ANO 30 | 1.509 | 27 DE FEVEREIRO A 6 DE MARÇO DE 2022
www.panrotas.com.br
Apúlia - Itália
Vila Galé Alagoas será inaugurado em julho e chega com o status de maior resort do Estado, enquanto na Europa a Itália finalmente dá sinal verde para os brasileiros, com destinos que são tendência para a retomada
Vila Galé Alagoas
TENDÊNCIAS DO TURISMO
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21 e 22 junho 2022
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CENTRO FECOMERCIO DE EVENTOS SÃO PAULO
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PANROTAS — 28 de fevereiro a 6 de março de 2022
Última chamada para a LACTE17
Participe do maior encontro sobre eventos e viagens corporativas da América Latina! Serão dois dias de evento em que você viverá uma experiência única, com imersão em conhecimentos que farão a diferença no seu dia a dia! Olha só o que está esperando por você:
8 painéis com discussões sobre temas atuais e relevantes para o setor. 16 Minilabs comandadas por grandes nomes do mercado.
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Momentos para networking e muito mais!
QUANDO:
8 e 9 de março
ONDE:
WTC Events Center Teatro – São Paulo
Evento presencial com transmissão ao vivo para inscritos.
Vagas limitadas! Para mais informações e inscrições acesse: alagev.org/lacte17 REALIZAÇÃO:
company/alagev
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alagev.oficial
PANROTAS — 28 de fevereiro a 6 de março de 2022
ÍNDICE
ANO 30 | 1.509 | 28 DE FEVEREIRO A 6 DE MARÇO DE 2022 | www.panrotas.com.br | R$ 11,00
Página 05 Editorial - A culpa é da Abav
Página 07 Entrevista - Fábio Mader fala sobre a saída da CVC Corp
Página 11 Memória - Um pouco da trajetória de Tasso Gadzanis
Página 13 Vila Galé - Novo resort de Alagoas e análise do mercado brasileiro
Página 18 Itália reaberta - Veja destinos que são tendência na retomada
Página 22 Infográfico - Praias e destinos brasileiros são destaques globais
Página 24 MP do Reembolsos - Jurídico da Abav dá dicas aos agentes
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PRESIDENTE
José Guillermo Condomí Alcorta GESTÃO José Guilherme Condomí Alcorta TECNOLOGIA Ricardo Jun Iti Tsugawa EDITORIAL Artur Luiz Andrade
Media Partner
Parceria Estratégica
Editorial
A CULPA É DA ABAV A renovação da MP do reembolso, pela qual todos os agentes de viagens (sim, todos, inclusive você) ganharam prazo até dezembro de 2023 para reembolsar as viagens de seus clientes afetadas pelos cancelamentos devido à covid-19, deveria ser o fim de qualquer discussão sobre qual o papel das entidades (sérias) no Turismo, especialmente a Abav, sempre alvo de questionamentos e apontada como culpada por problemas que sequer lhe dizem respeito. A Abav mudou, mas as críticas a ela não. A Abav precisa mudar ainda mais, porém sem a participação de (quase) todos isso será mais lento e difícil. Esta semana publicamos a triste notícia do falecimento de um dos presidentes mais emblemáticos da Abav, Tasso Gadzanis, que representou uma era que já não existe mais. Uma era off-line, de apenas dois canais de venda (a agência de viagens e o fornecedor) e na qual o agente de viagens, para começar qualquer negociação e discussão, via todos como inimigos: da BBTur às aéreas, das franquias aos GDS. E parceria era dar mais comissão por uma venda muitas vezes automática e sem esforço (já falamos aqui do tempo em que se ganhava mais aplicando o dinheiro dos fornecedores do que com a venda em si). A multicanalidade chegou, o mundo 100% on-line, e um novo agente de viagens também. Muitos se agarraram ao passado, mas uma quantidade bem maior se modernizou, atualizou e investiu em um novo modelo de negócios, seja apostando em tecnologia, nichos, especialização, parcerias com marcas fortes, fusões, chegando e se mostrando onde o novo cliente está. A nova geração de agentes de viagens é, sem dúvidas, uma das mais fortes e preparadas da história, mas ainda precisa saber se organizar para defender interesses comuns. As entidades, assim como na política, não tiveram a agilidade do mercado para se adaptar e mudar. A própria Abav viveu anos agarrada nas ações judiciais contra as aéreas por conta do corte de comissão. Algo justo e acertado, mas enquanto lutava na justiça a entidade não enxergou ou construiu outras frentes. Achava que a força de sua marca (e seu evento) bastaria. Faltou modernidade também aos presidentes que foram assumindo a Abav, além de tentativas frustradas de mudar, como a parceria com a Reed para a organização da feira, e o acordo com a Tam pelo qual as aéreas não precisam cobrar RAV (taxa de emissão) nas vendas on-line. O resultado todo mundo já sabe: menos associados, eventos cada vez mais difíceis de organizar e a imagem de uma entidade jurássica que pouco faz. Apesar de nunca ter deixado de ser a interlocutora oficial com governos e órgãos diversos, o que resultou em importantes parcerias com o Ministério do Turismo, Embratur, Sebrae, CNC, Fornatur, entre outros players, ao longo das últimas duas décadas. As diretorias formadas primeiramente por Edmar Bull e na sequência por Magda Nassar
