Edição nº 1.441 - Ano 28 | 23 a 29 de setembro | www.panrotas.com.br
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Divulgação MSC Cruzeiros
MSC Cruzeiros define navios, protocolos e roteiros que utilizará no verão do Brasil Resorts nacionais já relatam 60% do nível pré-pandemia, segundo estudo da HotelInvest, Omnibees e STR Adrian Ursilli
Gianni Onorato
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PANROTAS — 5 a 11 de agosto de 2020
ÍNDICE
nº 1.441 | 23 a 29 de setembro de 2020 | www.panrotas.com.br
Página 05 Editorial - Resposta ao tempo
Página 06 Check-in - Consórcio de viagens, troca de diretores na CVC e na Latam e mais
Página 12 SAP ensina como realizar a gestão estratégica de custo
Página 16 Resorts - Omnibees, STR e HotelInvest dão panorama completo sobre a crise e a retomada
Página 24 Artigo - Qual o segredo das Maldivas?
Página 26 MSC Cruzeiros - Todos os detalhes sobre a temporada no Brasil, e entrevista exclusiva com CEO
PRESIDENTE
José Guillermo Condomí Alcorta GESTÃO
José Guilherme Condomí Alcorta
TECNOLOGIA Ricardo Jun Iti Tsugawa
EDITORIAL
Artur Luiz Andrade
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Editorial
RESPOSTA AO TEMPO O ano se foi e não aconteceu. Ou não registramos ainda toda a sua complexidade e dimensão, pois, ao mesmo tempo em que estamos sendo impactados pelas transformações, restrições e descobertas durante a pandemia, estamos nos preparando para um futuro retorno e ainda focando em sobreviver, em dar um passo de cada vez. Por isso, com dias tão iguais e os mesmos problemas, além de uma recuperação lenta, parece que estamos vivendo num cruzamento dos filmes Feitiço do Tempo (em que o dia da marmota se repete indefinidamente), A Hora do Pesadelo (só que Freddy Kruger aparece quando estamos acordados) e Inteligência Artificial (sonhando em chegar logo àquele final triste, em que encontramos e descobrimos que a Fada Azul são seres mais evoluídos que querem estudar a nossa... estupidez?). O ano vai acabando e com ele a esperança de desbravar o mundo ainda em 2020. Em março, jurávamos que em junho tudo estaria bem. Em agosto, a expectativa era para um fim de ano próximo da normalidade. Hoje, sem réveillon, carnaval e eventos no horizonte, ou sentamos e choramos ou nos adaptamos a viver de máscara e com distanciamento, calculando riscos e investindo em escapadas ao mundo real. Sim, é isso que estamos fazendo, nos adaptando. Sempre fizemos isso e agora não seria diferente. É possível sim viver, viajar e sonhar de máscara. Aos poucos os negócios voltam, as aventuras retornam e estaremos voando para nossos destinos preferidos. Sempre com a esperança, não vamos negar, de acordar naquele mundo que achávamos ideal, turbinado com medidas de segurança, saúde e comportamento que não nos levem mais a esses filmes que não nos pagam cachê pela participação e nem pedem autorização para uso de imagem. Como estará nossa imagem real, aliás? Esgotados e otimistas, exaustos e sorridentes, em frangalhos e loucos para sair por aí, confusos e evitando pensar muito nisso, não podemos deixar o tempo vencer com tanta vantagem. Precisamos resistir. Precisamos mostrar que podemos aprender, reviver, esquecer. E 2021? O que nos reserva, hein, oráculos de araque? Pelo menos algumas doses (de vacina) e a ilusão de que estamos fazendo a coisa certa? Para começar, serve. Estamos prontos para a picada. Cobaias de nós mesmos. Controladores de nosso próprio tempo (mesmo que de mentira).n
Artur Luiz Andrade Editor-chefe e Chief Communication Officer da PANROTAS artur@panrotas.com.br
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Check-in
As notícias da semana
Consórcio de viagem
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O brasileiro está familiarizado com consórcios de imóveis e automóveis, mas poucos sabem da possibilidade de fazer um consórcio para... viajar. A crise apertou o bolso de muitos consumidores, mas não inibe o sonho de explorar o Brasil e o mundo. É se apoiando nisso que a Voetur criou o Viaja Brasil Consórcios, uma nova alternativa de receita para agências de viagens. Uma oportunidade de comissão dupla para agentes de viagens, que ganham tanto na venda da carta de crédito quanto na compra da viagem, quando o cliente for contemplado pelo consórcio. Uma forma de facilitar o acesso às viagens, pois as parcelas chegam a 40 vezes, e aumentar a receita dos agentes de viagens.
Colômbia aberta A Colômbia está reabrindo suas fronteiras no sábado (18), com o voo Fort Lauderdale-Cartagena, para voos internacionais. O Brasil é um dos países autorizados para essa primeira fase. Os visitantes precisam apresentar teste negativo PCR para covid-19 e fazer um cadastro on-line. Veja todos os detalhes na notícia do Portal PANROTAS. Os aeroportos colombianos de Bogotá, Cali, Rionegro e Cartagena são os autorizados a receber voos internacionais e são seis os países aprovados: Brasil, Estados Unidos, México, República Dominicana, Bolívia e Guatemala.
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Nordeste, Europa e viagens curtas
O sexto levantamento mensal da Braztoa desde o início da pandemia de covid-19 aponta que 79% das operadoras associadas realizaram vendas em agosto. Em julho o índice havia sido de 78%, mas como agosto é um mês tradicionalmente de volume menor de vendas, essa estabilidade é vista como positiva pela entidade. Nordeste, Europa e viagens curtas lideram vendas de operadoras.
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Thomas Cook está de volta
Depois de deixar o mundo do Turismo em choque ao encerrar as operações em setembro passado, a marca Thomas Cook está de volta. O grupo chinês Fosun ressuscitou a empresa, que reaparece apenas em formato de agência de viagens on-line (OTA), e não no modelo de atuação anterior. Novos tempos, novos donos, novas formas de atuação.
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Mais uma troca na CVC Corp
A CVC Corp anunciou a saída de Ricardo Pinheiro, diretor executivo de Operações e Serviços Compartilhados do grupo. Ele estava na companhia desde dezembro de 2014, vindo da BRF e da Coca-Cola Femsa. Ele comandava, no Centro Empresarial Grand, em Santo André (SP), sede da CVC Corp, o Centro de Controle de Operações (CCO) e o Centro de Serviços Compartilhados (CSC). Seu substituto, a partir de 21 de setembro, é Bruno Capobianco, novo diretor executivo de Operações, reportando-se ao CEO da CVC Corp, Leonel Andrade. Bruno Capobianco tem 41 anos, sendo 20 deles dedicado ao mercado financeiro e, em especial, na área de operações. Toque na imagem e leia a notícia completa
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+Lidas da semana Portal PANROTAS 1 - Medida dos Estados Unidos ainda não é reabertura para turistas 2 - Com nova troca de diretor, CVC Corp amplia reestruturação 3 - GRU Airport ganha laboratório para testes de covid-19 4 - Igor Miranda deixa a Latam Brasil depois de 7 anos 5 - Colômbia reabre para voos internacionais dia 19; Brasil aprovado 6 - Nordeste, Europa e viagens curtas lideram vendas de operadoras 7 - 58% das agências já voltaram a comprar com CVC Corp 8 - É HOJE: Saiba tudo sobre a Recuperação dos Resorts no Brasil 9 - Latam anuncia diretor de Vendas substituto de Igor Miranda 10 - Veja o que os países estão fazendo para incentivar o Turismo doméstico Fonte: Portal PANROTAS
Igor Miranda
Diogo Elias
Igor Miranda pediu demissão e não é mais diretor de Vendas e Marketing da Latam Brasil, cadeira que ocupou por sete anos. Anunciado no dia seguinte, o substituto é o então diretor da Latam Cargo, Diogo Elias, que tem o mesmo tempo de Latam de Igor Miranda, além de passagens por Microsoft, Magazine Luiza e Itaú.
