Edição nº
1.446 28 Anos
| 28 de outubro a 3 de novembro | www.panrotas.com.br
10 PERFIS, 8 INSIGHTS E OS HÁBITOS DE CONSUMO E PLANEJAMENTO DE VIAGENS PARA A RETOMADA DO TURISMO
R$ 11,00
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PANROTAS — 29 de julho a 4 de agosto de 2020
29 de julho a 4 de agosto de 2020 — PANROTAS
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ÍNDICE
nº 1.446 | 28 de outubro a 3 de novembro de 2020 | www.panrotas.com.br
Página 06 Editorial - Entre vários Brasis, fuja da venda do óbvio
Página 08 Check-in - O pior dos trimestres da CVC Corp e outras notícias
Página 12 Amaze - Operadora de viagens de formatura viu oportunidades na crise
Página 14 TRVL LAB mostra todos os detalhes da jornada dos viajantes brasileiros
Página 31 Live debate pesquisa do TRVL LAB e traz dados da retomada da ELO, CVC Corp e Latam
PRESIDENTE
José Guillermo Condomí Alcorta GESTÃO
José Guilherme Condomí Alcorta
TECNOLOGIA Ricardo Jun Iti Tsugawa
EDITORIAL
Artur Luiz Andrade
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PANROTAS — 5 a 11 de agosto de 2020
Editorial
O MOMENTO DO BRASIL Com as fronteiras internacionais fechadas, o medo de viajar por causa da pandemia e a crise econômica, há sim uma grande aposta nas viagens pelo Brasil para aquecer e liderar a retomada tão esperada e necessária para a indústria. Mas, além de produtos adequados à diversidade da demanda que se apresenta (e tende a crescer), é preciso ter um discurso de vendas alinhado com o novo momento e específico para cada tipo de viajante. O discurso de que o brasileiro precisa viajar dentro do Brasil é falacioso, pois o brasileiro já viaja dentro de seu País. Somos uma das dez maiores economias turísticas do mundo, com contribuição de mais de 8% ao PIB, não por causa das viagens para Miami e Paris, ou por conta dos estrangeiros que vêm nos visitar. A força do Turismo brasileiro sempre esteve nas viagens domésticas, que representam mais de 90% das receitas do setor por aqui. Portanto, da viagem de carro para Ubatuba (SP), Gramado (RS) e Porto de Galinhas (PE) às férias no Nordeste ou no Rio de Janeiro, das visitas aos parques temáticos às temporadas em resorts e pousadas de Norte a Sul, é o viajante dentro do Brasil que sustenta essa indústria. Infelizmente não conseguimos aumentar esse mix, pois sabemos que o emissivo e o receptivo internacional no País podem ser mais fortes e consistentes, sem tantas oscilações, a depender do câmbio e outras condições, e são segmentos importantes na cadeia produtiva do Turismo. A crise de covid-19, no entanto, gera algumas oportunidades para melhorar o Turismo interno no País e talvez elevá-lo a um outro patamar. A primeira delas é fazer o brasileiro explorar mais o País. Se em São Paulo ele vai sempre para a mesma praia ou a mesma cidade na serra, o momento pós-pandemia pode fazê-lo abrir os olhos e a mente para outros destinos no Estado. Para outros nichos. Outras formas de fazer Turismo. Sair do mesmo, do automático. O raciocínio vale para todo o Brasil. Como as opções atualmente estão concentradas no território brasileiro, é hora de conhecer melhor outros destinos nos Estados vizinhos, em regiões que talvez não fossem a primeira opção, e em nichos diversos. Os nichos, aliás, são essa segunda oportunidade. Eles podem fazer com que as viagens pelo Brasil sejam mais ricas e diversificadas. Bem estar, esportes, contato com a natureza, luxo, compras, gastronomia, Turismo religioso, viagens rodoviárias ou de barco, Turismo em cidades pequenas no interior, Turismo de experiências, Turismo responsável, ecoturismo...são muitos e muitos nichos que podem ser explorados por quem antes só pensava neles nas viagens ao
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Exterior ou para os que não estavam abertos para as viagens de interesse específico. Uma terceira oportunidade é oferecer alternativas equivalentes a quem estava com viagens programadas para o Exterior. O luxo lá fora pelo luxo aqui dentro, a viagem de família para Orlando pelas opções brazucas, a comemoração com amigos em Buenos Aires substituída por destinos descolados dentro do Brasil. Há vários perfis de viajantes e oportunidades para o Turismo brasileiro, como mostra a pesquisa do TRVL LAB, A Jornada dos Viajantes Brasileiros, destaque desta edição da Revista PANROTAS. Mas é preciso vender o produto correto para o cliente correspondente e com o discurso adequado. Ao argumentar com o consumidor que ele precisa conhecer o Brasil, ele pode responder com a cópia dos últimos cartões de embarque para Porto Seguro e Rio ou com fotos das férias em Floripa. Mas se você recomendar que ele explore melhor o País, conheça novas opções de roteiro (será que ele já alugou um carro e saiu descobrindo o Nordeste ou o Sul do País, ou as cidades mineiras, fluminenses?), mergulhe nos nichos e fuja do óbvio que provavelmente ele já conhece, você poderá ganhar novos negócios e um cliente mais feliz pelas novas oportunidades. Explore a pesquisa do TRVL LAB na reportagem dessa edição e confira a íntegra em www.trvl.com.br. Também assista à live que fizemos no Portal PANROTAS ou em nossos canais no Youtube, Facebook e Instagram. Por fim, temos de registrar os 28 anos da Revista PANROTAS (que nasceu em 27 de outubro de 1992, como Jornal PANROTAS), que chega à edição 1.446 (isso mesmo, mil quatrocentos e quarenta e seis edições). Lá em 1992, lançada para ser o local de análises, tendências e debates do Turismo, era o único veículo semanal dessa indústria, feito exclusivamente para os profissionais de Viagens e Turismo. Vinte e oito anos depois, continuamos sendo o único semanário do setor, agora em formato revista, com itens interativos, edição digital enviada pelo WhatsApp e Telegram e disponível no Portal PANROTAS. Muitas histórias contadas, da Rio92 à Pandemia de 2020, da era pré-internet ao mundo conectado e na palma da mão, do Turismo de sol e praia a um Brasil rico e cheio de opções, ainda lutando por uma indústria de Viagens mais consistente, sem as idas e vindas de crises e sem as descontinuidades causadas por trocas de governo. Evoluímos como indústria? Sem dúvida. Vemos oportunidades de um novo Turismo pós-pandemia? Também. E não podemos perder essa chance de termos uma voz mais forte, mais ouvida pelas autoridades, mais diversa em sua representatividade e que, como queríamos lá atrás, há 28 anos, seja vista como um dos principais motores da economia do País. Os números não mentem, mas é preciso vontade (especialmente política) e união. Estaremos acompanhando tudo isso, com todos vocês, aqui na Revista PANROTAS.n Artur Luiz Andrade Editor-chefe e Chief Communication Officer da PANROTAS artur@panrotas.com.br
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Check-in
As notícias da semana
2T20 CVC CORP Como esperado, o segundo trimestre do ano, o primeiro já envolto no cenário da pandemia, foi catastrófico para a CVC Corp, que divulgou o balanço do período: R$ 252 milhões de prejuízo e queda de 95% nas vendas. A empresa ainda foi impactada nesse trimestre por fantasmas do passado, como a Avianca Brasil, e do presente, como os custos com remarcações, repatriações e inadimplência.
