PANROTAS 1.527

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ANO 30 | 1.527 4 A 10 DE JUlHO DE 2022

PRECISA-SE DE MÃO DE OBRA

www.panrotas.com.br

Turismo sofre debandada de talentos durante a pandemia e, agora, com a retomada, busca preencher as vagas em aberto, mas sofre com a escassez de profissionais especializados e não consegue oferecer salários à altura




ÍNDICE

ANO 30 | 1.527 | 4 A 10 DE JULHO DE 2022 | www.panrotas.com.br | R$ 11,00

Página 05

Editorial - O mundo mudou, cara pálida

Página 06

Turismo enfrenta o desafio de encontrar talentos na retomada

Página 18

Destinos - Conheça o Grand Tour da Catalunha

Página 20

Grupo Leceres - Nova empresa de lazer do Brasil se apresenta

Página 24

Arival mostra o futuro das experiências

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PRESIDENTE

José Guillermo Condomí Alcorta GESTÃO José Guilherme Condomí Alcorta TECNOLOGIA Ricardo Jun Iti Tsugawa EDITORIAL Artur Luiz Andrade

Media Partner

Parceria Estratégica


Editorial

O MUNDO MUDOU, CARA PÁLIDA A frase mais batida das palestras de auto-ajuda, que na maioria das vezes em nada ajudam, é “o mundo mudou”. Adapte-se, você também tem de mudar, invista em conhecimento... Ok, mas o mundo está mudando e não é de hoje. E depois de uma pandemia, se não aceitarmos as mudanças, pode entregar a chave do planeta ao diretor do Show de Truman. A verdade é que: o mundo mudou. E o mais importante, como vimos no Fórum PANROTAS, em palestras como as de Cris Naumovs, LG Lo Buono e Miguel Falabella: o que você acha não importa tanto. As pessoas importam. As pessoas têm opinião. As pessoas são diversas. Quer entrar nesse mercado ou continuar levando os mesmos passageiros para os hotéis de Paris? Pois, assim como nós, eles irão morrer e muito dificilmente as novas gerações dessa família irão querer as mesmas coisas que os avós e pais. Talvez mesmo esses avós e pais, agora, nesse momento, queiram coisas diferentes, tenham outras necessidades. Você perguntou para eles? Você sabe como eles evoluíram desde a primeira venda? Você se importa com essas pessoas ou está apenas emitindo, transportando, hospedando números e cifrões? Há um mercado enorme e de infinito potencial que valoriza a individualidade de cada um. A tal diversidade. E as políticas de inclusão só farão esse mercado crescer, e com ele a diversidade, e com ela a pluralidade de consumidores que se cruzam, seguem caminhos paralelos, voltam a se encontrar e que fazem parte do mesmo planeta. Não dá mais para somente julgar baseado em suas crenças e convicções, muitas delas já datadas. E quem julga, já sabemos, está também sendo julgado. Isso com a rapidez e acidez das redes sociais, pode ser a pá de cal. Vejam os recentes casos da atriz Klara Castanho ou da menina de 11 anos grávida depois de um estupro. Homens julgando e decidindo sobre o corpo de mulheres. Você acha mesmo que vai decidir pela viagem de quem tem opinião? Você está aqui para ajudar, somar, facilitar, aprender e ensinar. Mas não para dizer que isso pode e isso não pode. O mundo mudou, né? Alguns de nós, não.

Artur Luiz Andrade Editor-chefe e Chief Communication Officer da PANROTAS artur@panrotas.com.br 4 a 10 de julho de 2022 — PANROTAS

