PANROTAS 1.449

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Edição nº 1.449 - Ano 28 | 18 a 24 de novembro | www.panrotas.com.br

R$ 11,00

Foto: Jei Heydt/Festuris

Festuris prova que é possível retornar aos eventos e encontros presenciais


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PANROTAS — 29 de julho a 4 de agosto de 2020


29 de julho a 4 de agosto de 2020 — PANROTAS

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ÍNDICE

nº 1.448 | 18 a 24 de novembro de 2020 | www.panrotas.com.br

Página 05

Editorial - Momento exige pontualidade e assertividade

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Check-in - As principais notícias do Portal PANROTAS

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Festuris - Feira foi a grande referência dos eventos em 2020

Página 16

Gramado Parks: retomada da Serra Gaúcha ao Brasil

Página 19

Retomada internacional - operadoras e aéreas fazem suas apostas para 2021

Página 26

MTur - Plano Nacional de Retomada do Turismo é lançado

Página 31

Fohb e HotelInvest - Raio-X da recuperação hoteleira no Brasil

PRESIDENTE

José Guillermo Condomí Alcorta GESTÃO

José Guilherme Condomí Alcorta

TECNOLOGIA Ricardo Jun Iti Tsugawa

EDITORIAL

Artur Luiz Andrade

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Editorial

TEMPO PERDIDO Em uma crise dessa magnitude, com tamanhas incertezas e direções inesperadas, perder tempo, oportunidades e o timing para fazer a coisa certa (ou a que acreditamos ser certa, pois se trata de terreno desconhecido) será ainda mais desastroso que a própria pandemia. Pois sabemos que ela vai passar ou ser controlada, e o que fizemos durante a crise é o que vai determinar a velocidade e forma de nossa recuperação nos anos que virão. O Ministério do Turismo, ajudado, apoiado e pressionado pelas associações do setor, conseguiu nos seis primeiros meses da crise colocar na rua medidas, ações e projetos essenciais para resguardar as empresas e profissionais da indústria. Sim, houve demissões e fechamento de empresas. Sim, o controle da pandemia não foi dos melhores exemplos mundiais. Sim, o impacto foi profundo e doloroso. Mas todos se mobilizaram para seguir adiante, para que a indústria estivesse posicionada e estruturada na hora de retomar. A hora que para alguns já chegou e para outros se aproxima. Com apoio de 32 entidades, o MTur lançou o Plano Nacional de Retomada do Turismo, ainda sem muitos detalhes (verba, como serão ações, contrapartida dos setores), mas com prazo de 31 de julho para mostrar seus efeitos práticos. Porém, infelizmente já dissemos aqui que um ministério só não faz verão e o setor aguarda por medidas de recuperação e incentivos para voltar a empregar, gerar receita e desenvolvimento. Uma pena que nas manchetes de portais e jornais, nas redes sociais, na ocasião do lançamento do plano, não se tenha falado em Turismo, às vésperas da alta temporada de verão, que será um divisor de águas nessa crise, para o bem e/ou para o mal. O presidente Jair Bolsonaro conseguiu desviar o foco do evento com suas declarações sobre a relação com os Estados Unidos ou o combate à covid-19. Enquanto isso, o Turismo e o País não podem perder tempo, pois cada dia ou semana esperando pela redução do imposto sobre remessas, pela volta dos cruzeiros ou pelas ações de recuperação irá dificultar, daqui a alguns meses, nossa trajetória na retomada. Acreditamos que estamos no caminho certo, temos as ferramentas e as pessoas, a articulação política e a expertise técnica, mas a máquina ainda é travada. A pandemia seria uma ótima oportunidade para destravar e desburocratizar, como foi prometido ainda na campanha do atual governo. Será que dá para acelerarmos o passo? Ou o verão de viagens pelo Brasil será ele também cortina de fumaça para nosso futuro? Artur Luiz Andrade Editor-chefe e Chief Communication Officer da PANROTAS artur@panrotas.com.br

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Check-in

As notícias da semana

+Lidas da semana Portal PANROTAS Toque na imagem e leia a notícia completa

Família Akagawa deixa a Tunibra

Uma das agências de viagens mais antigas do Brasil, com 71 anos de atividades, a Tunibra deixa de ter o comando da família que fundou a empresa, os Akagawa. Ricard Akagawa e seus filhos deixaram a Tunibra para seus colaboradores mais antigos e vão seguir a trajetória profissional em outros segmentos.

1 - Argentina: exigências e orientações para visitar o país 2 - Família Akagawa sai da Tunibra e repassa empresa a colaboradores 3 - Chile prepara protocolo para entrada de turistas estrangeiros 4 - Four Seasons deixa operação de hotel na capital paulista 5 - Joe Biden tem de dar resposta rápida para retomada do Turismo nos EUA 6 - Argentina liberada: veja algumas regras desta primeira etapa 7 - Hotel Botanique (SP) será primeiro Six Senses do Brasil 8 - Festuris prova que é possível e seguro realizar uma feira; veja fotos

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Trimestre melhor

A Despegar/Decolar melhorou no terceiro trimestre em relação aos trimestres anteriores, mas as vendas ainda estão 86% abaixo de 2019. A maior OTA do mercado brasileiro evoluiu principalmente por conta do doméstico no País e no México.

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9 - Daniela Bertoldo já realiza encontros e integrações na CVC 10 - Espanha exigirá teste PCR negativo de turistas internacionais Fonte: Portal PANROTAS


África do Sul e Cuba reabertas

Mais dois países estão reabertos para visitantes internacionais, incluindo brasileiros. África do Sul: veja as regras Toque nos links ao lado e leia a notícia completa

Cuba: veja as regras

Seguro contra covid

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A Azul fechou uma parceria com a Assist Card para cobertura de até US$ 150 mil para todo passageiro voando com a empresa para Europa e Estados Unidos ou de lá para cá, até 31 de janeiro e com compras efetuadas a partir de 11 de novembro.