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Luto
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Igor Miranda deixa a Latam
Morreu aos 99 anos Aloysio de Andrade Faria, diretor do Conglomerado Alfa, que comanda a Rede Transamérica de Hotéis.
+Lidas da semana PANcorp 1 - GRU Airport ganha laboratório para testes de covid-19 2 - Latam anuncia diretor de Vendas substituto de Igor Miranda 3 - Azul terá 60% do nível prépandemia no doméstico em outubro 4 - E-Commerce de Turismo cai 63% devido à pandemia; veja dados
Estados Unidos ainda fechados para turistas
A medida dos Estados Unidos ainda não é reabertura para turistas. O Portal PANROTAS esclareceu a falha de informações difundidas por alguns veículos de imprensa. Entenda tudo sobre a flexibilização das fronteiras americanas clicando aqui. Toque na imagem e leia a notícia completa
5 - Avianca desiste de iniciar rota Porto Alegre-Bogotá 6 - Latam registra recuperação gradual em oferta e demanda 7 - Portugal é novamente excluído de lista britânica 8 - WTTC apoia corredores aéreos para retomada das viagens 9 - Azul se aproxima de receber aporte bilionário do BNDES 10 - Latinos desejam viagens rápidas e mudanças em hotéis Fonte: Portal PANROTAS
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Teste rápido em GRU
Teste PCR de covid-19 está disponível no Aeroporto de Guarulhos. Laboratório garante resultado em até quatro horas. Conveniente para quem voa a destinos que exigem o certificado.
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60% do nível pré-pandemia
A Azul terá 60% do nível pré-pandemia em outubro. Serão mais de 500 voos diários no Brasil. Confira a malha do mês.
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WTM Londres e ILTM apenas virtuais
Duas das principais feiras de Turismo no mundo, WTM Londres e ILTM Cannes acontecerão apenas on-line em 2020. Sobre a WTM London Sobre a ILTM Cannes Toque nos links ao lado e leia a notícia completa
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Publieditorial
Gestão estratégica de custos: como realizá-la de maneira eficiente? A gestão estratégica de custos é um processo que, além do controle de receitas e despesas a partir de um planejamento bem estruturado, tem como objetivo otimizar recursos e, consequentemente, inteligência de negócios para uma empresa. Essa administração é ainda mais importante no atual período de instabilidade econômica em que, apesar de um cenário mais otimista, a cada dez
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empresas, quatro ainda sentem os impactos negativos provocados pelos desdobramentos da pandemia de covid-19, de acordo com pesquisa realizada pelo IBGE. Por isso, a gestão estratégica de custos é essencial para realizar projeções financeiras, manter o controle constantemente sobre os custos e despesas e construir estratégias eficientes para superar os atuais desafios.
Saiba quais são os passos para ser eficiente na gestão:
Publieditorial
PROJETE AS ESTIMATIVAS O primeiro passo para obter sucesso na gestão estratégica de custos é projetar a estimativa de custos da sua empresa. Por isso, a partir de relatórios minuciosos, é possível identificar todas as despesas e custos da sua organização como, valores de produtividade, mão-deobra, materiais, insumos e tudo o que for necessário para a operação do seu negócio. A partir desses dados, é possível realizar a estimativa de custos com base no histórico da sua organização e, consequentemente, estruturar um planejamento de acordo com as receitas e despesas da empresa. LIMITE DE GASTOS Estabelecer um limite de gastos é essencial para a gestão estratégica de custos. Esse limite deve ser compartilhado com todos os colaboradores para que se engajem à nova política de custos corporativos. Assim, a organização pode monitorar as despesas, garantir a redução de custos e planejar estratégias ainda mais eficientes para gerir o orçamento empresarial. PLANEJAMENTO FINANCEIRO Depois da estimativa de custos e do limite de gastos, é hora de realizar o planejamento financeiro. Nesta etapa, é importante que a estimativa de custos esteja sempre atualizada, de acordo com a necessidade da sua empresa, sempre se baseando no histórico da organização e com projeções de receitas e
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Publieditorial
despesas ao longo dos meses. Desta maneira, a sua empresa garante a previsibilidade dos custos e poderá identificar gastos que possam ser reduzidos ou até eliminados para ter um fôlego maior neste período desafiador. ANALISE OS RESULTADOS Periodicamente, é necessário também analisar os resultados a partir de relatórios com métricas, informações e dados precisos para que as decisões tomadas tenham a melhor assertividade possível. Desta maneira, os gestores avaliam se a gestão estratégica de custos está surtindo o efeito esperado e identificam as possibilidades de melhorias e até correção da rota, caso seja necessária. INVISTA EM UM SISTEMA DE GESTÃO DE DESPESAS Por fim, para assegurar agilidade, eficiência e otimização de tarefas, investir em um sistema de gestão de pessoas iniciadas pelos colaboradores é fundamental para obter sucesso na gestão estratégica de custos. Apesar do investimento inicial, a plataforma promove um rápido retorno, proporciona automação de tarefas, maior produtividade por parte dos colaboradores, controle total das despesas e redução de custos.
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CONTE COM A SAP CONCUR Para obter todos esses benefícios citados sobre uma plataforma de gestão de despesas iniciadas pelos colaboradores e ter sucesso na gestão estratégica de custos é importante contar com um sistema sólido e eficiente como o SAP Concur Expense
Publieditorial
A plataforma da SAP Concur garante uma série de benefícios às organizações. Confira as principais vantagens: - segurança de dados e informações; - conformidade com as políticas internas e legislações locais; - digitalização para maior eficiência da política de despesas e reembolso; - e controle e redução dos custos iniciados pelos colaboradores. Além desses benefícios, o SAP Concur Expense ainda auxilia a diminuir os custos das organizações em até 8%, de acordo com documento produzido pela InfoMoney em parceria com a própria SAP Concur A plataforma é intuitiva, funcional e responsiva, propiciando uma melhor gestão operacional, automatização de todos os fluxos, melhor adequação por parte dos colaboradores e uma efetiva redução de custos nas empresas. Entre em contato com a SAP Concur e tenha o apoio da empresa n
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Hotelaria Juliana Monaco
A recuperação dos resorts no Brasil Em live realizada no Portal PANROTAS, a HotelInvest, a Omnibees e a STR lançaram o estudo Recuperação dos Resorts no Brasil, que apresenta o desempenho dos empreendimentos de lazer durante a pandemia e o potencial de recuperação para os próximos meses. Assim como no estudo Recuperação da Hotelaria Urbana no Brasil, o objetivo é fornecer ao mercado informações que auxiliem nas tomadas de decisões. As análises contam com o envolvimento direto de quase 30 propriedades icônicas do País, além de informações de aproximadamente 100 resorts via Omnibees e referências internacionais pela STR. De acordo com o levantamento, houve um crescimento de demanda nas últimas semanas em todo o País. Os volumes atuais de reservas já superam 60% do período de pico pré-pandemia e é provável que, até o final do ano, as principais propriedades atinjam o limite máximo de ocupação permitida ao menos nos períodos de pico, como feriados e finais de semana.
