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Edição nº 1.471 - Ano 29 | 19 a 25 de maio | www.panrotas.com.br
Roberto Sanches, da Orinter
Hugo Lagares, da Diversa
Sentindo-se cada vez mais perto da retomada, operadoras aproveitam que a pandemia elevou a qualidade de talentos disponíveis no mercado e investem em capital humano para vender, expandir praças e atender as ondas de remarcações
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ÍNDICE nº 1.471 | 19 a 25 de maio de 2021 | www.panrotas.com.br
Página 05
Editorial - Novas formas de fazer Turismo
Página 06
Check-in - Notícias de destaque do Portal PANROTAS
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Contratações na crise - Operadoras vão ao mercado em busca de talentos, de olho na retomada
Página 17
P2D - Operadora? OTA? Travel Tech? Conheça a empresa do ex-CEO da Azul e da Tap
Página 20
Eventos - WTM Latin America e Abav Expo anunciam mudanças para 2021 e 2022
Página 24
Turismo no Congresso - Entrevista com a deputada federal Renata Abreu
PRESIDENTE
José Guillermo Condomí Alcorta GESTÃO
José Guilherme Condomí Alcorta
TECNOLOGIA Ricardo Jun Iti Tsugawa
EDITORIAL
Artur Luiz Andrade Quer receber a revista PANROTAS pelo celular? Toque aqui ou use o QR Code ao lado.
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Editorial
NOVAS FORMAS DE FAZER O TURISMO Pandemia, tecnologia, busca por receita extra, novos desejos do consumidor, necessidade, vontade... Impossível o Turismo não evoluir e não sair diferente assim que esses tempos turbulentos derem uma trégua. Trégua essa que pode passar despercebida por muitos, que ainda estarão apostando na volta à normalidade, nos processos de alguns anos (ou meses) atrás, na força de sua marca ou de seus relacionamentos passados. Trégua essa que não vai cessar as evoluções e mudanças, pois especialmente a tecnologia e o comportamento do viajante, do comprador, têm no dinamismo e nas transformações características intrínsecas. Quando falamos dos anos 2000 para cá então, é mudança atrás de mudança, quase sem respiro e ainda temperada por crises – financeiras, de segurança e saúde, ambientais, existenciais até, como a pandemia de covid-19 nos mostrou. Disrupção é geralmente a principal palavra e clichê para definir ou traduzir essas mudanças. Mas os sinais muitas vezes são apresentados durante anos, décadas... Só não viu quem negou a realidade, quem subestimou a força dessas mudanças. E aí quando chega um novo negócio, que nada mais é que a soma desses sinais passados, embrulhados de forma prática e funcional, há gente que coloca a mão na cabeça e grita: tô lascado. Mas tá lascado porque quis. Porque não acreditou. Ou não entendeu mesmo. E isso faz parte do jogo. Nas últimas semanas vimos notícias que exemplificam essas mudanças que vinham, sorrateiramente ou não, se aproximando. Como a plataforma P2D, baseada no e-commerce social. Imagina uma rede de lojas, como a da CVC, mas de lojas virtuais, baseadas em relacionamento nas redes sociais. É mais ou menos isso. Assusta? Não deveria. Também vimos as franquias CVC clamando por ajuda, pois a pandemia, se afetou a todos da indústria, pegou em cheio as lojas de shopping, as lojas físicas. Vão desaparecer? Claro que não. Mas podem ter um novo modelo? Claro que sim. Na aviação, uma nova companhia aérea está chegando, mais uma vez ligada a uma empresa de transporte rodoviário. A ITA vai repetir algum filme que já vimos antes ou trará ne bagagem essas tendências apontadas pelo cliente nos últimos anos? Não dá para voar como há três anos. Ou dois. Como será o voo inicial da empresa do Grupo Itapemirim? Novos players, antigos players tendo que agir rapidamente, futuros players se preparando para entrar no Turismo, players ultrapassados tentando fazer parte de um mundo que não existe mais... Mortos, feridos, renascidos, recém-nascidos, machucados e recuperados. Como será o Turismo pós-pandemia? Abra seus olhos, aguce os sentidos e instintos. Ele já está aí. De mãos estendidas para você.
Artur Luiz Andrade Editor-chefe e Chief Communication Officer da PANROTAS artur@panrotas.com.br
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Check-in
As notícias da semana
+Lidas da semana Portal PANROTAS 1 - P2D Travel quer 5 mil agências e metade das vendas da CVC; entenda 2 - Ex-CEO da Azul e Tap lança P2D, plataforma de agências de viagens on-line 3 - Veja quais serão os protocolos para a temporada brasileira de cruzeiros
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6% de IRRF
Uma vitória parcial em uma luta contínua para zerar o imposto. É assim que o presidente da Braztoa, Roberto Nedelciu, avaliou o resultado da reunião ao lado dos presidentes de Abav Nacional e Clia Brasil, Magda Nassar e Marco Ferraz, com integrantes do governo. O imposto caiu de 25% para 6% em 2021 e 2022 e sobre um ponto percentual até 2025, quando chegará a 9%. Uma revisão daqui a dois anos pode alterar para mais ou para menos.