Interlagos

A Fórmula 1, que este ano não acontece no Brasil devido à pandemia, vai ficar em São Paulo por mais cinco anos. É o que garante o governador do Estado, João Doria. Toque na imagem e leia a notícia completa

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Elo, Esferatur e RexturAdvance

As consolidadoras da CVC Corp e a bandeira de cartões estão dando bônus aos agentes de viagens. Toque na imagem e leia a notícia completa

+Lidas da semana PANCORP 1 - Argentina: exigências e orientações para visitar o país 2 - Chile prepara protocolo para entrada de turistas estrangeiros 3 - Dados Elo: locação e hotelaria se destacam na retomada do Turismo 4 - L!ke é nova marca do Grupo Arbo para viagens de incentivo e eventos 5 - Confira os hotéis que já reabriram em Buenos Aires

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De volta ao Rio, com novidades

A Aerolíneas Argentinas reestreou no Rio de Janeiro e em sua chegada anunciou o aumento da oferta no Brasil, que inclui a volta a Salvador.

Toque e leia a notícia completa

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Isso porque a Argentina está reaberta para brasileiros, e você confere as regras da reabertura no Portal PANROTAS.

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6 - Academia de Viagens e SAP Concur lançam material para viagens 7 - Interior do RJ lidera ocupação hoteleira do País. Veja ranking 8 - Smiles lança parceria com a NCL e amplia acordo com a Localiza 9 - Lufthansa Group terá 12 voos semanais no Brasil em dezembro 10 - Quickly Travel reforça equipe de Vendas com duas contratações Fonte: Portal PANROTAS


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PANROTAS — 21 a 27 de outubro de 2020


Entra um e sai outro A rede Four Seasons deixa de administrar seu hotel em São Paulo, mas no mesmo dia a Six Senses anunciou sua chegada ao interior do Estado. Leia sobre o Four Seasons Toque na imagem e leia a notícia completa

Leia sobre o Six Senses

Daniela Bertoldo se apresenta Toque na imagem e veja o vídeo completo

Nova diretora executiva das marcas B2C da CVC Corp (CVC Operadora e Experimento), Daniela Bertoldo se apresentou à companhia e gravou vídeo exclusivo para a PANROTAS

Nova empresa do Grupo Arbo

O Grupo Arbo, de Arnaldo Franken, inaugurou a L!ke, focada em viagens de incentivo e eventos corporativos, e que terá o comando de Grace Cauzo, ex-Queensberry. Toque na imagem e leia a notícia completa

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Eventos

Rodrigo Vieira

VOLTANDO A SORRIR

Eduardo Zorzanello

O Festuris 2020 é protagonista na pandemia. A realização de um evento para mais de cinco mil participantes em meio a um período tão crítico já é uma prova de que com coordenação público-privada e esforço de absolutamente todos os envolvidos, é possível dar respostas efetivas a uma crise sem precedentes na indústria de Turismo global. Esse é o balanço do organizador do evento, Eduardo Zorzanello, CEO da Rossi e Zorzanello. Tendo em vista todas as dificuldades enfrentadas para colocar em ação esta que é uma das principais feiras do Turismo nacional, a simples realização do Festuris 2020 já é um legado, em sua visão. "Mostramos para toda cadeia produtiva do setor que deu certo. É possível fazer um evento presencial desde que haja colaboração e esforços de todos. Conseguimos provar que é possível se reunir, respeitar protocolos e ter os resultados de um bom evento. Eventos não são meros detalhes, são cruciais para os negócios das empresas, e nada substitui o contato físico", afirma Zorzanello. Quem fez a diferença, e Zorzanello agradece, foi o governo do Rio Grande do Sul, por meio de sua Secretaria de Turismo e Comitê de Crise, além dos órgãos municipais de Gramado (RS), cidade-sede "que conseguiu ratificar o decreto estadual para poder cumprir as exigências".

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Higienização feita antes do evento começar

Marta Rossi

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Mas claro que o apoio público não seria suficiente se não fosse o engajamento dos expositores. "Eles acreditaram no evento, aceitaram o desafio, sabiam da importância de sair de suas cidades para um ato como este, que movimenta o mercado, produz e enriquece negócios", afirma. "O cenário era todo de incerteza, e muitos expositores adiaram a participação para 2021, por diversos motivos, que chegam até a questões legais com suas empresas e governos. O importante é que a maioria dos presentes gostou e revelou surpresa com um evento tão bom e qualificado dadas as circunstâncias da pandemia", completa Zorzanello. O CEO do evento aponta que no ano passado, o Festuris reuniu 11 mil inscritos em Gramado, pouco mais do dobro dos cinco mil deste ano. Se em 2019 foram 300 estandes, neste ano pouco menos de 140 ocuparam o Serra Park. Tamanho não foi documento, entretanto. Para controlar o fluxo de profissionais no pavilhão, a feira realizou reuniões pré-agendadas, uma novidade que muito provavelmente veio para ficar. Mais de seis mil encontros individuais foram realizados. "Muitos me relataram a produção de excelentes negócios a partir destas reuniões. Todos cumpriram suas reuniões e os protocolos básicos. Foi uma ótima medida para descentralizar o movimento e asse-