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deram a chacoalhada de que a entidade precisava. E a pandemia, com Magda à frente, mostrou o que as entidades fazem. E não sozinhas. Abav, Braztoa, Clia, o MTur e diversos outros envolvidos, como as entidades do setor de Eventos, souberam ter um discurso único e focado, que gerou tantas MPs na pandemia, incluindo essa reedição histórica da MP do reembolso, e também algumas frustrações, como na questão do IRRF, que é prova do longo caminho a ser trilhado. O setor de Viagens e Turismo ainda não tem o prestígio que merece. O corte de comissões no começo dos anos 2000 abalou de tal forma esse setor, tão dependente desde modelo, que para as agências foram necessários anos para achar ou desenvolver um novo caminho. Para a Abav o tempo foi maior: quase duas décadas. E, com presidentes melhores ou piores, menos ou mais influentes, isso não cabe agora discutir, a entidade chega a 2022 mostrando articulação, liderança e foco. A Abav sabe o que quer e sabe fazer. O que, por outro lado, não exclui ou deslegitima a organização de grupos ou associações fora do sistema Abav. A união é importante, mas uma via apenas nunca é o melhor caminho. Sempre citamos o exemplo da Aviesp, que, enquanto não se viu 100% atendida dentro da Abav, continuou de forma independente lutando pelos associados do interior de São Paulo. Os grupos independentes precisam ser estimulados e respeitados, pois são vozes diversas e muitas vezes fundamentais para certos problemas e questões. E alguns até enveredam por questões comerciais e técnicas, mostrando inovação na forma de organização das agências de viagens. Fortalecer as agências e mostrar caminhos para evoluir e sobreviver são ações fundamentais em um mundo pós-pandêmico. E nós aqui na PANROTAS reconhecemos a importância da diversidade e damos voz e espaço aos grupos de agentes de viagens. Mas cada papel precisa estar bem definido. As conquistas da Abav têm sim toda a história da entidade por trás e uma trajetória de relacionamento com o governo, mas acima de tudo uma inteligência de mercado e um conhecimento preciso de nomes como o de Magda e seus pares na Clia e Braztoa, além de uma diretoria atuante pelo Brasil. Fazendo parte ou não da Abav você vai se beneficiar das conquistas da associação: por exemplo, agora quando seu cliente tiver uma viagem cancelada pela pandemia e uma lei garantir a você o direito de ter uma prazo de reembolso, preservando a sua comissão e também oferecendo garantias e opções a seu passageiro. Portanto, não se sinta obrigado a se associar à Abav. Uma entidade mais forte, com mais associados, será bom para todos no Turismo. Mas se você não associado conseguir dialogar, fazer críticas construtivas, construir pontes e respeitar a entidade e também os demais grupos que são seus "concorrentes", teremos um Turismo mais coeso e focado, apesar das diferenças, que também precisam existir. Pense na sua bolha, mas também no macro, no todo, onde a Abav, para o futuro do Turismo, tem papel fundamental. A culpa é da Abav? Sim. Para o mal e para o bem. De todo o setor.n
Artur Luiz Andrade Editor-chefe e Chief Communication Officer da PANROTAS artur@panrotas.com.br
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Entrevista Rodrigo Vieira
MADER SE DESPEDE DA CVC CORP Fabio Mader
O diretor de Vendas B2B da CVC Corp, Fábio Mader, deixa o cargo nesta semana para assumir um novo desafio na GJP Hotels & Resorts. Ele será CEO da rede hoteleira no lugar de Fábio Godinho, que ganha uma cadeira no Conselho da empresa, a convite do fundo de private equity gerido pela R Capital, compradora da GJP em setembro do ano passado. Mader chegou como substituto de Luciano Guimarães na área da CVC Corp destinada a agentes de viagens há cerca de seis meses. Ele já liderou as negociações de aéreo no grupo, foi diretor das empresas da CVC Corp na Argentina e já atuou à frente do comercial da Gol Linhas Aéreas. Somando suas duas passagens pela CVC Corp, o executivo tem
dez anos de empresa, na qual ele teve papel de liderança em todas as áreas onde atuou. "A CVC Corp sente-se orgulhosa de ter um de seus executivos escolhidos para assumir a presidência da GJP Hotels & Resorts, importante parceiro comercial da companhia", aponta comunicado da CVC Corp. RODRIGO SIENRA ASSUME A VAGA INTERINAMENTE Contratado por Mader há quatro meses, Rodrigo Sienra, ex-Delta Air Lines, assume a cadeira de diretor B2B interinamente. O executivo fez carreira na aérea norte-americana e acumula mais de dez anos de expertise no Turismo. Ele terá reporte direto ao CEO
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Leonel Andrade e Mader enxerga um futuro próspero de seu colega. Márvio Mansur e Cláudia Pinheiro seguem no B2B da CVC Corp, ambos à frente da diretoria Brasil - o primeiro com Sudeste, Sul e Grandes Contas - LOT; e a segunda com Norte, Nordeste e Centro-Oeste, além da área de Inside Sales. Na diretoria de Atendimento B2B, o diretor é Fábio Belem, executivo com mais de 15 anos de casa que anteriormente cuidava de Grupos e Gateway Aéreo. Thais Pfeiffer é a diretora financeira do B2B e, Roberto Araújo, o gerente de Atendimento Terrestre. A formação desta equipe é um dos principais legados deixados pelo direto Fábio Mader, como ele mesmo disse em entrevista exclusiva à Revista PANROTAS. Revista PANROTAS - O que o motivou a deixar um dos principais cargos do Turismo do País para assumir a GJP Hotels & Resorts? FÁBIO MADER - Primeiramente quero ressaltar que não foi uma decisão fácil, por inúmeros motivos, a começar pelo carinho que tenho pela CVC Corp. São muitos anos trabalhando aqui, onde criei muitos amigos e me desenvolvi profissionalmente, aprendi a ganhar musculatura como executivo. A proposta que recebi da GJP fez com que eu parasse, repensasse, conversasse com a família. Não é fácil deixar um projeto lindo como este que apresentei e faço parte no B2B da CVC Corp. Entretanto, confesso que o projeto da GJP me balançou bastante. Ainda não posso trazer muitos detalhes. Eu sento na cadeira a partir de quarta-feira (2 de março). O que fez meus olhos brilharem foi o nível de complexidade, a posição de CEO da empresa, a possibilidade de fazer a gestão de uma companhia de capital intensivo, de servir ao projeto de maneira forte. São diversos hotéis com excelência em atendimento, o que traz a mim uma grande responsabilidade como executivo.