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4 - Governo aceita reduzir imposto sobre remessas para 6% em 2021 e 2022 5 - Após queixas, CVC lista medidas de apoio à rede de franquias 6 - Veja as tendências de viagens para os próximos meses 7 - Agências latinas fazem serviço para viagem de vacinação aos EUA 8 - Colômbia suspende restrições de voos com o Brasil 9 - Como será a volta da temporada brasileira de cruzeiros 10 - ITA começa a vender dia 14/5 e fará primeiro voo comercial em 30/6 Fonte: Portal PANROTAS
Criticada por ex-franqueados A CVC Corp recebeu críticas de franqueados que tiveram de fechar as portas de suas lojas durante a pandemia de covid-19. Segundo eles, a empresa não deu apoio aos parceiros e descumpriu o contrato em determinadas ocasiões. Procurada pela reportagem, a empresa se defendeu, e seus gestores garantem que as lojas são a fortaleza da CVC. Toque na imagem e leia a notícia completa
Tendências para os próximos meses
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Lançamentos de vacinas globais estimulam o retorno das viagens; Janela de pesquisa permanece curta; Viagem doméstica ainda é prioridade; Compensando o tempo perdido com viagens mais longas; Saúde e higiene não são mais fatores determinantes. Esses são tópicos da última pesquisa sobre as tendências da retomada feitas pelo Expedia Group. Leia com mais detalhes.
Colômbia reaberta País andino suspendeu as restrições de voos com o Brasil.
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+Lidas da semana PANCORP 1 - Colômbia suspende restrições de voos com o Brasil 2 - Brasil é segundo país no mundo em quantidade de restrições de viagens 3 - Belvitur investe na expansão de seu coworking, o B.Club 4 - Air France-KLM, Qatar e Aeromexico lideram vendas na Abracorp Toque na imagem e leia a notícia completa
Ita começa a vender O primeiro voo comercial da Itapemirim Transportes Aéreos (ITA), nova companhia aérea do Grupo Itapemirim, deve acontecer no dia 30 de junho. A previsão é do presidente da empresa, Tiago Senna, e foi dada em uma entrevista do executivo ao canal ASA - Aviation, Space & ATC, no Youtube. A companhia vai anunciar em breve a data de início das vendas.
5 - Azul é líder de vendas Abracorp no primeiro trimestre 6 - Pagamento faturado está com os dias contados no corporativo? 7 - Prova de covid em 25 segundos? British testa e crê em mudar o cenário 8 - TripService lança solução de gestão de bilhetes não voados 9 - Vendas das TMCs Abracorp caem 68% no primeiro trimestre 10 - Accor e Windsor são as mais vendidas entre associadas Abracorp Fonte: Portal PANROTAS
Teste de covid em 25 segundos? Essa é a aposta da British Airways, Em parceria com a empresa Canary, para acelerar a retomada.
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Azul lidera na Abracorp Companhia aérea assume a liderança trimestral do corporativo pela primeira vez. Toque na imagem e leia a notícia completa
Já no internacional... No internacional da Abracorp deu Air France-KLM, Qatar e Aeromexico
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Faturado com os dias contados?
Entrevistado do Bastidores do Turismo desta semana, o diretor da Copastur, Edmar Mendoza, comenta algumas mudanças aceleradas pelo período. Uma delas é a diminuição do pagamento faturado. Toque na imagem e leia a notícia completa
Teste gratuito de covid-19
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Até o fim de maio, os passageiros que adquirirem bilhetes com a Tap poderão realizar o teste RTPCR gratuitamente em todas as 11 cidades de atuação da aérea no Brasil. A iniciativa é complementada com a comodidade dos clientes poderem realizar uma alteração de reserva também gratuita para o caso de qualquer eventualidade, como um resultado positivo.