Devido ao cenário positivo para o mercado de lazer no Brasil e às restrições das viagens internacionais, a recuperação dos resorts pode se intensificar no último trimestre de 2020 e atingir patamares pré-pandemia já no início de 2022. Para este ano, os resorts esperam queda de 61% no faturamento de eventos e de 44% no de lazer, sem oscilações expressivas de diária média. PANORAMA INTERNACIONAL Assim como no Brasil, a demanda de lazer será a primeira a retornar no mercado internacional. A demanda por destinos regionais, em que se pode chegar de carro, cresceu mais rapidamente do que por destinos nacionais nos primeiros meses pós relaxamento das restrições de viagem, especialmente nos finais de semana e feriados. Na China, a ocupação começou a mostrar sinais claros de recuperação a partir do início de março, alcan-
RESERVAS BRASIL- GERAL
VENDAS JÁ ESTÃO EM 62% DO PRÉ-PANDEMIA
Fonte: Omnibees
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çando uma média de 70% a 80% já na primeira quinzena de agosto. Já nos Estados Unidos, a ocupação mínima dos destinos que têm o carro como principal modal de acesso está próxima a 40% desde o início de junho. E há cidades com mais de 80% de ocupação - são cidades secundárias para o viajante internacional, mas muito populares entre os americanos, especialmente para viagens de curta distância. No entanto, a demanda internacional ainda permanece estagnada devido ao cenário incerto da pandemia e às restrições de fronteiras. Para Patrícia Boo, da STR, “essa demanda estagnada gera muitas oportunidades para o Turismo nacional, mas é preciso considerar todos os cenários". “Precisamos estar preparados para uma segunda onda do vírus. Vimos isso na China, nos EUA e agora estamos vendo na Europa. O mais importante neste momento é que os resorts trabalhem para gerar confiança no hóspede e se preparar para essa possível segunda onda”, disse. DESEMPENHO DOS RESORTS NO BRASIL Em comparação com a hotelaria em geral, os resorts têm performado acima da média durante os dois primeiros trimestres do ano, além de terem superado a média dos hotéis no segundo semestre, com tendência de aceleração, de acordo com dados da Omnibees (veja acima quadro da evolução das reservas da hotelaria geral, produzido pela Omnibees). Nos destinos em que há resort,
mas onde a demanda corporativa também é expressiva, a queda no volume de reservas é ainda maior, o que reforça a tendência de retomada mais rápida do mercado de lazer em relação ao corporativo. No segundo trimestre do ano, o percentual de emissão de reservas caiu significativamente com a evolução da covid-19 no País. O mês de julho, no entanto, já mostrou um início de retomada, com intensificação em agosto. Atualmente, as reservas de resorts pela Omnibees já ultrapassaram a metade do volume pré-pandemia (62%) em diversos destinos do Brasil, como Foz do Iguaçu (PR), Rio Quente (GO) e Ipojuca (PE) – que apresenta volume de reservas 13% superior ao ano passado. Outros destinos, como Campos do Jordão (SP), Gramado (RS) e Mata de São João (BA) alcançaram também níveis bem próximos aos de 2019. “O mercado está num processo de recuperação moderado, mas vem acelerando continuamente nas últimas 12 semanas em todo o Brasil. E o que vem impulsionando a retomada dos destinos de lazer são os finais de semana e feriados”, explicou Emanoel Lima, da Omnibees. Para o próximo feriado, em 12 de outubro, as principais cidades analisadas já estão perto do pico de reservas. Os dados por afiliação revelam que tanto os resorts de rede quanto os independentes sofreram fortes quedas nos volumes de reservas e de pernoites futuros para o segundo e terceiro trimestres do ano. Para o último trimestre, no entanto, os resorts independentes já estão com um volume de pernoites vendidos de 19% superior
COMPARAÇÃO GERAL
Em comparação com a hotelaria em geral, os resorts têm performado acima da média nos indicadores analisados
Fonte: Estudo Recuperação dos Resorts no Brasil 23 a 29 de setembro de 2020 — PANROTAS
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ao mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano, os independentes têm conseguido praticar crescimentos tarifários mais agressivos. O volume de reservas do terceiro trimestre e de pernoites vendidos para o quarto trimestre, apesar de não superarem os de 2019, já estão em patamares melhores do que os demais perío-
dos do ano. Nos resorts com faixa de diária acima de R$ 600, o volume de pernoites vendidos no quarto trimestre está apenas 12% inferior ao do ano anterior. Se a tendência de aumento de reservas continuar, o estudo aponta uma possível reversão de queda de tarifas a partir do quarto trimestre.
AFILIAÇÃO
Apesar da crise, tanto os resorts independentes quanto os de rede estão conseguindo manter a evolução tarifária positiva
Fonte: Estudo Recuperação dos Resorts no Brasil
DESEMPENHO POR FAIXA DE DIÁRIA
A melhor performance tarifária e menor queda do volume reservas no terceiro trimestre para os resorts acima de R$ 600 indicam menor impacto da crise nos consumidores de maior renda
Fonte: Estudo Recuperação dos Resorts no Brasil
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POR REGIÃO Todas as regiões sofreram queda de pelo menos 75% no volume de reservas no segundo trimestre do ano. Já a queda no volume de pernoites futuros, durante o terceiro trimestre, foi de 61% a 72% no Sul, Sudeste e Nordeste. A região Centro-Oeste foi a que menos sofreu impacto no volume de pernoites (-34%) devido à predominância da demanda de lazer neste mercado, somado ao fácil acesso via carro. Para o último trimestre do ano, o Centro-Oeste já está com um volume de pernoites 14% superior a 2019, enquanto o Nordeste já está próximo aos valores do ano passado, com apenas 10% a menos. DESTINO E PRODUTO No que se refere ao perfil do destino, o maior crescimento tarifário dos hotéis de campo (27%) em relação aos de praia (1%) no tercei-
ro trimestre é impulsionado pelo aumento do share de lazer, segmento em que tipicamente praticam-se tarifas mais elevadas do que no mercado de eventos. Os resorts de campo estão abaixo porque suas reservas diretas não passam pela Omnibees e por serem mais dependentes do mercado de eventos, que teve praticamente todas as suas reservas zeradas no horizonte. Em relação ao perfil do produto, o estudo revela uma menor queda no volume de reservas dos resorts destino (-16%) em comparação com os resorts apoio (-40%) no terceiro trimestre do ano, já que os resorts destino (aqueles em que o hóspede passa todo o tempo dentro da propriedade) sofrem menos com possíveis interdições nos atrativos das cidades onde estão localizados, gerando menor incerteza para os hóspedes na hora de realizar a reserva.