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Economia e Política

EMPREGAB Rodrigo Vieira

O NOVO DESAFIO A SER SUPERADO

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BILIDADE H

á uma nova crise instaurada na indústria de Turismo no Brasil e no mundo. Um desafio que chega a ser risível perto do calvário dos piores períodos de pandemia, mas ainda assim algo a se resolver para que a retomada das vendas e das viagens dê conta de suprir o longo período de seca. Está faltando mão de obra especializada. As primeiras queixas foram em relação aos fornecedores, ainda no meio de 2021, quando as fronteiras estavam começando a se abrir e o consumidor, vacinado, se encorajava a curtir as férias fora de casa. Em setembro, Simon Mayle, diretor de duas das principais feiras de Turismo de luxo da região, ILTM Latin America e ILTM North America, já alertava que o serviço nos hotéis, no início da retomada das viagens, estaria aquém do que o viajante de maior poder de consumo está habituado. Pediu paciência e previu que essa seca no atendimento se estenderia até pelo menos o fim deste ano. Agora já deixou de ser surpresa quando empresas registram vendas superiores ao período pré-pandemia, mas a realidade poderia ser ainda melhor se as equipes de operadoras, consolidadoras, agências de viagens e outros segmentos estivessem com a mesma quantidade de funcionários do que em 2019, antes da deflagração da crise. Uma das empresas de maior visibilidade do momento, a BeFly ilustra esse aspecto. Está crescendo, mas sente que poderia acelerar essa escalada. Em janeiro, anunciava mais de 100 vagas para Tecnologia, Vendas, Trade, BI, Suporte ao Cliente, Projetos, Inovação e Customer Success. No mês seguinte, mais 30, para início imediato

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Mariana Aldrigui, professora da USP, pesquisadora responsável pelo Monitora Turismo e presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP

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em Belo Horizonte. Em maio, mais 100 vagas abertas pela Flytour Business Travel e 20 pela Flytour Consolidadora. "Esperamos que este momento de ápice não se vá tão cedo. Todo mundo está com dificuldade em atendimento, com falta de equipe, mas vamos melhorar a cada dia", afirmou o CEO da BeFly. O Grupo Despegar (Decolar) também foi evidência ao anunciar mais de 100 vagas de uma vez no Brasil, no fim de abril, tal como a Hurb, no fim de maio, que abriu 80. ViagensPromo, Orinter, Diversa, Agaxtur e Interep também foram operadoras com vagas anunciadas, mas isso só para citar algumas, pois há TMCs, empresas de tecnologia e uma recrutadora para o setor de cruzeiros que oferece mais de 1 mil vagas para a alta temporada.

OFERTAS NÃO ATRAEM O SUFICIENTE Tantos desligamentos no início da pandemia deixaram desempregados vários profissionais com experiência no Turismo. Experientes e apaixonados. Então, onde eles estão? “Há muitas vagas abertas, mas tem sido complicado equacionar a competência solicitada com os baixos salários oferecidos", explica a pesquisadora da USP e presidente do Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Mariana Aldrigui, responsável pelo painel Monitora Turismo, feito para acompanhar a movimentação do setor no Brasil. "Bons candidatos têm encontrado melhores opções em outros setores,


e esse é um problema sério, pois vai baixar ainda mais nossa produtividade”, alerta a especialista. Ainda assim, o Monitora Turismo mostra que maio, último mês em que a pesquisa foi feita, foi o melhor mês do ano na geração de empregos no Turismo. Tendo recuperado, em termos numéricos, o índice de vagas formais perdidas como efeito da pandemia (registrado em outubro de 2021), a indústria registra variações importantes desde então, refletindo agora outras questões importantes: o desafio no preenchimento de novas vagas e as incertezas no ambiente econômico. "Por mim eu não teria saído do Turismo, mas a situação me levou a isso", ilustra Valter Sampaio, que em 2020 estava na Transeuropa. "Chegou a pandemia e, com o cenário ainda nebuloso, eles fecharam o escritório em São Paulo e fomos para o modelo home office. Temendo que o pior acontecesse no Turismo, investi em um utilitário e estou trabalhando no setor de transportes", completa o profissional, que entrou no Turismo em 1990, cresceu com passagens por grandes empresas como a operadora Visual e... sente saudade. "É um setor com o qual me identifico muito, mas infelizmente tive de correr para algum lado, em busca de sustento para a família. Como o setor de cargas não parou na pandemia, acredito que a solução tenha sido boa. Continuo firme, forte e lucrativo, ainda que o diesel tenha subido tanto. Foi uma decisão acertada, pois não fiquei nenhum momento sem trabalho nesses dois anos, e vejo amigos no Turismo que não se adaptaram a tempo", completa Sampaio, que não pensa duas vezes ao admitir: "uma proposta para voltar ao Turismo me balançaria". Quem não balançaria é Michael Bonilha, também de São Paulo. Com menos tempo e menos entusiasmo em relação ao setor, o profissional entrou na indústria em 2010, trabalhou na CVC e na Flytour Viagens, de onde saiu como executivo de Produtos na região do Caribe e México. "O Turismo no Brasil ainda não paga bem comparado a outros setores. Na área de tecnologia paga-se muito

Valter Sampaio, ex-executivo de operadoras, hoje trabalhador do ramo de transporte: "Se alguma empresa do Turismo me chamar, eu balanço."

