Panrotas 1.537

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ANO 30 | 1.537 | 19 a 25 de SETEMBRO DE 2022

www.panrotas.com.br

22 a 28 de agosto de 2022 — PANROTAS

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ÍNDICE

ANO 30 | 1.537 | 19 A 25 DE SETEMBRO DE 2022 | www.panrotas.com.br | R$ 11,00

Página 05

Editorial - Vocação. Paixão. Trabalho

Página 06

Infográfico - Panorama dos voos domésticos em 2022

Página 08

Aviação - O que vem por aí nas principais companhias aéreas brasileiras

Página 16

Sua História: Sandra Kaspar, diretora de Vendas Lazer da United Airlines para os Estados Unidos

Página 24

Expo Ski, feira de Turismo de neve realizada em São Paulo

Página 29

Conheça a maior estação de esqui da Espanha, localizada na Catalunha

Página 30

Suíça, um destino do inverno ao verão

Página 37

MSC Cruzeiros volta a realizar convenção em alto mar

PRESIDENTE

José Guillermo Condomí Alcorta GESTÃO José Guilherme Condomí Alcorta TECNOLOGIA Ricardo Jun Iti Tsugawa EDITORIAL Artur Luiz Andrade

Media Partner

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Parceria Estratégica


Editorial

VOCAÇÃO. PAIXÃO. TRABALHO Dizem os especialistas (em trabalho) que você deve ter paixão pelo que faz (a trabalho), mas não isso não significa que trabalhará cantando como a Branca de Neve na floresta em 100% do tempo. Nada disso. O sentimento de prazer, satisfação, orgulho, de revelação do propósito por que se trabalha nessa ou em outra atividade se manifesta, segundo os mesmos especialistas, em cerca de 20% do tempo. Então tudo bem remarcar, reemitir, refazer a reserva... O operacional faz parte do ofício e ele se junta a uma série de outros fatores que culminarão na foto dos clientes felizes na lua de mel perfeita; no bilhete de agradecimento no retorno da viagem; nas lágrimas de emoção registradas no roteiro que você planejou e vendeu; na fidelidade e nas histórias do seu passageiro. O exemplo aqui foi de um agente de viagens, mas vale para qualquer profissão. Trabalhar no pós-pandemia está repleto de desafios, alguns deles novos, mas a paixão pelo que se faz continua sendo o motor para os grandes profissionais, ao lado do reconhecimento, do plano de carreira, do casamento da cultura da empresa com seus valores e objetivos. Nesta edição, estreamos a seção SUA HISTÓRIA, onde paixão, vocação, trabalho e propósitos serão temas recorrentes, e diferentes para cada personagem de destaque. Começamos com Sandra Kaspar Leite, da United Airlines, nos Estados Unidos já há 15 anos e um símbolo não apenas de uma trajetória de sucesso na aviação, mas também de como crescimento pessoal e sucesso no trabalho podem e devem andar juntos, e isso passa também por estar aberto ao que está acontecendo ao seu redor, em seu tempo e à frente dele. O que te abre o sorriso no trabalho? Qual a sensação que te faz dizer: acertei na minha escolha? O que te move profissionalmente? Quem não pensou nessas e outras perguntas no confinamento da pandemia? Vamos trazer muitas respostas e pontos de vista, representando a diversidade de pessoas, profissionais, anseios e projetos na indústria de Viagens e Turismo. Boa leitura.

Artur Luiz Andrade Editor-chefe e Chief Communication Officer da PANROTAS artur@panrotas.com.br

19 a 25 de setembro de 2022 — PANROTAS

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Infográfico

VOOS DOMÉSTICOS/AGO 2022 DESTINOS, VOOS E ASSENTOS MENSAIS NOS AEROPORTOS SELECIONADOS ORIGENS

QTDE DESTINOS

VOOS MENSAIS

ASSENTOS MENSAIS

CIAS AÉREAS

ARACAJU

6

332

46.114

Azul, Gol, Latam, Passaredo

BELÉM

20

1.088

166.662

Azul, Azul Conecta, Gol, Latam

BELO HORIZ. - CNF

38

3.801

530.768

Azul, Azul Conecta, Gol, Latam

BOA VISTA

4

102

18.240

BRASÍLIA

41

4.133

733.322

CAMPO GRANDE

6

463

78.552

CUIABÁ

23

1.140

172.979

Azul, Azul Conecta, Gol, Latam

CURITIBA

23

2.103

298.041

Azul, Azul Conecta, Gol, Latam

FLORIANÓPOLIS

10

915

157.010

Azul, Gol, Latam

FORTALEZA

20

1.549

270.347

Azul, Azul Conecta, Gol, Latam, Map

FOZ DO IGUAÇU

10

484

83.950

GOIÂNIA

14

1.081

175.954

JOÃO PESSOA

7

335

55.652

Azul, Gol, Latam

MACAPÁ

3

143

26.856

Azul, Gol, Latam

MACEIÓ

17

652

107.998

Azul, Gol, Latam, Passaredo

MANAUS

22

827

135.817

Apuí, Azul, Azul Conecta, Gol, Latam, Map

NATAL

15

633

104.194

Azul, Gol, Latam

NAVEGANTES

7

654

106.662

Azul, Gol, Latam

PALMAS

5

225

37.198

Azul, Gol, Latam

PORTO ALEGRE

24

2.117

340.986

Azul, Azul Conecta, Gol, Latam

PORTO VELHO

6

220

36.638

Azul, Azul Conecta, Gol, Latam

RECIFE

34

2.691

401.414

Azul, Azul Conecta, Gol, Latam

RIO BRANCO

4

115

20.994

RIO DE JANEIRO - GIG

16

830

154.278

Azul, Gol, Latam

RIO DE JANEIRO - SDU

20

4.458

651.904

Azul, Azul Conecta, Gol, Latam, Passaredo

SALVADOR

23

1.891

299.214

Abaeté, Azul, Azul Conecta, Gol, Latam, Passaredo

SÃO LUÍS

11

468

83.135

SÃO PAULO - CGH

26

6.222

1.051.932

Azul, Gol, Latam, Passaredo

SÃO PAULO - GRU

55

7.046

1.273.557

Azul, Gol, Latam, Passaredo

SÃO PAULO - VCP

64

4.973

642.056

TERESINA

7

292

50.812

VITÓRIA

9

1.039

163.344

Azul, Gol, Latam Azul, Gol, Latam, Passaredo Azul, Gol, Latam

Azul, Gol, Latam Azul, Gol, Latam, Passaredo

Gol, Latam

Azul, Azul Conecta, Gol, Latam

Azul, Gol Azul, Gol, Latam, Map Azul, Gol, Latam

53.022 8.476.580 SOMENTE IDA CONTABILIZADOS SOMENTE VOOS SEM ESCALAS PARA EVITAR DUPLICIDADE * SOMENTE VOOS SEM CONEXÕES

6

PANROTAS — 19 a 25 de setembro de 2022

FONTE: ANAC - AGO/2022 PARA OPERAÇÃO SET/2022


VOOS DOMÉSTICOS POR EMPRESA AÉREA CIAS AÉREAS

VOOS MENSAIS

ABAETÉ

30

270

APUÍ

13

195

AZUL

19.311

AZUL CONECTA

886

GOL

14.432

2.578.176

LATAM

17.588

3.226.538

MAP

133

7.901

PASSAREDO

629

42.772

ASSENTOS MENSAIS

2.612.754 7.974

53.022

8.476.580

* SOMENTE VOOS SEM CONEXÕES. CONTABILIZADOS SOMENTE VOOS SEM ESCALAS PARA EVITAR DUPLICIDADE SOMENTE IDA

6,273

REGIÕES - VOOS MENSAIS NOS AEROPORTOS SELECIONADOS

6,817

Centro-Oeste 8,843

28,369

FONTE: ANAC - AGO/2022 PARA OPERAÇÃO SET/2022

2,720

Nordeste Norte Sudeste Sul

REGIÕES - ASSENTOS MENSAIS NOS AEROPORTOS SELECIONADOS

986,649

Centro-Oeste

1,160,807

1,418,880

Nordeste Norte

4,467,839

442,405

Sudeste Sul 19 a 25 de setembro de 2022 — PANROTAS

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Aviação Artur Luiz Andrade

O QUE VEM POR AÍ NA AZUL, GOL E LATAM

A

s tarifas altas devem continuar por um tempo, mas aos poucos a aviação brasileira vai encontrando espaço no novo normal pós-pandemia, com passageiros não mais podendo ser divididos apenas em lazer ou corporativo. Há múltiplos propósitos, clamor por tecnologia e facilidades, torcida por menos disrupções e desejo de mais destinos servidos. Confira a seguir, os próximos passos de Azul, Gol e Latam.

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PANROTAS — 19 a 25 de setembro de 2022


AZUL VOA PARA MAIS DE 150 DESTINOS

John Rodgerson

O presidente da Azul Linhas Aéreas, John Rodgerson, falou com a PANROTAS no evento da Capa, em Salvador. Veja alguns destaques a seguir.

