PANROTAS 1.450

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Edição nº 1.450 - Ano 28 | 25 de novembro a 1 de dezembro | www.panrotas.com.br

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Foto: nappy.co

Vozes negras do Turismo brasileiro ecoam sobre nossa ancestralidade, representatividade, consumo e liderança empresarial


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PANROTAS — 29 de julho a 4 de agosto de 2020


29 de julho a 4 de agosto de 2020 — PANROTAS

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ÍNDICE

nº 1.450 | 25 de novembro a 1 de dezembro de 2020 | www.panrotas.com.br

Página 05 Editorial - Em busca de alternativas

Página 06 Check-in - Os destaques da semana do Turismo

Página 12 Afroturismo - Vozes que contam a história da comunidade negra por meio do setor

Página 22 Costa Cruzeiros - Flaghsip da companhia italiana terá estreia cheia de expectativas no Brasil

PRESIDENTE

José Guillermo Condomí Alcorta GESTÃO

José Guilherme Condomí Alcorta

TECNOLOGIA Ricardo Jun Iti Tsugawa

EDITORIAL

Artur Luiz Andrade

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Editorial

ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA A CVC Corp, que nunca teve seu negócio centrado em viagens de alto padrão, está investindo no luxo para alcançar um consumidor que, como explica o CEO da empresa, poderia passar o fim de ano na Disney, mas ficará no Brasil devido à pandemia. Está negociando, portanto, com os principais hotéis e resorts deste segmento e já fechou contratos inéditos para se manter ativa com um viajante de alto poder aquisitivo. Por falar em luxo, a agência de viagens Sete Mares acredita na sua credibilidade de 20 anos junto a um público fiel para investir no setor imobiliário. Criou a 7M Properties, de real state, com o objetivo de colocar em prática o conhecimento adquirido com os fornecedores para comprar e vender imóveis em condomínios de luxo do Sudeste. Quase totalmente focada no corporativo, Azul Conecta, companhia aérea regional da Azul, vai colocar sua frota de Cessna Gran Caravan para trabalhar no lazer durante o verão. Serra Gaúcha e destinos, principalmente de litoral, do Sudeste e do Nordeste, serão alcançados pelas aeronaves de pequeno porte. Rotas inéditas. A Decolar, ao ver sua demanda por atendimento crescendo ainda mais no aproximar do verão, contratou serviços do Grupo Flytour, aproveitando a expertise e os mais de 40 anos da empresa para suprir o volume e acelerar as necessidades da maior OTA do Brasil. Quatro exemplos da última semana. Ou é melhor ficar parado? Existem alternativas à crise e ao isolamento que vão além das lives. Se é mais fácil para empresas de grande porte com seus caixas que dão margem para ousar, ao menos elas deixam o exemplo de que esperar a vacina chegar pode demorar mais do que se imagina. Nossas expectativas não acompanham a velocidade da ciência, infelizmente. Empresas grandes e com tempo de Turismo estão demonstrando isso.

Rodrigo Vieira, Coordenador de Redação rodrigo@panrotas.com.br

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Check-in

As notícias da semana

+Lidas da semana Portal PANROTAS 1 - Confira as exigências para entrar no Chile a partir de 23/11 Toque na imagem e leia a notícia completa

Destinos regionais de verão

A Azul Conecta, companhia regional da Azul Linhas Aéreas, voará a nove destinos que são procurados na alta temporada, embora pouco alcançados por via aérea. Canela, Búzios, Ubatuba, Paraty e Jericoacoara estão entre eles.

2 - Chile volta atrás e exigirá quarentena de brasileiros 3 - Segunda onda de covid-19 na Europa pode causar outro colapso aéreo 4 - Azul Conecta voará a Canela, Búzios, Ubatuba, Jeri e mais 5 destinos 5 - CVC Butique: empresa investe em viagens de luxo 6 - Vendas CVC Corp caíram 78% no terceiro trimestre no Brasil 7 - Decolar contrata serviços do Grupo Flytour 8 - MSC Musica e MSC Sinfonia têm viagens canceladas neste verão 9 - Venda de viagens na pandemia: com o que se preocupar?

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Caminho livre

O CEO da CVC Corp afirmou que o terreno está pronto para a retomada. Leonel Andrade garantiu que o grupo está operando em 100%, sem atrasos em pagamentos e com caixa robusto para enfrentar a crise. "Confiança" é a palavra de ordem na maior empresa do Turismo do Brasil no momento.

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10 - CEO da CVC Corp: confiança é a palavra da retomada Fonte: Portal PANROTAS


CVC de luxo

Uma das alternativas da companhia durante a crise é investir em um viajante que usualmente embarca para o Exterior, mas neste ano, por conta da pandemia, ficará pelo Brasil e buscará um produto premium. Toque na imagem e leia a notícia completa

Como vender viagens neste momento? É a reflexão que traz Jeanine Pires, da Pires e Associados e Matcher, em cima de uma pesquisa feita pela Booking.com no Brasil. Toque na imagem e leia a notícia completa

Pix no Turismo Novo método de pagamento instantâneo do Banco Central já está vigorando e pode impactar seus negócios. Toque na imagem e leia a notícia completa

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Quarentena para brasileiros O Chile abre suas fronteiras no dia 23 de novembro e exige quarentena de 14 dias a visitantes que chegam de países com transmissão comunitária da covid-19, segundo a OMS. É o caso do Brasil.