gurar que os expositores encontrariam os seus principais compradores e viceversa." Outra lição deixada pela pandemia é que estandes ostentosos e entregas de brinde não são sinônimos de negócios bem feitos. “Pela redução no orçamento, as empresas optaram por espaços mais simples, o que deixou a feira mais bonita e mais bem distribuída. Levantamos a questão: será que realmente é preciso ter uma entrega massiva de brindes e panfletos para sermos efetivos nas tratativas durante uma feira?”, pondera Eduardo Zorzanello. Um novo Festuris pode ter sido lançado devido às circunstâncias, um evento com menos atividades paralelas e mais concentrado em um só local. “Com tudo centralizado no Serra Park, a edição deste ano foi mais organizada. As pessoas já estavam no local de manhã para assistir às palestras. É claro que happy hours são legais e importantes, abraçar os amigos e colegas de mercado é importante e nós gostamos disso, estávamos acostumados e sentimos saudade, mas por outro lado conseguimos provar que é possível se reunir, respeitar protocolos e ter resultados, ter um bom evento. Serve de exemplo ao Festival das Cataratas, que acontecerá em dezembro, pode servir para a WTM Latin America e por que não, para hotéis, órgãos públicos, receptivos”, aponta Zorzanello. Precisa ser mais claro? Ele é: “depois da nossa experiência, o recado é: se puderem não deixem de fazer o Fórum PANROTAS, não deixem de fazer WTM, Abav, fóruns regionais, salões de Turismo. Restrinjam, mas não anulem os eventos. É importante que aconteça o movimento e que o Turismo tenha continuidade dessas ações. As pessoas precisam voltar a se reencontrar, pois isso anima o mercado. O digital ainda não vai conseguir substituir o presencial nesses momentos únicos e exclusivos que são os eventos. Pode ser que no futuro algumas viagens realmente sejam evitadas por conta de plataformas digitais como Zoom, mas no momento em que precisamos reunir mais pessoas e gerar encontros, o virtual não é capaz de entregar o que o físico é.”

TENDÊNCIAS NA RETOMADA DO TURISMO A maior parte dos estudos no Brasil e no mundo apontam para viagens regionais, domésticas e rodoviárias como tendências para a retomada das viagens e consequentemente reaquecimento das empresas da indústria. No Festuris, esta máxima também foi verdadeira. Nordeste, Serra Gaúcha, Foz do Iguaçu e pequenas cidades do interior do Sudeste estão em voga. “Existe uma tendência cada vez mais forte por um Turismo especializado por parte dos operadores e agentes. Dar a consultoria certa para o cliente certo. É isso que o cliente busca em uma agência de viagens hoje”, indica o CEO do Festuris, Eduardo Zorzanello. “Em linha com isso e entendendo o contexto da retomada pós-pandemia, expositores e compradores demonstraram estar intensificando a busca por viagens de bem-estar e natureza, que é o caminho da retomada. A maioria encheu sua prateleira e tomou maior conhecimento de viagens de experiência, espiritual, agroturismo, ecoturismo, entre outros ramos.” O prato cheio do Festuris foi, portanto, a regionalização. “O brasileiro quer descobrir e redescobrir seu próprio País depois da chegada da pandemia. Quer ar livre, agroturismo, comer o que vem da fonte. Experimentar produtos locais. Então, por mais que as viagens internacionais voltem depois da chegada da vacina, este é um momento crucial para que o governo invista em infraestrutura para o brasileiro aproveitar as belezas que o País tem. Segurança e condições de acessibilidade, estrutura e conforto são o mínimo.”

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FOTOS DO EVENTO Roberta Werner, do Rio Convention & Visitors Bureau

Tecnologia desde o registro na entrada do evento

José Guilherme Alcorta, da PANROTAS, e Eduardo Murad, da Alagev Time da Coris: Reno Junior, Erika Alonso, Rogerio Amaro, Carlos Giubine, Wagner Figueiredo, Claudia Brito e Marcelo Galbe

Rosangela Potter, da Prefeitura de Gramado, e Rafael Carniel

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Time da GJP Hotels & Resorts, comemorando 15 anos na Serra Gaúcha


Movimentação do estande do Rio de Janeiro

Espaço Wedding

Rosana Caporal e Jacqueline Ledo, da Copa Airlines

Time da Brocker Turismo, que levou os operadores para conhecer um novo passeio de ecoturismo na região da Cachoeira do Caracol, em Canela

Estela Farina (NCL) e Kellen Masuchette

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Destinos Artur Luiz Andrade

APOSTA NA RETOMADA

A Serra Gaúcha é um dos destinos que apostaram mais precocemente na reabertura do Turismo (com responsabilidade) e vem colhendo frutos, como vimos no Festuris e na boa ocupação da hotelaria local. Empresa 100% gramadense, a Gramado Parks, que tem resorts e parques em seu portfólio, também vê os resultados. O parque mais conhecido do grupo atualmente, o Snowland, de 2013, foi reaberto em julho, depois de meses fechados por causa da pandemia, e segundo o vice-presidente de Entretenimento do grupo, Paulo Mentone, já ultrapassou a visitação de 2019 nos meses de setembro e outubro. O parque, que recebe cerca de 30 mil visitantes por mês, já está abrindo diariamente, menos às quartas-feiras, dia de folga dos colaboradores e manutenção. “Principalmente com o público regional, mas já esta-

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mos percebendo também os turistas de outras partes do Brasil. A previsão para a alta temporada é muito boa. Gramado é um destino que agiu com rapidez e seriedade nos protocolos e mostra que o Turismo responsável é possível”, disse ele à PANROTAS. Segundo Mentone, as reservas são feitas pelo site (inclusive para agências e operadoras) e há um gerenciamento do fluxo de clientes em cada área. Os visitantes têm se sentido seguros, com a higienização e as normas adotadas, e segundo Mentone, mesmo depois da pandemia essas medidas vão continuar. No parque, é preciso usar roupas da Gramado Parks para circular nas atrações, devido à baixa temperatura. Agora, essas roupas passam por todo um processo de higienização, o que dá ainda mais segurança ao cliente. Todas as atrações estão abertas, mudando


