PANROTAS 1.463

Edição nº 1.463 - Ano 29 | 24 a 30 de março | www.panrotas.com.br

R$ 11,00

Diretor de quatro feiras internacionais, Simon Mayle, da Reed Exhibitions, assegura encontros presenciais, fala sobre a transformação vivida pelo setor e indica como será este universo no pós-pandemia

E AINDA, ENCARTE ESPECIAL: FLÓRIDA SE PREPARA PARA A RETOMADA

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PANROTAS — 3 a 9 de fevereiro de 2021

3 a 9 de fevereiro de 2021 — PANROTAS

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ÍNDICE nº 1.463 | 24 a 30 de março de 2021 | www.panrotas.com.br

Página 05 Editorial - 5 expectativas que temos para quando a vacina chegar e sairmos da crise

Página 08 Check in - Aviação domina as notícias de destaque da semana

Página 14 Entrevista com Simon Mayle - Executivo da Reed Exhibitions fala sobre as lições do isolamento e perspectivas para as feiras de Turismo

Página 19 Entrevista com secretário Rafael Brito - Alagoas esperava hotelaria com 92% de ocupação em março, mas pandemia frustrou a retomada

Página 24 Saudade da Flórida? - Veja destinos e produtos que se preparam para a abertura das fronteiras

PRESIDENTE

José Guillermo Condomí Alcorta GESTÃO

José Guilherme Condomí Alcorta

TECNOLOGIA Ricardo Jun Iti Tsugawa

EDITORIAL

Artur Luiz Andrade

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Editorial

CINCO MUDANÇAS

QUE GOSTARÍAMOS DE VER NO TRADE DE TURISMO PÓS-PANDEMIA 1.

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Eventos com propósito e conteúdo bem definidos. Não dá mais para ir a um evento e assistir a uma apresentação de slides sobre um destino ou produto, muitas vezes mal traduzido e bem mecânico. Vocês me ensinaram que posso aprender sobre destinos on-line, lembram? Então acrescentem valor ao seu evento, juntem experiência de verdade e algum diferencial que me faça sair de casa (sim, estamos loucos para ir a cafés da manhã às 8h longe de casa, mas não vamos exagerar, né?).

Conteúdo, conteúdo, conteúdo.

Viagens com propósito e tempo para respirar. Sim, estou até com muita saudade de chegar de um voo de 12 horas, fazer tour pelo hotel, jantar das 18h às 21h, cair na cama e meia hora depois acordar assustado perguntando “onde estou?”, para em seguida dormir até às seis, pois tem um passeio que sai cedo e é importante que a gente veja. Precisamos de tempo nessas viagens para sentir o destino, experimentar a rotina local, entrar em contato com a comunidade. Se é para um profissional do bureau contar tudo pra gente, mais uma vez é melhor ficar em casa e voltar aos tours virtuais.

Empresas mais transparentes. E aqui vai um salve e aplausos para a Gol Linhas Aéreas, que tomou uma das decisões mais complexas da pandemia (refazer TODA a malha de abril) e foi 100% transparente com os agentes, operadores, viajantes, mídia... Não dá mais para atrasar o voo e não explicar o que está acontecendo. Não dá para esconder incidentes, acidentes e bizarrices que se espalham na internet.

Não dá para não responder bem e com transparência ao cliente. Não dá para dizer que foi problema no sistema ou que a chuva em São Paulo toda vez é a culpada pela queda tecnológica. Não dá mais para esconder números ou maquiar dados. Não dá mais para se dizer parceiro e de repente sumir. Não dá para contar histórias que não se concretizarão. E nem para ter dados dos clientes vazados e só pedir para trocar a senha.

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Processos mais ágeis, sem toque e seguros em aeroportos. São muitas etapas e muita ineficiência. No Brasil, a sensação é de que as lojas e os duty free são mais importantes que os passageiros. Às vezes não tem lugar para sentar, mas tem uma loja de 1.200 metros quadrados vazia. Os funis são os mesmos há décadas: check-in demorado, raio-X demorado, leitura de passaporte demorada, salas de espera lotadas, portões de embarque que mudam como se troca de roupa, falta de acesso premium. E muitos processos com toque, desde os banheiros até a checagem de documento. Já há tecnologia para melhorar tudo isso. Já há razão para tornar os aeroportos mais humanos, mais acolhedores e menos comércio.