1

Companhia aérea líder em número de destinos servidos no Brasil, a Azul Linhas Aéreas hoje conta com uma oferta de assentos 30% superior ao pré-pandemia. E tem mais de 150 destinos em sua malha.

2

Mais voos na região Norte: A Azul anunciou a volta do voo Belém-Fort Lauderdale, na Flórida, e o início do voo de Manaus também para Fort-Lauderdale. Segundo o CEO da companhia, John Rodgerson, “agora estamos conectando muito mais a região do Amazonas. Quando começamos a voar para 16 destinos dentro da região amazônica e ampliamos o número de destinos ligados a Manaus, como Recife, encontramos essa demanda. Eu brinco que Fort Lauderdale é outra cidade brasileira. Agora você pode voar de Manaus para lá em apenas cinco horas, sendo também uma oportunidade para convidar os estrangeiros para virem ao Brasil, conhecerem a Amazônia, pescar e ver as belezas do ecoturismo”. Em Belém a Azul conta com um hub no Norte do País, que conecta com Campo Grande e muitos outros destinos. “Com todo o respeito, o brasileiro acha que o Brasil é São Paulo, Rio e Brasília. Há um mercado em Belém que viaja para os Estados Unidos e, para fazer isso, muitas vezes descia até São Paulo para voltar a subir. Quando você faz isso, o passageiro viaja menos. Se você pode ir em cinco horas, é outra experiência, e é o que a Azul oferece”, comenta Rodgerson.

19 a 25 de setembro de 2022 — PANROTAS

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3

Malha internacional completa só em 2023. Antes da pandemia, a Azul voava para Lisboa e Porto, Campinas-Fort Lauderdale; Campinas-Orlando; Confins-Fort Lauderdale e RecifeOrlando. Hoje, a empresa já tem dois voos para Lisboa por dia, dois para Fort Lauderdale, e voltou a Orlando. “Qual seria o próximo? Precisamos pensar no Porto, em Confins e Recife de novo, que, inclusive, ganharam mais conecti vidade. Todos gostam de pensar nos destinos mais atraentes, como Nova York, mas eu preciso, neste momento, voltar com os voos que eu tinha em 2019. Eu acho que a partir do segundo trimestre do ano que vem todos os voos estarão de volta. É nisso que estamos trabalhando”, promete o líder da Azul.

4

Azul Viagens. A operadora da Azul fatura mais de R$ 1 bilhão ao ano e vai ter dois mil voos extras na alta temporada. “Nós estamos tentando fazer algo diferente das outras, com esses voos dedicados para os destinos e vários parceiros vendendo nossos pacotes no País inteiro”, disse John Rodgerson à PANROTAS.

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PANROTAS — 19 a 25 de setembro de 2022

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Mercado de oportunidades. O Brasil, na avaliação de Rodgerson, ainda é um mercado muito imaturo, com grande potencial de crescimento. “Temos 200 milhões de brasileiros, mas quantos deles viajam de fato? Temos em um ano 100 milhões de passageiros, mas cada um que vai, volta, já reduz para 50 milhões. Desses, temos que considerar os que viajam dez vezes na ponte aérea... Acredito que possamos falar em 10 ou 15 milhões de CPFs de fato. Isso nos anima, porque se esse número vira 25 milhões, vamos crescer junto. Por isso estamos aqui.”

6

Alianças individuais. Rodgerson promete também continuar com os acordos com outras empresas aéreas, mas sem entrar em uma aliança global. “Se eu entro em uma Star Alliance, vou fechar portas para outras. Acredito nas parcerias e hoje temos grandes parceiros na United Airlines, na Jet Blue, na Tap...”


GOL COM FORÇA MÁXIMA EM NOVEMBRO

Celso Ferrer

O novo CEO da Gol Linhas Aéreas, Celso Ferrer, recebeu a PANROTAS na sede da empresa, em Congonhas, menos de dois meses depois de tomar posse, sucedendo Paulo Kakinoff. E prometeu uma Gol com força máxima, equivalente a antes da pandemia, em novembro.

1

Para Celso Ferrer, a Gol está em uma fase de recontratação de seus objetivos, cultura, da postura frente ao cliente, que está muito mais exigente. “Então temos de melhorar a experiência digital, o autosserviço. E também é uma fase de colher o que plantamos e trabalhamos nos últimos anos. Como na questão da frota de 737 MAX. Chegaremos ao final de 2022 com 44 aeronaves desse tipo, que era nossa previsão antes da pandemia. Hoje são 36.”

2

Depois do corte de 10% na oferta de assentos de agosto a outubro, ele promete uma Gol a todo vapor em novembro. Com a produtividade no doméstico compatível à de 2019, no pré-pandemia. Já o internacional segue mais lento em sua recuperação e os voos para Santiago, no Chile, e Lima, no Peru, tiveram a volta adiada para 2023.

3

Nova estrutura. A Gol está revisando todos os seus canais de atendimento e anunciou que irá unificar o atendimento do Smiles e da Gol. “Também fizemos uma reestruturação organizacional e criamos uma vice-presidência dedicada a Clientes e Fidelidade (ocupada por Carla Fonseca, CEO do Smiles e VP de Clientes). Para reagir às novas exigências do cliente”, explica Ferrer.

4

Pacote digital este mês. “Também queremos uma melhor experiência digital, uniformidade no atendimento e ainda em setembro vamos lançar um pacote com o Sabre que resolverá várias

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Celso Ferrer

demandas dos clientes, do reconhecimento de status no Smiles à antecipação de reservas.”

5

Malha. Malha. Malha. Em novembro, a Gol deve ter uma malha tão robusta como no pré-pandemia. Em Congonhas, por exemplo, a malha volta completa em 26 de outubro. Serão novamente mais de 20 voos na ponte Rio-São Paulo e mais voos na Super Ponte, para Porto Alegre, Belo Horizonte, Brasília... E também Recife, Salvador, Fortaleza. Congonhas é o aeroporto de alta frequência (mínimo de 5 voos por dia para cada destino) e também inclui Navegantes e Goiânia, por exemplo.

6

Canais reativados. Desde março o corporativo está voltando e as empresas falando em viajar, em fazer eventos. Não voltou tudo, e o preço mais alto inibe, mas

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está acontecendo. O funcionário em home office viaja também. O anywhere office é real. “Todos os canais estão voltando, consolidadoras também. As operadoras ainda estão abaixo de 2019 e há aí um potencial para crescer”, analisa o CEO da Gol.

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“Tenho uma visão otimista em relação a nosso alcance de malha, principalmente com o MAX, que nos possibilita voltar a crescer no internacional até a Flórida. Também vamos crescer regionalmente e ser consistentes. Temos os pés no chão. Tiramos muitas lições da pandemia e vamos entregar o que nos propusemos baseados em três pilares: crescimento (e vamos voltar a crescer), consistência (com foco na experiência do viajante) e proximidade (com clientes e colaboradores). Não podemos errar. A margem é muito pequena para fazer o certo", finaliza Celso Ferrer.


NOVA ESTRUTURA DA GOL CCO (Chief Compliance Officer): Edgard Neto Responsável por Controles Internos, Compliance, Riscos Corporativos e Privacidade.

Mario Liao

CFO (Chief Financial Officer): Mario Liao Mario e seu time promoverão o alinhamento estratégico do crescimento sustentável com equilíbrio econômico da companhia. A ele, responderão Luiz Ghelen, diretor de Controladoria Corporativa, e Mateus Pongeluppi, diretor de Planejamento Corporativo e Orçamento. CIO (Chief Innovation Officer): Luiz Borrego Ele liderará a área de Tecnologia, Inovação e Transformação Digital. CLO (Chief Legal Officer): Renata Fonseca Responsável pelo Jurídico e pelas Relações Governamentais. COO (Chief Operating Officer): André Cruz André será o ponto focal para assuntos relacionados ao funcionamento da operação da Gol. Responderão a ele: Daniel Cortez, gerente executivo de Analytics e Escala; Danilo Andrade, diretor de Operações; Eduardo Calderon, diretor do Centro de Controle Operacional; Fernando Miwa, diretor da Gol Aerotech e Manutenção; Fernando Tavares, diretor de Segurança Operacional; Lucio Alves, Gerente Exec. de Frota e, em definição, a posição para Suprimentos.

Luis Borrego

Jean Carlo Nogueria

CPO (Chief People Officer): Jean Carlo Nogueira Jean Carlo continua liderando as iniciativas de Pessoas e Cultura e agrega, a partir de agora, as frentes de ESG da companhia. CRO (Chief Revenue Officer): Eduardo Bernardes Edu e seu time levam a responsabilidade pela receita da companhia. A ele responderão: Eduardo Martin, Gerente Exec. Analytics & Data; Júlio Perotti, Diretor da GOLLOG; Randall Aguero, Diretor de Alianças; Rafael Mello, Diretor de Malha, Infraestrutura e Institucional; Renato Bellomo, Diretor de Rentabilidade; Renata Maluf, agora como Diretora de Canais Digitais, Marketing e Produtos; e Renzo Mello, Diretor Comercial.