Michael Bonilha, ex-CVC e Flytour Viagens, agora no segmento de Tecnologia: "Vivo uma relação de amor e ódio com o Turismo"

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A mineira Lilian Jeronimo deixou o agenciamento de viagens para trabalhar com couro

bem, e diversas outras áreas são mais estruturadas, com plano de carreira, coisa que muitas vezes não encontramos no Turismo. Planos e perspectivas motivam profissionais", justifica Bonilha, que fez cursos de tecnologia e ingressou na área. "Estou bem afastado do Turismo. Tenho conversado pouco com as pessoas do setor. É uma área muito prazerosa de trabalhar, mas infelizmente sua volatilidade é muito alta e é um setor muito sujeito a variáveis como crises internacionais, câmbio, questões climáticas. Estou muito bem trabalhando com testes de software. Eu diria que é uma relação de amor e ódio (a que tenho) com o Turismo." Há dissidências também entre agentes de viagens. Muitos profissionais que se tornaram consultores independentes após a deflagração da crise, mas também tem quem preferiu simplesmente abandonar um setor que se vu em frangalhos pela pandemia. 10

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"Fiquei um ano e meio sem vender nada. Quando fui vender um pacote, veio a segunda onda, seguida de boatos da quebra de grandes empresas, como a Master (operadora de Minas Gerais). Tive um prejuízo de quase R$ 10 mil, que fornecedores não quiseram reembolsar, mas vendo a situação de outros agentes à época, considero que foi até pouco", relata a mineira Lilian Jeronimo, com experiência de duas décadas de Turismo. "Não é falta de perspectiva, e sim falta de segurança. Não ter a certeza de que as operadoras embarcarão meus passageiros daqui um ano não me deixa dormir tranquila. Trabalhar com couro está me dando mais segurança e dinheiro", afirma a profissional, que se integrou ao negócio da família e começou a fazer produtos em couro. "Cerca de 90% das amigas da minha idade no Turismo aqui em Minas Gerais estão em home office, trabalhando por conta própria. O salário que


estão oferecendo nas empresas é ridículo. Não existe falta de mão de obra, e sim o empregador achando que somos trouxas. Trabalhar das 10 às 22h, fim de semana e feriado... Não se sustenta", conclui Lilian, que já trabalhou na Varig e uma operadora antes de se tornar agente. Turismo é uma indústria feita de pessoas e, sem talentos disponíveis no mercado, mais chance é dada para que o fator humano seja escanteado na intermediação das vendas, por exemplo. Se a realidade é dura, as perspectivas não são tão aliviadoras. A graduação em Lazer e Turismo é uma das que mais tem evasão de estudantes na Universidade de São Paulo (USP), como conta a estudante Manoella Soares. "Tanto os alunos quanto os

empregadores não estão colocando investimento nisso. O sentimento é de desânimo sobre as perspectivas do setor. Vejo muitos colegas inseguros", afirma a graduanda de 22 anos, no quinto semestre, que faz estágio em uma startup do setor. "Sou uma das poucas que atuo na minha área e levo o Turismo a sério. Muitos colegas que atuam estão trabalhando em outras áreas, assim como muito profissional graduado em outros cursos atuam no Turismo", completa. Recém-formado no mesmo curso, na mesma universidade, Reynaldo Cesar de Oliveira, de 24 anos, já trabalhou na agência de Mice Incentivare, na Agaxtur e em duas agências de viagens menores, mas hoje atua no setor jurídico, em um grande escritório de Manoella Soares, 22 anos, é estudante de Lazer e Turismo na USP: "falta investimento da universidade e do mercado"

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Reynaldo Oliveira, recém-formado em Turismo, já está atuando em outro setor, mas não descarta a possibilidade de voltar

advocacia. Não era o que ele sonhava quando passou no vestibular de Lazer e Turismo, mas é onde as circunstâncias (e o bolso) o levaram. "Saí do Turismo antes mesmo da pandemia, pois tive um problema de saúde que me fez tornar portador de deficiência. A primeira coisa que me fez sair da área foi a falta de engajamento 12