Uma comunicação mais pensada e empática. Outro dia recebemos um comunicado de uma empresa que queria falar do crescimento das viagens domésticas e de seus números que mostravam vendas em março de 2021 que eram 70% do prépandemia. Gente, mas se a Gol está com sua malha em 20%, se os destinos estão fechados (não podemos ir à praia em Pernambuco, Alagoas e no Rio de Janeiro), se cidades decretam lockdown e os cancelamentos batem recorde nas operadoras... que número é esse de 70%? Faltou timing à assessoria de imprensa para essa pauta equivocada. A retomada virá, provavelmente com o doméstico de novo, mas já com diversos países abertos para vacinados, o momento agora, porém, é de ser mais realista. Um discurso desse mostra uma visão fora da realidade, como muitos comunicados de imprensa que recebemos, que somente querem emplacar notícia, sem analisar as consequências dessa divulgação. Pensem no que estão comunicando. As redes sociais hoje são cruéis com mensagens mal elaboradas. Mais qualidade e conteúdo real e menos vaidade e busca ensandecida pelo clique.

Ah, sim. Temos mais 365 desejos para um novo Turismo. Mas vamos começar devagar. E nos mandem sugestões de como podemos ajudá-los. Afinal, #SomosTodosTurismo.

Artur Luiz Andrade Editor-chefe e Chief Communication Officer da PANROTAS artur@panrotas.com.br

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Check-in

As notícias da semana

+Lidas da semana Portal PANROTAS 1 - EXCLUSIVO: Gol explica o que fazer com as reservas de abril; entenda 2 - Gol não voará para 9 destinos em abril; saiba quais Toque nos links abaixo e leia as notícias completas

O que fazer com suas reservas de abril?

A Gol Linhas Aéreas anunciou que todos os clientes têm de remarcar seus voos de abril, devido à redução da malha em decorrência do aumento das restrições em todo o País neste momento de intensificação da pandemia de covid-19. Exclusivamente ao Portal PANROTAS, a companhia anunciou quais serão os destinos afetados: nove deles para os quais não voará no mês que vem.

Por sua vez, Azul, Latam e VoePass não informam nem a proporção da diminuição e tampouco destinos afetados.

Se limitam a comunicar que estão entrando em contato com os clientes afetados. A Latam prevê encerrar março de 2021 com 35% da capacidade pré-covid.

Veja os destinos para os quais a Gol não voará em abril Veja as orientações da companhia para gerenciamento das reservas afetadas Latam encerrará março com 35% da capacidade pré-covid-19 Comunicados de Azul, Latam e VoePass sobre previsões para abril

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3 - MP prorroga prazos de remarcações e cancelamentos no Turismo 4 - Clientes Gol com voos em abril devem remarcar seus bilhetes no site 5 - Aumento de restrições em todo o País paralisa o Turismo (mais uma vez) 6 - Azul e Latam se manifestam sobre diminuição de voos em abril 7 - Gol adia para junho volta dos voos internacionais 8 - Vistos dos EUA: advogado alerta para restrição nos procedimentos 9 - Decolar reforça Comercial e Sourcing com novos executivos 10 - Argentina reforça restrições a viagens ao país Fonte: Portal PANROTAS

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Gol adia volta internacional Retorno a outros países, que aconteceria neste mês, ficou para junho.

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Abav, Braztoa, Clia... o Turismo vence uma

Pelo menos uma notícia de alívio: as entidades de Turismo e o Ministério do Turismo conseguiram uma importante vitória. O presidente Jair Bolsonaro assinou a MP 1.036, já publicada no Diário Oficial, prorrogando os prazos relacionados a adiamento e cancelamento de serviços, de reservas e de eventos dos setores de Turismo e de Cultura, por conta do impacto da pandemia de covid-19.

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GRU sem lounge da Star Alliance A aliança se despede, contra a sua vontade, do principal lounge do Aeroporto de Guarulhos. Segundo a Star Alliance e a Ambaar, que gerencia o espaço, a concessionária GRU Airport optou pela descontinuidade do contrato, após sete anos.