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+Lidas da semana PANCORP 1 - Azul Conecta voará a Canela, Búzios, Ubatuba, Jeri e mais 5 destinos 2 - Decolar contrata serviços do Grupo Flytour 3 - CEO da CVC Corp: confiança é a palavra da retomada 4 - Azul diz que caixa garante operações dos próximos quatro anos

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Viagens canceladas

A MSC Cruzeiros teve de cancelar as viagens do MSC Musica e MSC Sinfonia, que tinham Argentina e Uruguai como dois dos destinos nos roteiros. Isso porque os governos dos países estenderam o fechamento de suas fronteiras marítimas, e a temporada já começaria em dezembro. A temporada brasileira da MSC segue confirmada.

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5 - Iata cria guia com orientações para distribuição da vacina 6 - Gol e Sabre implementam solução para otimização de receita 7 - Florianópolis ganhará novo hotel de luxo em dezembro; fotos 8 - Delta lança mapa interativo com requisitos sobre a covid-19 9 - Boeing tem retorno do 737 Max aprovado pela FAA 10 - Copastur realizará live sobre expense management Fonte: Portal PANROTAS


Grupo R1

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Necessidade urgente

A cada dia fica mais urgente a necessidade de apoio do poder público para com nossa indústria. O Turismo brasileiro já perdeu R$ 41,6 bilhões em faturamento no período de pandemia, segundo a FecomercioSP. Precisamos de expansão na oferta de crédito para as empresas do setor, principalmente por meio de ajuda de programas do governo.

Toque nos links abaixo e leia as notícias completas

Boeing 737 Max liberado O Boeing 737 Max foi liberado pelas autoridades norte-americanas para voltar a voar. No Brasil, onde a notícia interessa principalmente à Gol, que conta com o modelo em sua frota, a Anac afirmou que ainda não deu sinal verde para o Max, mas reconhece os esforços norte-americanos e diz estar próxima de liberar o modelo Veja sobre a autorização nos EUA Veja sobre a situação no Brasil

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21 a 27 de outubro de 2020 — PANROTAS

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“NÓS POR NÓS” Afroturismo

Filip Calixto

VOZES NEGRAS NO TURISMO BRASILEIRO

Antonio Pita, André Ribeiro, Carlos Humberto da Silva e Cintia Ramos

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Moradora da capital paulista desde que nasceu, Solange Barbosa escolheu a cidade de Taubaté, no Vale do Paraíba, para viver com os quatro filhos quando decidiu trocar de endereço. De frente para uma nova realidade e notando suas opções minguarem, retomou os estudos e, com formações em História e Turismo, encontrou no trabalho de receptivo e guia de Turismo uma nova carreira para chamar de sua, além de uma oportunidade de empreender criando a Rota da Liberdade. Uma iniciativa semelhante nasceu quando Guilherme Soares Dias residia temporariamente em San Pedro de Atacama, no Chile. Em busca de um emprego e com poucas oportunidades, o jornalista mato-grossense passou a montar roteiros turísticos de caminhadas mostrando as origens culturais da região. A ideia não só vingou no cenário chileno como foi adaptada para algumas cidades brasileiras e depois foi transformada no principal produto da empresa hoje chamada de Black Bird Viagens. Também disposto a receber turistas, Carlos Humberto da Silva disponibilizou um espaço em seu apartamento em Santa Teresa, no Rio de Janeiro, por meio de uma plataforma internacional de acomodações compartilhadas, até que uma sequência de episódios ocorreu. O geógrafo começou a perceber a diminuição das reservas depois que colocou sua foto no aplicativo e, em uma ocasião, depois de se identificar como anfitrião, viu um casal deixar o imóvel, sem dar qualquer explicação. Experiências como essas o impulsionaram a criar, ao lado de amigos, uma plataforma própria para hospedagem e passeios turísticos: o Diaspora.Black. Em comum, além de fazer da indústria de viagens um negócio, essas três história têm ainda outros pontos cruciais. Carlos, Solange e Guilherme são negros e dedicam seu trabalho à exaltação da negritude intrínseca à população brasileira e do Turismo pela perspectiva afrocentrada. São iniciativas formadas por negros, imbuídas da missão de fazer com que as viagens sejam feitas também com um olhar atento à construção histórica e cultural de cada sociedade e que funcionam como sementes para fazer prosperar o afroturismo. Nesse sentido, a Diaspora.Black é considerada um case de sucesso. Além de Carlos Humberto da Silva, a startup,