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dos empregadores em atender PCDs. Senti que o tratamento que passaram a me dar não era o adequado. Achei fora do Turismo lugares que me acolheram", relata Oliveira. "Ainda assim, considero o Turismo um mercado muito instável e extremamente sensível a crises no Brasil e no mundo. Eu como uma pessoa com deficiência,


negra, de periferia, preferi optar por algo mais estável e o encontrei no escritório de advocacia onde trabalho." O jovem profissional, no entanto, não desistiu totalmente do Turismo. "Propostas surgiram no início deste ano, mas foram cobertas pelo meu empregador atual, que me ofereceu uma série de benefícios. Um dia pretendo juntar minhas experiências em um só lugar e trabalhar em algum projeto que discuta o Turismo inclusivo. Vejo o setor de Mice muito focado em luxo e high scale, sem muito debate sobre inclusão." Por fim, Reynaldo Cesar de Oliveira diz que, dos colegas que continuaram no Turismo, a maioria foi de manutenção de carreira de onde faziam estágio. "A USP tem engajamento forte com empresas como Teresa Perez e Selections. Tenho amigos que desde a faculdade estão lá e lá permaneceram

após a formatura. Dos outros que se mantiveram no Turismo, a maioria é na área acadêmica." MAIO É O MELHOR MÊS DO ANO Considerando os primeiros cinco meses de 2022, maio apresentou o melhor resultado no número de vagas formais, demonstrando o otimismo em relação às viagens de negócios e eventos, e o atendimento à demanda reprimida em 2021. Foram 39% mais vagas em relação a abril e 4% mais que fevereiro, o segundo melhor mês do ano, até agora. Dados do Monitora Turismo. Nos destinos com foco específico de lazer, o retorno das atividades escolares diminuiu a presença de famílias, e o efeito da inflação no orçamento de pessoas físicas e jurídicas já está afetando as perspectivas da demanda nos meses de inverno.

BRASIL – JANEIRO 2021 A MAIO 2022 Saldo de empregos formais (admissões – demissões)

Fonte: Monitora Turismo, Mariana Aldrigui, Junho 2022. (Base: Caged)

Para Mariana Aldrigui, autora da pesquisa, “há um conjunto de informações novas que devem ser consideradas, e a comparação com 2020 e 2021 não nos traz informações relevantes – já que a base de comparação é frágil

numericamente, e o contexto é incomparável.” Destinos com maior oferta de espaços para eventos registram resultados significativamente melhores que aqueles em que o apelo de lazer é mais forte. 4 a 10 de julho de 2022 — PANROTAS

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SALDO DE EMPREGOS E VARIAÇÃO MAIO/ ABRIL 2022 NOS ESTADOS BRASILEIROS Estado

Abril

Maio

Variação

Saldo 2022

1

São Paulo

3.300

5.537

68%

19.410

2

Minas Gerais

875

1.702

94%

10.948

3

Ceará

294

371

26%

5.759

4

Goiás

602

602

=

5.607

5

Bahia

672

563

-16%

4.851

6

Santa Catarina

54

160

198%

4.840

7

Mato Grosso

373

326

-13%

4.750

8

Pará

223

169

-24%

4.728

9

Maranhão

181

180

=

3.810

10

Paraná

239

776

225%

3.719

SALDO DE EMPREGOS E VARIAÇÃO MAIO/ ABRIL 2022 NAS CAPITAIS BRASILEIRAS Cidade (capital)