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+Lidas da semana PANCORP 1 - Gol não voará para 9 destinos em abril; saiba quais 2 - Clientes Gol com voos em abril devem remarcar seus bilhetes no site 3 - Azul e Latam se manifestam sobre diminuição de voos em abril 4 - Argentina reforça restrições a viagens ao país Toque na imagem e leia a notícia completa

Argentina reforça restrições A Argentina está um pouco mais distante aos viajantes brasileiros. O governo do país vizinho reforçou as restrições no que tange ao Turismo.

As medidas envolvem as operações aéreas, marítimas e terrestres, de ou para áreas afetadas e de maior risco.

5 - Latam encerrará março com 35% da capacidade pré-covid 6 - Star Alliance deixa de ter lounge no Aeroporto de Guarulhos 7 - Conteúdo da Latam volta a ser disponibilizado na Amadeus 8 - Portugal mantém suspensão de voos ao Brasil até 31 de março 9 - Air France-KLM reforça: nunca deixamos de operar no Brasil 10 - Travel techs devem equilibrar perdas no setor de Turismo Fonte: Portal PANROTAS

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Feriados antecipados Cinco feriados serão antecipados na cidade de São Paulo com o objetivo de frear a disseminação da covid-19 na capital paulista. Dois desses feriados são deste ano, e outros três, de 2022. O anúncio foi feito pelo prefeito Bruno Covas.

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Receba os especiais da PANROTAS em casa, de graça A PANROTAS vai imprimir todas as edições especiais deste ano e você poderá recebê-las GRATUITAMENTE para tê-las como ferramenta de trabalho na sua mesa. “A revista semanal continuará sendo digital, isso não mudará. A novidade é que as edições especiais serão impressas e enviadas para quem fizer o cadastro”, afirmou o CEO da PANROTAS, José Guilherme Alcorta.

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Entrevista Rodrigo Vieira

NA VOLTA DOS EVENTOS, É PRECISO TER MAIS QUE UM PLANO B Afinal, teremos eventos presenciais de Turismo no Brasil neste ano? Como serão? O que buscarão? Embora já haja data confirmada para vários deles, a dúvida ainda persiste para muitos profissionais do mercado neste cenário de evolução da pandemia e com o precedente de cancelamentos do ano passado.

Especialista no setor, Simon Mayle dirige não só uma, mas quatro feiras de nível internacional. O executivo da Reed Exhibitions comanda as edições focadas em viagens de luxo ILTM Latin America (São Paulo) e ILTM North America (Riviera Maya), o evento voltado ao segmento LGBT Proud Experiences (Nova York) e, recentemente, assumiu a direção da WTM Latin America, em São Paulo.

De certa forma, o britânico residente em São Paulo traz tranquilidade ao prever que a realização das feiras é uma realidade, embora, claro, em dinâmicas diferentes. Ele também fala em possibilidades para destinos e hotéis fazerem da crise um momento oportuno e revela o que mais tira o sono de um gestor de eventos em momentos como este em que vivemos.

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Revista PANROTAS – Em 2021 teremos eventos de Turismo? Podemos esperar a volta das feiras no Brasil e no mundo?

SIMON MAYLE – Teremos, sim, com certeza. Posso falar pelos nossos eventos da Reed Exhibitions. Entre os meus eventos, o primeiro é a WTM Latin America, que está liberada e vai acontecer.

PANROTAS – O que o faz acreditar nisso?

MAYLE – No ano passado fomos todos pegos de surpresa. A pandemia foi um fator inédito para todos nós e o cenário mudava em uma rapidez com a qual nunca fomos habituados a trabalhar. A reação foi cancelar os eventos devido ao cenário incerto. Neste ano, viramos especialistas nisso. Não temos apenas o plano A, temos também B, C, D... São várias alternativas à mesa considerando as possíveis mudanças da pandemia e do mercado.

Aprendemos a viver com a incerteza.

PANROTAS – Os eventos híbridos estão entre esses planos?

MAYLE – Se as fronteiras estiverem fechadas, abriremos a participação internacional on-line. As plataformas para fazer reuniões virtuais evoluíram consideravelmente devido à pandemia. Mas isso não pode ser prioridade. Evento é conexão humana, olho no olho. Nossa indústria, de Turismo, é baseada em contato humano, em culturas diferentes e isso só se faz com os sentidos, as sensações, as risadas. É sobre estar conversando com algum conhecido no corredor, de repente ser apresentado a um colega em comum e dali sair um negócio. Somos seres humanos e nossas conexões são fortalecidas e perpetuadas em momentos humanos.