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Operadoras Rodrigo Vieira
PROCURAM-SE TALENTOS PARA A RETOMADA Quando uma operadora do porte da New Age optou por deixar de vender ainda no início da pandemia e posteriormente fechar as portas, o desalento de muitos agentes de viagens veio à tona. Uma empresa séria e com décadas de mercado encerrando as atividades, ainda que saindo pela porta da frente, de certa forma evidenciava o calvário que estava por vir, e veio. As vendas secaram de março de 2020 e diante, com alguns meses de pouco alívio, e as operadoras, muitas das quais já vinham sendo desafiadas pré-pandemia, se viram obrigadas a reduzir drasticamente seus custos. Sem receita, a boa parte das operadoras não sobrou alternativa que não fosse a demissão de colaboradores. Há, contudo, quem tenha visto oportunidade neste cenário. A percepção de que uma fatia considerável de brasileiros enclausurados tem em mãos um orçamento dedicado a viagens é real para agências de viagens e, consequentemente, operadoras preparam as prateleiras para quando essa demanda represada se soltar. E este pré-aquecimento é sinônimo de (re)contratação. O alto volume de demissões elevou a régua da oferta de empregados, com profissionais experientes e de alto nível técnico em busca de recolocação: sinônimo de oportunidade para empresas que acreditam na retomada do setor mais cedo ou mais tarde. Seja para expandir as áreas de atuação, seja para reforçar a criação de uma prateleira intensificada e condizente com a demanda prevista para o “novo normal”, seja para intensificar o backoffice para os momentos de remarcações e adiamentos, operadoras foram ao mercado em busca de talentos novos e já conhecidos. Dentre elas, a Orinter, que reforçou tanto o
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Roberto Sanches
time de vendas quanto o de backoffice. “No pico da pandemia tínhamos 100 colaboradores e hoje são 160. Nós realmente contratamos muito e não foi só o comercial. Metade dessas contratações foi do time interno de contenção, para manter a qualidade de atendimento principalmente com a demanda de remarcações. Assim vamos deixar a equipe de vendas totalmente focada na demanda nova. Não queremos que aconteça conosco o que tem se passado com muitas OTAs, alvos de reclamação de cliente desamparado. Com o consumidor em casa, o Turismo ficou onipresente e a Orinter passou a atender de domingo a domingo até as 22h”, afirma o diretor da operadora, Roberto Sanches. “Não estamos fazendo loucura. Não estamos dando tiro no escuro. Tudo é baseado em perspectiva. Nós não contrataríamos se não houvesse uma demanda palpável por vir”, completa o executivo. Durante o período de crise, a Orinter anunciou entrada no Norte do Paraná e expansão no interior de Santa Catarina, Estado onde a empresa foi originalmente fundada. Reforçou Minas Gerais, onde criou um hub de atendimento com profissionais locais, e fincou sua bandeira no Espírito Santo. Com isso, agora alcança Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo (capital e interior), Centro-Oeste, Rio de Janeiro e Minas Gerais. “Estamos remotamente no Norte e no Nordeste, regiões para as quais avançaremos comercialmente e fisicamente em breve. Novas divisões e áreas de atuações também virão”, prevê o diretor. DIVERSA TURISMO Empresa com três anos de mercado, a Diversa Turismo tem no Grupo Arbo um sustentáculo importante para se manter ante as intempéries da pandemia. Ainda assim, optou por pisar no freio logo que as fronteiras internacionais se fecharam, e alguns desligamentos aconteceram, até o diretor da Arbo, Arnaldo Franken, sentir como o mercado se comportaria e entender que caminhos alternativos poderiam ser seguidos para a retomada. Quando isso aconteceu, contratações estratégicas vieram, dentre as quais a de Hugo Lagares, ex-MMTGapnet e CVC Corp, chegado no final de março. “A ideia da empresa com as contratações e expansão é realmente de investimento, pois sabemos que teremos retorno. Confiamos que a partir do terceiro trimestre fronteiras reabrirão e a vacinação terá avançado. Ainda não no patamar de 2019, mas em torno de 80% do pré-pandemia, para aí sim, em 2022, termos um retorno realmente forte”, afirma Lagares. “A grande maioria
Hugo Lagares, da Diversa Turismo
À esquerda, Marcelo Adams, diretor da Cativa, com o mais recente reforço anunciado pela operadora, Lucas Barbosa (Minas Gerais) e o diretor comercial Mateus Eidt
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dos funcionários desligados pela Diversa no início da pandemia foi recontratada, além de pessoas novas, como é o meu caso. Só nesse ano foram dez contratações. Talentos nas áreas comercial, operacional e de atendimento. Esse é só começo. A operadora ainda é nova e está investindo em inovações, que virão conforme atacamos em novos nichos e atraímos mais agências.” Lagares simboliza a oferta de profissionais experientes no mercado. Trabalhou dez anos na MMTGapnet, que considera “uma grande escola” e lá desenvolveu laços com vários dos profissionais com quem trabalha hoje na Diversa. Franken era um dos sócios da MMTGapnet. Porto Alegre foi a nova base anunciada pela Diversa durante a pandemia, com um executivo de Contas. Com isso, o Rio Grande do Sul é adição a São Paulo, Vitória e Minas Gerais, onde a jovem operadora já atuava. “Pretendemos nos fortalecer nesses mercados já existentes para posteriormente expandir por todo o País”, pondera Lagares. CATIVA E INCOMUM Do Sul do País, duas operadoras também chamaram atenção pelas contratações e expansão a outras regiões. São elas a catarinense Incomum, de 23 anos, 14
