Edição nº 1.453 - Ano 28 | 16 a 22 de dezembro | www.panrotas.com.br
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CEO da CVC Corp há oito meses, Leonel Andrade revela que a empresa teve dúvidas sobre sua continuidade diante da crise, mas que hoje está plenamente saudável, com caixa e garantida na liderança. Ele também fala em programa de fidelidade, menos marcas, investimento no luxo e os erros no passado. Leia a entrevista exclusiva
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ÍNDICE
nº 1.453 | 16 a 22 de dezembro de 2020 | www.panrotas.com.br
Página 5 Editorial - Ainda estamos aqui
Página 6 Check-in - Retomada das aéreas, agentes de viagens unidos e troca de ministros
Página 10 CVC Corp - CEO Leonel Andrade garante superação da crise e futuro promissor
Página 18 ILTM World Tour - Destaques do evento de luxo virtual
PRESIDENTE
José Guillermo Condomí Alcorta GESTÃO
José Guilherme Condomí Alcorta
TECNOLOGIA Ricardo Jun Iti Tsugawa
EDITORIAL
Artur Luiz Andrade
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Editorial
AINDA ESTAMOS AQUI
A chanceler alemã, Angela Merkel, em recente discurso, foi bastante clara e precisa: “se o preço a pagar (para relaxarmos as restrições) forem 590 mortes por dia, isso é inaceitável”. Inegociável. Segundo ela, se o pacto pela vida não conseguir ser respeitado nas semanas antes do Natal, para que as famílias possam se reunir com segurança, e não como um possível último Natal para os mais velhos, a Alemanha terá falhado. E isso não vai ocorrer, segundo ela. No Reino Unido, idosos e profissionais de saúde já estão sendo vacinados, e a primeira da fila foi uma mulher de 90 anos. No Brasil a ala anti-vacina negacionista mimizenta com certeza criticaria não apenas o fato de vacinar uma idosa (já tivemos categorias querendo furar fila na prioridade de vacinação) como também a rapidez na aprovação da vacina. Não se pode ser ágil, eficiente e cuidadoso com os cidadãos. Morrer faz parte da vida, não é verdade? No país de maricas, ainda não temos um plano de vacinação (com a pressão popular agora se fala em algo entre janeiro e fevereiro e não mais março, o que reforça que não temos um plano). O ministro da Saúde diz que “se houver demanda”, comprará a vacina chinesa. Quantos mais precisarão morrer ou se contaminar para que se enxergue essa demanda, fora o fato de que estamos em uma pan-de-mia? Essa é a demanda. A demanda. A politização da vacina é algo tão absurdo, que coloca em xeque a capacidade de discernimento dos políticos. A vacina é a garantia de retomada da economia, da volta do Turismo à vida do brasileiro, da recuperação de diversas empresas e empregos, de números que voltarão a ser positivos e que qualquer governo poderá usar em qualquer horário eleitoral. Vejam como fomos eficientes na vacinação, vejam como a economia retomou. Vejam como os empregos retornaram. Vejam como cuidamos bem de vocês e fizemos bem o nosso trabalho. O governo não quer isso? Tem eleição em 2022, salvar vidas e a economia rendem votos. Garantimos. Apostem na vacinação e em benefícios para a economia. Deixem para se digladiarem pelo poder em 2022. Antes disso, olhem por todos nós. Foram eleitos para isso, não? O Turismo é um dos setores que se beneficiarão imediatamente da vacinação. Assim como Alimentação, Eventos, Entretenimento, Saúde e tantos outros congelados ou em marcha lenta por conta da crise. O Turismo fez a sua parte, implementou protocolos, se adaptou ao momento e mostrou que é possível viajar com responsabilidade e segurança. O verão está aí para provar isso e a vacinação vai fazer com que não regridamos, com que sigamos adiante e setores que ainda não voltaram, como o corporativo, os eventos e o entretenimento, se juntem ao lazer e à busca pela natureza. Não podemos perder essa janela. Queremos sair de casa em segurança; queremos voltar a crescer, abraçar, movimentar a economia; queremos fazer planos e deixar de ver tanto sofrimento pela TV (no que se refere à covid-19, pois os demais