exemplo, já atendem os italianos e, segundo a gerente geral da operadora, Chiara Gigliotti, a cada dia chegam mais solicitações para reservas de outros países. A programação foi estendida e o cronograma de retomada inclui alguns campeões de vendas, como o Coliseu, o Fórum Romano e os Museus do Vaticano com Capela Sistina. A empresa também recebeu selos de certificação, entre eles o Viagem Segura WTTC, do Conselho Mundial de Viagens e Turismo. Os reconhecimentos garantem que todos os passeios serão realizados observando os protocolos de saúde e segurança, que são atualizados constantemente. “Durante quase um século, passamos por todo tipo de obstáculos, dos quais saímos mais fortes e ainda mais preparados para proporcionar experiências inesquecíveis aos nossos clientes. Estamos certos de que nossos visitantes e equipes seguem felizes e muito seguros. O uso de máscaras e respeito ao distanciamento social são apenas alguns dos itens e cuidados”, afirma Chiara. EXAMES CLÍNICOS Para se adequar às mudanças constantes nos protocolos de segurança, ajustes podem ocorrer nos passeios sem aviso prévio, sempre com o objetivo de garantir a segurança e tranquilidade de todos. Outro selo recebido pela Carrani foi o Health & Safety, da Grayline Worldwide, a tradicional operadora global de roteiros turísticos. O certificado atesta não apenas o treinamento da equipe, mas a capacida-

4 Gol faz teste para venda de de da operadora de se adequar a mudanças e ajustes operacionais e logísticos. Tudo com a garantia de que a empresa investe em itens, como material descartável e sanitário, além de exames clínicos para todos os colaboradores e uma seleção cuidadosa de fornecedores que respeitam os padrões de saúde. CLIENTE ESCOLHE O TRANSPORTE Uma amostra do quanto a Carrani está apostando na retomada do mercado é que a empresa acaba de lançar um novo produto de alto padrão, o Itália Renascentista, com várias opções de transporte, justamente por conta das necessidades advindas da pandemia. Será um circuito de pequenos grupos, máximo de 15 pessoas para evitar aglomerações e, também, oferecer um atendimento personalizado. O circuito, de oito dias, visita algumas das cidades mais emblemáticas da Itália: Roma, Florença e Veneza, com duas categorias de hospedagem, quatro e cinco estrelas, em hotéis Starhotels e Sina Hotels. Isso porque as duas redes possuem protocolo de segurança sanitária certificado. Além disso, os viajantes da Carrani poderão escolher o tipo de transporte, como o Trem de Alta Velocidade, com assentos reservados na primeira classe e carregadores para quem não quer se preocupar com malas e traslados. Os tempos de viagem são reduzidos ao mínimo, com 1h17 de Roma a Florença, e 2h entre Florença e Veneza. Tudo com os protocolos de segurança da Trenitalia.Outra opção é a minivan de luxo com motorista, voltado principalmente a famílias que desejam viajar juntas e aproveitar para fazer paradas ao longo do caminho. Esse roteiro oferece algumas das chamadas joias escondidas,

pacote de passagens a preço fixo

5 Abavs PR e SP e Aviesp

orientam agentes de viagens sobre MGM Operadora

6 MGM Operadora diz que site volta ao ar amanhã

7 Decolar consegue aporte de mais de R$ 1 bilhão

8 Diversa, Orinter, Schultz e

Visual HOJE, ao vivo, no Portal PANROTAS

9 MTur empenhou R$ 780 mi dos R$ 5 bi do crédito do Fungetur; entenda

10 Copa amplia voos de conexão em setembro e adia regulares para 2/10

Fonte: Portal PANROTAS

como passagem pelas cidades de Orvieto, Montepulciano, Civita di Bagnoregio, Ferrara Padua e Riviera del Brenta e o The Mall, um outlet de grandes marcas. Há ainda a oportunidade de contar com veículos alugados de alto padrão para quem quer curtir as paisagens com um kit Carrani, com dicas para desfrutar de percursos alternativos e panorâmicos e um guia com os melhores restaurantes da Itália, entre os clássicos Michelin ou os tradicionais SlowFood. E ainda tem a opção sem transporte, apenas com os serviços. “A ideia é que o cliente, além de seguro, se sinta confortável”, conclui Chiara. No dia 3 de setembro, às 13h, a Carrani fará uma live para lançamento oficial do produto Itália Renascentista. Para participar, acesse este link (senha: 976613)

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Viagens Corporativas

Tocando em frente Antonio Dias, presidente do Grupo Royal Palm Hotéis & Resorts

Os últimos meses não foram fáceis para o mercado hoteleiro no Brasil, que viu se ampliar uma onda de hotéis fechados em virtude da pandemia da covid-19. Aos poucos, no entanto, meios de hospedagem em diferentes regiões do País voltam a receber hóspedes. Em Campinas (SP), o líder do Grupo Royal Palm Hotéis & Resorts, um dos maiores complexos de eventos do País, Antonio Dias, falou à Revista PANROTAS sobre as semanas de inatividade e a respeito das precauções envolvidas no retorno, que ocorreu no final de julho. Dias mostra as alternativas à seca de eventos provocada pela pandemia e sublinha que, mais que aproveitar bons momentos, os clientes que voltam a frequentar estabelecimentos de hospedagem estão também fazendo a economia voltar a girar, mantendo os empregos em tantos hotéis e resorts. "Quero registrar nosso muito obrigado a todos que estiveram conosco em julho, agosto e agora em setembro. E fazer um convite para todos, clientes de lazer e organizadores de eventos e empresas. Estamos esperando todos de braços abertos e com muita segurança", afirma. REVISTA PANROTAS – Quanto tempo o resort ficou fechado? ANTÔNIO DIAS – Em março, fecha8

mos todos nossos empreendimentos, menos o Royal Palm Tower – Carlos Gomes. Por ser o menor hotel do grupo, elegemos como o hotel para atender os contratos das companhias aéreas durante a quarentena, honrando os acordos que tínhamos com essas empresas e garantindo os serviços essenciais aos quais a hotelaria se propõe. Temos orgulho em dizer que não deixamos nossos clientes (as companhias áreas) na mão e garantimos essas estadas fundamentais. Em junho, reabrimos todos os hotéis. O único empreendimento que continua fechado é o Centro de Convenções Royal Palm Hall, com expectativa de abertura em outubro desse ano. Especificamente o resort, fechamos em 23 de março e reabrimos em 19 de junho, portanto três meses fechado. RP – Mudou muita coisa na operação do hotel nesta reabertura? DIAS – Sim, foram muitas mudanças. Primeiro garantimos o treinamento para todos os colaboradores com os novos protocolos. Passamos a medir a temperatura de todos colaboradores diariamente e questionário quase diário sobre se estão sentindo algum sintoma. Definimos as pessoas de grupo de risco, para permanecerem afastadas e esta-