Eduardo Bernardes

CXO (Chief Experience Officer): Carla Fonseca Presidente do Smiles, Carla incorpora agora a responsabilidade de cuidar da Experiência do Cliente Gol e Smiles, trazendo ainda mais consistência para a jornada dos clientes. Reporta a ela José Luiz, como diretor de Atendimento ao Cliente, agregando agora à Central de Relacionamento ao Cliente – CRC.

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LATAM A UM PASSO DE SAIR DA RECUPERAÇÃO O vice-presidente de Vendas do Latam Airlines Group, Andreas Schek, falou com a PANROTAS durante a GBTA 2022, em San Diego. E deu um panorama das mudanças na empresa, a saída do Chapter 11 e a importância do mercado brasileiro.

1

Corporativo. O viajante a negócios demorou um pouco mais a voltar, mas isso já era esperado, segundo o executivo”. Hoje temos uma diferença de cerca de 10 pontos na velocidade de retorno, mas esse gap está se fechando cada vez mais (em relação ao lazer).” Está entre 65% e 70% do pré-pandemia. No doméstico, que está muito mais forte, a Latam já está em quase em 100%. No regional está mais lento e no internacional está no meio, porque os países da América do Sul demoraram muito a organizar o fim das restrições e as regras de entrada.

2

Malha. As rotas da Latam no Brasil já voltaram e a companhia acrescentou 10 novos destinos, chegando a 64. No internacional, hoje são 20 rotas no Brasil, contra 26 antes da pandemia. “Nossa participação de mercado no corporativo está em 40% (levando em conta a oferta de assentos). Somos de longe a empresa aérea no Brasil com maior market share para o corporativo.”

3

Custos preocupam. “As pessoas me dizem que agora que a Latam está prestes a sair do Chapter 11 eu deveria estar mais tranquilo. Mas eu sempre lembro a elas que temos o alto preço dos combustíveis. É outra crise. Os custos estão muitos mais altos, o que impacta nos preços, mesmo com uma nova estrutura de custos, mais eficiente. O público realmente pensa que isso (aumento de tarifa) é margem, mas não é, é por conta do aumento de combustível. Nosso yield, o valor do bilhete, au-

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PANROTAS — 19 a 25 de setembro de 2022

Andreas Schek


mentou cerca de 20%, mas esse índice é completamente absorvido pelo aumento do combustível”, explica Schek.

4

Parceria com Delta. A autorização final do governo americano já está sinalizada, faltam apenas os trâmites burocráticos. Esperem novidades nesse sentido para este mês. “Quando começarmos as conversas mais profundas com a Delta vamos poder ter uma oferta distinta e mais competitiva para os Estados Unidos. Será um game changer no mercado. Quanto às demais regiões, estamos analisando como recuperar as rotas onde ainda não voltamos e como atender melhor o passageiro internacional”, diz o VP da Latam.

5

Chapter 11. A previsão é de sair do programa de recuperação até o final do ano. “Estamos mais leves, uma empresa que redefiniu fortemente sua intenção e relevância no mercado.”

6

Tecnologia. Antes da pandemia, a empresa havia iniciado um projeto profundo que repensava o que queria ser do ponto de vista tecnológico para seus clientes. “A resposta a nossas novas plataformas, ao app, foi muito boa por parte dos clientes. E geramos novos laços com esses passa-

geiros, com uma comunicação mais direta, sem deixar de lado as vendas indiretas. Para as agências estamos investindo fortemente em NDC, para que tenham acesso a mais opções para seus clientes. Já temos várias agências conectadas, e esperamos até o fim do ano ter uma plataforma mais robusta para NDC. Estamos trabalhando em conjunto com as agências, os agregadores e os GDSs”, adianta Andreas Schek.

7

Assim como a Azul e a Gol, a Latam também não pretende voltar a uma aliança global. “Temos alianças fortes com nossos parceiros, quanto a milhas, checkin, bagagem... No final do dia, a experiência é seamless para o passageiro. Não está nos nossos planos ingressar em uma nova aliança, pois a experiência do cliente está muito boa com essas integrações com esses parceiros individuais.”

8

Brasil. O mercado brasileiro hoje responde por cerca de 50% em vendas no grupo. “No segundo trimestre do ano, estivemos apenas 6% abaixo do mesmo período de 2019. Já é franca recuperação”, diz o executivo. Antes da pandemia a empresa contava com 42 mil colaboradores, chegou a menos de 30 mil e hoje temos mais de 30 mil, privilegiando nas novas contratações quem foi Latam. n

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SUA HISTÓRIA:

SANDRA KASPAR Sobre Sandra Kaspar

"Tive a honra de trabalhar com a Sandra Kaspar por mais de 20 anos e vê-la evoluir de coordenadora de Marketing na Continental Airlines, tendo mais de seis promoções até agora, sendo diretora de Vendas de Agências de Lazer da United Airlines. Ela é responsável por algumas das parcerias mais importantes da United. Sandra tem sido a chave para o sucesso da United na América Latina por mais de duas décadas e agora está expandindo sua influência para os Estados Unidos e além. Sandra é uma líder a ser observada, à medida em que continua a alcançar novos níveis de sucesso, sempre liderando com integridade, inteligência e cuidado, e sempre dedicando tempo para orientar e desenvolver futuros líderes na companhia aérea também".

Alex Savic, diretor de Vendas para América Latina na United Airlines

"A Sandra Kaspar é uma das grandes influências na minha vida profissional. Além de me inspirar e me aconselhar até hoje, foi ela quem me contratou há mais de 15 anos atrás na Continental Airlines, quando ainda atuava em São Paulo, e depois quando eu saí para trabalhar na Etihad, foi ela quem me trouxe de volta para a United. Sou privilegiada de estar ao seu redor, uma excelente profissional, e que trabalha com tanta paixão e ética. Com ela, aprendi lá atrás que nossa rede de relacionamento tem um alto poder de influência e que podemos sempre ter uma relação amigável com fornecedores e colegas, porém sem nunca deixar de defender os interesses de ambas as partes. Ela também me lembra todos os dias o quanto o bom humor e um sorriso trazem uma leveza para a equipe e o ambiente de trabalho, e são com certeza sua marca registrada."

Cibele Narazaki, gerente sênior de Marketing para a América Latina na United Airlines


A PROPÓSITO Artur Luiz Andrade

S

andra Kaspar Leite, hoje diretora de Vendas de Lazer Estados Unidos na United Airlines, deu a sorte de fazer 15 anos no meio da turbulência econômica dos anos 1990. Os pais, o sírio Joseph, engenheiro, e a brasileira Elza, formavam a típica classe média do País, com dois filhos, Sandra e André, e vivendo os altos e baixos de nossa economia. No começo da década de 90, viram o Plano Collor confiscar suas economias e só quem viveu sabe a loucura e o drama dessa atitude do então governo. Como consequência (e solução) a família se uniu para produzir pizzas congeladas à noite, o que reforçou o orçamento, e também cortou gastos que não eram urgentes, como a tradicional viagem para a Disney aos 15 anos. O período uniu bastante os quatro e não deixou traumas, apenas aprendizados. No ano 2000, já trabalhando na área de Marketing da Continental Airlines em São Paulo e com a faculdade paga por seu Joseph (esse era um gasto essencial do qual ele não abriria mão, com ou sem Plano Collor), Sandra resolveu dar um presente a si mesma e principalmente ao pai. Sabe aquela viagem para a Disney jamais feita em celebração aos 15 anos? Pois é, ela convidou o pai para essa viagem, só os dois, incluindo, além da Disney, uma parada em Nova York, já que o hub da Continental era Newark. “Foi uma viagem muito simbólica. Meus pais me deram tudo o que puderam, meu pai fez questão de pagar meus estudos... O fato de não ter tido viagem aos 15 anos não me afetou, mas eu quis dar esse presente para ele.” Presente, celebração, homenagem... Uma viagem cheia de propósitos. A primeira de muitas viagens significativas (ela continua na mesma empresa até hoje, já que a United atual é fruto da fusão com a Continental) e apenas um de muitos mais propósitos que a vida foi fazendo Sandra descobrir e abraçar com o passar dos anos. E lá se foram 43 anos. Hoje, brasileira

expatriada, morando em Chicago, nos Estados Unidos, Sandra comanda a área de Vendas de Lazer para o mercado doméstico americano, sendo responsável por vendas anuais de mais de US$ 1,5 bilhão para a companhia aérea.