Abril

Maio

Variaçãomensal

1

São Paulo

1402

2135

52%

2

Manaus

201

340

69% 2315

3

Belo Horizonte

295

485

64%

4

Fortaleza

220

200

-9% 1780

5

São Luís

102

66

-35%

6

Goiânia

272

202

-26% 1644

7

Brasília

416

440

6% 1100

8

Maceió

83

100

21% 1016

9

Cuiabá

90

122

35% 961

10

Campo Grande

61

96

57%

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Saldo 2022 2763 1844 1749

907


MONITORA TURISMO O Monitora utiliza dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Brasil) e contempla 571 atividades, sendo 21 diretas, 191 compartilhadas, 142 indiretas e 217 aquecidas. As classificações utilizadas são assim definidas: • DIRETAS – aquelas atividades que existem somente em função da atividade turística, como agências e operadores de viagem, operadores de transportes e passeios turísticos; • COMPARTILHADAS – atividades voltadas aos residentes, porém intensamente utilizadas por turistas, como restaurantes e táxis; • INDIRETAS – atividades que fornecem bens e serviços às atividades diretas, como lavanderias especializadas, relações públicas e marketing especializado; • AQUECIDAS – atividades sem relação direta com o turismo, mas que percebem aumento de demanda quando a atividade está em pleno

desenvolvimento, como comércio de automóveis, montagem de obras temporárias, entre outros. “O Turismo é uma atividade que envolve uma série de serviços diferentes, que são monitorados em grupamentos distintos pelos institutos de pesquisa”, explica Mariana Aldrigui. “Em função disso, a importância econômica e social do Turismo no País não é facilmente compreendida, dadas as particularidades locais. O objetivo deste trabalho é acompanhar as variações mensais, identificando qual é, de fato, a relevância do setor em cada local onde ele acontece”. Ao se aprofundar nos dados do Caged, a pesquisadora buscou manter parâmetros que permitam a comparação com indicadores internacionais, como é o caso do WTTC – Conselho Mundial de Viagens e Turismo, que em anos anteriores indicou que a atividade respondia por 1 em cada 10 empregos no mundo (diretos, indiretos e induzidos).

gabilidade no Turismo. Incontáveis empresas encontraram talentos por meio desta ferramenta gratuita, que, consequentemente, já foi atalho para muito profissional encontrar oportunidades. Quem busca estagiários ou graduandos em São Paulo, tem, além do PanEmpregos, os canais das próprias instituições de ensino. Confira:

DIVULGAÇÃO DE VAGAS EM SÃO PAULO https://www.panrotas.com.br/empregos A plataforma PanEmpregos, no Portal PANROTAS, é um case de empre-

ANHEMBI MORUMBI (Turismo, Hotelaria, Evetnso e Gastronomia) Paula Lima Lucatto palucatto@anhembi.br e Daniel Frenda - dffrenda@anhembi.br. n

USP / Escola de Artes, Ciências e Humanidades (Lazer e Turismo) Prof. Mariana Aldrigui – aldrigui@usp.br SENAC São Paulo (Diversas áreas) Plataforma para anúncio de vagas Senac Carreiras - https://www.sp. senac.br/anuncio-de-vagas CENTRO PAULA SOUZA (Diversas áreas) Prof. Bruna Fiore – bruna.fiore@cps.sp.gov.br

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Neste circuito modulável, o viajante descobre a essência da Catalunha ao conectar ícones culturais, paisagens naturais, prazeres gastronômicos e vitivinícolas que definem a personalidade desta terra, tanto em áreas rurais como urbanas. O Turismo sustentável e responsável é um dos eixos relevantes deste projeto. Promove o conhecimento e o respeito pelo território, seus costumes e sua cultura, sempre de forma inclusiva. Proporciona a descoberta da vida e dos produtos locais incentivando o respeito pelo meio ambiente. O Grand Tour da Catalunha é inspirado nas grandes viagens que começa-

ram em meados do século XIX. A rota compreende mais de 2 mil quilômetros, projetada para ser percorrida de duas maneiras: em uma única rota de 13 dias ou em 5 trechos, entre cinco e sete etapas cada. Viva a emoção da natureza, deixe-se levar pelas correntes da arquitetura, descubra sabores, conheça histórias excepcionais, aproveite a região de maneira sustentável: Grand Tour da Catalunha, uma viagem, muitos caminhos.Conheça a página do Grand Tour: grandtour.catalunya.com e acompanhe as novidades do destino em www.instagram.com/CatalunyaExperience.br/n



Hotelaria

GRUPO LECERES: A NO

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PANROTAS — 4 a 10 de julho de 2022