problemas, sabemos, persistem e até pioram com a crise); queremos ir para as ruas seja para apenas passear, ou para celebrar, protestar, sermos livres. Sim, é pedir muito, nos parece. Mas olha que legal. Alguns laboratórios já desenvolveram vacinas para a covid-19. Já disponíveis. Já sendo distribuídas em outros países. Não é tão difícil, vai. Temos dinheiro (somos uma das dez maiores economias do mundo), temos um bom sistema de saúde, temos ótimos profissionais no setor...falta vontade política, é isso? Temos? PS: Sobre a demissão do ministro do Turismo, mais uma vez a pasta é usada como moeda de troca e não como estratégica para o desenvolvimento do setor. Entidades, players do Turismo, destinos de todo o País já têm o que fazer em janeiro de 2021 – se reunir com o novo ministro do Turismo, Gilson Machado, e apresentar planos, projetos, eventos, ações, pedidos... ou seja, começar tudo de novo. Álvaro Antônio fez um bom trabalho à frente da pasta, ficou mais que a média de um ano e meio de seus antecessores e volta à Câmara dos Deputados sabendo mais sobre uma das mais importantes áreas da economia brasileira. Além de soltando farpas para alguns desafetos no governo, o que, segundo o presidente Bolsonaro, foi o que causou sua demissão. Que venha 2021. Artur Luiz Andrade Editor-chefe e Chief Communication Officer da PANROTAS artur@panrotas.com.br
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Check-in
As notícias da semana
+Lidas da semana Portal PANROTAS Toque na imagem e leia a notícia completa
Data marcada
As fronteiras dos Estados Unidos ainda não reabriram para o Turismo, mas os aeroportos da Flórida já contam com a retomada de voos do Brasil. Confira a previsão em Fort Lauderdale e Orlando.
1 - Volta de aéreas brasileiras à Flórida já tem data marcada 2 - Veja fotos exclusivas do voo da Gol com colaboradores no 737 MAX 3 - CVC Corp anuncia saída de mais um diretor contratado pela gestão anterior 4 - Litoral Norte de SP cancela eventos e impõe restrições no final de ano 5 - Brasil e Egito estão perto de ter voo direto, diz embaixador 6 - Abracorp se opõe à demissão do ministro do Turismo
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Recuperação da aviação doméstica
Azul e Gol divulgaram os resultados de novembro com números que deixam o mercado otimista com a retomada doméstica. A Gol atingiu 84,5% de ocupação no mês, com picos de 450 voos por dia e geração de caixa diária de R$ 3 milhões, algo inédito na pandemia. Já a Azul operou, no penúltimo mês do ano, com 85% do volume do nível pré-pandemia. Clique aqui para ler sobre a Gol Clique aqui para ler sobre a Azul
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7 - Restaurante argentino é o melhor da Am. Latina; brasileiro fica em quarto 8 - Marcelo Álvaro Antônio é demitido do ministério do Turismo 9 - Estado de São Paulo iniciará vacinação em 25 de janeiro 10 - Gol é a primeira do mundo a voltar a voar com o MAX Fonte: Portal PANROTAS
São Paulo-Cairo
Um voo direto entre o Brasil e o Egito? Segundo o embaixador do Egito no Brasil, o anúncio está mais perto do que se imagina.
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Novo ministro do Turismo
A semana foi movimentada em Brasília para o setor de Turismo. O ministro Marcelo Álvaro Antônio foi demitido da liderança da pasta e logo na sequência foi nomeado seu substituto: Gilson Machado Neto, presidente da Embratur. Na agência de promoção do Brasil no Exterior, assume a presidência Carlos Brito, até então diretor de Gestão Corporativa da entidade. Veja o balanço que Marcelo Álvaro faz de sua gestão E Gilson Machado Neto já entrou com uma solicitação aos destinos: sem mais lockdowns, pois "a indústria não aguentaria"
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MSC 2021/2022 A MSC Cruzeiros divulgou os detalhes da sua temporada 2021/2022 que terá cinco navios na América do Sul e vai de novembro de 2021 a abril de 2022. Será possível embarcar em Santos (SP), Rio de Janeiro, Salvador, Maceió e Itajaí (SC).