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Setembro com 37% do pré-pandemia No terceiro trimestre as notícias já são melhores para a maior companhia de Turismo do País
Escalada até 2023
A previsão é de superar os índices de 2019 daqui a três anos. A escalada já está desenhada
Argentina é a pedra no sapato País vizinho, onde a CVC Corp tem três empresas, enfrenta desafios ainda mais árduos do que os nossos no atual cenário
+Lidas da semana Portal PANROTAS 1 O futuro do Turismo pós-pandemia; veja principais tendências 2 EUA e Canadá estendem fechamento de fronteira até 21 de novembro 3 Vendas da CVC Corp caíram 94,7% no 2T20; prejuízo foi de R$ 252 mi 4 CVC Corp: Argentina preocupa mais do que o Brasil na retomada 5 Após aporte, Voll promete one-stop shop de viagens corporativas 6 Aeroporto de Orlando espera receber aéreas brasileiras em breve 7 Falece em São Paulo Clovis Ruiz, da Discover the World 8 Na contramão do mercado, Air Canada adquire low-cost canadense 9 Easy Travel Shop já tem 700 agências cadastradas 10 CVC Corp alcança em setembro 37% das vendas pré-pandemia Fonte: Portal PANROTAS
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Tráfego aéreo brasileiro
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Nos dados de setembro divulgados pela Anac, a aviação brasileira continua sua recuperação, ainda que lenta. Um dos destaques foi a recuperação da Latam, que havia sido ultrapassada pela Azul, em participação de mercado.
Temporada 21-22 Royal Caribbean
Atualização em relação ao Caribe e à Oceania Toque na imagem e leia a notícia completa
Aposta na retomada
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A Air Europa deve dobrar a quantidade de voos na América Latina até março do ano que vem. Até dezembro deste ano volta para Salvador e promete Recife e Fortaleza para o começo de 2021. O hub da companhia fica em Madri, na Espanha.
One-stop shop de viagens corporativas
É o que promete a empresa brasileira Voll, que recebeu uma capitalização pré-pandemia Toque na imagem e leia a notícia completa
Mice na Catalunha O segmento de Mice, incluindo
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as viagens de incentivo e os eventos, encontram na Catalunha, na Espanha, um destino com forte e variada infraestrutura. Baixe de graça o Guia Mice Catalunha, produzido pela PANROTAS.
Um milhão de paxs
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Mais de um milhão de passageiros passaram pela segurança dos aeroportos em um dia nos Estados Unidos. Foi no domingo, 18 de outubro, e o número, que não era alcançado desde março, foi comemorado.
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Operadoras
"SE NÃO FOSSE A CRISE, NÃO VENDERÍAMOS TANTO"
Em dezembro do ano passado, a operadora especializada em viagens de formatura para jovens estudantes Amaze Travel planejava, para 2020, um crescimento de 50%. Em franco crescimento, a companhia se reforçou, naquele mês, com cerca de 30 profissionais para colocar seus planos em prática e seguir a trilha do crescimento neste ano. Eis que em março desembarcou no País a crise da covid-19 e a Amaze se reestruturou para... crescer ainda mais do que o planejado. "Crescemos entre 75% e 85% de janeiro a setembro deste ano na comparação com os nove primeiros meses de 2019", garante o diretor da Amaze, Lucas Garcia. "Mas nada veio sem uma reestruturação geral e união de toda equipe. A crise foi uma oportunidade de reforçarmos intensamente nosso digital, e os resultados estão aparecendo pela nossa expansão a mercados antes não alcançados. Assim que todos os funcionários começaram a trabalhar em home office, já começamos a pensar a maneira de continuar a prospecção em um cenário totalmente on-line. Focamos em tecnologia desde nossa fundação, em 2012, mas as reuniões com os pais e os colégios eram presenciais, por exemplo", completa. A investida deu certo, de acordo com Garcia. Após abril e maio cheios de incertezas e com muito aprendizado, a situação da Amaze começou a melhorar já a partir de junho. "Quando as perspectivas de normalização começaram a se esticar, aceleramos nossa busca por alternativas e soluções em relação aos embarques de 2020 e às prospecções aos novos formandos. Assim, agosto foi um mês fenomenal na história da
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Reunião dos profissionais da Amaze
Amaze. Uma virada de chave. Me arrisco a dizer que não venderíamos tanto naquele mês se fosse presencialmente", aponta o diretor da empresa, que é pertencente ao Grupo CI, de intercâmbio. Dos 30 funcionários contratados pré-pandemia, aproximadamente 20, que estavam cumprindo contrato de experiência, foram desligados, mas Garcia aponta que a Amaze recontratou um montante parecido no início do segundo semestre. "A demanda cresceu. A eficiência das reuniões digitais fez com que saíssemos do eixo Sul-Sudeste para alcançarmos cidades no Pará, no Amazonas, no Acre e em mercados do Nordeste. Locais novos nos quais nunca chegaríamos antes da pandemia, devido à complicação logística." EMBARQUES DE 2020 ADIADOS Os primeiros embarques previstos para a empresa neste ano seriam em julho, para Porto Seguro e Cancun, e foram adiados para o mesmo mês em 2021. Também em julho a empresa decidiu que os embarques de setembro e outubro tinham de ser postergados para o ano seguinte, estes em abril. Portanto nenhum passageiro Amaze viajará neste ano. O desafio está no nicho em si, pois as viagens de formatura são perecíveis e não podem fugir tanto do período de embarque, visto que os formandos iniciam suas diferentes trajetórias. Por isso a maior parte das novas vendas está sendo feita para julho, outubro e dezembro do ano que vem. "Estamos trabalhando com a possibilidade da chegada da vacina, mas a partir do momento em que estivermos cientes de que todos estão seguros, com todas as medidas sendo seguidas pelos fornecedores e alunos, confiamos nos embarques", afirma Lucas Garcia. A taxa de desistência dos alunos que embarcariam neste ano, segundo o diretor da Amaze, é baixíssima e para lidar
com a ansiedade típica da faixa etária de jovens formandos, a empresa reforçou seu material de marketing on-line para ficar lado a lado com os clientes.