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e a gaúcha Cativa Operadora, que está completando 20 anos. Ambas apontam que os planos de expansão já estavam à mesa antes da pandemia e que a crise em primeiro momento acendeu um sinal de alerta na continuidade dos projetos, mas no fim das contas se tornou oportunidade, justamente pela oferta qualificada surgida no mercado com a demissão de profissionais de concorrentes. “Identificamos que algumas operadoras acabaram fechando ou tendo dificuldade por conta da pandemia e é muito mais confortável iniciar uma expansão com profissionais experientes, que já conhecem os agentes de viagens das praças às quais miramos”, explica o diretor geral da Cativa Operadora, Marcelo Adams, que entre aberturas e reforços de bases anunciou novos profissionais em: Rio de Janeiro, São Paulo (interior e capital), Distrito Federal, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Espírito Santo e Minas Gerais, sem contar na região Sul, onde já tem seu nome consolidado. Só em 2021, mais de dez anúncios foram feitos. Desde o final de 2019, portanto pouco antes da crise eclodir, 50 funcionários foram contratados pela Cativa., entre executivos de Contas, de Produtos e de Operação. “Estamos extremamente felizes com o
Marilia Zazzera de Melo entre os diretores Fabio Frassetto e Adriano Rebello, da Incomum Viagens
retorno desta investida. Já estamos vendendo mais neste ano do que em abril de 2019, e mais de 50% das vendas são das novas bases. Conseguimos dobrar o número de agências em nosso sistema, que hoje conta com mais de três mil cadastros ativos.” Já a Incomum viu um aumento da ordem de 10% em agências de viagens ativas em seu sistema durante a pandemia, período no qual a operadora abriu bases em Minas Gerais, São Paulo, Norte e Nordeste, para se somar aos já existentes Florianópolis (matriz), Porto Alegre, Blumenau, Joinville e Curitiba. “Em todos esses locais abrimos com escritório próprio, não apenas home office, à exceção de São Paulo, onde ainda vamos abrir uma base física em breve”, afirma a executiva de Inteligência Estratégica Marília Zázzera de Melo. “O retorno que essas bases já têm dado não é mais uma preocupação. Apesar do pouco tempo, os novos executivos absorveram a cultura da empresa e o retorno está sendo incrível. Quem conhece a Incomum sabe que somos uma operadora responsável e graças a esse histórico a aceitação está sendo muito boa nas novas bases.” Em setembro do ano passado, a Incomum recontratou três executivos que já eram da empresa mas foram desligados no contexto da pandemia. De fevereiro para cá mais sete colaboradores, em várias áreas, foram recrutados. “Enquanto a maioria pôs o pé no freio, nós, que já tínhamos a estrutura preparada para a expansão antes da pandemia, decidimos seguir adiante. Nunca fomos de fazer loucuras em termos de investimento, de maneira que galgamos novas oportunidades com responsabilidade”, pondera Marília. INDICAÇÕES E PANEMPREGOS Comunicação é chave para um executivo de Vendas em uma operadora, e neste quesito as quatro empresas contatadas pela reportagem destacam as indicações tanto de fornecedores quanto de agências de viagens, principalmente nas novas praças, como o caminho para as contratações. “Eu sempre digo a meus gestores que fiquem atentos a quem está disponível, independentemente se estamos ou não contratando. Turismo são pessoas, operadoras são pessoas. É gratuito conhecer gente”, afirma Roberto Sanches, da Orinter. “Quando há oportunidade temos de buscar pessoas em quem confiamos”, acrescenta Hugo Lagares, da Diversa. “Isso facilita a incorporação de profissionais. É bem prazeroso e produtivo trabalhar com quem confia-
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mos. Na Diversa estamos criando uma nova família. É uma empresa onde temos a liberdade de opinar, trocar ideias e criar uma cultura.” Tanto Marcelo Adams, da Cativa, quanto Sanches, também destacam a importância da plataforma PanEmpregos, do Portal PANROTAS, na atração de talentos. “É o melhor canal para caçar currículos e ter visibilidade na vaga. Acredito que não haja um profissional do setor no Brasil que não conheça o PanEmpregos”, afirma Sanches. UM RECOMEÇO A gratidão por uma nova oportunidade é algo que nenhum operador entrevistado pela Revista PANROTAS deixou de mencionar. Ter a chance de recomeçar em um período cujo
ANCORADOURO TAMBÉM ATACA No segmento das consolidadoras, quem tomou caminho parecido foi a Ancoradouro. A empresa de matriz em Campinas (SP) anunciou, no mês passado, robustez de sua presença no Centro-Oeste ao se reforçar com Carmine Santoro como gerente para a região e Miqueias Faustina, executiva de Contas, ex-Rextur Advance, baseada em Brasília. A consolidadora ainda irá colocar um executivo em Goiânia para iniciar a atuação na região nessa nova retomada dos negócios. "Essa é nossa primeira contratação depois dessa reestruturação. Já estamos olhando a retomada e a região Centro-Oeste é um bom mercado e queremos estar preparados para atender os agentes nessa volta das viagens, principalmente domésticas", afirmou o presidente do grupo, Juarez Cintra Neto. "Fomos rápidos em nos reestruturar e tentamos imaginar o tamanho que precisaríamos ter para o novo mercado durante a pandemia. Claro que esperávamos que a crise levasse menos tempo, mas conseguimos sim resultados com a reestruturação. Foi difícil, mas necessária, e fechamos 2020 com resultado positivo. Graças à reestruturação e também à retomada do final do ano." n
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fluxo de demissão é muito maior do que o de admissão é algo que motiva os funcionários a mostrar serviço e ajuda na expansão. “Nós temos sentido a doação total desses profissionais, pois as oportunidades de trabalho estão escassas. O desempenho e a entrega dos novos admitidos são nítidos, e é algo muito bacana”, afirma Roberto Sanches. “Posso dizer por mim, que fui um dos contratados durante a pandemia, que estou cheio de gás e absolutamente contente em fazer parte desse projeto da Diversa, uma operadora ainda nova que pode e vai fazer muito pelos agentes de viagens”, afirma Hugo Lagares. “Senti que a equipe queria minha presença e nem posso descrever o quanto isso é gratificante”, conclui.