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mos acompanhando. Os serviços tiveram que se adaptar e continuamente estamos revendo os padrões, pois os protocolos de Prefeitura de Campinas e Estado de São Paulo também têm mudado, conforme a cidade avança de fase. Por exemplo, reabrimos somente com room-service e depois pudemos caminhar para alimentação em nossos restaurantes. Algumas atividades (como aulas de ginástica ou brincadeiras com as crianças em área fechadas) ainda não retornaram. Estamos dando prioridade às atividades ao ar-livre. Mas o fundamental é que as famílias têm se divertido, mesmo com os novos protocolos. RP – Quais são os principais protocolos? DIAS – Medir temperatura de todos colaboradores e hóspedes, fazer questionário para garantir que não estão com sintomas, máscaras obrigatórias para todos, distanciamento em todas as áreas. Limpezas constantes em áreas de contato (corrimãos, botoeiras, mesas etc.). Especificamente nossos restaurantes estão com 40% da capacidade. Apartamentos com apenas uma arrumação diária (sem o tradicional serviço de turn-down), quando hóspedes não


+Lidas da semana PANCORP 1 Gol faz teste para venda de

pacote de passagens a preço fixo

2 Copa amplia voos de conexão em setembro e adia regulares para 2/10

3 Iberia retorna ao Rio de

Janeiro a partir de dezembro

4 Empresa cria ferramenta para aluguel de táxi aéreo

5 GJP lança ferramenta para evitar contato físico nos hotéis

6 Emirates prevê retomada

completa das rotas em junho de 2021

Complexo híbrido de lazer e corporativo, o Royal Palm tem nos eventos uma de suas principais fontes de receita. Na foto, o ballroom do Royal Palm Hall

podem estar presentes e tudo é trocado. Na saída dos hóspedes, completa desinfecção (o que torna serviço mais caro e demorado, até pelos EPI descartáveis). Após a desinfecção completa, os apartamentos são lacrados e somente os hóspedes podem romper esse lacre. Também temos a opção para quem não quiser o serviço de arrumação ao longo de sua estada, porém é interessante observar que pouquíssimos clientes optam por isso. Achávamos que teríamos muitos clientes que não iam querer arrumação, porém os hóspedes se sentem seguros e confortáveis com nossos protocolos. Academia de ginástica sob agendamento e as atividades e brincadeiras com as crianças sempre ao ar-livre. RP – Qual é o público que vocês pretendem cativar neste feriado prolongado (7 de setembro)? DIAS – Nosso público principal são casais com filhos até dez anos de idade, muitas vezes acompanhados dos avós, portanto um perfil muito de famílias. Isso não mudou com a pandemia. Vemos que as famílias querem voltar a viajar, principalmente para destinos próximos da cidade de São Paulo (nosso grande público), que só chega de carro. As pessoas comentam que ficaram com os filhos, muitas vezes

7 Rio Galeão e Gol lançam

num apartamento, fechados, por até 120 dias e não viam a hora de aproveitar um pouco o ar-livre, retornar um pouco de normalidade. Importante esclarecer como os clientes estão cientes dos cuidados, aceitam os protocolos de forma muito tranquila e têm sido um grande prazer poder oferecer estadas seguras para esse público. RP – Como está a procura para este feriado? DIAS – Como os hotéis em geral estão trabalhando com restrições de suas capacidades, percebemos que estamos conseguindo vender tudo que disponibilizamos para o mercado. A procura tem sido forte neste feriado, como em outras datas anteriores e acreditamos que conseguiremos atingir o limite de vendas que definimos. RP – Eventos são um dos carros-chefes do complexo. Como estão fazendo para suprir essa ausência? DIAS – Tem sido um período de enormes desafios e o mercado de lazer, devido sua sazonalidade natural e pelas restrições de volume (devido ao distanciamento necessário), não consegue compensar a perda dos eventos. Tivemos que fazer uma reestruturação de pessoal e usar os 180

campanha para estimular viagens

8 Boeing cria dispositivo de luz ultravioleta para desinfecção

9 VoePass comemora sucesso na ponte aérea e fala de concorrentes

10 BCD Travel é a primeira TMC reseller da SAP Concur no Brasil

Fonte: PANCORP

dias do programa de redução de jornada do Benefício Emergencial (programa Bem do governo federal), bem como acordos coletivos para estender alguns pontos. Mesmo assim, os prejuízos são enormes, afinal esse mercado foi a zero, ficou sem nenhum faturamento. Nossa esperança é que gradualmente as empresas retomem os eventos neste final de ano. Temos protocolos de distanciamento, coffee-breaks com alimentos embalados individualmente e vários outros detalhes que garantem um evento seguro. A autorização governamental para retorno dos eventos está próxima e dependeremos apenas que empresas repensarem suas agendas. As empresas pioneiras em retornar seus eventos serão fundamentais para manter essa indústria viva. n

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Hotelaria

Artur Luiz Andrade

ACCOR DÁ AS BOAS-VINDAS AO NOVO NORMAL

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O CEO Accor para a América do Sul, Patrick Mendes, vê um horizonte diferente, mas com boas notícias para o setor de Turismo e Hospitalidade. O pior, sim, já passou, mas a Hotelaria precisa continuar unida na retomada, buscando medidas do governo para apoiar esse momento e oferecendo ao hóspede segurança e os produtos e experiências alinhados com o novo momento. Bem-estar, viagens pelo Brasil, contato com a natureza, sustentabilidade e impacto positivo na comunidade, novas formas de consumir produtos de A&B nos hotéis, novos produtos para o viajante corporativo (como pacotes de longa estada e quartos mais adaptados à rotina de trabalho), eventos híbridos... Nessa entrevista à Revista PANROTAS, Mendes fala dessas e de outras tendências, e como a Accor está planejando a retomada dos negócios.