Lucas Garcia, diretor da Amaze, operadora de viagens de formatura do Grupo CI
OS PRINCIPAIS PRODUTOS A Amaze embarca pouco mais de dez mil passageiros anualmente. O carro-chefe da operadora de formatura do Grupo CI é Florianópolis para o terceiro ano. Festas temáticas são parte fundamental do programa, mas a operadora garante que se preocupa também em levar os jovens para conhecer o melhor de cada destino e não ficar apenas nas noitadas. Porto Seguro (BA) também é requisitada, por isso a operadora criou o Floriporto, pacote em que os jovens embarcam na capital catarinense em um período e no destino baiano em outro. Resorts como o Portobello, em Mangaratiba (RJ), também estão na prateleira A Amaze tem oito franquias espalhadas pelo País, além de executivos de venda. n
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Pesquisa
Artur Luiz Andrade
OS 10 PERFIS DO VIAJANTE BRASILEIRO E 8 insights para o mercado na retomada das viagens
Para entender melhor o viajante brasileiro neste momento de retomada dos planos de viagens, a ELO e o TRVL LAB (uma parceria da PANROTAS com a MAPIE) apresentam ao mercado uma pesquisa inédita, realizada no mês passado, com 1.236 viajantes, e que traz os hábitos e sentimentos dos consumidores de viagens de lazer e a negócios. A Jornada dos Viajantes Brasileiros é um estudo completo sobre a indústria de viagens, que identificou dez perfis de viajantes, que vão ditar as tendências na retomada. O TRVL LAB, baseado nas respostas, também preparou oito insights para o mercado, com o objetivo de guiar os investimentos e deci-
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sões nesse momento delicado em que todos os passos necessitam ser bem pensados e precisos. A pesquisa foi lançada durante uma edição da LIVE PANROTAS – Retomada das Viagens, e o vídeo pode ser assistido on-demand em nosso canal no Youtube, e também no Portal e Facebook PANROTAS. Participaram o diretor de Novos Negócios da ELO, Marcelo Marques, a diretora da MAPIE e do TRVL LAB, Carolina Sass de Haro, a diretora de Marketing B2B da CVC Corp, Renata Esteves, e a gerente de Marketing da Latam Airlines, Sabrina Salgado, com mediação de Artur Luiz Andrade.
O VIAJANTE DE LAZER BRASILEIRO
O viajante a lazer, segundo a pesquisa do TRVL LAB, faz de duas a três viagens nacionais por ano, com duração média de quatro a cinco dias. Ele gasta entre R$ 1 mil e R$ 3 mil por viagem e a praia é seu destino favorito. Na hora de planejar a viagem, um processo que para muitos gera tanto prazer quanto a viagem em si, 79,68% utilizam o smartphone para fazer pesquisas e 77,49% planejam a viagem com o cônjuge, parceiro(a), companheiro(a). Dois dados interessantes mostram que 54,38% se motivam quando encontram uma ótima promoção de voo ou hotel e 52,99% quando ouvem pessoalmente histórias de viagens de alguém conhecido. A maioria dos viajantes faz a compra dos componentes da viagem individualmente e a antecedência média para escolha do destino e reserva dos itens mais relevantes é de três meses. A maioria concorda total ou parcialmente que o processo de reserva é simples, satisfatório e ágil, porém quando há a necessidade de alterar e/ou cancelar, nem tanto. IMPORTÂNCIA DO PREÇO O preço é fundamental para 59,49% dos viajantes na hora de escolher a passagem aérea. Para 43,43% é a facilidade de reserva e compra e para 43,07% a qualidade percebida da companhia aérea. A boa notícia para o setor aéreo é que 54,58% dizem que vão escolher o avião para a próxima viagem e 34,26% o carro próprio. Na hotelaria, a importância do preço se materializa na escolha dos meios de hospedagem: pousadas são os preferidos para 41,83% dos viajantes, seguidas dos hotéis econômicos (40,04%) e dos hotéis confortáveis (39,44%).