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+Lidas da semana PANCORP 1 - Brasil e Egito estão perto de ter voo direto, diz embaixador 2 - Abracorp se opõe à demissão do ministro do Turismo 3 - Gol é a primeira do mundo a voltar a voar com o MAX 4 - 84% de ocupação e volta da geração de caixa. Veja números da Gol 5 - Accor contrata ex-Gol como gerente de Performance Toque nos links abaixo e leia as notícias completas
Conferência global Expedia
Flexibilidade, limpeza e comunicação. É o que a gigante mundial Expedia pede dos parceiros nesse momento e no pós-pandemia. A empresa realizou sua convenção mundial on-line este ano e você encontra a cobertura no Portal PANROTAS. Em outra notícia, pesquisa feita pela OTA revela otimismo dos viajantes para 2021. Clique aqui e leia sobre as dicas da Expedia aos fornecedores Clique aqui e leia sobre a pesquisa feita com 11 mil viajantes
6 - Gol estreia o Boeing 737-800 no aeroporto de Cascavel (PR) 7 - Voetur passa a representar a ATG no País e inaugura filial em SP 8 - Inscreva-se de graça para evento da Phocuswright sobre Am. Latina 9 - Localiza diz que deixou de ser outsider no mercado de Turismo 10 - Gol realiza nova proposta para incorporar a Smiles
Fonte: Portal PANROTAS
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Frequência ampliada
Apostando nos destinos da Ásia e na Austrália, a Qatar Airways aumenta de sete para dez voos por semana sua operação entre São Paulo e Doha.
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Mais uma união independente
Mais de 70 agentes de viagens se uniram e lançaram manifesto contra a atitude de determinados fornecedores, principalmente na hotelaria, de não repassar comissão e tampouco prestar um atendimento à altura do canal de distribuição.
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Bastidores do Turismo
O programa está de volta para falar sobre a Retrospectiva 2020. Nesse primeiro programa, de um total de cinco, falamos de Cruzeiros, Parques Temáticos e Política. Toque na imagem e assista ao programa
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Entrevista
Artur Luiz Andrade
SOMOS SOBREVIVENTES DA CRISE”
Em entrevista exclusiva à PANROTAS, o presidente da CVC Corp, Leonel Andrade, afirma que a empresa sobreviveu à crise da covid-19, mas para isso teve de fazer um trabalho profundo de revisão e republicação de balanços, além de uma reestruturação interna (com demissão de menos de 10% dos mais de quatro mil colaboradores e redução de diretorias de 20 para 11) e de estudos estratégicos e de marcas, cujos resultados serão revelados no começo de 2021. Uma CVC com menos marcas (talvez duas ou três), com mais ferramentas para estar perto dos clientes e com uma remodelação nas suas lojas físicas, para que a experiência de
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compra do passageiro seja transformadora e rica, e não apenas transacional. É o que se projeta para 2021. Andrade falou à PANROTAS sobre os erros achados nos balanços republicados e assumiu que a empresa errou no caso da Avianca Brasil, tendo apostado alto em uma aérea que o mercado já desconfiava estar mal das pernas. Ele também anunciou um programa de fidelidade próprio (Leonel Andrade já presidiu a Smiles, vale lembrar), o investimento no segmento de luxo, mas descartou qualquer aquisição ou fusão nos próximos dois anos. “Parcerias sim e muitas agências têm nos procurado”, disse.
Leonel Andrade
REVISTA PANROTAS – Como você define esses oito meses de crise, desde abril, quando assumiu a CVC Corp? LEONEL ANDRADE – Realmente abril foi em outro século, porque o mundo tem mudado com tanta rapidez, e agora nas últimas semanas com as perspectivas melhores... Foram oito meses de melhoria contínua. Saímos do pior cenário possível para cada mês um pouco melhor. Ainda longe da solução final, mas está perto de passar. RP – Como a CVC Corp lida com a responsabilidade de viajar durante uma pandemia? ANDRADE – A viagem não é o momento mais perigoso, e sim quando a pessoa, não importa onde está, não segue protocolos básicos. Nós do setor poderíamos ter feito um trabalho melhor de educação sobre os protocolos. Não vimos nenhum movimento forte nesse sentido por parte de nenhum governo. Mas a maioria dos viajantes segue os protocolos e em Turismo (essa adesão) foi melhor que o esperado. Nós temos feito um trabalho grande para dar segurança e conforto ao cliente. A nossa presença física é um diferencial, temos uma capacidade grande de atender e cuidar. Temos acompanhado o que todos os nossos fornecedores têm feito. RP – Quem está viajando nesse momento? ANDRADE – Quem não aguenta mais ficar em casa e viu que há protocolos de viagem segura dentro do Brasil. É o Turismo doméstico e pessoas que estão buscando descanso em praias, campo, resorts, onde se possa ter distanciamento e sem aglomeração. E a classe A descobrindo o Brasil finalmente.