Retomada que já começou, com 80% dos 313 hotéis em operação no Brasil. Hotéis que têm recebido até reservas no mesmo dia, para viajantes que chegam de carro e a lazer. Aos poucos, esses empreendimentos veem alguns nichos do corporativo retornando e até a realização de eventos. Recuperação mesmo, só em cerca de dois ou três anos. Mas os investimentos continuam. Seja em novos hotéis (no pipeline da Accor são 62 no Brasil e total de 94 na região), adaptações aos novos anseios e novos produtos. Repensar a hospitalidade é um dos legados da pandemia, e a Accor, como uma das líderes mundiais da indústria, está atenta a cada sinal dado pelo mercado e o consumidor. Há, inclusive, rumores de fusões e aquisições, que a empresa ainda não confirma, mas que são tendência póspandemia em diversos segmentos.

Accor na América do Sul • 313 hotéis no Brasil (80% deles reabertos) • 386 na América do Sul • 94 projetos de novos hotéis estão mantidos • Próxima reabertura: Fairmont Rio de Janeiro, em setembro • Novos produtos: Room-Office, pacotes de longa estada, eventos híbridos, e mudanças operacionais e de vendas em Alimentos & Bebidas • Hóspedes hoje: viagens curtas e de carro, a lazer, com reservas de última hora • Tendências: Busca por natureza, bem-estar, sustentabilidade e ambientes para trabalho com estrutura e perto de casa

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REVISTA PANROTAS – A Accor já está com que percentual de hotéis abertos no Brasil e na América do Sul? PATRICK MENDES – Temos 313 hotéis no Brasil e 386 na América do Sul no total. Hoje 80% deles já estão reabertos. RP – Que mercados e categorias de hotéis mais se destacam nesse período pré-retomada? MENDES – As pesquisas do setor e nossa avaliação mostram que as categorias econômicas e midscale terão uma recuperação melhor nesse período em que as pessoas estão começando a querer viajar, principalmente o Turismo local, trajetos curtos que o cliente pode fazer de carro para visitar um parente, uma questão emergencial de família, ou simplesmente para sair de casa. RP – Qual tem sido a booking window no Brasil? Similar à registrada na Europa, de cinco dias, com muita decisão de última hora? MENDES – Temos tidos muitas reservas de última hora – com um dia de antecedência ou até no mesmo no dia da chegada – devido ao período de incerteza em que vivemos. Muitas vezes as pessoas optam por viagens mais próximas e rápidas, e que não requerem muito planejamento. Muitas decisões também são tomadas de última hora quando são necessárias viagens emergenciais, por isso vemos essa mudança. RP – As decisões de última hora são motivadas por necessidade ou oportunidade (promoções, por exemplo)? MENDES – Promoções, qualidade do serviço e segurança (higiene e limpeza) são os fatores que mais chamam a atenção do cliente nesse momento, principalmente para aquele viajante que não quer mais ficar em casa. Felizmente os hotéis da Accor atendem todas essas necessidades. Pelo histórico, as decisões estão equilibradas entre necessidade e oportunidade.

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RP – Como está a evolução da diária média? MENDES – Vemos uma retomada tímida até o momento. Para voltar a um patamar aceitável de mercado, acreditamos que vai demorar de 12 a 15 meses, no mínimo. RP – Qual o perfil do hóspede atual? Mais lazer ou já se tem uma volta do corporativo? No lazer quais as tendências que podem ser observadas? MENDES – No corporativo, temos alguns segmentos que nunca pararam de viajar e continuam – principalmente empresas que atuam nos setores de produtos e serviços essenciais. Porém, o mercado de viagens corporativas realmente ainda é o mais impactado – primeiramente, porque as empresas estão muito receosas em flexibilizarem as políticas de viagens e permitirem que seus funcionários tenham maior exposição ao vírus nesse momento. E em segundo lugar, porque estamos vendo a evolução do modelo de trabalho e que a eficiência do trabalho remoto surpreendeu de forma positiva a grande maioria das empresas. Ao mesmo tempo, as empresas estão agora se dando conta de que muitas coisas que inicialmente acreditavam que estavam funcionando muito bem, na verdade não apresentavam tanta eficiência assim, e estão voltando a rediscutir a importância da proximidade e presença física na execução das atividades e em temas como formação da cultura organizacional. Já o lazer realmente tem voltado mais fortemente, principalmente hotéis próximos às grandes cidades, que permitem que o cliente viaje de carro. Vemos que muitas pessoas estão buscando opções seguras de lazer para mudar de ares e fugir da rotina criada pela quarentena - e os nossos hotéis oferecem exatamente isso. RP – No corporativo, que segmentos voltaram mais rapidamente? MENDES – O segmento corporativo ainda é o mais impactado, pois mui-


Patrick Mendes, CEO da Accor na América do Sul

tas empresas ainda não retomaram suas atividades e não estão realizando eventos ou estão receosas em flexibilizar políticas de viagens, por exemplo. Entretanto, temos buscado encontrar oportunidades para fomentar este segmento, e uma das inovações que trouxemos para esse público foi o Room-Office. A Accor lançou o Room-Office em maio, em São Paulo. Com o sucesso, foi ampliado para os hotéis do Brasil a partir de junho. O produto tem como objetivo transformar quartos de hotéis abertos pelo País em espaços privados de escritórios para profissionais autônomos e colaboradores de pequenas, médias e até grandes empresas que buscam um espaço reservado, tranquilo e seguro para suas atividades

profissionais. Hoje, esse serviço está disponível em 23 hotéis de São Paulo e em outros 35 endereços – na capital, litoral e interior paulista e outras regiões do Brasil (Alagoas, Amazonas, Ceará, Bahia, Brasília, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Sul). RP – E como está a resposta ao RoomOffice? MENDES – O Room-Office tem boa aceitação do cliente. Para dar início ao projeto, a Accor realizou uma pesquisa com mais de 530 clientes da capital paulista e região metropolitana. Quando questionados se preferem trabalhar fora do ambiente doméstico, 67,33% dos entrevistados responderam que sim. E 47,16% afirmaram que o motivo