PANROTAS – Como isso vai se aplicar na WTM Latin America?

MAYLE – Para 2021, um evento híbrido já é o plano A para a WTM. Presencial de 3 a 5 de agosto, no Expo Center Norte, em São Paulo, e uma semana depois a parte virtual, pois acreditamos

em restrição de fronteiras para expositores internacionais para o período.

Temos a expectativa de recebermos expositores, agências e operadoras de todo o Brasil e de países da América Latina, com estandes, como estamos acostumados. Serão três dias de negócios em São Paulo, com pessoas circulando, mas claro, seguindo todos os protocolos de referência da Reed Exhibitions, que está liderando globalmente neste sentido. Na semana seguinte aplicamos a parte virtual para que as agências e operadoras falem com expositores internacionais impossibilitados de vir.

PANROTAS – Tendo em vista a importância do olho no olho que você mencionou, como é a sensação para alguém que vive de eventos ter de falar na possibilidade de ser substituido por virtual?

MAYLE – Plataformas tecnológicas vinham sendo fundamentais para o setor de eventos bem antes da pandemia. Nós buscamos há 20 anos ser muito mais do que diretores de eventos para ser verdadeiros relationship brokers (intermediadores de relacionamento), especialistas em colocar as pessoas certas frente a frente. As tais reuniões pré-agendadas. É por essa excelência que somos reconhecidos.

Esse é o futuro dos eventos. E tecnolo-

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gia só veio para ajudar a afunilar as demandas e ofertas de cada comprador e expositor. Já estamos trabalhando com essas plataformas há anos, desenvolvendo soluções para que elas entreguem o melhor ao nosso público. Conteúdo é importante em um evento, mas o que as pessoas realmente querem são reuniões produtivas. É ir embora do centro de convenções com a mala cheia de prospecções e negócios.

Tudo isso para dizer sobre a importância do virtual. Bem, o que estamos entendendo é que nos últimos 12 meses o evento virtual foi essencial para que o setor não ficasse parado. E ele ficará definitivamente, mas como valor complementar a um evento físico ou presencial.

O virtual traz oportunidade de um brasileiro falar com um expositor russo, tailandês, que por algum motivo não pode chegar aqui. Isso já era algo existente, mas a pandemia acelerou a eficiência dessas ferramentas e conscientizou o público a respeito delas.

PANROTAS – Dá para falar em "formatos adequados" para eventos em um momento como este?

MAYLE – São eventos qualitativos, com um público de grande conhecimento. Foco em qualidade, em conectar as pessoas certas. Não temos tempo e espaço a perder. Palestras e apresentações, por exemplo, perderam espaço no virtual. As pessoas até buscam conteúdo, mas sob demanda. Está aí outro benefício que a tecnologia pode manter no pós-pandemia: aumentar a produtividade ao manter o conteúdo em plataformas on demand.

PANROTAS – E como assegurar que os encontros pré-agendados estão se saindo satisfatórios?

MAYLE – Somos obcecados em Net Promoter Scores. Nossa meta é aumentar o nosso já elevado NPS anualmente entre compradores e expositores.

PANROTAS – A WTM até tem as sessões rápidas de reuniões pré-agendadas, mas é um evento mais generalista, com grandes estandes.

MAYLE – Sim, são públicos diferentes que demandam objetivos diferentes. Quando há um hoteleiro sentado com um agente de viagens, eles estão falando sobre esse hotel, seus quartos, lazer, diferenciais, serviço... Na WTM são países, destinos que querem mostrar ou dar um sabor do que são, materializando aquilo em

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WTM 2019

alguns metros quadrados. E devo dizer que agora é mais importante do que nunca que os destinos façam isso.

PANROTAS – Por quê?

MAYLE – A pandemia exige informações apuradas. Essa é uma oportunidade para esses destinos compartilharem se os países estão abertos aos viajantes, quando estarão abertos. Todos eles terão uma nova narrativa, uma nova história. Tem muito destino que nunca mais vai querer voltar a ter uma imagem de massificado.

PANROTAS – A pandemia é, portanto, uma oportunidade de destinos renascerem e se tornarem fortes a novos públicos, tendo em vista essas novas narrativas? Como Maldivas tem sido com o mercado brasileiro.