apenas a quantidade de gente permitida ao mesmo tempo. Depois do Snowland, a Gramado Parks inaugurou, em 2019, a Rio Star, roda-gigante no Rio de Janeiro. De acordo com Mentone, outras cinco rodas-gigantes serão abertas pelo País, com a segunda, em Foz do Iguaçu, já anunciada e com previsão de lançamento da pedra fundamental ainda em dezembro. Na roda-gigante do Rio, cada família ou grupo de amigos vai em uma gôndola sem a presença de outras pessoas de fora daquela bolha. Também em Foz está sendo construído o primeiro hotel fora de Gramado, o Aquan Prime, com previsão de 300 apartamentos na primeira fase. Há cerca de três semanas, a Gramado Parks também anunciou a abertura de um resort e um parque aquático, o Acquaventura, na Praia de Carneiros, em Pernambuco. A Gramado Parks, portanto, está levando a hospitalidade e o know-how de entretenimento da Serra Gaúcha para todo o Brasil. EM GRAMADO A cidade onde tudo nasceu continua sendo foco de investimentos e ainda este ano dois hotéis serão abertos, o Gramado Exclusive, com cerca de 200 apartamentos, e o Bela Vista, com outros 200. Com isso o grupo vai somar 800 apartamentos na região, incluindo o Gramado Termas Resort & Spa, com 400 quartos, aberto em 2018. Ainda em 2021, em abril, será aberto um parque aquático termal indoor, tematizado com a fauna e a flora da Serra Gaúcha, e ao lado do Snowland e do Termas Resort. O investimento será de R$ 80 milhões no parque aquático, que poderá ser usado o ano todo, por ser completamente fechado, como o Snowland, que proporciona a experiência oposta à água termal, com neve de verdade. Também no próximo ano, o Gramado Buona Vitta celebrará a cultura italiana em mais um resort do grupo. “Vimos a pandemia com muita gravidade, mas decidimos acelerar os investimentos

Paulo Mentone

e preparar a equipe para a retomada. Não demitimos ninguém e estaremos mais fortes e bem posicionados quando a pandemia acabar. Vemos hoje uma equipe muito engajada e motivada e clientes satisfeitos e se sentindo seguros”, afirma Mentone, que tem passagens por empresas como Dimensão, Rio Quente e Beach Park. Para ele o empreendedorismo e a seriedade da Gramado Parks durante a pandemia farão o grupo sair da crise com um posicionamento privilegiado na área de entretenimento e hospitalidade. “Temos os dois principais componentes da viagem, a hospedagem e as atrações. Vamos ter uma alta temporada muito boa, apostando no Turismo responsável”, finaliza. Saiba mais em https://www.snowland.com.br/ingressos/b2b/ e https://www.gramadoparks.com.br/. n

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PARQUES SENTEM AQUECIMENTO A Gramado Parks é uma das forças do segmento de parques temáticos e aquáticos e seus resultados são comprovados pelo presidente do Sindepat (Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas), Murilo Pascoal, que falou à Revista PANROTAS sobre a retomada do setor e a expectativa para a alta temporada. Segundo ele, no geral o retorno dos turistas aos parques temáticos, aquáticos e atrações está melhor que o esperado. Prova disso é que o Beach Park, que Pascoal também comanda, já reabriu seus quatro resorts e está com o parque aquático somente com um dia a menos do que o pré-pandemia. O executivo conta que há regiões melhores que outras, especialmente a do Sul do Brasil (ele cita o Beto Carrero World, Unipraias e as atrações de Gramado), com o retorno está ocorrendo, primeiramente com turistas regionais e já com sinais pontuais dos visitantes nacionais. “O importante é que há uma evolução. As atrações do Rio, como o AquaRio e o Bondinho do Pão de Açúcar também fizeram um ótimo trabalho e a perspectiva para o verão é excelente. Para os parques aquáticos é a alta estação, que promete ser muito boa”, analisa. A expectativa é chegar a dezembro, início da alta temporada, com 80% do movimento de an-

tes da pandemia. Murilo também comentou as novas aberturas de parques aquáticos anunciadas recentemente, como por exemplo na Paraíba e Pernambuco: “Já no nosso summit, realizado em agosto de 2019, o Brasil se apresentava como tendência nessa indústria. Éramos a bola da vez. E a pandemia não diminuiu isso. Os projetos continuaram e estão saindo do papel, a crise pode sim afetar um pouco, mas o cenário para o setor é positivo. Basta lembrar que a isenção de impostos começou em janeiro e o setor de parques vai crescer sim no País”. E ele inclui nessa tendência os parques indoors, como o anunciado pela Rede Globo recentemente em São Paulo. Durante a pandemia, os parques também perceberam um crescimento na venda via agências de viagens. “Há uma grande oportunidade para as agências, que podem mostrar aos viajantes produtos e experiências no Brasil que talvez eles ainda não conheçam. Nossos parques aquáticos e temáticos e atrações são bem diversificados, por todo o Brasil e estão preparados, com segurança e protocolos rígidos, para essa retomada no verão”, finaliza o presidente do Sindepat.n

Murilo Pascoal

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Retomada das Viagens Rodrigo Vieira

PERSPECTIVAS PARA O INTERNACIONAL Gradualmente, como toda recuperação nesta retomada, os voos do Brasil ao Exterior começam a ficar mais cheios. O consumidor sente cada vez mais o desejo, que virou necessidade, de viajar e busca informações a respeito de biossegurança e protocolos. Na aviação, ele encontra sobre os já famosos filtros Hepa, que renovam o ar das cabines em praticamente 100% em poucos minutos, mas também ouve os relatos de que é raro encontrar algum outro passageiro que não esteja cumprindo o que é recomendado pelas autoridades e empresas. O viajante também não está embarcando sem pesquisar cada detalhe sobre os protocolos de seus hotéis, receptivos e os próprios destinos aos quais estão voando. Uso de máscara, higienização constante das mãos e evitar aglomerações é o mínimo. No fim, ninguém melhor para transmitir essa confiança do que o agente de viagens. Na Live PANROTAS - Retomada das Viagens da última semana, companhias aéreas e operadores focados em destinos internacionais se colocaram à disposição dos agentes de viagens e deixaram clara esta mensagem de que comunicação é tudo neste momento. Diálogo constante com todos os fornecedores, pois quando se trata de um vírus novo e de fácil transmissão, as notícias podem mudar em questão de um dia. Outro recado, este mais amplo, é pela