24 ANOS DE AVIAÇÃO Dos 24 aos de aviação, 15 já são nos Estados Unidos, primeiro em Houston, um dos grandes hubs da Continental, e depois em Chicago, sede mundial da United. O começo no setor se deu por causa do namorado de uma vizinha que, sabendo que ela estudava Marketing na ESPM, avisou sobre uma vaga de estágio na empresa. No meio da entrevista de emprego, o então diretor da companhia, Eric Papadelis, ao saber que ela não poderia ficar o dia todo no trabalho, levantou-se e saiu da sala. Mas Sandra não se deu por vencida e decidiu faltar aulas no período e depois pedir transferência para noite. Voltou no dia seguinte e foi contratada. “Ele dizia que eu havia sido a melhor contratação dele. Mesmo que imposta, né?”, ri Sandra, em conversa com a PANROTAS. Assim, aos 19 anos, Sandra foi fisgada pela aviação e construiu uma bela trajetória nessa indústria. Ela foi fazer Propaganda e Marketing na ESPM pois gostava de desenhar (e desenha até hoje), e acabou descobrindo a paixão pela aviação. “Sempre tive curiosidade por viajar, conhecer coisas novas. Morei três anos no Equador, dos 7 aos 9 anos, e esse foi meu primeiro contato com a vida em outro país. Um período muito importante, de aprendizado de outras línguas”, relembra. Em 1997 a Continental tinha apenas um voo para o Brasil e Sandra só teve ideia do tamanho da empresa para a qual tra19 a 25 de setembro de 2022 — PANROTAS

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balhava ao desembarcar em Newark, com sua mala sem rodinha, vale destacar, para uma reunião de negócios. A primeira viagem para os Estados Unidos.

AVIAÇÃO RAIZ Envio de comunicados à imprensa e às agências de viagens via fax. Pânico com a chegada do e-ticket (passagem sem papel, como assim?). Um mundo corporativo sem e-mail. Sandra não apenas pegou a aviação raiz como viveu toda a transição para o que vemos hoje, como reconhecimento facial no check-in, busca por sustentabilidade e aplicativos que, na teoria, resolvem tudo para o passageiro. A executiva vê uma evolução importante na indústria, mas ainda clama por mais modernização. “A tecnologia melhorou diversas áreas, como customer service, tracking de bagagens... mas alguns processos ainda são similares aos de décadas atrás e é preciso mais mudanças”, analisa. E mesmo com tanta tecnologia permeando a aviação, agora cuidando da área de Lazer da United nos Estados Unidos, Sandra uma vez mais vê a importância do human touch, dos relacionamentos. “Trabalhamos muito com operadoras e agentes de viagens, cujo diferencial está no toque pessoal. Aqueles passageiros são desses profissionais, há uma relação de confiança, de parceria, isso a tecnologia não elimina.” O que também não muda na aviação são as crises, e com quase 25 anos nessa área, Sandra Kaspar passou e enfrentou várias delas: das externas, como a pandemia de covid-19 ao 11 de setembro de 2001, às internas, como a complexa fusão entre Continental e United. A fusão, de acordo com sua análise, foi bem complicada e complexa, mas formou uma empresa da qual se orgulha. “De uns cinco anos para cá, temos uma nova United, que me dá muito orgulho (em fazer parte). Me lembra muito a Continental do início, quando comecei na aviação”, explica.

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PANROTAS — 19 a 25 de setembro de 2022

Acima, algumas fases de Sandra Kaspar na Continental/United; abaixo, alguns de seus desenhos, um grande hobby desde a infância


ESTADOS UNIDOS Com uma trajetória em Vendas e Marketing na empresa no Brasil, passando por assistente e coordenadora de Marketing e Desenvolvimento de Negócios, foi crescendo em Sandra o desejo de morar e trabalhar nos Estados Unidos, algo que a Continental possibilitava aos colaboradores. Em 7 de julho de 2007 (um triple seven na carreira da executiva de aviação), Sandra iniciou a jornada nos Estados Unidos, baseada em Houston, onde ficou de 2007 a 2011. “Vim sem saber se seria por um longo período e já estou há 15 anos. Achei que Houston ia ser um local muito parado para quem cresceu em São Paulo, mas amei a cidade, fiz muitos amigos, finquei raízes”, relembra. Em 2011 (o anúncio da fusão havia sido um ano antes), não queria deixar a cidade do Texas, mas foi transferida para Chicago, sede da United. Resistiu, mas também abraçou e descobriu uma linda cidade. Morar de frente para o lago ajuda. Assim como os novos amigos que fez na cidade dos ventos. Foi difícil mudar-se para outro país? “Muito. Há desde a saudade (da família e da comida brasileira) até a questão de falar uma língua que não é a sua original. É preciso ter autoconfiança, mais controle, pois o idioma pode nos limitar. Quando for fazer uma solicitação, preciso ser atendida sem o julgamento de ser uma mulher latina. Mas fui muito bem recebida tanto em Houston, quanto em Chicago. Agora estou em uma equipe onde o maior desafio é a minha idade. Alguns têm 35 anos de empresa, são mais velhos que eu. A idade está sendo um desafio maior que o gênero”, avalia.

PROPÓSITOS E por saber que é ao mesmo tempo um desafio e uma grande oportunidade ir trabalhar na sede da United, nos Estados Unidos, Sandra, desde que chegou, tem como missão não ape-

Sandra Kaspar com parte do time no Brasil e abaixo participando de um vídeo de segurança da companhia

nas acolher quem chega de fora, independentemente do departamento, mas também facilitar essa ida. “Junto com o Alex (Savic, diretor América Latina), trouxemos já 10 profissionais da América Latina, como os brasileiros Fabiano (Ferreira) e Cibele (Narazaki), entre outras nacionalidades. É minha contribuição para o Sonho Americano. Vim e abri portas.” Diversidade e inclusão são outras bandeiras que Sandra abraça. Se não sente tratamento diferenciado por ser mulher, lembra muito bem no começo da Continental, quando piadas e comportamentos de homens com as profissionais mulheres era bem diferentes e hoje considerados assédio. “Sim, sofri assédio quando trabalhei na Continental no Brasil. Mas não se falava disso. Condutas que eram aceitáveis na época, e que constrangiam as mulheres, hoje são consideradas inaceitáveis e até crime. Tive sorte de ter o Alex como meu sponsor, meu guia de uns anos para cá, desde que ele era controller. Um grande defensor dessa diversidade. Também tenho de registrar que tinha uma chefe mulher, a Cristiane Franck, que me ajudou muito a vir para os Estados Unidos”, conta ela, que desde o ano passado faz parte do Board de Pessoas com Deficiências da United Airlines. Sandra participa de vários cursos sobre diversidade e inclusão, o último deles on-line, com a assinatura de Cornell, e passou a não apenas gerenciar e orientar, como também educar sobre

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comportamentos agressivos e inadequados que devem ser modificados e inibidos. “As pequenas agressões que ocorrem no dia a dia precisam ser combatidas pelo mid management, pelos chefes e supervisores. Quem vai zelar pela cultura inclusiva e diversa somos todos nós.” Interromper uma mulher, fazer piadas grosseiras, linkar seu sucesso à beleza e atributos físicos, fazer comentários sobre raça, porte físico, idade ou habilidades fazem parte da lista de micro-agressões que precisam ser eliminadas de nosso dia a dia, de nossos discursos. Um trabalho longo e passo a passo. “A United é muito boa nas questões de diversidade. Claro que é um longo caminho, mas a empresa está tratando com seriedade e consistência como melhorar a experiência do passageiro, seja ele cego, surdo, com dificuldade de locomoção, autista... Amo meu trabalho, a empresa está, como disse, em sua melhor fase. Nem sempre foi assim, mas hoje a companhia faz a diferença e também quero fazer diferença com meu trabalho”, analisa. Casada duas vezes e namorando há cinco anos Michael O’Brian, também diretor da United, Sandra é mãe de Daniel, ou Danny, de nove anos. Danny foi diagnosticado, em 2020, com transtorno do espectro autista, o que só aumentou o engajamento de Sandra nas causas para que a United se torne uma empresa melhor para todos os passageiros. “E não apenas a United. Essa é uma luta de toda a indústria.” Como mulher latina, mãe de uma criança autista, estrangeira em uma companhia americana, filha de um sírio com uma brasileira, Sandra se vê na obrigação de ajudar a mudar o cenário atual e de retribuir todas as oportunidades que teve na carreira e na vida. A pandemia trouxe também oportunidades para ela se dedicar mais a esses temas e a ver que sua rotina com o filho podia ser diferente. “Me sinto mais livre e autêntica”, diz ela, por não ter medo de misturar o trabalho em casa com os cuidados com o filho, as viagens de lazer e negócios, o anywhere office, com horas mais dedicadas ao pessoal e momentos mais entregues ao trabalho. A pandemia mostrou que essa mistura

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é possível e sem culpa. Também ajudou a evidenciar as preciosidades da vida, como levar o filho na escola, algo que outras gerações de mães não tiveram. Usufruir dessa flexibilidade que ficou é um dos achados de Sandra no pós-pandemia. “A vida é a mistura de trabalho e lazer e compromissos pessoais e não dá mais para colocar as coisas em caixinhas fechadas”, diz.