MAYLE – O exemplo das Maldivas é perfeito. Destinos menos populares têm, sim, uma nova oportunidade, desde que foquem no que o novo viajante pós-pandemia busca e consiga comunicá-lo de maneira eficiente ao mercado. Citaria também o México, que se manteve aberto e está recebendo muitos brasileiros em várias partes do país que o viajante daqui ainda não conhecia. Isso sem contar o

doméstico, onde destaco os Lençóis Maranhenses, a Rota das Emoções, as Chapadas e, entre outros, o Delta do Parnaíba, para onde fiz uma das viagens mais emocionantes da minha vida. O Brasil tem uma oportunidade gigantesca, pois entrega os anseios do consumidor pós-pandemia. Ar livre, espaços abertos e um clima perfeito nos 12 meses do ano. Respirar fundo: tudo é sobre bem-estar.

PANROTAS – Apesar de todas as soluções, não vivemos uma situação fácil.

São muitos stakeholders. Algo deve tirar seu sono.

MAYLE – Com certeza não é fácil. No ano passado mudei quatro eventos de data por três vezes e no fim não pude realizálos. O que mais me preocupa atualmente é ser o porta-voz dos clientes. Expositores, compradores, patrocinadores... Cada um tem uma percepção diferente, uma zona de conforto diferente na pandemia, e entender as particularidades, os anseios e angústias individuais é um trabalho árduo. Tem diretor de empresa que quer tudo aberto, outros não pretendem sair de casa. Unificar essa voz é um desafio.

Acima de tudo o momento pede gentileza. Tenho de ser gentil, compreensivo e

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respeitar a opinião de cada um deles, pois não tem "certo ou errado" em um momento inédito como esse, principalmente entre os clientes, que são a razão de ser de um evento.

PANROTAS – Algo mudou na maneira em que se negocia um evento desde a pandemia?

MAYLE – Todos os lados têm de ser 100% transparentes. Não pode haver jogo nas negociações. Mostrar por que está sendo feita cada ação, cada detalhe. Todo mundo está renegociando, adiando se preciso.

PANROTAS – Quando teremos normalidade nos eventos?

MAYLE – Teremos o Arabian Travel Market já no meio de maio. E estamos muito positivos em relação a ele.

Vai ser o primeiro do portfólio da Reed Exhibitions. Na minha alçada tenho WTM Latin America, ILTM North America, Proud Experience e, por fim, Cannes.

Os clientes estão confirmando e estamos felizes com isso. No último mês, o otimismo aumentou bastante principalmente devido às situações dos Estados Unidos e da Inglaterra. São dois mercados-chave, dois líderes mundiais para o Turismo e consequentemente para o setor de feiras de Turismo. Se eles estão confiantes, a indústria se torna mais confiante.

PANROTAS – Para encerrar, dê mais detalhes sobre a WTM Latin America.

MAYLE – Os preparativos estão excelentes. O time da Reed Exhibitions facilitou demais as coisas para mim e sou muito grato a eles. Estou falando com cliente por cliente e estou muito feliz com o feedback. Costa Rica, Chile, Argentina, Peru, República Dominicana e mais países europeus, da Ásia e da África, como o Egito, além de Estados brasileiros, vêm a São Paulo para mostrar que o mercado estará muito forte quando a vacinação for palpável. Estou confortável com o que será a WTM. Quero ressaltar que teremos três temas no evento este ano que são sustentabilidade (em um sentido amplo, do benefício do Turismo para as comunidades e não apenas ambiental); mulheres no Turismo; e digital tech. n

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Em Cannes, na França, ILTM realiza sua principal edição anual

ILTM Latin America

Proud Experiences

Entrevista

Artur Luiz Andrade

SONHO DE VIAJAR

MANTENDO VIVO O

Rafael Brito, secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico de Alagoas, já está há mais de um ano tentando vender alegria e momentos de fuga em meio a uma dura realidade. Depois da paralisação inicial das viagens, em março e abril de 2020, o Turismo doméstico foi aos poucos se reerguendo e guiando a retomada do setor, o mais atingido pelas restrições, protocolos e o combate à covid-19.

Dezembro, janeiro e fevereiro chegaram a ser melhores que os do verão 2019/2020 e a expectativa para a hotelaria alagoana em março era de uma ocupação de 92%, recorde absoluto. Era. Foi. Não vai ser mais.