Thiago Cuencas, da Viagens & Cia

Diógenes Toloni, da Aviareps

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unificação de protocolos. A voracidade por informação do passageiro só é preenchida quando ele se sente seguro, quando o aeroporto segue os mesmos padrões da companhia aérea, quando o hotel demonstra de maneira transparente o que está fazendo para combater o contágio, se o receptivo higienizou ou não os principais pontos de contato do veículo. Esferas pública e privada atentas ao que de fato funciona, pois os protocolos estão postos. Participaram da live o diretor da Viagens & Cia, Thiago Cuencas; o diretor da Interpoint e VP da Braztoa, Frederico Levy; o head de Aviação da Aviareps, Diógenes Toloni; e o diretor comercial da Latam Brasil, Diogo Elias. No encerramento eles fizeram suas apostas de por onde começar a vender o internacional para 2021. POR ONDE COMEÇAR EM 2021? Tal como no doméstico, natureza experiências autênticas, reconexão e atividades ao ar livre voltam a ser mencionados como as principais tendências na retomada do internacional. Praias, parques naturais e montanhas devem ser as principais apostas dos agentes de viagens em vendas para fora do Brasil. "Estamos há muito tempo afastados das praias, do pôr do sol, do luar, do ar puro, e isso vai ser determinante para a decisão dos consumidores ao comprar viagens, independentemente do perfil e da faixa etária", aponta Diógenes Toloni. "Natureza é o grande negócio, não apenas pela segurança de estar ao ar livre, mas pela necessidade do ser humano de se reconectar com ele mesmo. Praticamente todos estamos com a liberdade cerceada, vai chegar o momento de nos libertarmos, e aí é bem mais provável que os destinos de natureza sejam prioridade em detrimento dos centros urbanos", completa Thiago Cuencas.

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Diogo Elias, da Latam Brasil

Frederico Levy, da Interpoint


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ARGENTINA, PERU, CHILE E COLÔMBIA Além da vasta oferta de natureza do continente, dos desertos às montanhas, das praias às florestas, dos salares aos rios, a segurança de estar "próximo de casa" vai pesar na decisão do brasileiro ao escolher viagens internacionais para 2021. "A diversidade de natureza do continente permite viagens de esqui, de aventura, ecoturismo e há ofertas para todos os bolsos na região. Além disso, os voos saindo do Brasil aos vizinhos são mais baratos, oferecem boas conexões e não há necessidade de vistos. Isso sem contar a sensação de estar perto de casa em situação de emergência", indica Frederico Levy. Sua operadora é uma das referências nacionais em venda de esqui, e ele acrescenta Patagônia e as montanhas argentinas e chilenas para a prática dos esportes de neve no inverno do próximo ano. A imensidão dos salares da Bolívia e seus hotéis de sal também são mencionadas por Diógenes Toloni como produto com potencial para 2021: ar livre, natureza, longe das grandes cidades. Ele também cita, claro, a Argentina.

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Diretor comercial da Latam Brasil, Diogo Elias reforça a aposta. Um dia depois de a Argentina abrir suas fronteiras para visitantes brasileiros, a companhia aérea já colocou voos ligando os dois países, e a resposta do consumidor foi imediata. Ele garante que isso acontecerá com os outros países sul-americanos, que estão com alta demanda represada. Países como Peru e Chile já anunciaram a formatação de seus protocolos e regras para entrada de estrangeiros, mas por ora não oficializaram. Por ora os voos da Latam a esses países são de repatriação. A Colômbia, que já abriu suas fronteiras e nem exige mais o teste PCR negativo a brasileiros, será um dos próximos países a serem anunciados pela Latam, afirma Elias (veja no box a seguir).


ÁFRICA DO SUL

A Latam também pretende voltar com o voo direto para Joanesburgo, uma vez que as fronteiras da África do Sul foram abertas e a companhia não enfrenta mais concorrência no serviço desde a despedida da SAA do País. Outra possibilidade de conhecer o país da Cidade do Cabo, de safáris e Nelson Mandela é por meio da Ethiopian, que serve por meio de seu hub em Adis Abeba. "A Ethiopian não parou em nada na pandemia. Reduzimos frequências de cinco para duas semanais no Brasil, mas não paramos. Fizemos mix de passageiro com cargas que equilibrou as operações. A companhia vem a calhar neste momento

de busca pela natureza, pois serve destinos exóticos na África, além de opções como destinos já abertos no Oriente Médio e os também liberados Istambul, Beirute, entre outros", afirma Toloni, cuja empresa representa comercialmente a Ethiopian no Brasil. Por falar em África do Sul, está aí uma das maiores apostas de Thiago Cuencas, da Viagens & Cia. "Além da oferta de destinos exóticos, de natureza, safáris e praias, a África do Sul teve uma desvalorização muito forte na moeda, o que é um fator determinante para um viajante de curto prazo. Com euro e dólar altos, a África do Sul será uma escolha extremamente conveniente", sugere.

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PARADISÍACOS: MALDIVAS E POLINÉSIA FRANCESA Seguindo o mesmo critério de ecoturismo como polo principal, o diretor da operadora de luxo também menciona destinos como as Maldivas e a Polinésia Francesa como opção. "Aliás, destinos de praias paradisíacas como um todo. Reforço o caráter de experiências e reconexão que esses lugares têm."