MÃE DO DANNY Danny é apaixonado pelos Ducktales, desenho da Disney, e por línguas. Se possível, assiste aos patinhos da Disney em inglês, português, espanhol e até russo. E se vira com os apps de tradução para saber o que eles estão falando em outras línguas. E assim vai aprendendo. Claro que Sandra sentiu medo quando soube do diagnóstico do filho, mas falou bem mais alto o desejo de encarar e fazer a diferença para que ele e outras crianças com questões similares ou diferentes possam viajar e conhecer o mundo com mais qualidade e respeito. “Nas viagens com ele vejo o que pode ser melhorado. Vejo outros passageiros com alguma dificuldade e levo para nosso board.” E está conseguindo dar conta dessa mistura de trabalho voluntário com trabalho oficial, cursos, filho, namoro, viagens? “Às vezes olho e acho que não vai dar tempo de fazer tudo, mas no geral está tudo indo muito bem. As dificuldades estão nos detalhes e muitos deles podemos ajudar a melhorar. Quero levar esses aprendizados para todas as áreas da empresa, tem de estar na cultura, em todos os departamentos e não apenas em um board ou em uma área.” “Muitas mães não viajam com seus filhos que tenham algum transtorno ou dificuldade porque se sentem inseguras, porque veem muitas barreiras. Isso vale para adultos também. E as viagens precisam ser para todos.” Ela já viajou com Danny para o Brasil, Cancun, e claro, para a Disney. Essa última, uma viagem exemplar e inesquecível para a família.

Acima, participando de um painel sobre diversidade na United Airlines; abaixo na Conferência Anual da United Vacations, marca sob sua responsabilidade

Com Lucimar Reis e Cibele Narazaki

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SOBRE SANDRA KASPAR " Tive a honra de trabalhar com a Sandra Kaspar por mais de 20 anos e vê-la evoluir de coordenadora de Marketing na Continental Airlines, tendo mais de seis promoções até agora, sendo diretora de Vendas de Agências de Lazer da United Airlines. Ela é responsável por algumas das parcerias mais importantes da United. Sandra tem sido a chave para o sucesso da United na América Latina por mais de duas décadas e agora está expandindo sua influência para os Estados Unidos e além. Sandra é uma líder a ser observada, à medida em que continua a alcançar novos níveis de sucesso, sempre liderando com integridade, inteligência e cuidado, e sempre dedicando tempo para orientar e desenvolver futuros líderes na companhia aérea também. Alex Savic, diretor de Vendas para América Latina na United Airlines

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A Sandra Kaspar é uma das grandes influências na minha vida profissional. Além de me inspirar e me aconselhar até hoje, foi ela quem me contratou há mais de 15 anos atrás na Continental Airlines, quando ainda atuava em São Paulo, e depois quando eu saí para trabalhar na Etihad, foi ela quem me trouxe de volta para a United. Sou privilegiada de estar ao seu redor, uma excelente profissional, e que trabalha com tanta paixão e ética. Com ela, aprendi lá atrás que nossa rede de relacionamento tem um alto poder de influência e que podemos sempre ter uma relação amigável com fornecedores e colegas, porém sem nunca deixar de defender os interesses de ambas as partes. Ela também me lembra todos os dias o quanto o bom humor e um sorriso trazem uma leveza para a equipe e o ambiente de trabalho, e são com certeza sua marca registrada. Cibele Narazaki, gerente sênior de Marketing para a América Latina na United Airlines

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O filho Danny em um voo no 787 da United

DE VOLTA À DISNEY “A Disney está muito preparada para receber crianças como o Danny. Você não precisa ficar explicando, argumentando. Te tratam com igualdade. Mostram que posso explorar o mundo com meu filho. Passamos ótimos dias lá na Disney e quando estávamos indo pro aeroporto, saindo do hotel, ele se virou e disse “vou sentir muitas saudades daqui”. É isso o que todos nós queremos quando viajamos e vou usar minha visibilidade na empresa para melhorar a jornada do cliente com deficiência. Na United e em todas as empresas, pois

assim deixarei um mundo melhor para o meu filho”, finaliza Sandra Kaspar Leite, 43 anos, diretora de Vendas Lazer da United Airlines nos Estados Unidos, filha de Elza e Joseph, irmã do André, tia de um casal de sobrinhos, amiga de muitos, no Brasil, em Houston e Chicago, voluntária em diversos projetos por mais diversidade e inclusão, estudiosa, desenhista, namorada do Michael, mulher latina morando na América, vivendo o Sonho Americano e plantando um mundo melhor para seu filho de nove anos, Daniel, o Danny. n

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Expo Ski Victor Fernandes

ESQUIANDO EM NOVIDADES

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os dias 13 e 14 de setembro, foi realizada a Expo Ski 2022 na Sociedade Hípica Paulista, em São Paulo. Em sua terceira edição, a feira de Turismo de esqui chegou a seu recorde de participantes e propôs apresentar destinos de neve pouco conhecidos aos agentes de viagens brasileiros. O maior exemplo é a França, que contou com um espaço dedicado e 20 fornecedores na feira, incluindo montanhas, hotéis e escolas de esqui. "Observando as reuniões, reparei que muitos agentes estão procurando capacitação, procurando aprender sobre neve. E temos participantes que têm uma demanda grande por esqui, mas que fica muito concentrada em Club Med, e querem oferecer outros produtos. Eles sabem que existem outras coisas e a Expo Ski acabou se tornando uma referência para promover destinos de esqui não tão conhecidos pelos brasileiros", explicou a organizadora do Expo Ski, Adriana Boischio. TEMPORADA 2022/2023 Adriana explicou que na temporada de esqui da América do Sul de 2022, os destinos e hotéis trabalharam principalmente com reservas canceladas durante a pandemia. Agora, destinos argentinos e chilenos estão antecipando o lançamento de sua temporada de neve de 2023 para voltar a realizar vendas já neste segundo semestre. Então, a Expo Ski 2022 veio no momento certo para os destinos iniciarem conversas com os agentes brasileiros, na visão da organizadora. No Hemisfério Norte, a situação é outra. De acordo com Adriana Bois-

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Adriana Boischio, organizadora do Expo Ski


chio, alguns destinos, como os EUA, bateram recordes de visitação durante a pandemia, porque atraíram muitos turistas domésticos. Mas, é importante ressaltar que estações nos Estados Unidos, Itália, França e Suíça trabalharam de formas muito diferentes, com algumas estações operando e outras não. "Mas agora, de fato, abre a temporada 2022/2023 para o esqui no Hemisfério Norte. Então, esse é o momento ideal para eles trabalharem com o mercado sul-americano, para atrair visitantes no final do ano", explicou Adriana, que disse que muitos fornecedores dos EUA e Europa aproveitam a vinda ao Brasil para a Expo Ski para trabalhar com

outros mercados da América do Sul, como a Argentina. TENDÊNCIAS DO ESQUI Além de conectar o trade brasileiro com fornecedores da Argentina, Chile, Estados Unidos, Espanha, França e mais países, a Expo Ski chega em sua terceira e maior edição se consolidando como um espaço para promover novidades e tendências do Turismo de esqui para os próximos anos. Investimentos em lifts (teleféricos) e produção de neve artificial aparecem junto da oferta de novas montanhas como os principais destaques apontados durante o evento.

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Guilherme Ishikawa, diretor de Produtos e Marketing da Sete Mares

MONTANHAS INCLUSIVAS De acordo com Adriana Boischio, os centros de esqui estão sempre realizando investimento em infraestrutura, sendo o principal deles em lifts, ou teleféricos. Seja esse investimento modernizar o equipamento, trocar por lifts com maior capacidade de pessoas, ou colocar mais meios de elevação. "Quanto mais lifts as estações de esqui colocam, mais elas conectam as pessoas dentro da montanha. E isso também favorece o esquiador iniciante, porque eles têm mais chances de chegar nas pistas mais fáceis. Quanto mais lifts, mais conexões dentro de uma montanha", explicou. GARANTIA DE NEVE Ainda sobre investimentos, Guilherme Ishikawa, diretor de Produtos e Marketing da Sete Mares, indica outra tendência: produção de neve artificial. "Estou percebendo um grande movimento no investimento em produção de neve artificial. Nós que estamos em um negócio 100% dependente do tempo, precisamos nos preocupar com as

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mudanças climáticas. Imagina se temos uma guinada climática e não temos mais neve? Estamos falando de uma indústria de trilhões que funciona ao redor da neve. Então, as montanhas não podem mais depender só do clima", explicou. A capacidade de produzir neve já virou um atrativo, porque é sinônimo de uma temporada de esqui garantida, assim como garantia de venda. O presidente da Câmara Argentina de Esqui e Montanha (CAEM), Carlos Arana, promoveu a "grande infraestrutura" que a Argentina está instalando em suas estações de esqui durante o workshop da Expo Ski. Ele destacou a infraestrutura do Cerro Catedral, que agora conta com canhões de neve que produzem neve artificial. Assim, segundo Arana, "Catedral se torna uma garantia de venda para aqueles com clientes que desejam esquiar na Argentina". EXPLORANDO NOVOS DESTINOS Adriana Boischio e Guilherme Ishikawa também citaram o próprio motivo da Expo Ski como uma tendência para o Turismo de