Mas na hora de dizerem o que é mais importante na escolha de um hotel, a pandemia se sobrepõe ao preço: os protocolos sanitários são fundamentais para 60,81% dos viajantes, seguidos da segurança percebida (59,37%), preço (56,48%), localização (52,59%), qualidade percebida do meio de hospedagem (51,59%) e boas avaliações em sites de reviews (41,50%). Para a próxima viagem, 53,78% pretendem utilizar uma pousada e 51,79% um hotel confortável. A pesquisa completa está disponível em www.trvl.com.br e traz dados detalhados dos hábitos de compra e viagem dos brasileiros, além de outras informações que se transformam em argumentos de venda. Por exemplo, 80% dos pesquisados dizem que se sentem mais felizes viajando. E 57% priorizam as viagens em família. Como sabemos, a maioria dos brasileiros não viajou durante a pandemia. As quedas nas viagens, que chegaram a 95% no auge da crise, agora atingem patamares de 50% em algumas empresas, ou de mais, dependendo do produto, como hotéis pelo Brasil e aluguel de carro. Segundo a pesquisa da TRVL LAB, assim que houver a vacina, os brasileiros pretendem voltar a viajar normalmente. Também foi identificado que há a intenção de ser mais cuidadosos e rígidos na escolha de fornecedores e procurarão por certificação higiênico-sanitária. Entre os que viajaram, praias próximas ou cidades e rotas no interior foram os destinos escolhidos. As viagens foram de carro e consideradas satisfatórias, assim como a avaliação da segurança nos meios de hospedagem.
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0,80%
Viagens de lazer nacionais
0,20%
1,79%
Estados visitados no Brasil
2,39%
1,79%
7,57%
5,98% 3,78% 6,97% 6,37% 2,99%
0,40% 0,40%
0,40%
1,00% 1,79%
1,79%
4,78% 2,79%
17,93%
21,12%
40,84%
12,95%
5,18% 26,89%
18,73% 12,35%
Fonte: Pesquisa TRVL LAB "A Jornada dos Viajantes Brasileiros"
Viagens de lazer internacionais Regiões visitadas mundialmente Ásia 5,30%
América do Norte 26,49%
Europa 41,06%
América Central 7,95%
América do Sul 37,75% África 3,97%
Fonte: Pesquisa TRVL LAB "A Jornada dos Viajantes Brasileiros" 16
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Oceania 1,32%
A pesquisa de destinos Sobre as pessoas que participam do planejamento das viagens de lazer
Fonte: Pesquisa TRVL LAB "A Jornada dos Viajantes Brasileiros"
A pesquisa de destinos Sobre os motivadores do planejamento das viagens de lazer
* 4,18% responderam Outros Fonte: Pesquisa TRVL LAB "A Jornada dos Viajantes Brasileiros" 28 de outubro a 3 de novembro de 2020 — PANROTAS
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Sobre as viagens aéreas Sobre as companhias aéreas favoritas e programa fidelidade favoritos
* 9,85% responderam Outros programas de fidelidade * Somente companhias brasileiras foram elencadas pela pesquisa Fonte: Pesquisa TRVL LAB "A Jornada dos Viajantes Brasileiros"
Viagens na pandemia Sobre as viagens a lazer realizadas desde abril de 2020
83,27%
Não realizaram viagens a lazer desde abril de 2020
16,73%
Realizaram viagens a lazer desde abril de 2020
Fonte: Pesquisa TRVL LAB "A Jornada dos Viajantes Brasileiros"
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O VIAJANTE CORPORATIVO BRASILEIRO Já o viajante a negócios, que também é destacado na pesquisa, faz de duas a três viagens nacionais por ano, com gastos entre R$ 1 mil e R$ 3 mil por viagem e duração de dois a três dias. Quando perguntados sobre a política de viagem de suas empresas, 47,68% disseram que elas possuem uma política bem definida, mas 44,70% não possuem. Mais de 40% dos entrevistados têm total autonomia para escolher fornecedores. Em contrapartida, 22% não têm qualquer grau de autonomia, devendo seguir estritamente o que está definido na política de viagem. Quase quatro em cada dez viajantes fazem o pagamento das viagens de negócios com cartão pessoal e solicitam reembolso. Um pouco mais que 20% deles possuem cartão corporativo e precisam prestar contas detalhadamente. A forma de prestação de contas é variada, mas ainda predominam os relatórios físicos com comprovantes anexados. Na hora de reservar, 28,48% fazem as reservas diretamente com os fornecedores; 24,16% solicitam ao assistente/secretário(a), 24,17% fazem em agências on-line e 21,52% solicitam ao departa-
mento de viagens da empresa. Na escolha da passagem aérea, preço é o critério mais importante (52%). Depois aparecem o horário de partida, se o voo é direto e a facilidade de compra. Os hotéis econômicos lideram a preferência, com 55,6% dos pesquisados indicando a escolha por esse tipo de hospedagem. E ainda: 62% afirmam que viajar a trabalho é importante para os negócios e 70% gostam de conhecer novos lugares nas viagens a trabalho. PANDEMIA A maioria entende que há uma preocupação das empresas com a saúde dos funcionários neste momento, o que inclui a responsabilidade pela segurança dos mesmos. Também acreditam que muitas viagens serão substituídas por alternativas virtuais e acreditam que as viagens de negócios continuarão reduzidas após a pandemia. Um pouco mais que 50% não precisam viajar a negócios neste momento e também não gostariam. Segundo a pesquisa, eles escolherão fornecedores de forma mais criteriosa daqui para frente, com ênfase em protocolos de saúde e segurança.
Sobre as viagens aéreas Sobre as companhias aéreas favoritas e programa fidelidade favoritos
* 2,72% responderam Outros programas de fidelidade Fonte: Pesquisa TRVL LAB "A Jornada dos Viajantes Brasileiros"
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Viagens na pandemia Percepções sobre viagens de negócios na pandemia Há uma preocupação da empresa com a saúde dos seus funcionários
Muitas viagens serão substituidas por alternativas virtuais
As viagens de negócios da minha empresa continuarão reduzidas
Gostaria de não viajar a negócios nesse período
Não precisarei viajar a negócios enquanto durar a pandemia
Somente utilizaremos fornecedores com certificação higiênico-sanitária reconhecida
Os critérios para a escolha de fornecedores de viagens (companhias aéreas, hotéis, etc) serão mais rígidos
Há uma nova política de viagens estabelecida pela empresa
* Valores informados em %. Os que não souberam avaliar, não foram incluídos no gráfico Fonte: Pesquisa TRVL LAB "A Jornada dos Viajantes Brasileiros" 20
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PERFIS DOS VIAJANTES
AS INICIANTES O TRVL LAB identificou um grupo de jovens mulheres, na faixa dos 20 anos, de classe média, que estão começando a viajar e possuem uma extensa lista de desejos relacionados às viagens. Elas moram com os pais e ainda não trabalham, por isso viagens com propósito (que podem ser bancadas pelos pais), viagens em família e com amigos e viagens para estudar são potenciais produtos para esse público. Elas usam o smartphone para pesquisar e comprar e fazem as reservas on-line nos sites ou em agências na internet. Elas costumam comprar com antecedência de um ou dois meses e preferem ficar em residências alugadas pelo preço e localização. Praia, destinos de aventura e grandes cidades são os destinos preferidos e elas gostam de conhecer lugares novos, mas também aproveitam para relaxar durante as viagens. As iniciantes não pretendem viajar neste período de pandemia e estão de olho nos protocolos.