LATAM Admitido como diretor comercial da Latam Brasil em meio à pandemia, Diogo Elias garantiu que a companhia monitora com alta frequência as possibilidades de voltar a colocar aeronaves no ar conforme os destinos internacionais se abrem. A previsão da companhia é de, em dezembro de 2020, voar 61% do que voava no último mês de 2019, mas o internacional, devido ao fechamento de fronteiras, dilui este volume. Se o recorte fosse só doméstico, certamente a Latam já estaria mais perto dos índices apresentados em dezembro do ano passado. O próximo anúncio para além das fronteiras brasileiras deve ser a Colômbia. "Devemos voltar muito em breve a voar para Bogotá", afirma o diretor. "A ideia é servir os destinos que começam a reabrir, como foi com a Argentina. Buenos Aires é hoje o destino internacional mais procurado na Latam nos canais direto e indireto. O câmbio argentino está favorável, ainda mais com a alta do euro e do dólar. Devemos aumentar a frequência para a Argentina na alta temporada de verão, a partir de dezembro." A Cidade do México é outro destino em voga

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na Latam Brasil, principalmente depois do codeshare firmado com a Aeromexico. "Isso porque a capital mexicana não é necessariamente um destino de lazer, e a nossa nova parceira ajuda a preencher melhor as demandas do viajante de férias, principalmente conectando com Cancun", explica Diogo Elias. "Depois de Buenos Aires, a Cidade do México vem tendo a maior crescente nas procuras." Se o critério de abertura continuar sendo seguido, Joanesburgo também pode estar próximo de ter a ligação da Latam retomada com São Paulo. A África do Sul liberou suas fronteiras para visitantes internacionais. Não é o caso de Barcelona, Milão e Tel Aviv, destinos em que a Latam operava prépandemia, mas seguem restritos. Seguindo a tendência de que as viagens serão mais próximas e rumo a destinos de natureza nos próximos meses, a Latam aguarda a liberação oficial de países como Chile e Peru, que já sinalizaram retorno, mas ainda não bateram o martelo. "Mais do que destinos finais, esses são hubs importantes para nós, o que aumenta a importância de oferecermos mais voos com o Brasil."


RELAÇÕES TRANSPARENTES Comunique-se plenamente com seus fornecedores e agentes de viagens. O que pode parecer, e muitas vezes é, algo simples, é essencial para que a retomada das viagens seja cristalina. "Os brasileiros querem viajar, mas com segurança. Querem comprar com confiança. Ninguém quer voar com uma companhia aérea que não tenha padrão em protocolos", afirma Thiago Cuen-

cas, da Viagens & Cia. "O agente precisa deixar claro para o cliente que tudo o que se fala hoje pode ser diferente amanhã. Neste aspecto, a parceria de toda cadeia produtiva é fundamental, pois o Código de Defesa do Consumidor no Brasil prevalece e deixa a operadora como o último elo do Turismo. Precisamos estar em perfeita sintonia com os agentes e viajantes", acrescente Fred Levy, da Interpoint. n

C L I Q U E AQ U I

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Economia e Política Juliana Monaco

PLANO NACIONAL DE RETOMADA DO TURISMO

Na última terça-feira (10), o Ministério do Turismo lançou oficialmente o Plano Nacional de Retomada do Turismo, durante cerimônia realizada no Palácio do Planalto, em Brasília. O foco das ações para a retomada é o Turismo nacional, responsável (para empresas e turistas) e descentralizado, oferecendo oportunidades a destinos de todo o País. Segundo o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, desde o primeiro momento o Ministério do Turismo focou na agenda econômica, em uma série de medidas provisórias para ajudar e amparar o setor e em iniciativas como o selo Turismo Responsável, para 15 segmentos da indústria. “Esse governo está realizando coisas concretas. Vamos nos recuperar com mais força, pois nada se compara ao nosso País no potencial de crescimento turístico. O futuro chegou e é agora”, afirmou, referindo-se à força do mercado doméstico do Brasil. O presidente Jair Bolsonaro, que também participou da cerimônia de lançamento, parabenizou o trabalho do MTur e citou os desafios para alavancar ainda mais o Turismo. “Quando se destrói um setor, todos sofrem. Temos que buscar mudanças. Temos como mudar o destino do Brasil”, disse. O evento contou ainda com a presença do ministro da Casa Civil, Braga Netto; do presidente da Embratur, Gilson Machado; do presidente da Clia Brasil, Marco Ferraz; do presidente da Braztoa, Roberto Nedelciu; da AirTkt, Ralf Aasmann; e da Abracorp, Gervásio Tanabe, entre outras autoridades do setor. "Nós iremos sobreviver e nos recuperar com muito mais força. Será o novo recomeço, o maior recomeço da história e do mundo", ressaltou Gilson Machado. 26

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Cerimônia de lançamento do Plano Nacional de Retomada do Turismo, do Ministério do Turismo, contou com autoridades do setor e o presidente Jair Bolsonaro


AÇÕES PARA A RETOMADA DO TURISMO A Retomada do Turismo é uma aliança que reúne esforços dos setores público e privado, terceiro setor e Sistema S, para o retorno das atividades de maneira gradual e planejada. O objetivo, segundo o MTur, é “acelerar a recuperação do Turismo após a paralisação das atividades, com segurança e responsabilidade”. A iniciativa reúne um conjunto de programas, projetos e ações que buscam resultados efetivos até 31 de julho de 2021. Para isso, o plano está organizado em quatro eixos: preservação de empresas e empregos no setor; melhoria da estrutura e da qualificação de destinos; implementação de protocolos de biossegurança; e promoção de incentivo às viagens, especialmente as domésticas. As ações vão desde o reforço na concessão de linhas de crédito para capitalizar empresas do setor e preservar empregos, até realização de obras de melhoria da infraestrutura dos destinos turísticos. Também estão previstas ações de qualificação dos trabalhadores e prestadores de serviços tanto na oferta de cursos para a adoção aos protocolos sanitários que garantam segurança para turistas e trabalhadores do segmento, quanto para melhoria de atendimento, considerando as tendências do mercado. OS PARÂMETROS QUE DEVEM SER SEGUIDOS INCLUEM: Considerar os protocolos de biossegurança para os prestadores de serviços turísticos, turistas e comunidades receptoras.