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Rodrigo Sienra
PANROTAS - E por que esse é o momento? MADER - Além de as coisas estarem bem encaminhadas no B2B da CVC Corp, eu serei um dos poucos executivos do Turismo que terá a oportunidade de trabalhar nas três frentes: cresci na aviação (ele foi Webjet e Gol), depois CVC Corp, em produtos aéreos, terrestres, fusão na Argentina (ele foi diretor das empresas do grupo no país vizinho) e agora um desafio na hotelaria. Esse tipo de oportunidade realmente me empolga, pois nasci e cresci no Turismo. Estou extremamente feliz com o carinho que estou recebendo do mercado. As pessoas me ligando, parabenizando, elogiando. A própria reação do Leonel [Andrade, CEO da CVC Corp] me encheu
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Wish de Foz do Iguaçu (PR), um dos principais resorts da GJP
de orgulho. Ele me apoiou desde o começo e me deu a oportunidade de dosar os dois projetos bonitos que eu tinha em mãos. Apesar de ter feito todo esforço para que eu continuasse na companhia, vi que era a hora de trilhar outro caminho. Só tenho a agradecer. PANROTAS - E o que o senhor espera ao assumir um compromisso inédito em sua carreira? MADER - Ao longo desses anos no Turismo, tive muito contato com hoteleiros do Brasil e do Exterior. Apesar de estar na posição de contratador, sempre cuidei para ter a visão completa do que é a hotelaria. Nunca me aprofundei tanto para poder entender as dores do mercado, mas minha experiência em vendas, em produtos e gestão de pessoas me tranquiliza, pois esse é um ambiente que domino
e não vejo tanta diferença para o que tive até aqui. Agora, terei o lado do serviço, de fazer a companhia crescer e neste lado terei todo o apoio dos acionistas. Isso me tranquiliza para que eu possa acelerar esse processo de aprendizado e seguir a carreira trilhando os melhores caminhos.
PANROTAS - Como o senhor vê a GJP, antes de assumir o compromisso com a rede? MADER - Vejo a GJP com um posicionamento muito importante. Uma empresa bem estabelecida em Gramado, forte em resorts e em hotéis no Rio de Janeiro e outras regiões. Olhando o produto, está muito clara a proposta de valor.
PANROTAS - Como é sua relação com Fábio Godinho? MADER - Excelente. Trabalhamos juntos em duas ocasiões: na Webjet, quando ele era presidente, e depois na própria CVC Corp. O Godinho me conhece bem, sabe do meu potencial e da minha forma de liderar, meu estilo de gestão e minhas habilidades. Saber que ele está indo ao Conselho me conforta, pois ele tem uma visão de negócio diferenciada e uma carreira similar à minha.
PANROTAS - Quais serão seus primeiros passos na rede? MADER - Inicialmente, farei a integração, visitando todos os hotéis, conhecendo todas as diretorias presencialmente. Pretendo fazer uma gestão muito próxima a todos os líderes. Aí sim terei uma visão clara de quais são as vantagens e oportunidades que teremos de desenvolver para seguirmos nosso caminho em um futuro próximo. A relação entre GJP e CVC é muito boa. Eles são bons fornecedores
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nossos e isso só vai enriquecer. Ainda que esteja do outro lado, eu conheço a empresa, vejo oportunidades de sermos mais assertivos em proposta de valor e custo-benefício. PANROTAS - E que balanço o senhor faz destes seis meses à frente do B2B da CVC Corp? MADER - Deixo a área com um projeto desenhado, como falei recentemente em entrevista à Revista PANROTAS. Os pilares estão definidos, nossos alicerces passam por tecnologia, produtos diferenciados, crédito e principalmente por atendimento. Assim que assumi o B2B, o atendimento estava em situação muito delicada e, logo em seguida, para piorar, tivemos um ataque cibernético que nos obrigou a ficar 16 dias sem poder fazer contato com os agentes de viagens. Quando os sistemas voltaram, tivemos um backlog enorme e o atendimento ficou em situação crítica. Para aprimorar o atendimento, trouxemos o Fábio Belem, um craque no assunto, que ainda por cima entende muito bem de CVC. Investimos em tecnologia e processos e fizemos recomposição na estrutura de pessoas, com mais de 100 colaboradores, a maioria com histórico na CVC, o que já os faz entrar com conhecimento de cultura da casa. Ou seja, nada disruptivo, sempre com cuidado para retomarmos o atendimento. Deixo o atendimento em níveis já muito bons. O Nacional, por exemplo, já está em níveis históricos de excelência. No Internacional estamos escalando para chegar ao nível histórico, ainda com um caminho para seguir, mas acredito que a partir do carnaval, com os profissionais concluindo o treinamento, daremos um salto no atendimento. Também me despeço da companhia com o time montado: Cláudia e Márvio dividindo a área Brasil; Fabio Belem no atendimento, Thais Pfeiffer como CFO e Roberto Araújo com pós-venda no Ter-
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restre. Todos eles estão alinhados no trabalho, já com excelente execução e motivação altíssima. PANROTAS - Qual é a possibilidade do Rodrigo Sienra se manter no cargo? MADER - Essa é uma resposta para o Leonel dar. Só posso dizer que o Rodrigo é muito bom, tem total condição, conhece o projeto, é querido pela equipe e reconhecido pela indústria. PANROTAS - Em relação ao nome do B2B, vai se manter RexturAdvance ou vai mudar, como o senhor sugeriu em entrevista à Revista PANROTAS? MADER - Ainda não está definido. Há uma consultoria analisando este tema e eu não serei mais o diretor quando esta decisão for comunicada.n
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Luto
O ADEUS DE TASSO GADZANIS Tasso em seu último mandato à frente da Abav
Morreu na semana passada Tasso Gadzanis. Ex-presidente da Abav Nacional e da Abav São Paulo e posteriormente presidente da SPTuris, o grego nascido no Egito Anastase Pandelis Gadzanis faleceu vítima de um AVC. Gadzanis passou por empresas e cargos políticos importantes no Turismo brasileiro e é uma figura, que além de fazer parte de nossa história, foi muito querida e respeitada. Tasso foi personalidade mais que conhecida no Turismo, principalmente quando o tema tratado é a Abav. Presidente nacional e paulista da entidade em mais de uma oportunidade, o empresário começou a carreira em meados dos anos 1950, com passagens pela Air France e pela Varig.