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de sair de casa para trabalhar seria contar com uma estrutura adequada de escritório. Quando perguntados se considerariam usar um quarto de hotel adaptado para se tornar o seu escritório privativo, 87,22% afirmaram que sim. Para 61,36% ter um alto padrão de higiene e sanitização oferecido pelo hotel nesta época de pandemia é o diferencial mais importante. Outros (56,25%) colocaram o wi-fi de alta velocidade como item mais importante. Ou seja, o produto é uma necessidade do nosso cliente. Além do room-office e do dark kitchen, anunciamos também em junho a ampliação da nossa oferta de long stay. A proposta é oferecer solução rápida de moradia de longo prazo, com processos rigorosos de higiene, preços competitivos e padrões de qualidade que só a Accor consegue proporcionar no mercado. O serviço tem desconto de 50% no primeiro mês para estadas a partir de três meses e é oferecido, inicialmente, em 24 unidades Accor

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na Grande São Paulo e mais 24 endereços pelo Brasil. Em breve, estará disponível em todos os hotéis econômicos e midscale do portfólio da empresa. Nesse momento de crise, muitas pessoas precisam renegociar seus aluguéis, estão de mudança de residência, são estudantes longe da família, profissionais de saúde, expatriados ou pessoas que precisam repensar soluções de moradia. Foi para atender esses clientes que estamos ampliando a oferta de long stay.


RP – Que países na América do Sul apontam para uma recuperação mais rápida? MENDES – Acredito que a recuperação dependa de vários fatores, como ajuda dos governos de cada país, distribuição de uma vacina e reabertura das fronteiras, e tudo isso diferencia o cenário em cada país. RP – Qual o feedback dos hóspedes quanto aos novos protocolos? A adesão tem sido boa? Houve aumento de room service? Os hóspedes ficam mais no hotel ou saem no destino? MENDES – Temos recebido ótimos feedbacks dos hotéis em funcionamento. Ainda estamos compilando esses resultados positivos em relatórios, mas temos ótimos relatos de aceitação do cliente quanto ao protocolo de segurança adotado. Por exemplo, em um hotel onde o cliente esquece de colocar a máscara, até por se sentir em um ambiente seguro, é lembrado pelos colaboradores a usar a máscara e a aceitação tem sido muito boa. O room service tem sido bem consumido. Os clientes têm ficado mais no apartamento, mas em alguns destinos, têm começado a sair mais. RP – O serviço de Alimentos e Bebidas foi o mais afetado? Como os restaurantes e bares estão funcionando? Já reabriram para a comunidade? Têm serviço de take out ou delivery? MENDES – Os restaurantes da Accor em funcionamento seguem os mais rigorosos processos de higiene e limpeza, exigidos pela OMS, e vão além. A segurança do ambiente é garantida pelo selo ALLSAFE, certificado e auditado pelo Bureau Veritas, além de auditores terceiros. Além disso inovamos nesse período. Em 24 de julho, a Accor lançou o Dark Kitchen – conceito em que mais de um restaurante concentra sua operação em um mesmo espaço para entrega de alimentos e bebidas. Com isso, restaurantes Accor passaram a oferecer mais de um conceito gastronômico para seus clientes. As entregas, realizadas via iFood, Rappi e Uber Eats, atendem clientes localizados em um raio de até cinco quilômetros do hotel onde o restaurante está instalado. O serviço vale pontos para associados do ALL - Accor Live Limitless, programa de fidelidade lifestyle da Accor. No Adagio São Paulo Berrini, por exemplo, a cozinha da hamburgeria artesanal B/Side

Burger & Bowls também está preparando o famoso menu do QCeviche!, especializado na culinária peruana. O ibis São Paulo Morumbi recebe pedidos do QCeviche! e do restaurante Sponta. Os clientes também podem fazer encomendas do B/Side Burguers & Bowls por telefone no Pullman São Paulo Ibirapuera, além do TasteIt, localizado dentro do próprio hotel. O novo U!Mano Bar, localizado no lobby do ibis São Paulo Ibirapuera, também está preparando as deliciosas pizzas do Sponta. Quem está localizado em um raio de cinco quilômetros do ibis budget Osasco pode fazer pedidos do B/Side Burguer & Bolws e do Sponta. RP – Em entrevista ao Portal PANROTAS, o CEO da Átrio revelou que algumas unidades, como o ibis Porto Alegre, já voltaram a operar no azul... Acredita em uma operação rentável a partir de quando? MENDES – Prevemos a recuperação do setor até, no mínimo, 2023 e, por isso, serão necessárias várias medidas governamentais, como redução de encargos da folha, desoneração, redução de tributos federais, como Pis/Cofins, além da divulgação de férias e feriados nacionais para apoiar o Turismo. RP – Como a pandemia afetou a abertura de novos hotéis e projetos em andamento? Como está o pipeline para 2020, 2021 e além? MENDES – Nosso planejamento de desenvolvimento não mudou. Veremos alguns atrasos pontuais na entrega de obras dos hotéis, mas nossa área de desenvolvimento segue trabalhando assinando novos contratos. A Accor está com 313 hotéis em operação no Brasil, total de 386 na América do Sul. No pipeline não 62 no Brasil, total de 94 na região. RP – Luxo e eventos são os segmentos que mais vão demorar a voltar? Qual a estratégia da Accor para esses nichos? MENDES – Em relação ao segmento premium e de luxo, acreditamos que as demandas não vão parar, pois os consumidores desse nicho seguirão comprando e buscando essas experiências, principalmente após ficarem tanto tempo em casa. Em meio à crise, para manter os nossos clientes e colaboradores conectados com a essência e os valores das nossas marcas,

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temos apostado em uma estratégia de trabalho nas mídias sociais, promovendo lives e conteúdos que estejam conectados com os propósitos de todas elas. Enquanto isso, temos observado a reabertura dos nossos hotéis, incluindo o Fairmont Rio de Janeiro Copacabana, que volta a operar a partir de setembro, todos seguindo as medidas de higiene e distanciamento necessárias para receber as pessoas com segurança. Já no segmento de eventos, que sofreu grande impacto e vem retomando aos poucos, temos seguido os protocolos globais, além da certificação dada pelo selo ALLSAFE, que garante a segurança e higienização dos ambientes. Atualmente, a tendência tem sido receber eventos de menor porte, com distanciamento recomendado entre os participantes e um serviço individual de Alimentos & Bebidas. Também temos visto os chamados eventos híbridos acontecerem, um mix entre presencial e virtual. Um exemplo de um ótimo evento que já tivemos no hotel Pullman São Paulo Ibirapuera foi uma live beneficente que reuniu mais de dez CEOs de diferentes empresas. Outros hotéis, como o Pullman São Paulo Vila Olímpia, Grand Mercure São Paulo Vila Olímpia e Pullman Guarulhos Airport também receberam al-