RP – Mas a CVC atende a classe A? ANDRADE – De fato da CVC é a operadora da classe média, e isso está correto de ser, não é à toa que temos escala e somos tão grandes. Sempre faço uma comparação com os bancos, como o Bradesco, o super banco de varejo brasileiro. Não classificaríamos o Bradesco como para classe A, mas não é assim. Todas as pessoas de alta renda no Brasil têm relação com o Bradesco. Com a gente é parecido. Nossa marca não é reconhecida para a classe A, mas ela transita ao nosso redor. Claro que também não tínhamos o melhor portfólio (para essa classe A). Mas agora nós temos. Com a pandemia, esse público passou a frequentar mais fortemente o Brasil, e principalmente os hotéis começaram a nos procurar também. Somos uma sobrevivente da crise, honramos nossos compromissos e podemos ser um grande parceiro. Construímos então o segmento Boutique, dentro das nossas marcas. Fizemos então parceria com as marcas de luxo. RP – O Boutique então vai ser uma aba dentro de cada marca? ANDRADE – Sim. Compramos dez companhias em nossa história. A marca CVC é top of mind, mas ficamos com muitas marcas, o que dificulta a identidade do grupo e os investimentos. Estamos finalizando o estudo de marcas nas próximas semanas e vamos reduzir e simplificar as marcas do grupo, pode até surgir alguma coisa nova, mas não tem cabimento termos mais que duas ou três marcas de posicionamento no Brasil. Dentro desse escopo vamos definir como nos relacionaremos com a alta renda.
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FRANQUIAS RP – A CVC Corp contratou recentemente a executiva Daniela Bertoldo, que vem de fora do setor de Viagens e Turismo, para comandar o B2C da empresa, que tem uma rede de franquias muito forte e unida. Como deverá ser o relacionamento dessa nova liderança com as franquias e qual foi o impacto da pandemia nessas lojas, nesses empreendedores? ANDRADE – Não existe reorientação ou novo direcionamento na maneira de distribuir. Nossos franqueados são uma fortaleza, e temos convicção que o modelo de franquias é vencedor e vai continuar. Obviamente a gente vai ter mudanças e temos de repensar um pouco (o modelo das lojas), não por conflito, mas por competitividade. Há muito tempo a gente não investe nessa rede, com conteúdo, posicionamento, mídia digital, experiência no ponto de venda. Vamos trabalhar com repaginação completa dessa experiência do cliente no ponto de venda, que precisa ser mais relacional que transacional. O mundo digital vai complementar isso: melhorar nossa oferta e integrar tudo com o cliente. Os franqueados vão ser a mola propulsora do nosso negócio e foco principal da empresa. Mas tem de mudar como vender, se posicionar, como olhamos o cliente como um todo. Vou fazer isso com a Daniela nos próximos meses e junto com os franqueados. RP – Como esta rede sai da crise? Que tamanho tem? ANDRADE – Tínhamos 1.367 lojas quando eu cheguei, no começo de abril. Hoje são 1.250 lojas operando. A redução foi até pequena para o tamanho da crise. Isso mostra o quanto essa rede é comprometida e apaixonada e a nossa capacidade de reação, especialmente com o doméstico. A crise foi muito dura e a chegada da Daniela gerou dúvidas e continua gerando, é natural. Nos seis primeiros meses, fiquei em casa cuidando da sobrevivência da empresa. Talvez tenhamos deixado os franqueados com muitas dúvidas. Agora é a hora de voltar às ruas. RP – A CVC já formatou um novo modelo para trabalhar com profissionais independentes? ANDRADE – Primeiro vamos deixar claro que as lojas, seja da CVC ou de agências multimar-
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Rio de Janeiro
ca, continuarão existindo. Essa densidade não vai mudar. O turnover é normal nesse negócio. No Brasil não existe, por outro lado, um negócio como um corretor de agências de Turismo. Isso vai ocorrer, mas quero deixar claro que se ele tem como investir em uma loja, vamos reconhecer isso, como remunerar melhor. Estamos estudando caminhos para ajudar esses profissionais, mas a remuneração nunca será a mesma da loja. Vai vir muita novidade, inovação. Podem esperar.
LIDERANÇAS RP – Como foi a reestruturação de líderes? ANDRADE – Agora são 11 diretores que se reportam diretamente a mim (eram 20), com a união da área de Planejamento e Produto. Essa estrutura deve ser definitiva. Lembrando que duas dessas diretorias são novas, de Compliance e Auditoria e a de Clientes. Portanto, se for comparar à estrutura antiga são nove (diretorias que ficaram e mais duas novas). RP – E seu projeto, ligado à diretoria de Clientes e Pricing, sobre mudar a precificação e a forma de se relacionar com os passageiros CVC? ANDRADE – Meu sonho é você me perguntar quanto custa uma viagem e eu responder “não sei”. Porque depende de você, da sazonalidade, do canal, do parceiro, da procura... em um modelo de precificação dinâmica e algoritimi-
Casa da VHC em Orlando
ca. Temos um time alinhado com essa nova CVC, com lideranças que vieram do Santander, Smiles, Alelo, que se juntam ao time de Turismo. Um time coeso para o futuro da organização.