que está instalada no centro Inovabra, em São Paulo, tem como sócios mais três batalhadores da mesma causa: Antonio Pita, André Ribeiro e Cintia Ramos. O quarteto lidera uma equipe com dez pessoas e uma rede de parceiros que, atualmente, além das opções de hospedagem, oferecem produtos variados em experiências de viagem, passeios, cursos e treinamentos corporativos; sempre destacando a negritude como fator relevante nas viagens. “O que a gente faz é unir pessoas ligando-as à cultura negra. Um resgate ancestral para os negros e, ao mesmo tempo, uma lugar seguro e repleto de instrução para os não negros”, resume a CBO da empresa, Cintia Ramos. A partir dessa missão de ligar pessoas, a Diaspora. Black já alcançou números expressivos. São serviços disponíveis em 18 países, 145 cidades e a rede de contatos conta com quatro mil usuários integrados. Além disso, no ano passado, por meio de uma campanha de financiamento, a startup conseguiu arrecadar R$ 600 mil em novos investimentos. Já neste ano, na batalha Menos30Fest, que é realizada pelo grupo Globo e tem como objetivo levantar os principais avanços e desafios para o empreendedorismo em tempos de pandemia, a companhia recebeu um prêmio de R$ 15 mil. Esse reconhecimento fez menção ao trabalho feito nos últimos meses, quando mesmo sem promover experiências presenciais, o grupo aumentou sua receita gerada por cursos e capacitações em 700%. Aproximando viajantes e prestadores de serviço que valorizem a cultura da negritude, a startup acredita cumprir a função de ponte. “A Diáspora é um campo aberto, que valoriza o que somos e nossa ancestralidade. O que precisamos é de aliados, que possam amplificar nossa voz”, pontua Cintia, abrindo as portas para que não negros também participem dessa comunidade reverberando esse discurso e conhecimento em novos lugares. Na lista de parceiros da plataforma Diaspora. Black estão a Rota da Liberdade e a Black Bird Viagens, cada uma delas apresentando a história da comunidade negra num lugar diferente. A primeira delas mostra a influência da negritude na região do Vale do Paraíba passando por 18 cidades e a segunda tem como produto principal as caminhadas visitando locais simbólicos para a comunidade preta desses destinos.

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Guilherme Soares Dias, da Black Bird Viagens

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“A Rota da Liberdade foi uma adaptação para a realidade local da Rota Turística das Abolições, uma iniciativa francesa. Hoje ela tem oito roteiros que são personalizados de acordo com o grupo ou cliente, sempre evidenciando a presença negra na construção da cultura dessa região a partir de aspectos variados. Percorremos lugares de memória, patrimônios, comunidades negras tradicionais e espaços de quilombo, destacando a influência da África na construção da cultura musical, da arte, da arquitetura e até da gastronomia”, aponta a criadora do roteiro, Solange Barbosa. O roteiro elaborado por Solange é o principal produto da empresa de receptivo turístico que atende agências turísticas de todo o Brasil e, rotineiramente, também cria experiências sob medida no corporativo. Foi a rota, aliás, que deu notoriedade internacional a esse trabalho. A fundadora atuou como consultora da Unesco para desenvolver um guia metodológico sobre a memória da região e, este ano, foi indicada ao prêmio Global Shakers como uma das 40 líderes do Turismo responsável no mundo. Já na Black Bird Viagens, o carro chefe é a Caminhada São Paulo Negra, que tem três versões paulistanas (Liberdade, Barra Funda e Bixiga) e uma em Salvador, além de planos formatados para mais cinco rotas percorrendo algumas comunidades conhecidas dessas duas cidades. O principal desses percursos vai da Liberdade à República em três horas e passa por locais como o antigo Pelourinho e a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. "A gente apresenta a cidade para turistas e para quem mora nela: 80% do público é paulistano. Tem muita gente que passa diariamente por esses bairros e não sabe, por exemplo, que a Liberdade tem esse nome por causa de um negro", comenta Guilherme Soares Dias, que fundou a empresa com a amiga Luciana Paulino. Em um dos passeios mais recentes, realizados já depois do auge da pandemia, em outubro, o grupo foi seguido e abordado por policiais militares que não identificaram a natureza daquela atividade turística. A situação desagradável, contudo, não tira da Black Bird a vontade de seguir realizando seu trabalho. “A participação e o interesse por conhecer mais da nossa história são os

fatores que nos motivam e sabemos que esse movimento não tem volta", afirma Dias. "Depois que se passa a observar o Turismo por essa perspectiva, dando ênfase à ancestralidade, tudo é visto de outra forma", acrescenta o empresário e jornalista. Para ele, o setor de viagens deve passar em breve por uma transformação tal qual ocorreu na indústria de estética, com produtos que promoveram aceitação. O NEGRO COMO VIAJANTE E CONSUMIDOR As iniciativas desses empresários, evidentemente, ressaltam o tino empreendedor de cada um deles. Ao mesmo tempo, despertam questões profundas jogando luz sobre tamanho e abrangência da população negra num país que ainda debate pouco o protagonismo social e financeiro dessa comunidade. Para exemplificar essa magnitude vale citar uma pesquisa de julho deste ano realizada pelo Instituto Locomotiva, em parceria com a Cufa (Central Única das Favelas) e que traz alguns dados da PNAD, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Segundo informa a pesquisa, o Brasil reúne 118,9 milhões de habitantes que se identificam como pretos ou pardos, o que representa 56% da população nacional. Esse contingente consome anualmente R$ 1,9 trilhão, o que representa 40% do total do consumo brasileiro. Em dados comparativos, vale dizer que tais índices dariam à população negra do Brasil uma citação entre 15 nações mais populosas do planeta e o 17º lugar entre os países de maior consumo. No entanto, mesmo com a substancialidade desses dados, grande parte das empresas parece não ter entendido o potencial que se apresenta e ainda patina para construir campanhas que reflitam representatividade. Em outra pesquisa, o Instituto Locomotiva aponta que três em cada quatro brasileiros negros afirmam que as pessoas que aparecem nas propagandas costumam ser muito diferentes deles e 85% dos consumidores preferem marcas que promovam e apoiem iniciativas em prol de maior diversidade. A questão da falta de representatividade, contudo, é mais complexa do que simplesmente incluir personagens negros em propagandas, apesar de esse ser um passo