A segunda onda mais uma vez paralisa e devasta o Turismo do País e o ânimo do potencial viajante, que vê recordes de mortes e contaminações e uma estratégia de vacinação incipiente e lenta.

Rafael Brito falou com a Revista PANROTAS sobre tudo isso e sobre como Alagoas está preparada para a retomada, agora focada no segundo semestre do ano. E ainda deu dicas para aproveitar o Estado de acordo com os novos desejos, nichos e propósitos do turista pós-pandemia.

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REVISTA PANROTAS – Como é ser secretário de Turismo em um período em que, na maior parte das vezes, é proibido ou não recomendado viajar?

RAFAEL BRITO – Muito triste. Não há outra palavra a não ser tristeza. O Turismo de Alagoas vinha crescendo muito, investimos bastante, conquistamos nosso sonho de ter um voo internacional para a Europa e de repente tivemos de parar tudo, deixar o Turismo em segundo plano, pois a prioridade passou a ser salvar vidas. E isso no mundo todo, em um cenário de muita tristeza.

PANROTAS – O Turismo foi obrigado a parar em vários momentos, mas ao mesmo tempo foi obrigado a repensar sua atuação para voltar a funcionar e assim reaquecer a economia e sobreviver. Como foi o diálogo do governo com o trade?

BRITO – Foi um diálogo aberto e transparente desde o início. Não editamos um decreto sem falar com os diversos segmentos da economia, com o Ministério Público, com os técnicos da Saúde e os municípios.

Obviamente não tem como agradar a todos sempre e buscamos um equilíbrio entre essas duas prioridades: salvar vidas, a primeira, e manter as empresas e empregos, que corriam o risco de acabar.

PANROTAS – Na pandemia vimos que a ação do governo, seja ele estadual, municipal ou federal, é decisiva para determinar a velocidade da crise e da recuperação. O que o governo de Alagoas fez para o Turismo, especificamente?

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BRITO – Alagoas criou o maior programa emergencial de um Estado para auxiliar o setor de Turismo. Em nossas linhas de empréstimo, as empresas do Simples não pagam juros nas parcelas. O Estado banca os juros. Para os MEI, além de bancarmos os juros, pagamos a metade da parcela se o pagamento for feito no dia certo. Ainda damos carência de seis meses pra começar a pagar e 48 meses para dividir. Somos um Estado pequeno e conseguimos isso, absorver os juros para as pequenas empresas, algo que o Estado mais rico do País não conseguiu. Também tivemos várias medidas de isenção de tributos e impostos. Para este momento, de março a junho, haverá perdão do ICMS para quem é Simples, o mesmo na conta de energia e no IPVA para veículos das empresas. Também estão suspensas de maio a junho as dívidas com o governo e estamos oferecendo novas condições de negociação. Com isso, conseguimos manter as empresas abertas e com fôlego. Houve sim fechamento de hotéis, pousadas, bares e restaurantes, mas sem comprometer nosso inventário.

PANROTAS – Como foi ver a retomada sendo interrompida por conta da segunda onda?

BRITO – Muito difícil. O final de 2020 deixou claro que há uma demanda reprimida para viagens. Tivemos dezembro, janeiro e fevereiro melhores que os anteriores, prépandemia. A estimativa de ocupação da hotelaria para março era de 92%, um recorde.

Mas de repente tudo parou de novo.

Acho que começaremos a reaquecer no final de maio, com o segundo semestre voltando forte, já de olho no verão. Somos o quinto Estado em vacinação percentualmente, mas infelizmente essa parada do governo federal prejudicou. Independentemente de sermos contra ou a favor, o grande culpado dessa situação é o governo federal, que não se preparou para a vacinação e até chegou a se dizer contra ela. Com a vacinação avançando, os casos vão diminuir, mas não acabar, e poderemos voltar a viajar com responsabilidade. Mais uma vez, só a partir do final de maio, acredito.

PANROTAS – Nessa retomada breve, como que Alagoas respondeu, do ponto de vista de produtos, para esse viajante pós-pandemia?