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OS BOOMERS Não os chame de terceira ou melhor idade. Os boomers, viajantes com mais de 60 anos, podem sim estar aposentados, mas mais ativos que nunca. Fazem duas ou três viagens por ano, com permanência média de dez dias, o dobro da média nacional. Eles gastam mais que a média dos viajantes brasileiros e a cada dois ou três anos, fazem uma viagem ao Exterior, preferencialmente para a Europa, normalmente com a parceira (o) e às vezes com os filhos. Estão atentos às promoções, principalmente aquelas enviadas por e-mail por agências de viagens e influenciam-se bastante pelo relato de amigos. Frequentemente, sabem os fornecedores que querem utilizar e fazem as reservas diretamente via site, e-mail ou telefone. Viajam de avião, hospedam-se em hotéis confortáveis e visitam atrações e restaurantes. Viajar é prioridade máxima, especialmente para conhecer novos lugares e aproveitar o destino.
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Têm preocupação em viajar na pandemia, mas estão só esperando a vacina para retomar com força esse hábito do qual não abrem mão. LOUCAS PELO BRASIL Esse grupo de mulheres na faixa dos 35 anos, com atuação profissional em nível gerencial, faz mais de 11 viagens a lazer por ano, todas no Brasil. Elas não excluem, mas não priorizam viagens internacionais. Reservam parte importante do orçamento para viagens, que realizam com o parceiro (a) e muitas vezes com os filhos. Pesquisam viagens muitas vezes ao ano e utilizam agências de viagens, mas compram os itens individualmente, normalmente com um ou dois meses de antecedência. Muitas viagens são de carro e eventualmente, de avião. Nestes casos, a forma de pagamento é muito importante. Preferem hotéis confortáveis e pousadas, com bom preço, boa localização e experiências anteriores positivas. É importante que o hotel conte com atividades de lazer. Já viajaram durante a pandemia, fazendo viagens de carro para regiões serranas e destinos de aventura em meio à natureza.
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EMPRESÁRIOS DE FÉRIAS Grupo formado por homens da clas-
se A, entre 45 e 55 anos, proprietários de uma média/grande empresa. Eles fazem uma viagem nacional por ano com duração de seis a dez dias, normalmente para o Nordeste e gastam acima de R$ 5 mil. E fazem de duas a três viagens internacionais por ano, com gasto médio de R$ 25 mil a R$ 35 mil, normalmente para Europa e Estados Unidos. Procuram viagens muitas vezes por ano e motivam-se com histórias de amigos ou algo que viram na TV. Frequentemente sabem que fornecedor gostariam de usar e reservam via agências de viagens on-line. Decidem o destino com três a cinco meses de antecedência, mas fazem as reservas um ou dois meses antes da viagem. Hospedam-se com frequência em hotéis confortáveis e resorts e às vezes em hotéis de luxo e butique, conferindo sempre as avaliações de outros viajantes. Já viajaram durante a pandemia para praia e serra e pretendem voltar a viajar brevemente, buscando fornecedores que os façam se sentir seguros. OS GLOBAIS São homens, acima dos 45 anos, de classe A. Fazem duas ou três viagens nacionais nos finais de semana e feriados, mas concentram suas viagens principais em destinos internacionais. Fazem de duas
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a quatro viagens internacionais por ano, com duração superior a dez dias, especialmente para América do Norte, Europa e América do Sul. Gastam entre R$ 5 mil e R$ 15 mil por viagem e costumam estar acompanhados da parceira (o). Pesquisam viagens muitas vezes por ano e estão sempre de olho em promoções. Não escolhem um fornecedor determinado e fazem suas reservas em sites. São consumidores frequentes de passeios guiados e compram os componentes da viagem separadamente. Para as passagens áreas o que importa é o preço e a facilidade de compra. Costumam ficar hospedados em hotéis econômicos. Nas futuras viagens, pretendem dar um upgrade para hotéis mais confortáveis. Ainda não viajaram durante a pandemia.
Consideram que viajar é fundamental para realizar alguns negócios e gostam desta oportunidade. Gostariam de não viajar neste período de pandemia, mas já viajaram, de carro. AS VIAJANTES DE NEGÓCIOS GLOBAIS São mulheres de 39 anos, de classe média, com posição gerencial em empresas de 100 a 500 funcionários. Fizeram de quatro a seis viagens de negócios nacionais e de duas a três viagens a trabalho internacionais nos últimos 18 meses. Permanecem de quatro a cinco dias e gastam entre R$ 5 mil e R$ 10 mil por viagem. Viajam principalmente para a América do Sul e Eu-
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SÃO OS FILHOS QUE MANDAM São mulheres, na faixa dos 40 anos, de classe C, que poupam dinheiro para fazer de duas a três viagens curtas por ano. Gastam cerca de R$ 2 mil por viagem. Fazem buscas pelo smartphone apenas quando têm uma viagem em mente e gostam de ouvir as recomendações dos amigos. Muitas vezes, já sabem para onde querem ir ou ficar. Fazem as reservas com antecedência de três meses, costumam viajar de carro e ficam em hotéis confortáveis e pousadas. Segurança e preço são fundamentais. O destino favorito é a praia e ainda não viajaram durante a pandemia.