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guns eventos, todos dentro dos protocolos de segurança e higiene exigidos. RP – Como avalia as medidas do governo para ajudar o setor e a economia? As MPs atenderam à Accor? Qual a prioridade agora em relação às negociações com o governo federal e governos estaduais? MENDES – Um ponto crucial nessa caminhada foi a sensibilização do governo de que precisamos de auxílio para a sobrevivência e a retomada do Turismo no Brasil. Fomos protagonistas, junto com as entidades, nas reivindicações junto ao governo. Com isso, foram aprovadas medidas importantes para fôlego inicial, como a MP 936. Porém, dada a particularidade do Turismo, como mencionei anteriormente, o setor necessitaria uma extensão da MP 936 por mais três ou quatro meses (o governo estendeu a MP por mais 60 dias). Para a recuperação total do setor serão necessárias várias medidas governamentais, como redução de encargos da folha, desoneração, redução de tributos federais, como Pis/Cofins, além da divulgação de férias e feriados nacionais para apoiar o Turismo. Estamos trabalhando junto com as entidades do se-


tor para avançarmos com nossos pedidos. Aliás, com todo esse cenário, temos algo a comemorar. Eu nunca tinha visto todos os players do setor se ajudando como desta vez. São concorrentes, associações, executivos de outros segmentos, enfim, todos juntos trabalhando para reverter da melhor forma possível essa situação que não é boa para ninguém. RP – E como tem sido a relação da Accor com os investidores dos hotéis e os franqueados nesse momento? MENDES – Quanto aos franqueados e investidores, a Accor nunca esteve tão perto desses parceiros. Tomamos atitudes rápidas em prol do investidor no início da crise, como redução de fees, renegociações com fornecedores etc. O investimento em um hotel é um investimento de 30 ou 40 anos. Sabemos que as ocupações nos hotéis não vão chegar aos mesmos níveis de antes da pandemia em um futuro próximo, mas o setor vai se recuperar. RP – Quais as perspectivas para a hotelaria no Brasil e América do Sul nos próximos anos? E quanto à experiência do hóspede? O que muda? O que é prioridade para o cliente nesse novo cenário?

MENDES – O momento atual despertou um sentimento nacionalista muito forte ao redor do mundo. Para o setor de Turismo, isso pode influenciar um desejo maior em conhecer e usufruir a sua cultura local, estimulando uma maior demanda para o turismo interno. Acreditamos que os destinos nacionais vão estar em alta – até porque não se sabe quando fronteiras internacionais serão reabertas e nem em que termos o serão. É bem provável também que o primeiro impulso, após tanto tempo dentro de casa, seja buscar destinos e experiências de integração com a natureza, incluindo caminhadas, aventura e praias. O setor de wellness, em tempos em que tudo que mais queremos é ter saúde, deve ficar mais em alta do que nunca. As pessoas estão entendendo como suas escolhas e ações em viagens têm sempre consequências econômicas e sociais pelos destinos pelos quais passamos. Assim, também a sustentabilidade do Turismo como um todo deve ganhar mais força no futuro próximo. A consciência ambiental e social e o impacto que o consumo da viagem tem sobre o desenvolvimento e a diminuição da desigualdade são possíveis ‘legados’ desta fase. n

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Economia e Política Artur Luiz Andrade

FUNGETUR CAMINHO ÁRDUO ATÉ O CRÉDITO Uma das mais urgentes demandas das empresas de Turismo é em relação ao acesso a linhas de crédito para ajudar nesse momento de receitas muito baixas, de modo a garantir a sustentabilidade dos negócios, empregos e da retomada das viagens, que se aproxima. O governo federal, via MTur e Fungetur, anunciou uma linha exclusiva ao setor, de R$ 5 bilhões, mas nem todos têm conseguido obter os empréstimos, muitas vezes por causa das garantias ou porque acabaram ficando negativados durante a pandemia. É um problema que aflige outros setores, como o de Alimentação Fora do Lar, e que vem requerendo medidas extras do governo, como a ampliação do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) ou a parceria com mais instituições financeiras. Para tentar mapear como anda o acesso às linhas de crédito disponíveis e trazer dicas a quem ainda não conseguiu, entrevistamos, por e-mail, o secretário nacional de Atração de Investimentos, Parcerias e Concessões do Ministério do Turismo, Lucas Fiuza. O secretário revelou que R$ 787,4 milhões já foram empenhados junto às instituições financeiras cadastradas (pouco mais de 15% do total disponível). Ele também lista as instituições já credenciadas, como bancos regionais e a Caixa, lembra que está aberto o cadastro de novas instituições financeiras e aponta as principais causas de recusa de crédito. Ele trevelou ainda que 97% dos recursos emprestados foram feitos a empresas de pequeno e médio portes. REVISTA PANROTAS – Dos R$ 5 bilhões oferecidos na linha de crédito do Fungetur/MTur, quanto já foi utilizado? LUCAS FIUZA – Atualmente, o Ministério do Turismo já empenhou, em favor das instituições financeiras credenciadas, R$ 787,4 milhões em recursos da MP nº 963/2020. Além disso, cerca de outros R$ 2 bilhões estão em negociação com os bancos e agências de fomento para que sejam efetuados novos repasses conforme ocorra o escoamento dos recursos anteriormente disponibilizados. RP – Que tipos de empresas e Estados mais fizeram empréstimos? FIUZA – Os Estados que mais registraram contratos, desde junho foram São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina. Ao todo, 97,15% das contra-