Com o então presidente da Varig, Fernando Pinto, que depois assumiu a TAP
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Nos anos 1950, quando ingressou no Turismo. Na foto também o amigo Giuliano Bertolucci (em pé), que anos depois dirigiu a Canadian em São Paulo
Com Modesto Matrorosa, a quem sucedeu na presidência da Abav Nacional no final dos anos 1980
Teve empresas, foi sócio de Eduardo Nascimento, de Ilya Hirsch, de Carlos Alberto Carvalho e até de sua filha, Cristina Gadzanis, com quem manteve a agência Adax. Sua presença empresarial mais marcante, contudo, foi vinculada à Oremar, cujo sócio majoritário era o empresário espanhol de Diego Soares Marruecos. Criança, ele morou na Vila Carrão, Zona Leste de São Paulo, e começou a amizade com o Michel Tuma Ness (in memoriam), com quem frequentava o clube do Corinthians, onde nadava — no rio Tietê !! — e chegou a ser um dos lideres da equipe de vôlei. No Portal PANROTAS, profissionais como Ana Maria Donato, da Imaginadora, Aroldo Schultz, da Schultz, Alvaro Tunis Soares, da Overseas Incentive Travel, Teresa Cristina Fritsch, presidente da Abav-RJ e tantos outros prestaram suas homenagens. n
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PANROTAS — 28 de fevereiro a 6 de março de 2022
Em 1993, em Foz do Iguaçu, assinando o protocolo de intenções com o objetivo de dar fim à BBTur, uma de suas brigas à frente da Abav Nacional
Hotelaria Rodrigo Vieira
ALAGOAS GANHA NOVO RESORT EM 2022 Enquanto o Grupo Vila Galé continuar encontrando oportunidades no Brasil, mais resorts da rede hoteleira portuguesa serão criados em nosso País. Mais do que uma terra de oportunidades, é nítido que o presidente da rede hoteleira, Jorge Rebelo de Almeida, é um entusiasta de nosso povo, nossa cultura e gastronomia. São duas décadas de Brasil, onde
está indo para o seu décimo hotel. Vem aí o Vila Galé de Carro Quebrado, no litoral nor te de Alagoas. A previsão de inauguração é julho de 2022, para se juntar às unidades de Rio de Janeiro, For taleza, Cumbuco-CE, Salvador, Guarajuba-BA, Pernambuco, TourosRN, Angra dos Reis-RJ e São Paulo, nesta última com um hotel aber to em plena pandemia.
Projeção do Vila Galé Alagoas, na praia do Carro Quebrado
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Com um invest imento superior a R$ 140 milhões, o resor t alagoano pé na areia all-inclusive já tem reser vas abertas. Serão 513 apar tamentos, sete restaurantes, quatro bares, petiscaria mediterrânea (cer vejaria por tuguesa), centro de convenção para 1,2 mil pessoas, uma boate como espaço polivalente, que durante o dia pode ser vir para outros propósitos e, acima de tudo, um foco nas crianças. "Será o primeiro resor t da rede com um parque aquático para crianças, além de um clube infantil. Estamos construindo piscinas de grandes dimensões, com 100 metros quadrados por 50 metros quadrados", afirma o diretor de Operações da rede, José Antônio Bastos, animado com a inauguração. "Nossas expectativas são altas. Alagoas é um destino de muita procura, e acreditamos que o Estado não tem um produto all inclusive tão próximo do aeropor to (a u ma hora de carro/ônibus) com essas dimensões. Isso sem falar na linda cor do mar da praia que nos emoldura. O Vila Galé de Carro Quebrado aumenta nossa capilaridade no Nordeste, de maneira que faltarão poucos Estados na região para completarmos o mapa." O presidente Jorge Rebelo de Almeida também se empolga com o posicionamento que a Vila Galé consolida no Brasil com mais esta unidade. "Esse produto vem consolidar nossa posição como a maior rede de resor ts do Brasil. Os hóspedes brasi leiros já nos conhecem, buscam a marca, confiam na Vila Galé para levar suas famílias. É por isso que buscamos uma padronização na ofer ta e nos ser viços. Nossos resor ts têm essências parecidas. O grande
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José Antônio Bastos, diretor de Operações, e Jorge Rebelo de Almeida, presidente da rede Vila Galé
diferencial, por tanto, é realmente o parque aquático e o fato de sermos o maior resor t de Alagoas. Vale destacar nosso cent ro de convenções que, assim como o hotel em Touros, será capaz de receber grandes eventos." A ideia é aproveitar o melhor entre o mix de lazer e corporativo. José Antônio Bastos afirma que o resort terá o maior e melhor centro privado de eventos de Alagoas. Somando todos os espaços, a área para eventos corporativos e sociais dá quase 2,5 mil metros quadrados. EM BUSCA DE M AIS ESTRANGEIROS Já se vão 20 anos desde que o primeiro hotel Vila Galé foi inaugurado no Brasil, em Fortaleza. Nessas duas décadas, a principal mudança sentida (e lamentada) pela rede é a presença de estrangeiros, principalmente por tugueses e espanhóis, nas unidades do País. O que já foi um share de 30%, hoje se limita a 5% (mesmo antes da pandemia). "É uma vergonha que um país com a dimensão continental receba seis milhões de visitan-
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Foto feita em fevereiro do Vila Galé Alagoas, que tem previsão de abertura em julho