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AS PROFISSIONAIS LIBERAIS VIAJANTES São mulheres de 35 anos, da classe C, profissionais liberais de setores de comunicação e serviços. Fizeram mais que 20 viagens de negócios nos últimos 18 meses, com duração média de dois a três dias. Possuem um valor máximo para gastar por dia e têm autonomia total para escolher os fornecedores de viagem. Não precisam prestar contas dos gastos das viagens. Solicitam as reservas para assistente/secretário(a) e também para a agência de viagens. Viajam de avião ou carro alugado e a facilidade da reserva vem em primeiro lugar. Hospedam-se em hotéis confortáveis e econômicos que escolhem pela localização e pelo preço. No destino, visitam restaurantes, fazem compras e utilizam aplicativos de transporte para se locomover.
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ropa e costumam estender as viagens de trabalho para aproveitar o destino a lazer (prática de bleisure). A empresa tem política definida e valor máximo diário, mas costumam arcar com as diferenças pessoalmente para escolher opções de sua preferência. Têm autonomia para escolher os fornecedores de viagem. Solicitam as reservas para assistente/ secretário(a) ou fazem em agências de viagens on-line. Nas viagens futuras, utilizarão mais o departamento de viagens da empresa. Fazem o pagamento com cartão corporativo e não precisam prestar contas dentro do limite diário. Viajam de avião e escolhem as passagens pelo preço, facilidade de compra e pela hora de partida do voo. Ficam hospedadas em hotéis confortáveis e estão preocupadas com a existência de protocolos e com a segurança geral. Gostam muito de viajar a trabalho e aproveitam para relaxar e conhecer o destino nos momentos livres. Ainda não viajaram durante a pandemia.
AS CORPORATIVAS ALTERNATIVAS São mulheres na faixa dos 35 anos de classe média, que atuam principalmente no setor de educação de forma autônoma. Fizeram de duas a três viagens nacionais nos últimos 18 meses. Não possuem política de viagens, mas têm um valor máximo diário definido. Têm autonomia total para escolher os fornecedores de viagens e fazem as reservas diretamente com os fornecedores ou em agências de viagens on-line. Ficam hospedadas em residências alugadas e pretendem continuar fazendo isso no futuro. Escolhem a residência pela localização, segurança percebida e pelo preço. Sentem-se muito satisfeitas com o processo de check-out, check-in, reserva e com a qualidade da estrutura. Ainda não fizeram viagens durante a pandemia.
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OS C-LEVELS Homens de 45 anos, de classe alta, proprietários ou diretores de empresas, especialmente no comércio, em companhias com mais de cinco mil funcionários. Realizaram de seis a dez viagens nacionais de negócios nos últimos 18 meses. Têm autonomia para escolher fornecedores de viagens dentro daqueles pré-selecionados pela empresa. Solicitam suas viagens para assistentes/ secretário(a). Ficam hospedados em hotéis econômicos e confortáveis e seguirão utilizando estas mesmas alternativas nas próximas viagens. Escolhem pela localização, segurança e qualidade percebida do meio de hospedagem. Consideram que viajar a trabalho é essencial em alguns casos, mas sentem saudades da família. Acreditam que muitas viagens serão substituídas por alternativas digitais. Ainda não viajaram durante a pandemia.
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8 INSIGHTS PARA A RETOMADA Baseado nas respostas da pesquisa, o TRVL LAB elaborou oito dicas para que as empresas e profissionais da indústria possam ter mais referências em suas decisões e planejamentos. O BRASILEIRO É APAIXONADO POR VIAGEM Use isso a seu favor. Brasileiros de todas as idades e faixas de renda amam viajar e reconhecem que a atividade os deixa mais feliz. Viajar é uma prioridade e a quarentena só aumentou essa necessidade de sair para relaxar, espairecer, aprender, compartilhar experiências, ver e conhecer pessoas, experimentar. Os brasileiros já estão viajando, de olho nos protocolos, mas assim que houver o controle da pandemia e o aumento da confiança, você tem de estar preparado para atender a demanda reprimida, louca para viajar, mas atenta a questões ligadas a segurança e saúde. Redesenhe seus produtos e serviços para atender às viagens regionais de curta duração e com baixa antecedência de reserva para aproveitar as características deste
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momento. Fortaleça e mantenha vínculo com a sua base de clientes, implantando uma régua de relacionamento consistente e fazendo postagens frequentes em suas redes sociais e demais canais de comunicação. Quando a confiança for plenamente estabelecida, você quer estar numa posição de privilegiada na lista de desejos e fornecedores preferenciais dos seus clientes. VALORIZAÇÃO LOCAL A tendência de valorizar a cultura, produtos e serviços locais já estava em pleno desenvolvimento pré-pandemia e ela foi acelerada pelo momento que estamos vivendo. Em um futuro próximo, as viagens serão principalmente nacionais e para destinos que sejam acessíveis de carro. Repense seu produto para atender a estas novas características. Apresente ao cliente aquilo que é único da sua região e estimule o brasileiro a conhecer novas facetas do Brasil. Não caia na falácia de que o brasileiro não viaja pelo Brasil. Somos o país com mais dependência do Turismo doméstico do
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relevantes? Aquela viagem que poderia ser uma reunião virtual, não deverá retomar, mas muitas outras continuarão acontecendo, especialmente aquelas multipropósito: visita ao cliente ou ao fornecedor, reunião com vários membros do time, workshops para situações e problemas complexos e assim por diante. Muitos negócios dependem de uma operação física e local e vão continuar estimulando o fluxo de pessoas. Então, apesar da redução do número de viagens, é possível que o tempo de permanência aumente, apresentando-se como uma oportunidade para os fornecedores especializados no segmento corporativo que souberem se adaptar às novas características. AUTONOMIA PARA ESCOLHER A maioria dos viajantes de negócios pesquisados possui autonomia total ou parcial para escolher seus fornecedores de viagens. Além disso, muitos arcam pessoalmente com as diferenças de valores para escolher opções de sua preferência. Se seu negócio é predominantemente corporativo, você está se comunicando diretamente com o cliente final? Já que é ele que faz a escolha e pode optar por você, é fundamental criar um canal de comunicação direto e estabelecer uma régua de relacionamento.