Pessoas + Tecnologia Artur Luiz Andrade
NOVO PLAYER
Esta semana o mercado foi apresentado à P2D Travel, nova empresa de tecnologia da indústria de Viagens e Turismo. Mas pode chamar de uma nova operadora ou OTA ou distribuidora de viagens. O mais importante é entender o conceito. A P2D Travel baseia seu negócio em uma plataforma (check, é uma empresa de tecnologia), onde agrega produtos turísticos como hotel, aéreo e seguro viagem (check é uma OTA), negociados por ela mesma (check, operadora), e baseada em venda pelo social e-commerce. Ou seja, em vez de lojas físicas (como a CVC ou a Agaxtur, por exemplo) e em vez do modelo de marketplace das OTAs, a P2D quer arregimentar um exército de promotores de vendas, que irão promover os produtos em suas redes sociais. Cada parceiro (ou agente de viagens, ou consultor de viagens, ou o nome que quei-
ra dar a esse player) usa sua rede de amigos, seguidores e familiares para promover os produtos. A venda se dá 100% na plataforma e há uma equipe da P2D para fazer esse atendimento e cuidar de reservas, emissões, alterações pós-venda. Se quiser, o parceiro divulga seus contatos pessoais para essas etapas. Do contrário, a Central de Atendimento fala com o cliente em seu nome. Pelas vendas, os parceiros ganham comissão, que começa em 5% no aéreo e 10% na hotelaria. Não há taxa de adesão ou mensalidade. Para um agente de viagens é a oportunidade de ter uma atuação digital mais consistente e ágil. Ele pode continuar vendendo tudo o que vende e com suas parcerias, mas terá uma ferramenta a mais, a P2D Travel. Para os profissionais independentes é uma
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forma de oficializar o negócio e dar mais segurança aos clientes. No ponto mais polêmico no trade, a P2D permite que qualquer pessoa entre como parceira, se transformando em agente de viagens da noite para o dia. Como seu papel é promover e não lidar com a parte técnica, a P2D acredita que qualquer um pode se encaixar no perfil de vendedor de viagens e se beneficiar da plataforma. Alguns agentes acharam um absurdo essa liberdade para que qualquer um aderisse à plataforma, mas há dois pontos a serem considerados: um viajante já fala com seus amigos e seguidores sobre viagens – agora vai formalizar essa relação. E um profissional, como um agente de viagens, saberá tirar melhor proveito da ferramenta que um leigo. E dificilmente esse “leigo” irá tirar clientes de um agente de viagens e sim passar a promover viagens para seu círculo nas redes sociais. O conceito é inovador, especialmente pelo uso das redes sociais, e oficializa o que o mercado já faz com agências de viagens e blogueiros há um tempo: muitos operadores e consolidadores criam páginas white label para seus parceiros e o cliente compra sem saber que está usando a ferramenta de A, B ou C. Também modelos para fazer do Turismo uma renda extra para trabalhadores de outros setores não são novidade, como no caso da Ahoba Viagens. Outros ainda, como a Casa do Agente, cuidam de toda a parte técnica para os agentes de viagens, que ficam livres para vender. Polêmica? Talvez, mas mais que isso é tendên-
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cia e traz uma possibilidade concreta de negócios para os pequenos agentes de viagens para concorrer com as grandes OTAs. Essas OTAs não têm essa rede de lojas digitais, pelo menos não de forma tão organizada e explícita. O fundador da P2D, Antonoaldo Neves, ex-presidente da Azul e da Tap, diz que um modelo não exclui o outro e que a meta é ser tão grande quanto a CVC e a Decolar. Quer chegar em quatro anos à metade das vendas da operadora no B2C e a um terço da produção da OTA. Aliás, o mais estranho de tudo isso, para os estudiosos do mercado, é ver um ex-presidente de empresa aérea investindo nas agências de viagens. O mundo pós-pandemia realmente mudou? “Eu sempre trabalhei com a venda indireta. Tripliquei o tamanho da Azul Viagens quando estava na Azul. Contra tudo e contra todos”, garante Antonoaldo, dizendo que o investimento faz sentido e que tecnologia mais relacionamento humano vão transformar o Turismo. PRODUTOS O objetivo, segundo os sócios é investir em ligação direta com os fornecedores e usar pouco as consolidadoras. Hoje há três mil hotéis no sistema e venda direta de aéreo com a Azul. Com as demais companhias aéreas ainda é via consolidação. Em três semanas o produto seguro viagem, via Universal Assistance, entra no portfólio e novos produtos serão agregados em breve. A parte de hotelaria usa a tecnologia da Omnibees para processar as reservas e os parcei-