PERFIL DESTINO
O crescimento tarifário dos resorts de campo é impulsionado pelo aumento do share de lazer
Fonte: Estudo Recuperação dos Resorts no Brasil
PROJEÇÕES E EXPECTATIVAS Até outubro, todos os resorts já terão retomado as operações, ainda que com capacidade reduzida. Apesar da previsão de todos os resorts estarem operando em outubro, a oferta disponível em número de UHs será de 65%. Em dezembro, a expectativa é de 17% dos apartamentos ainda estarem fechados, com a oferta sendo normalizada apenas em 2021. De acordo com o estudo, a ocupação mé20
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dia dos resorts no País pode variar de 22% a 32% em 2020. As expectativas indicam intensificação de retomada nos últimos dois meses do ano, principalmente em dezembro, acreditando em um cenário já controlado da pandemia e uma demanda de lazer aquecida devido ao período de férias escolares. No entanto, a ocupação esperada para dezembro ainda será de 26% a 34% inferior ao mesmo mês de 2019.
OCUPAÇÃO
O estudo dividiu os resorts em regionais (recebem hóspedes das cidades e Estados vizinhos, geralmente de carro), nacionais (dependem da malha aérea e dos grandes deslocamentos do hóspede) e híbridos (recebem os dois públicos)
Fonte: Estudo Recuperação dos Resorts no Brasil
FATURAMENTO DE EVENTOS E LAZER Para 2020, os resorts projetam um faturamento de eventos de 54% a 64% inferior aos valores de 2019. No entanto, essa estimativa foi feita quando havia uma expectativa de retomada parcial dos eventos ainda no segundo semestre deste ano. Com o passar do tempo, esse cenário fica cada vez menos provável, o que deve implicar em quedas de faturamento mais expressivas para 2020. Em razão da pandemia, cerca de 33% dos eventos foram cancelados e 67% adiados. “Esses eventos contratados tendem a voltar de uma forma mais rápida, fazendo com que o mercado regional tenha uma perspectiva de
recuperação mais imediata assim que o cenário sanitário seja mais positivo. A expectativa é de que os eventos sejam intensificados no segundo e terceiro trimestres do próximo ano”, disse Pedro Cypriano, da HotelInvest. Para 2021 já é esperada uma retomada, mas não o suficiente para chegar novamente aos patamares de 2019, de acordo com o estudo. Ao final de 2021, os resorts preveem que as receitas de eventos ainda serão, em média, 23% abaixo do realizado em 2019. A normalização completa das atividades de eventos nos resorts deve se estender por 2022, ao menos para a média das propriedades analisadas.
FATURAMENTO EVENTOS
Em 2020, a expectativa é de queda de 61% no faturamento de eventos
Fonte: Estudo Recuperação dos Resorts no Brasil
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Por outro lado, a queda de faturamento projetada para as receitas de lazer é menor do que a de eventos, principalmente, por dois principais fatores: as restrições para a realização de eventos são maiores e deverão perdurar por mais tempo; e a impossibilidade e insegurança em sair do País e a menor oferta de cabines nos cruzeiros fazem com que parte desta demanda seja redirecionada ao merca-
do doméstico. Enquanto para o setor de eventos espera-se uma queda de faturamento na ordem de 61% em 2020, para lazer esse valor é 17 pontos percentuais menor (44% de queda). Em 2021, apesar de a receita projetada não atingir os valores de 2019, a diferença é apenas 10% inferior, contra 23% para o faturamento de eventos.
FATURAMENTO LAZER
Em 2021, a receita estimada ainda será 10% inferior à de 2019
Fonte: Estudo Recuperação dos Resorts no Brasil
DIÁRIA MÉDIA E REVPAR Apesar das expressivas quedas de faturamento projetadas, as expectativas são de diária estável na média dos resorts. Isso porque os bons resultados em janeiro e fevereiro, a troca de mix de demanda e o aumento de procura aos finais de semana e feriados atenuam o potencial de perda de receita até o final do ano. A variação média é de -0,1% em 2020 (comparado a 2019) e 0,6% em 2021 (comparado a 2020).
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Em comparação ao mês que precedeu o início da pandemia, a recuperação total de RevPAR deve levar aproximadamente dois anos no cenário moderado. Para isso, a descoberta da vacina ainda em 2020 e a imunização total da população até o primeiro semestre de 2021 são fundamentais. “Não entrar em guerras de preço será fundamental para uma recuperação total de RevPAR já no início de 2022”, indica o estudo.
DIÁRIA E REVPAR
Com a pandemia, o setor ainda terá resultados abaixo das expectativas ao menos até o primeiro semestre de 2021, quando deve se intensificar o ritmo de recuperação
Fonte: Estudo Recuperação dos Resorts no Brasil
HORIZONTE FAVORÁVEL Passado o período crítico, os anos de 2022 e 2023 devem ser positivos para os resorts no Brasil em razão, principalmente, da valorização do dólar, do maior controle das viagens internacionais e da agenda de reformas em médio prazo. Enquanto o setor de eventos e as viagens internacionais não se recuperarem, o mercado de lazer doméstico permanecerá em destaque
pelo menos até o final do ano. No entanto, o estudo indica que também é preciso ter cautela. Para a efetivação das reservas em pernoites, é fundamental a contenção da pandemia até o primeiro semestre de 2021 e uma clara perspectiva de queda dos novos casos e óbitos ainda em 2020. Enquanto isso, contenção de custos e atenção ao caixa ao menos até o primeiro semestre de 2021 são cruciais.
BAIXE O ESTUDO COMPLETO EM conteudo.hotelinvest.com.br/recuperacaoresortsdobrasil
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Artigo
O QUE OS DESTINOS PODEM APRENDER COM AS MALDIVAS, SUCESSO DE VENDA NA PANDEMIA? Fale com os operadores e agentes de viagens sobre os destinos com boas vendas durante a pandemia (para viagens futuras, claro) e as Maldivas com certeza estarão na lista, muitas vezes liderando. E não apenas entre as empresas que já vendiam o destino. O trabalho feito pelos hoteleiros locais e pelos operadores daqui conseguiu atravessar barreiras e gerar antecipação de receita para o destino e distribuidores e, para os clientes, ofereceu a oportunidade de conhecer algumas das praias mais desejadas do mundo por preços menores que o pré-pandemia. Mas qual o segredo das Maldivas? Apenas preço? Oportunidade? Articulação do trade? Bom contato com os operadores brasileiros? Pedimos a um dos especialistas no destino, Thiago Cuencas, diretor da Viagens & Cia., que tentasse explicar o sucesso das Maldivas nesse momento. O resultado é o artigo a seguir. Descubra os segredos das Maldivas e inspire-se.
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PANROTAS — 23 a 29 de setembro de 2020
“QUANTO TEMPO MAIS LEVARÁ PARA OS DESTINOS ACORDAREM PARA A RECEITA DE SUCESSO DAS MALDIVAS NESTA RETOMADA?