tes internacionais por ano. Todos nós achamos que o Brasil tem tudo para dar cer to, mas tem uma lição de casa bem grande a ser resolvida para que que se transforme em um expoente do Turismo para fora do mundo", critica Jorge Rebelo. Criação de zonas turísticas estruturadas, a exemplo do México com Cancun e Riviera Maya, é uma das etapas desta lição, em sua visão. Segurança pública é outro desafio impor tante, pois a imagem do País propagada na mídia internacional repele os estrangeiros. Melhoria na política do transpor te aéreo é um terceiro el emento fundamental. O presidente da rede Vila Galé diz que em Por tugal as empresas de Turismo pagam por cada estrangeiro desembarcado, pois no fim toda a cadeia produtiva é beneficiada. "Não é feio copiarmos os bons exemplos de fora. O México entendeu a impor tância do Turismo para sua economia e recebe muito mais estrangeiros do que o Brasil, que os confronta em termos de recursos naturais. Sinceramente o Brasil tem frentes desenvolvidas em muitos setores, mas às vezes parece que parou no tempo no que diz respeito à compreensão do Turismo", lamenta. "Falta incentivo. Nossos hotéis em Por tugal muita s vezes têm menos
receita do que os brasileiros, mas têm mais rentabilidade. O Brasil tem um sistema triturador da economia, com cargas tributárias muito pesadas”, acrescenta. O por tuguês ainda cita outros desafios, a exemplo de infraestrutura de saneamento básico, estradas e cuidado com o meio ambiente. Aceitar mais investimento estrangeiro nessas e outras áreas seria uma solução sábia do governo federal, na visão do empresário. "O produto turístico e cultural encontrado aqui poucos países do mundo têm, mas não dá para fazer tudo de uma vez, com recursos próprios", justifica. "Nós tentamos fazer nossa par te ao promover aos hóspedes em Por tugal todas as belezas dos nossos resor ts no Brasil e os destinos onde eles estão instalados, além de fazer refeições e festas temáticas. É algo relevante, visto que recebemos mais de 600 mil clientes nos hotéis de lá anualmente." TRADE BRASILEIRO As operadoras são as principais parceiras da rede Vila Galé no Brasil. A estratégia da empresa por tugu esa é promover uma relação boa para ambas as par tes. Nutrir um bo m relacionamento com agências de viagens e operadoras de todos os por tes foi essencial para
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o crescimento da rede em nosso mercado, com programas de incentivo para os profissionais, além do fom ento de famtours e ações que façam os parceiros conhecer as propriedades. "Temos nossos canais diretos e estamos nas OTAs, pois essa é uma situação incontornável, mas jamais colocamos o agente e o operador em uma condição desfavorável", afirma Bastos. "O que procuramos dizer aos nossos parceiros é que o agente de viagens tem de assumir um papel mais conselheiro, e não de tirador de pedido. O profissional que conhece nosso produto e nele se especializa sente nitidamente um aumento de receita com o produto Vila Galé. Do nosso lado, nós sempre estamos entendendo o que o hóspede brasileiro quer de nós”, completa o diretor de Operações. O Brasil representa 40% da receita da Vila Galé, sendo os outros 60% nas 27 propriedades em Portugal. IMPACTO N A COMUNIDADE O novo resor t em Alagoas vai admitir mais de 300 profissionais, mas a rede promete um impacto de maiores dimensões na comunidade local de Carro Quebrado, com o objetivo de capacitar 1,2 mil pessoas com ensinamentos de como bem receber o turista, aulas de idiomas, formação compor tamental, entre outras áreas. Em Touros, um número similar de pessoas foi submetido a essas técnicas e o impacto é palpável, eles dizem. "Isso valoriza a ofer ta do destino. Temos a noção muito clara de que nossos hotéis não são uma ilha. Existe toda uma comunidade em torno do produto. O que queremos no final é que o cliente saia satisfeito por ter visitado um destino bom e, consequentemente, nos enche de prazer ver brasileiros de comunidades remotas crescerem profissio-
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Jorge Rebelo de Almeida, presidente da rede Vila Galé
nalmente, usando da plataforma Vila Galé para prosperar na vida", afirma Rebelo. Os investimentos da empresa vão para além da hotelaria. Barracas de praia, restaurantes, supermercados. A rede tem pleno conhecimento de que um grande resor t envolve vários players e que essa injeção de capital e conhecimento acaba sendo multiplicada ao longo do tempo. CENTRO DE CONVENÇÕES O Centro de Convenções do Vila Galé Alagoas vai seguir um conceito polivalente, que não segue o modelo tradicional de plateia com cadeira fixa. "Os eventos se tornaram muito criativos, e este conceito, que já executamos em Touros, se molda a depender da adaptação do cliente. Essa estrutura faz com que possamos criar inúmeros formatos de encontros, em vários por tes", explica o diretor de Operações. TEM ÁTICA DE LITERATURA Os hotéis Vila Galé buscam entregar uma temática aos hóspedes. O da região da avenida paulista, onde aconteceu esta entrevista, é todo voltado para ar te. Cada apar tamento leva a obra e o legado de uma ar tista não só em