PRODUTOS RP – Como está a área de aluguel de residências, na VHC? ANDRADE – É uma tendência mundial e estamos investindo sim. Já temos propriedades em Gramado (RS) e Maraú (BA), e nos próximos meses chegaremos a Santa Catarina, litoral de São Paulo, Rio de Janeiro, e provavelmente Praia do Forte, no Nordeste. Será uma área de grande expansão. Propriedades também com serviço, para a classe mais alta. No Exterior, estamos na Flórida, e temos plano de expansão, que inclui Portugal. RP – As vendas chegaram aos 50% previstos na sua última call com investidores? ANDRADE – O doméstico, nos últimos 15 dias, está com cerca de 70% das vendas pré-pandemia. Isso com a malha aérea ainda não completa e
hotéis com restrições. No inter, ainda é abaixo dos 10%, assim como corporativo. O internacional deve reagir em meados de 2021. Estamos hoje, no geral, com 50% das vendas prépandemia. RP – As consolidadoras da CVC Corp dependem bastante do corporativo, que ainda não voltou nem perto do volume pré-pandemia. Como está o B2B na CVC Corp com essa demora do corporativo? ANDRADE – Temos posição bem consolidada, liderança com mais de 60% do mercado. Essas agências, com o corporativo comprometido, se voltaram ao lazer. E as vendas estão crescendo. Unificamos os times, backoffice, usando tecnologia e estamos ganhando eficiência operacional.
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FIDELIDADE RP – Durante a pandemia deu para vislumbrar novos negócios? ANDRADE – O único que posso adiantar é o programa de fidelidade. Temos todas as condições para fazer bem feito. Temos gama gigantesca de clientes, altíssima capacidade de propriedades e ser multibandeira para o viajante, programas de desconto, cartões, pontos...tudo isso vamos desenvolver. Há outros negócios, mas ainda não tenho como anunciar. Mas no curto prazo, nenhum foco em aquisição. Parcerias tudo bem e muitas agências estão nos procurando no B2B e vamos crescer ainda mais nesse negócio. Mas aquisição não, estamos focados em arrumar a casa. RP – Como estão os fretamentos de verão? ANDRADE – Aprendemos com as companhias aéreas a precificar e
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Apartamento do portfólio da VHC em Gramado
fomos mais conservadores no risco. Quem compra antes paga mais barato. Prefiro ter menos fretamentos, mas controlando melhor margens e riscos. Está dando muito certo. Vendendo bem.
REARRUMANDO A CASA RP – Você disse que a CVC é uma sobrevivente e que há segurança em sua continuidade. Como foi esse trabalho de rearrumar a casa financeiramente? ANDRADE – A crise foi brutal. Temos quatro mil funcionários diretos, mais oito mil nos franqueados e nos receptivos. Em abril tivemos pela primeira vez faturamento negativo na história. E agora chegamos aos 50%, o que não é suficiente, continuamos deficitários. Tivemos apoio enorme dos nossos acionistas. Nossos funcionários são muito engajados. Menos de 10% saíram e não foram repostos. Estamos reestruturados em todas as frentes. Em determinado momento tivemos dúvidas em relação à continuidade da empresa, tínhamos a crença, mas também as dúvidas. Hoje não temos mais dúvidas. Refizemos toda a parte contábil, até cinco anos para trás, foram mais de 70 mil documentos, tudo revisto e atualizado. Republicamos os balanços e sem esse trabalho não teríamos tido sucesso nas duas etapas de capitalização. A terceira grande ação foi a renegociação de dívida, que é normal para um ano normal. Mas quando se tem faturamento zero ou não cobre os compromissos, claro que é alta. Mas como nunca tivemos um real de atraso com ninguém, mantendo caixa de R$ 1,5 bilhão, posso dormir tranquilo que tenho dinheiro para devolver ao cliente se ele requisitar. Esse dinheiro é do cliente. Claro que vamos usar a MP, mas garanto que pode viajar que a CVC está vivíssima e com o caixa cheio. RP – O processo de remarcação ainda está alto? ANDRADE – Sim, muita gente está ainda esperando (para remarcar suas viagens), porque não se sente seguro ou não pode viajar. Outros ainda dependem de voos,