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esqui: a diversificação de destinos. "O Turismo de esqui está cada vez mais abrangente, principalmente em mercados como o Brasil, que não possui neve/esqui em seu próprio território. O brasileiro que esquia começa pela América do Sul e depois busca outros destinos. E aí tem que existir um trabalho da agência em oferecer outras montanhas além daquelas que o brasileiro sempre visita. Existe uma necessidade das agências de buscar outros destinos para pulverizar um pouco mais esse segmento", afirmou Adriana. Ishikawa complementou: "O Turismo está de volta e temos todos os produtos de volta nas prateleiras. Os grandes produtos, com uma marca muito forte no Brasil, como Aspen e Courchevel, sempre terão seu público e continuarão sendo vendidos. Uma tendência que eu vejo, considerando o custo das passagens aéreas e hospedagem, é tentar ofertar aos clientes outras opções de tão boa qualidade, mas que não são tão conhecidas". O executivo da Sete Mares citou Baqueira Beret, na Espanha, e Méribel, na França, como exemplos dessas opções. "Estamos com uma parceria legal com Méribel, por exemplo. Se eu tenho um cliente mega exigente, super luxo, é claro que vou oferecer Courchevel. Mas se eu tenho um cliente que quer investir, mas não tanto; um cliente que quer algo chique, mas mais relaxado, Méribel talvez seja a montanha. Estamos falando de uma diferença de proposta financeira grande", explicou. Guilherme Ishikawa concluiu afirmando que "atualmente, no Brasil, o trade já conta com massa crítica para ofertar essas montanhas para o cliente que já conhece o esqui e quer desbravar novos destinos. Então, iniciativas como Expo Ski são boas para isso, para apresentar novas possibilidades para o trade brasileiro". n

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PATROCINADO

GRAND TOUR DA CATALUNHA MUITO PRÓXIMO DO CÉU

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província de Lleida é sinônimo de esqui e existem inúmeras opções para praticar este esporte na Catalunha. No coração de Val d'Aran, a emblemática Baqueira-Beret, maior estação de esqui da Espanha, para praticar atividades com a neve como protagonista, incluindo trenós puxados por cães, passeios de snowmobile e roteiros com raquetes de neve. São quase 200 quilômetros de pistas e um dos melhores da Europa em termos de custo-benefício, além de ser frequentado pela família real espanhola nas suas férias de inverno. Baqueira-Beret está localizada nos Pireneus da Catalunha, cordilheira que delimita o norte da região. O vilarejo possui excelentes redes hoteleiras e opções de restaurantes e bares. Os restaurantes Moët & Chandon e Cinco Jotas estão no meio das pistas de esqui para garantir experiências gastronômicas deliciosas. Destaque para distância entre Baqueira-Beret e Barcelona: apenas três horas de carro. Esqui, pistas, montanha, neve, Turismo ativo, bem-estar e gastronomia esperam você neste destino de frio exclusivo. Conhecer a gastronomia de Val

d’Aran é provar o tradicional cozido da oIla aranesa na Casa Irene, degustar o Caviar Nacarii de esturjão autêntico, um dos melhores do mundo e cuja fábrica está situada próxima de Baqueira-Beret. Também é uma região que produz excelentes queijos e charcutaria artesanais como a casa de queijos Hormatges Tarrau e a charcuteria Eth Grauer. Bem próximo, em Vall de Boí, estão localizadas as Igrejas Românicas, reconhecidas como Patrimônio da Humanidade pela Unesco em Taüll, e o Parque Na-

cional d’Aigüestortes i Sant Maurici, com 200 lagos e montanhas de mais de três mil metros de altitude. Na região, brotam várias nascentes minero medicinais cujas temperaturas variam entre 4ºC e 56°C. Os romanos já verificaram as qualidades terapêuticas dessas fontes nos séculos I e II. Existem 37 fontes termais com águas cloradas, sulfatadas e bicarbonatadas. Um desses balneários é o Banhs de Tredòs, estabelecimento termal mais alto da Europa. Mais informações em https://grandtour. catalunya.com/tramo/muy-cerca-del-cielo/ e https://www.baqueira.es/ n 19 a 25 de setembro de 2022 — PANROTAS

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Destino para as férias Victor Fernandes

SUÍÇA

DO INVERNO AO VERÃO

Jungfraujoch, um dos pontos mais altos da Europa

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ucesso no Brasil após ser o primeiro país a reabrir suas fronteiras em julho de 2021, a Suíça agora busca se consolidar como um dos destinos europeus favoritos dos brasileiros. Para alcançar tal feito, o Switzerland Tourism vem investindo em famtours, eventos no Brasil, como o já tradicional Switzerland Travel Experience, e o mais novo treinamento em solo suíço: Brazil Workshop. Na última semana de agosto, 36 agentes de viagens e operadores foram convidados para encontrar 60 fornecedores suíços em Zurique e depois partir em viagens para 5 regiões do país. "O simbolismo desse evento é muito forte. Estamos há três anos tentando fazer esse evento, que foi cancelado duas vezes por causa da pandemia, e esse ano finalmente conseguimos reunir todo mundo. Uma lista de espera entre os fornecedores suíços mostra o quanto o Brasil virou um

O radical passeio de jetboat no lago Brienz, em Interlaken

mercado importante para eles. A ideia é diversificar a oferta de destinos, porque o brasileiro tem o costume de visitar os mesmos lugares, como St. Moritz. Já vimos que o brasileiro tem esse interesse de conhecer outras regiões da Suíça, e os fornecedores que estão aqui vêm de regiões do país desconhecidas pelos brasileiros ainda. Então, o Brazil Workshop é uma grande oportunidade de diversificar o país. Diversificando os destinos, queremos buscar também um equilíbrio entre as temporadas de inverno e verão, já que o brasileiro costuma vir mais no inverno, mas temos ótimas atrações para o verão também", explicou o diretor de Turismo da Suíça para o Brasil, Fabien Clerc. No inverno europeu passado, entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022, a Suíça chegou a igualar o número de pernoites de brasileiros no pré-pandemia. Agora, o objetivo é 19 a 25 de setembro de 2022 — PANROTAS

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que o brasileiro busque viagens para o país durante todo o ano, por isso o Brazil Workshop e um famtour foram realizados entre agosto e setembro deste ano. Mas, vender viagens para uma estação de esqui no verão não é o ideal. Então, o país vem apresentando outras cidades ao trade brasileiro além de St. Moritz e Zermatt, como Andermatt, Berna, Engelberg, Genebra, Grindelwald, Interlaken, Lausanne, Lucerna e Verbier. Confira abaixo destaques dos destinos visitados pelo trade brasileiro no Brazil Workshop. GRINDELWALD E INTERLAKEN Grindelwald é um vilarejo localizado a 1.034 metros acima do nível do mar, aninhado em uma paisagem alpina intocada e única ao pé da Face Norte da montanha Eiger. A região é muito usada como acesso à região de Jungfrau, com esqui no inverno e caminhadas no verão. Jungfraujoch é um dos pontos mais altos da Europa a 3.454 metros de altitude, possibilitando esqui no inverno, mas contato com a neve durante o ano todo, até mesmo no verão. No entanto, o destaque da região para o verão é a montanha First, que conta com restaurantes, duas opções de tirolesas, e triciclos e scooters para descer a montanha de forma radical. Já Interlaken é uma estreita faixa de vale entre as águas turquesa dos lagos Thun e Brienz, que está no caminho para Grindenwald. A cidade é perfeita para o verão, com opções de passeios de barco nos belos lagos, tanto para aventureiros no radical jetboat, ou um mais tranquilo para visitar a cachoeira de Giessbach Falls. Outros destaques de Interlaken são o paragliding, que permite apreciar a beleza das montanhas e lagos das alturas; e o Harder Kulm, mirante a 1.322 metros de altura, com restaurante e vista para a cidade e suas águas turquesa. ANDERMATT, ENGELBERG E LUCERNA Andermatt fica no coração das passagens alpinas da Suíça e é a maior das três aldeias do vale; está na en-

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cruzilhada das passagens montanhosas e permite trilhas nas montanhas. Engelberg, por sua vez, é conhecida por ser o ponto de acesso ao Mount Titlis, que permite uma caminhada em uma ponte a 3.041 metros de altura, passeio dentro de uma geleira, e claro, uma refeição panorâmica. Já em Lucerna, que dá nome ao lago que permeia a região, é possível almoçar a bordo de um barco, fazer stand up paddle, e visitar museus, como o Swiss Museum of Transport e o Rosengart Collection. BERNA E LAUSANNE Berna, capital da Suíça, foi construída em torno de uma curva do rio Aar e mantém a arquitetura medieval preservada. Um dos exemplos é o Hotel Bellevue Palace com espaços grandiosos e vista para os Alpes. Alguns destaques da capital são o jardim Rosengarten, a torre Zytglogge, o Einstein Museum e o Emmental Show Dairy, que permite fazer seu próprio queijo. Já Lausanne é casa da vinícola de Lavaux e dos museus Cantonal Museum of Fine Arts (MCBA) e o The Olympic Museum, que mostra a história dos jogos olímpicos. GENEBRA E VERBIER Na parte francesa da Suíça, Lausanne é mais uma cidade que oferece passeios de barco, mas os destaques da programação do Brazil Workshop, foram visitas ao Du Rhône Chocolatier, onde é possível fazer chocolate, e ao Initium, onde se pode aprender a fazer seu próprio relógio. Já Verbier permite um passeio panorâmico a uma altitude de 3.300 metros no Mont-Fort com vistas para as montanhas Matterhorn, Mont Blanc e outras. Na cidade também há uma caminhada que passa pelo 3D Sculpture Park, um parque aberto com esculturas feitas por artistas internacionais. ST. MORITZ E ZERMATT Região montanhosa, St. Moritz e Zermatt são destinos de neve e esqui já estabelecidos entre os viajantes brasileiros. Um destaque da região


As icônicas vacas suíças em Grindelwald First

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No Lindt Home of Chocolate é possível fazer sua barra de chocolate

é o Glacier Express, um dos trens mais famosos do mundo, que viaja de Zermatt para Davos ou St. Moritz em cerca de sete horas. É uma viagem de um dia por montanhas intocadas, desfiladeiros profundos, vales encantadores, 91 túneis e através de 291 pontes impressionantes. Em Zermatt, também vale a visita ao Gornergrat, Matterhorn Glacier Paradise e Matterhorn Museum - Zermatlantis.