BRITO – Temos naturalmente produtos alinhados com essas tendências. Muitas praias, muitas atrações ao ar livre... E o trade se preparou, aderiu a protocolos bem rigorosos, para combater uma pandemia que ainda vai estar entre nós um bom tempo. O turista ao pensar para onde quer viajar, pensará em atrativos, beleza, segurança, acessibilidade, tipo da viagem... e agora também na segurança sanitária. Isso se tornou um item fundamental na hora de planejar uma viagem.n

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ALAGOAS

Pedimos que o secretário Rafael Brito elencasse alguns destinos, ações e atrações, para que o viajante pós-covid-19 consiga se planejar e encaixar Alagoas em suas próximas viagens. Será que encontramos todos os nichos no Estado? Confira a seguir.

BEM-ESTAR Temos opções de bem-estar mesmo na capital Maceió, e também em Maragogi e São Miguel dos Milagres. São destinos bem preparados para quem quer relaxar, seja com spas e programas de saúde, seja somente oferecendo a praia

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E OS NICHOS PÓS-PANDEMIA

para sentar e se conectar com a natureza. As praias de Maceió são as com mais balneabilidade do Nordeste e as mais limpas.

LUXO Temos um referencial mundial em luxo, que é o resort Kenoa, em Barra de São Miguel. É reconhecido no mundo todo. Na Rota Ecológica, que engloba os municípios de São Miguel dos Milagres, Porto de Pedras e Passo de Camaragibe, também há opção de pousadas e pequenos hotéis voltados ao hóspede de luxo.

ESPORTES AO AR LIVRE Kitesurfe e esqui aquático em Barra de São Miguel, surfe na Praia do Francês, rapel e trilhas na mata, com diversas cachoeiras, e também muitas opções na Praia das Conchas.

NATUREZA Além das praias, temos diversas trilhas ecológicas. Na região do Cânion do São Francisco, temos diversas agências locais que vendem passeios pelas trilhas da caatinga. Temos também a Cachoeira do Anel, em Viçosa e o Mirante do Taiado, no cânion.

GASTRONOMIA AUTÊNTICA Restaurante Pontal, em Maceió, e Massagueira, em Marechal Deodoro.

INTERAÇÃO COM A COMUNIDADE Temos um passeio muito interativo em Palmeira dos Índios, visitando a aldeia dos índios xukuru-kariri; e também o passeio ao Parque Nacional da Serra da Barriga, onde está o quilombo Zumbi dos Palmares.

SUSTENTABILIDADE Há dois destaques nesse aspecto: a Rota Ecológica e o Cânion do São Francisco.

CIDADES PEQUENAS A SEREM DESCOBERTAS Todas as da Rota Ecológica. São cidades sem aglomeração e Turismo de massa, com opções bem exclusivas.n

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26 - Tampa Bay, paraíso das montanhasrussas e da gastronomia da Flórida 28 - Trump International Beach Resort: praias, trilhas e parques a poucos passos 30 - Best Western reforça medidas e protocolos de limpeza 32 - Disney Destinations oferece cursos e ferramentas aos agentes de viagens brasileiros

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ABRA SEU MUNDO

PATROCINADO

DESBRAVE TAMPA BAY EM 2021 Diversão para todas as idades, boa gastronomia, programação cultural, compras e outras experiências inesquecíveis podem ser vividas em Tampa Bay, localizada no coração da Flórida.

Já imaginou conhecer um parque temático da África que oferece aventuras no chão e no ar? Entre suas atrações, o Busch Gardens é conhecido por hospedar a maior montanha-russa da Flórida e ainda ter uma variedade de restaurantes e lanchonetes. E que tal aventuras na água? O Aquário da Flórida proporciona que o visitante tenha contato com inúmeras espécies locais e aprenda como preservar o meio ambiente com pequenas atitudes.

Voltada para todos os gostos e paladares, a culinária da Flórida contempla todos que a visitam. O The Columbia, restaurante mais antigo da região, prepara pratos tradicionais da cozinha espanhola

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com autenticidade, enquanto o Oxford Exchange é uma ótima opção para quem busca por um brunch completo em meio a obras de arte e luxo.

Em Tampa Bay, não basta apenas visitar suas atrações, é preciso conhecer sua história. O centro histórico narra o passado dos piratas que habitavam a região, além de oferecer uma visão do deslumbrante Museu de Arte com sua extensa coleção de obras contemporâneas em um edifício à beira-mar.