ros também enviam sugestões de hotéis para serem colocados na ferramenta. Segundo Vilaronga, a P2D está criando um módulo de hotéis off-line, para que pousadas e hotéis independentes possam se beneficiar da plataforma. “Não dá para fugir da tecnologia e ficar escondido”, afirma Antonoaldo Neves. Todos os produtos terrestres são negociados e revisados por Jeanine Pires. O aéreo fica com o próprio Neves. COMPARTILHANDO Já que a base da P2D é o compartilhamento via redes sociais, a ferramenta permite que o cliente compartilhe seu carrinho de compras com amigos e familiares, para formarem um grupo para viajar juntos (imagem acima). A plataforma também cria campanhas que os parceiros podem compartilhar nas redes sociais e tem um gerador de campanhas em que cada agente pode criar suas próprias divulgações. COMO ADERIR Os parceiros não pagam nada para a P2D e podem fazer seu cadastro on-line, em cerca de três minutos. parceirop2d.com.br (endereço para se cadastrar no programa e habilitar agência digital) app.p2d.travel (endereço para comprar com um dos agentes parceiros) @parceirop2d(Instagram para o agente de viagens receber dicas sobre vendas e treinamentos) @p2d.travel(Instagram institucional da P2D)n
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Eventos Artur Luiz Andrade e Rodrigo Vieira
REMARCAÇÕES Magda Nassar, presidente da Abav Nacional
A pandemia já habituou o profissional de Turismo a mudanças de planos repentinas, de maneira que não surpreendem mais anúncios como os feitos na semana passada pelas direções das principais feiras do Brasil. No mesmo dia, WTM Latin America e Abav Expo reportaram alterações em seus percursos, troca de formato, retorno a modelos anteriores e até na sede das próximas edições. A WTM Latin America mudou sua edição de 2021, em agosto, para um formato 100% virtual, e garantiu que em 2022 sua reserva para o Expo Center Norte está mantida para os dias 5, 6 e 7 de abril. Neste ano, a feira virtual será em 10 a 12 de agosto, das 8h às 15h. Já a Abav Nacional anunciou que a Abav Expo 2021 não acontecerá em São Paulo, em setembro, como previsto anteriormente. O evento foi transferido para Fortaleza, e acontecerá entre 6 e 8 de outubro, no Centro de Convenções do Ceará, híbrido, com caravanas de agentes de viagens e transmissão para o Brasil inteiro. Os novos planos ainda incluem a criação de uma nova Abav Expo, em março de 2022, na capital paulista, já de olho na retomada, es-
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perando um avanço na vacinação. E então, no segundo semestre do ano que vem, a Abav dá início a uma feira itinerante, como o evento costumava ser no passado. "O evento em março, em São Paulo, será o maior evento do País. Estaremos lá para realizar o maior evento de Turismo do Brasil, repetindo o sucesso das edições anteriores. Nós não precisamos reafirmar que somos os maiores. Nós mostramos com fatos", afirma a presidente da Abav Nacional, Magda Nassar, que aposta no presencial. "Por ora, o que posso dizer é que o maior evento do Turismo do País será, em 2021, em Fortaleza. Trabalhamos muito para chegar nisso e é preciso esclarecer que não estamos cancelando nenhum evento. Pelo contrário, hoje anunciamos dois grandes eventos para mostrar a força, a resiliência e a retomada do Turismo." Diretamente impactado com a decisão da Abav Nacional, o secretário estadual de Turismo de São Paulo, Vinicius Lummertz, classificou a medida como "uma inteligente solução". "Tornar a Abav Expo itinerante será muito produtivo, pois estamos falando do setor que recuperará o maior número de empregos na retomada. A Magda tem razão em sua medida de deixar para o ano que vem o evento em São Paulo. O momento agora é focar em vacina. Precisamos vacinar bastante para, no ano que vem, reabrir São Paulo para todo Brasil. E, claro, onde a Abav estiver, São Paulo terá uma massiva presença. Turismo é integração e esperamos profissionais de todo País no Estado." Segundo Magda Nassar, a decisão de transferir o evento para Fortaleza não está relacionada ao quadro da covid-19, status da vacinação nos destinos ou qualquer outra problemática da pandemia. As mudanças foram uma decisão da entidade no intuito de crescer e se reinventar mais uma vez neste período de crise.