ZURIQUE Geralmente usada como porta de entrada para brasileiros devido à conexão direta da Swiss a partir de São Paulo/Guarulhos, Zurique também faz por merecer sua inclusão nos roteiros por promover encontros com dois queridinhos do brasileiro: futebol e chocolate. Distribuído por três andares e cobrindo 3.000 metros quadrados, o Fifa Museum mostra a história da Copa do Mundo de Futebol e oferece experiências interativas. Já o recém inaugurado Lindt Home of Chocolate é um espaço localizado junto à fábrica do famoso chocolate suíço, que conta a história da iguaria, tem a maior loja Lindt do mundo e oferece um workshop em que os visitantes podem fazer suas próprias barras de chocolate. n

Zurique, porta de entrada dos brasileiros na Suíça

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Belo lago de Brienz, em Interlaken

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COLHENDO OS FRUTOS Fabien Clerc, diretor de Turismo da Suíça para o Brasil, e Martin Nydegger, CEO do Switzerland Tourism

O Brasil é o mercado intercontinental - fora da Europa - da Suíça com a recuperação mais rápida de pernoites em 2022. Recentemente, o Switzerland Tourism fechou os números do primeiro semestre revelando que o número de pernoites de brasileiros no país está apenas 17% abaixo do registrado no mesmo período de 2019. O resultado faz com que a recuperação brasileira esteja três vezes mais rápida do que a média dos mercados intercontinentais. "Quando olhamos para todos os mercados intercontinentais - Ásia, Oriente Médio, América do Norte, América do Sul - e destinos de longa distância (long haul), na média, o número de pernoites está 50% abaixo de 2019. Até julho, nós registramos a metade de pernoites do mesmo período de 2019. Exceto o Brasil, que está apenas 17% abaixo dos números de 2019. O Brasil está três vezes melhor, três vezes mais rápido, do que os outros mercados intercontinentais", explicou o CEO do Switzerland Tourism, Martin Nydegger. O executivo atribui o sucesso do mercado brasileiro a uma estratégia global da Suíça de aproveitar a pandemia como oportunidade de promover o destino, além da qualidade e eficiência do escritório brasileiro. "No pré-pandemia, nosso lema era: não vamos desaparecer, não vamos ficar quietos. Nós traçamos uma estratégia chamada "Sonhe agora, viaje depois". Nós combinamos com todos os nossos escritórios

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que continuaríamos comunicando através da imprensa e canais digitais, continuaremos em contato com os clientes. Acredito que foi uma mensagem muito importante de que, apesar da pandemia, nós estamos presentes", afirmou. Fabien Clerc, diretor de Turismo da Suíça para o Brasil, também compartilha da visão de Nydegger e complementou afirmando que o perfil pragmático do trade brasileiro ajudou no sucesso do destino e na criação de conexões. "Assim que o brasileiro entendeu as regras, ele viajou. Isso foi ótimo para nós. A Suíça foi o primeiro país a reabrir na Europa, aceitando a vacina coronavac. Com a comunicação que fizemos, atendemos o consumidor final muito rápido e todos ficaram sabendo que o país estava aberto. Então, todas as agências de viagens começaram a falar conosco, porque seus clientes estavam consultando para saber quais eram as condições, porque queriam voltar para a Europa", conta. Para Clerc, a principal dificuldade foram as mudanças de regras contínuas. "Foi um grande desafio, mas aprendemos a agir com uma reatividade muito grande e sabendo onde precisávamos comunicar. Mas, até hoje, o agente de viagens agradece pela ajuda em entender as regras. Nós nunca abandonamos o posto, sempre estivemos lá para eles. E até hoje agradecem esse nosso comportamento", finalizou. n


Cruzeiros marítimos Filip Calixto, MSC Seashore

Ignacio Palácios, Adrian Ursilli e Eduardo Simões, diretores da MSC Cruzeiros

CONHECIMENTO M

EM ALTO MAR

ais de três anos após a realização da primeira edição de sua convenção internacional, a MSC Cruzeiros voltou a reunir agentes de viagens brasileiros para conhecer de perto (e por dentro) parte da oferta da companhia. Cerca de 200 profissionais de agências nacionais embarcaram, no final de agosto, em uma viagem de uma semana a bordo do MSC Seashore para a segunda edição da sua Convenção Internacional de Vendas. O roteiro começou em Miami partindo para o mar do Caribe, com paradas em Ocho Rios (Jamaica), George Town (Ilhas Cayman), Cozumel (México) e Ocean Cay MSC Marine Reserve (Bahamas), até atracar novamente nos Estados Unidos.

Em cada uma das paradas, os agentes participantes puderam conhecer os destinos, suas atrações e passeios. Nas datas dedicadas totalmente à navegação a companhia anfitriã preparou uma programação voltada à capacitação, com palestras sobre o cenário do Turismo atual, a respeito do mercado de cruzeiros e reunindo uma série de dicas sobre como vender os produtos MSC, além de apresentar uma série de informações sobre a operação da companhia na próxima temporada brasileira e em todo o mundo. O retorno do evento à programação da empresa, por si só, reforça a estratégia de manter atentos e capacitados os agentes, que são a principal força de vendas da companhia no Brasil, e tam-

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A Convenção Intrnacional de Vendas da MSC recebeu cerca de 200 agentes de viagens

Próximos navios da MSC Cruzeiros e da Explora Journeys, nova companhia do grupo

bém cumpre a função de fazer desses profissionais embaixadores do serviço, por já o terem experimentado. Para torná-los ainda melhores como representantes da marca, a companhia fez questão de que a viagem fosse em um dos novos equipamentos e no navio que será a estrela da próxima temporada sul-americana. O MSC Seashore é a mais nova embarcação de uma frota que tem 19. E que terá 23 até o final de 2025 (MSC Seascape e MSC World Europa estreiam este ano, enquanto MSC Euribia vai ao mar no ano que vem e o MSC World Class II em 2025). Isso sem contar a marca pensada para

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o público de alto luxo, a Explora Journeys, que ainda não conta com equipamentos em operação mas tem quatro navios com inaugurações previstas entre 2023 e 2026. Dentro do mega-navio, que é capaz de receber mais de cinco mil hóspedes simultaneamente, os diretores da companhia no mercado brasileiro contaram quais os planos da empresa para a navegação no Brasil e a razão pela qual decidiram acrescentar mais um navio com roteiros regulares para o nosso mercado. "O MSC Preziosa chega para completar a temporada com viagens que preenchem lacunas de rotas e ofertas que não estavam


MSC Seashore

disponíveis", revelou o diretor geral da marca para o Brasil, Adrian Ursilli. De acordo com o executivo, somente a chegada desta embarcação (que será a sexta com navegações regulares e sétima contando um navio que passa pelo país em meio a uma viagem de volta ao mundo) amplia em 30% a oferta disponível para o período, fazendo com que a companhia passe a ter 65% da participação de mercado e chegue 196,5 mil cabines oferecidas e quase 400 mil leitos para viajantes. Tudo isso somente na costa brasileira. Dessa maneira, a empresa terá as seguintes embarcações em águas sul-americanas: MSC Seashore, MSC Seaview, MSC Fantasia, MSC Armonia, MSC Musica e MSC Preziosa; além do MSC Magnífica, durante o cruzeiro de volta ao mundo. O diretor também contou, em uma das palestras da convenção, que a decisão de levar mais um navio para a época foi da matriz mundial em conjunto com a regional. De acordo com ele, a deliberação se impôs pelo

bom desempenho de vendas que a empresa tem alcançado na região. Acompanhando de perto o desempenho de vendas do agenciamento parceiro, o diretor de Vendas e Revenue da companhia no Brasil, Ignacio Palacios, categorizou a convenção como um ponto alto na estratégia de capacitação desses profissionais. Uma continuidade, mais intensificada, de eventos regulares como roadshows e treinamentos pontuais. Também foi Palacios quem anunciou durante a viagem uma campanha que concede 2% de comissão a mais para agentes independentes que venderem pacotes em qualquer navio da marca até o final do ano. O bônus vale exclusivamente para profissionais que participaram da Convenção Internacional de Vendas da empresa e pula para 5% no caso de comercialização de pacotes a bordo do MSC Preziosa. Os acréscimos têm teto de 15%. Já no caso de vendas de viagens em grupos, o comissionamento extra, que já era de 15% passa a ser de 18%.