Os viajantes de todas as classes sociais e nichos de viagem estão com “sede”, como jamais estiveram. Some a essa sede de viajar, o sentimento de escassez que uma geração inteira experimentou e ainda experimenta. O resultado disso é uma grande demanda ultra reprimida (por viagens, liberdade, experiências, lugares diferentes, novos ambientes para relaxar, estar com a família, escapar). Agora ofereça a essa demanda ultra reprimida o que eles mais desejam e sonham: um destino que está na wish list de muitos brasileiros, que possui um contato íntimo com a natureza, uma coleção de hotéis fabulosa, em sua maioria pequenos, sem elevadores, sem aglomerações, e atividades em geral outdoor para que o cliente consiga se reconectar consigo e com o planeta. Um destino que teve uma organização exemplar com relação à data de abertura de sua fronteira para receber viajantes internacionais, protocolos sanitários bem definidos e seguros, e que ainda de quebra possui as melhores companhias aéreas operando do Brasil para lá com frequências também confirmadas e comunicadas com fluidez e organização. Só faltava o produto IDEAL ! Pois bem, foi aí que criamos o “produto ideal” com o preço igualmente ideal e a flexibilidade de troca de datas sem multas. VOILÀ! O mercado decolou e as Maldivas hoje são a sensação dos brasileiros nesta retomada. Não podemos nos esquecer que o brasileiro é um negociante nato, ele busca oportunidade, e o preço que conseguimos trazer ao Brasil com muitos hotéis nas Maldivas foram negociados em alguns casos 60% a menos do que estava sendo praticado o ano passado. A esse ambiente comercial oportuno e propício e ao cenário dos sonhos do destino se junta a visão de empresas aéreas como a Qatar Airways e a Turkish Airlines, que reduziram suas tarifas para em alguns casos menos de US$ 500 na econômica para voar GRU–Maldivas– GRU, também flexibilizando troca
Thiago Cuencas, diretor da Viagens & Cia
de datas caso isso seja necessário ao cliente. Os destinos precisam prestar atenção que existe um universo de oportunidades para ofertar a essa demanda ultra reprimida, porém, se não houver o “produto ideal” com as características acima (destino de qualidade, preço atraente, condições flexíveis, acessibilidade e segurança), e uma organização com relação à reabertura e comunicação dos protocolos, a retomada vai levar um pouco mais de tempo (para esse destino pelo menos). Enquanto isso os destinos já abertos e organizados vão levar grande
parte destes clientes que estão ávidos por viajar, olhando as vitrines virtuais do mercado de viagens mundial. E como hoje não basta ter o produto para fazer sucesso, como também não basta ter o cliente, tem que haver uma sincronia importante e real entre os players que distribuem esses destinos no Brasil e os fornecedores locais, pois sem uma vontade latente de ambos os lados a partida dos motores demorará ainda mais. Taí o segredo das Maldivas, que não deveria ser segredo e sim boa prática para todos os destinos no mundo, incluindo o Brasil.n
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Cruzeiros Filip Calixto
Como será a volta dos cruzeiros MSC no Brasil Em março deste ano, numa ação que respondia ao avanço da pandemia do novo coronavírus pelo mundo, a MSC Cruzeiros decidiu suspender as navegações. A medida daquele momento, que paralisava as operações por mais de um mês, passou a ser estendida conforme as notícias de proliferação da doença se modificavam. Semanas passadas, com o arrefecimento da epidemia em alguns países, os planos para a volta começaram a ficar mais claros até que, na metade de agosto, uma das embarcações da empresa voltou a navegar com hóspedes em viagens pela Europa. Para que a volta fosse possível a armadora construiu uma cartilha de protocolos que cercasse as viagens de cuidados, garantido saúde e segurança a bordo. Essa ação foi peça fundamental para uma retomada que já tem data e fórmula pontos para acontecer, inclusive no Brasil, onde a companhia volta a navegar em 15 de novembro. Sobre essa volta, o diretor geral da companhia no Brasil, Adrian Ursilli falou ao Portal PANROTAS numa live que apontou alguns pontos da retomada por aqui. PROTOCOLO Para que os turistas tivessem confiança em voltar a navegar e autoridades de diferentes países autorizassem o retorno, a MSC agiu no recrudescimento das medidas de saúde, limpeza e segurança por meio de um conjunto de protocolos que vale globalmente. Essa lista de ações foi desenvolvida em parceria com especialistas em saúde e epidemia e está baseada em seis pilares, de onde se desdobram as ações práticas. Esses eixos de ação são: triagem universal de saúde, limpeza e higienização, distanciamento físico, serviços médicos aprimorados, monitoramento contínuo da saúde e plano de contingência. "Se nosso entendimento fosse o de que ainda é um perigo voltar não estaríamos fazendo esse movimento. O protocolo elaborado pela MSC abrange toda a jornada da via-
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MSC Grandiosa terá suas viagens ampliadas até o fim do ano, incluindo o cruzeiro de Natal do navio que partirá de Gênova, na Itália
gem e foi pensado preocupando-se com as pessoas", reitera Ursilli. PARCERIA A temporada 20/21 na América do Sul da MSC Cruzeiros deve ter a Travel Ace como parceira para seguros saúde. As duas empresas, segundo o diretor geral da armadora, negociam um acordo para um novo seguro, que englobe a cobertura de covid-19. O modelo ainda está em análise por órgãos reguladores de seguros e deve ser lançado nas próximas semanas. "Os detalhes do produto serão divulgados até o final de setembro", antecipou o executivo. Vale lembrar que, conforme determina o protocolo da MSC, todos os viajantes passam por teste de covid-19 no embarque e quem estiver com o vírus terá o acesso ao navio negado. Em casos assim, o seguro atuaria cobrindo essas despesas. No caso de infecções detectadas a bordo, a MSC oferece uma equipe médica e estrutura física de isolamento para o atendimento desse cliente.
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A TEMPORADA NA REGIÃO De acordo com o diretor, a companhia já apresentou os protocolos globais para autoridades brasileiras e a data para o início da temporada está mantida para o dia 15 de novembro. A retomada dos cruzeiros acontece com quatro embarcações: MSC Seaview (com roteiros de sete noites percorrendo os portos de Santos, Ilha Grande, Salvador, Maceió e Búzios), MSC Musica (roteiros de sete noites passando por Santos, Punta del Este, Buenos Aires e Itajaí), MSC Preziosa (cruzeiros de oito noites passando por Rio de Janeiro, Ilhabela, Punta del Este e Buenos Aires) e MSC Sinfonia (saindo de Buenos Aires e passando por Rio de Janeiro, Ilhabela, Itajaí e Montevideu). O MSC Preziosa fará também roteiros de quatro noites, partindo de Santos com passagens por Búzios e Ilha Grande. Todos os navios já estão no Brasil, pois não voltaram à Europa após a decretação de pandemia. POLÍTICA COMERCIAL E REAGENDAMENTOS A reorganização da política de remarcação e cancelamento foi outro ponto importante para esse momento na MSC. De acordo com Ursilli, a empresa modificou algumas regras obedecendo as necessidades de momento. Em viagens que já estavam marcadas e não puderam ser realizadas, o diretor lembra que a MSC ofereceu 100% do valor arcado para uma nova viagem e mais 200 euros ou dólares que podem ser utilizados a bordo quando a viagem for realizada. "Também oferecemos um bônus de 5% em comissionamento para o agente que fizer a remarcação. Achamos essa uma atitude justa, ponderada e que ajuda o agente nesse momento difícil" afirma. Para reservas futuras, o plano de flexibilidade da companhia permite que toda reserva pode ser remarcada sem penalidade até 15 dias antes do cruzeiro. A medida vale para qualquer cruzeiro da empresa.