Simon Mayle, da WTM Latin America
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Apesar de alterar o local do evento a cerca de quatro meses de sua realização, pesou o fato de o Ceará ser uma vitrine brasileira para uma retomada, tanto no doméstico quanto no fluxo internacional. "Todos os anos faremos, no segundo semestre, uma Abav itinerante. Esse é um desejo antigo que, portanto, não foi realizado por conta da situação da pandemia em São Paulo, no Ceará ou em qualquer outro Estado. Essa foi uma decisão da Abav Nacional de crescer durante a pandemia. Tudo o que vai ocorrer em Fortaleza poderia, sim, ser feito em São Paulo", afirma Magda Nassar. "Essas mudanças anunciadas partiram da nossa necessidade de mostrar o Brasil ao trade, e entendemos que o Ceará é um destino grandioso e reconhecido no Exterior. É importante ter o protagonismo do nosso produto neste momento de retomada", completa a presidente da Abav, que reitera a estreita parceria entre a entidade e o governo do Ceará.n
ANOTE AÍ WTM Latin America Em 2021 será virtual: 10 a 12 de agosto, das 8h às 15h Em 2022, no Expo Center Norte (SP): 5, 6 e 7 de abril ABAV EXPO Em 2021, dá início ao formato itinerante em Fortaleza: 6 a 8 de outubro Em 2022, terá duas edições: São Paulo, em março, e a segunda edição da feira itinerante (local será divulgado na feira de 2021)
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PATROCINADO
FITUR ESTÁ DE VOLTA EM MADRI COM NOVA FORMA DE FAZER TURISMO De 19 a 23 de maio, a cidade de Madri sediará a 41ª edição da Fitur. Com o lema Tourism is back, a feira pretende reunir a indústria internacional do Turismo e relançar o setor em nível global. Vista como uma oportunidade de emplacar o Turismo de Madri como uma referência mundial, a Fitur servirá de palco para a divulgação da nova marca do destino, Greater Madrid. O objetivo do novo conceito é demonstrar aos visitantes toda a experiência que pode ser vivida na região, com seus recursos turísticos de alta qualidade. De olho nas exigências dos viajantes e na competitividade do mercado, o destino ainda irá apresentar novos produtos destinados a diversos nichos, que prometem responder às necessidades do setor e contribuir para uma atividade turística sustentável e digitalizada, garantindo a segurança de visitantes e colaboradores. A Fitur também será uma excelente ocasião para divulgar o novo modelo turístico da Comunidade de
Madri em um contexto de mudança constante, cada vez mais competitivo. Este modelo turístico visará manter a competitividade e a liderança da região madrilenha e terá de dar resposta às necessidades do setor, para além de ter de contribuir para uma atividade turística sustentável e digitalizada, tudo isso em um contexto que garanta a segurança de todas as partes implicadas. Afetada pela pandemia no último ano, Madri buscou ser um destino exemplo de solidariedade, colaboração e adaptação às circunstâncias sociais e econômicas. Com a oportunidade de participar ativamente de um evento internacional como a Fitur, a comunidade madrilenha agradeceu à organização da feira pela chance de sediá-la mais uma vez. Outra das novidades que serão apresentadas durante a feira é o novo produto turístico Destination Weddings, que propõe a região madrilena como destino ideal para experiências românticas inesquecíveis. n
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“É PRECISO GARANTIR A SOBREVIVÊNCIA DAS EMPRESAS DE TURISMO”
Qual é a sua relação com o Turismo? RENATA ABREU – Tenho experiência de longa data com o Turismo. Meus pais foram os fundadores do Centro de Tradições Nordestinas 24
Deputada federal Renata Abreu
(CTN), em São Paulo, dedicado a fortalecer as tradições e cultura do Nordeste. O local se tornou um dos principais pontos turísticos de São Paulo e atuei como diretora social do CTN, onde promovemos várias ações sociais para famílias carentes, como o Vila Social, para crianças entre 2 e 12 anos. Considerando seu primeiro mandato e o atual, que projetos e medidas com impacto no Turismo contaram com sua atuação? RENATA ABREU – No primeiro mandato já comecei uma relação forte com o setor, porque fui a relatora do PL 3.968/97, que isenta os quartos de hotéis do pagamento de direitos autorais ao Ecad (Escritório Central
PANROTAS — 19 a 25 de maio de 2021
Crédito: Agência Câmara
Presidente e fundadora do PODEMOS, a deputada federal Renata Abreu, de São Paulo, já está em seu segundo mandato. A deputada, terceira entrevistada da séria Turismo no Congresso, parceria do Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas (Sindepat) com a PANROTAS, tem como principais bandeiras a defesa da mulher e a educação, mas conhece a importância econômica do Turismo e trabalha, desde seu primeiro mandato, em questões como o PL 3.968/1997, que isenta acomodações hoteleiras, entre outros, da cobrança de direitos autorais pelo Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição). Neste mandato, foi a relatora, na Câmara, do PL 5.638/2020, o PERSE, de autoria do deputado Felipe Carreras (PSB-PE), e que foi sancionado, com vetos, pelo presidente Jair Bolsonaro. Ela também defende o Marco Regulatório dos Jogos no Brasil, “por acreditar que a regulamentação dos jogos é capaz de gerar receita para o governo e, ao mesmo tempo, atrair visitantes para o Brasil, mantendo aqui, ainda, os recursos que hoje turistas brasileiros deixam em outros países, justamente por conta dos jogos”.