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CASAMENTO EM OCEAN CAY Na última parada do navio, a MSC Cruzeiros levou os agentes brasileiros para conhecer a Ocean Cay MSC Marine Reserve, ilha privativa do grupo inaugurada no final de 2019, nas Bahamas. Além de apresentar as belezas e a revitalização feita em um destino que anteriormente era um local de exploração industrial de extração de areia, a armadora providenciou uma ocasião especial. Celebrando 30 anos de união, Cláudia e Alexandre Fernandes, da Kronner Viagens e participantes da convenção de vendas, renovaram os votos do seu matrimônio, mostrando assim mais uma possibilidade especial para viagens a bordo dos navios MSC. O evento foi realizado nos mesmos moldes de outros casamentos que ocorrem na ilha, com o visual exclusivo para clientes da empresa e com cerimonial todo preparado pela companhia. "Foi tudo muito bonito e emocionante. A ilha, o visual e todo o preparativo da MSC", comentou o agente de viagens Alexandre Fernandes, que recebeu sua esposa no altar para uma espécie de segundo casamento. "Foi muito bom ter tido essa experiência e, profissionalmente, foi enriquecedor pois agora podemos ter mais um argumento para vender cruzeiros, incluindo casamentos", sustentou. Fernandes aproveitou o ensejo para enaltecer também os outros momentos da viagem. "As vivências que tivemos, os aprendizados e até mesmo as fotos e vídeos colaboram. Tudo colabora para que a gente possa transmitir ao cliente com mais propriedade o que é o produto", acrescentou. Adriana Spiess, da Mega Consultoria em Turismo, acredita que participar de um evento

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A Convenção de Vendas terminou com um casamento realizado em Ocean Cay

Cláudia e Alexandre Fernandes, da Kronner Viagens, celebraram 30 anos de união


Adriana Spiess, da Mega Consultoria em Turismo

tão imersivo confere autoridade ao agente na hora de interagir com o consumidor. "Nos traz relevância e a percepção de como a MSC se posiciona a respeito dos produtos que tem. Além disso, nos dá uma direção de como e onde devemos investir com mais profundidade, saber melhor para qual público nos dedicar e o que oferecer", afirmou. PALESTRAS As horas dedicadas à convenção, no entanto, foram além das informações da própria MSC. Ao longo da viagem, os convidados puderam participar de três palestras ministradas por Artur Luiz Andrade, editor-chefe da PANROTAS, Rodrigo Ruas, jornalista especializado em viagens, e Rodrigo Cunha, publisher da revista Viajar Pelo Mundo. Na primeira delas, Andrade convidou os participantes a pensar sobre mudanças no comportamento do consumidor, novas preferências de viagens e como o fator pandemia interfere na

decisão de compra. A partir daí, a palestra apresentou 10 das principais tendências para o mercado do Turismo na atualidade. São elas:

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NOVO MUNDO Depois de quase dois anos de uma crise gerada pela pandemia, a Futuresigth Labs revelou que 93% das pessoas em todo o mundo refletiram sobre seus comportamento e valores, o que modificou a maneira de comprar, pesquisar e usufruir das própria escolhas e também das viagens.

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VALOR AGREGADO Falando a um público formado por agentes de viagens, Andrade sustentou que no cenário atual das vendas é importante ir além da transação e agregar valor à venda. “O papel do agente de viagens, de personalizar e fazer a curadoria para seu viajante, só ficou mais importante”, afirmou.

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PERSONALIZAÇÃO E FLEXIBILIDADE Os produtos feitos sob medida também ficaram mais importantes no momento da venda. Isso abre a porta para que as chamadas viagens de nicho ganhem mercado. Alguns dos nichos com campo para crescimento são: luxo, viagens solo, viagens gastronômicas, esportes, viagens com cunho social, LGBTQIA+, Multigerações e viagens por fidelização, entre outras. Além de todas essas, vale ressaltar que as viagens em família continuam em alta, sendo o centro das atenções das viagens de lazer e agora também das viagens com múltiplos propósitos.

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TECNOLOGIA Outra tendência que segue em alta é a aposta em tecnologia com a implementação de ferramentas que ajudem a conhecer mais o cliente, ofereçam melhores serviços e atendimentos, tornem o trabalho mais eficiente e personalizem todo o processo de vendas.

5

STORYTELLING Ter história para contar e que esteja incorporada ao produto é cada vez mais atrativo. Isso porque os viajantes buscam propósitos em suas viagens, como é explicado no tópico a seguir.

6

PROPÓSITO E MÚLTIPLOS PROPÓSITOS Será cada vez mais comum que as viagens carreguem razões de ser e preencham mais espaços no interesse do turista. Cresce, nesse contexto, a busca por viagens que gerem bem-estar e busquem contribuir com os destinos visitados. Viagens que misturam vários objetivos também vieram pra ficar. Os fornecedores estão preparados para esse viajante? Para o editor da PANROTAS ainda não.

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Editor-chefe e CCO da PANROTAS, Artur Luiz Andrade fez apresentação durante a convenção


Ignacio Palacios fala aos agentes durante uma das atividades da Convenção de Vansan MSC

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DISRUPÇÃO Em um mundo que ainda se adapta a novas maneiras de agir e conduzir processos, é necessário contar com fatos como o surgimento de tendências temporárias, disrupções e altos e baixos no mercado.

8

EMPATIA O mundo todo, durante a pandemia, passou pela mesma situação e pela mesma crise. Compreender e respeitar as dores alheias, os gostos do próximo, é fundamental. Inclusive a dor de quem está do outro lado do balcão ou do telefone.

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SAÚDE E SEGURANÇA O viajante tem dado mais atenção do que nunca a protocolos que resguardem sua segurança e saúde, tanto no aspecto físico como também no mental.

10

ESG Empresas precisam estar ligadas em ações que tratem do meio ambiente, falem sobre questões sociais e governança. Se esse processo não for baseado em boa vontade, será na imposição. Andrade usou o exemplo da luta pelos direitos das mulheres que já dura dezenas de anos e ainda continua, com elas ainda ganhando menos que os homens, ocupando menos cargos de liderança e sofrendo violências por conta de serem mulheres. "Se não fossem as vozes lutando pelas mulheres há anos, aqui na plateia não haveria tantas mulheres empresárias e executivas de Turismo. Pensem nisso antes de criticar a militância por essa e outras causas, como a de negros, LGBTQIA+ e PCD, por exemplo. Nós é que vamos mudar a sociedade e ver que a diversidade traz negócios também pois o consumidor, como todos nós, também é diverso". n

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FLASHES

CONVENÇÃO DE VENDAS MSC

Rodrigo Cunha foi um dos palestrantes na Convenção Internacional de Vendas MSC

Artur Andrade, da PANROTAS, entre Ignacio Palacios e Eduardo Simões, da MSC

José Carlos Garcia e Mara Garcia, da Vento Sul Viagens

Lucy Taroda Silva e Valéria Bueno, da B2 Viagens, Evandro Melo, da Scape Tour, é Rafaela Teixeira Monteiro, da Volta ao Mundo Viagens

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Rodrigo Ruas falou sobre a utilização de redes sociais para vender viagens

Vanessa Silvestrone, da Silvestrone Turismo, e Renato Rodrigues Silva, da Upper Trip

Elsa Miranda e Juliana Miranda, da LM Turismo

Marcia Figueiredo, da Bora Bora Viagens, Katia Griecco, da Ziltur, Paula Milan e Luciane Fernandes, da Isos Turismo


FLASHES

CONVENÇÃO DE VENDAS MSC

Os executivos MSC no palco da convenção

José Mário Sobrinho, da Nau Brasilis, Gilmar Pereira e Daniel Rosalin, da Daniel Rosália Turismo

A Convenção de Vendas MSC aconteceu a bordo do MSC Seashore

Márcio Genaro, Livia Ribeiro, Pedro Silva, Elizângela Silva, Ignacio Palacios, Adrian Ursilli, Fernanda Zebral e Eduardo Simões, da MSC Cruzeiros

Fillipe Mello, da agência Sala de Embarque, Camila Camargo, Gibim Turismo, e Pedro Murad, da Mundo Color

Paulo Bispo, da Ebony Tours, entre Ana Cristina Rosa Costa e Kauana Rosa dos Santos, da Nova Pratika

Samai Guimarães e Helliana Almeida, da Mais Viagens

Os modelos e ex-BBBs André Martinelli, Guilherme Napolitano e Lucas Bissoli, com Eduardo Simões e Adrian Ursilli, da MSC. A pose ficou famosa no último BBB por causa de Bissoli, o Barão da Piscadinha

Catia Frias, da American Airlines

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