fronteiras abertas, malha nacional 100%. De mais de um milhão de clientes com crédito, só 35% já remarcaram suas viagens. Por isso esse caixa é para sustentar o operacional dessas viagens. Ainda falta muita gente para decidir quando viajar e usar esse crédito. Temos o caixa e o crédito para todo mundo. Ninguém terá prejuízo com a CVC Corp. RP – Ainda com relação à reestruturação financeira, saltou aos olhos nos balanços republicados o impacto da Avianca Brasil nos números. A CVC Corp errou nesse caso da Avianca? ANDRADE – Acho que errou. Errou porque não mensurou corretamente o tamanho do risco. O mercado estava com pé atrás já. Temos de ser mais conservadores em todos os sentidos, na gestão de crédito, tomada de risco, compras... Na Avianca, a CVC foi com muita sede ao pote e pagou caro por isso. Tínhamos posicionamento muito de vendas, preciso ter um de margem e segurança. Quero ter controles e dormir tranquilo que estamos sendo mais conservadores. Cuidando da sustentabilidade da companhia. RP – Depois de todas essas revisões e publicações dos balanços, o mercado está ansioso para saber dos desdobramentos das descobertas de erros contábeis nesses balanços recentes e até da suspeita de manipulação dos mesmos. O que você pode dizer sobre isso? ANDRADE – Esse assunto permanece com o Conselho de Administração. Existe um comitê de auditoria, que no devido tempo vai se manifestar. Em alguns meses devemos ter uma resposta sobre isso, mas é um assunto do conselho e do comitê. Nós da gestão da companhia não lidamos com esse tema. Tentamos
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isolar essa questão no dia a dia: primeiro, porque não há ninguém em nível de gestão executiva na empresa que tenha participado disso e as investigações deixaram isso bem claro. A segunda razão é que pelo estatuto não cabe à gestão cuidar disso. Conselho vai se manifestar e nós seguimos a vida. RP – E já que você se declarou mais otimista diante dos números recentes, sua previsão de retomada dos níveis pré-pandemia, que estava em 2023, agora foi antecipada em quanto tempo? ANDRADE – Duas coisas nos favorecem. Estamos preparados, nossa competitivida-
de no doméstico aumentou. Trade e clientes confiam na gente e estamos ganhando bastante market-share. Acho que agora, já no fim de 2022 estaremos do mesmo tamanho que 2019. RP – E de onde está vindo esse aumento de share? Das OTAs ou das operadoras no B2B? ANDRADE – Em todos os canais, mas mais forte no B2B. Temos crédito e credibilidade, negociações com hotéis e companhias aéreas, capacidade de distribuição, o que nos favorece (no B2B). Também o lazer B2C tem trazido share.
ON-LINE RP – Como o on-line foi impactado pela pandemia? ANDRADE – A pandemia acelerou comportamentos, mas graças a Deus estamos em viagem, apesar dos atrasos. Na minha casa chega tudo que eu quiser, mas viagem não. O cliente vai até o produto. A experiência, o atendimento, o cuidar ainda são muito necessários, o que favorece nosso modelo. Mas temos um dever de casa no on-line. Temos investindo muito em conhecer os clientes. Tínhamos menos de um milhão de clientes no bom cadastro e agora são 12 milhões. Temos 12 modelos implantados de precificação. Agora é o dever de casa da automação, que já está 100% no B2B. No B2C está devendo, mas o trabalho de back-office está sendo tocado. A parte mais visível vai chegar no segundo trimestre de 2021. Seremos benchmarking mundial em multicanalidade de Turismo, mas leva tempo. Daqui a três, quatro anos, poderemos olhar e dizer "uau". Mas a cada três meses veremos os saltos. RP – Como a CVC está olhando para 2021? ANDRADE – 2021 será o ano da sustentabilidade na CVC. Vamos investir e nos posicionar como uma empresa comprometida com a sustentabilidade do planeta, do negócio, com a diversidade, a inclusão. A gente está devendo isso. Uma empresa do nosso tamanho que vive e usa o planeta, retribuímos e
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Leonel Andrade
contribuímos pouco. Também seremos uma empresa cada vez mais diversa. Preciso refletir na CVC meus clientes e o Brasil. Também, claro, vamos tentar fazer a empresa voltar a ser lucrativa. No final 2021 temos condição de voltarmos a ser uma empresa acima do zero.