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Adrian Ursilli
Notícias da ponte de comando O CEO da MSC Cruzeiros, Gianni Onorato, falou com exclusividade ao Portal PANROTAS sobre a retomada dos cruzeiros na Europa e a expectativa para os próximos meses, incluindo a temporada brasileira, os investimentos da empresa no mundo e a transformação da indústria devido à pandemia. A companhia está na fase final de aprovação dos protocolos na América do Sul, para início da temporada em novembro, e Onorato destaca que a empresa foi além do que exigem as autoridades e virou referência mundial na implantação de medidas de segurança e saúde. O CEO da MSC deu detalhes dos primeiros testes realizados em hóspedes nos portos, antes do embarque, e citou exemplos de como a companhia reagiu quando houve teste positivo ou quando algum hóspede não cumpriu as determinações de segurança. “O nosso protocolo demonstrou, creio eu, que a nossa indústria está mostrando o caminho para todo o setor de lazer e do Turismo e espero, sinceramente, que os nossos procedimentos rigorosos contribuam para uma retomada mais ampla dos navios de cruzeiro ao mar”, diz ele. “É difícil prever como pode ser o futuro com a esperada vacina para covid-19 porque as “regras de compromisso” em relação à saúde e segurança serão estabelecidas pelas autoridades nacionais e locais, mas já demonstramos, em minha mente, que não somente a MSC Cruzeiros adere a quaisquer padrões que sejam colocados à nossa frente, mas também procuraremos excedê-los, se necessário.” Gianni Onorato também confirmou que o plano de expansão da MSC está mantido. “Nosso novo programa de expansão não foi alterado e nosso plano atualmente prevê que todos os nossos 17 navios, mais o MSC Virtuosa e o MSC Seashore, ambos atualmente em construção em estaleiros europeus, estarão prontos para receber hóspedes durante a temporada do verão no hemisfério norte em 2021. Também confirmamos todos os nossos outros pedidos existentes; nossos dois primeiros navios World Class movidos a gás
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Gianni Onorato
Piscina do MSC Seaview, que ficará para a temporada de verão no Brasil
natural liquefeito (GNL), bem como um quinto navio da classe Meraviglia (Plus), também movido a GNL, para um total de cinco novos navios a serem entregues até 2024”, disse ele, que finalizou com um recado aos agentes de viagens: “os agentes de viagens são um canal de distribuição vital para nós agora e continuarão a ser no futuro”. Confira a íntegra da entrevista a seguir. REVISTA PANROTAS – A MSC Cruzeiros já retomou os cruzeiros no Mediterrâneo, com todos os protocolos e restrições, também com capacidade limitada e restrita a residentes de países do Espaço Schengen. Como foi a experiência nas primeiras viagens em termos da vivência do passageiro? GIANNI ONORATO – O feedback entre os milhares de hóspedes que navegaram até agora desde que reiniciamos nossas operações no Mediterrâneo foi extremamente positivo. Fundamentalmente, todos se sentiram seguros, o que os ajudou a relaxar e aproveitar suas férias da maneira que todos deveriam poder fazer. A resposta dos hóspedes foi imediata em elogiar nossa disposição de ir além das diretrizes definidas pelas autoridades nacionais e regionais para proteger sua saúde e segurança. O que encontraram a bordo foi entretenimento de primeira classe, excelentes opções gastronômicas, muitas coisas boas para fazer e a possibilidade de visitar belas atrações em terra em uma "bolha social", mas tudo de maneira segura, bem administrada e protegida. E muitos acrescentaram que se sentiram muito mais confortáveis e seguros do que se estivessem, digamos, em um hotel ou resort onde outros hóspedes não foram testados para covid-19, enquanto a bordo de nosso navio todos os hóspedes e tripulantes foram testados antes de poderem embarcar.
Nossos primeiros cruzeiros - agora estamos operando nossa quinta viagem - sob o novo protocolo operaram com capacidade abaixo da máxima de 70%. A bordo, reduzimos a capacidade de hóspedes em determinados locais para garantir a implementação de todas as medidas necessárias destinadas a proteger a saúde e a segurança dos hóspedes enquanto desfrutam de seu cruzeiro de férias, bem como, simultaneamente, garantir o bem-estar de nossa tripulação. Acredito que o nosso retorno ao mar no Mediterrâneo foi, entre outras coisas, um passo simbólico para a reabertura mais ampla da indústria de cruzeiros, mostrando um caminho para um possível retorno à operação também em outras regiões, agora que nosso protocolo mostrou que isso pode ser feito de forma segura - e, de fato, que o cruzeiro pode ser uma das opções de férias mais seguras à disposição dos consumidores. Na verdade, as medidas implementadas por meio do nosso protocolo são únicas e não estão disponíveis em nenhum outro setor de Viagens e Turismo. RP – E em relação aos fatores de Proteção e Segurança. A MSC teve que fazer alguma adaptação nos protocolos? Algum tripulante ou passageiro foi proibido de embarcar por motivos de saúde? ONORATO – Nosso protocolo de saúde e segurança tem cumprido seu papel com eficácia, exatamente como foi proposto. Nos ajudando a cuidar da saúde e segurança de nossos hóspedes e tripulantes, bem como das comunidades que nossos navios visitam. Vejamos, em primeiro lugar, da perspectiva dos hóspedes e com alguns exemplos. Um hóspede francês testou positivo em ambos os nossos testes para
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covid-19 - primeiro um teste de antígeno e depois um teste molecular RT-PCR secundário - e como ele viajou para a Itália em um mini ônibus com outros 14 hóspedes como parte de sua 'bolha social', o embarque foi negado a todos eles. Um pequeno número de hóspedes em nosso primeiro cruzeiro – cerca de um por cento – teve resultado positivo durante os primeiros testes swab de antígeno e em todos os casos eles foram mantidos em uma área isolada do terminal. Todos eles testaram negativo durante o processo de triagem secundário quando realizamos os testes moleculares RT-PCR. É importante acrescentar que as pessoas geralmente só buscam o teste em terra se sentirem que foram expostas a, ou estão sofrendo de sintomas, de covid-19. Mesmo assim, apenas cerca de 6% na maioria dos países testam positivo. Os nossos hóspedes têm o cuidado de reservar um cruzeiro se sentem que estão saudáveis para viajar, e a idade média dos nossos viajantes é de 43 anos. Portanto, não estou surpreso com os números que estamos vendo quando se trata de hóspedes que planejam embarcar em nosso navio. Também tivemos uma família que descumpriu os parâmetros de nosso rigoroso e robusto protocolo durante o primeiro cruzeiro na ilha de Capri, na costa oeste italiana. Eles deixaram nossa excursão guiada, apesar de conhecerem as regras que estabelecem que todos em uma excursão em terra devem permanecer juntos em uma "bolha social" protegida para garantir seu bem-estar e das comunidades que visitam. Não perdemos tempo em encerrar o cruzeiro da família naquele momento e eles não foram autorizados a retornar ao navio com o restante do grupo. Esta decisão foi recebida com o apoio sincero de todos os outros hóspedes do cruzeiro. Agora, vamos olhar para isso da perspectiva dos tripulantes. Investimos muito para garantir que nossa tripulação esteja saudável ao trabalhar em nossos navios. Todos passam por três testes moleculares RT-PCR. Um realizado em seu país de origem. Um segundo no terminal de cruzeiros. Em seguida, eles ficam isolados por 14 dias a bordo do navio onde não há absolutamente nenhum contato com outros tripulantes ou, é claro, hóspedes e, em seguida, eles farão um terceiro teste molecular antes de serem autorizados a deixar seus aposentos de isolamento e trabalhar no navio. E todos os tripulantes durante um cruzeiro têm sua temperatura verificada todos os dias, assim como todos os hóspedes, além de fazer um novo teste molecular RT-PCR a cada mês. Nunca iremos comprometer a segurança dos nossos hóspedes, tripulantes ou das comunidades que visitamos. Essa sempre foi a filosofia e a realidade da MSC Cruzeiros.