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Lucas Fiuza, secretário de Atração de Investimentos do MTur

tações de linhas com recursos do Fungetur, desde junho, foram realizadas por micro, pequenas e médias empresas. RP – Que dicas o MTur daria para as empresas que tentaram acesso a essa e outras linhas de crédito e que ainda não conseguiram? Há algum caminho mais exitoso, como os bancos regionais? FIUZA – O MTur trabalha para que todo o trade turístico tenha acesso às linhas de crédito do Fungetur. Inclusive, com a sanção recente da Lei nº 14.043, de 19 de agosto de 2020, será possível a utilização do Fundo de Garantia de Operações (FGO) na contratação de crédito do Fungetur, facilitando ainda mais as condições para acesso ao crédito nos agentes financeiros credenciados. RP – Houve algum avanço na melhoria das garantias dos bancos e instituições para retirada do empréstimo? O MTur entrou como parte da garantia em alguma das linhas? FIUZA – O Ministério do Turismo trabalha para a melhoria das garantias tanto para os tomadores de crédito quanto para as instituições financeiras credenciadas. Nesse sentido, cabe destacar que com a sanção presidencial da Lei n° 14.043, de 19 de agosto de 2020, foram introduzidas mudanças para facilitar ainda mais o acesso ao crédito, tais como a regra que permitirá que microempresas e empresas de pequeno porte que solicitem recursos do Fungetur possam aderir ao Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte

(Pronampe) e ao Fundo de Garantia de Operações do Banco do Brasil (FGO), dando mais agilidade e segurança aos empréstimos solicitados. Outras melhorias recentes em termos de acesso ao crédito com recursos do Fungetur foram estabelecidas por diversas portarias do Ministério do Turismo com o objetivo de minimizar os impactos da pandemia de covid-19 para todo o trade turístico, tais como: redução do teto de encargos financeiros para projetos (obras civis) e capital de giro isolado, baixando de 6% e 7%, respectivamente, para até 5% a.a. + INPC; aumento da carência para capital de giro isolado, passando de seis para até 12 meses, com a suspensão do pagamento de juros por até seis meses durante o período de carência; aumento do prazo de financiamento para capital de giro isolado de 48 para 60 meses; elevação do teto para financiamento de capital de giro isolado de R$ 1 milhão para R$ 30 milhões; entre outros. RP – Quantas instituições financeiras estão aptas a atuarem na linha de crédito do Fungetur? Há perspectivas de novos credenciamentos? Alguma instituição tem sido mais exitosa nos empréstimos? FIUZA – O Fungetur dispõe atualmente de 17 agentes financeiros credenciados e proporciona a oferta de crédito em 15 unidades da Federação. São eles: a Agência de Fomento do Estado do Tocantins (FOMENTO TOCANTINS), o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (BANDES), o BADESUL Desenvolvimento (AGÊNCIA DE FOMENTO DO RS), o Banco

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do Estado de Sergipe (BANESE), o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), a Agência de Fomento do Estado do Mato Grosso S/A (DESENVOLVE MT), a Agência de Desenvolvimento Paulista (DESENVOLVE SP), a Caixa Econômica Federal (CAIXA), a Agência de Fomento do Estado do Rio de Janeiro (AGERIO), a Agência de Fomento e Desenvolvimento do Estado do Piauí (PIAUÍ FOMENTO), a Agência de Fomento do Rio Grande do Norte (AGN), a Agência de Fomento do Estado da Bahia S.A. (DESENBAHIA), a Agência de Fomento de Alagoas (DESENVOLVE ALAGOAS), a Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina (BADESC), a Agência de Fomento do Paraná (FOMENTO PARANÁ) e a Agência de Fomento de Goiás S/A (GOIÁS FOMENTO). Todas estão igualmente habilitadas e seguem as mesmas condições exigidas para operar empréstimos por meio do Fungetur É importante lembrar que o Ministério do Turismo publicou um edital para credenciar bancos públicos e privados de todo o País, incluindo cooperativas de crédito, que queiram ofertar linhas de financiamento com recursos do Fungetur. O prazo de inscrições segue aberto. A habilitação de novas instituições financeiras busca ampliar a abrangência dos recursos ofertados pelo Fundo, facilitando o acesso a crédito por prestadores de serviços turísticos. RP – A exigência do cadastramento no Cadastur para acesso ao crédito aumentou o número de inscritos no cadastro do MTur? Pode nos atualizar com os números mais recentes? FIUZA – Se realizarmos um comparativo do número de cadastro do mês de maio, período de lançamento da campanha e divulgação da necessidade do cadastramento para solicitação de financiamentos de parte dos R$ 5 bilhões via Fundo Geral do Turismo (Fungetur), a agosto de 2020, verificamos que o número total de prestadores regulares obteve um acréscimo de 9 %. No início da campanha, a atividade de agência de Turismo, por exemplo, registrava, aproximadamente, 30.600 cadastros no Cadastur. Atualmente, são 32.048 agências regulares. (Dados de 21 de agosto) RP – O MTur sabe o índice de rejeição e pedidos de empréstimos e os principais motivos da negativa? FIUZA – O Ministério do Turismo acompanha especificamente as operações contratadas e em análise no âmbito do Fungetur, e cabe destacar que toda a análise e aprovação do crédito é de responsabilidade exclusiva do agente financeiro credenciado. A partir de contatos com agentes financeiros credenciados, é possível inferir que as causas mais prováveis para a negativa de crédito seriam a falta de garantias, a incapacidade de pagamento e a falta de margem em decorrência de outros compromissos financeiros assumidos. Mas o

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Ministério do Turismo reforça que busca aprimorar as garantias tanto para tomadores de crédito quanto para as instituições financeiras credenciadas. RP – As pequenas empresas são as que mais sofrem com a falta de crédito e o Turismo reclama da falta de uma solução mais específica para o setor. O crédito do Fungetur é essa solução ou há mais alternativas a caminho? FIUZA – Cabe ressaltar que, atualmente, considerando todas as contratações realizadas desde junho com recursos do Fungetur, mais de 97% do valor foi destinado a empresas de micro, pequeno e médio portes. O Fungetur representa um mecanismo de crédito essencial ao fomento do Turismo como negócio e estratégia para o desenvolvimento social e econômico. Dessa forma, uma das principais estratégias de apoio ao setor turístico neste momento de pandemia foi o aporte de recursos da ordem de R$ 5 bilhões para o Fungetur, por meio da Medida Provisória 963, de 7 de maio de 2020. Vale destacar que o Ministério do Turismo mantém permanente contato com representantes do setor turístico para promover ações unificadas contra impactos do novo coronavírus e proporcionar a manutenção de empregos. Quanto à preservação de postos de trabalho, por exemplo, o Ministério do Turismo contribuiu com o Ministério da Economia na formulação da MP 936, que favorece a manutenção de empregos e atendeu integralmente as demandas do setor turístico, encaminhadas ao MTur para enfrentar a crise e garantir a sobrevivência dos vários segmentos turísticos. A expectativa é de que 8,5 milhões de empregos sejam mantidos no país, sendo um milhão só no setor de Turismo. E o Ministério do Turismo planeja uma série de ações para o pós-pandemia, como uma grande campanha nacional de valorização do Turismo interno, incentivando o brasileiro a procurar destinos nacionais em suas viagens e, dessa forma, contribuir com a retomada de atividades e a consequente geração de emprego e renda. Todas essas ações serão articuladas em conjunto com os setores público e privado do Turismo de todos os Estados do País. RP – O MTur tem trabalhado com as entidades de Turismo e bancos federais para amenizar e encontrar soluções para essa questão do crédito? FIUZA – O MTur reforça que mantém tratativas com instituições financeiras de abrangência nacional, de modo a expandir o alcance da rede de agentes credenciados ao Fungetur por meio da capilaridade de parceiros destas instituições. A pasta também continua com um diálogo muito próximo junto ao trade turístico, de forma a trabalhar permanentemente soluções que contemplem as demandas do setor.n