OVA ESSÊNCIA DA GJP A

Fabio Mader, CEO do Grupo Leceres

GJP Hotels & Resorts anunciou, com exclusividade no Fórum PANROTAS 2022, sua nova marca e conceito. A rede hoteleira passa a se chamar Grupo Leceres, 100% focado em lazer, e que incluirá hotéis (40 após as primeiras aquisições, a serem anunciadas nos próximos dois meses), gastronomia, atrações e parques. A GJP, fundada por Guilherme Paulus (daí as iniciais de seu nome na marca) em 2021 foi comprada pelo fundo de investimentos em private equity gerido pela RCapital. Além da necessidade de mudança de marca, o grupo resolveu apostar em todas as vertentes do lazer e partir para aquisições em todo o País. “A palavra Lecer, que vem do latim lazer, indica exatamente os vários significados e sentidos da palavra, que a partir de agora se torna protagonista em um novo universo de hospitalidade”, explicou o comunicado oficial da nova empresa. O novo grupo, explica seu CEO, Fabio Mader, ex-CVC Corp e Gol Linhas Aéreas, Hospitalidade, Entretenimento, Gastronomia e Inovação. Ou seja, além de continuar investindo em hospitalidade, destacando os hotéis e resorts já consagrados pelas tradicionais bandeiras da antiga rede GJP, ao mesmo tempo o grupo amplia seu portfólio em diversos destinos turísticos com novos empreendimentos. Hoje, além dos nove hotéis e resorts em sete Estados brasileiros, das bandeiras Wish, Prodigy, Marupiara e Linx, o Grupo Leceres englobará outras unidades a serem adquiridas,

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assim como projetos de expansão já em andamento no grupo. De acordo com o novo plano estratégico, serão mais 31 hotéis até o final de 2023, totalizando 40 hotéis e resorts em 11 Estados, além de parques aquáticos e novas atrações-surpresa na área de lazer e entretenimento. O número de apartamentos administrados pela rede (UHs), hoje pouco mais de 2 mil, deverá totalizar 8 mil quartos até o final de 2023. Haverá empreendimentos para todos os bolsos, incluindo alguns econômicos em relação ao core atual da GJP no lazer e outros mais luxuosos que a rede Wish. Um desses projetos de ultraluxo será em Trancoso, na Bahia. O grupo ainda não divulgou as aquisições que fará, mas o projeto será protocolado no Cade em breve. POTENCIAL DO LAZER “Temos muitas oportunidades no mercado interno, que vem crescendo em números absolutos. As famílias têm optado por viajar pelo Brasil, especialmente em hotéis e resorts que proporcionem uma vivência completa. As Cataratas do Iguaçu (PR) recebem dois milhões de visitantes por ano, enquanto Niagara Falls chega a 20 milhões de pessoas todos os anos. Vejam a disparidade. É atrair não só o viajante nacional, mas também o turista internacional e, claro, aquele que busca o anywhere office, já que hoje podemos trabalhar de qualquer lugar do mundo”, reforçou Mader. Segundo ele, a escolha do evento anual da PANROTAS para lançar o Grupo Leceres mostra a importância que o B2B (agência, operadoras, OTAs) terá dentro da estratégia de distribuição, com muita proximidade, assim como outros canais que hoje o consumidor exige. “É um momento muito especial para o grupo, de abrir novos destinos e desbravar o lazer de forma 360°, sempre investindo em pessoas, motor propulsor para o sucesso no negócio, por isso o cuidado na escolha do nome, das verticais da marca, do entreteni22

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mento para todos”, complementou. Não foram revelados valores de investimentos nas futuras aquisições e projetos. A compra da GJP pela RCapital foi estimada em R$ 1 bilhão na época. MANIFESTO GRUPO LECERES Para a concepção do projeto, também foi desenvolvido um manifesto, disponível de forma completa no site grupoleceres.com, que exemplifica a nova identidade do Grupo no cuidado com os seus clientes: “Leceres quer dizer movimento, alegria, férias, família e diversão. Leceres também significa conforto, descanso e novas paisagens. Leceres também é sinônimo de hospitalidade, carinho, capricho, grandes memórias, sonhos e realizações. Lazer tem tantos significados que é melhor deixar cada um escolher o seu.”