OPERAÇÕES RP – E quanto às operações do cruzeiro? Todas as atividades programadas ocorreram conforme planejado? Refeições e excursões tiveram resultados satisfatórios? ONORATO – A atmosfera em todas as viagens até agora tem sido muito descontraída e nossos tripulantes estão à disposição para garantir que as regras do protocolo sejam devidamente aplicadas sem desviar a atenção do ambiente agradável, mas também para fornecer um serviço de primeira linha ao hóspede. As refeições funcionaram muito bem. Nossos restaurantes de especialidade têm sido muito populares e mantemos o serviço de buffet, mas com um toque diferente. Em vez do método tradicional de self-service, os hóspedes selecionam o que desejam, e a comida é servida e entregue a eles para levarem de volta à mesa para garantir o mais alto nível de saúde e higiene. O novo sistema do buffet tem sido ótimo, e recebemos muitos comentários positivos dos hóspedes, muitos dizendo que preferiam o novo sistema e acharam ser mais eficiente. Em suma, os hóspedes tinham todas as instalações e serviços tradicionais a bordo que normalmente estão disponíveis, mas em um ambiente muito mais espaçoso do que o normal, como resultado da capacidade reduzida, que para alguns foi um destaque de sua experiência de cruzeiro do “novo normal”. Até agora, nossas excursões em terra provaram ser populares, com grande demanda e, em muitos casos, esgotadas. Essas excursões em terra organizadas nos permitem manter o mesmo alto padrão de saúde e segurança que a bordo. Por exemplo, garantimos que os transfers sejam devidamente higienizados e que haja espaço adequado para o distanciamento social. Todos os guias turísticos e motoristas devem passar por triagem de saúde, testagem e usar equipamentos de proteção individual adequados. Nossos hóspedes voltaram felizes para o navio dessas excursões em terra e claramente não estavam com medo de desembarcar. Eles foram tranquilizados pelos mesmos elevados padrões de saúde e segurança adotados por nossos operadores e guias turísticos.
EXPERIÊNCIA RP – Em sua opinião, a experiência do cruzeiro é o mais próximo possível daquela pré-pandemia? ONORATO – Em suma, conseguimos manter um ambiente descontraído e agradável para os nossos hóspedes, que é notavelmente próximo da experiência pré-covid 19. Os hóspedes desfrutaram de entretenimento de alta qualidade ao longo de sua viagem em um ambiente agradável, mas cuidadosamente administrado. Isso inclui cinema, com exibições especiais de filmes clássicos no teatro. Bandas e DJs se apresentaram nos lounges e bares. E os hóspedes foram incentivados a relaxar – mantendo o distanciamento social, é claro – com aulas de dança de nossos experientes instrutores. Há também um cassino totalmente operacional com mais de 100 caça-níqueis e mesas de jogos. Além disso, apresentações ao vivo de alta qualidade no teatro do navio com canto, dança e atuações espetaculares. Naturalmente, existem diferenças a bordo. Implementamos medidas elevadas de higienização e limpeza em todo o navio, mas provavelmente a principal diferença para os hóspedes é a necessidade do distanciamento social e uso de máscaras quando isso não é possível. É algo a que todos nós agora nos acostumamos em nosso dia-a-dia. As máscaras são algo com a qual também nos acostumamos, e em áreas a bordo onde não podemos garantir o distanciamento social, por exemplo em elevadores, áreas públicas e quando as pessoas estão se movendo pelo navio, elas são obrigatórias. Fico satisfeito, mas não surpreso, que as pessoas tenham aderido às regras de higiene exigidas, incluindo o uso de máscaras e manter a distância adequada dos hóspedes fora de suas "bolhas sociais". Os hóspedes entendem que as medidas estão em vigor também para permitir que eles possam relaxar e aproveitar plenamente suas férias.
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MSC Seaview é um dos principais navios da frota da MSC Cruzeiros e está no Brasil pronto para começar a temporada
MAIS PORTOS
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RP – Como o senhor vê a evolução dessa retomada dos cruzeiros? Mais nacionalidades e portos serão incluídos? Qual é o cronograma projetado para trazer de volta todos os navios da frota da MSC em sua capacidade total? ONORATO – Atualmente, há uma série de discussões em andamento com autoridades e portos em muitos dos países nos quais operamos historicamente. Isso envolve principalmente compartilhar, explicar e discutir nosso protocolo existente. Assim que tivermos a aprovação do protocolo operacional da empresa em um país ou região específica, assim como fizemos no Mediterrâneo com aprovações da Itália, Grécia e Malta, planejamos trazer gradualmente mais navios de volta ao mar nos próximos meses. Estamos esperançosos que esse programa em fases fará com que todos os nossos navios voltem a operar entre o final deste ano e o verão do hemisfério norte em 2021.
EXPANSÃO DA MSC ESTÁ MANTIDA
RP – Como essa crise mudará os planos de sua frota e também como afetará os destinos escolhidos? ONORATO – Já demonstramos que com um protocolo de saúde e segurança rigoroso, robusto e eficaz, podemos agir com confiança. Nossas reservas futuras indicam que há uma demanda para nossos cruzeiros e nossos planos para o futuro permanecem os mesmos. Nosso novo programa de expansão não foi alterado e nosso plano atualmente prevê que todos os nossos 17 navios, mais o MSC Virtuosa e o MSC Seashore, ambos atualmente em construção em estaleiros europeus, estarão de volta ao serviço e prontos para receber hóspedes durante a temporada do verão no hemisfério norte em 2021. Também confirmamos todos os nossos outros pedidos existentes; nossos dois primeiros navios World Class movidos a gás natural liquefeito (GNL), bem como um quinto navio da classe Meraviglia (Plus), também movido a GNL, para um total de cinco novos navios a serem entregues até 2024.