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Incentivar a conduta responsável de cada indivíduo, como prevenção à disseminação da covid-19.

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Incentivar as viagens pelo Brasil, em especial as viagens a lazer, de forma responsável e segura.

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Definir medidas para a retomada das viagens de negócios e eventos, como feiras, congressos e convenções. Adotar medidas para melhor distribuição de turistas pelo País, priorizando o Turismo em áreas naturais.

É O MOMENTO CERTO? O Ministério do Turismo garante que sim e as ações propostas visam acelerar a recuperação do setor, bastante afetado pela crise da pandemia. “O Ministério do Turismo tem absoluta convicção de que estamos no momento da retomada do Turismo e as cenas observadas nos últimos feriados reforçam isso, o interesse de o brasileiro voltar a aproveitar os nossos destinos nacionais”, diz o MTur no site do plano. “Mas sabemos que a retomada deve ocorrer de maneira planejada, gradual e segura. Tanto que lançamos, ainda no mês de junho, o Selo Turismo Responsável. A medida nos colocou entre os 10 primeiros países do mundo a possuírem protocolos oficiais de biossegurança para 15 atividades, todos validados pela Anvisa. Destinos turísticos importantes do nosso País como Gramado (RS) e Monte Verde (MG) são exem-

Ministro Álvaro Antônio com Roberto Nedelciu (Braztoa), Gervásio Tanabe (Abracorp) e Ralf Aasmann (AirTkt)

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plos importantes de como é possível conciliar Turismo com prevenção ao coronavírus”, avalia o governo. Segundo o MTur, o plano de Retomada do Turismo visa ampliar o alcance de medidas, já desenvolvidas pelo Ministério do Turismo, e desenvolver novas ações, projetos e programas. “A próxima temporada de verão é o momento ideal para o início da recuperação da nossa atividade e para fazer com que o Turismo brasileiro retome o ritmo de crescimento observado em 2019 e volte a desempenhar sua vocação, que é gerar emprego e renda para o nosso povo”, acrescenta o site. CAMPANHA DE RETOMADA Para promover a Retomada do Turismo, também foi lançada a campanha Viaje com Responsabilidade e Redescubra o Brasil, com uma série de vídeos voltada à promoção dos destinos turísticos brasileiros. Serão veiculados conteúdos específicos de cada Estado

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do País, além do Distrito Federal. O setor de Turismo responde por cerca de 8,1% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no País) e emprega cerca de 7 milhões de pessoas direta e indiretamente no Brasil. No primeiro semestre de 2020, na comparação com o mesmo período do ano passado, a receita cambial turística acumulou queda de 37,2%; o saldo entre contratações e demissões na economia do setor foi negativo em 364.044 postos de trabalho formais; e o faturamento das atividades turísticas, medido pela Pesquisa Mensal de Serviços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), teve retração de 37,9%.

Álvaro Antônio apresentando o plano de Retomada do Turismo


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Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio

APOIO DE ENTIDADES DO SETOR O plano Retomada do Turismo já conta com o apoio de 32 entidades do setor. Cada uma das instituições possui uma atribuição voltada para o retorno das atividades turísticas no País, apoiando, por exemplo, a promoção das campanhas lançadas pelo governo federal. São elas: 1 – ABAV: Associação Brasileira de Agências de Viagens 2 – ABCMI: Associação Brasileira dos Clubes da Melhor Idade 3 – ABEAR: Associação Brasileira das Empresas Aéreas 4 – ABEOC: Associação Brasileira de Empresas de Eventos 5 – ABETA: Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura 6 – ABIH: Associação Brasileira da Indústria de Hotéis 7 – ABITUR: Associação Brasileira das Ilhas Turísticas 8 – ABRACORP: Associação Brasileira de Agências de Viagens Coorporativas 9 – ABRAPE: Associação Brasileira dos Promotores de Eventos 10 – ABRASTUR: Associação Brasileira de Turismo Social 11 – ADIBRA: Associação das Empresas de Parques de Diversões do Brasil 12 – ADIT BRASIL: Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil 13 – AIR TKT: Associação Brasileira dos Consolidadores de Passagens Aéreas e Serviços de Viagens 14 – BLTA: Brazilian Luxury Travel Association 15 – BRASIL CVB: Instituto Brasil de Convention & Visitors Bureau 16 – BRAZTOA: Associação Brasileira das Operadoras de Turismo 17 – CLIA BRASIL: Cruise Lines International Association 18 – CNM: Confederação Nacional de Municípios 19 – EMBRATUR: Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo 20 – FBHA: Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação 21 – FENAGTUR: Federação Nacional dos Guias de Turismo 22 – FOHB: Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil 23 – FORNATUR: Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo 24 – Fórum Nacional de Cursos Superiores de Turismo, Hospitalidade e Lazer 25 – HI BRASIL: Federação Brasileira de Albergues da Juventude 26 – MINFRA: Ministério da Infraestrutura 27 – RESORTS BRASIL: Associação Brasileira de Resorts 28 – SEBRAE: Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas 29 – SENAC: Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial 30 – SINDEPAT: Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas 31 – UBRAFE: União Brasileira de Feiras e Eventos de Negócios 32 – UNEDESTINOS: União Nacional de CVBx e Entidades de Destinos Os projetos do Plano Nacional Retomada do Turismo ainda não estão listados, nem os valores destinados ao plano, mas as ações devem ter a participação das entidades apoiadoras e da sociedade. Confira as regras de participação e esclareça suas dúvidas no site: https://retomada.turismo.gov.br/.n 30

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Hotelaria

Artur Luiz Andrade

RECUPERAÇÃO HOTELEIRA NO BRASIL A HotelInvest, em parceria com o Fohb, analisou o ritmo de recuperação dos hotéis urbanos em 14 Estados brasileiros. Em comum, a ocupação cresce em todo o País, mas a velocidade e os valores atuais são bastante contrastantes. “O estudo em parceria com a HotelInvest é importante para se entender como está o setor desde o começo da pandemia e os impactos no futuro. A intensificação da queda das diárias pede extrema atenção dos hoteleiros. Em setembro, tivemos uma queda de 15% na diária média nas capitais das regiões Sul e Sudeste, por exemplo. O momento pede serenidade e cautela para tomar as melhores decisões”, diz Orlando de Souza, presidente do Fohb.