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Inaugurado recentemente, o Vila Galé na região da avenida paulista tem temática artística
termos visuais, como educativo, mostrando ao cliente a impor tância histórica do autor das obras. Em Alagoas, a temática será literatura. Cada quar to terá nome de escritor ou escritora. Os maiores destaques nos espaços públicos serão Fernando Pessoa e Jorge Amado, lendas que ganham estátuas para que as pessoas possam tirar fotos. TUDO INCLUÍDO Das nove unidades Vila Galé no Brasil, cinco são all-inclusive: Angra dos Reis, Cumbuco, Pernambuco, Salvador e Touros. Vem aí mais uma. "A diferença é que esse será o primeiro all-inclusive com a Cervejaria Por tuguesa", explica Jorge Rebelo. Os melhores em ocupação são o Hotel Vila Galé Marés, em Guarajuba (Camaçari-BA), considerado o carro-chefe da rede, seguido por Angra dos Reis e Cumbuco. n
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Destinos
ITÁLIA REABERTA, A ESPERA ACABOU Com a recente flexibilização dos requisitos de entrada em países europeus como a França e a Suíça, a notícia da reaber tura das fronteiras da Itália para brasileiros chegou para coroar esse movimento de retomada do internacional. Para ser a cereja do bolo (ou a
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almôndega do espaguete?). A Itália continuou sendo um dos países mais almejados para viagens internacionais no Brasil mesmo durante a pandemia, e agora a volta do turista brasileiro ao país europeu é só uma questão de tempo e planejamento.
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Chiara Giglotti, gerente geral da Carrani
"As expectativas para essa reabertura da Itália são as melhores possíveis. Nesses dois anos sem poder receber visitantes do Brasil, a Carrani nunca deixou de receber cotações de brasileiros e, desde dezembro, a procura cresceu ainda mais com o avanço da vacinação e com outros países europeus já flexibilizando suas regras de entrada", afirma a gerente geral da Carrani Tours, Chiara Giglotti. "O anúncio da reabertura ocorreu na terça e na quarta eu já tinha recebido e-mails de pessoas demonstrando interesse e querendo fazer orçamentos. O turista brasileiro respondeu muito rápido ao anúncio da reabertura da Itália. É como se fosse a notícia mais esperada. O brasileiro quer a Itália", ressaltou. Chiara também disse que a procura por Itália envolvia desde pequenos grupos a casamentos, e pensando nisso, a Carra-
ni desenvolveu novos produtos para estar pronta para a retomada das viagens. "Florença e Veneza não têm jeito, porque a primeira vez que você vai para a Itália, você quer conhecer esses destinos mais famosos. Mas destinos como Apúlia, Sicília, Toscana, e experiências como hospedagens em vinícolas, aulas de culinária local, passeios em bicicleta, passeios ao ar livre com piquenique, passeios com carros italianos e passeios de barco estão sendo visados por turistas que já conhecem a Itália", explicou. A tendência é que passageiros que não queiram viajar em grandes grupos ou visitar cidades mais movimentadas, procurem experiências mais exclusivas e autênticas no país europeu. A jornalista e acompanhante turística Anelise Sanchez, que mora em Roma desde 2001, também vê cidades italianas meno-
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res se destacando nessa retomada. "A promoção turística do país também focará em cidades que não sejam aquelas clássicas, que antes da pandemia sofriam com o overtourism, mas que privilegiará destinos alternativos, não menos fascinantes. Principalmente depois da pandemia, que nos obrigou a repensar na valência do nosso ritmo de vida frenético, quem viajar para a Itália talvez aprecie o Turismo lento em cidades menores, aquele que foge dos circuitos do Turismo de massa, que não se concentra só nos meses de grande fluxo turístico e que permite ao viajante a chance de estar em contato mais direto com a cultura local", explicou. DESTINOS EM DESTAQUE Luciana Carvalho, turismóloga e travel designer baseada na Itália, apontou destinos como Apúlia, Sicília, Toscana sendo tendências nessa retomada, assim como Chia-
ra Giglotti, mas destacou que ainda depende muito do perfil do viajante e se ele é ou não ou repetidor. "Se o viajante ainda não conhece a Itália, ele pede um roteiro para conhecer as cidades mais turísticas, como Veneza, Verona, Florença, Roma, Nápoles. Essas cidades turísticas sempre vão ser bem demandadas, porque as pessoas já vieram, mas as pessoas querem voltar", afirmou. Mas Luciana explicou que se o turista já visitou a Itália algumas vezes, vai buscar outros destinos dentro do país, "como roteiros pela Apúlia, região na parte Sul da Itália que conta com praias belíssimas e ótima gastronomia; as regiões da Basilicata e Matera, que são ricas em história e cultura; a Sicília, que as pessoas também estão querendo descobrir, cidades medievais próximas a Roma e a região vinícola da Toscana também. É bem diversificado. A Itália é um país muito rico, então os pedidos são os mais variados possíveis".