ENTREVISTA FABIO MADER

CEO GRUPO LECERES PANROTAS – Ao escolher o nome Leceres, no plural, e o slogan Todas as Formas de Lazer, o novo grupo prova que quer abraçar todas as formas de lazer. Como se dará isso? FÁBIO MADER – O lazer é um negócio diversificado e cada viajante tem sua experiência ideal. O lazer é diferente para cada pessoa e queremos explorar todas as formas de lazer existente no Brasil. Pode ser com um hotel, e vamos investir muito em tematizações de hospedagem e restaurantes, inclusive com projetos internacionais; pode ser só uma atração em um destino que já tenha quantidade boa de hospedagem. Também podem ser projetos que começam do zero ou aquisições. Vamos entender cada destino. A maior parte eu diria que será de aquisições, como as que anunciaremos em breve. PANROTAS – No Entretenimento, o foco são os parques temáticos junto a hotéis? MADER – Não. Pode ter projeto sem um parque, só com uma atração in-

dependente. Temos seis projetos em desenvolvimento, com muita tematização e histórias para contar. PANROTAS – O corporativo então está fora dos planos? Como ficam os hotéis de aeroporto da GJP? O Leceres vai incorporar esses hotéis? MADER – Sim, eles ficam no portfólio. Eles terão adaptações, mas, com exceção do Prodigy Rio, não são hotéis de lazer. Nosso propósito é o lazer, criar momentos inesquecíveis na memória de nossos hóspedes, viajantes. Mas, falando de corporativo, estaremos abertos ao lazer dentro dos negócios, o bleisure e os nômades digitais. Eles poderão contar com nossas ofertas em gastronomia, hospitalidade e entretenimento em suas viagens com múltiplos propósitos. PANROTAS – Qual o papel da tecnologia no projeto? MADER – Inovar para proporcionar uma experiência excelente para o cliente e para o colaborador. Para sermos mais eficientes. Para dedicarmos mais tempo às pessoas. O segmento de hotelaria, e também o de entretenimento, não são como o da aviação, que têm bastante tecnologia na cultura. Muitos processos ainda são manuais. PANROTAS – De que categorias serão os hotéis que ingressarão no grupo? MADER – Teremos de três estrelas a upscale. Um empreendimento que lançaremos mês que vem será um super upscale, novo. Em Trancoso, na Bahia. PANROTAS – Como a equipe está estruturada? MADER – Temos o Rodrigo Vaz na diretoria de Vendas. Leonardo Costa, diretor de implantações; Rafael Albuquerque, diretor de Vacation Ownership; Daniel Bressan, de RM/Precificação; e Thays Fernandes, diretora interina de Marketing. Na comunicação, o Pablo Torres. n


Artur Andrade, editor-chefe da PANROTAS, com Fabio Mader no palco do Fórum PANROTAS

APRESENTANDO NO FÓRUM PANROTAS A notícia sobre a nova marca e conceito da GJP Hotels & Resorts foi dada em primeira mão no primeiro dia de Fórum PANROTAS, 21 de junho. Para fazer este anúncio, o CEO do grupo, Fabio Mader, subiu ao palco do evento e apresentou, oficialmente, um pouco mais da novidade. "Mais que uma mudança de nome, é uma nova empresa. Passamos a ter mais que hotéis. Trazemos os

pilares de hospitalidade, entretenimento, gastronomia e muito mais. Até o final de 2023, chegaremos a 40 hotéis, após as primeiras aquisições, que serão anunciadas nos próximos dois meses", contou Mader. De acordo com o CEO, haverá empreendimentos para todos os bolsos, incluindo alguns econômicos em relação ao core atual da GJP no lazer e outros mais luxuosos que a rede Wish. Um desses projetos de ultralu-

xo será em Trancoso, na Bahia, como mencionado acima. Já aprovado pelo Estado baiano, o grupo divulgará a data em breve. "Somos uma empresa de capital de pessoas muito fortes. Hoje, temos 1,4 mil colaboradores e, em pouco tempo, chegaremos a 4 mil. É mais que um nome, queremos trazer a nossa personalidade, nossa essência como empresa", finalizou. n 4 a 10 de julho de 2022 — PANROTAS

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Mercado

Izabel Reigada, especial para a PANROTAS, e Victor Fernandes

EXPERIÊNCIAS: NÃO BASTA VER, TURISTAS QUEREM PARTICIPAR

Douglas Quinby, CEO da Arival

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cenário de fundo", disse. A Arival realizou uma pesquisa questionando aos viajantes o que importa mais em suas viagens. "É estranho apresentar esses dados, porque é tão óbvio. Não, não são os voos, transportes e acomodações que importam mais. São as atividades que fazemos, que vemos, que tocamos, que comemos, que sentimos o cheiro. Essas são as coisas que mais importam. Ainda assim, nós como uma indústria, quando falamos sobre experiências, usamos as palavras ‘auxiliar’, ‘extra’, ‘adicional’", disse Quinby.