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importante, conforme analisa o coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Estácio-RS e doutorando em Literaturas Africanas, Paulo Sérgio Gonçalves. De acordo com o professor, para que haja compreensão correta desse dilema é necessário entender o contexto histórico da marginalização da presença negra, o que vale tanto no cenário do trabalho, da educação e do acesso ao capital como também no âmbito político, evitando que filosofia de inclusões fossem pautadas no debate público. “As questões históricas são nítidas, afinal de contas são apenas 132 anos que a população negra brasileira foi abolida do regime escravocrata colonialista. Ademais a Lei Áurea foi assinada de maneira que não previu onde estes negros abolidos seriam alocados dentro da sociedade”, inicia o professor. “Vejamos, de uma hora para outra, um grande número de pessoas que viviam presas a um regime escravo, são libertadas e não há nenhuma estrutura e nenhuma vontade política, de que estas pessoas sejam fixadas dentro da sociedade formal. No Brasil, o mito da Democracia Racial vem há anos mascarando a estrutura racista que o nosso país mantém. E este racismo é o mito necessário para que a sociedade brasileira continue funcionando da maneira como está posta desde a época da abolição. Se o negro está imerso numa sociedade estruturalmente racista, podemos chegar à conclusão que existem atravessamentos sublimes que não permitem a qualificação de grande parte da população negra brasileira, em consequência disso, iremos, obviamente, ver menos negros em papéis de liderança”, completa. Para além da recuperação histórica, Gonçalves reafirma a ausência de identificação entre marcas e consumidores. “Sim, falta mais representatividade. Vemos produtos serem anunciados com famílias brancas felizes e todas as pessoas que passam atrás das cenas são brancas, por exemplo, vez em quando um negro aparece (síndrome do negro único), como se este biotipo fosse a minoria”, nota. “A falta de compreensão das empresas está ligada, ao meu ver, ao mergulho da violência epistêmica em que vivemos, ou seja, um apagamento do que vem do negro e de sua representatividade na sociedade”, avalia. Apesar da abrangência contida nela, a observação do professor Conceição pode ser aplicada ao Turismo, assim como busca fazer regularmente a supervisora sênior do grupo Salvatur Viagens, Tânia Neres. Há mais de 30 anos atuando no setor - 14 deles na capital baiana -,

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a profissional examina com cuidado a maneira como os pacotes de viagens são apresentados, sempre sugerindo a inclusão de pessoas de diferentes etnias para gerar identificação além da vontade de viajar. Nas outras empresas onde esteve (Flytour Viagens e Rextur Advance) também ficava vigilante ao material publicado. “Sempre fiquei atenta, participei em algumas ações de marketing e admirei o empreendedorismo negro”, afirma. A preocupação de Tânia com ações mais inclusivas nasceu numa viagem à África do Sul. Ela conta que quando chegou ao país africano sentiu identificação. “Desembarcar num aeroporto e se ver representadas em outdoors e propagandas foi transformador. A normalização dessa sensação é o que a gente busca com o crescimento das ações pelo afroturismo e da maior presença de pessoas negras em destinos onde antes elas só estavam para prestar serviços”, diz. “Precisamos, como negros, aparecer mais, ocupar esses espaços até que seja corriqueiro nos ver nesses lugares usufruindo desses serviços e não apenas cumprindo papéis de subserviência”, aponta. Solange Barbosa, criadora da Rota da Liberdade


Tania Neres, do Grupo Salvatur

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OPORTUNIDADES Sobre seus anos de mercado e as passagens por outras companhias, a executiva revela que nunca se sentiu impedida de conseguir melhores cargos ou salários pela cor da pele mas admite incômodo com as poucas lideranças negras nas grandes companhias da indústria de viagens brasileira e até em outros setores. Identificar esse gargalo é mais fácil quando voltamos ao levantamento da Locomotiva, que aponta que apenas 10% da população pesquisada tem chefes pretos e, entre os graduados, os brancos ganham, em média, salário 29% maior na comparação com os negros. E o caminho para começar a minimizar essa diferença, pelo menos para o professor Gonçalves, é exatamente a introdução desse debate. E partindo desse início de reflexão compreender que as políticas de inclusão ainda são exceção e não regra no ambiente corporativo. Para essa reportagem, inclusive, muitas empresas foram procuradas e responderam negativamente sobre a existência de projetos estruturados de inclusão e diversidade. “Somente falando e debatendo muito sobre o assunto se chega a melhores esclarecimentos acerca dos temas étnico-raciais. A questão ainda sofre muita resistência, por isso, no NEAB (Núcleo de Estudos Afro-brasileiros) estamos planejando, para 2021, fazer um levantamento em algumas empresas e oferecer um atendimento com palestras e mini cursos onde buscaremos conscientizar o meio da importância da diversidade em seu ambiente de trabalho, possibilitando e abrindo a visibilidade das empresas, em alocar funcionários negros em cargos variados, e não somente naqueles que usualmente estão acostumados a admitir”, completa. No âmbito das ações práticas vale citar dois exemplos que endossam a fala do dirigente do NEAB e ganharam notoriedade este ano. O primeiro deles é o programa de treinee 2021 do Magazine Luiza, que foi formatado para receber apenas candidaturas de profissionais negros, o que causou ondas de protestos contra e a favor da ideia nas redes sociais. O segundo exemplo vem de agências de publicidade como Wunderman Thompson Brasil (WT) e Ogilvy Brasil, que montaram manuais internos de conduta antirracista, para deixar claro o que não é permitido fazer e dizer em um ambiente de trabalho, e comitês que tratam de temas de inclusão e mais diversidade.