Uma das cabines da área reservada Yacht Club
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BRASIL RP – Como avalia a situação na América do Sul, principalmente no Brasil e na Argentina? ONORATO – Nós continuamos comprometidos e trabalhando com as autoridades responsáveis e competentes no Brasil - incluindo a Anvisa, o Ministério da Saúde, o Ministério da Infraestrutura, o Ministério do Turismo, a Embratur, a Casa Civil, além de outras autoridades estaduais e municipais relevantes, e também na Argentina e no Uruguai, sobre nossa proposta de retorno à operação na América do Sul, após o reinício das operações em meados de agosto no Mediterrâneo, quando introduzimos nosso novo protocolo proprietário, abrangente de saúde e segurança para apoiar a retomada de nosso mais novo navio, o MSC Grandiosa. O protocolo foi enviado e apresentado às autoridades responsáveis da América do Sul durante a segunda quinzena de julho e, desde então, temos continuado a trabalhar progressivamente com elas, bem como com portos e destinos onde esperamos operar durante a temporada 2020/21 da América do Sul. Em termos de avaliação da situação na América do Sul, um aspecto da indústria que acredito que poderemos ver é o “cruzeiro local”. É aqui que - na fase atual - você verá cruzeiros do Brasil apenas com brasileiros a bordo, cruzeiros europeus levando hóspedes europeus e talvez o mesmo com a África do Sul e seus cidadãos. Numa fase sucessiva, este mesmo modelo – de cruzeiro local – poderá também aplicar-se a outros mercados, inclusive nos Estados Unidos – quando chegar o momento certo de reiniciar as operações também nesse mercado, em linha com as orientações dos Centros de Controle de Doenças e Prevenção (CDC) e outras autoridades relevantes de lá. O nosso protocolo demonstrou, creio eu, que a nossa indústria está mostrando o caminho para todo o setor de lazer e do Turismo e espero, sinceramente, que os nossos procedimentos rigorosos contribuam para uma retomada mais ampla dos navios de cruzeiro ao mar. A América do Sul é, e sempre será, um mercado importante para nós. Há muito tempo que somos líderes de mercado na região e temos toda a intenção de continuar assim no futuro. Nosso compromisso com a América do Sul é inabalável. Há um grande potencial no continente e vejo oportunidades para continuarmos a expandir nossos negócios na região nos próximos anos, contribuindo também com o desenvolvimento eco-
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nômico na América do Sul. Mas, neste momento, nosso foco é obter a aprovação de todas as autoridades responsáveis no Brasil, Argentina e Uruguai do nosso protocolo operacional, para que possamos reiniciar nosso programa de cruzeiros em novembro de uma maneira segura e protegida. RP – Quais foram os maiores desafios durante esta pandemia e como a MSC os enfrentou? ONORATO – Melhorar e desenvolver nossas medidas de saúde e segurança continuamente em resposta a uma pandemia em rápida evolução foi um desafio. No início, durante a crise em janeiro, tomamos medidas imediatas e introduzimos uma série de novos procedimentos de saúde e segurança, o que nos permitiu, eventualmente, retornar com sucesso e segurança todos os nossos hóspedes aos seus destinos de origem logo após a nossa operação ser interrompida em meados de março. Essa abordagem operacional preventiva nos levou ao último nível para garantir que realizemos todos os aprendizados que a ciência demonstrou nos últimos meses e está no cerne de nosso novo protocolo de saúde e segurança. Este tem sido um território desconhecido para todos, mas é também por isso que, quando nos sentamos para desenvolver nosso novo protocolo, consultamos os principais especialistas médicos nacionais e internacionais, bem como nos alinhamos com as autoridades de saúde responsáveis nas regiões em que operamos, para assimilar toda a riqueza de dados, conhecimentos médicos específicos e outros conhecimentos de saúde e segurança que foram reunidos e analisados desde o início da crise. Outro desafio foi repatriar os tripulantes de volta para casa. Quando concluímos nossos últimos cruzeiros em março para levar todos os nossos hóspedes para casa, já tínhamos um plano de ação para levar os tripulantes às suas nações de origem. No geral, graças a uma ação imediata e decisiva, mais de 75% da nossa tripulação que precisava voltar para casa foi repatriada com segurança no final de maio. E até hoje já repatriamos quase 98%. A grande maioria, senão todos, os que precisam de repatriação, são por causa restrições de viagem ou fechamento de fronteiras em seus países de origem. Continuamos em contato e trabalhando com os governos desses países no mais alto patamar em nome de nossa tripulação.
IMAGEM DO SETOR RP – No início da pandemia os cruzeiros foram apontados como uma das imagens do perigo da situação. O senhor acha que a imagem da indústria foi prejudicada? ONORATO – Podemos, é claro, apenas falar por nós mesmos. Reagimos muito rapidamente no início da crise, seja para estabelecer imediatamente uma triagem rigorosa e intensificar as medidas de higienização, trazer nossos navios de cruzeiro para casa mais cedo ou interromper desembarques e embarques nos portos em regiões que foram consideradas de risco pelas autoridades de saúde relevantes. Acreditamos que foram essas ações decisivas que nos ajudaram a proteger a saúde dos hóspedes e tripulantes a bordo de todos os nossos navios. Estamos confiantes de que, agora que reiniciamos nossas operações com nosso novo protocolo de segurança e saúde preventivo, veremos as tendências de novas reservas aumentarem progressivamente. Tem sido um período difícil nos últimos meses para muitos turistas decidirem quando é o momento certo para reservarem seus futuros cruzeiros de férias, especialmente com restrições de viagens aéreas e capacidade de voo muito reduzida, então, inevitavelmente, as perspectivas de curto a médio prazo são relativamente conservadoras, mas nossa expectativa é que a demanda aumente progressivamente conforme as restrições são flexibilizadas e as pessoas voltem a se concentrar nas férias, entre outras atividades sociais. O que nos dá mais confiança é que os hóspedes que já viajaram conosco nos dizem constantemente que mal podem esperar para passar férias em um de nossos navios e esse nível de entusiasmo já se reflete em vermos fortes tendências para o verão de 2021 no hemisfério norte, o que é um sinal encorajador, então as perspectivas de longo prazo são realmente positivas.
AGÊNCIAS DE VIAGENS RP – Qual será o papel dos agentes de viagens nos próximos anos e como eles podem fazer a diferença na indústria de cruzeiros e no auxílio aos seus clientes com as melhores opções de viagens? ONORATO – A grande maioria dos cruzeiros de férias - cerca de 80% (no Brasil mais de 90%) - são adquiridos por meio de nossa extensa rede internacional de agências de viagens parceiras, portanto, elas são de grande importância para nós e continuarão sendo no futuro. Trabalhamos muito com eles ao longo dos últimos tempos desafiadores para prepará-los para quando estivéssemos prontos para retornar ao mar. O feedback que recebemos da comunidade de agências, bem como o contato direto dos próprios turistas, nos dá a confiança de que há demanda e a vontade de se fazer um cruzeiro. Sabemos que este é um momento difícil para nossos parceiros agentes de viagens e estamos nisso juntos. As agências de viagens tiveram que se adaptar e responder à crise de saúde, assim como nós. Entendemos que era fundamental para nós ajudar a proteger seus negócios da melhor maneira possível, especialmente protegendo a comissão sobre reservas existentes e futuras. Os agentes de viagens são um canal de distribuição vital para nós agora e continuarão a ser no futuro. n
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