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C

EO da Arival, Douglas Quinby apresentou a palestra “O futuro das viagens são as experiências”, no Fórum PANROTAS 2022.. Segundo ele, agentes e operadores de viagens deixam de lado “a melhor parte da viagem”, ao não priorizar a comercialização das experiências. Para ele, a indústria debate frequentemente temas como aviação, hospedagem e distribuição, deixando de lado as experiências. "Vejam em seus celulares qual é a última foto de viagem que vocês têm? Não é dentro do avião ou de um quarto de hotel arrumado. Possivelmente é fazendo um passeio ou com um grande

O que mais importa Atrações Atividades Tours Acomodação

Atrações, atividades e tours superam acomodação e transporte como elementos que mais importam em uma viagem

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Quinby questionou o papel que as experiências - passeios, atrações, atividades, eventos - têm no momento da reserva e aquisição da viagem. "Acredito que, nós como indústria, precisamos parar de chamar atividades de ‘coisas para se fazer’. Porque não são apenas isso. Experiências, em primeiro lugar, são o motivo que nos fazem viajar. É o fator determinante das viagens. A inspiração para viajar. Não quero diminuir a importância do trans-

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porte e acomodação, que fazem as viagens serem possíveis. Mas experiências são o ‘por quê’ de viajarmos. Ainda assim, elas entram depois que você vendeu as 'coisas importantes', como a passagem e o hotel", alertou. Entendendo que o transporte e a hospedagem são partes fundamentais da viagem, ele destacou que a mesma relevância deveria ser dada às experiências. Para "convencer" os profissionais de

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Turismo sobre essa relevância, Quinby destacou alguns números do mercado de experiências, que movimentou mais de US$ 254 bilhões em 2019, antes da pandemia, sendo o terceiro maior setor de Turismo, atrás apenas de transporte e acomodação. “O que estamos esperando para entrar nesse mercado gigante e fazer muito dinheiro vendendo experiências e atividades?”, questionou. 4 a 10 de julho de 2022 — PANROTAS

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Experiências

O painelista mencionou ainda as dificuldades encontradas na distribuição desses produtos, que não têm uma "categoria específica de viagem", muitas vezes não utilizam tecnologia, sendo um segmento pequeno e altamente fragmentado. Quinby comparou a representatividade das vendas on-line de acomodações e experiências, mostrando que as reservas do primeiro on-line foram quase três vezes o número de reservas de atividades em 2019. No entanto, a venda de experiências on-line cresceu desde então, superando as vendas off-line em 2021.

Outros

Transporte Acomodação

Experiências movimentaram mais de US$ 254 bilhões em 2019, sendo o terceiro maior setor de no Turismo, atrás apenas de transporte e acomodação

Como viajantes compram ingressos para atrações 2019

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Na sequência, o CEO da Arival alertou para o fato de que já há marketplaces comercializando esses serviços, mencionando empresas como Fever, Roller, Easol e Kkday. "Parecem desconhecidas? Mas talvez vocês conheçam uma outra, o Google. O Google criou o 'Google Things to Do' e nele você encontra uma ampla variedade de experiências sendo comercializa26

PANROTAS — 4 a 10 de julho de 2022

Online das." Para ele, é fundamental que os agentes e operadores informem-se sobre as experiências que seus passageiros podem fazer nos destinos visitados, incluindo opções em suas prateleiras. "Entendam, ainda, que os viajantes não querem apenas ver. Ver já não basta. Eles querem participar. Os antigos turistas são hoje participantes, esse é o

Compras de experiências on-line passaram de 30% em 2019 para 50% em 2021

futuro das experiências nas viagens", disse. “Minha intenção aqui é fazer vocês pensarem sobre quem são esses fornecedores de experiências, que fazem a viagem de seus passageiros realmente importante. Está na hora de encontrá-los”, completou. n



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