Segundo o estudo do Fohb e da HotelInvest, o interior do Rio de Janeiro foi o líder em ocupação no Brasil, com valores médios de 48%, seguido pelas capitais do Pará e do Amazonas, ambas com 44% de ocupação. No intervalo de 30% a 38%, destaques à capital fluminense, a Vitória, a Recife e a Salvador. Entre as cidades indicadas, os principais indutores de demanda têm sido a cadeia produtiva de óleo e gás (Oil & Gas), empresas de pequeno e médio portes, com foco no público regional. Para além dos valores médios, em quatro capitais (Manaus, Belém, Rio de Janeiro e Recife), 25% dos hotéis que melhor performaram superaram ocupações de 50% no mês.

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ONDE ESTÁ MAIS LENTO? Com exceção do Rio de Janeiro, beneficiado pelas demandas ligadas ao petróleo e pelo público de lazer, as cidades de maior pujança econômica do País seguem em ritmo lento de crescimento, em especial a capital paulista, que fechou setembro com ocupação média de 16%. O predomínio de grandes empresas, com compliance mais rígido para viajar ou mesmo voltar aos escritórios, e a maior dependência de grandes eventos e de demanda internacional explicam o seu estágio mais prematuro de recuperação. Apesar dos resultados modestos, muitos dos hotéis econômicos e midmarket conseguiram atingir o breakeven até outubro, o que reflete o extremo corte de custos no setor. DIÁRIA MÉDIA As quedas de diária já eram espe-

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radas, segundo Pedro Cypriano, da HotelInvest, em razão da ociosidade nos hotéis, da mudança do perfil de demanda e da dificuldade para acionar “gatilhos de tarifa dinâmica”. “A boa notícia é que em muitas cidades as reduções têm sido baixas. Já nos destinos das regiões Sul e Sudeste, com exceção de Vitória e de Curitiba, as quedas se acentuaram. Movimentos de redução de tarifa pública sinalizam uma luz amarela em alguns desses mercados e devem ser acompanhados com atenção”, analisa Cypriano. ONDE CHEGAMOS? Em maior ou menor velocidade, o Turismo continua em recuperação. Pedro Cypriano, da HotelInvest, destaca alguns indicadores que corroboram os avanços recentes: • Faturamento do Turismo cresce e em setembro ficou 34,7% abaixo


Pedro Cypriano

do mesmo período de 2019 – segundo a CNC (Confederação Nacional do Comércio), nos últimos cinco meses, o faturamento do Turismo cresceu mais de três vezes e em setembro atingiu R$ 12,8 bilhões; • Buscas de hotéis no Google aproximam-se de patamares pré-crise – até o início de novembro, a busca por hotéis ficou apenas 19% abaixo do mesmo período de 2019. Hotéis regionais e de lazer puxam a média para cima; • Mercado aéreo também cresce, mas em ritmo mais lento – até outubro de 2020, tanto o volume de buscas no Google como o número de voos em operação, segundo a Anac, encontram-se próximos a 50% dos patamares pré-crise; • Na média mundial, ocupações dos hotéis atingiram 45% em setembro, segundo a STR – olhando-se para dentro ou para fora do Brasil, é nítido que ainda estamos apenas no início do processo de recuperação do se-

tor. Referências de países mais avançados no controle da doença alimentam a esperança de um setor hoteleiro forte novamente pelo mundo. Ocupações da China já superam 60%. O QUE VEM PELA FRENTE? “Difícil precisar quando e em qual intensidade, mas mantida a tendência de queda de casos e óbitos da covid-19, não há outro caminho que não o de recuperação do desempenho da hotelaria no Brasil”, comenta o diretor da HotelInvest. E ele indica ao menos dois indicadores que reforçam a tendência de recuperação: Início de controle da covid é recente e pode intensificar a recuperação dos hotéis – quedas de casos e de óbitos ganhou mais força a partir de setembro, mês no qual os hotéis das regiões Sul e Sudeste cresceram, em média, até 7 p.p. em ocupação. De julho para agosto, o crescimento médio tinha sido de apenas 2 p.p.;

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Orlando de Souza, do Fohb

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Viagens corporativas devem se intensificar em 2021 – Em pesquisa realizada pela Alagev com 19 grandes gestores de viagens, espera-se que a partir do primeiro trimestre de 2021 o Turismo corporativo cresça com mais força no País. “Na média, esperamos para a hotelaria urbana no Brasil um 2021 com RevPAR entre 60% e 80% sobre os valores alcançados em 2019, com destaque às cidades de pequeno e médio portes. E torcemos para que o controle da covid seja o mais breve possível para que o País volte a crescer e acelere a recuperação de todo o Turismo no Brasil”, finaliza Pedro Cypriano.

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O estudo termina com conclusões e alertas: 1 - Lazer forte e com boas perspectivas: dólar alto 2 - Tarifas de lazer em crescimento: retorno de RevPAR pode se dar em 2021 3 - 2022 em diante acima de 2019 para lazer: horizonte positivo 4 - Aumento das reservas diretas: menor dependência de terceiros. ALERTAS 1 - Equilíbrio operacional mais claro no final do ano: atenção ao caixa 2 - Sinais de queda de tarifa nas capitais: risco de estender a recuperação do setor 3 - Cenário conservador para hotéis urbanos: ao menos em curto prazo 4 - Segunda onda de covid no Exterior: até a vacina, recomendação ainda é de cautela. n


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11 a 17 de novembro de 2020 — PANROTAS

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