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mundo e graças às viagens dentro do Brasil estamos no Top 10 das maiores economias dessa indústria. Ou seja, o brasileiro viaja no Brasil sim (nosso share de viagens internacionais e do receptivo de estrangeiros é irrisório na conta mundial). Mas o brasileiro explora pouco o Brasil. Ele vai para a mesma praia no litoral paulista, pra mesma cidade no Nordeste ou nas regiões serranas. O momento agora é propício para que ele explore outros nichos, destinos e produtos dentro do País, produtos que ele consumia, muitas vezes, em viagens ao Exterior, como o luxo, as compras e o bem-estar. A viagem de carro também merece atenção. Estabeleça parceria com outros fornecedores para fazer a curadoria da viagem de carro, indicando opções de paradas seguras e confiáveis, além da possibilidade de combinar localidades. Reveja sua escolha de fornecedores e experiências e procure dar foco naquilo que é local, autêntico e particular da sua região. VIAGENS DE NEGÓCIOS MULTIPROPÓSITO A maioria dos pesquisados acredita que haverá uma redução no número de viagens corporativas, devido aos novos hábitos e ferramentas digitais potencializados pela pandemia, combinados com a redução de orçamento das empresas. As viagens de negócios só ocorrerão se elas foram relevantes, mas o que as torna
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PERFIS ESPECÍFICOS DO CLIENTE Parece óbvio, mas nem sempre sabemos exatamente quem são nossos clientes. Como a pesquisa do TRVL LAB apontou, há diversos perfis de clientes, que vivem a jornada de uma viagem de forma diferente. Saber como o seu cliente escolhe um destino, com que frequência ela busca viagens, o que o motiva, que canal e meio ele utiliza para comprar e o que ele valoriza, fará com que suas ações de marketing e vendas e sua entrega de produtos e serviços sejam muito mais assertivas. Tenha clareza de quem é o público-alvo do seu negócio, estabeleça uma persona para guiar as suas ações e o seu time, observe e pesquise constantemente o que está acontecendo com este público e que mudanças de comportamento e consumo estão ocorrendo. Adapte seu produto e sua estratégia sempre que necessário.
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JORNADA FACILITADA Cada vez mais brasileiros estão viajando e ficando familiarizados com as diversas opções disponíveis, seja em relação aos canais de compra, aos meios de hospedagens, aos meios de pagamento ou às opções no destino. Desenhe a jornada completa do cliente para chegar até você e como ele vive a
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experiência que você oferece. Pense na relevância e na necessidade de cada etapa. Estamos cada vez mais acostumados com o uso da tecnologia e os viajantes adotam soluções tecnológicas nas suas viagens, desde que elas façam sentido, sejam simples de usar e facilitem o processo. Desburocratize processos, introduza ferramentas inteligentes sempre que elas reduzirem o atrito, esteja presente em todos os canais e meios que seu cliente pode estar e disponibilize-se a resolver questões da viagem como um todo, não somente da etapa em que seu negócio está diretamente envolvido. PROTOCOLOS SIM Sem vacina ou com vacina, os protocolos de saúde vieram para ficar. Assim como a preocupação maior com limpeza, contato físico, processos digitais... A maioria dos pesquisados ainda não viajou durante a pandemia e está considerando as oportunidades existentes. Para que as viagens retomem, é preciso que viajantes se sintam seguros e tenham confiança de que a viagem não será mais um fator de estresse. Muitos estão buscando informação sobre protocolos e certificação higiênico-sanitárias. No contexto atual, este é o novo básico. É importante que os protocolos estejam estabelecidos, sejam aplicados e comunicados ao cliente. Seja transparente e detalhe as novas regras de conduta, as modificações nos produtos e serviços e como a equipe está preparada. Na medida que novos estudos e informações são publicadas, é importante atualizar e auditar os protocolos, mantendo-os relevantes e pertinentes. O mesmo vale para as exigências dos destinos e empresas aéreas, por exemplo. Esteja sempre atualizado.
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VIAGENS SEM RÓTULOS O número de viajantes que combinam viagens de trabalho e lazer cresce a cada ano. Na pesquisa do TRVL LAB, 35% afirmam terem estendido uma viagem de negócios nacional para aproveitar o destino a lazer e 41% afirmam o mesmo para viagens internacionais. Cada vez mais, a linha que separa negócios e lazer está mais tênue, portanto produtos corporativos devem pensar em experiências e momentos de lazer, ao mesmo tempo que destinos e empreendimentos de lazer devem oferecer alternativas e soluções para aqueles que precisarem trabalhar (por exemplo, uma boa internet, um quarto bem iluminado, serviços especiais, entre outros). A pandemia acelerou o nomadismo digital e novas necessidades devem ser atendidas pelos fornecedores de Turismo.
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BAIXE A PESQUISA COMPLETA SOBRE A JORNADA DOS VIAJANTES BRASILEIROS EM TRVL.COM.BR
ELO INVESTE EM PARCERIAS PARA ESTIMULAR O TURISMO Empresa 100% brasileira de tecnologia de pagamentos, a ELO é uma das maiores do setor no País e tem em Turismo e Entretenimento um de seus pilares. Em quatro anos a empresa investiu R$ 20 milhões em projetos em destinos pelo Brasil, como Jericoacoara (CE), Península de Maraú (BA), Morro de São Paulo (BA), Pirenópolis (GO), Praia da Pipa (RN), Brotas (SP), Porto de Galinhas (PE), Circuito Do Ouro (MG), Chapada Diamantina (BA), Vale Do Vinhedo (RS) e São Roque (SP). Durante a pandemia também criou o projeto ELO do Bem, derivado do ELO Destinos, para ajudar as comunidades dessas cidades. Para os próximos meses a ELO terá mais de 100 ofertas com parceiros, incluindo o Turismo, como a extensão de parcelamento em até 15 vezes seguros para pagamentos com cartão ELO em empresas da CVC Corp (CVC, Submarino Viagens e Experimento). Em novembro será a vez de uma campanha para as marcas B2B da CVC Corp.