Anelise Sanchez
Luciana Carvalho
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SITUAÇÃO DO PAÍS Atualmente, a Itália conta com cerca de 83% da população vacinada e não é necessário o uso de máscara ao ar livre. A partir de 10 de março, será possível voltar a comer no cinema e nos teatros. E, de acordo com Anelise, se tudo correr como previsto, no dia 31 de março o governo italiano deve decretar o fim do estado de emergência e começar a pensar em uma redução gradual das medidas mais restritivas como, por exemplo, a obrigatoriedade do passe verde com as três doses para ingressar em quase todas as atividades comerciais, como restaurantes e bares. "A expectativa é de que a Itália seja uma meta turística procurada pelos estrangeiros durante o ano todo", afirmou. De acordo com Anelise e a operadora Carrani, o Turismo doméstico ainda é superior no país, já que até o dia 31 de janeiro visitantes europeus só podiam entrar na Itália com três doses das vacinas ou com teste PCR negativo, e tinham que repetir o teste na saída do país. "Por isso só movimentou mesmo o Turismo interno e o volume ainda foi pequeno", explicou Chiara Giglotti. Anelise complementou contando que "no verão de 2021 a maioria dos italianos optou pelas férias de proximidade, escolhendo metas turísticas não distantes da própria região de residência". A Carrani é representada no Brasil pela Ideas4Brand, de Maria Camilla Alcorta. TORNA BRASILE Anelise Sanchez e Luciana Castro, entrevistadas para esta matéria, foram parte de um movimento de brasileiros na Itália chamado Torna Brasile, que colocou em pauta a discrepância de tratamento entre nações no que se refere ao regime relativo às viagens, mesmo depois do avançamento da campanha de vacinação brasileira, e solicitou junto ao governo por meio de petição a reabertura das fronteiras para visitantes do Brasil. Junto a elas, participaram também Gilberto Antonio Alexandre, Josiane Novakoski Alexandre, Barbara Campanaro Marcos, Giuliano Claudino, além do apoio da Embaixada do Brasil em Roma.n
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Infográfico
OS MELHORES DESTINOS, AS MELHORES PRAIAS Ranking dos usuários do TripAdvisor volta a colocar o Brasil em evidência e mostra o potencial turístico do País para o mundo
TOP 22 MELHORES DESTINOS DO MUNDO Dos 22 destinos em alta pelo mundo, as cidades brasileiras de Natal (RN) e Paraty (RJ) ganharam espaço
12. ARUBA
13. SPLIT, CROÁCIA
1. MAIORCA, ILHAS BALEARES 2. CAIRO, EGITO 3. RHODES, DODECANESO 4. TULUM, MÉXICO
14. PLAYA DEL CARMEN, MÉXICO
5. DUBROVNIK, CROÁCIA
15. ILHA HAVAÍ, HAVAÍ
6. IBIZA, ILHAS BALEARES
16. LUXOR, EGITO
7. NATAL, BRASIL
17. REPÚBLICA DOMINICANA 18. CHARLESTON, SOUTH CAROLINA
19. ST-MARTIN/ST MAARTEN
8. ARUSHA, TANZÂNIA 9. GÖREME, TURQUIA 10. SANTORINI, GRÉCIA
11. PARATY, BRASIL 20. ATOL DE MALÉ DO NORTE 21. ZANZIBAR, ARQUIPÉLAGO DE ZANZIBAR 22. LA FORTUNA DE SAN CARLOS, COSTA RICA
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TOP 10 O BRASIL FOI O ÚNICO PAÍS COM MAIS DE UMA PRAIA NA LISTA, COM TRÊS SENDO ELEITAS 1º. GRACE BAY BEACH ILHAS TURCAS E CAICOS
5º. EAGLE BEACH - PALM/EAGLE BEACH, ARUBA 6º. RADHANAGAR BEACH - HAVELOCK ISLAND, ÍNDIA
7º. BAÍA DO SANCHO FERNANDO DE NORONHA, BRASIL
2º. VARADERO BEACH - VARADERO, CUBA 3º. TURQUOISE BAY - EXMOUTH, AUSTRÁLIA
4º. QUARTA PRAIA - MORRO DE SÃO PAULO, BRASIL
8º. TRUNK BAY BEACH - ILHAS VIRGENS AMERICANAS
9º. BAÍA DOS GOLFINHOS - PRAIA DA PIPA, BRASIL
10. SPIAGGIA DEI CONIGLI - LAMPEDUSA, ITÁLIA
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Economia e Política Filip Calixto
ENTENDENDO A MP DOS REEMBOLSOS
Publicada no Diário Oficial do último dia 22, a Medida Provisória 1101/22, apelidada de MP dos Reembolsos, foi uma das boas notícias da semana passada para o setor do Turismo. O texto foi classificado como um ato de proteção para o segmento, pois desobriga os prestadores de serviços ou as empresas do nicho a reembolsarem os consumidores em caso de adiamento ou cancelamento, desde que haja opções de remarcação ou disponibilização de crédito até 31 de dezembro de 2023. A determinação é bem vista sobretudo para os agentes de viagens, que voltam a ter confiança na efetivação do comissionamento por serviços já prestados.