logo acima, assim como as demais que tomam parte dessa corrente, são orientadas por um pensamento, que é na verdade herança do jeito de ser de um povo. “A união é o jeito africano de ser. Nós cuidamos uns dos outros porque nos completamos e isso pode ser visto na filosofia Ubuntu”, crava Solange Barbosa. A palavra Ubuntu, que ficou mais conhecida este ano, com tantas manifestações racistas pelo mundo, traduz a importância que o povo africano atribui às alianças e relacionamentos entre pessoas. Há também uma versão mais nacional e que se repete em letras de música e nos discursos de quem apoia o afroturismo: o “Nós por nós”. “Obviamente que podemos concorrer como empresas em algum momento. Mas, acima disso, sabemos que temos mais a ganhar quando atuamos fortalecendo o movimento”, considera Guilherme Soares Dias. “Há sim a sensação boa de saber que estamos no mesmo barco. Temos uma relação próxima de contribuição que tentamos manter”, completa. Foi esse trabalho colaborativo que fez surgir o Coletivo pelo Afroturismo, que entre seus líderes tem o próprio Guilherme Soares Dias, da Black Bird Viagens, Tânia Neres, da Salvatur Viagens, e outros nomes como o hoteleiro Hubber Clemente, Rebecca Alethéia, do podcast Bitonga Travel, Gabriela Palma, do projeto Sou + Carioca, e Beatriz Souza, da Brafrika Viagens. O grupo foi formado este ano e pretende ampliar a procura por produtos e servi-

UBUNTU Para superar flagelos e fortalecer essas realizações de Turismo afrocentrado, as histórias contadas Professor Paulo

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ços de afroturismo. Eles já ganharam um destaque durante a Abav Collab deste ano e agora articulam novas ações. “O empresário negro ainda tem dificuldade de se estabelecer e o mercado tem dificuldade de enxergá-lo como produtor de conhecimento e valor. Mesmo assim, ainda que com passos lentos, já avançamos. E agora com essa potencialidade dos afroempreendedores se voltando para o Turismo entramos num processo que é mundial”, reflete Solange. Aparições organizadas como essa do coletivo, conforme avaliam os líderes, conferem mais visibilidade ao trabalho desenvolvido por todos eles, colam a etiqueta da valorização ao serviço prestado e emprestam credibilidade ao empresário que, pela via do Turismo busca empreender e superar seus desafios.n

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Live PANROTAS Filip Calixto

A REPRESENTATIVIDADE NEGRA A PARTIR DO AFROTURISMO

É preciso falar de afroturismo o ano inteiro, o tempo todo, todo o tempo. Este foi o tema da LIVE PANROTAS - Retomada das Viagens desta semana. Como um ato de celebração ao Dia da Consciência Negra, comemorado no dia 20 de novembro em diversas cidades pelo Brasil, o bate-papo virtual reuniu profissionais que fizeram do seu desejo por uma sociedade mais igual e da vontade de viajar uma união de fatores para exaltar as raízes do povo negro brasileiro. A conversa contou com as participações da diretora de Negócios e Vendas da Diaspora.Black, Cintia Ramos, produtor cultural e gestor na Black Bird Viagens, Heitor Salatiel, da fundadora do projeto Rota da Liberdade, Solange Barbosa, e supervisora na Salvatur Viagens, Tânia Neres. Todos eles compartilhando visões, experiências e ressaltando a profusão de roteiros que mostram a presença negra por todo o País, além de refletir sobre como é fundamental dar voz às ações realizadas em prol do Turismo afrocentrado, com o intuito de desenvolver, cada vez mais, esse nicho. “É preciso potencializar nossa voz, dar mais valor e consumir nossos produtos. Não somente em novembro, mas nós trabalhamos, resistimos e oferecemos produtos de qualidade o ano inteiro. A nossa existência por si só, nossa escolha de trabalhar com o afroturismo, já é lutar pela causa. Precisamos de um apoio para que as pessoas respeitem nosso trabalho. É assim que a gente se mantém”, disse a diretora da Diaspora.Black.