ESTRUTURA CVC CORP Leonel Andrade – CEO da CVC Corp REPORTES DIRETOS AO CEO UNIDADES DE NEGÓCIOS Daniela Bertoldo Diretora executiva da unidade B2C (redes CVC e Experimento Intercâmbio Cultural) Luciano Guimarães Diretor executivo da unidade B2B (Esferatur, RexturAdvance, Visual, VHC e Trend) Tulio Maia Diretor executivo da unidade OnLine (Almundo Brasil, CVC.com e Submarino Viagens) ÁREAS DE SUPORTE A CLIENTES E AOS NEGÓCIOS Sylvio Ferraz Diretor executivo de Produtos Aéreos, Terrestre, Marítimo (Nacionais e Internacionais) – com apoio do diretor executivo de Nacional Claiton Armelin e diretor de aéreo Vitor Megale
ÁREAS CORPORATIVAS Eliane Lapa Diretora executiva de Governança Corporativa Maurício Montilha Diretor executivo de Finanças Corporativa Eliane Lapa e Bruno Capobianco (ambos provisoriamente) – Diretoria de Gente e Gestão (auxiliando os líderes de Gente e Gestão com a saída de Marcello Zappia, que estava no comando dessa diretoria há um ano). ARGENTINA Fabio Mader – Diretor executivo da CVC Corp para Argentina, México e Colômbia n
Melina Vidaller Diretora de Clientes (CRM, Pricing, Revenue Management, Qualidade) Tania Goldenberg Assayag Gerente executiva de SVA e Novas Receitas e interina em Planejamento Estratégico Bruno Capobianco Diretor executivo de Operações Marcelo Leite Diretor executivo de TI
Luciano Guimarães, Daniela Bertoldo e Tulio Maia
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Mercado Rodrigo Vieira
Prateleira (virtual) de luxo Principal evento de Turismo de luxo do mundo, a International Luxury Travel Market (ILTM) aconteceu de maneira totalmente virtual neste ano, devido à pandemia de covid-19, e se organizou em etapas regionais, conectando expositores e compradores de todo o mundo das viagens de alto padrão. Realizada na primeira semana de dezembro, a etapa das Américas encerrou o ILTM World Tour 2020 com boa aprovação e engajamento dos participantes, o que novamente demonstra resiliência
do mercado dos viajantes de alto poder aquisitivo, mas ficou também o gostinho de quero mais e a vontade de voltar a reunir os principais players do alto padrão em suas etapas presenciais e suas festas sempre criativas, do Brasil (ILTM Latin America) a Cannes, na França, o principal evento do portfólio, sempre no último mês do ano. Acompanhe alguns destaques de alguns dos expositores que mais se interessam pelo viajante das Américas.
Austrália Se natureza e espaços abertos são impulsionadores da retomada do Turismo, no luxo e fora dele, poucos países com uma oferta melhor do que a Austrália, cuja principal vitrine para o viajante de alto padrão sempre foi seus recursos naturais. O país tem vocação e sabe trabalhar sua biodiversidade como produto turístico. O head de Parcerias Comerciais do Tourism Australia para as Américas, Chris Allison, diz que os estudos feitos pelo país durante a pandemia mostram que a Austrália é um dos principais alvos de quem busca espaços abertos em mercados emissores-chave. E com as notícias ecoando sobre a biossegurança do país da Oceania, muito provavelmente a Austrália estará na dianteira quando o volume internacional retornar de fato. "Desde antes da pandemia, a Austrália já definia luxo como senso de natureza, conexão com seus cenários, com o privilégio de estar e não de ter. Temos experiências gastronômicas em contato com a natureza incríveis em nossos hotéis e restaurantes, além de conexão com as comunidades locais", afirma Chris Allison. O Signature Experiences of Australia é uma das ações tomadas pelo Turismo do país. Trata-se de um selo criado a partir de uma parceria entre o governo e a iniciativa privada, que atesta as principais experiências de luxo australianas. Um programa que empacota e promove o que de melhor pode se viver no destino, seus nichos e categorias especí-
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ficas. "A Signature Experiences of Australia atualmente compreende vinícolas, pousadas de luxo, campos de golfe, caminhadas guiadas, experiências guiadas aborígines, aventuras de pesca, encontros com a vida selvagem e atrações culturais. Em cada caso, a Tourism Australia fez parceria com grupos selecionados da indústria que têm uma proposta de marketing atraente e compartilham um objetivo e uma visão comuns", conclui Allison. A brochura para agentes de viagens pode ser baixada em www.tourism.australia.com
Cheval Blanc O quinto hotel da marca do grupo Louis Vuitton representa uma das aberturas mais esperadas do luxo em 2021, depois de a pandemia obrigar a postergação de sua inauguração, que aconteceria ainda no primeiro semestre deste ano. Localizado no coração da Cidade da Luz, a alguns passos do Louvre e do Marais, o Cheval Blanc Paris combina características históricas, culturais e contemporâneas para uma autêntica experiência parisiense. As janelas panorâmicas nos 26 quartos e 46 suítes oferecem vista para famosos marcos e áreas movimentadas da cidade. Entre as exclusividades de quem comprar com uma empresa Virtuoso estão upgrade na chegada (mediante disponibilidade), café da manhã americano completo para duas pessoas (por dia), prioridade na imigração, transfer privativo de ida e volta gratuita com meet and greet VIP, acesso ao spa, Wi-Fi gratuito e early check-in e late check-out (mediante disponibilidade). Outra novidade é que a marca trabalha para inaugurar uma propriedade em Los Angeles, cuja inauguração está prevista para daqui cerca de cinco anos.