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BOLSONARO SANCIONA LEI QUE REGULAMENTA REEMBOLSOS NA PANDEMIA A lei 14.046 foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro e publicada no Diário Oficial da União, regulamentando o adiamento e o cancelamento de serviços, de reservas e de eventos dos setores de Turismo e de cultura em razão do estado de calamidade pública causado pela pandemia de covid-19. O presidente vetou apenas um item da lei, que desobrigava o reembolso caso o consumidor não fizesse o pedido no prazo estipulado. Bolsonaro justificou o veto por “ensejar violação aos objetivos e princípios da Política Nacional das Relações de Consumo, notadamente no que tange à vulnerabilidade do consumidor”, segundo consta do Código de Defesa do Consumidor. O veto, o único da lei, será analisado agora

pelos deputados e senadores em sessão conjunta a ser marcada. Os demais itens estão aprovados e os fornecedores devem oferecer duas opções aos consumidores que tiveram viagens e eventos afetados pela pandemia de covid-19: a remarcação dos serviços, das reservas e dos eventos adiados; ou a disponibilização de crédito para uso ou abatimento na compra de outros serviços, reservas e eventos disponíveis nas respectivas empresas. Caso não possa oferecer essas opções, o reembolso será feito em 12 meses a partir do fim do estado de calamidade pública. Também está na lei que as agências de viagens podem reter o valor de sua comissão quando esse reembolso for realizado.n

CONFIRA A ÍNTEGRA DA LEI CLICANDO AQUI 26

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REDUÇÃO DE JORNADA E SALÁRIOS O presidente Jair Bolsonaro editou um novo decreto no dia 24 de agosto para prorrogar mais uma vez os prazos da redução de jornada e de salário e da suspensão do contrato de trabalho para os trabalhadores afetados pela pandemia de covid-19. Em julho, um decreto anterior estendia o programa de 90 para 120 dias, agora esse prazo será de 180 dias. “Acabei de assinar um decreto prorrogando por dois meses um grande acordo, onde o governo entra com parte do recurso, de modo que nós venhamos a preservar dez milhões de empregos no Brasil”, afirmou Bolsonaro em vídeo publicado nas redes sociais. Na gravação, ele aparece ao lado do ministro Paulo Guedes e do secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco. A proposta altera os períodos máximos de realização dos acordos para redução proporcional de jornada e de salário, suspensão temporária de contrato de trabalho e pagamento do benefício emergencial em razão da realização desses acordos. COMO FUNCIONA Pago aos trabalhadores que aderem aos acordos, o Benefício Emergencial (BEm) equivale a uma porcentagem do seguro-desemprego a que o empregado teria direito se fosse demitido. No caso de redução de jornada e salário em 25%, 50% ou 70%, o governo paga um benefício emergencial ao trabalhador para repor parte da redução salarial. As empresas podem optar ainda por pagar mais uma ajuda compensatória mensal a seus funcionários que tiveram o salário reduzido. O benefício é calculado aplicando-se o percentual de redução do salário a que o trabalhador teria direito se fosse demitido e requeresse o seguro-desemprego. Se o trabalhador tiver jornada e salário reduzidos em 50%, seu benefício corresponderá a 50% do valor do seguro desemprego ao que teria direito, se tivesse sido dispen-

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Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro

Foto: Alan Santos/PR

sado. No total, o benefício pago pode chegar até a R$ 1.813,03 por mês. No caso de suspensão do contrato de trabalho em empresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões, o trabalhador receberá 100% do valor do seguro desemprego a que teria direito. Para empresas com faturamento maior, o valor do benefício pago pelo governo será 70% do seguro desemprego, enquanto a empresa pagará uma ajuda compensatória mensal de 30% do valor do salário do empregado. Como o dinheiro vem do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), o Ministério da Economia informou que a prorrogação não terá impacto no orçamento do programa, estimado em R$ 51,3 bilhões. Desde o início do programa, em abril, 16,3 milhões de trabalhadores já fecharam acordo de suspensão de contratos de trabalho ou de redução de jornada e de salário em troca de complementação de renda e de manutenção do emprego. (Com informações da Agência Brasil e Agência Senado) n



EVENTOS E VIAGENS CORPORATIVAS

setembro de de 2020 www.alagev.org | Edição 40 33 – 2 26dede fevereiro 2020 Parte integrante da Revista PANROTAS

MANTENEDORES ALAGEV

Fabio Godinho, da GJP Hotels & Resorts

CRIATIVIDADE NA RETOMADA Por Beatrice Teizen

A crise causada pela pandemia do novo coronavírus trouxe impactos inexplicáveis ao setor de Turismo. Agora, em tempos de retomada, com voos voltando a operar e hotéis reabrindo, algumas empresas da indústria estão assumindo um papel de protagonismo no setor de eventos e lazer com produtos especiais dedicados. Criatividade é a palavra da vez para atrair o público e restaurar a confiança do viajante. Na hotelaria, novos protocolos, produtos, tecnologias e pacotes promocionais vêm sendo a solução para a volta dos hóspedes depois de meses com as 30

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atividades paradas. Com a saúde e segurança dos clientes e colaboradores em primeiro lugar, os hotéis precisaram se reinventar para voltar a atuar no que chamamos de “novo normal”. A GJP Hotels & Resorts, por exemplo, lançou pacotes para que o turista possa viajar quando quiser ou com mais dias de hospedagem, com programação diferenciada ou serviços premium nos resorts. Para o público corporativo, a empresa incluiu o formato de eventos híbridos à venda em seu portfólio, oferecendo encontros neste formato ou 100% on-line.