EM NÚMEROS + 132 MILHÕES
DE CARTÕES EMITIDOS
+ 10 MILHÕES
DE ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS
200 PAÍSES
(ACEITAÇÃO INTERNACIONAL)
+ 3,5 BILHÕES
DE TRANSAÇÕES REALIZADAS (2019)
+ R$ 223 BILHÕES EM VOLUME TRANSACIONADO (2019)
+ 30 EMISSORES PARCEIROS BANCOS, VAREJISTAS E FINTECHS
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LIVE DEBATE PESQUISA DO TRVL LAB
Artur Luiz Andrade, Marcelo Marques, Carolina Sass de Haro, Renata Esteves e Sabrina Salgado
A pesquisa A Jornada dos Viajantes Brasileiros – Insights para o Turismo foi lançada oficialmente na LIVE PANROTAS – Retomada das Viagens, da quinta-feira, 22 de outubro, com a participação de Carolina Sass de Haro, da TRVL LAB e MAPIE, Marcelo Marques, da ELO, Sabrina Salgado, da LATAM, e Renata Esteves, da CVC CORP. O programa pode ser assistido na íntegra no Portal ou Facebook PANROTAS, e ainda em nosso canal no Youtube. A pesquisa completa pode ser baixada, de graça, no www.trvl.com.br. O diretor de Desenvolvimento de Negócios da Elo, Marcelo Marques, divulgou dados sobre a retomada dos gastos com viagens e entretenimento, depois de meses de quedas de mais 80% (casos de abril e maio). Abril apresentou a pior queda do faturamento do setor T&E (Turismo e Entretenimento) em relação ao período pré-covid: -83% no crédito e -73% no débito. Passados cinco meses, em setembro esses números apresentaram melhoras, mesmo que ainda em um cenário de faturamento inferior. A queda foi de 40% no crédito e 16% no débito. Destaque para aluguel de veículos, que cresceu 5% em setembro. Segundo dados da ELO, companhias aéreas e agências de viagens seguem sendo as que mais sofrem: ainda estão com queda de 50% em setembro em relação ao período pré-covid. Já a hotelaria vem apresentando ótima recuperação e no último mês melhorou 21 pontos,
chegando a uma diminuição de apenas 15% em setembro. “Estamos ainda com faturamento abaixo do período pré-covid, mas com uma evolução positiva acentuada nos últimos meses”, diz Marques. Em uma dica relevante para o mercado, Marcelo Marques destacou a importância da autonomia (para o viajante) também nos meios de pagamento. “Não temos movimentos fortes de retomada das viagens corporativas neste momento. Mas com a pandemia, todo mundo está tendo que se reinventar, mesmo as viagens B2B. Nessa linha, a questão do pagamento é super importante na jornada do cliente, que, muitas vezes, acaba tendo problema no check-out e não consegue finalizar o pagamento. Se eu posso dar uma dica é: cuidado com o check-out e ofereça todas as opções de pagamento para o seu cliente”, afirmou na live. A ELO promete diversas ações para incentivar o Turismo nesse momento, como a já lançada com a CVC Corp, estendendo o parcelamento em até 15 vezes nas vendas B2C. “Para o B2B da CVC Corp, as ações serão lançadas em novembro, e posso adiantar que estão bem bacana”, disse. CONHECIMENTO “Estamos muito contentes com a pesquisa. Essa parceria com a ELO foi muito importante para termos toda essa abrangência e conseguirmos traçar alguns perfis de viajantes. Cada um desses perfis tem característi-
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cas importantes para o negócio. Por isso, é importante ter dados e fatos para entender a melhor forma de atender às necessidades de cada cliente”, explicou, durante a live, Carolina Sass de Haro, do TRVL LAB, ressaltando a importância do mercado investir em conhecimento, pesquisas e dados que orientem a retomada. A diretora de Marketing B2B da CVC Corp, Renata Esteves, disse que os resultados apontados pela pesquisa do TRVL LAB estão alinhados com o que a empresa tem visto nas vendas e no comportamento dos clientes. Ela destacou que as pessoas estão aproveitando as promoções e a possibilidade de remarcar suas passagens e hospedagens. “Temos notado que elas estão comprando suas viagens com bastante antecedência, com uma média de 90 dias para internacionais e 38 dias para nacionais. O tempo de permanência em viagens no Exterior também aumentou, com uma média de 20 dias, devido principalmente à restrição de circulação nos 14 primeiros dias. Então a pesquisa realmente reflete essa realidade que temos na CVC Corp”, confirmou. Para se adaptar ao novo cenário, a CVC Corp aumentou seu portfólio de produtos, unificou o atendimento e as equipes das quatro marcas B2B (RexturAdvance, Esferatur, Visual e Trend), acelerou o processo de digitalização e está investindo em uma relação próxima aos clientes em toda a jornada da viagem. O B2B da CVC Corp também tem apostado em sites de informação para que o agente de viagens passe a seus clientes e também em facilidades e novas funcionalidades para que todo o processo de pesquisa e reservas seja mais rápido e fácil, além de 100% on-line.
menos conhecidos, têm crescido na Latam. Segundo ela, as buscas em geral no site da companhia estão 26% menores, mas para o Nordeste a queda em relação a 2019 é de apenas 6%, sendo que esses destinos secundários apresentam crescimento. Muitos deles podem ser atingidos via codeshare com a Azul. “Lançamos mais de três mil voos para a alta temporada e na semana seguinte as vendas cresceram 18%”, revelou, otimista com a retomada. “Até o final do ano chegamos em 60% a 70% de retomada no doméstico”, adiantou ela.n
LATAM Em meio a novas tendências, Sabrina Salgado, da Latam, destaca o papel do agente de viagens em todas as etapas da jornada do viajante. “O papel do agente de Turismo é fundamental e vai sempre ser. Indiscutivelmente, vocês são cada vez mais importantes e são pilares fundamentais para fazer esse movimento de retomada acontecer”, destacou a gerente da Latam, prometendo para daqui a 40 dias o lançamento de um novo produto que vai unificar toda a jornada do cliente da aérea em um só local, da reserva ao check-in e controle de bagagem. Sabrina Salgado também revelou que as buscas por destinos, mesmo de praias, 32
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