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E dessa maneira, oferecendo produtos para que negros se reconheçam, mergulhem na cultura afro-brasileira e entendam suas ancestralidades, a Rota da Liberdade, fundada por Solange Barbosa, atua. O programa turístico cultural explicado durante a live mapeia os passos dos negros africanos e seus descendentes na construção da cultura na região do Vale do Paraíba, Litoral Norte e Serra da Mantiqueira no Estado de São Paulo. “Em Pindamonhangaba, por exemplo, toda a riqueza dos barões de café quem ergueu foi uma mão negra. Nas comunidades tradicionais, como em Guaratinguetá, temos o jongo, temos um roteiro religioso em Aparecida, demonstrando como o negro africano faz uma antropofagia dos cânones. No litoral norte temos opções com quilombos, em Ubatuba, e temos até mesmo roteiros para coach. Nós trazemos toda essa presença negra por meio dos nossos roteiros”, explicou Solange. ALÉM DE VIAGENS O afroturismo vai além do ato de viajar. Além de ser uma busca por ancestralidade, é também ver uma recolocação do mercado produtivo, de inclusão de negros em cargos de gestão. É trabalhar para ser antirracista e criar um Turismo antirracista. Criar espaço para profissionais negros e consumir seu trabalho. “Se você for um operador ou agente de viagens e estiver interessado nesses produtos, procure


C L IQ U E AQ U I

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por pessoas negras que já trabalham com isso e sabem do que estão falando. Dê atenção e respeito a esses profissionais. Precisamos também tomar cuidado com a questão de imagem e publicidade. Temos uma dificuldade enorme dentro do marketing de não nos enxergarmos. E, se eu não me vejo, eu não compro. Se o agente de viagens não começar a colocar imagens diversas e respeitar o afroturismo como um produto muito importante de venda, tanto receptivo quanto emissivo, poderemos ter problemas futuros. Este é um dos produtos mais inovadores do mercado”, pontuou a supervisora na Salvatur Viagens, Tânia Neres. Tânia deu de exemplo como dificuldade de representação a ferramenta de busca do Google. Ao digitar o termo “afroturismo”, ele corrige automaticamente e sugere resultados de “agroturismo”. Diante disso, ela reforça a necessidade de se utilizar uma hashtag, como #afroturismo, ao visitar destinos no Brasil e Exterior, para que o Google comece a entender que o produto existe e precisa ser respeitado. “Precisamos criar potenciais dentro de cada universo, dar valos aos profissionais que trabalham nessa área. Tanto na gestão e contratação, quanto

na questão de nós mesmos como turistas. É necessário falar dos negros como passageiros protagonistas de Turismo e como, muitas vezes, somos tratados em alguns lugares”, disse. PESSOAS NÃO-NEGRAS Um questionamento recorrente em relação ao afroturismo é: pessoas brancas podem praticar? A resposta, Heitor Salatiel, da Black Bird, é que não só podem, como devem ir em busca deste produto. “O Turismo movimenta a economia. Quando promovemos uma experiência, movimentamos os pequenos negócios, o guia local... Uma conexão com as pessoas engajadas nesse assunto é criada. A partir do momento que você incorpora táticas antirracistas nas suas ações naturalmente, como ir comer em um restaurante local de uma mulher preta em vez de fast food, a experiência passa a ser muito mais transformadora. Estamos em uma visão capitalista e é no empoderamento financeiro que as coisas vão evoluir. E o Turismo tem esse combo. Você sai com uma bagagem cultural muito potente e ainda aproveita e se distrai, cuidando do seu bem-estar”.n

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Cruzeiros Rodrigo Vieira

RENASCIMENTO

ITALIANO NOS MARES Navio Costa Toscana

O Costa Toscana virá ao Brasil no final de 2021 sem passageiros, mas carregado de expectativas e visto como importante vetor de vendas da Costa Cruzeiros após uma temporada forçada a se ausentar devido à pandemia de covid-19. Sair da Europa rumo ao País apenas com a tripulação a bordo é apenas um dos ineditismos que o Costa Toscana trará em seus 337 metros de comprimento e 42 metros de largura. É a primeira vez que a companhia italiana inaugura um navio nos mares brasileiros, e o flagship é a maior embarcação da história da companhia e será a maior a navegar na América do Sul. Aqui, os primeiros passageiros farão um cruzeiro inaugural de ano novo e uma temporada de verão toda voltada para Salvador, Santos (SP) e Ilhéus (BA), com embarques nas duas primeiras cidades.

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Serão 16 saídas regulares, nas quais, além do Réveillon, terão temáticas de Carnaval, Páscoa e Dançando a Bordo. Tudo isso em 2.663 cabines, incluindo a nova categoria de cabine com varanda e terraço. Capacidade de 6,7 mil hóspedes e 1,6 mil tripulantes, 13 restaurantes principais, cinco food outlets e 18 bares. Números são importantes, mas não definem o maior navio da companhia italiana. Ao menos para dois de seus principais executivos. O vice-presidente sênior de vendas da Costa Cruzeiros, Massimo Brancaleoni, e o presidente executivo da companhia para América do Sul e Central, Dario Rustico, falam em experiências sensoriais, cores, diversão e privilégio. Falam ainda em um renascimento da Itália para o mundo e de um novo patamar alcançado na indústria de Turismo. Leia na entrevista exclusiva:

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Revista PANROTAS – Por que o Brasil foi escolhido para a estreia do flagship Costa Toscana? MASSIMO BRANCALEONI – Primeiramente, o Brasil é um país de oportunidades e não é só no setor de viagens e cruzeiros. Há muitas perspectivas em relação ao Brasil em um sentido amplo. A Costa não está há mais de 70 anos atuando no País à toa. Permanecemos, investimos e acreditamos no Brasil, e assim continuará sendo. A Costa Cruzeiros atua em vários destinos importantes do mundo todo, e a escolha pela inauguração de um flagship não é algo que vem ao acaso. São situações estudadas. Claro que faz sentido estrear no Brasil um navio que ficará pronto quando é verão no hemisfério sul e baixa temporada na Europa. Isso conta. Mas também é verão na Oceania, também tem um clima convidativo no Oriente Médio, então este não seria o único motivo. A verdade é que o Brasil merece, pela longevidade da parceria com o trade de Turismo local e pela fidelidade dos viajantes que já navegaram conosco durante décadas no País e gostaram a ponto de conhecer outros continentes a bordo dos navios Costa. Essa é, portanto, uma maneira de testemunhar o valor e a importância do mercado.

design italiano está todo ali, a mobília é escolhida a dedo pela nossa equipe. É realmente um navio para se curtir em cada detalhe. O navio tem um conceito de pequenos ambientes diferentes no qual cada espaço pode ter um engajamento do viajante. Não é apenas um lugar, são dois, três, quatro, são vários lugares para se curtir e experimentar as diferentes nuances da paixão italiana. Os restaurantes sempre foram um diferencial levantado pela Costa e, mais do que a gastronomia italiana, o cliente encontrará de tudo a bordo. Sabemos que o brasileiro gosta muito de curtir a viagem a bordo, mais do que qualquer outra nacionalidade, e esse novo navio vai perfeitamente ao encontro desta preferência. É realmente um novo patamar. Massimo Brancaleoni

RP – O que mais o atrai no Costa Toscana? BRANCALEONI – Quem passar um dia a bordo do nosso flagship vai ver exatamente o que é a Costa. Ou melhor, sentir o que é a Costa. Com todos os sentidos. Nosso DNA, nossas cores, sabores. O

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RP – Na apresentação do Costa Toscana, vocês ressaltaram o fator sustentabilidade. O que esse navio tem de novo a apresentar neste sentido? BRANCALEONI – Antes de falar de sustentabilidade em termos ambientais, e temos muito a falar sobre isso, queria apenas mencionar que o nosso negócio já é e será cada vez mais sustentável sob um ponto de vista holístico na indústria de Turismo. Nós criamos laços com os portos, as comunidades que envolvem esses portos. Tripulantes, passageiros, cozinheiros... Todo um ecossistema é alimentado pelos navios da Costa, estamos cada vez mais atentos a essa responsabilidade e temos muito orgulho dela. A respeito do meio ambiente, sim, o Costa Toscana representa uma nova página no setor de cruzeiros também neste aspecto. Será abastecido com GNL (Gás Natural Liquefeito) tanto no porto quanto no mar, o que se traduz em melhorias na qualidade do ar e na proteção ao meio ambiente, eliminando as emissões de dióxido de enxofre (zero emissões) e de material particulado (redução de 95 a 100%). O uso de GNL também diminui consideravelmente as emissões de óxidos de nitrogênio (diminuição direta de 85%) e CO2 (redução de até 20%). Este foi um movimento que começou com o Costa Smeralda e é aplicado também no Costa Toscana.

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Dario Rustico

RP – E a Costa antecipou o compromisso que havia firmado em redução de carbono, certo? BRANCALEONI – Em 2019, a Costa Cruzeiros alcançou uma redução de 40% na emissão de CO2 quando comparado ao ano de 2008. A meta da companhia foi atingida um ano antes de 2020, data em que tinha se comprometido em entregar estes resultados.

RP – No recorte Brasil, como é esse desempenho? BRANCALEONI – Desde que o Dario está conduzindo nossos negócios no Brasil, estamos crescendo significantemente, em uma ordem de dois dígitos ano a ano. Estamos confiantes na retomada.

RP – Este tipo de ações se traduz em vendas? BRANCALEONI – Certamente ajuda. Os consumidores demonstram cada vez mais preferências por empresas engajadas. Crescimento em vendas é fruto de um conjunto de ações, e podemos dizer que a Costa Cruzeiros estava crescendo consideravelmente em todos os seus mercados, desconsiderando a pandemia.