Se o objetivo da viagem é fazer compras, Tampa Bay não deixa a desejar. São seis quarteirões de marcas e boutiques sofisticadas, que vão desde roupas, sapatos e jóias até produtos tecnológicos de qualidade. Entre as opções, não esqueça de incluir a Bay Street no seu roteiro: ela é perfeita para aqueles que adoram tomar um café enquanto fazem compras.n

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TRUMP INTERNATIONAL BEACH RESORT: DIVERSÃO E EMOÇÃO O sul da Flórida vai muito além das belas praias. No Trump International Beach Resort, em Sunny Isles, na região de Miami, o hóspede encontra uma série de atividades para se divertir e, claro, descansar. O empreendimento também oferece esportes aquáticos, como stand up paddle e jet skis, bem como basquete, futebol, entre outros, que atendem a todos os tipos de público – de crianças a adultos.

O Trump International Beach Resort se localiza a poucos minutos do Parque Estadual do Rio Oleta,

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onde os visitantes podem encontrar trilhas a pé ou um passeio de bike. Dentro da área do parque, existem uma praia e espaços para piqueniques com a família.

Para aqueles que procuram por mais emoção, a dica é o Dezerland Park, o maior parque de diversões indoor da Flórida. Com um fliperama, pista de kart, pista de obstáculos "Ninja Warrior" e muito mais, o Dezerland Park é ideal para passeios em família e comemorações especiais. n

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BEST WESTERN: 5 MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA A COVID-19 A Best Western aumentou todos os padrões de limpeza contra a covid-19, como parte do programa We Care Clean. Com base nas orientações fornecidas pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), pela Administração de Segurança e Saúde Ocupacional (OSHA), Agência de Proteção Ambiental (EPA) e a Health Canada, o programa abrange todos os quartos e áreas comuns dos hotéis.

O objetivo é minimizar o contato entre os hóspedes e funcionários do hotel. Entre as mudanças está, por exemplo, a instalação de marcações no piso para distanciamento social. Confira abaixo as cinco áreas que o We Care Clean contempla:

3. OFERTAS TEMPORÁRIAS DE CAFÉ DA MANHÃ Embora seja reconhecida a importância de um café da manhã de qualidade, as ofertas foram adaptadas para priorizar a saúde e segurança dos hóspedes. As ofertas aprimoradas de "Grab & Go" (Pegue e Leve) serão implementadas na maioria dos hotéis, oferecendo aos hóspedes opções de alimentos e bebidas pré-embalados.

Os hotéis podem optar por fornecer um café da manhã "servido" ou pré-preparado para minimizar o contato dos hóspedes com alimentos, bebidas e superfícies e contaminação cruzada.

1. RECEPÇÃO E LOBBY Medidas de distanciamento social serão implementadas, sinais de boas práticas de bem-estar serão destacados e todas as brochuras, revistas e jornais do lobby serão removidos. Além disso, procedimentos avançados de higienização serão implementados na recepção, no saguão e nos pontos de contato dos hóspedes em todo o hotel, com a desinfecção ocorrendo regularmente.

4. FACILIDADE PÚBLICAS Quando for permitido abrir, as comodidades públicas, como academias de ginástica, piscinas e salas de reuniões, serão limpas em horários monitorados. Todas as noites, essas áreas também podem ser higienizadas com o uso de nebulização eletrostática, geradores de ozônio ou dispositivos ultravioletas.

2. QUARTOS E OS SERVIÇOS DE LIMPEZA Protocolos de limpeza aprimorados e completos serão implementados nos quartos, que não receberão novos hóspedes em um intervalo entre 24 e 72 horas após o último check-out. Neste tempo, torneiras, maçanetas, interruptores de luz, cabides, entre outros itens, passarão por desinfecção.

A Best Western também informa que itens não essenciais serão removidos dos quartos, como travesseiros decorativos, lenços de cama, blocos de papel e canetas. Para segurança e bem-estar dos hóspedes e funcionários, o serviço de limpeza diário será por solicitação.

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5. FUNCIONÁRIOS DO HOTEL E REQUISITOS DE PESSOAL Os funcionários do hotel seguirão diretrizes rígidas, incluindo a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), protocolos frequentes e rigorosos de lavagem das mãos, e os funcionários da lavanderia usarão luvas e uma máscara. As estações de trabalho dos funcionários serão limpas e desinfetadas após cada turno. Os funcionários serão encorajados a ficar em casa se não estiverem bem, além de comunicar sua potencial exposição à covid-19 com a gerência e serão totalmente instruídos sobre como manter um lar limpo e seguro. n

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