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Já publicada, a medida provisória altera a Lei 14.046/20 e representa a segunda opor tunidade em que os prazos previstos na lei são alterados, em razão da continuidade da pandemia. Além da desobrigação de reembolso aos viajantes, dando a eles as opções de crédito e remarcação como soluções, a determinação também prorroga para 2023 o prazo para quitação de reembolsos já alinhados de reser vas turísticas, shows e festivais e outros ser viços culturais e turísticos cancelados em vir tude da pandemia do novo coronavírus. Vale ressaltar que para acordos de
reembolso já alinhados até 31 de dezem bro de 2021 segue valendo o prazo de 31 de dezembro de 2022 para o ressarcimento dos valores pagos pelos consumidores e que o valor da prestação de ser viço do intermediador da venda não é passível de reembolso. Também é impor tante lembrar que o setor aéreo não é abarcado pela MP e segue tendo os cancelamentos e reembolsos regulados pela Resolução 400 da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Para explicar as miudezas do texto e tirar dúvidas dos profissionais impactados pela determinação, a Abav Nacional organizou uma live elencando os principais pontos e os elucidando por meio das participações da presidente da associação, Magda Nassar, e do assessor jurídico, Marcelo Oliveira. Em ar ticulação constante com deputados federais e alguns ministérios do governo Federal, principalmente o do Turismo, Magda fez questão de salientar que a aprovação da medida provisória foi mais uma conquista do setor e da união das associações representativas (principalmente Abav Nacional, Braztoa e Clia Brasil), que têm melhorado sua interlocução com o poder público e feito valer o poder econômico da atividade. A dirigente também fez questão de antecipar que a Abav Nacional prepara, para o decorrer do ano, uma far ta programação para dividir conhecimento e aler tas sobre normas e leis que podem ser utilizadas a favor das empresas e profissionais. “Começamos um ano difícil sabendo que ele seria assim. Mas vamos superar e seguir ”, disse. Direto ao ponto da MP, a presidente da Abav enfatizou que o texto aprovado esta semana tem os mesmos moldes da lei anterior (a Lei 14.046/20), que
expirou no fim de 2021. Essa compreensão deve orientar o mercado e minimizar as confusões, raciocina ela. O mesmo ponto foi ressaltado pelo advogado Marcelo Oliveira, que resumiu a medida provisória como um ajuste necessário para uma conjuntura excepcional que ainda vigora por conta da permanência do estado de pandemia. Esse ajuste, segundo o especialista, além de proteger os comissionamentos, não os colocando à mercê de devoluções por eventuais cancelamentos nas viagens, dá maior segurança para as resoluções de eventuais problemas, ajudando o intermediário e o cliente final. “É impor tante lembrar que o ajuste do prazo e a desobrigação de arcar com reembolsos vale desde que continuemos oferecendo as opções de crédito e remarcação sempre”, enfatiza Oliveira. Mas mesmo essas opções de compensação obrigatórias também foram facilitadas. O crédito que pode ser oferecido também teve sua validade ampliada até 31 de dezembro de 2023. A mesma data vale para as datas das viagens que precisaram ser remarcadas. Nesses dois casos, a presidente da Abav avalia que há novos custos para a agência, mas todos eles menores do que o reembolso. “Nos dois casos há novamente o trabalho do agente, que precisa localizar as novas opções de viagem na remarcação e de compensação, de acordo com o patrimônio investido, no caso do crédito. Mas são trabalhos que mesmo feitos novamente acabam gerando fidelização pelo bom trabalho”, aponta Magda. E no caso da compensação por crédito, conforme lembra o doutor Marcelo Oliveira, é bom que a agência esteja ciente
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que o produto oferecido agora pode ser diferente do que foi comprado inicialmente, principalmente por conta das variaç ões do câmbio. “Uma viagem de sete di as para Paris, por exemplo, não custa o mesmo valor hoje do que custava em 2020. A compensação do crédito diz respeito ao que foi investido e não ao produto em si, que pode variar ”, reforça. PERÍODO DE VACÂNCI A Entre o prazo de validade da Lei 14.046/20 e a MP desta semana, porém, houve um hiato de mais de um mês no qual a relação entre fornecedores de ser viço e clientes não estava cober ta. O que fazer nesses casos? Para vendas e cancelamentos oco rridos nesse período a MP dos Reembolsos também vale, de acordo com aponta Oliveira. “O texto tem validade retroativa a janei ro, mesmo em alguns casos que já avançaram no trâmite da justiça. O julgador deve considerar a MP mesmo que ela tenha saído agora. Isso também vale para ingressos de shows e atrações”, informa. REM ARCAÇÕES SEGUIDAS No caso de uma sequência frustrada de tentativas de viagen s as regras podem mudar, a depender da especificidade do atendimento e dos episódios, conforme relata o advogado da Abav. Ele foi questionado por um par ticipante da live que relatou ter um cliente que tem tido a viagem cancelada repetidas vezes desde 202 0 e acabou requisitando reembolso. “Não adianta chutar respostas padrões e desconsiderar a customização de alguns casos. Tem casos que precisam de uma análise par ticular,
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mas, em princípio, a MP vale nesses casos também”, diz. TERRESTRES E CRUZEIROS Para deixar mais clara a ausência dos produtos aéreos na MP, Oliveira esclareceu que o texto abarca todos os ser viços turísticos que não são regidos por normas especiais. Por isso, o segmento aéreo, que tem regras específicas, ficou fora. LEI DO BOM SENSO A live t ambém lembrou de situações extremas como as de um viajante que procura a agência sem mais opções financeiras e precisa do recurso de um reembolso. Não concedê-lo seria cumprir a lei mas geraria um desgaste na justiça, o que nem sempre é interessante para os envolvidos. “Não reembolsando estaríamos diante do cumprimento da lei? Sim. Mas e o bom senso?”, questiona Oliveira. Outro exemplo é o de remarcações que já começam a ser realizadas invadindo 2024, o que também é permitido e pode ser uma saída. “As resoluções ainda estão muito aquém do que queremos, mas estamos evoluindo e buscando atender um mercado que está sofrendo. Peço aos agentes que sigam juntos e procurem suas representações estaduais que espasmo dispostos a ajudar ”, finaliza Magda. n
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