de Arrecadação e Distribuição). É um pleito muito forte do setor hoteleiro, que tem bons argumentos, uma vez que a cobrança diverge do estabelecido na Lei Geral do Turismo. Fui favorável à argumentação do setor hoteleiro, entendendo que os quartos hoteleiros são ocupados de maneira individual pelos hóspedes. Também fui membro da Comissão do Marco Regulatório dos Jogos no Brasil, que defendo por acreditar que a regulamentação dos jogos é capaz de gerar receita para o governo e, ao mesmo tempo, atrair visitantes para o Brasil, mantendo aqui, ainda, os recursos que hoje turistas brasileiros deixam em outros países, justamente por conta dos jogos.
Quais são suas principais pautas no Congresso e o que apontaria como conquistas do primeiro mandato? RENATA ABREU – A educação e a defesa da mulher são minhas principais bandeiras, sem dúvida. Dois projetos de minha autoria viraram lei, um deles criminaliza a importunação sexual, que era considerada apenas uma contravenção penal. Outro obriga profissionais da saúde a fazerem registro de agressões em casos de violência, porque sabemos que muitas vítimas ainda têm medo de denunciar. A lei agora obriga que o prontuário da paciente registre os sinais de violência. Na educação, tenho um projeto que inclui a disciplina
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Como relatora do PL 5.638/20, que criou o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos, o PERSE, como a senhora avalia a situação do setor turístico em meio à pandemia? RENATA ABREU – O Turismo foi uma das categorias mais atingidas pela pandemia, e é preciso garantir a sobrevivência dessas empresas. Acredito que esse será o setor que apresentará a recuperação mais rápida, passada a pandemia, possibilitando a retomada da economia. O PERSE foi uma vitória que me deixa muito feliz, um projeto aprovado em tempo recorde. Começou com a área de eventos, que teve suas atividades completamente paralisadas, mas foi a luta e pressão das entidades de Turismo que fizeram com que incluíssemos na minha relatoria outras empresas de Turismo e a hotelaria. Essa é uma das minhas principais relatorias, sem dúvida, porque incluiu várias frentes. O socorro às empresas de Turismo passa por isenção tributária, parcelamento de débitos, alcance de crédito. Esse, aliás, é um dos temas mais delicados, porque embora tenhamos recursos disponíveis para o crédito, como via Pronampe, poucos setores conseguem acessá-lo, diante dos riscos que essas empresas passaram a representar, uma vez que muitas estão fechadas, sem qualquer receita. Foi uma conquista e tanto aprovar o PERSE, por unanimidade, e sem o apoio do governo.
Deputada federal Renata Abreu
de Educação Moral e Cívica no ensino fundamental. As crianças precisam aprender sobre cidadania. E o que a senhora pretende concretizar neste segundo mandato? RENATA ABREU – Sou uma das parlamentares com mais projetos apresentados. Quero recuperar, neste mandato, as discussões em torno a isenções em relação a direitos autorais e o Ecad, assim como a regulamentação dos jogos e uma série de pautas envolvendo educação. Diante do cenário que estamos vivendo, vamos priorizar os projetos que contribuem para a recuperação econômica, como o próprio PERSE. Ajudar as empresas que mais precisam agora é garantir empregos, para manter a economia viva. Também estamos atentos às leis que fiscalizem a utilização dos recursos, daí a importância da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid. Não podemos pensar em ter nenhum centavo desviado da saúde neste momento. E te-
mos ainda a pauta da Reforma Política, uma vez que teremos eleições no próximo ano. Algumas agendas não podem esperar. Como a senhora analisa a atuação do G20, o grupo de associações de Turismo que tem trabalhado unido, em defesa dos interesses de todo o setor? RENATA ABREU – É essencial o trabalho que o G20 realiza. A aprovação do PERSE só foi possível graças a esse trabalho. O programa tratava exclusivamente do setor de eventos, um dos mais prejudicados, sem dúvida, mas foi a mobilização de todas as entidades que permitiu que o Turismo fosse incluído como um todo. Quando as entidades entraram no circuito, veio a agilidade na aprovação. Quanto mais pressão, mais rápida será a aprovação no Legislativo. Essa casa funciona assim, porque tudo tem pelo menos dois lados. Foi fundamental a postura das associações, agrupadas no G20, para a própria existência do PERSE com o texto que tem hoje.n
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