“O hóspede já estava buscado por uma experiência em hospedagem diferente da que ele estava acostumado. Nesse momento, a segurança é o grande diferencial, sempre aliada com tecnologia e inovação, e que, ao mesmo tempo, mantenha a experiência positiva e confortável que o viajante está acostumado a ter. Estamos criando e adaptando atividades adequadas para a nossa nova realidade, que combinem segurança e uma experiência marcante para os clientes”, conta o CEO da rede, Fabio Godinho. Com uma experiência diferenciada, o viajante precisa, neste cenário, se acos-



tumar com como as viagens serão daqui para frente. Uso de máscaras de proteção obrigatório em locais públicos, intensificação da limpeza por todo E VIAGENS oEVENTOS hotel, distanciamento social porCORPORATIVAS meio de marcações no piso e elevadores, proMANTENEDORES ALAGEV cedimentos feitos sem contato físico, serviços, como buffet, spa e academias, com atendimento diferenciado são alguns dos costumes deste cenário atual da hotelaria. O que muda, de fato, para este hóspede? Como os novos protocolos de segurança e higiene impactam na estada do viajante? O que é certo é que a experiência segue a mesma, mas, agora, com novos cuidados. Logo ao chegar, com vagas do estacionamento demarcadas respeitando o distanciamento e medição de temperatura ao entrar no hotel, e em toda a jornada, desde o check-in até o check-out, feitos digitalmente. Ter funcionários equipados com EPIs (equipamento de proteção individual), participando de treinamentos específicos para estarem aptos a seguir todos os protocolos corretamente e orientar hóspedes, também é essencial. A comunicação aos clientes deve ser, mais do nunca, o mais transparente possível, com orientações sobre prevenção ao contágio. “Algumas pessoas já estão bem seguras quanto aos procedimentos e protocolos sanitários dos hotéis, mas elas precisam ter certeza de que chegarão lá e não serão as únicas a aderirem às medidas. Todos os hóspedes precisam estar seguindo as regras de convivência impostas. Por isso, os hotéis precisam mostrar, comunicando de forma clara, que estão oferecendo uma experiência segura de ‘desconfinamento’, enquanto não houver a vacina”, opina o editor chefe do Viaje na Viagem, Ricardo Freire. CRIANDO (MAIS) ATRATIVOS Diante dessa insegurança, o setor hoteleiro vem se reinventando para atrair o viajante a lazer que está confinado em casa. Criar e implementar normas passa a ser praticamente uma obrigação por parte dos hotéis e são as experiências entregues que realmente importam e farão a diferença nesta realidade de pandemia. Tecnologias touchless e que facilitam a jornada, além de pacotes atraentes, promoções interessantes e, principalmente, flexibilidade nas reservas são imprescindíveis para trazer o 32

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cliente de volta. “Nós desenvolvemos, por exemplo, uma série de atividades de lazer exclusivas para promover a segurança e a diversão das famílias, incluindo experiências, como cinema no apartamento, piqueniques no bosque e jantares temáticos, que poderão ser contratados e agendados”, explica Godinho. Pacotes para quem precisa manter a rotina de home office e homeschooling, mas deseja estar em um ambiente diferente, por exemplo, estão entre as ofer-

Ju Ferraz, da Holding Clube

tas da GJP. Infraestrutura para essas atividades, alimentação personalizada de acordo com a dieta de cada um da família e programação de atividade física estão inclusos. Outro produto é voltado àqueles que desejam uma viagem com exclusividade, mas não poderão fazer viagens internacionais por enquanto devido ao fechamento de fronteiras. Focado nas suítes, benefícios são oferecidos, como early check-in e late check-out, atendimento privativo, café da manhã no apartamen-


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to, prioridade de agendamento de qualquer ativiEVENTOS E VIAGENS CORPORATIVAS dade do hotel, menu de travesseiros e gastronomia diferenciada. MANTENEDORES ALAGEV “A possibilidade de remarcar a data sem custo é excelente. Além disso, com os hotéis enfrentando uma limitação de quartos, um atrativo interessante é oferecer o early check-in e o late check-out, já que existem quartos livres. O hóspede ficaria no quarto até a hora de ir para o aeroporto ou de pegar o carro de volta. Assim, o viajante pode programar uma viagem para não sair do hotel”, exemplifica Freire. REINVENTANDO EVENTOS Na parte de eventos, a realidade é um pouco mais complicada, já que encontros físicos significam aglomeração. No entanto, as empresas organizadoras e as que oferecem serviços para este setor vêm criando uma série de soluções e possibilidades, principalmente voltadas ao formato híbrido – que já existe há um tempo, mas que se encontra em pleno crescimento. “São duas palavras para o mercado de live marketing a partir da pandemia: criatividade e inovação. Quem cria e gera eventos precisa ter uma nova percepção, olhar para o que esse novo consumidor quer daqui para frente. Passamos por um processo profundo de reconstrução, os hábitos mudaram, o que as pessoas valorizam também. Isso tudo impacta na construção dos novos eventos, por isso é muito importante estar atendo às necessidades que vêm surgindo, trazendo soluções criativas e inovadoras”, afirma a sócia-diretora de Novos Negócios e RP da Holding Clube, Ju Ferraz. Com isso em mente, a rede de hotéis criou o GJP Link, uma solução para empresas realizarem eventos no formato híbrido ou totalmente digital. Para isso, um estúdio de gravação foi montado no Prodigy Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com os equipamentos necessários de produção de vídeo, áudio, som e iluminação para a transmissão on-line e ao vivo de encontros. “Por mais que a vacina seja criada, o evento híbrido não deixará de existir. É mais ágil, prático e econômico. Assim como os encontros presenciais também voltarão a acontecer. Nada substitui o físico, o abraço, o som, o palestrante preferido. Por isso que, para se diferenciar nesta nova realidade, é preciso criar conteúdo que faça sentido e que engaje os consumidores por um outro ângulo”, finaliza Ju.n

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Ricardo Freire, do Viaje na Viagem


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