RP – O Costa Toscana pode representar quanto nesta retomada? BRANCALEONI – Quando você inaugura um navio em um mercado, as expectativas são altíssimas em termos de vendas, de receitas... A tendência é que a estreia do Costa Toscana no Brasil nos traga isso também. Levar o flagship ao Brasil vai ao encontro de tudo o que mencionei anteriormente a respeito de fortalecer uma comunidade. Estamos empolgados. Aliás, vale lembrar que o

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Costa Toscana é o destaque, mas não será o único navio a navegar no Brasil na temporada 2021/22. RP – Sim, o Costa Favolosa também virá. Qual foi o critério na escolha? BRANCALEONI – O tamanho, basicamente. O Costa Favolosa tem praticamente a metade da capacidade de hóspedes do nosso flagship. Isso vai permitir com que alcancemos portos diferentes. Balneário Camboriú (Itajaí) e Ilhabela estão entre eles, tal como locais mais buscados para cruzeiros, como Rio, Buenos Aires e Montevidéu. São experiências diferentes e podemos balancear as vendas para cada tipo de viajante. Mais oportunidades para agentes de viagens. RP – E as vendas estão abertas. Qual deve ser a abordagem do agente de viagens para vender a próxima temporada da Costa aos brasileiros? DARIO RUSTICO – É empolgante saber que você vai entrar em um navio completamente novo. Esse é um argumento do qual não se pode fugir. Veja, é uma oportunidade única. Recomendo que os agentes de viagens explorem nossas mídias nas redes sociais ou então entrem em contato com a equipe para solicitá-lo, porque o material está de fato atraente. Outra abordagem interessante é que o Costa Toscana é uma homenagem à Itália, principalmente a região que leva seu nome, berço de algumas

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das obras de arte e arquiteturas renascentistas mais conhecidas do mundo. O navio foi desenhado para entregar essa experiência e seus pilares são design, entretenimento e gastronomia. Não é só sobre o navio em si e também porque entregamos o que o cliente paga. RP – Como está o desempenho até aqui? RUSTICO – Encorajantes. O brasileiro quer viajar, ainda mais em um período como esse. As buscas pelos nossos dois navios crescem semanalmente, mesmo com mais de um ano de antecedência para o início da temporada. Os cruzeiros temáticos também estão tendo alta procura. O produto de Réveillon é algo extremamente premium, por se tratar também de nosso cruzeiro inaugural do Costa Toscana. RP – A maior parte dessas vendas se dá por que canal? RUSTICO – Pelo agente de viagens. Valorizamos muito o profissional aqui no Brasil. Somos uma empresa focada no cliente, queremos o melhor para o nosso hóspede, mas consideramos o agente de viagens tão importante quanto. A venda de cruzeiros é extremamente dependente da consultoria do agente de viagens no Brasil, e é por isso que nossa parceria com eles é tão longeva e estreita no País. Estamos sempre dispostos a ouvir sugestões, reclamações e melhorias em termos de produtos, atendimento e do sistema exclusivo para o trade, o CostaExtra.

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COSTA TOSCANA 16 saídas regulares, incluindo roteiros de Ano Novo, Carnaval, Páscoa e Dançando a Bordo Embarque: 26/12/2021 – Santos Número de noites: 7 Cidades visitadas: Salvador, Ilhéus e Santos COSTA FAVOLOSA Travessia Itália-Brasil Embarque: 02/11/2021 – Savona Número de noites: 18 Cidades visitadas: Marselha, Barcelona, Málaga, Casablanca, Santa Cruz de Tenerife, Recife, Salvador, Ilhéus, Rio de Janeiro e Santos (desembarque) Travessia Brasil-Itália Embarque: 16/04/2022 – Rio de Janeiro Número de noites: 15 Cidades visitadas: Salvador, Maceió, Santa Cruz de Tenerife, Málaga, Barcelona e Savona (desembarque) FAVOLOSA - EMBARQUES EM SANTOS (SP) Nome do roteiro: Mini Embarque: 20/11/2021 – Santos Número de noites: 3 Nome do roteiro: Bahia Embarque: 23/11/2021 – Santos Número de noites: 6 Cidades visitadas: Búzios, Salvador, Ilhabela e Santos Nome do roteiro: Mini Embarque: 29/11/2021 – Santos Número de noites: 4 Cidades visitadas: Santos, Balneário Camboriú, Ilhabela e Santos Nome do roteiro: Bahia Embarque: 03/12/2021 – Santos Número de noites: 6 Cidades visitadas: Búzios, Salvador, Ilhabela e Santos Nome do roteiro: Mini Embarque: 09/12/2021 – Santos Número de noites: 3

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CONFIRA OS ROTEIROS DA TEMPORADA COSTA CRUZEIROS 2021/22 Favolosa - Embarques no Rio de Janeiro (RJ) e em Itajaí (SC) Nome do roteiro: Prata (com Natal, Ano Novo e Carnaval) Serão 15 roteiros, com embarques no Rio de Janeiro (dias 13, 21 e 29 de dezembro/2021; 06, 14, 22 e 30 de janeiro/2022; 07, 15 e 23 de fevereiro/2022; e 03, 11, 19 e 27 de março/2022). - Em Itajaí (dias: 5, 23 e 31 de dezembro/2021; 08, 16 e 24 de janeiro/2022; 01, 09, 17 e 25 de fevereiro/2022; e 05, 13, 21 e 29 de março/2022) Número de noites: 8 Cidades visitadas: Rio de Janeiro, Ilhabela, Itajaí, Montevidéu, Buenos Aires, Rio de Janeiro VENDAS JÁ COMEÇARAM As reservas para o Costa Favolosa já estão abertas e as vendas do Costa Toscana serão abertas no dia 03 de novembro e estarão disponíveis nos canais de vendas da companhia. Mais informações em: www.costacruzeiros.com.br ou pelo portal exclusivo para agentes de viagens, CostaExtra (www.costaextra.com.br). n


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