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Dorchester Collection Produto em voga já durante a pandemia, e não apenas para a retomada são as casas de férias. Os viajantes mais ricos do mundo também estão buscando tal modalidade de hospedagem, mas não abrem mão de um serviço de alto padrão tão bom ou melhor do que o da hotelaria. É esta uma das propostas da Dorchester Collection. Em 2021, o grupo inaugurará residenciais de luxo com serviço de ponta em Dubai. O destino dos Emirados Árabes, que já está aberto, também terá um hotel do Dorchester Collection, mas só no ano seguinte. A The Residences Dorchester Collection Dubai será às margens do Canal de Dubai. Mais de 60% do trabalho já foi concluído neste projeto que tem um valor total superior a R$ 3,4 bilhões. Para a empresa, o "The Residences será um marco para o estilo de vida urbano definitivo. Uma mistura inimitável de design, arquitetura histórica e serviço excepcional no coração de Dubai". A torre residencial de 32 andares inclui 39 residências mobiliadas, com apartamentos de dois, três e quatro quartos. Situado nos andares 30, 31 e 32, o The Residences, oferece seis coberturas elegantes de quatro e cinco quartos O grupo tem nove propriedades entre Europa e Estados Unidos e todas já reabriram suas portas. O CEO da empresa, Christopher Cowdray, revela que a Dorchester Collection está muito próxima de uma abertura em São Paulo.
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Four Seasons Embora tenha deixado sua única propriedade no Brasil, em São Paulo, durante a pandemia, a Four Seasons Hotels and Resorts tem planos importantes para 2021. A rede canadense garante que virão “emocionantes inaugurações, renovações e melhorias estão progredindo em todo o portfólio, tudo com foco na criação das experiências de luxo mais excepcionais enquanto recebemos os hóspedes com segurança”, como afirmou o presidente de Operações Globais para Four Seasons Hotels and Resorts, Christian Clerc. Entre as inaugurações recentes da empresa, estão o Four Seasons Hotel Tóquio em Otemachi, o Four Seasons Hotel and Residences Madri, o Four Seasons Hotel San Francisco em Embarcadero e o Four Seasons Hotel and Residences Bangkok no Chao Phraya River. Entre as inaugurações previstas para 2021, estão o Four Seasons Resort and Residences Napa Valley, o Four Seasons Hotel and Private Residences New Orleans, o Four Seasons Resort Tamarindo no México, o San Domenico Palace, em Taormina, na Itália; e o Four Seasons Hotel and Private Residences Fort Lauderdale. O grupo hoteleiro também está programado para realizar reformas e melhorias em 21 empreendimentos em todo o mundo. Como pode ser visto nas inaugurações a serem realizadas no próximo ano, a Four Seasons está apostando no conceito de "Private Residences", empreendimento que prometem ser ideais para quem procura mais espaço e privacidade complementados por serviços e comodidades. Essa modalidade de hospedagem também se encaixa nas "staycations" que estão sendo incentivadas pelo grupo. O Four Seasons lançou o "Extend Your Stay", programa que oferece uma série de benefícios exclusivos para quem se hospedar em um hotel por 30 dias ou mais. Os hóspedes terão um concierge designado, a opção de criar um plano de bem-estar com equipes de culinária e spa da propriedade, traslados terrestres, estacionamento gratuito, Wi-Fi premium e sessões de ginástica privadas.
Four Seasons Madrid
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PANROTAS — 29 de julho a 4 de agosto de 2020
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